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GESTÃO SOCIAL: CATEGORIAS 
TEÓRICAS
Prof. Dr. José Roberto Pereira
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Departamento de Administração Pública (DAP)
GESTÃO SOCIAL
Origem: Gestão Social de Polí5cas Sociais ou de Programas Sociais; Gestão 
de Organizações do Terceiro Setor
É um constructo autóctone do Brasil
Mapeamento dos significados do termo apontam para:
- Gestão Par5cipa5va
- Gestão de Organizações Sem Fins Lucra5vos
- Gestão de Ações Polí5cas
- Gestão de Recursos de Usos Comuns
UM CONCEITO 
DE GESTÃO 
SOCIAL
Tomada de decisão coleBva, sem coerção,
baseada na inteligibilidade da linguagem, na
dialogicidade e no entendimento esclarecido
como processo, na transparência como
pressuposto e na emancipação enquanto fim
úlBmo.
SÃO 3 CATEGORIAS TEÓRICAS DA GESTÃO 
SOCIAL
INTERESSE 
BEM EMANCIPAÇÃO
COMPREENDIDO 
ESFERAS PÚBLICAS
Nos principais 
conceitos 
surgidos no 
Brasil, 
destacam-se:
Forte presença de valores de democracia
Par5cipação
Jus5ça 
Equidade
Bem-Estar Social
Dialogicidade
Horizontalidade e solidariedade nas relações
Atuação Intersetorial e Interorganizacional
VERTENTES CONCEITUAIS
1. Gestão Social de Ações Polí5cas: ações polí5cas de movimentos sociais 
como feminismo, ambientais, an5-racistas, LGBTQIA+, dentre outros.
1. Gestão Social de Recursos de Usos Comuns: envolve associa5vismo, 
economia social e solidária, Organizações Sociais, OSCIPS, gestão da 
água, dentre outras.
CATEGORIAS 
TEÓRICAS 
DA GESTÃO 
SOCIAL
ü Interesse 
Bem 
Compreendido
 
üDemocracia e 
Cidadania Delibera4va
üEsferas Públicas 
ü Ação Racional 
Comunica4va – 
Dialogicidade
üAção Racional 
Substan4va
ü Solidariedade 
ü Sustentabilidade
 Processo de discussão
 Inclusão
 Pluralismo
 Igualdade par4cipa4va
 Autonomia
 Bem Comum
 
üIntersubje4vidade
üEmancipação
ESFERAS 
PÚBLICAS
vEsfera Pública: “um sistema de alarme 
dotado de sensores não especializados, 
porém, sensíveis no âmbito de toda a 
sociedade”;
v“(...) a esfera pública tem que reforçar a 
pressão exercida pelos problemas, ou seja, 
ela não pode limitar-se a percebê-las e a 
identificá-las, devendo, além disso, 
dramatizá-las de modo convincente e 
eficaz, a ponto de serem assumidos e 
elaborados pelo complexo parlamentar”.
Características 
da “Esfera 
Pública”
vÉ um fenômeno social;
vNão pode ser entendida como uma 
insMtuição ou organização;
vNão consMtui um sistema;
vÉ possível delinear seus limites internos, 
mas externamente, se caracteriza pelos 
horizontes abertos, permeáveis e 
deslocáveis;
vA Esfera Pública se reproduz por meio do 
AGIR COMUNICATIVO;
vEstá em sintonia com a compreensibilidade 
geral da práMca comunicaMva coMdiana;
Caracterís4cas 
da “Esfera 
Pública”
vA esfera ‘pública deixa ao cargo do sistema polí6co a 
elaboração especializada;
vCons6tui uma estrutura comunicacional do agir 
orientado pelo entendimento;
vA generalização da esfera pública é possível por meio 
da mídia e da internet;
vA opinião pública que forma a esfera pública não 
cons6tui um agregado de opiniões individuais 
pesquisadas uma a uma ou manifestadas 
provadamente (não pode ser confundida como 
Pesquisa de Opinião);
vNa esfera pública luta-se por influência;
v“As opiniões públicas podem ser manipuladas, porém 
não compradas publicamente, nem de6das à força” 
(p. 97).
Conceito de Esfera Pública
Habermas (2003a, p. 92) define 
esfera pública como:
“Uma rede adequada para a 
comunicação de conteúdos, 
tomados de posição e opiniões; 
nela os fluxos comunicacionais são 
filtrados e sinteGzados, a ponto de 
se considerarem em opiniões 
públicas enfeixadas em termos 
específicos.”
ARGUMENTOS 
PARA 
RECONSTRUÇÃO 
DAS ESFERAS 
PÚBLICAS NA 
GESTÃO SOCIAL
1. Conceber as esferas públicas não somente como locus do 
consenso, mas também do conflito e da pluralidade de 
opiniões e interesses
2. Conceber que a priori as esferas públicas são ambíguas e 
podem tanto se constituírem concretamente de elementos 
democráticos e emancipatórios quanto opressivos
3. Conceber a importância de considerar uma diversidade de 
públicos e suas capacidades de acesso e argumentação nas 
esferas públicas
4. Compreender que no Brasil houve a formação de diversas 
esferas públicas subalternas
5. As características das formações de esferas públicas não 
podem ser importadas. Elas precisam ser estudadas em seus 
contextos sócio-históricos, políticos, econômicos, etc.
6. Conceber que os potenciais (efetividade) das esferas públicas 
são influenciados pelas estruturas sistêmicas, econômicas e 
burocráticas do mercado e do Estado.
EMANCIPAÇÃO
Sen3dos da EMANCIPAÇÃO:
a) Libertação de uma situação opressora, 
ruptura com a subordinação e com 
processos manipuladores
b) Autonomia
c) Interdependência
d) Formação da consciência crí3ca
e) Ação cole3va sem interferência do Estado 
e do Mercado