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Cap 2 – hipertensão arterial – conceitos Fatores de risco: · Genéticos; · Idade; · Sexo; · Excesso de peso e obesidade; · Ingesta elevada de sódio e reduzida de potássio; · Sedentarismo; · Fatores socioeconômicos; · Apneia obstrutiva do sono. Recomendações: · Básico: · Aferir nos 2 braços simultaneamente; · Preferir o oscilométrico ao auscultatório; · Em cada consulta, 3 medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 minutos de intervalo; · PA do paciente é a médica das duas últimas leituras da PA, sem arredondamentos; · Todas as próximas medidas devem ser feitas no braço de maior valor da PA; · Se houver diferença >15mmHg entre os membros ateromatose. · Preparo correto: · Repouso por 5 minutos em ambiente calmo; · Se certifique que o paciente não fale durante a aferição, se está com a bexiga cheia, não pode ter praticado exercício físico 60 minutos antes, se ingeriu café ou álcool, se fumou 30 minutos antes. Monitorização ambulatorial da PA = MAPA: · Quando pedir: · Discordância entre PA domiciliar e do consultório; · Suspeita de hipertensão do jaleco branco (HAB) ou hipertensão mascarada (HM); · Confirmação de HAS resistente. · É um melhor preditor de risco cardiovascular e lesão de órgão-alvo do que a PA de consultório. Monitorização residencial da PA = MRPA: · 3 medidas da PA antes do café e dos remédios e 3 medidas da PA antes do jantar por 5 dias; ou · 2 medidas da PA antes do café e dos remédios e 2 antes do jantar por 7 dias. NÃO confundir com AMPA (automedição da PA), pois essa pode ser a qualquer hora do dia. Classificação: Diagnóstico: · PA ≥ 140x90mmHg em pelo menos 2 consultas; · Exceções: · PA ≥ 180x110mmHg ou lesão de órgãos-alvo ou doenças cardiovasculares JÁ FAZ DIAGNÓSTICO na 1ª consulta. Exames complementares: · Exames iniciais básicos: · Análise de urina; · Potássio plasmático; · Creatinina plasmática e estimativa da TFG; · Glicemia de jejum; · Colesterol total, HDL, triglicérides plasmáticos; · Ácido úrico plasmático; · ECG convencional. · Outros: · Rx tórax: suspeita clínica de acometimento cardíaco e/ou pulmonar, aortopatia; · Ecocardiograma: indícios de hipertrofia do VE no ECG e suspeita de IC; · Microalbuminúria: pacientes hipertensos diabéticos com síndrome metabólica com 2 ou mais fatores de risco. IMPORTANTE! Se tem diagnóstico de HAS procura fatores de risco, lesões de órgão-alvo, presença de doença cardiovascular e renal estabelecida. Órgãos-alvo: cérebro, retina, coração, rins, vasos. Fatores de risco adicionais: · Homens >55 anos e mulheres >65 anos; · Tabagismo; · Dislipidemias: · TG >150; · LDL >100; · HDL <40 em homens e <46 mulheres. · DM confirmado ou pré-DM; · Obesidade; · HF (história familiar) prematura de doença CV: homens <55 e mulheres >65 anos; · Perfil de síndrome metabólica; · Pressão de pulso em idosos >65; · História de eclampsia ou pré-eclampsia; · Obesidade central, etc. CAI NA PROVA! Estratificação de risco: CAI NA PROVA! HAS resistente: PA não controlada apesar do uso de 3 anti-hipertensivos de classes diferentes (IECA ou BRA + BCC + tiazídico). HAR (hipertensão arterial resistente) controlada: PA controlada com 4 ou mais anti-hipertensivos. O 4º fármaco é a espironolactona. HAR: · Risco 50% maior de eventos cardiovasculares; · Idosos, obesos, afrodescendentes; · Fatores relacionados: aferição incorreta da PA, efeito do avental branco, excesso de sal, uso de ACO, AINES, doença renal crônica, HAS 2ª, tratamento inadequado. Medicamentos que elevam a PA: AINEs, glicocorticoides, descongestionantes nasais, ciclosporina, tacrolimus, ACO, EPO, TRH, sibutramina, anfetaminas, cocaína, álcool. IMPORTANTE! Quando pensar em HAS 2ª: · Paciente em estágio 3 e <30 anos ou >50 anos; · HAS resistente ou refratária; · Causas endócrinas: Cushing, feocromocitoma, hiperaldosteronismo 1º, acromegalia; · Não endócrinas: coarctação de aorta, apneia obstrutiva do sono, doença renovascular. Doença renal crônica: · Clearance <60ml/min/1.73m²; · Causa e consequência de HAS; · Ureia e creatinina altos; · Exame de urina alterado; · USG de rins e vias urinarias: rins diminuídos; · História clássica: fatores de risco, elevação da ureia e creatinina, edema, anemia normo/normo, fadiga. Apneia obstrutiva do sono: · Principal causa de HAS resistente; · Polissonografia: · 5 ou mais episódios por hora (IAH) é diagnóstico; · IAH ≥ 15 parece ter maior impacto na PA. · Moderado a grave usar CPAP; · Clássico: obesidade, ronca muito, sonolência diurna, síndrome metabólica. Hiperaldosteronismo 1º: · Principal causa de HAS 2ª; · Hipocalemia espontânea ou induzida por diurético + alcalose metabólica; · HAS resistente – nódulo adrenal; · Rastreio: relação aldoterona/renina é melhor teste · Se renina suprimida, adosterona >20 e hipocalemia tomografia. · Testes confirmatórios: teste da infusão salina, teste do captopril, teste de fludrocortisona, teste da furosemida EV; · Clássico: jovem com HAS, hipocalemia. Hipertensão renovascular: · Causa comum e reversível; · Estenose total ou parcial de um ou os dois rins; · Isquemia renal; · Padrão ouro diagnóstico é arteriografia renal; · Menos invasivos: doppler renal, angiografia por RM, TC helicoidal. · Causada por aterosclerose: paciente meia idade ou idoso com muitos fatores de risco, sopro abdominal, assimetria >1.5 cm dos rins, aumento da creatinina · Tratamento: doença unilateral faz bloqueio do SRAA, se disfunção renal ou EAP procedimento invasivo. Displasia fibromuscular: · Clássico: mulher jovem hipertensa, EAP e sopro abdominal, lesão de órgão alvo; · Tratamento: angioplastia isolada, stent se houver complicações. Feocromocitoma: · Clássico: tríade – cefaleia, sudorese e palpitações; · HAS resistente + paroxismos; · Diagnóstico inicial: · Metanefrinas plasmática livre; · Metanefrinas urinárias mais barato; · TC ou RMN após confirmar com metanefrinas. · Tratamento: cirúrgico, preparo com alfa 1 bloqueador (doxazosina, prazosina). CAI NA PROVA! Resumo pacientes clássicos: Outras causas: 1. Coarctação de aorta: pulso em MMII ausente ou reduzido, PAS >10mmHg em MMSS, sinal de Roesler (erosão da borda inferior dos arcos costais); 2. Hipo e hipertireoidismo: a. Hipotireoidismo: HA diastólica. 3. Síndrome de Cushing; 4. Obesidade; 5. Acromegalia. Cap 3 - Tratamento: De forma geral, PA <140x90 mmHg, mas não menor que 120x70mmHg. Se doença coronariana e ICFEr (IC com fração de ejeção reduzida): PA <130x80 mmHg, mas não inferior a 120x70 mmHg; Se DM: PA <130x80 mmHg; Se AVE: PAS de 120 a 130mmHg; DRC (doença renal crônica): PA <130x80 mmHg, independente de DM. Idosos: · Hígidos: PAS 130-139 e PAD 70-79 mmHg; · Frágeis: PAS 140-149 e PAD 70-79 mmHg. IMPORTANTE! Mudanças do estilo de vida: · Perda de peso: perda de 5.1kg reduz a PAS em 4.4 mmHg e PAD em 3.6 mmHg; · Dieta DASH: rica em frutas, vegetais, verduras, cereais integrais, peixes e carnes magras reduzir PAS 11.5mmHg. · Redução do sódio: 1.8g/dia redução de 5.4 mmHg na PAS; · Moderação no álcool: não ultrapassar 30g de álcool/dia (1 garrafa de cerveja de 600ml); · Atividade física: 150 minutos de atividade moderada por semana, se for intensa 75 minutos; · Aeróbico reduz 12.3 x 6.1 mmHg; · Musculação reduz 5.7 x 5.2 mmHg; · Resistivo isométrico reduz 6.5 x 5.5 mmHg. Medicamentoso: · CAI NA PROVA! 1ª linha: · Diurético tiazídico: efeito diurético e natriurético, redução do volume extracelular e depois da RVP · Hidroclorotiazida e Clortalidona; · Não funciona em paciente clearance <30mL/min e creatinina >2mg/dL; · Efeitos colaterais: hipovolemia, hiponatremia, hipokalemia, hipomagnesemia, hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperuricemia, disfunção erétil, pacientes com gota. · IECA: inibe a conversão de angiotensina I em II, opção em IC, DM, pós IAM · Efeitos colaterais: acumulo de bradicininas (tosse seca), hiperkalemia; · Contraindicações: gestantes, estenose de artéria renal bilateral, estenose de artéria renal em rim único, hipercalemia. · BRA: bloqueia o receptor AT1, mesmas indicações que os IECA, mesmos efeitos colaterais, exceto tosse seca; · Losartana tem efeitouricosúrico. · BCC (bloqueadores dos canais de cálcio) · Diidropiridínicos (ação prolongada = amlodipina): redução da RVP, efeito colateral é edema maleolar bilateral, dose dependente; · Não diidropiridínicos (verapamil, diltiazem): inotrópico e cronotrópico negativo (contrai menos e bate mais devagar), NÃO utilizar na IC com FE reduzida. Outros diuréticos: · Diuréticos de alça (furosemida): clearance <30mL/min, insuficiência cardíaca, hipokalemia; · Poupadores de potássio/antagonistas da aldosterona (espironolactona): HAS resistente, hiperaldosteronismo 1º, em associação a outros diuréticos, pode causar hiperkalemia e ginecomastia. CAI NA PROVA! Obs: NÃO associar IECA com BRA para hipertensão. E os betabloqueadores (BB)? Não é de 1ª linha, utiliza em situações especiais (arritmia, DAC (doença arterial coronariana), IC, hipertireoidismo, enxaqueca). · Carvedilol e nebivolol são mais potentes na hipertensão; · Broncoespasmo e DPOC usa cardiosseletivo: metoprolol e bisoprolol; · Em diabéticos pode mascarar a hipoglicemia. Agentes de ação central: · Clonidina: · Efeitos colaterais: sonolência, boca seca, hipotensão postural; · Efeito rebote: não suspender de uma vez. · Metildopa: · Anemia hemolítica, galactorreia, disfunção hepática. Vasodilatadores diretos: · Hidralazina e minoxidil; · NUNCA usar em monoterapia (somente eles); · Úteis da DRC e hipercalemia; · Efeitos colaterais: · Hidralazina: lúpus like, cefaleia, flushing, taquicardia reflexa; · Minoxidil: hirsutismo. Alfabloqueadores: doxazosina e prazosina. · Usa na Hiperplasia prostática benigna; · Em monoterapia é fraco; · Efeitos colateral: hipotensão postural. Inibidor da renina: alisquireno · Sem benefício em morbimortalidade; · Não associar com IECA ou BRA; · Não usar na gestação. Hipertensão resistente: · Excluir má adesão, HAS 2ª, efeito do avental branco; · Tratamento tem que ser otimizado (IECA/BRA, BCC, DT); · BCC (di) amlodipino -> deve ser tomado pela noite. image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png