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CURSO DE BACHAREL EM DIREITO 
 
 
NATHALIA BRUNA TEXEIRA SOUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR VIOLAÇÃO AO DIREITO À 
IMAGEM: com base no artigo 20 do Código Civil Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Corda-MA 
2024 
 
 
NATHALIA BRUNA TEXEIRA SOUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR VIOLAÇÃO AO DIREITO À 
IMAGEM: com base no artigo 20 do Código Civil Brasileiro 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade do Centro Maranhense (FACMA) como 
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel 
em Bacharel em Direito. 
 
Orientador (a): Prof. Esp. Jose Maria De Aquino 
Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Corda/MA 
2024 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
É um elemento obrigatório, fornecido pela Coordenação de Trabalho de 
Conclusão de Curso, assinado pela banca e inserido no trabalho (versão impressa 
e/ou digital). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mãe querida, 
Dedico este trabalho a você, que sempre foi meu maior 
exemplo de coragem e determinação. Que sempre acreditou 
em meu potencial e nunca mediu esforços para me ver feliz. 
Obrigado por cada palavra de encorajamento e por cada gesto 
de carinho. Com profundo amor e eterna gratidão. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente à Deus que me deu oportunidades, força de vontade e 
coragem para superar todos os desafios. 
A meus pais que sempre acreditaram em mim, me auxiliaram e me 
apoiaram durante toda essa trajetória 
Aos meus professores, em especial ao professor Aquino Jr, que aceitou 
participar dessa pesquisa comigo me dando todo o auxílio necessário para a 
elaboração do projeto. 
Agradeço a UNICENTRO pela oportunidade e todo suporte para concluir o 
curso dos meus sonhos. 
Por fim, quero agradecer meus amigos de faculdade, Sidnéia, Eduarda e 
Luan que sempre estiveram juntos quando eu sempre precisei. 
A vocês, a minha gratidão! 
 
 
 
RESUMO 
 
O direito à imagem é uma espécie de direito pessoal, portanto pertence ao indivíduo. 
O ordenamento jurídico nacional protegeu a imagem no art. 20, Código Civil e o 
explicitou no texto da Constituição (art. 5º, X, CF), acrescentando-o ao rol dos direitos 
e garantias individuais. Em um mundo cada vez mais dependente dos meios de 
comunicação de massa, não é raro ver ataques flagrantes à reputação dos indivíduos, 
especialmente dos indivíduos mais conhecidos, conhecidos como celebridades. 
Revistas e jornais sensacionalistas, a imprensa em geral, ignoram a proteção deste 
direito constitucional, distorcendo o seu papel fundamental no fortalecimento da 
democracia. Diante dessa realidade, sem muitas pretensões, este trabalho buscou 
abordar o tema da responsabilidade civil por violação de direito de imagem, 
apresentando o posicionamento da doutrina e da jurisprudência pátria. Trata-se de 
uma revisão descritiva da literatura que se desenvolveu através de um levantamento 
retrospectivo das pesquisas publicadas no período de 2013 a 2023, nas plataformas, 
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Scopus e Sistema Integrado de Bibliotecas 
(SiBi), utilizando critérios de inclusão e exclusão. Além disso, foram realizadas 
pesquisas por meio do método de compilação bibliográfica, com o auxílio de 
renomados doutrinados, como também jurisprudências e normas do sistema jurídico 
brasileiro. 
 
Palavras-chave: Responsabilidade civil. Direitos da personalidade. Direito à 
imagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The right to an image is a type of personal right, therefore it belongs to the individual. 
The national legal system protected the image in art. 20, Civil Code and made it clear 
in the text of the Constitution (art. 5, X, CF), adding it to the list of individual rights and 
guarantees. In a world increasingly dependent on mass media, it is not uncommon to 
see blatant attacks on the reputation of individuals, especially well-known individuals 
known as celebrities. Sensationalist magazines and newspapers, and the press in 
general, ignore the protection of this constitutional right, distorting its fundamental role 
in strengthening democracy. Faced with this reality, without many pretensions, this 
work sought to address the issue of civil liability for violation of image rights, presenting 
the position of the national doctrine and jurisprudence. This is a descriptive review of 
the literature that was developed through a retrospective survey of research published 
in the period from 2013 to 2023, on the platforms Scientific Electronic Library Online 
(Scielo), Scopus and Integrated Library System (SiBi), using criteria of inclusion and 
exclusion. In addition, research was carried out using the bibliographic compilation 
method, with the help of renowned scholars, as well as jurisprudence and norms of the 
Brazilian legal system. 
 
Keywords: Civil responsability. Personality rights. Right to image. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Norma Técnicas 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
PER Process Energy Requirement 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13 
2 CAPÍTULO I – OS DIREITOS DA PERSONALIDADE........................................................ 15 
2.1 Conceito de direitos da personalidade ....................................................................... 16 
2.2 Natureza jurídica e perfil histórico dos direitos da Personalidade ............................. 17 
2.3 Características dos direitos da personalidade ........................................................... 18 
2.4 Objeto e titularidade dos direitos da personalidade ................................................... 19 
2.5 A tutela jurídica dos direitos da personalidade ........................................................ 21 
2.6. Classificação dos direitos da personalidade ........................................................... 23 
3 CAPÍTULO II – O DIREITO À IMAGEM ........................................................................ 25 
3.1 Conceito de direito à imagem ..................................................................................... 25 
3.2 Titularidade do direito à imagem ................................................................................ 26 
3.3 Autonomia do direito à imagem .................................................................................. 27 
3.4 Características do direito à imagem .......................................................................... 28 
3.5 limitações do direito à imagem ................................................................................... 30 
3.6 Tutela do direito à imagem .......................................................................................... 32 
3.7 Dano à imagem ............................................................................................................. 33 
3.8 Extinção do direito à imagem ..................................................................................... 34 
4 CAPÍTULO III – A LIBERDADE DE IMPRENSA E O DIREITO À IMAGEM ................ 36 
4.1 Conceito de privacidade ............................................................................................. 36 
4.2 Conceito de liberdade de expressão .......................................................................... 38 
4.3 Conceito de liberdade de informação ......................................................................... 39 
4.4 Restrição à liberdade de informação ......................................................................... 40 
5 CAPÍTULO IV – O DIREITO À IMAGEM NA JURISPRUDÊNCIA .....................................42 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 45 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 47 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O tema deste artigo, Responsabilidade Civil por violação de direitos de 
imagem, é cercado de disputas e opiniões opostas na doutrina e na 
jurisprudência. 
Hoje, a responsabilidade civil tornou-se indiscutível e legítima no direito 
moderno, deixando para trás o seu papel coadjuvante. Antes limitado aos 
interesses privados, hoje atinge efetivamente todas as áreas do direito, e alguns 
de seus princípios foram elevados à categoria de norma constitucional pela Carta 
Magna de 1988. 
A importância desta responsabilidade civil é evidenciada pela densa e 
extensa literatura jurídica sobre o tema e pela extensa jurisprudência dos 
tribunais sobre o tema. 
Do ponto de vista da responsabilidade civil, o objetivo é obrigar o agente 
causador do dano a repará-lo, para tentar restabelecer o equilíbrio jurídico 
econômico que prevalecia entre o agente e a vítima, ou seja, a realização do 
sentimento de justiça na forma de danos. 
Diante deste problema, devido à complexidade do assunto, é necessário 
ressaltar a sua importância, pois esta atividade ilegal viola os direitos, a honra, a 
moral de outrem e pode causar danos ao patrimônio. Tem como objetivo analisar 
os limites do direito à imagem garantidos pelo direito civil e constitucional, 
analisando não apenas o direito em si, mas também os princípios e demais 
direitos que o acompanham. Entende-se que tanto os direitos de imagem como 
outros direitos fundamentais protegem os interesses existenciais e são os 
direitos mais importantes que merecem proteção legal. 
O objetivo deste trabalho é, portanto, tratar da responsabilidade civil pela 
violação de um direito absoluto, real e personalíssimo, que é o direito de imagem, 
uma espécie de direito pessoal. 
A partir do primeiro capítulo, exploramos os pontos de partida específicos 
para a compreensão do conceito de direitos da personalidade, onde a imagem é 
deste tipo, a sua natureza jurídica e características. No âmbito da delimitação do 
assunto, a imagem é analisada como um direito pessoal 
Os direitos autorais de imagem e suas especificidades são discutidos no 
14 
 
segundo capítulo, que trata especificamente de sua autonomia, titularidade e 
proteção. O terceiro capítulo examina a abordagem legal e ética da liberdade de 
imprensa e dos direitos de imagem. Por fim, o quarto capítulo analisa algumas 
das soluções pendentes na jurisprudência desenvolvida pelo Supremo Tribunal 
Federal. 
Os novos direitos das sociedades industriais modernas são 
acompanhados pelo direito à proximidade, que pode ser definida como uma 
forma de ser humano, a proximidade como uma exigência moral da 
personalidade representa o direito de controlar a indiferença dos outros em 
assuntos privados que só lhe interessam. O direito à privacidade oferece melhor 
proteção aos cidadãos comuns do que aos homens do setor público que se 
expõem voluntariamente e devem abrir mão de parte da sua privacidade. Além 
da proteção legal, a intimidade pode ser protegida pelo direito penal juntamente 
com o direito civil. 
Portanto, sem muita pretensão, o objetivo deste trabalho é tratar 
exclusivamente de um assunto que ganha tanto destaque nos dias de hoje, 
principalmente agora, em que os meios de comunicação são exagerados e a 
exposição excessiva de certas pessoas cria fontes inesgotáveis de lucro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 CAPÍTULO I – OS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Para satisfazer as suas necessidades nas relações sociais, a pessoa 
adquire direitos e assume obrigações, sendo, portanto, sujeito ativo e passivo 
das relações jurídicas econômicas. A personalidade consiste em um conjunto de 
qualidades inerentes à condição humana, como vida, honra, intimidade, 
liberdade, privacidade, etc. Os direitos da personalidade são inatos porque 
nascem da própria pessoa. 
O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, bem como o 
desenvolvimento das ferramentas de comunicação, trouxeram consigo violações 
físicas, morais ou espirituais dos direitos da personalidade, que exigem 
mecanismos de proteção adequados destinados a proteger a dignidade humana 
contra a lei (FARIAS, 2016). 
Assim, a primeira conclusão que se pode tirar é que o princípio que inspira 
os direitos da personalidade é o princípio último da dignidade humana. Afirmando 
a dignidade humana como fundamento de uma república, a Constituição Federal 
elege o ser humano como cerne da proteção do ordenamento jurídico. A 
dignidade humana não depende de conquistas pessoais ou sociais, porque 
pertence à vida. Em outras palavras, a pessoa é o valor mais elevado ao qual 
todos os outros valores devem estar subordinados. 
Segundo Traballi (2016, p. 22), a proteção jurídica dos direitos da 
personalidade é de natureza constitucional, civil e penal e baseia-se no princípio 
básico expresso no art. 1º, III da Constituição Federal: o princípio da dignidade 
da pessoa humana, que significa que a pessoa é base e fim da sociedade, do 
Estado e da lei e os precede como tais. 
Gomes (2019, p.65), ensina-nos que “os direitos da personalidade 
incluem aqueles direitos que são considerados essenciais para a pessoa e que 
a doutrina moderna protege e disciplina para proteger a sua dignidade humana. 
Os direitos da personalidade são uma construção teórica recente e a 
doutrina não é uniforme quanto à sua existência, conceito, natureza e área de 
ocorrência. A razão para isto é a necessidade de uma estrutura normativa para 
regular o reconhecimento e a proteção jurídica dada ao indivíduo pela lei e pela 
política. 
16 
 
Estes direitos são de fato inatos porque nascem com a própria pessoa, 
com as qualidades inerentes ao estado da personalidade humana, como a vida, 
a intimidade, a honra, a privacidade, etc. Na verdade, os direitos de 
personalidade são direitos subjetivos de exigir comportamento negativo de 
outros, a fim de proteger um bem inerente, utilizando medidas legais para o fazer. 
Por fim, deve-se ressaltar que no Brasil a inviolabilidade dos direitos da 
personalidade foi garantida primeiramente pela Constituição Federal de 1988, 
seguida anos depois pelo Código Civil de 2002. 
 
2.1 Conceito de direitos da personalidade 
 
Amaral (2018, p. 283), define os direitos da personalidade como direitos 
subjetivos, que têm por objeto os benefícios e valores que são importantes para 
uma pessoa física, moral e intelectualmente. Como direitos subjetivos, conferem 
ao seu titular o direito de agir em prol da proteção de qualidades ou valores 
essenciais da personalidade, que incluem, fisicamente, o direito à vida e ao seu 
corpo; no sentido intelectual, o direito à liberdade de pensamento, aos direitos 
autorais e aos direitos de inventor; e moralmente o direito à liberdade, honra, 
modéstia, privacidade, imagem, identidade e também o direito de exigir respeito 
por esses direitos de terceiros. 
Com a precisão de sempre Maria Helena Diniz conceitua os direitos da 
personalidade: 
“Direitos da personalidade, são direitos subjetivos da pessoa de 
defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física 
(vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto); a sua integridade 
intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística 
e literária) e a sua integridade moral (honra, recato, segredo 
pessoal, profissional e doméstico, imagem identidade pessoal, 
familiar e social) (2004, p.138). 
 
O igualmente famoso Rui Stoco (2014, p. 1613), apresenta o conceito de 
direitos pessoais do ponto de vista destes conceituados juristas, referindo-se aos 
autores que investigam o tema, tendo em conta as suas especificidades na 
definição do referido instituto. 
Combase nos conceitos acima mencionados, pode-se afirmar mais 
facilmente que os direitos da personalidade correspondem ao direito de uma 
17 
 
pessoa proteger os seus, os quais estão relacionados com os bens mais 
importantes para a sua existência, ou seja, são aqueles que se relacionam com 
a sua própria humanidade, cabendo ao sistema jurídico criar os meios 
necessários para garantir esses direitos. 
 
2.2 Natureza jurídica e perfil histórico dos direitos da Personalidade 
 
 
Segundo Amaral (2018), “os direitos da personalidade são considerados 
um direito subjetivo, que tem como propriedade nativa e originária o objeto do 
titular, que é a sua própria pessoa, cujas propriedades essenciais e constitutivas 
pertencem à sua integridade física, integridade moral e intelectual. A natureza 
do seu objeto, ou seja, a sua importância, torna-se uma proteção jurídica 
"confirmada" do que a maioria dos outros direitos subjetivos, porque é dividido 
em esferas constitucionais, civis e criminais. 
Como ensina Maria Helena Diniz, “o reconhecimento dos direitos da 
personalidade como categoria de direitos subjetivos é relativamente recente, 
mas a sua proteção jurídica já existia na antiguidade, e os insultos físicos e 
morais contra a pessoa eram punidos em Roma pela Actio injuriarum ou 
kakegorias oja. Na Grécia, o reconhecimento destes direitos surgiu porque o 
parâmetro era a ideia de fraternidade universal. Na Idade Média, entendia-se, 
ainda que implicitamente, que o homem representava o fim da lei, pois a Carta 
Magna (século XIII) passou a garantir os direitos humanos na Inglaterra. Mas foi 
a Declaração dos Direitos de 1789 que aumentou a proteção dos direitos 
individuais e a valorização da personalidade humana e das liberdades civis. Após 
a Segunda Guerra Mundial, após os ataques à dignidade humana por parte dos 
governos totalitários, o mundo jurídico tomou consciência da importância dos 
direitos individuais, assegurando-os na Assembleia Geral das Nações Unidas 
em 1948, na Convenção Europeia em 1950 e nas Nações Unidas. 
Apesar disso, o progresso no domínio do direito privado foi muito lento, 
mesmo considerando a Constituição. O Código Civil Francês de 1804 protegeu-
os com golpes rápidos sem defini-los. O Código Civil Português de 1866 e o 
Código Civil Italiano de 1865 não os abrangem no Código Civil de 1942. 5 a 10; 
atual direito civil português no domínio do art. 70 a 81 e o novo Código Civil 
18 
 
Brasileiro, art. 11 a 21. Essa disciplina é regulamentada no Brasil pelas leis de 
luxo e pela Constituição Federal de 1988, que as tratou mais no art. 5º em várias 
partes e dando-lhes inc. XLI, proteção geral, desde que a lei puna qualquer 
discriminação que viole direitos e liberdades fundamentais. (NETTO, 2014). 
Somente no final do século XX a dogmática dos direitos da personalidade 
pôde ser estabelecida, considerando a dimensão alterada do conceito de 
respeito à dignidade humana escrito no art. 1º, III, CF/88. A importância e 
prioridade desses direitos no direito mais amplo é tão grande que sua violação é 
fator caracterizador de dano moral e patrimonial indenizável, o que provoca uma 
revolução na proteção jurídica por meio do desenvolvimento de medidas de 
responsabilidade civil e criminal; mandado de segurança; prescrição; de habeas 
corpus; habeas registros, etc. Com isso reconhece a dupla dimensão dos direitos 
da personalidade: a axiológica, através da qual se concretizam os valores 
básicos considerados por uma pessoa individual ou socialmente, e a objetiva, 
através da qual consistem em direitos garantidos legal e constitucionalmente, 
limitando as atividades das pessoas. os três poderes que devem protegê-los 
contra todos os abusos, resolvendo problemas importantes que possam surgir 
em conexão com o desenvolvimento da tecnologia, como a reconciliação da 
liberdade individual e da liberdade social (BATISTA, 2016). 
Stoco (2014), concorda com a corrente doutrinária que sustenta a 
afirmação de que os direitos da personalidade são direitos naturais que 
precedem a criação de uma ordem jurídica porque nascem com uma pessoa, 
precedendo e transcendendo assim a ordem positiva porque só existem pela 
condição. 
 
2.3 Características dos direitos da personalidade 
 
A partir do princípio de que os direitos da personalidade são subjetivos, 
identificam-se as suas principais características: inatos, essenciais e vitalícios, 
não paternos, incondicionais, inutilizáveis, irrevogáveis e intransferíveis, 
irrevogáveis, inalienáveis, não reabastecíeis, perdíveis e irrevogáveis, aptidão, 
observe que usabilidade e irreversibilidade não são absolutas. Por fim, antes de 
analisarmos cada um individualmente, deve-se enfatizar que os direitos da 
19 
 
personalidade são censuráveis erga omnes, porque são intangíveis e sujeitos à 
possibilidade de perda ou aquisição ao longo do tempo, e implicam sempre uma 
obrigação de respeito (SILVA, 2021). 
Apesar da representação de todos esses personagens, existe arte. O 
artigo 11 do Código Civil reconhece explicitamente apenas dois deles, que 
estabelecem: “Os direitos pessoais não são transferíveis ou cedíveis, exceto nos 
casos previstos em lei, e seu exercício não pode ser limitado voluntariamente. 
São absolutos porque são questionáveis erga omnes, isto é, contêm um 
dever geral de abstinência, mas, no entanto, concedem direitos relativos de 
personalidade, tais como direitos subjetivos públicos, que permitem ao Estado 
exigir determinadas ações. , como acontece por exemplo na Lei da Saúde, 
Trabalho, Educação e Cultura, Segurança e Ambiente segundo Francisco 
Amaral (2018). 
São extrapatrimoniais por serem insuscetíveis de aferição econômica, 
tanto que, a responsabilidade civil pela sua lesão se dar pelo equivalente, salvo 
os direitos de autor e de propriedade industrial, que têm regime próprio. 
São intransmissíveis, visto não poderem ser transferidos à esfera jurídica 
de outrem. Nasce e se extingue com o seu titular, por serem inseparáveis. 
Em regra, são indisponíveis e não podem ser desposto, sendo de salientar 
que esta indisponibilidade não é absoluta, porque a sua disponibilidade é aceite 
em benefício da sociedade; sobre a transferência de direitos de imagem para 
fins publicitários, etc. 
 
2.4 Objeto e titularidade dos direitos da personalidade 
 
O objeto dos direitos da personalidade é o interesse jurídico da 
personalidade como um todo física, moral e intelectualmente unificado, dinâmico 
e em desenvolvimento dos valores e valores importantes de uma pessoa, 
conforme sugere Amaral (2018, p. 286) 
Na verdade, o autor citado afirma que “esses valores são a vida humana, 
o corpo humano como um todo e suas partes individuais e separadas; honra, 
liberdade, modéstia, imagem, nome; liberdade de pensamento, direitos autorais 
e direitos de inventor, isto é, esse complexo de natureza física, psicológica e 
20 
 
moral é unificado e justifica um direito universal à personalidade baseado no 
princípio básico da dignidade humana, que é a base legítima dos direitos 
especiais da personalidade. Portanto, temos um direito universal à 
personalidade, que a considera objeto de proteção jurídica universal e protege a 
integridade física, moral e espiritual da pessoa, e temos privilégios especiais 
correspondentes a esses aspectos parciais da personalidade (RAMOS, 2016) 
Apesar da teoria dos direitos pessoais, que se refere à pessoa física, 
também se admite que as pessoas jurídicas possuam os mesmos direitos, 
especialmente direitos de nome, marca, insígnia e honra, sigilo de 
correspondência, imunidade de sede, etc. desde o seu registro até à sua baixa 
nos arquivos do notário competente e tem consequências subsequentes, 
incluindo a honra e a boa reputação. 
Assim, pondera, Amaral (2018, p.288), quanto a titularidade dos direitos 
da personalidade por parte das pessoas jurídicas: 
 
“De modo sintético. Pode-se reconhecerque as pessoas 
jurídicas são suscetíveis de titularidade de direitos da 
personalidade que não sejam inerentes à pessoa humana, como 
o direito à vida, à integridade física e ao seu corpo, podendo sê-
lo no caso, por exemplo, do direito ao nome e à identidade 
(sinais distintivos), inviolabilidade da sede e segredo de 
correspondência (CC, art. 52). 
 
Posição divergente, pontifica Gustavo Tepedino (2019, p.57), ao abordar 
o tema: 
“A fundamentação constitucional dos direitos da personalidade 
e a elevação da pessoa humana ao valor máximo do 
ordenamento não deixam dúvidas sobre a preponderância do 
interesse que a ela se refere, interesse este presente na pessoa 
jurídica apenas de forma indireta. Uma extensão apriorística dos 
direitos da personalidade às pessoas jurídicas, o que 
infelizmente pode ser o resultado do artigo 52, passaria ao largo 
de qualquer consideração a este respeito, podendo chegar a 
comprometer a tábua axiológica constitucional. A proteção dos 
interesses da pessoa jurídica através de direitos da 
personalidade, portanto, e algo que não se adapta à trajetória e 
à função dos direitos da personalidade no ordenamento jurídico, 
e a tutela dos interesses da pessoa jurídica que apresentem 
semelhança com os direitos da personalidade deve ser cogitada 
suplementariamente e nas ocasiões em que não conflitem com 
direitos da personalidade, estes exclusivos da pessoa humana 
 
Quanto aos sujeitos titulares de direitos pessoais, são todos seres 
21 
 
humanos no ciclo vital de sua existência desde a concepção, seja ela natural ou 
assistida, em razão da garantia constitucional do direito à vida. 
 
2.5 A tutela jurídica dos direitos da personalidade 
 
A proteção jurídica dos direitos da personalidade deve ser analisada em 
dois níveis distintos: o primeiro, constitucional, que une os princípios que 
organizam e disciplinam a ordem social; a segunda, ao nível da legislação 
inconstitucional que desenvolve e regula esses princípios. 
Em matéria constitucional, o art. O artigo 1º da Constituição Federal 
estabelece a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental e eleva 
as situações jurídicas relacionadas à identidade ao valor máximo do 
ordenamento jurídico. Hoje, porém, a questão deve ser considerada do ponto de 
vista civil-constitucional, porque a forma normativa da matéria está na 
Constituição da União (COSTA, 2017). 
Em relação à legislação que contradiz a Constituição, o Código Civil 
dedicou um capítulo aos direitos pessoais (Parte Geral I, Capítulo II, artigos 11.º 
a 21.º). Também podemos encontrar disposições relevantes em diversas leis 
distintas, como os regulamentos sobre crianças e jovens (Lei 8 069/90), a lei dos 
direitos de autor (Lei 9 610/98), os direitos que acompanham os direitos 
industriais (Lei 9 279/96), na lei que regulamenta o transplante de órgãos (lei 
9.434/97), na lei de imprensa (lei 5.250/67), (BRASIL, 1998) 
É pertinente observar que a inclusão da disciplina no Código Civil não teve 
a intenção de ser exaustiva, mas sim de evidenciar seus princípios básicos. 
Assim o legislador dividiu os 11 artigos do Código Civil sobre os direitos das 
pessoas físicas: art. 11 define as principais características dos direitos pessoais; 
no art. 12, trata da proteção desses direitos, que deve ser abrangente e garantir 
sua proteção em todas as situações; em arte. 13 a 15, regulamenta as regras do 
direito físico (integridade psicofísica); em arte. 16 a 19 regras especiais sobre 
nome, identidade pessoal, familiar e social; no art. 20, trata especificamente do 
direito à própria imagem, da liberdade de pensamento e dos direitos autorais e 
dos direitos de inventor, por fim, da propriedade da arte. 21, o direito à 
privacidade, ou seja, o direito à integridade moral, como o direito à modéstia e à 
22 
 
proteção da vida privada (PAIVA, 2016). 
No que diz respeito à proteção dos direitos da personalidade, o titular do 
direito pode recorrer a medidas judiciais e extrajudiciais em processos cíveis, de 
natureza preventiva e compensatória. O objetivo da prevenção é impedir 
atividades prejudiciais, confiscar materiais usados nessas atividades, etc. Pela 
sua natureza, a finalidade das ações ilícitas é a obtenção de indenização ou 
indenização por danos causados por terceiros. 
Dentre as medidas legais preventivas, citamos a proteção preventiva 
(CPC, arts. 273 e 461, § 3) e o art. 813 a 889 mesmo código. A proteção 
preventiva abre a possibilidade de procedimentos que possam proteger de forma 
adequada e eficaz os direitos, especialmente os direitos não proprietários, que 
também incluem os direitos pessoais (MARTIN; NUNES; SANTOS, 2019) 
Um juiz também pode usar precauções não especificadas (artigo 798 do 
CPC) se nenhuma medida preventiva for prescrita. Além das medidas legais 
citadas acima, possuímos proteção indenizatória de acordo com os direitos 
pessoais, especialmente na reparação de danos materiais e externos causados 
pela conduta ilícita do criminoso com base em seu art. Artigos 186, 187 e 927 do 
Código Civil (PAIVA, 2016) 
É importante lembrar que o Supremo Tribunal Federal - STJ tem 
entendimento pacífico sobre a questão no sentido de que a comprovação da 
existência de dano causado por violação de direitos pessoais é imprescindível, 
pois se presume que ele decorre de mera violação da propriedade legal 
protegida (CASSOL, 2015). 
Assim, já no domínio da responsabilidade civil, a tutela compensatória tem 
por finalidade indenizar a vítima cujos direitos pessoais foram violados, e é 
concretizada através da reparação de danos morais. 
Além disso, devido à hereditariedade, o pedido de indenização pode ser 
transferido para os herdeiros da vítima desde que o dano tenha ocorrido durante 
a vida da vítima, nos termos do artigo 943, Código Civil. Contudo, devido à forte 
evolução doutrinária e jurisprudencial, os herdeiros podem exigir por conta 
própria a indenização adequada nos termos do parágrafo único do artigo 12 do 
Código Civil, se a memória do falecido suscitar indignação (MACHADO, 2021). 
Por fim, quanto à indenização, sem parâmetros legais, art. 944 do Código 
23 
 
Civil, a indenização é medida de acordo com o valor do dano. Na prática, 
procuramos levar em consideração a capacidade financeira da vítima, a 
intensidade do dano e o comportamento do culpado, formando a indenização por 
danos morais para ressarcir o dano e incentivar a vítima. 
No Código Penal, a seguinte tutela jurídica: a condenação do homicídio 
(art. 121), a provocação ou auxílio ao suicídio (art. 122), o infanticídio (art. 123), 
o aborto (art. 124), os crimes de perigo para a vida e a saúde (arts. 130 a 136), 
o crime de lesão corporal (art. 129), os crimes contra a honra (art. 138), a 
difamação (art. 139), a injúria (art. 146), o sequestro e o cárcere privado (art. 
142), a inviolabilidade do domicílio (art. 150), os crimes contra a inviolabilidade 
de correspondência (arts. 151 e 152) e dos segredos (arts. 153 e 154). 
(ZAGATTI, et al, 2016) 
O sistema jurídico proporciona ao titular de direitos subjetivos diversos 
meios para preservá-los ou protegê-los. Tais medidas são classificadas como 
preventivas e repressivas no conteúdo e legais e extralegais na implementação. 
As iniciativas não judiciais ou privadas incluem ação direta, autodefesa e 
execução. 
 
2.6. Classificação dos direitos da personalidade 
 
Ao classificar os direitos da personalidade, deve-se considerar os seus 
principais aspectos protegidos pelo ordenamento jurídico, a saber: o lado físico, 
mental e moral. 
França (2015), apresentou, cientificamente, a estrutura da especificação 
e classificação dos direitos da personalidade, assim formulada: 1) a integridade 
física: a vida, os alimentos, o próprio corpo vivo ou morto, o corpo alheio vivo ou 
morto, as partes separadas do corpo vivo ou morto (CF, art. 199, § 4º; Lei 
9.434/97 e Dec. N. 2.268/97, que a regulamenta; CC, arts. 13,14 e 15, Portaria 
n. 1.376/93 do Ministério da Saúde); 2) a integridade intelectual: a liberdade de 
pensamento (RT, 210:411, 401:409), a autoria científica, artística e literária; 3) a 
integridade moral: a liberdade civil, política e religiosa, a honra (RF, 63:174, 
67:217, 85:483), a honorificência, o recato, o segredo pessoal, doméstico e 
profissional (RT, 330:809, 339:518, 521:513, 523:438, 567:305; CC, art. 21), a 
24 
 
imagem (RT, 570:177, 576:249, 600:69, 623:61; CC, art. 20) e a identidade 
pessoal (CC, arts. 16, 17, 18 e 19), familiar e social. 
Francisco Amaral (2018), também apresenta uma classificação idêntica 
dos direitos pessoais e especifica as suas três dimensões: o direito à integridade 
física, o direito à integridade moral e o direito à integridade mental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
3 CAPÍTULO II – O DIREITO À IMAGEM 
 
3.1 Conceito de direito à imagem 
 
O Artigo 20 e um pequeno parágrafo da Lei dos Direitos Humanos que 
protege especificamente o direito à fotografia e direitos conexos, estabelecendo 
o seguinte: a transmissão, publicação, exibição, uso ou imagens pessoais 
podem ser bloqueadas, a pedido da pessoa, sem prejuízo da indemnização que 
lhe corresponde, se afetar a honra, o bom nome, a respeitabilidade, ou se forem 
para fins comerciais. 
A Carta Magna, por sua vez, assegura que a inviabilidade da imagem no 
seu art. 5º, incisos X e XXVIII, alínea a, como direito autoral desde que unida à 
criação intelectivo de obra fotográfica, cinematográfica, publicitária, e demais 
meios de representação (AZEVEDO, 2018). 
Como nos ensina Diniz (2004), o direito à fotografia significa que ninguém 
pode ver a sua imagem exposta em público ou comercialmente sem o seu 
consentimento, podendo mudar o rosto ou a opinião da pessoa, protegendo 
assim. o nome Os direitos incluem: sua aparência pessoal; uso ou distribuição 
de imagens; fotografias do próprio artigo e imagens do artigo ou publicação; 
Obtenha fotos ou obtenha permissão para tirar fotos por meios técnicos. 
Resumindo as ideias e ensinamentos de Moraes (2014), um dos 
legisladores que mais desenvolveu o conceito do direito à leitura no Brasil, Rui 
Stoco (2014), considera as imagens como uma expressão formal e sensível do 
povo. 
Quanto à imagem, Carlos Alberto Bittar assegura que os direitos humanos 
sobre a sua imagem plástica e suas partes específicas (olhos, rosto, retrato, 
peito, etc.) a tornam pessoal na sociedade. Afecta, portanto, a aparência física 
de uma pessoa. Este direito é um conjunto de características que caracterizam 
uma pessoa num ambiente social. Ou seja, é um vínculo que faz a pessoa ficar 
sozinha e a liga ao todo ou a partes importantes, como boca, olhos, pés e 
aparência externa (NERY, 2019). 
Com base na definição geral de caráter segundo os ensinamentos do 
Estado, podemos pensar o caráter como um conjunto de atributos de uma 
pessoa, que é muito individual, devido à expressão da pessoa, que é única na 
26 
 
sociedade. 
 
3.2 Titularidade do direito à imagem 
 
Para Amaral (2018), são sujeitos de direitos humanos todos aqueles que 
vivenciaram o ciclo da vida, ou seja, desde a concepção, seja ela natural ou 
assistida (fertilização in vitro), passando pela autorização da lei do direito à vida. 
A natureza da pessoa extingue-se no momento da morte e não impede o 
conhecimento da natureza da pessoa após a morte, assim como o direito ao 
corpo, o direito à leitura, o direito à autoria moral e o direito à moralidade. o direito 
à fama. Neste caso, o herdeiro estará protegido contra terceiros. 
O personagem fictício do advogado não possui forma e apenas símbolos. 
Contudo, reconhece-se que as pessoas jurídicas possuem direitos morais, 
especialmente no que diz respeito aos direitos aos nomes, sinais, símbolos e 
nomes previstos no art. Artigo 52º do Código Civil. 
A importância dos direitos fotográficos para as pessoas não está em 
dúvida. Porque é direito da pessoa mostrar seus traços e características físicas 
perante a sociedade, para que seja única na sociedade. 
Os direitos morais são direitos que devem estar no domínio dos seus 
proprietários, mas as imagens são inalienáveis e não herdáveis. Portanto, os 
direitos do titular são irrevogáveis, intransferíveis, inextinguíveis e imprescritível 
(CARVALHO, 2014). 
Como a aparência é composta por atributos físicos e humanos, o direito à 
aparência não é adquirido, mas surge com a pessoa. Portanto, não é possível 
conseguir outra forma durante a vida de uma pessoa, o melhor é alterá-la através 
da cirurgia plástica, para mudar a forma atual, reforçando assim a sua 
incompetência e corrupção. 
Caso a Imagem seja propriedade legítima, o Titular poderá realizar o 
tratamento que julgar necessário, exceto a exclusão da Imagem. 
Consequentemente, os seus direitos não podem ser cedidos ou transferidos, 
mas o exercício de certos direitos relacionados com eles pode ser concedido a 
terceiros (DUARTE, 2016). 
O direito à justiça é um direito que deve estar no domínio do titular, e as 
27 
 
relações a ela relacionadas atingem o seu potencial. Em geral, respeitam algo 
pela simplicidade e verdade do seu estatuto de indivíduo dado desde o 
nascimento, permanecendo todos independentes e sem direitos legais ao longo 
da vida, mesmo que isso não funcione. 
O ordenamento jurídico confere ao sujeito o direito exclusivo de forçar a 
remoção de suas imagens. Mas a arte. O artigo 20 do Código Civil estabelece 
que, em caso de morte ou desaparecimento de pessoa, o direito de requerer tal 
proteção, inclusive os honorários necessários, é do cônjuge ou descendentes ou 
descendentes (GOMES, 2019). 
Na verdade, dependendo da popularidade do governante, ele pode criar 
e exibir efeitos jurídicos mesmo após sua morte, influenciando seus sucessores. 
Isso é muito comum com celebridades falecidas, cujas fotos continuam sendo 
divulgadas por diversos meios de comunicação. previsões Portanto, os 
resultados econômicos derivados do uso desta forma são incluídos na 
propriedade dos descendentes, conferindo-lhes direitos exclusivos de uso 
comercial. 
 
3.3 Autonomia do direito à imagem 
 
Agora não há lugar para falar do direito exclusivo ao cinema em oposição 
a outros direitos como o direito à comunicação, o direito à privacidade e o direito 
ao elogio. Através do processo judicial, os legisladores tiveram o cuidado de 
incapacitar as posições da oposição, protegendo-as individualmente e 
conferindo-lhes poderes especiais. 
Nesse sentido a imagem apresenta-se como um direito independente e 
independência de duas outras direções da personalidade. Assim, o direito à 
imagem não tem de estar relacionado com proximidade, identidade, honra, etc., 
embora estes possam em certos casos ser com os quais a imagem tenha relativa 
afinidade (FILHO, 2020). 
Vale saber que o direito à privacidade ou à intimidade é um dos princípios 
fundamentais do direito da imagem e, na maioria das vezes, ambos são violados 
ao mesmo tempo. Assim, uma pessoa tem o direito de não violar momentos de 
intimidade/privacidade. Quando ocorre tal violação, existem vários tipos de 
28 
 
lesões: a violação de direitos autorais de uma imagem ocorre simplesmente 
quando a imagem é armazenada de forma inadequada, ou seja, sem a 
autorização de seu proprietário; e o direito à privacidade é, por sua vez, violado 
ao revelar factos que deveriam permanecer fora do domínio público. 
Não é muito frequente que a imagem e a honra, embora não devam ser 
confundidas, possam ser combinadas com a propagação da imagem. Por 
exemplo, uma imagem é violada simplesmente porque o proprietário não tem 
permissão para distribuí-la, enquanto a honra só existe se a reprodução da 
imagem prejudicar a reputação do proprietário no meio social a que pertence. 
Portanto, nesse caso, seria um dano simultâneo à reputação e à honra 
(GONÇALVES,2015). 
Portanto, uma imagem é uma propriedade jurídica independente que 
surge quando a aparência física é apresentada sem a autorização de seu titular, 
independentemente de causar algum dano. 
Além disso, a Constituição Federal de 1988 elevou o direito à imagem 
como um direito independente e deu-lhe proteção expressa, independentemente 
de qualquer outro direito ter sido violado (GUERRA, 2014). 
 
3.4 Características do direito à imagem 
 
Conforme explicado anteriormente, no conceito de direito da 
personalidade, imagem é entendida como uma representação que identifica e 
individualiza uma pessoa perante a sociedade. Deve-se notar que a forma 
unificada do corpo individual não é apenas o indivíduo, mas todo membro que 
possa identificá-lo no coletivo. 
O conceito de imagem vai além do visual, pois considera também a 
imagem sonora e os gestos da fonografia e das transmissões radiofônicas, 
expressões dinâmicas da personalidade. Assim, as características associadas a 
um direito de imagem como espécie de direito de personalidade são: o seu 
caráter absoluto, disponível, não patrimonial, intransmissível e irrevogável 
(LÔBO, 2015). 
O direito à imagem é absoluto no sentido de que deve ser combatido erga 
omnes, irritando a todos. Manifesta-se na esfera moral e hereditária; no primeiro 
29 
 
caso, dá origem a uma ação judicial, segundo a qual o titular tem o direito de se 
opor à publicação da sua imagem e à possibilidade de utilização financeira da 
sua imagem no domínio da herança, ainda que estejam estabelecidos limites. é 
respeitado pela lei e se a sua violação conduz a compensação financeira. 
Contudo, cabe ressaltar que apesar da possibilidade de compensação financeira 
com consequências hereditárias, prevalece o caráter extrapatrimonial, uma vez 
que não pode ser mensurado em dinheiro. 
Não se esqueça que existem regulamentações em relação à imagem, por 
isso ela está disponível desde que respeitada sua integridade, pois 
a imagem não pode ser tirada pelo seu dono. Assim, embora contenha todas as 
propriedades comuns aos direitos pessoais, a imagem destaca-se pela sua 
disponibilidade (MORAIS, 2014). 
Citando Sergio Cavalieri Filho (2010, p. 34): “A inalienabilidade dos 
direitos da personalidade provém da natureza do objeto, que deve ser 
identificada em relação ao bem superior da pessoa, que se pode dizer de 
natureza orgânica. o objeto é inseparável do sujeito original: vida, integridade 
corporal, liberdade, honra”. 
Os direitos pessoais são, portanto, direitos que devem permanecer no 
âmbito do próprio titular, e o vínculo que os liga a ele atinge força máxima. Na 
maioria dos casos, respeitam o sujeito pelo simples e único facto de se tratar de 
uma personalidade adquirida à nascença, sendo todas suas ao longo da vida, 
mesmo contra a sua vontade, o que não produz efeitos jurídicos. 
A imagem, como os demais direitos pessoais, não é transferível, pois a 
sua transmissão é física e juridicamente impossível após o acontecimento que 
provocou a sua extinção, a morte do titular. No entanto, é importante sublinhar a 
transmissão dos efeitos hereditários e morais da imagem, muito comum na 
imagem de pessoas muito famosas e que, mesmo após a morte, continuam a 
explorar financeiramente a imagem. os recursos mais versáteis: filmes, fotos, 
livros, biografias (NADER, 2010). 
Nesse sentido, se pronunciou o Superior tribunal de Justiça, por sua 
quarta Turma, no RESp 521.697/RJ, da relatoria do Ministro César Asfor Rocha: 
“Civil. Danos Morais e Materiais. Direito à imagem e à honra de 
pais falecidos. Os direitos da personalidade, de que o direito à 
imagem é um deles, guardam como principal característica a sua 
30 
 
intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer 
proteção, a imagem e a honra de quem falece, como se fosse 
coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente 
lembradas nas memórias, como bens imortais que se prolongam 
para muito além da vida, estando até acima desta, como 
sentenciou Ariosto. Portanto, os filhos não podem ser privados 
do direito de proteger a imagem e a honra do pai falecido, porque 
geralmente são os que mais ficam manchados pela exaltação 
feita à sua memória, porque são os mais deprimidos e 
desencorajados de qualquer agressão que possa prejudicá-los. 
Além disso, a imagem de uma pessoa famosa também reflete os 
efeitos econômicos após sua morte, o que significa que seu 
herdeiro passa a ter o direito de exigir indenização judicial, seja 
ela por dano moral ou material.” 
 
Por fim, o direito civil, seguindo a doutrina e a jurisprudência, legitima 
claramente o seu art. 20, ponto único, o cônjuge, parentes ascendentes ou 
descendentes assumem a proteção da imagem do falecido ou ausente. 
3.5 limitações do direito à imagem 
 
Embora o direito à imagem seja integralmente protegido pela Constituição 
Federal, está sujeito a certas limitações no interesse do bem-estar geral. Como 
todos os direitos, o direito de imagem é limitado sem entrar em conflito com 
outros direitos, como a prioridade do interesse público sobre a privacidade, o 
direito à informação e a liberdade de expressão. 
Como bem destaca o mestre Rodrigues (2013), o artigo 20 do Código 
Civil, que trata do assunto, contém duas ressalvas ao direito de imagem: a 
primeira, que permite a utilização da imagem caso seja necessária para 
assegurar a administração da justiça ou da ordem pública; a segunda limita a 
proibição aos casos em que a transmissão da imagem prejudique a honra, o bom 
nome ou o respeito de uma pessoa ou se destine a fins comerciais. 
O interesse público é protegido pela liberdade de informação protegida no 
art. 5. inciso XIV e art. 220 e § 1º desta Constituição Federal Assim, a figura 
pública não pode impedir a livre distribuição de sua imagem no exercício de suas 
funções. A ligação entre os direitos de imagem e a proteção da privacidade é 
perceptível, e qualquer pessoa que participa num evento público abdica da sua 
privacidade (NERY, 2019). 
No entanto, existem certas limitações sob as quais a utilização de uma 
imagem, mesmo contra a vontade do seu proprietário, é considerada legal, tais 
31 
 
como, no interesse da justiça e da ordem pública, a presença do proprietário num 
evento público ou parte da imagem. multidão e também pessoas famosas 
Quem recebe interesse público em razão de sua reputação ou importância 
espiritual, moral, artística ou política não pode alegar que seu direito de imagem 
foi violado se sua distribuição estiver relacionada à ciência, às letras, à moral, à 
arte e à política, ressaltando que sua imagem deve ser vinculado à sua atividade 
ou direito de acesso às informações e sempre proteja sua privacidade (SILVA, 
2014). 
A questão prática é saber quando existe o direito à informação e quando 
o direito à imagem é violado. Sergio Cavaliere Filho entende que quando a 
imagem de uma pessoa é agregada a um contexto amplo e geral para que fique 
claramente visível na composição gráfica, seu objetivo principal não é a 
exploração financeira ou a identificação, mas sim o relato de um caso específico, 
não há necessidade de considerar violação de direitos autorais de imagem. 
O Animus Narrandi não conduz à condenação de um empreendimento 
jornalístico, a menos que contenha um relato tendencioso dos fatos ou revele má 
intenção de prejudicar a honra de outrem. Uma reportagem factual que não 
ultrapasse os limites que lhe são fixados não acarreta responsabilidade para o 
jornal noticiante. É importante saber se existe uma correspondência correta entre 
o material jornalístico e os fatos descritos (STOCO, 2014). 
A prática jurídica também tende a excluir a responsabilidade pela 
indenização civil se a reprodução da imagem de uma pessoa estiver incluída em 
trabalho pedagógico ou para fins educativos, científicos ou religiosos, ou seja, 
de natureza culturalmente partilhada e apenas para os alunos do complexo 
escolar.Em suma, se a imagem for tirada no contexto de um ambiente aberto ao 
público, de modo que a imagem se conecte a uma cena (espaços públicos, 
performances artísticas/desportivas) ou evento (manifestações públicas, 
acidentes), não ocorrerão lesões. No entanto, se o contrário for provado, ou seja, 
se o uso da imagem de uma pessoa potencialmente gerar um dividendo 
financeiro, ou seja, figura pública/celebridade, que resultará em indenização 
(TEPEDINO, 2013). 
32 
 
Na prática, as chamadas pessoas públicas, como os artistas e os que 
ocupam cargos públicos de alto poder, têm os seus direitos de imagem um pouco 
enfraquecidos em comparação com outras pessoas sem apelo popular, muitas 
vezes referidas como meros mortais. É quase como uma presunção de 
consentimento para usar as imagens dessas pessoas, aparentemente para 
proteger a sua privacidade. 
Como vimos, a limitação dos direitos de imagem fixada para figuras 
públicas aplica-se apenas aos casos de interesse informativo e relacionados 
com a sua vida pública, sem violar a sua privacidade ou fins comerciais, em que 
o consentimento da pessoa retratada é necessário para a execução legal. 
transmissão de imagens (DUARTE, 2016). 
O interesse de política pública também representa uma limitação ao uso 
da imagem no caso de interesse público, sacrificando até certo ponto o interesse 
privado. Portanto, para garantir a segurança pública, que exige a divulgação de 
imagem de pessoa procurada pela polícia ou a manipulação de arquivos 
fotográficos policiais para identificação do criminoso, não é necessária a 
autorização do fotografado. 
 
3.6 Tutela do direito à imagem 
 
O direito à imagem recebeu proteção legal e processual em nosso 
ordenamento jurídico. Do ponto de vista legislativo, a imagem foi incluída 
explicitamente na constituição federal e na legislação extraconstitucional. Em 
termos de proteção jurídica, o nosso sistema jurídico proporciona um mecanismo 
de defesa contra violações dos direitos de imagem. 
O legislador da Constituição garantiu explicitamente a proteção dos 
direitos de imagem pela legislação no art. 5º, V, inviolabilidade da proximidade, 
da vida privada, da honra e da imagem humana, assegurado o direito à 
indenização pelos danos materiais ou morais causados por essa violação; 
protege a participação individual em obras coletivas e a reprodução da imagem 
e da voz de uma pessoa, inclusive em atividades esportivas; respectivamente 
(GOMES, 2019) 
33 
 
Na esfera constitucional, os direitos de imagem baseiam-se em diversos 
documentos legais. Aparece no art. O artigo 20.º do Código Civil estabelece: Na 
falta de autorização ou se for necessário para assegurar a administração da 
justiça ou da ordem pública, a transmissão de escritos, a transmissão de 
palavras ou a publicação, apresentação ou utilização da imagem de uma pessoa 
podem ser proibido a seu pedido e sem limitação da indenização aplicável, se 
prejudicarem a sua honra, boa reputação ou respeito ou se se destinarem a fins 
comerciais. 
O legislador também tratou da proteção da imagem de crianças e jovens 
na arte, Lei 8.069/90, alterada pela Lei 10.764/2003 (Condição de crianças e 
jovens). artigo 240, 241, 247, § 1 e 2, criminalizam o uso de imagens 
pornográficas de crianças e jovens (FILHO, 2010). 
 
3.7 Dano à imagem 
 
É indiscutível que está prevista uma indenização pela mera violação dos 
direitos de imagem, independentemente da violação de qualquer outro direito 
pessoal. Portanto, somente o proprietário poderá dar permissão para cópia da 
imagem, exceto nos casos descritos no art. De acordo com o § 20 do Código 
Civil (se for autorizado ou necessário para assegurar a administração da justiça 
ou da ordem pública), independentemente da violação dos bons costumes ou da 
dignidade humana ou do facto de o responsável pelo crime não ter intenção de 
cometer um ato ilegal. enriquecimento reprodução ou exposição (GUERRA, 
2014). 
O dever de compensar surge, assim, do uso inutilizado da imagem alheia, 
mesmo sem considerar a violação de qualquer outro direito moral ou material. A 
difamação de uma imagem, porém, pode acarretar indenizações financeiras 
além dos danos morais causados, bem como consequências financeiras 
matematicamente mensuráveis. 
Por isso, pensou-se que o direito de imagem tem dupla natureza: 
moralmente, porque é uma espécie de direito pessoal, e no domínio da herança, 
é expressamente proibido em virtude do princípio do enriquecimento ilegal. No 
34 
 
nosso sistema jurídico, ninguém pode enriquecer à custa de outros, explorando 
comercialmente a reputação de terceiros sem a sua permissão. 
A imagem recebeu proteção explícita no art. O artigo 20.º do Código Civil 
estabelece: Na falta de autorização ou se for necessário para assegurar a 
administração da justiça ou da ordem pública, a transmissão de escritos, a 
transmissão de palavras ou a publicação, apresentação ou utilização da imagem 
de uma pessoa podem. ser proibido a seu pedido e sem limitação da indenização 
aplicável, se prejudicarem a sua honra, boa reputação ou respeito ou se se 
destinarem a fins comerciais (GONÇALVES, 2015). 
Ressalta-se que antes da entrada em vigor da Constituição Federal de 
1988 e do Código Civil de 2002, as violações ao direito de imagem por 
comportamento inadequado eram tratadas por meio de medidas preventivas 
como medidas cautelares, cessação de processos judiciais. publicação, confisco 
de exemplares, proibição de exibição, publicação do nome do autor, publicação 
da resposta ou indenização no mesmo veículo, etc., agora ressalvado o direito à 
indenização, forma de indenização por danos morais, que é expressamente. 
garantidos em lei, os referidos livros de diploma de direito (GONÇALVES, 2015). 
Portanto, a apropriação indevida da imagem de outra pessoa causa danos 
patrimoniais sempre que esta for utilizada comercialmente sem autorização ou 
participação financeira do proprietário, ou mesmo quando causar danos 
econômicos, como perda de oportunidade. Como visto anteriormente, isso é 
possível devido ao aspecto patrimonial do direito de imagem, que permite ao seu 
titular utilizar economicamente sua imagem. O dano moral ocorre quando uma 
imagem é utilizada de forma que viola a dignidade humana e, com isso, causa 
dor, vergonha e sofrimento ao seu proprietário. Por fim, pode causar danos 
morais e materiais cumulativamente se acarretar prejuízo financeiro e dano 
moral decorrentes do mesmo ato. 
 
3.8 Extinção do direito à imagem 
 
Uma imagem, como outros bens altamente pessoais, extingue-se com a 
morte, tornando-a física e legalmente inalienável. Contudo, as consequências 
jurídicas que a imagem de pessoas famosas cria após a sua morte, afetando os 
35 
 
seus descendentes, não podem ser ignoradas. Um exemplo é a exploração 
comercial da reputação de pessoas famosas mortas através do seu trabalho. As 
consequências financeiras resultantes são, portanto, incluídas na propriedade 
dos herdeiros falecidos e só estes podem explorá-la comercialmente 
(CHIMENTI, 2015). 
O mesmo pode acontecer com influências morais. A imagem do falecido 
raramente representa o bem mais valioso da sua família, mais valioso do que os 
bens materiais que deixou. Assim, em algumas situações, a divulgação de uma 
imagem do falecido pode afetar a honra daqueles seguidores que estão 
intimamente relacionados com a memória do falecido. 
Filho (2020), cita um caso condenado por um tribunal do Rio de Janeiro, 
em que a filha de um famoso pintor obteve a posse de um filme produzido pelo 
mesmo famoso cineasta, em que a imagem de seu pai aparecia em um caixão 
durante um velório. A defesa do cineasta argumentou que se tratava de um 
evento público de interesse jornalístico e que lá fora havia um corpo que não 
tinha personalidade que não pudesse ser considerada vergonha, pudor, vaidade 
– enfim, sentimento de alma. 
Os juízes decidiram que, ao pediro confisco do filme, a filha não protegia 
o direito do falecido à sua imagem, mas sim o seu próprio direito, a sua 
personalidade, de adorar e valorizar a memória do pai. 
Nosso ordenamento jurídico tem tentado tornar positiva esta norma no art. 
O parágrafo único do § 20 do Código Civil, segundo o qual o cônjuge, 
ascendentes ou descendentes podem requerer a proteção de imagem falecida 
ou ausente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4 CAPÍTULO III – A LIBERDADE DE IMPRENSA E O DIREITO À IMAGEM 
 
 
A Cláusula Imutável da Constituição Federal consagra o direito à 
privacidade e à liberdade de informação como garantia fundamental que os 
protege explicitamente. É indiscutível o importante papel da imprensa na 
sociedade, pois informa sobre os mais diversos temas de interesse público. 
Muitas vezes, porém, há situações em que a imprensa viola a privacidade alheia 
no desempenho desta tarefa, seja com notícias ofensivas ou caluniosas ou com 
artigos sensacionais que não têm importância para a sociedade e cujo único 
objetivo é vender jornais/revistas, ou seja, para obter lucro (MORAIS, 2014). 
Com efeito, ambos os institutos tem previsão expressa no texto 
constitucional, art. 5º, inciso X e art. 5º, incisos IX e XIV, dispondo, 
respectivamente: 
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação.” 
IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente de censura ou 
licença. 
XIV – É assegurado a todos o acesso à informação e 
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional (BRASIL, 2018). 
 
Então, como resolver os conflitos não tão raros entre os dois institutos? 
Até onde vão os limites do jornalismo no exercício da liberdade de comunicação, 
violando quase sempre a privacidade, a intimidade e a honra de pessoas 
anônimas ou públicas? No caso destes últimos, a imprensa baseia-se na tese de 
que a privacidade, a intimidade e a honra não têm limites, deixando-as sob o 
escrutínio público pela sua reputação. 
Neste contexto, surge um problema em relação ao direito à imagem e ao 
direito à informação, pois não existe uma norma que defina a liberdade de 
expressão/informação em termos de violação da privacidade, intimidade e honra 
das pessoas, ou seja, dignidade 
Para resolver o problema, analisamos os conceitos de privacidade, 
liberdade de expressão e liberdade de comunicação 
 
4.1 Conceito de privacidade 
37 
 
 
No que diz respeito aos direitos da personalidade, a ideia de privacidade 
é entendida como o direito de todos ficarem sozinhos e assim protegerem a 
dignidade humana. O direito de manter em segredo a vida privada sem o 
conhecimento de terceiros. Este é um pré-requisito absoluto para a dignidade 
humana. 
Como ensina Moraes (2014), o direito à privacidade e à imagem constitui 
uma proteção constitucional da privacidade, garantindo um espaço íntimo 
inatacável a intrusões externas ilegais. 
Filho (2020), referindo-se à doutrina geralmente aceita da Suprema Corte 
dos Estados Unidos, assim a define: É o direito de ficar sozinho; é o direito de 
ficar sozinho para tomar decisões sobre intimidade e alguns aspectos da vida 
privada, como a confidencialidade, os hábitos pessoais, as relações familiares, 
a vida amorosa, a saúde física ou mental, etc. Segundo o autor, é um direito com 
conteúdo negativo, porque proíbe a divulgação de elementos privados da vida 
privada. a pessoa a terceiros. 
Na bela e precisa lição Passos (2013), a privacidade é o refúgio do valor 
pessoal, o núcleo inexplorado do indivíduo, para que ele e somente ele possa 
permitir que seja explorado. E não há exceções a esta regra. Tudo o que precisa 
ser comunicado torna-se público, deixa de ser íntimo ou privado, levando à 
conclusão de que permitir informações nesta área impede a privacidade e 
sacrifica irrevogavelmente o direito à privacidade. 
Na verdade, por outro lado, Alexandre de Moraes (2014), distingue a 
intimidade da vida privada: a intimidade refere-se assim às relações subjetivas e 
próximas de uma pessoa, da família e das amizades, enquanto a vida privada 
inclui todas as outras relações humanas, incluindo finalidades como as relações 
comerciais. , trabalhar, estudar, etc. 
Vejamos o que diz Sidney Cesar Silva Guerra (2014, p.56), sobre o tema: 
 
Considerando essas considerações, parece que a privacidade à 
luz da Constituição Federal de 1988 é um feixe de ser e viver 
como direito do indivíduo de viver sua vida. Consiste também na 
possibilidade de cada indivíduo impedir que estranhos se 
intrometam na sua vida privada e familiar e impedir que 
obtenham informações sobre a privacidade de cada pessoa, 
38 
 
bem como revelar informações sobre esta esfera de 
manifestação existencial. 
 
O Código Civil também protege o direito à privacidade, art. 21, que diz: A 
vida privada da pessoa física é inviolável, cabendo ao juiz, a pedido do 
interessado, tomar as medidas necessárias para prevenir ou impedir atividades 
que violem esta norma. 
Sobre o direito à privacidade, Maria Helena Diniz (2014, p.241), leciona: 
 
Certos aspectos da vida de uma pessoa devem ser protegidos 
de interferências desnecessárias, mesmo que a pessoa seja 
famosa pela vida familiar, correspondência, sigilo bancário, 
salários e valores de propriedades, relatórios médicos, faturas 
de cartão de crédito, despesas. Hábitos. Mas, por outro lado, 
este direito tem certas limitações decorrentes: a) do princípio da 
diferença, que tem em conta os intervenientes e a natureza da 
situação especial. Com efeito, uma figura famosa ou pública não 
pode ser privada da sua privacidade revelando um facto privado 
ao escrever a sua biografia, nem ter consciência do seu encanto 
fascinante, nem dos seus poderes históricos, culturais, 
científicos, artísticos, judiciais ou policiais, fiscais e públicos de 
poder alegações de saúde que exigem uma invasão da 
privacidade de outra pessoa. Por exemplo, uma ordem judicial 
pode causar confusão em casa; a divulgação de fato de 
interesse científico (descoberta de medicamento) não pode ser 
evitada; busca pessoal no aeroporto ou banco ou por meio de 
aparelho detecção de metais, para defesa de fronteira, para 
combate a assalto, contrabando, tráfico de drogas e sequestro 
etc.; b) pelo princípio da exclusividade das opções pessoais, no 
âmbito da convivência social, das relações de amizade, de 
vínculo empregatício, de efetivação de negócios, de 
relacionamentos comerciais etc. A vida privada envolve forma 
exclusiva de convivência. E o direito a ela tem como conteúdo 
estrutural a permissão de resistir à devassa, gerando uma 
conduta negativa de todos, ou seja, o respeito à privacidade 
alheia 
 
Assim, a constituição federal entende a privacidade e a mantém intacta 
sob qualquer pretexto. 
 
4.2 Conceito de liberdade de expressão 
 
Filho (2020) define a liberdade de expressão da seguinte forma: “É o 
direito de expressar livremente uma opinião, um pensamento, uma ideia, seja 
ela política ou religiosa. Artístico, filosófico ou científico. A liberdade de 
39 
 
expressão nada tem a ver com os fatos, eventos ou informações que 
aconteceram. Tudo acontece no mundo das ideias na devoção à verdade e à 
imparcialidade. Segundo os autores, liberdade de expressão significa que todos 
têm o direito de expressar livremente seus pensamentos, ideias, crenças, 
respeitando a privacidade dos outros. Não posso dizer o que quero sobre a vida 
privada de outra pessoa porque a própria constituição não permite isso. 
Vejamos os ensinamentos de Alexandre de Moraes (2014, p.89), sobre o 
tema: 
 
A liberdade de expressão e a liberdade de pensamento não 
podem ser limitadas de forma alguma quando se trata de 
censura política. Ideológico e artístico. No entanto, o direito 
consuetudinário pode regular o entretenimentoe os espetáculos, 
classificando-os em faixas etárias para as quais não são 
recomendados e definindo locais e horários inadequados para 
os mesmos. A lei também tem a tarefa de estabelecer medidas 
para proteger indivíduos e famílias de transmissões de rádio e 
televisão não conformes. 221, I–V, respeitando os valores éticos 
e sociais da pessoa e da família (art. 220, § 3º e 221). Seção X 
não violação. No entanto, o Artigo 5º estabelece limites tanto à 
liberdade de opinião como ao direito de acesso à informação e 
proíbe afetar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
humana. 
 
4.3 Conceito de liberdade de informação 
 
Carvalho (2014), reflete sobre o assunto: O que devemos entender por 
liberdade de comunicação ou transferência de informações? O direito de 
informar e receber livremente informações, agora sobre fatos, acontecimentos, 
informações objetivamente verificadas. Isto não deve ser confundido com 
liberdade de expressão, pois, como vimos, a primeira diz respeito a pensamentos 
e opiniões não comprometidos com a verdade e a imparcialidade. Segundo os 
autores, quem publica uma informação revela a existência de um fato, 
acontecimento, parte da realidade, informação verificada objetivamente, portanto 
está associada à verdade e à imparcialidade. Em suma, quem divulga um facto 
é responsável por demonstrar a sua existência objetiva sem crédito pessoal. 
Diante de uma nova realidade social, vivemos de fato numa era de 
informação e notícias online, onde a Internet é a grande responsável pela 
40 
 
disseminação de informações, notícias, ideias e doutrinas que chegam a um 
número quase ilimitado de pessoas. 
Deve-se enfatizar que a liberdade de comunicação inclui dois aspectos: o 
direito à informação e o direito de receber informação. A primeira diz respeito 
aos meios de transporte, que representam diferentes meios de comunicação 
social no sentido da arte. Artigo 220 §1º da Constituição Federal. É do cidadão 
o direito de receber informação, direito fragmentado a que têm direito todos os 
destinatários da informação (DUARTE, 2016). 
Neste sentido, a liberdade de comunicação estende-se à divulgação de 
notícias, comentários e opiniões de qualquer natureza através de qualquer meio 
social, seja ele impresso, transmissão de áudio, áudio e vídeo. 
Como bem diz Chimenti (2015): a existência de opinião pública livre é uma 
das primeiras condições da democracia num país. A consideração da opinião 
pública livre só é possível onde há liberdade de informação jornalística. Por isso 
se entende que é mais que um direito, é uma garantia constitucional. A liberdade 
de comunicação existe apenas diante de fatos que são importantes de saber 
para que o indivíduo participe do mundo em que vive, e não diante de fatos sem 
importância que geralmente estão relacionados à vida íntima de uma pessoa. 
 
4.4 Restrição à liberdade de informação 
 
A doutrina indica que a técnica de ponderação de bens ou juros é a forma 
mais adequada para resolver potenciais conflitos entre liberdade de 
comunicação e direitos pessoais. Eles ensinam que embora a supremacia 
absoluta não deva ser dada a um princípio ou outro direito, no processo de 
raciocínio desenvolvido para resolver um conflito, o direito não deve ceder à 
divulgação, nunca deve ser exercido se exigir o sacrifício de intimidade, honra e 
dignidade das pessoas. 
Quanto à inviolabilidade da privacidade de figuras públicas (políticos, 
artistas, atletas profissionais, etc.), deve-se compreender que os limites da 
privacidade foram reduzidos espontaneamente, de modo que os limites da 
confidencialidade se aplicam a fatos íntimos, à vida familiar, e a inviolabilidade 
da vida privada (DUARTE, 2016). 
41 
 
Contudo, Filho (2020) conclui: Os direitos individuais previstos na 
Constituição não podem ser considerados ilimitados e incondicionais em razão 
da limitação natural decorrente do princípio da coexistência de liberdades, 
portanto nenhum deles pode ser utilizado em detrimento da ordem pública e as 
liberdades dos outros Hoje em dia, já não falamos de direitos individuais, mas 
sim dos direitos de uma pessoa incluída na sociedade, de modo que já não se 
aplica exclusivamente aos direitos dos indivíduos, mas centra-se na sua fixação 
na sociedade justificada por governança do direito social e direitos e suas 
limitações. 
Vale lembrar o poder da imprensa e seu uso, que possivelmente pode 
destruir a reputação e a honra alheia, se não cuidarmos um pouco do uso dessa 
liberdade de informação, como aconteceu em um caso simbólico: O caso da 
escola base. A Constituição Federal, embora garanta a liberdade de acesso 
jornalístico à informação, impõe, no entanto, as salvaguardas necessárias nos 
termos da lei para preservar direitos como o direito à privacidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
5 CAPÍTULO IV – O DIREITO À IMAGEM NA JURISPRUDÊNCIA 
 
 
Apesar de o direito à imagem ser uma espécie de direito de personalidade, 
importa referir que a imagem está disponível, pelo que a divulgação da imagem 
do famoso em causa é muitas vezes objeto de litígios judiciais. 
 
O egrégio Superior Tribunal de Juatiça, sobre a matéria editou a súmula 
403: 
“Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação 
não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou 
comerciais”. 
 
É importante ressaltar que o consentimento ou a exposição voluntária são 
fatores importantes na reparabilidade dos danos à imagem e devem ser 
compreendidos nos estritos limites de sua concessão. 
Não se deve esquecer que o consentimento tácito deve ser aceite com 
reservas consideráveis, como ensina o melhor ensinamento. Portanto, uma boa 
reputação é relativa no trato com pessoas. No entanto, importa referir que o 
direito à intimidade e o direito à privacidade devem ser protegidos em qualquer 
caso, quer se trate de uma pessoa anônima ou de uma celebridade, tendo em 
conta o princípio da dignidade humana. 
O Superior Tribunal de Justiça tomou a seguinte posição na decisão que 
trata do caso: “Por se tratar de ator de televisão que já participou de diversas 
novelas (pessoa pública e/ou notória) e se encontra em local aberto 
(estacionamento de veículos), a imagem a área à direita do acusado é mais 
limitada, mas não muito longe (CAHALI, 2015) 
Nesse contexto, colimando ilustrar esse entendimento, é oportuno 
transcrever os precedentes jurisprudenciais para a casuística do tema. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. USO INDEVIDO DA IMAGEM. 
REVISTA DE GRANDECIRCULAÇÃO. FIM COMERCIAL. 
SÚMULA N.º 403/STJ. PESSOA PÚBLICA.LIMITAÇÃO AO 
DIREITO DE IMAGEM. VALOR DA INDENIZAÇÃO. 
RAZOABILIDADE. 
1. "Independe de prova do prejuízo a indenização pela 
publicação nãoautorizada de imagem de pessoa com fins 
econômicos ou comerciais"(Súmula 403/STJ). 
43 
 
2. Mesmo quando se trata de pessoa pública, caracterizado o 
abuso douso da imagem, que foi utilizada com fim comercial, 
subsiste o deverde indenizar. Precedente. 
3. Valor da indenização por dano moral e patrimonial 
proporcional aodano sofrido e ao valor supostamente auferido 
com a divulgação daimagem. Desnecessidade de intervenção 
desta Superior Corte. 
4. Agravo a que se nega provimento” (STJ - 4ᵃ T. – AgRg 
1345989/SP – Rel. Maria Isabel Gallotti – j.13.03.2012 – Dje. 
23.03.2012). 
 
Apesar de parte da doutrina estar vinculada ao entendimento de que o 
direito à imagem é personalíssimo, a corrigibilidade da pessoa jurídica é, 
portanto, um direito a priori exclusivo da pessoa física e não é possível 
reconhecê-la na legislação. Os danos à imagem causados à pessoa jurídica 
encontraram refúgio nas decisões do Supremo Tribunal Justiça, segundo as 
quais a divulgação de notícias ofensivas prejudica a reputação e prejudica a 
reputação e a idoneidade da pessoa jurídica. 
Nesse sentido, o colendo Superior Tribunal proferiu a seguinte decisão: 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL E 
PROCESSOCIVIL.MANCHETE INVERÍDICA PUBLICADA EM 
VEÍCULO DE GRANDE CIRCULAÇÃOCAUSANDO DANO À 
IMAGEM DE EMPRESA. SUPERAÇÃO DO DEBATE ACERCA 
DO ÔNUS DA PROVA POR TER O TRIBUNAL DE ORIGEM 
RECONHECIDO COMO PROVADOO FATO LITIGIOSO. 
DANO MORAL. INDENIZAÇÃO ARBITRADA EM 
VALORRAZOÁVEL. INVIABILIDADE DE MODIFICAÇÃO DO 
QUANTUM NA INSTÂNCIA ESPECIAL. SÚMULA 07/STJ. 
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO 
 
 
Na verdade, é importante ressaltar que a honra possui dois aspectos: 
subjetivo (interno) e objetivo (externo). A honra subjetiva, que se caracteriza pela 
dignidade humana, pela decência e pela autoestima, é exclusiva do ser humano, 
mas a honra objetiva, que se expressa na reputação, no bom nome e na 
reputação na sociedade, é uma característica das pessoas físicas e jurídicas. 
Portanto, é indiscutível que notícias difamatórias carregam o poder mortal de 
manchar o bom nome de uma pessoa jurídica no mundo dos negócios. 
Além disso, após a Constituição de 1988, o conceito de dano moral não 
se limita mais à dor, sofrimento, luto, etc., mas seu alcance se estende a todos 
os ataques contra o nome ou a imagem de pessoa física ou jurídica. 
44 
 
Arte nesse sentido. Artigo 52 do Código Civil, que dispõe sobre a proteção dos 
direitos da personalidade, aplicável às pessoas jurídicas sempre que necessário. 
Recentemente, a 17ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do 
Sul confirmou decisão que determinava a retirada de cartaz ofensivo retratando 
uma construtora. Foi colocado na fachada do apartamento por um casal 
descontente. A construtora alegou que a dupla prejudicou sua reputação junto a 
clientes, fornecedores e à sociedade em geral. O casal citou seu direito à 
liberdade de expressão. O poder judiciário percebeu que tinha que fazer face a 
dois direitos fundamentais: o direito à personalidade do autor (honra e imagem) 
e o direito de expressar o pensamento dos réus devido aos defeitos de 
construção dos imóveis que adquiriram. 
Para solucionar o confronto de direitos fundamentais, O TJRS destacou a 
necessidade de ponderar os bens envolvidos: 
 
“APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. 
PEDIDO DE RETIRADA DE CARTAZ EM JANELA 
MANIFESTANDO DESCONTENTAMENTO COM A 
CONSTRUTORA. DIREITO À MANIFESTAÇÃO DO 
PENSAMENTO. DIREITO À IMAGEM E HONRA DA 
EMPRESA CONSTRUTORA. COLISÃO ENTRE DIREITOS 
FUNDAMENTAIS SOLUCIONADA. HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS. VALOR MANTIDO. 
Colisão entre o direito de manifestação do pensamento do 
promitente-comprador de imóvel quanto ao descontentamento 
com a construção, tendo ele afixado cartaz em sua janela, e o 
direito à imagem e honra da empresa construtora, promitente- 
vendedora. Artigo 5º, IV e X, da Constituição da República. 
Aplicação do princípio da proporcionalidade, com a ponderação 
dos bens envolvidos. Prevalência, no caso específico, dos 
direitos da personalidade, tendo em vista que os problemas já 
estão sendo solvidos. Manutenção do valor fixado a título de 
honorários advocatícios. RECURSO DESPROVIDO À 
UNANIMIDADE. (TJRS - 17ᵃ - Ap. nº 70043745116 – Rel. Desa. 
Liége Puricelli Pires, j. 08.03.2012) 
 
Caso semelhante aconteceu com a montadora Renault, onde o cliente 
teve que remover um site reclamando do carro da marca. 
 
 
 
 
 
45 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
O princípio que inspira os direitos pessoais é o princípio último da 
dignidade humana. A dignidade humana pertence à vida. O homem é o valor 
mais elevado ao qual todos os outros valores devem estar subordinados. 
Os direitos humanos são inerentes ao indivíduo e são inerentes à sua 
natureza humana, como a vida, os relacionamentos, a dignidade e a privacidade. 
Na verdade, os direitos morais são os direitos especiais que nos permitem exigir 
mau comportamento dos outros, proteger o nosso próprio bem e agir legalmente. 
No Brasil, a inviolabilidade dos direitos pessoais foi garantida primeiro 
pela Constituição Federal de 1988 e depois pelo Código Civil de 2002. 
Os direitos pessoais correspondem ao direito da pessoa de proteger os 
bens essenciais à sua vida, ou seja, os bens que afetam a própria pessoa, e o 
ordenamento jurídico cria as condições. roupa de proteção. Esses direitos. 
Assim, a doutrina atual define os direitos pessoais como o mais constitucional 
dos direitos subjetivos. 
A partir do princípio de que os direitos da personalidade são de natureza 
subjetiva, identificam-se suas principais características: inatos, essenciais e 
vitalícios, não paternos, absolutos, inutilizáveis, irrevogáveis e intransferíveis, 
irrevogáveis, inalienáveis, inexequíveis, confiscatórios e inutilizáveis, e é 
apropriado considerar que a disponibilidade e a irreversibilidade não são 
absolutas. 
O conceito de direitos morais é o interesse jurídico da pessoa como 
entidade única, dinâmica e crescente, os bens e valores da pessoa na sua 
natureza física, moral e espiritual. 
Os princípios dos direitos humanos abrangem todas as pessoas no ciclo 
vital desde o nascimento até a vida, seja ela natural ou assistida, conforme o 
direito à vida garantido pela Constituição. 
Apesar do conceito de direitos humanos sobre as pessoas físicas, as 
pessoas jurídicas são reconhecidas como titulares de tais direitos, 
especialmente pelo nome, marca, marca e reputação, sigilo da correspondência, 
sede de não infração, desde o registro até à escritura no processo de cada 
notário, criando efeitos posteriores relacionados com a honra e a dignidade. 
46 
 
Portanto, quando há uma disputa sobre direitos fundamentais, os 
intérpretes jurídicos devem decidir o problema e o sacrifício mínimo de cada 
direito com base nos princípios da igualdade jurídica, da racionalidade e da 
igualdade. O método de ponderação é muito preciso e, às vezes, um método é 
preferível ao outro, dependendo dos motivos para definir o método de entrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MORAES, Alexandre

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