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Resumo vascularização SNC

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Vascularização do SNC e barreiras encefálicas (Machado)VASCULARIZAÇÃO DO SNC
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Alessandra Rocha Lima
P3 - Medicina
IMPORTÂNCIA:
As estruturas exigem um suprimento permanente e elevado de glicose e oxigênio, precisando de um fluxo contínuo de sangue.
Parada na circulação por mais de 10s -> perde consciência; por mais de 5min -> morte neuronal
Neocórtex é lesado primeiro e em ultimo lugar o centro respiratório do bulbo.
Alterações do tipo motora, sensoriais ou psíquicas dependem da área na qual a artéria lesada irrigava. 
Existem poucas anastomoses e não existe circulação linfática, só liquórica.VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO
FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL:
O encéfalo consome 20% do O2 e 15% da glicose. O fluxo sanguíneo é elevado
O fluxo sanguíneo cerebral (FSC) é diretamente proporcional a diferença da PA e a P. Venosa, e inversamente proporcional à resistência cerebrovascular (RCV)
Como a PV varia muito pouco pode ficar -. FSC = PA/RCV
A RCV depende:
Pressão intracraniana: o aumento eleva a rcv
Condição da parede vascular: aumenta rcv (alterada em patologias como arterioscleroses)
Viscosidade do sangue: quanto maior, maior a rcv
Calibre dos vasos cerebrais: regulado por fatores humorais (CO2 que tem ação vasodilatadora) e nervosos (fibras do SNA)
O consumo de oxigênio é maior em regiões ricas em sinapses, ele também é maior na substância cinzenta por que tem maior atividade metabólica. O fluxo também varia com o estado funcional da área cerebral no momento. Essa variação é proporcionada pelas arteríolas locais -> o metabolismo aumenta a liberação de CO2, que aumenta o calibre vascular, que aumenta o fluxo esse aumento também é mediado pela liberação de oxido nítrico.
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO:
Peculiaridades: é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, que formam o polígono anastomótico de Willis.
As artérias cerebrais têm, no geral, paredes finas (as tornam propensas a hemorragias), a túnica média tem menos fibras musculares e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa (protege o tecido nervoso da onda sistólica da pulsação das artérias). As artérias que penetram o cérebro também estão envolvidas inicialmente por líquor nos espaços perivasculares (também atenua o impacto da pulsação arterial).
A tortuosidade das artérias c. internas e vertebrais ao entrarem no cérebro, e das que saem do polígono de Willis também contribui pra diminuir o impacto da pulsação.
As artérias c. internas e as vertebrais junto com as basilares constituem os sistemas de irrigação carotídeo interno e vértebro-basilar.
Artéria carótida interna: após o trajeto no pescoço penetra a cavidade craniana pelo canal carotídeo (temporal), atravessa o seio cavernoso descrevendo no plano vertical uma dupla curva formando o sifão carotídeo. Em seguida perfura a dura-máter e a aracnoide e, no início do sulco lateral divide-se em dois ramos terminais -> artérias cerebrais média e anterior. Ela também dá os seguintes ramos importantes:
Artéria oftálmica: emerge quando a carótida atravessa a dura-máter, abaixo do p. clinoide anterior. Irriga o bulbo ocular e anexos.
Artéria comunicante posterior: anastomosa-se com a a. cerebral posterior (ramo da basilar) e contribui pra formar o polígono.
Artéria carotídea anterior: vai pra trás ao longo do trato óptico, penetra o corno inferior do ventrículo lateral irrigando os plexos corioides, parte da capsula interna, os núcleos da base e diencéfalo.
As a. cerebrais ant e med subdividem-se em ramos menores que vão pras estruturas internas.
Artéria vertebral e basilar: sobem o pescoço dentro dos forames transversos das vértebras cervicais, perfuram a membrana atlantoccipital, dura-mater, aracnoide e penetram o crânio pelo forame magno. Percorrem a face ventral do bulbo e no nível do sulco bulbo-pontino se fundem pra formar a. basilar.
As a. vertebrais dão origem as artérias espinhais posteriores e a artéria espinhal anterior que vascularizam a medula. Originam também as a. cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a parte inferior e posterior do cerebelo.
A a. basilar percorre o sulco basilar da ponte e termina bifurcando-se pra formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. Ela emite os seguintes ramos importantes: A. cerebelar superior (nasce atrás das cerebrais posteriores e vão pro mesencéfalo e parte sup do cerebelo); A. cerebelar inferior anterior (vai pra parte anterior da face interior do cerebelo); A. do labirinto (vai pro meato acústico interno, vascularizando o ouvido interno); Ramos pontinos. 
Polígono de Willis: anastomose arterial poligonal na base do cérebro, circundando o quiasma optico e túber cinéreo e relacionado com a fossa interpeduncular. Formado pelas porções proximais das a. cerebrais anterior, média e posterior, pela a. comunicante anterior e pelas a. comunicantes posteriores, direita e esquerda.
A a. comunicante ant anastomosa as duas cerebrais anteriores na frente do quiasma optico. As. A. comunicantes posteriores unem as carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes. Elas unem o sistema carotídeo interno ao vertebral.
Quase não há passagem de sangue entre os lados. O polígono permite a manutenção do fluxo sanguíneo caso haja obstrução de alguma artéria que o irriga.
As a. cerebrais ant, med e post dão ramos corticais (vasculariza o córtex e subs branca proxima) e centrais (vasculariam o diencéfalo, núcleos da base e cápsula interna. Penetram na subs perfurada ant e post.). A. estriada -> ramos centrais que saem da a. cerebral media e penetram a subs perfurada ant, vascularizando o corpo estriado e a cápsula interna.
Território cortical das 3 artérias cerebrais: os ramos corticais superficiais das a. cerebrais têm anastomoses ainda que insuficientes pra circulação colateral.
A. cerebral anterior: curva-se em torno do joelho do corpo caloso e famifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parietoccipital.Também vai pra parte mais alta da face dorsolateral. Obstrução de uma dessas artérias causa paralisia, diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto.
A. cerebral média: percorre o sulco lateral em toda sua extensão, tem ramos que vasculariza a face dorsolateral. Obstruções, quando não são fatais, provocam paralisia, diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo, distúrbios da linguagem, se atingir a a. estriada é mais grave
A. cerebral posterior: contornam o pedúnculo cerebral, percorre a face inferior do lobo temporal e chegam ao l. occipital. Sua obstrução causa cegueira em parte do campo visual.
VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO: 
Generalidades: as veias não costumam acompanhar as artérias, são maiores e mais calibrosas. Drenam pro seios da dura-máter -> veias jugulares internas ou veias emissárias que anastomosam com veias extracranianas. As paredes são finas e sem músculo. Elementos pra regulação ativa da circulação venosa:
Aspiração da cavidade torácica -> pressões subatmosféricas da cavidade evidentes na inspiração
Força da gravidade -> retorno venoso a favor da gravidade. Não tem válvulas 
Pulsação das artérias -> recebe a força expansiva das artérias.
O leito venoso é maior que o arterial -> circulação venosa lenta. A pressão venosa é muito baixa variando com a capacidade de distensão dos vasos. 
Sistema venoso superficial: constituído de veias que drenam o córtex e subs branca próxima, anastomosando na superfície do cérebro pra formar as veias cerebrais superficiais que desembocam nos seios da dura-mater. Distinguem-se em veias cerebrais superficiais superiores (vem da face medial e metade superior da face dorsolateral desembocando no seio sagital superior) e veias cerebrais superficiais inferiores (vem da metade inferior da face dorsolateral e da face inferior, terminando nos seios da base e no transverso). A principa v. superficial inf é a v. cerebral média superficial que percorre o sulco lateral e termina no seio cavernoso.
Sistema venoso profundo: drenam regiões profundas comoo corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e parte do centro branco medular do cérebro. A veia mais importante é a cerebral magna (junção das veias cerebrais internas) para qual converge quase todo sangue venoso profundo do cérebro, ela desemboca no seio reto.VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA
É irrigada pelas artérias espinais anterior e posteriores (ramos da a. vertebral) e pelas a. radiculares, que penetram na medula junto com as raízes dos nervos.
A. espinal anterior: é formada pela confluência de dois ramos que vêm das a. vertebrais direita e esquerda. Estão superficialmente na medula ao longo da fissura medana anterior até o cone medular. Emite as a. sulcais que penetram perpendicularmente o tecido nervoso pela fissura med. anterior. Elas vascularizam as colunas e funículos anterior e lateral da medula.
A. espinais posteriores direita e esquerda: emergem das a. vertebrais correspondentes, dirigem-se dorsalmente, contornam o bulbo e percorrem longitudinalmente a medula. Vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula.
A. radiculares: derivam dos ramos espinais das a. segmentares do pescoço e tronco, que penetram nos forames intervertebrais com os nervos e dão origem as a. radiculares anterior e posterior. As radiculares anteriores anastomosam-se com a espinal anterior e as posteriores com as espinais posteriores.BARREIRAS ENCEFÁLICAS
Dificultam ou impedem a passagem de substâncias do sangue pro tecido nervoso (hematoencefálica) ou líquor (hematoliquorica).LOCALIZAÇÃO ANATOMICA DA B. HEMATOENCEFALICA
Está no capilar do SNC, que é formado pelo endotélio, membrana basal muito fina e pés vasculares dos astrócitos.
A sede da barreira está no endotélio, que tem 3 características que os diferenciam dos demais capilares e que se relacionam com os fenômenos da barreira:
As células endoteliais são unidas por junções oclusivas -> impede a penetração de macromoléculas
Não existem fenestrações (áreas de fina membrana permeável)
Raras vesículas pinocitóticas (transporte de macromoléculas)LOCALIZAÇÃO ANATOMICA DA B. HEMATOLIQUÓRICA
Localiza-se nos plexos corioides sendo que seus capilares não participam dos fenômenos.
O epitélio ependimário é a sede da barreira, ele reveste os plexos corioides e possui junções oclusivas que unem as células próximo a superfície ventricular e impede a passagem de macromoléculas.FUNÇÕES DAS BARREIRAS
Impedir a passagem de agentes tóxicos (que podem lesar ou alterar seu funcionamento) pro SNC como venenos, toxinas, bilirrubina, neurotransmissores do sangue (adrenalina).
Permite a entrada de substâncias importantes pro funcionamento do tecido nervoso, como glicose e aminoácidos. -> transportadores específicos pra essas substâncias.VARIAÇÃO DA PERMEABILIDADE DA B. HEMATOENCEFÁLICA
A permeabilidade não é a mesma em todas as áreas
Com a idade, substâncias produzidas pelos astrócitos causam a perda das fenestrações, ou seja, no feto e RN a barreira é mais fraca.
Patologias, infecções e traumatismos podem romper a barreira.ÓRGÃOS CIRCUNVENTRICULARES
Em algumas áreas do cérebro (em volta do III e IV ventrículos) a barreira hematoencefálica não existe porque os endotélios são fenestrados e desprovidos de junções oclusivas.
Essas regiões podem ser receptores de sinais químicos do sangue ou relacionados com a secreção de hormônios.

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