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1ª edição – 2008 2ª edição – 2008 3ª edição – 2009 4ª edição – 2011 5ª edição – 2013 6ª edição – 2015 7ª edição – 2016 8ª edição – 2018 ■ A EDITORA FORENSE se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (impressão e apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoa ou bens, decorrentes do uso da presente obra. Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor. Impresso no Brasil – Printed in Brazil ■ Direitos exclusivos para o Brasil na língua portuguesa Copyright © 2018 by EDITORA FORENSE LTDA. 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Título. 18-47957CDU: 347.6(81) Meri GleiceRodriguesdeSouza-BibliotecáriaCRB-7/6439 NOTA DO AUTOR À 8ª EDIÇÃO Esta obra nasceu em 2008, quando batizada de Curso de Direito de Família e contava, em sua origem, na primeira edição, com 901 páginas, sofrendo ao longo dos tempos rápidas e constantes reedições, que não somente foram sendo pontualmente atualizadas, mas, sobremodo, ampliadas, na busca incessante de fornecer o maior volume de informações doutrinárias e jurisprudenciais no campo do direito de família, como por igual agora sucede com esta sua oitava edição, fruto da gratificante acolhida de cada um dos generosos leitores e destinatários deste livro de direito de família. Porto Alegre, março de 2018 NOTA DO AUTOR À 7ª EDIÇÃO É sempre surpreendente e altamente compensador tomar conhecimento de que mais uma edição se esgota em curto tempo, assim como é igualmente gratificante iniciar a revisão e a atualização deste trabalho. Dessa forma, é possível trazer a público ideias renovadas e arejadas de uma sociedade que está sempre aperfeiçoando o Direito de Família e instigando seu estudo, no círculo virtuoso dessa constante e necessária renovação. Entre os avanços de maior destaque, está a Lei 13.146/2015, a qual institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa comDeficiência). Merece igualmente atenção a mudança do título deste livro, que, a partir desta 7ª edição, passa a ser denominado apenas como Direito de Família. Porto Alegre, outubro de 2016 NOTA DO AUTOR À 5ª EDIÇÃO De maneira gratificante, o Curso de Direito de Família chega à sua 5ª edição, mais uma vez totalmente revista, atualizada, acrescida das alterações legislativas ocorridas no curto espaço de tempo transcorrido desde sua 4ª edição, cujo lapso temporal trouxe relevantes mudanças, como o histórico julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da ADI 4.277 e da ADPF 132, para reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar e garantir aos parceiros homossexuais os mesmos direitos e deveres da união estável, acrescentando a atenta jurisprudência a sua conversão emcasamento e abrindo espaço para o matrimônio civil de casais do mesmo sexo. O direito de visitas dos avós e a usucapião familiar também estão entre alguns dos temas abordados nesta 5ª edição, que foi significativamente ampliada e cujo resultado, espero, atenda ao menos em parte as expectativas do leitor. Porto Alegre, abril de 2013 NOTA DO AUTOR À 4ª EDIÇÃO O Curso de Direito de Família estava esgotado desde agosto de 2010, já alcança em curto espaço de tempo a sua 4ª edição, desta feita totalmente revista, atualizada e principalmente aumentada, especialmente diante das mudanças verificadas no contexto do Direito de Família e sua repercussão processual, através da Emenda Constitucional n. 66, de 13 de julho de 2010, proveniente da PEC n. 28/2009 (Proposta de Emenda à Constituição) que teve a iniciativa do IBDFAM e que eliminou o sistema dual do instituto da separação, do artigo 226, § 6°, da Constituição Federal, permitindo a implantação do divórcio direto no Brasil e suprimindo a discussão da culpa na dissolução do casamento; a Lei n. 11.924, de 17 de abril de 2009, que altera o artigo 57 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, para autorizar o enteado ou a enteada a adotar o nome da família do padrasto ou da madrasta; a Lei n. 11.965, de 03 de julho de 2009, que dá nova redação aos artigos 982 e 1.124-A do Código de Processo Civil, para só permitir a lavratura de escritura pública de separação judicial ou divórcio se os contraentes estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de cada um deles ou por defensor público; a Lei n. 12.004, de 29 de julho de 2009, que altera a Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento; a Lei n. 12.008, de 29 de julho de 2009, que altera os artigos 1.211-A, 1.211-B e 1.211-C do Código de Processo Civil, e acrescenta o artigo 69-A à Lei n. 9.874, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal, a fim de estender a prioridade na tramitação de procedimentos judiciais e administrativos às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, ou portadora de doença grave; a Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009, que trata da Nova Lei de Adoção e revoga dispositivos do Código Civil atinentes ao instituto da adoção; a Lei n. 12.013, de 06 de agosto de 2009, que altera o artigo 12 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, determinando às instituições de ensino obrigatoriedade no envio de informações escolares aos pais, conviventes ou não com seus filhos; a Lei n. 12.036, de 1° de outubro de 2009, que altera a Lei de Introdução ao Código Civil, para adequá-lo à Constituição Federal; a Lei n. 12.100, de 27 de novembro de 2009, que dá nova redação aos artigos 40, 57 e 110 da Lei dos Registros Públicos ao regular a retificação do assentamento civil; a Lei n. 12.127, de 17 de dezembro de 2009, que cria o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos; a Lei n. 12.133, de 17 de dezembro de 2009, que dá nova redação ao artigo 1.526 do Código Civil, para determinar que a habilitação para o casamento seja feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil; a Emenda Constitucional n. 64, que altera o artigo 6° da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social; a Lei n. 12.318, de 26 de agosto de 2010, que dispõe sobre a alienação parental; a Emenda Constitucional n. 65, de 13 de julho de 2010, que modifica o artigo 227 da CF, para cuidar dos interesses da juventude; a Lei n. 12.344/2010, que altera o inciso II do artigo 1.641 do Código Civil e eleva para 70 anos o regimeobrigatório da separação de bens; a Resolução n. 1.957/2011 do Conselho Federal de Medicina, de 15 de dezembro de 2010, que cria normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, além de incluir novos temas, como o parto anônimo e o direito de visita dos avós. A expectativa segue sendo de que o Curso de Direito de Família, em sua 4ª edição, continue merecendo a atenção do leitor, estudante e profissional do Direito. Porto Alegre, fevereiro de 2011 NOTA DO AUTOR À 3ª EDIÇÃO A boa acolhida das duas edições anteriores do Curso de Direito de Família permitiu que pudesse vir a público esta 3ª edição, totalmente revista, ampliada e atualizada de acordo com a Lei n. 11.698, de 13 de junho de 2008, que cuida da Guarda Compartilhada; a Lei n. 11.737, de 14 de julho de 2008, que altera o art. 13 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso); a Lei n. 11.770, de 09 de setembro de 2008, que amplia a licença-maternidade; e a Lei n. 11.804, de 05 de novembro de 2008, que disciplina os alimentos gravídicos. A expectativa é de que o Curso de Direito de Família continue merecendo a atenção do leitor, estudante e profissional. Porto Alegre, maio de 2009 PRÓLOGO O Direito de Família é extremamente dinâmico; acompanha as constantes mudanças sociais, nossos valores como pessoas e como integrantes de um núcleo familiar; esse também variado, multiforme, edificado no afeto, induvidosa mola mestra das relações pessoais. O Código Civil vigente não se apresenta como uma ferramenta completa, totalmente atualizada, moderna o suficiente para regulamentar todas as inovações intensamente vivenciadas pela sociedade brasileira, desde a histórica implantação do divórcio no Brasil, com a edição da Lei n. 6.515/1977, e, posteriormente, com as mudanças fundamentais vertidas para o Direito brasileiro com a Carta Política de 1988, com o reconhecimento de algumas novas formas de conformação de entidades familiares, a igualdade dos filhos e dos gêneros. Foram mudanças significativas no tratamento mais humanizado das relações familiares, semesquecer do importante papel de adequação que a doutrina e a jurisprudência têm proporcionado para adaptar as alterações sociais ao texto da lei, abrindo os caminhos naturais de conciliação entre o texto escrito e a verdade axiológica. Entretanto, como antes mencionado, o Direito de Família vive em constante ebulição, como decorrência natural da inquietação do homem em sua incessante busca pela felicidade pessoal e familiar, direito fundamental de qualquer pessoa como indivíduo e como integrante de uma entidade familiar, de todos os matizes, afastados dissociados preconceitos e deixada para trás aquela noção passada e superada de uma família superior, legitimada pela lei e pelo patrimônio. O Direito de Família atrai e atinge a todos nós, direta e indiretamente, em razão dos novos comportamentos sociais, sendo admitidas na atualidade relações e formas de agir que em recente passado sequer poderiam ser cogitadas, porque somos vencidos e superados pelos mutantes valores sociais. Qualquer resistência soa retrógrada e preconceituosa e os resultados refletem não somente em nossa conduta e nos vínculos afetivos firmados na dinâmica dos relacionamentos estabelecidos entre homens e mulheres, pais e filhos e toda a sorte de legítimas formatações familiares. Essas constantes mudanças sociais e familiares, eu sempre procurei retratar em livros destinados a pensar e repensar o Direito de Família, destacando pontos específicos, polêmicos, instigantes e, por vezes, por que não dizer, até inovadores. No entanto, uma das principais características das relações em família é a sua interminável linha real de evolução, porque o homemem família e pelas famílias, movido pelo afeto, pelo amor, pela felicidade individual e coletiva, e especialmente por suas convicções, não se conforma com os limites impostos pela lei, e nempoderia, pois essa retrata um dado momento da história e registra uma passagem da vida, mas comatraso, como sempre acontece em relação ao ato de legislar; daí a função preponderante da jurisprudência. Há sempre uma outra forma de entender o Direito de Família e de compreender as atitudes das pessoas, e, portanto, ele não pode ser focado apenas na redação da lei, pois são mundos diversos e distanciados entre si. O Direito de Família exige a compreensão e interpretação dos textos legais eminteração com a doutrina e a jurisprudência atuais. A prática dos foros e dos tribunais com as demandas familistas completa esta indispensável tríade para a construção de um moderno Curso de Direito de Família, e esta é a proposta do presente trabalho. Porto Alegre, julho de 2007 Rolf Madaleno ÍNDICE GERAL Capítulo 1 – Introdução ao Direito de Família 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. O Direito de Família e o Código Civil A descodificação do Direito de Família A organização jurídica da família A diversidade familiar 1.4.1. 1.4.2. 1.4.3. 1.4.4. 1.4.5. A família matrimonial A família informal A família monoparental A família anaparental A família reconstituída 1.4.5.1. O apelido da família do padrasto ou da madrasta (Lei n. 11.924/2009) 1.4.6. A família paralela 1.4.6.1. 1.4.6.2. O olhar discordante A união poliafetiva 1.4.7. A família natural 1.4.7.1. 1.4.7.2. A família extensa ou ampliada A família substituta 1.4.8. 1.4.9. A família eudemonista A família homoafetiva Capítulo 2 – Noção de Família 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. 2.7. 2.8. Conceito de família Entidade familiar e proteção do Estado A disseminação da família monoparental A disseminação da família reconstituída Noção de Direito de Família Conteúdo do Direito de Família Evolução do Direito de Família A dessacralização da família 2.9. A despatrimonialização do Direito de Família Capítulo 3 – Direitos Fundamentais e Princípios de Direito de Família 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. Direitos fundamentais A eficácia dos direitos fundamentais Princípio da dignidade humana no Direito de Família O princípio da igualdade 3.4.1. 3.4.2. 3.4.3. 3.4.4. 3.4.5. 3.4.6. 3.4.7. 3.4.8. 3.4.9. 3.4.10. 3.4.11. 3.4.12. 3.4.13. 3.4.14. 3.4.15. 3.4.16. 3.4.17. 3.4.18. 3.4.19. Igualdade e minorias Igualdade e grupos vulneráveis Igualdade e isonomia constitucional Igualdade e crianças vulneráveis Igualdade e idosos vulneráveis Igualdade e mulheres vulneráveis A tutela judicial dos vulneráveis Igualdade e independência Igualdade e violência invisível Igualdade e idade A terceira idade e o regime de bens A experiência doutrinária e jurisprudencial O idoso e a alteração do regime de bens Vigência da Súmula n. 377 do STF O idoso e os alimentos A solidariedade alimentar do idoso O idoso como devedor de alimentos O idoso e a efetividade das decisões judiciais Efetividade e prisão do idoso por dívida alimentar 3.5. 3.6. 3.7. 3.8. Princípio da autonomia privada Princípio da liberdade Princípio da solidariedade familiar Princípio da monogamia 3.8.1. 3.8.2. Impedimento do casamento para a constituição da união estável A fidelidade 3.9. Princípio da diversidade familiar 3.10. 3.11. 3.12. 3.13. 3.14. 3.15. Princípio da afetividade Princípio da igualdade da filiação Princípio da proteção da prole Princípio da proteção do idoso Princípio da proteção do jovem Princípio da proteção da pessoa com deficiência Capítulo 4 – Do Direito Pessoal – Do Casamento 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. Definição Da plena comunhão de vida Da gratuidade do casamento civil Casamento religioso com efeito civil Capacidade para o casamento 4.5.1. Suprimento judicial de consentimento 4.6. 4.7. Dos impedimentos matrimoniais Das causas suspensivas 4.7.1. 4.7.2. 4.7.3. 4.7.4. A Súmula n. 377 do STF Revogação da Súmula n. 377 do STF O efetivo prejuízo Legitimidade ativa 4.8. A habilitação para o casamento 4.8.1. 4.8.2. Presunção de morte Dispensa de proclamas 4.9. Da celebração do casamento 4.9.1. 4.9.2. 4.9.3. Consentimento O casamento em caso de moléstia grave e em iminente risco de vida Casamento por procuração 4.10. Das provas do casamento 4.10.1. 4.10.2. In dubio pro matrimonioCasamento celebrado fora do Brasil 4.11. Da invalidade do casamento 4.11.1. 4.11.2. Casamento inexistente Casamento nulo 4.11.3. O casamento anulável 4.11.3.1. 4.11.3.2. 4.11.3.3. 4.11.3.4. 4.11.3.5. 4.11.3.6. Das causas de anulação Identidade, honra e boa fama Ignorância de crime anterior ao casamento Ignorância de defeito físico irremediável ou de moléstia grave Ignorância de doença mental grave Coação 4.12. 4.13. Prazos para a anulação do casamento Do casamento putativo 4.13.1. 4.13.2. 4.13.3. Pressupostos da putatividade Efeitos da putatividade Efeitos em relação a terceiros 4.14. A separação de corpos na invalidade do casamento 4.14.1. 4.14.2. 4.14.3. 4.14.4. 4.14.5. 4.14.6. 4.14.7. 4.14.8. A tutela antecipada da separação de corpos A separação de corpos da Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha Da cumulação dos pedidos A nova separação de corpos A conveniência na determinação da dignidade humana A separação de corpos consensual A separação de corpos para afastamento do requerente A separação de fato Capítulo 5 – Da Eficácia do Casamento 5.1. 5.2. 5.3. Da eficácia do casamento Isonomia e patronímico Planejamento familiar 5.3.1. Licença-maternidade (Lei n. 11.770/2008) 5.4. 5.5. 5.6. 5.7. 5.8. 5.9. Deveres dos cônjuges Violação dos deveres conjugais Dever de fidelidade recíproca Infidelidade virtual A separação de fato e o dever de fidelidade Vida em comum no domicílio conjugal 5.10. 5.11. 5.12. 5.13. 5.14. 5.15. 5.16. 5.17. Ruptura do dever de coabitação Dever de mútua assistência Dever de sustento, guarda e educação dos filhos Dever de respeito e consideração mútuos As relações dos cônjuges no Direito Empresarial A direção da sociedade conjugal Contribuição conjunta das despesas do lar Domicílio conjugal Capítulo 6 – Da Dissolução da Sociedade Conjugal 6.1. Do sistema dual de dissolução 6.1.1. O divórcio e a Emenda Constitucional n. 66/2010 6.1.1.1. 6.1.1.2. O divórcio em colisão com a separação judicial ou extrajudicialO divórcio da Emenda Constitucional n. 66/2010 e os deveres dcasamento 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 6.6. 6.7. 6.8. 6.9. 6.10. 6.11. 6.12. 6.13. 6.14. 6.15. 6.16. 6.17. 6.18. 6.19. O fim da sociedade conjugal Morte real e morte presumida O retorno do ausente Dissolução pela nulidade ou anulação do casamento A dissolução da sociedade conjugal Da separação amigável Cláusulas separatórias Requisitos da separação amigável Renúncia à meação A promessa de doação Débitos fiscais e partilha unilateral de bens Da ratificação judicial Exceção à ratificação A ratificação na Lei n. 11.441/2007 e no CPC A retratação unilateral A separação causal Causas genéricas A separação litigiosa 6.20. 6.21. 6.22. Separação judicial por causas objetivas Culpa e insuportabilidade da vida conjugal Direitos e deveres pessoais dos cônjuges na separação judicial 6.22.1. 6.22.2. Fidelidade recíproca Coabitação no domicílio conjugal 6.23. Separação de corpos no divórcio 6.23.1. 6.23.2. 6.23.3. 6.23.4. 6.23.5. Separação de corpos judicial e a Lei Maria da Penha Objetivo da Lei Maria da Penha Das medidas protetivas de urgência Da separação de corpos e a violência doméstica Caducidade da medida 6.24. 6.25. 6.26. 6.27. Mútua assistência Sustento, guarda e educação dos filhos Respeito e consideração mútuos Insuportabilidade da comunhão de vida 6.27.1. Causas caracterizadoras da impossibilidade de coabitação 6.27.1.1. 6.27.1.2. 6.27.1.3. 6.27.1.4. 6.27.1.5. O adultério Tentativa de morte Sevícia ou injúria grave Abandono voluntário do lar conjugal durante um ano contínuo Abandono malicioso 6.28. 6.29. 6.30. Condenação por crime infamante Conduta desonrosa As provas ilícitas no Direito de Família 6.30.1. 6.30.2. 6.30.3. 6.30.4. 6.30.5. 6.30.6. 6.30.7. A formação da convicção pela prova Princípios da prova Provas típicas e atípicas Prova ilícita e prova ilegítima Provas ilícitas A utilização das provas ilícitas no Direito de Família Princípio da proporcionalidade 6.31. Separação pela ausência de comunhão de vida 6.32. 6.33. 6.34. 6.35. A causa genérica Separação objetiva Ruptura da vida em comum Grave doença mental 6.35.1. 6.35.2. 6.35.3. Reversão dos bens conjugais A reversão tão somente no regime da comunhão universal Separação promovida por cônjuge incapaz 6.36. A separação administrativa 6.36.1. 6.36.2. 6.36.3. 6.36.4. 6.36.5. 6.36.6. 6.36.7. A separação extrajudicial da Lei n. 11.441/2007 e do CPC/2015 Opção ou imposição Divórcio extrajudicial estando a esposa grávida, ou existindo filhos menores maiores e incapazes Reconciliação Audiência de ratificação Separação e divórcio por procurador Cláusulas obrigatórias 6.36.7.1. 6.36.7.2. Cláusula sobre a partilha Cláusula sobre alimentos 6.36.8. 6.36.9. 6.36.10. 6.36.11. 6.36.12. 6.36.13. 6.36.14. Recusa na escrituração Ausência de homologação e separação ou divórcio consular Intervenção do Ministério Público Execução das cláusulas Desconto da pensão em folha Anulação da escritura A separação de corpos extrajudicial 6.37. Efeitos da dissolução da sociedade conjugal 6.37.1. 6.37.2. 6.37.3. 6.37.4. 6.37.5. 6.37.6. Efeitos pessoais com relação aos cônjuges Retorno ao apelido de solteiro Impossibilidade de contrair novo casamento Efeitos com relação aos filhos Guarda dos filhos A guarda compartilhada 6.37.7. Convivência com os filhos 6.38. Efeitos materiais: alimentos entre cônjuges 6.38.1. 6.38.2. 6.38.3. 6.38.4. Alimentos dos filhos Partilha dos bens Prazo de decadência da separação e do divórcio extrajudicial Cobrança de aluguéis Capítulo 7 – O Dano Moral no Direito de Família 7.1. O dano moral no Direito de Família 7.2. O dano moral no âmbito das relações afetivas 7.3. O Código Civil e o dano moral no Direito de Família 7.4. Dos argumentos que refutam a exclusão do dano moral no Direito de Família 7.5. Os alimentos como forma de indenização 7.6. Da cumulação do divórcio judicial litigioso com dano moral 7.7. Os desdobramentos do dano moral no Direito de Família 7.7.1. 7.7.2. 7.7.3. 7.7.4. A doutrina amplamente permissiva A doutrina restritiva do dano moral Crítica à gradação do dano moral Doutrina contrária ao dano moral no Direito de Família 7.8. 7.9. 7.10. Críticas ao dano moral O reconhecimento do estado de filiação O dano moral na investigação de paternidade 7.10.1. 7.10.2. 7.10.3. Capítulo 8 – Divórcio O dano moral na desconstituição da paternidade O dever da mãe O dever de velar e o dano moral pelo abandono físico e psíquico do filho 8.1. 8.2. 8.3. 8.4. 8.5. 8.6. O divórcio O divórcio direto O divórcio e a partilha de bens A representação do cônjuge incapaz no divórcio Divórcio consensual-judicial Divórcio litigioso-judicial 8.6.1. A contestação no divórcio judicial 8.7. 8.8. 8.9. 8.10. 8.11. 8.12. 8.13. 8.14. 8.15. 8.16. 8.17. 8.18. O revogado divórcio por conversão da separação judicial Divórcio judicial por conversão consensual Divórcio judicial por conversão litigioso O divórcio extrajudicial da Lei n. 11.441/2007 e do CPC O divórcio extrajudicial por conversão A revogada exigência da prova da separação de fato por mínimos dois anos Efeitos do divórcio A partilha de bens Da presença dos cônjuges no divórcio extrajudicial O patronímico de casado no divórcio Pluralidade de divórcios O divórcio no direito internacional privado Capítulo 9 – Da Proteção da Pessoa dos Filhos 9.1. 9.2. 9.3. 9.4. Da proteção da pessoa dos filhos Conceito de guarda A guarda na separação de fato e no divórcio judicial Guarda compartilhada 9.4.1. 9.4.2. 9.4.3. 9.4.4. 9.4.5. 9.4.6. A guarda compartilhada deveria pressupor consenso? Imposição judicial da guarda compartilhada Tempo de convívio equilibrado Plano de parentalidade Alimentos na guarda física compartilhada A polêmica guarda compartilhada de animais de estimação 9.5. 9.6. 9.7. Direito e dever de convivência A multa no direito e dever de visitas – Astreintes O direito de visitas dos avós 9.7.1. Um caso paradigma 9.8. 9.9. Síndrome de Alienação Parental (SAP) Síndrome das falsas memórias Capítulo10 – Das Relações de Parentesco 10.1. 10.2. 10.3. 10.4. 10.5. 10.6. 10.7. As relações familiares e o parentesco Direito Romano Desenlaces parentais Espécies de família e relações atuais Conceito de relações de parentesco Parentesco até o quarto grau Parentesco 10.7.1. 10.7.2. 10.7.3. 10.7.4. 10.7.5. Contagem de graus Linhas de parentesco Tronco Parentesco por afinidade Árvore genealógica 10.8. A multiparentali dade Capítulo 11 – Da Filiação 11.1. 11.2. 11.3. 11.4. A filiação Filiação socioafetiva A desconstituição judicial da filiação socioafetiva O equívoco da desconstituição filial para fins sucessórios 11.4.1. 11.4.2. 11.4.3. 11.4.4. 11.4.5. 11.4.6. Os filhos e a construção do patrimônio familiar Filhos do ECA em confronto com os filhos da adoção à brasileira O direito ao conhecimento das origens genéticas Decadência da rejeição Vedação do registro de filho morto para fins patrimoniais O parto anônimo 11.5. 11.6. 11.7. 11.8. 11.9. 11.10. 11.11. 11.12. Investigação de paternidade movida pelos netos Da possibilidade jurídica O posicionamento do STJ Determinação da maternidade A presunção de paternidade A presunção pater is est A filiação por presunção na fecundação assistida A reprodução assistida no Código Civil 11.13. 11.14. 11.15. 11.16. 11.17. 11.18. A inseminação artificial A inseminação artificial homóloga A proteção jurídica do nascituro Embriões excedentários A inseminação artificial heteróloga A fertilização ou fecundação in vitro (FIV) 11.18.1. 11.18.2. 11.18.3. A transferência de gametas para as trompas (GIFT) Transferência de zigoto para as trompas (ZIFT) A mãe de substituição 11.19. A impugnação da paternidade 11.19.1. O perigo da sacralização do DNA 11.20. 11.21. 11.22. 11.23. 11.24. 11.25. Negativa de paternidade A imprescritível impugnação da paternidade Prova da filiação Princípio de prova e intimação pessoal para exame de DNA A prova judicial da impugnação da paternidade A presunção de paternidade pela recusa 11.25.1. 11.25.2. 11.25.3. 11.25.4. 11.25.5. 11.25.6. A recusa diante do Código Civil As perícias em DNA no Brasil A presunção legal no Código Civil A presunção e a perícia médica de DNA A presunção pela recusa A recusa do filho, da mãe e de outros parentes ao exame em DNA 11.26. 11.27. 11.28. Elisão da paternidade pelo adultério Reconhecimento da paternidade O reconhecimento voluntário 11.28.1. 11.28.2. 11.28.3. 11.28.4. 11.28.5. 11.28.6. Outras formas de reconhecimento voluntário da paternidade Reconhecimento no registro do nascimento Por escritura pública ou escrito particular Reconhecimento por testamento Reconhecimento por manifestação direta e expressa perante o juiz Reconhecimento voluntário do artigo 2º da Lei n. 8.560/1992 11.29. 11.30. 11.31. Reconhecimento de filho maior e de filho menor Ação anulatória de reconhecimento Reconhecimento judicial da paternidade 11.31.1. 11.31.2. 11.31.3. 11.31.4. 11.31.5. 11.31.6. 11.31.7. 11.31.8. 11.31.9. Breve digressão histórica A equiparação dos filhos A investigação judicial da paternidade ou da maternidade Concubinato, união estável e presunção de paternidade Rapto e sua coincidência com as relações sexuais Escritos Legitimidade ativa Legitimidade passiva Conteúdo da defesa do investigado 11.31.9.1. 11.31.9.2. 11.31.9.3. 11.31.9.4. A negativa genérica A exceptio plurium concubentium Impossibilidade física do congresso sexual Não coincidência das relações sexuais 11.31.10. Meios de prova 11.31.10.1. 11.31.10.2. 11.31.10.3. 11.31.10.4. 11.31.10.5. 11.31.10.6. A prova documental A prova testemunhal As provas científicas Provas hematológicas O sistema HLA Perícia em DNA 11.31.11. 11.31.10.6.1. A recusa ao exame pericial A perícia em DNA se basta? 11.31.12. Efeitos da Súmula n. 301 do STJ 11.32. Efeitos da sentença 11.32.1. Dos alimentos na investigatória 11.33. A coisa julgada na investigação de paternidade Capítulo 12 – Da Adoção 12.1. 12.2. Conceito de adoção Considerações gerais 12.3. 12.4. 12.5. 12.6. Natureza jurídica Referências históricas A adoção e o Código Civil A Lei Nacional da Adoção 12.6.1. 12.6.2. 12.6.3. 12.6.4. 12.6.5. 12.6.6. Princípio da prevalência em família Do acolhimento familiar e institucional Da família natural A família extensa Destituição do poder familiar Colocação em família substituta 12.6.6.1. 12.6.6.2. Cadastro de adoção Direito à identidade genética 12.7. Requisitos para a adoção: idade 12.7.1. 12.7.2. 12.7.3. Diferença de idade Adoção por casais Consentimento do cônjuge 12.8. 12.9. 12.10. 12.11. 12.12. 12.13. 12.14. 12.15. 12.16. 12.17. Adoção por avós Adoção por irmãos do adotando Consentimento dos pais, do representante e do adotando Adoção do filho do outro por um dos cônjuges ou companheiros Adoção por tutor ou curador Adoção intuitu personae Adoção por divorciados Adoção póstuma Adoção por estrangeiro Adoção de nascituro 12.17.1. Personalidade jurídica do nascituro 12.18. 12.19. 12.20. 12.21. Adoção à brasileira Adoção de embriões A adoção por homoafetivos Efeitos pessoais da adoção 12.21.1 . Nome 12.21.2. 12.21.3. A adoção e o poder familiar Efeitos patrimoniais da adoção 12.21.3.1. 12.21.3.2. Alimentos Direito sucessório 12.21.4. Irrevogabilidade da adoção 12.22. O apadrinhame nto Capítulo 13 – Do Poder Familiar 13.1. 13.2. 13.3. 13.4. 13.5. Breve noção histórica Função Natureza jurídica Titularidade do poder familiar Conteúdo do poder familiar 13.5.1. 13.5.2. 13.5.3. 13.5.4. 13.5.5. A representação dos filhos Retenção indevida de filho Poder familiar e trabalho Do usufruto dos bens dos filhos Da administração dos bens dos filhos 13.6. 13.7. Extinção do poder familiar A suspensão do poder familiar Capítulo 14 – Do Direito Patrimonial 14.1. 14.2. 14.3. 14.4. 14.5. 14.6. 14.7. Do regime de bens e sua natureza jurídica Princípios gerais Classificação dos regimes de bens O pacto antenupcial Alteração do regime de bens Temor de fraude na mudança do regime de bens A práxis da separação de fachada 14.7.1. 14.7.2. A retroatividade restritiva do contrato de convivência O direito adquirido e a retroatividade da alteração 14.8. 14.9. Do regime obrigatório da separação de bens Da administração dos bens e dos bens reservados 14.10. 14.11. Da reivindicação dos bens comuns Do regime legal de bens 14.11.1. 14.11.2. Bens de caráter próprio Bens de caráter comum 14.12. Regime da comunhão parcial 14.12.1. 14.12.2. Fundos privados de pensão Bens que ingressam na comunhão parcial 14.12.2.1. 14.12.2.2. 14.12.2.3. 14.12.2.4. A título oneroso Por fato eventual Doação, herança ou legado Benfeitorias e acessões e incremento patrimonial societário 14.12.2.4.1. Valorização das quotas sociais ou ações de uma empresa 14.12.2.5. 14.12.2.6. Frutos civis e naturais O fundo de comércio como fruto civil 14.12.2.6.1. 14.12.2.6.2. A clientela dos profissionais liberais e as sociedades simples O aviamento da clientela dos profissionais liberai 14.12.2.7. 14.12.2.8. 14.12.2.9. 14.12.2.10. Aquisição com causa anterior Partilha de quotas Partilha de quotas no juízo cível e não de família Dívidas dos cônjuges 14.13. Do regime de comunhão universal 14.13.1. Bens excluídos da comunhão universal 14.13.1.1. 14.13.1.2. 14.13.1.3. 14.13.1.4. 14.13.1.5. Bens doados ou herdados com incomunicabilidade Bens gravados de fideicomisso Dívidas anteriores ao casamento Doações antenupciais Os bens dos incisos V a VII do art. 1.659 do CC 14.13.2. 14.13.3. Comunicação dos frutos e administração dos bens Extinção da responsabilidade e do regime de bens 14.14. Do regime de participação final nos aquestos 14.14.1. Na Costa Rica 14.14.2. 14.14.3. 14.14.4. 14.14.5. 14.14.6. 14.14.7. 14.14.8. 14.14.9. 14.14.10. 14.14.11. 14.14.12. 14.14.13. 14.14.14. 14.14.15. 14.14.16. 14.14.17. Na Alemanha Na França Na Espanha No Brasil Características do regime de participação final nos aquestos Aquisição onerosa Separação e termo inicial de partição dos aquestos Má administração Risco de fraude na divisãodos bens conjugais A ideia da liquidação antecipada Medidas cautelares no regime de participação final nos aquestos Regime de compensações Dívidas pessoais Irrenunciabilidade do direito à meação Regras de liquidação Disposição hereditária 14.15. 14.16. Do regime da separação de bens Mantença da família 14.16.1. Compensação econômica (alimentos compensatórios) 14.17. 14.18. 14.19. 14.20. A separação obrigatória de bens A separação convencional de bens Os bens adquiridos durante a separação de fato Da fraude na partilha 14.20.1. 14.20.2. 14.20.3. 14.20.4. 14.20.5. 14.20.6. 14.20.7. 14.20.8. 14.20.9. O lastro matrimonial A presunção de comunidade A separação e seu efeito na partilha A autonomia privada A fraude A fraude societária A fraude pela mudança do tipo social A fraude pela interposta pessoa física A boa-fé 14.20.10. 14.20.11. 14.20.12. 14.20.13. 14.20.14. 14.20.15. 14.20.16. 14.20.17. 14.20.18. A fraude no casamento do Código Civil A fraude nos regimes de bens A fraude na união estável A outorga do convivente A indenização pela inoponibilidade Uma solução argentina A fraude pela formação de dívidas A prova da fraude e da simulação A anulação da partilha e decadência 14.21. Do usufruto e da administração dos bens dos filhos menores 14.21.1. Bens excluídos do usufruto 14.22. Da usucapião familiar pelo abandono do lar Capítulo 15 – Dos Alimentos 15.1. 15.2. Conceito Espécies de alimentos 15.2.1. 15.2.2. 15.2.3. Quanto à sua natureza Quanto à causa jurídica Quanto à finalidade 15.2.3.1. 15.2.3.2. 15.2.3.3. 15.2.3.4. 15.2.3.5. 15.2.3.6. 15.2.3.7. Alimentos provisórios Alimentos em tutela provisória Alimentos da tutela antecipada A fungibilidade do parágrafo único do artigo 305 do CPC de 20Pressupostos para a concessão da tutela antecipada Tempo de duração da tutela antecipada Da consagração da tutela antecipada para provimento alimentar 15.2.4. Quanto ao momento em que são reclamados 15.2.4.1. Alimentos pretéritos e futuros 15.3. Características da obrigação alimentar 15.3.1. 15.3.2. 15.3.3. Direito personalíssimo Transmissibilidade Divisibilidade 15.3.3.1. Litisconsórcio na ação de alimentos 15.3.3.2. Da solidariedade nos alimentos do idoso 15.3.4. 15.3.5. 15.3.6. 15.3.7. 15.3.8. 15.3.9. 15.3.10. 15.3.3.2.1. Condicionalidade Reciprocidade Alternatividade Imprescritibilidade Irrepetibilidade Incompensabilidade Irrenunciabilidade O título executivo extrajudicial dos alimentos do idoso 15.3.10.1. 15.3.10.2. 15.3.10.3. 15.3.10.4. 15.3.10.5. 15.3.10.6. 15.3.10.7. 15.3.10.8. A validade histórica da renúncia alimentar Renúncia expressa A disponibilidade alimentar no vigente Código Civil A renúncia aos alimentos no Projeto de Lei n. 6.960/2002 A irrenunciabilidade alimentar O indevido retrocesso A compensação como nova forma de acordo alimentar A renúncia alimentar à luz do atual Código Civil 15.3.11. Impenhorabili dade 15.4. Obrigação alimentar de tios, sobrinhos, primos e parentes afins 15.4.1. Os alimentos na família reconstituída 15.5. 15.6. 15.7. Obrigação alimentar entre ascendentes e descendentes Os alimentos na guarda e na tutela do eca Os alimentos do nascituro 15.7.1. Dos alimentos gravídicos 15.8. 15.9. 15.10. Os alimentos dos relativamente incapazes A representação pelo Ministério Público nos alimentos O constrangimento da ação ou da execução alimentar 15.10.1. 15.10.2. O abuso do direito Falta de alimentos como violência doméstica 15.11. 15.12. Alimentos e prestação de contas Alimentos com a maioridade civil 15.12.1. Maioridade civil e exercício abusivo do direito de alimentos 15.13. 15.14. Dever de sustento e obrigação Formas alternativas de eficácia do pagamento dos alimentos 15.14.1. 15.14.2. 15.14.3. 15.14.4. 15.14.5. 15.14.6. O protesto dos alimentos A constituição de capital Astreintes O abandono material e a prisão descontínua Perda do poder familiar Medidas executivas atípicas 15.15. Dos alimentos entre parentes 15.15.1. Alimentos na guarda compartilhada 15.16. 15.17. 15.18. 15.19. 15.20. 15.21. 15.22. Dos alimentos dos avós Da transmissão hereditária do dever alimentar Dos alimentos dos cônjuges Alimentos dos conviventes Igualdade e independência econômica Dos alimentos na homoafetividade Rubrica alimentar 15.22.1. 15.22.2. 15.22.3. 15.22.4. 15.22.5. 15.22.6. Alimentaçã o Habitação Educação Saúde Vestuário Lazer 15.23. 15.24. Base de incidência dos alimentos Pensão intuitu familiae e intuitu personae 15.24.1. Alimentos em espécie ou in natura 15.25. Dos alimentos transitórios 15.25.1. A duração dos alimentos transitórios 15.26. Alimentos compensatórios ou compensação econômica 15.26.1. 15.26.2. A pensão alimentícia e a compensação econômica Alimentos compensatórios e compensação econômica 15.26.3. 15.26.4. 15.26.5. Outras diferenças entre obrigação de alimentos e compensação econômica Responsabilidade objetiva no Direito de Família A duração da compensação econômica 15.27. A restituição dos alimentos 15.27.1. 15.27.2. 15.27.3. O abuso do direito nos alimentos Do abuso do direito nas relações de família Uma solução argentina para a fraude alimentar 15.28. 15.29. Da renúncia e da exoneração dos alimentos Perda do crédito alimentar por novo relacionamento 15.29.1. 15.29.2. Conduta irregular da ex-mulher Comportamento indigno 15.30. A desconsideração da personalidade física e jurídica nos alimentos 15.30.1. 15.30.2. 15.30.3. Sua incidência processual A desconsideração ativa A desconsideração ativa inversa e a quebra do sigilo fiscal, contábil e bancário 15.31. 15.32. 15.33. 15.34. A oferta de alimentos A majoração e redução dos alimentos e sua atualização automática Cessação da obrigação de prestar alimentos A execução de alimentos 15.34.1. 15.34.2. 15.34.3. 15.34.4. 15.34.5. 15.34.6. Do cumprimento da sentença Aplicação de multa A defesa no cumprimento da sentença Sentença para ser cumprida Do cumprimento da sentença nos alimentos Do procedimento expropriatório 15.35. 15.36. Da execução internacional dos alimentos A intributabilidade da pensão alimentícia 15.36.1. 15.36.2. 15.36.3. 15.36.4. A participação da mulher nas atividades econômicas A coabitação Alimentos entre cônjuges A função social da família 15.36.5. 15.36.6. 15.36.7. 15.36.8. A necessidade de uma política de proteção familiar O mínimo existencial Renda e proventos A tributação familiar 15.36.8.1. A condição de dependente 15.36.9. 15.36.10. 15.36.11. 15.36.12. 15.36.13. A capacidade colaborativa O imposto de renda sobre a pensão alimentícia A ausência de acréscimo patrimonial A pensão alimentícia como encargo de família Os alimentos e seu caráter indenizatório Capítulo 16 – Do Bem de Família 16.1. 16.2. 16.3. 16.4. Bem de família Conceito de bem de família O advento da Lei n. 8.009/1990 O bem de família do Código Civil 16.4.1. 16.4.2. 16.4.3. 16.4.4. Objeto do bem de família voluntário Valor do bem de família voluntário Procedimento de constituição e efeitos Das isenções 16.5. Extinção do bem de família Capítulo 17 – Da União Estável 17.1. 17.2. 17.3. 17.4. 17.5. 17.6. 17.7. Antecedentes históricos A Constituição Federal de 1988 A Lei n. 8.971/1994 A Lei n. 9.278/1996 O projeto de Lei n. 2.686/1996 Origem e definição A expansão das uniões livres 17.7.1. 17.7.2. 17.7.3. Motivos econômicos Motivos sociais Motivos legais 17.7.4. 17.7.5. 17.7.6. Motivos ideológicos Motivos raciais e religiosos Outras causas de disseminação da união estável 17.8. Pressupostos de configuração da união estável 17.8.1. Diversidade de sexos 17.8.2. 17.8.1.1. Coabitação União homoafetiva 17.8.3. 17.8.4. 17.8.5. 17.8.6. 17.8.7. 17.8.8. Prazo para constituição Existência de precedente casamento Convivência pública Continuidade Com objetivo de constituir família Inexistência de impedimento matrimonial 17.9. 17.10. Conceito de união estável Direitos e deveres dos conviventes 17.10.1. 17.10.2. 17.10.3. 17.10.4. 17.10.5. 17.10.6. 17.10.7. Lealdade Respeito Assistência Dever imaterial Guarda, sustentoe educação dos filhos A coabitação como dever natural O nome na união estável 17.11. Contrato de convivência 17.11.1. 17.11.2. 17.11.3. 17.11.4. 17.11.5. 17.11.6. A retroatividade restritiva do contrato de convivência A mudança do regime de bens na conversão em casamento Regime de bens Conversão em casamento Usufruto e direito real de habitação Contrato de namoro 17.12. Concubinato e relações paralelas 17.12.1. 17.12.2. O olhar discordante O concubinato e a monogamia 17.12.3. 17.12.4. 17.12.5. 17.12.6. Do concubinato de boa-fé O concubinato e a doação O concubinato e a deixa testamentária O concubinato e a previdência social 17.13. Dissolução da união estável Capítulo 18 – Tutela 18.1. 18.2. 18.3. 18.4. 18.5. 18.6. 18.7. 18.8. 18.9. 18.10. 18.11. Conceito Menores submetidos à tutela A tutela no Direito Romano A tutela no Estatuto da Criança e do Adolescente Modalidades de tutela Tutela testamentária Tutela legítima Tutela dativa Tutela funcional Exclusividade da tutela Incapazes de exercer a tutela 18.11.1. Idoneidad e 18.12. 18.13. Designação do convivente como tutor Escusa dos tutores 18.13.1. 18.13.2. 18.13.3. 18.13.4. 18.13.5. 18.13.6. 18.13.7. 18.13.8. Mulheres casadas Maiores de sessenta anos Aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos Enfermidade Habitação distante Os que já exercerem tutela ou curatela Militares em serviço Aos que não forem parentes do menor 18.14. 18.15. Prazo de escusa e decisão judicial Do exercício da tutela 18.15.1. 18.15.2. Do exercício da tutela quanto à pessoa do tutelado Do exercício da tutela quanto ao patrimônio do tutelado 18.15.3. A administração dos bens e a tutela conjunta 18.16. Atribuições do tutor 18.16.1. Atos de competência do tutor sujeitos à prévia autorização judicial 18.17. 18.18. 18.19. 18.20. 18.21. 18.22. 18.23. 18.24. 18.25. 18.26. Vedações ao tutor Garantia da tutela O protutor Responsabilidade do juiz Remuneração do tutor Responsabilidade do tutor Bens do tutelado Prestação de contas Cessação da tutela Das funções do tutor Capítulo 19 – Da Curatela 19.1. 19.2. 19.3. 19.4. 19.5. 19.6. 19.7. Da curatela Conceito Pessoas sujeitas à curatela Curatela do nascituro Velhice Curatela no Direito Romano Enfermidade ou deficiência mental 19.7.1. Intervalos lúcidos 19.8. 19.9. 19.10. 19.11. 19.12. 19.13. 19.14. 19.15. 19.16. 19.17. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade Deficientes mentais Ébrios habituais Os viciados em tóxicos Os pródigos Autocuratela Ação de interdição Das disposições comuns à tutela e à curatela Pessoas habilitadas ao exercício da curatela Curatela conjunta 19.18. 19.19. 19.20. 19.21. Bibliografia Efeitos jurídicos da sentença de interdição Levantamento da interdição Cessação da curatela Da tomada de decisão apoiada Capítulo 1 INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMÍLIA 1.1. O DIREITO DE FAMÍLIA E O CÓDIGO CIVIL Em meados de agosto de 2001 foi aprovada a redação final do vigente Código Civil brasileiro, que, sancionado sem vetos pelo Presidente da República, resultou na Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Surgiram muitas críticas ao texto aprovado por votação simbólica na Câmara dos Deputados, despontando entre os seus opositores Caio Mário da Silva Pereira, ao destacar que o texto consolidado se revelava muito tímido e divorciado do progresso social, em troca do comodismo das soluções passadistas.1 Francisco José Cahali2também não demonstrou maior ânimo com o livro familista codificado para as próximas gerações, vaticinando que muitas das disposições do então novo Código apenas reproduziam a legislação precedente, ou a simples confirmação das regras vigentes, embora escritas em outros termos. As críticas apresentadas ao Código Civil foram pontualmente rebatidas por Miguel Reale, que, em 1960, fora convidado pelo Ministro da Justiça Luis Antonio da Gama e Silva, no governo do Presidente Costa e Silva para redigir o Projeto do novo Código Civil, em decorrência do falecimento de Francisco Campos. Miguel Reale assumiu a coordenação do Projeto e foi nomeada, a 23 de maio de 1969, uma Comissão Revisora e Elaboradora do Código Civil, constituída pelo próprio Miguel Reale; pelo Ministro José Carlos Moreira Alves; Agostinho de Arruda Alvim; Sylvio Marcondes; Erbert Chamoun, Torquato Castro e, encarregado do livro de Direito de Família, o jurista Clóvis do Couto e Silva.3 Aos contestadores do neófito Código Civil, Miguel Reale respondeu não haver qualquer sentido afirmar-se que, em razão do longo tempo transcorrido, o Código já nasceria superado, pois teriam sido aproveitadas todas as oportunidades para sua atualização e complemento, tanto quando da passagem do Projeto pela Câmara dos Deputados como no Senado Federal.4 Observou em suplemento, que todas as mudanças substanciais surgidas no curso do tempo transcorrido entre a criação da Comissão encarregada da elaboração do novo Código Civil, aprovação e sanção presidencial do então denominado Projeto n. 634/1975 ocupou 26 anos de “progressiva e incessante atualização”.5 Em que pese a relevância dos argumentos do Professor Miguel Reale, efetivamente, o Código Civil entrou em vigor com induvidosas defasagens e isso ficou muito claro quando trazida à memória a longa trajetória percorrida pelo Projeto de Lei n. 634/1975 do Código Civil brasileiro, cuja tramitação legislativa no Congresso Nacional demorou vinte e seis anos, intercalando andanças entre a Câmara dos Deputados e o Senado, e em cujo período a sociedade brasileira realmente testemunhou significativas tranformações sucedidas no campo do Direito de Família e em especial no comportamento social da família brasileira depois de reescrito o Direito e depois de alterada a conduta social, que revisou os conceitos de ética e de moral entre cada integrante da célula familiar da multifacetária sociedade brasileira, originariamente modelada à luz dos cânones da Igreja Católica e dos valores configurados a partir de uma visão patrimonial da família. Assim ficou registrado pelas marchas e contramarchas na provação e aprovação do divórcio, instituto admitido com inúmeras limitações, para ser gradativamente ampliado, sobrevindo no meio familiar brasileiro questões relacionadas com a igualdade dos filhos e cônjuges, alargamento das formas legais de constituir família, como o reconhecimento constitucional da união estável e, sobretudo, pela completa revisão do Direito de Família. Tendo como marco inicial a Carta Federal de 1988, o Direito de Família passou a ser balizado pela ótica exclusiva dos valores maiores da dignidade e da realização da pessoa humana, semdesconsiderar os notáveis avanços da ciência, permitindo a pesquisa certeira da identidade genética para investigação da paternidade ou da maternidade. À vista de tantas alterações sociais, legais e científicas, Caio Mário da Silva Pereira disse ter o legislador perdido a oportunidade de tratar de temas da maior importância, como ocorreu no campo da fertilização assistida. Mais uma vez rebatendo tais críticas, escreveu Miguel Reale, ser “próprio de um Código albergar somente questões que se revistam de certa estabilidade, de certa perspectiva de duração, sendo incompatível com novidades ainda pendentes de estudos. O projeto deve se limitar, por conseguinte, àquilo que é da esfera civil, deixando para a legislação especial a disciplina de assuntos que dela extrapolem”.6 E quando questionado pelo fato de que o novo Código Civil teria, por exemplo, se olvidado de versar sobre os direitos do nascituro fertilizado in vitro, o Professor Miguel Reale respondeu que: “Novidades como o filho de proveta só podem ser objeto de leis especiais. Mesmo porque transcendem o campo do Direito Civil.” E concluiu ser função do Código dar tão só “guarida aos institutos e soluções normativas já dotados de certa sedimentação e estabilidade, deixando à legislação aditiva a disciplina de questões ainda objeto de fortes dúvidas e contrastes, em virtude de mutações sociais em curso, ou na dependênciade mais claras colocações doutrinárias, ou ainda quando fossem previsíveis alterações sucessivas para adaptações da lei à experiência social e econômica.”7 O Direito de Família integra o Livro IV da Parte Especial do Código Civil, cujo texto original fora redigido pelo jurista Clóvis do Couto e Silva, e no qual ocorreu o maior número de alterações, na ordem de 42% das emendas aprovadas, tudo com o propósito de adaptar os seus dispositivos à tutela da nova diretriz do direito familista brasileiro, e que no curso destes últimos anos vem sendo progressivamente alterado com o intuito de se aproximar cada vez mais dos princípios constitucionais vigentes e de uma efetiva autonomia privada no campo das relações do Direito de Família, devendo, quem sabe, para ficar definitivamente em sintonia com as mais avançadas legislações familistas do mundo ocidental, abrir caminho para uma paulatina autodeterminação também no âmbito das relações verticais de família. 1.2. A DESCODIFICAÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA Toda essa longa gestação até a aprovação final do Codex em vigor aguçava proposições de descodificação do Código Civil, por ser preferível a consolidação de leis que complementem cada segmento da sociedade civil. Caio Mário da Silva Pereira argumentava que “a celeridade da vida não pode ser detida pelas muralhas de um direito codificado”.8 Noutro texto concluía9 ser mais “lógico, mais científico e mais prático reformar o Código Civil por segmentos de que, por vaidade ou preconceito, refazê-lo por inteiro, posto que imperfeito e superado”. Foi a hipótese exatamente verificada com a demora transcorrida na edificação do Código Civil brasileiro, ao tramitar durante vinte e seis anos, contados da criação do Projeto n. 634/1975, até ser sancionado; e, embora o texto tivesse absorvido no Livro de Direito de Família uma quantidade expressiva de emendas, mesmo assim não permitiram pudesse restar recepcionado como um Código moderno, verdadeiramente atualizado e coerente com as mudanças sociais ocorridas ao largo dessas quase três décadas de uma ebulição social, cujo efeito profetizou Caio Mário da Silva Pereira que: “Em poucos anos uma legislação mais prática, mais realista e mais sensível às inovações do progresso voltar-se-á para o Código resultante do Projeto em discussão e o tomará nas mãos para refazer o trabalho sob o mesmo argumento de sua rápida vetustez.”10 E, justamente diante da complexidade das transformações verificadas na realidade sociocultural brasileira, frente aos novos arranjos e composições familiares que se materializaram sem que a Lei tivesse tempo de prever e proteger seus direitos, foi que o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), atento às transformações apanhadas dessa nova realidade social, se empenhou em trabalhar, em um primeiro momento, na construção do Projeto de Lei n. 2.285/2007, para reescrever o Direito de Família e assim criar o Estatuto das Famílias, cujo projeto foi então encabeçado pelo Deputado Federal Sérgio Barradas Carneiro, que se encarregou de apresentá-lo ao Congresso Nacional. De acordo com a exposição de motivos apresentada pela Comissão de Sistematização do Estatuto das Famílias, cuja composição fora formada por Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka; Luiz Edson Fachin; Maria Berenice Dias; Paulo Luiz Netto Lôbo, Rodrigo da Cunha Pereira; Rolf Madaleno e Rosana Fachin, “o Estatuto das Famílias, além de incorporar vários projetos de lei específicos que tramitavam no Congresso Nacional, buscava soluções para conflitos e demandas familiares, a partir de novos valores jurídicos como o afeto, o cuidado, a solidariedade e a pluralidade”. Essa mesma distância sentida entre o texto codificado e a realidade social vivenciada pela família brasileira foi destacada na justificativa elaborada pelo Deputado Sérgio Barradas Carneiro ao debutar então, no Congresso Nacional o Projeto de Lei n. 2.285/2007 (Estatuto das Famílias), quando, aludindo ao Código Civil de 2002 destacou haver “a doutrina especializada demonstrado à saciedade a inadequação da aparente nova roupagem normativa que tem gerado intensas controvérsias e dificuldades em sua aplicação” e que submetia ao Congresso Nacional o presente projeto de lei, denominado Estatuto das Famílias, convencido de que ele traduz os valores consagrados nos princípios emergentes dos artigos 226 a 230 da Constituição Federal e protege as variadas entidades familiares presentes na moderna sociedade brasileira. O IBDFAM, entidade que congrega perto de 12.000 profissionais e estudiosos do Direito das Famílias, entre advogados, magistrados, membros do Ministério Público, defensores públicos, psicólogos, psicanalistas, antropólogos, professores, pedagogos, sociólogos e outros profissionais, promoveu nova revisão sistemática do Livro IV da Parte Especial do Código Civil e elaborou novo projeto de lei, com a denominação de “Estatuto das Famílias”, colacionando os valores consagrados nos princípios e garantias constitucionais, cujo encaminhamento ao Senado Federal foi confiado ao Senador Eduardo Suplicy. Este é identificado no Senado Federal como Projeto de Lei do Senado (PLS) n. 470/2013, de autoria da Senadora Lídice da Mata e tendo recebido parecer favorável do Senador João Capiberibe e estando ainda em tramitação legislativa. 1.3. A ORGANIZAÇÃO JURÍDICA DA FAMÍLIA A Constituição Federal de 1988 realizou a primeira e verdadeira grande revolução no Direito de Família brasileiro, a partir de três eixos:11 a) o da família plural, com várias formas de constituição (casamento, união estável e a monoparentalidade familiar); b) a igualdade no enfoque jurídico da filiação, antes eivada de preconceitos; e c) a consagração do princípio da igualdade entre homens e mulheres. E, se nestes três eixos ampara-se a vigente codificação do Direito de Família brasileiro, compete examinar detidamente o texto aprovado e da sua análise meticulosa conferir se se trata de obra final e acabada, ou se, como insistentemente tem ecoado pela doutrina familista nacional, apenas nos defrontamos com a reprodução dos dispositivos já preexistentes e que em algumas passagens chegam a representar um retrocesso aos avanços anteriormente alcançados pelo esforço reiterado dos estudiosos e da jurisprudência brasileira. Para Euclides Oliveira e Giselda Hironaka,12 o originário Projeto de Lei n. 634/1975 apenas foi realinhado com a ordem constitucional, nada mais sendo feito pelo Senado Federal, que se omitiu de dar um passo mais ousado. De qualquer forma, diante das novas evidências surgidas depois do advento do Código Civil de 2002, já não é mais possível ficar simplesmente contemplando os frágeis mecanismos de proteção das famílias nacionais, como tampouco seria aceitável virar as costas, como fez a Constituição Federal, para os diferentes arranjos que compõem o mosaico familiar da sociedade mundial e não é nada diferente no Brasil, especialmente depois da edição da Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009 – Nova Lei da Adoção – ao programar expressamente na legislação brasileira as novas referências familiares que ultrapassam o rol taxativo da Carta Federal de 1988, cujo modelo claramente superado, abarca apenas a família matrimonial, a família formada pela união estável e a família monoparental. E, notadamente, depois da histórica decisão do Supremo Tribunal Federal em face da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 4.277/2009 e à ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 132/2008, que, por votação unânime, julgou procedente a ação, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, para dar ao artigo 1.723 do Código Civil interpretação conforme à Constituição Federal, e dele excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como “entidade familiar”, entendida como sinônimo perfeito de “família”, tratando o Conselho Nacional de Justiça de editar, posteriormente, a Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, para vedar às autoridades competentes de se recusarem a habilitação,celebração de casamento civil ou de conversão de união estável emcasamento entre pessoas do mesmo sexo. Embora seja verdade que a Constituição Federal foi revolucionária ao expandir o conceito oficial de família e permitir o reconhecimento de outros modelos de relação familiar que não fossemobrigatoriamente ligados ao casamento, e diante dessa realidade estender à união estável e à família monoparental o mesmo braço protetor destinado ao matrimônio (CF, art. 226), não é possível desconsiderar a pluralidade familiar e de cujo extenso leque o Estatuto da Criança e do Adolescente, com a incorporação dessa filosofia pluralista, reuniu em texto escrito o reconhecimento oficial de diferentes modelos de núcleos familiares: como a família natural, a família ampliada e a família substituta.13 Haveria evidente equívoco imaginar pudesse o texto constitucional restringir sua proteção estatal exclusivamente ao citado trio de entidades familiares (casamento, união estável e relação monoparental), olvidando-se de sua função maior, de dar abrigo ao sistema democrático e garantir a felicidade através da plena realização dos integrantes de qualquer arquétipo de ente familiar, lastreado na consecução do afeto, pois, como prescreve a Carta Política, a família como base da sociedade, tem especial proteção do Estado (CF, art. 226) e um Estado Democrático de Direito tem como parte integrante de seu fundamento e existência a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1°, inc. III), que sob forma alguma pode ser taxada, restringida ou discriminada e prova disto foi a consagração do reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal da união homoafetiva como entidade familiar, regulamentando o CNJ o casamento entre pessoas do mesmo sexo por meio da Resolução n. 175/2013. A família contemporânea encontra sua realização no seu grupo e, dentro deste grupo familiar, cada um de seus integrantes encontra na convivência solidária e no afeto o valor social e jurídico que a família exerce no desenvolvimento da sociedade e do Estado. 1.4. A DIVERSIDADE FAMILIAR A Carta Política de 1988 começou a desconstruir a ideologia da família patriarcal, edificada em uma família monogâmica, parental, centralizada na figura paterna e patrimonial e que reinou absoluta na sociedade brasileira, herdada dos patriarcas antigos e dos senhores medievais.14 Relevantes as observações de Sérgio Resende de Barros quando chama a atenção de o patriarcalismo haver principiado a asfixia do afeto, primeiro com a prática de casamentos de conveniência, que se somaram aos motivos patrimoniais e políticos. Nessa perspectiva o casamento passou do afetivo para o institucional e de propósitos econômicos, centrados no modelo de um pai e uma mãe com seus filhos, mas todos sob o poder supremo do marido, provedor da segurança e economia da família.15 A família do passado não tinha preocupações com o afeto e a felicidade das pessoas que formavam seu principal núcleo, pois eram os interesses de ordem econômica que gravitavam em torno daquelas instâncias de núcleos familiares construídos com suporte na aquisição de patrimônio. Mesmo os modelos de entidades familiares lembrados pela Constituição Federal de 1988 não abarcam a diversidade familiar presente na contemporânea sociedade brasileira, cujos vínculos provêm do afeto (feitos um para o outro), mas não qualquer afeto, explica Sérgio Resende de Barros, mas “um afeto especial, representado pelo sentimento de duas pessoas que se afeiçoam pelo convívio diuturno, em virtude de uma origem comum ou em razão de um destino comum, que conjuga suas vidas tão intimamente, que as torna cônjuges quanto aos meios e aos fins de sua afeição, até mesmo gerando efeitos patrimoniais”.16 Prossegue Sérgio de Barros Resende: “O afeto é que conjuga. Apesar da ideologia da família parental de origem patriarcal pensar o contrário, o fato é que não é requisito indispensável para haver família que haja homem e mulher, nem pai e mãe. Há famílias só de homens ou só de mulheres, como também sem pai ou mãe. Ideologicamente, a atual Constituição brasileira, mesmo superando o patriarcalismo, ainda exige o parentalismo: o biparentalismo ou o monoparentalismo. Porém, no mundo dos fatos, uma entidade familiar forma-se por um afeto tal – tão forte e estreito, tão nítido e persistente – que hoje independe do sexo e até das relações sexuais, ainda que na origem histórica não tenha sido assim. Ao mundo atual, tão absurdo é negar que, mortos os pais, continua existindo entre os irmãos o afeto que define a família, quão absurdo seria exigir a prática de relações sexuais como condição sine qua non para existir a família. Portanto, é preciso corrigir ou, dizendo comeufemismo, atualizar o texto da Constituição brasileira vigente, começando por excluir do conceito de entidade familiar o parentalismo: a exigência de existir um dos pais.”17 É fácil compreender a importância do afeto na formação dos vínculos familiares, especialmente diante do texto constitucional assentado no seu artigo 1°, inciso III, com a cláusula geral de tutela da personalidade, onde a dignidade humana é valor fundamental da República. Dessa sorte de ideias a família, dentre outros grupos sociais, lembra Gustavo Tepedino, “deve ter o seu regulamento interno adequado ao pleno desenvolvimento da personalidade humana, não lhes sendo consentido impor (...) normas de conduta que não se coadunam com os princípios acima referidos. As comunidades intermediárias têm a sua razão de ser e sua justificativa no papel que representam para a promoção da pessoa humana...”18 A nova família foi desencarnada do seu precedente elemento biológico para ceder lugar aos vínculos psicológicos do afeto, consciente a sociedade que, na formação da pessoa humana, os valores como a educação, o afeto e a comunicação contígua guardam muito mais importância do que o elo da hereditariedade.19 A família que foi repersonalizada a partir do valor do afeto, não de qualquer relação afetiva, como pudesse alguém argumentar, mas de um afeto especial e complementar de uma relação de estabilidade, coabitação, intenção de constituir um núcleo familiar, de proteção, solidariedade e interdependência econômica, tudo inserido em um projeto de vida emcomum,20 conforme exterioriza o artigo 1.511 do Código Civil, ao explicitar que a comunhão plena de vida é princípio geral e ponto de partida para o completo desenvolvimento pessoal dos partícipes de cada um dos diversificados modelos de famílias. Contudo, como bem observa Marco Túlio de Carvalho Rocha, embora esses vínculos de coabitação, elos culturais, genéticos e jurídicos e até mesmo afetivos, e a própria dependência econômica sejam elementos importantes na identificação da constituição de uma entidade familiar, não são, no entanto, essenciais à caracterização da família, porque existem grupos familiares que deles podem prescindir.21 Por isso não é admissível preordenar espécies estanques de unidade familiar e destiná-las como emissárias únicas da proteção estatal, quando a sociedade claramente acolhe outros dignificantes modelos de núcleos familiares e demonstra que aquelas previamente taxadas não espelham todo o alicerce social da família brasileira. Muito mais quando Caio Mário da Silva Pereira alertava ser a família hodierna reconhecida pela Convenção Internacional dos Direitos da Criança – ONU/1989 (Decreto n. 99.710/1990) como um “núcleo fundamental da sociedade e meio natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus membros e, em particular, as crianças”.22 Razão assiste a Renata Barbosa de Almeida e Walsir Edson Rodrigues Júnior, quando afirmam ser dada ao sujeito a liberdade de formar ou não sua família, sem qualquer imposição ou adesão aos modelos preexistentes, em um inadmissível elenco fechado e injustificado. Aceitar essa limitação seria retroceder ao próprio tempo em que o casamento era a única opção de formação familiar,23 e tal restrição ou retrocesso nem mesmo a Carta Federal permite concluir quando o Texto Maior reconhece existirem outros núcleos familiares dissociadosdo modelo matrimonial, e se mudaram os paradigmas do passado devem ser estabelecidos os padrões do presente, tomando de antemão a relevância jurídica dos vínculos de afeto, ou como expõe Belmiro Pedro Welter, que vê na família atual uma linguagem tridimensional, genética, (des)afetiva e ontológica.24 E, se a família tem atualmente outro perfil que se alargou para além das fronteiras enlaçadas pela Constituição Federal com o casamento (CF, art. 226, § 1°); a união estável (CF, art. 226, § 3°) e a família monoparental, representada pela comunidade formada por qualquer dos pais com seus descendentes (CF, art. 226, § 4°), cumpre então localizar essas famílias denominadas plurais e concluir sobre suas formações e seus efeitos, devendo-se ter todo o cuidado de não fazer desaparecer a união estável por sua subsunção pelo casamento ou de desaparecer o casamento por sua absorção pela união estável, diante da tese de repercussão geral do STF, nos REs 878.694 e 646.721, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, julgados em 10 de maio de 2017.25 1.4.1. A família matrimonial O casamento identifica a relação formal consagrada pelo sacramento da Igreja, ao unir de forma indissolúvel um homem e uma mulher e cujos vínculos foram igualmente solenizados pelo Estado, que, durante largo tempo, só reconheceu no matrimônio a constituição legítima de uma entidade familiar, marginalizando quaisquer outros vínculos informais. Para triunfo do casamento era importante o princípio da monogamia, que não tem texto expresso no ordenamento jurídico brasileiro, mas surgiu no período de transição entre a fase média e a fase superior da barbárie, baseado na predominância do homem e na certeza da paternidade de seus filhos, assim conferindo maior solidez aos laços conjugais, embora ao homem sempre fosse tolerado o direito à infidelidade,26 de sorte que ao morrer o homem teria a certeza de estar transmitindo sua riqueza e por herança aos seus filhos, e não aos filhos de qualquer outro. O discurso de adoção ao princípio da monogamia acompanhou o longo percurso da cristandade do matrimônio monogâmico, indissolúvel e destinado à procriação o único espaço da sexualidade.27 Somente no casamento existiria a legítima descendência, onde os filhos eram presumidamente conjugais e não sofriam as discriminações da prole preterida, subdividida em filhos ilegítimos, espúrios, naturais e incestuosos. Honrada seria a mulher do casamento, cuja imagem social se manteria íntegra e ilibada. Com o passar dos tempos e a evolução dos costumes sociais, a união estável foi posta constitucionalmente ao lado da família do casamento, a merecer a proteção do Estado e figurar como essencial à estrutura social, sendo que o casamento, diferentemente da união estável, dispõe de todo um complexo de dispositivos no Código Civil destinados à sua formal, precedente e legítima constituição e sua eventual dissolução. 1.4.2. A família informal Disse Friederich Engels que a família progride na medida em que progride a sociedade, que vai se modificando porque a família é produto do sistema social e a cultura da época irá refletir no sistema.28 A família informal é uma resposta concreta a essa evolução e ela já foi sinônima de família marginal, muito embora figurasse como panaceia de todas as rupturas matrimoniais enquanto ausente o divórcio no Direito brasileiro, ela serviu como válvula de escape para quem, desquitado, não podia casar novamente porque o matrimônio era um vínculo vitalício e indissolúvel. Denominado concubinato, em 1988 foi alçado à condição de entidade familiar com o advento da vigente Carta Federal, trocando sua identidade civil pela expressão consolidada de união estável. Enquanto viveu à margem da lei, o concubinato procurou lentamente seu caminho ao reconhecimento e consagração de uma típica espécie legítima de constituição familiar, primeiro, logrou ver judicialmente reconhecidos direitos que comparavam a mulher concubina à serviçal doméstica, concedendo-lhe, com a ruptura do concubinato, uma indenização por serviços prestados, e se ela de alguma forma tivesse contribuído com recursos próprios para a aquisição de bens registrados em nome do concubino, por analogia ao Direito Comercial podia reivindicar a divisão dos bens comuns em valor proporcional ao montante de seus efetivos aportes financeiros, pois seu vínculo afetivo era equiparado a uma sociedade de fato. A Carta Política de 1988 resgatou a dignidade do concubinato e passou a denominá-lo união estável, mas não tratou o legislador constituinte de apagar as marcas do preconceito e da histórica censura às relações informais de uma união marginal que, embora socialmente tolerada, já mereceu no período colonial brasileiro a condição de crime passível do degredo e do cárcere. Claro que os tempos e a legislação constitucional não reservaram tamanha ojeriza cultural à união estável, mas, ao estabelecer que a relação informal possa a qualquer tempo ser convertida em matrimônio (CF, art. 226, § 3°), com efeito, que fez parecer existir uma espécie de segunda categoria de entidade familiar, com uma nem tão velada preferência pela instituição do casamento. As estatísticas mostram um acentuado crescimento e até mesmo a superação numérica de relacionamentos estáveis em detrimento do casamento civil, e estudos sociais e jurídicos apontamdiversas causas tidas como responsáveis pelo constante crescimento das famílias informais e, não obstante a importância desse crescimento das entidades familiares informais, mas que cada vez mais estão se formalizando por meio de contratos escritos de uniões estáveis, e do ponto de vista legal até a manifestação do Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 878.694 e 646.721, sob a relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, em 10 de maio de 2017, ainda subsistiam gritantes diferenças entre as duas principais famílias constitucionais, do casamento e da união estável, mas que foram minimizadas com a tese de que “É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790 do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002” e se esta tese de repercussão geral não implicou em equiparação absoluta entre casamento e união estável, porque diferenças continuam existindo entre os dois institutos jurídicos, representou o início de uma nova e ampla discussão sobre a liberdade de as pessoas constituírem suas famílias. 1.4.3. A família monoparental Famílias monoparentais são usualmente aquelas em que um progenitor convive e é exclusivamente responsável por seus filhos biológicos ou adotivos. Tecnicamente são mencionados os núcleos monoparentais formados pelo pai ou pela mãe e seus filhos, mesmo que o outro genitor esteja vivo, ou tenha falecido, ou que seja desconhecido porque a prole provenha de uma mãe solteira, sendo bastante frequente que os filhos mantenham relação com o progenitor com o qual não vivam cotidianamente, daí não haver como confundir família monoparental com lugar monoparental. Com respeito à sua origem, as famílias monoparentais podem ter diversos pontos de partida, advindas da maternidade ou paternidade biológica ou adotiva e unilateral, em função da morte de umdos genitores, a partir do divórcio, nulidade ou anulação do casamento e da ruptura de uma união estável.29 As causas desencadeadoras da monoparentalidade apontam para a natalidade de mães solteiras, inclusive por técnicas de inseminação artificial, até mesmo post mortem e motivos ligados a uma prévia relação conjugal (não necessariamente oriunda do casamento, mas da conjugação de interesses em uma vida comum), com separação de fato, divórcio, nulidade ou anulação do casamento, ou viuvez. Segundo Demian Diniz da Costa, é fundamental a ideia de formação monoparental constituída por um homem e uma mulher, sem cônjuge, que vivem em união livre, ou casais com posterior separação e com a presença de filhos. Até os 25 anos o filho é considerado dependente econômicode seus genitores e até essa idade subsiste uma família monoparental.30 A Constituição Federal albergou a família monoparental no § 4° do artigo 226, mas nada foi reservado na legislação infraconstitucional com vistas à regulamentação dos direitos e obrigações decorrentes dos vínculos monoparentais,31 não obstante os principais efeitos jurídicos já tenhamprevisão legal por resultarem das consequências práticas da viuvez, separação ou ausência de convivência dos pais, e de suas responsabilidades legais provenientes do poder familiar, próprio do vínculo de filiação. 1.4.4. A família anaparental Existem diferentes liames sociais cujos vínculos foram acolhidos pela Carta Política de 1988, ao adotar um modelo aberto de entidade familiar digno da proteção estatal. Ao lado da família nuclear construída dos laços sanguíneos dos pais e sua prole está a família ampliada, como uma realidade social que une parentes, consanguíneos ou não, estando presente o elemento afetivo e ausentes relações sexuais,32 porque o propósito desse núcleo familiar denominado anaparental não tem nenhuma conotação sexual como sucede na união estável e na família homoafetiva, mas estão juntas com o ânimo de constituir estável vinculação familiar. Nesse arquétipo, a família anaparental está configurada pela ausência de alguém que ocupe a posição de ascendente, como na hipótese da convivência apenas entre irmãos.33 Observam Renata Almeida e Walsir Rodrigues Júnior não existir família anaparental onde ausente a pretensão de permanência, por maior que sejam os vínculos de afetividade do grupo, como, por exemplo, em uma república de estudantes universitários, cujos vínculos não foram construídos com a intenção de formar uma família e certamente serão desfeitos com o término do curso. Havido como entidade familiar anaparental, esse núcleo que se ressente da presença de uma relação vertical de ascendência e que pode reunir parentes ou pessoas sem qualquer vínculo de parentesco, mas com uma identidade de propósitos,34 não foi contemplado pelo reconhecimento legal de efeitos jurídicos na ordem sucessória, e até mesmo no âmbito de alimentos. Evidentemente pode alcançar os efeitos de uma sociedade de fato se demonstrada a aquisição patrimonial pelo efetivo esforço comum, mas na atualidade não existe qualquer possibilidade legal de presumir esse esforço comum tão somente pela ostensiva e duradoura convivência, como por igual, não existe qualquer previsão de direito alimentar, embora o Código Civil reconheça essa obrigação entre os parentes e irmãos, que são credores e devedores de alimentos por serem irmãos, e não por constituírem uma relação familiar anaparental. Contudo, essa entidade familiar anaparental tem direito à impenhorabilidade da sua moradia como bem de família, não por se tratar de uma entidade familiar, mas porque toda e qualquer moradia que sirva de residência exclusiva a uma ou mais pessoas é protegida contra a penhora por dívidas, excetuadas as ressalvas da Lei n. 8.009/1990. 1.4.5. A família reconstituída A inquestionável dinâmica dos relacionamentos sociais quebrou a rigidez dos esquemas típicos de família, especialmente aquela centrada exclusivamente no casamento e permitiu se desenvolvessem novos modelos familiares, com famílias de fato ou do mesmo sexo, paralelas ou reconstituídas, enfim, e como visto, simplesmente não há mais como ser falado em um único modelo de família, restando incontroverso o pluralismo familiar, não sendo por outra razão que a doutrina defende a utilização da expressão famílias para caracterizar a multiplicidade dessas entidades, no lugar apenas da legítima família conjugal, certificada exclusivamente pelo casamento. A partir do casamento podem surgir e é comum que surjam diferentes ciclos familiares experimentados depois da separação, ficando a prole com a mulher em uma nova conformação familiar, dessa feita uma entidade monoparental. Seguindo sua trajetória de vida e, sobrevindo ou não o divórcio, ela se casa novamente ou estabelece uma união estável e passa a constituir uma nova família, que não tem identificação na codificação civil, e passou a ser chamada de família reconstituída, mosaica ou pluriparental. A família reconstituída é a estrutura familiar originada em um casamento ou uma união estável de um par afetivo, onde um deles ou ambos os integrantes têmfilhos provenientes de um casamento ou de uma relação precedente.35 Muitas das famílias refeitas evitam a coabitação contínua e estável para impedir os conflitos e desinteligências entre o novo companheiro e os filhos da primeira relação, ou mesmo entre os filhos de ambos os parceiros que reconstruíram suas vidas afetivas depois da separação de uma família anterior. Mesmo assim, nessas relações existem vários intercâmbios e atividades comuns, inclusive formas de apoio econômico e financeiro, porém, sem o difícil compromisso de uma convivência cotidiana.36 Entre os anglo-saxões as famílias recompostas são chamadas de stepfamily, de onde a palavra step provém de steop, que, em uma acepção antiga, significava “desamparado, abandonado, órfão”, enquanto os franceses as denominam famille recomposée, ao passo que na língua espanhola e portuguesa não existe qualquer denominação para essas espécies de famílias, que terminam sendo definidas como “novas famílias depois do divórcio”, ou “segundas famílias” como arremedo de “segundas núpcias”, enquanto na área psicossocial, prosseguem Grosman e Martínez Alcorta, são designadas como “famílias reconstituídas”, “famílias recompostas”, “famílias mescladas”37 e no Brasil são mais conhecidas como famílias mosaicas ou pluriparentais. Com a disseminação dos divórcios e até mesmo das dissoluções das inúmeras uniões estáveis vão surgindo as figuras dos padrastos e das madrastas, dos enteados e das enteadas, e que ocupam os papéis domésticos dos pais e mães, dos filhos e das filhas e dos meio-irmãos que são afastados de uma convivência familiar e que passam a integrar uma nova relação familiar proveniente dos vínculos que se formam entre um dos membros do casal e os filhos do outro, pois, como explica Waldyr Grisard Filho, são essas pessoas que constituem o eixo central das famílias reconstituídas.38 Embora o § 1° do artigo 1.595 do Código Civil reconheça a existência jurídica do parentesco entre madrastas e padrastos, enteados e enteadas e estenda os vínculos de afinidade aos irmãos do cônjuge ou companheiro, com exceção da Lei n. 11.924, de 17 de abril de 2009, qualquer outro dispositivo legal cria, reconhece ou estabelece qualquer relação de direitos e de deveres entre os parentes por afinidade e pelo contrário, existe muito preconceito com os termos de madrasta e padrasto, cujas palavras são ligadas a pessoas más e que se tornaram os novos parceiros do pai (a madrasta) ou da mãe (o padrasto) ao tomarem o lugar do outro genitor que morreu ou se separou de fato ou se divorciou. Tem toda razão Silvia Tamayo Haya quando afirma existir uma visível aversão social e jurídica pelas figuras dos padrastos e das madrastas e que essa hostilidade histórica é responsável pela dificuldade que se verifica com a entrada no cenário legal e jurídico desses novos sujeitos de responsabilidade.39 O Direito de Família e o vigente Código Civil não se prepararam para regulamentar os diversos efeitos decorrentes das famílias reconstituídas. O legislador brasileiro ainda não se apercebeu que existe uma diferença fundamental entre a titularidade e o exercício da responsabilidade parental, cujos conceitos por serem distintos, mas de igual relevância, enuviam a compreensão de que pode existir mais de uma pessoa no exercício da responsabilidade parental, como sucede com relação ao padrasto ou à madrasta que têm um dever de zelar pelo hígido desenvolvimento da formação moral e psíquica do enteado que está sob sua vigilância direta, e essa é uma realidade que não pode ser ignorada pelo legislador nacional e, embora tenha dado tímidos passos com a edição da Lei n. 11.924/2009, mais nada foi recepcionado pela legislação