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HIDROLOGIA
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
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BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Denise dos Santos Vila Verde
Hidrologia / VILA VERDE, D. S. - Multivix, 2023
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2023 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
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LISTA DE FIGURAS
UNIDADE 1
 Oceano, onde ser concentra 97% da água da Terra 16
 Região onde passa um córrego de rio 17
 Solo rachado, resultado de um longo período sem precipitações 18
 Usina hidrelétrica para geração de energia 20
 Mapas da erosão potencial e da erosão atual para a Bacia do Rio Sapucaí, 
em Minas Gerais 21
 Poluição ambiental no ambiente aquático 22
 Engenheiros em estação de tratamento de água 24
 Engenheiro realizando coleta de água para análise 26
 Ciclo hidrológico, com destaque para a água subterrânea 28
 Nascer do sol na estratosfera 29
 As árvores representam as diferenças resultantes das estações do ano 30
 Danos causado pelo excesso de precipitação, reflexo das alterações do 
ciclo hidrológico 31
 Precipitação em forma de chuva na superfície terrestre 32
 Água percolando para um aquífero 33
 Ciclo hidrológico 34
 Gráfico que representa o balanço hídrico da Bacia Ribeirão do 
Feijão (SP) 35
 Representação esquemática do balanço hídrico 37
UNIDADE 2
 Ilustração mostra em azul o rio formado pelos diversos cursos d’água 41
 Regiões que interceptam a chuva e convergem em diferentes cursos 
d’água para a bacia 42
 Divisão das bacias hidrográficas (imagem de satélite) 43
 Rio Amazonas, o principal da Bacia Amazônica 44
 Caminho da Segurança Hídrica no Brasil 45
 Regiões hidrográficas brasileiras 46
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 Bacia Hidrográfica do Parnaíba 47
 Rio São Francisco, que faz parte da Bacia Hidrográfica do 
São Francisco 49
 Mapa das bacias representativas do Rio Piabanha com os resultados do 
Índice de Qualidade das Águas 50
 Sub-bacias do município de Curitiba (PR) 52
 Redes de drenagem por Modelos Digitais de Elevação (SRTM, Topodata 
e Aster) 53
 Principais padrões geométricos de drenagem 54
 Tipos de padrões de canais fluviais 55
 Divisores topográfico e freático da bacia hidrográfica 56
 Divisor topográfico da bacia sobre o modelo digital de elevação 57
 Fronteira do Rio Iguaçu entre Brasil e Argentina 58
 Bacia hidrográfica em forma alongada do Rio Grande (RJ) 59
 Exemplo de ordem do curso d’água principal da bacia hidrográfica 62
 Curva hipsométrica da Bacia Hidrográfica do Caeté (SC) 63
UNIDADE 3
 Precipitação 67
 Precipitação pluviométrica na forma de chuva 68
 Nuvens carregadas de vapor de água 70
 Precipitação intensa 72
 Precipitação pluviométrica e intensidade da precipitação da Bacia 
Hidrográfica do Ribeirão Maringá (PR) 73
 Representações esquemáticas: (a) posição do pluviômetro; (b) recipiente 
coletor e proveta 74
 Chuva convectiva 75
 Esquema das chuvas orográficas 76
 Esquema das chuvas frontais causadas por frente fria e frente 
quente típica 77
 Pluviógrafo 80
 Esquema do princípio de funcionamento do pluviógrafo flutuador 81
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 Postos de estações automáticas e convencionais e pluviômetros 
automáticos localizados no Brasil 84
 Triangulações do método de Thiessen 86
 Curvas de isoprecipitação para o método das isoietas 87
 Comparativo de precipitação acumulada do estado de Brasília 88
 Gráfico de barras das maiores intensidades de chuva em 24 horas no 
período de 100 anos de registro para um determinado local 89
UNIDADE 4
 Ciclo da água – Representação das principais etapas e fluxos 
do processo 94
 Evolução do perfil de umidade em um solo 95
 Solo onde a precipitação cessou e a capacidade de infiltração 
é crescente 96
 Representação de um solo saturado 98
 Condutividade hidráulica, umidade e textura 99
 Curvas dos valores médios da velocidade de infiltração e infiltração 
acumulada medidos pelo infiltrômetro simples de anel para um 
argissolo amarelo 101
 Comportamento da velocidade de infiltração e velocidade de 
infiltração básica 102
 Comportamento da velocidade de infiltração (VI) para diferentes solos 104
 Resultado das condições de infiltração por meio de ensaio de duplo anel, 
realizado conforme modelo proposto por Horton 105
 Capacidade de infiltração em cultivos de milho ajustada por equações 
de Kostiakov 107
 Valores médios de velocidade de infiltração obtidos em campo e os 
calculados pelos modelos empíricos 108
 Umidade e densidade de fluxo de acordo com o tempo de redistribuição 
da água em diferentes profundidades. As letras de a até e e de f até j 
representam, respectivamente, as profundidades de 0,20; 0,40; 0,60; 0,80 
e 1,00 m 109
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 Densidade de fluxo de água em função do tempo de redistribuição da 
água no latossolo vermelho-amarelo de textura média, profundidade 
de 0,10 m 111
 Umidade do solo ao longo do tempo para todas as profundidades em 
um perfil de argissolo amarelo 112
 Perfil de umidade do solo durante a infiltração 115
 Diagrama esquemático de um tensiômetro construído com tubo 
de PVC 116
 Curva de retenção de água no solo 117
 Curva de retenção e textura 118
UNIDADE 5
 Evapotranspiração: evaporação e transpiração 122
 Processo de evaporação 123
 Radiação solar sobre o oceano 126
 Efeito do vento 127
 A elevação da temperatura do ar está relacionada à radiação solar 128
 Evaporímetro de Piché 130
 Tanque evaporimétrico tipo classe A 131
 Evapotranspiração 132
 Superfície coberta por vegetação de porte baixo 133
 Gráfico de evapotranspiração real e de referência, calculada para a 
microbacia de Capetinga 134
 Profundidade da água em relação às raízes das plantas 137
 Gotas de água de diferentes tamanhos em uma folha 138
 Estômato aberto e fechado 139
 Plantade coloração verde-escura 140
 Lisímetros instalados no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo 
Cunha, Laboratório de Hidrologia Florestal 142
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UNIDADE 6
 Hidrograma 147
 Variação do nível do aquífero 149
 Método 1 151
 Método 2 152
 Método 3 153
 Hidrograma de separação da infiltração 155
 Uso dos índices 156
 Função do método SCS 157
 Representação esquemática da formação do aquífero freático 159
 Representação esquemática da distribuição da água subterrânea 162
 Parâmetros da equação de Glover-Dumn 166
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 12
1 HIDROLOGIA E CICLO HIDROLÓGICO 15
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 15
1.1 INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA 15
1.2 CICLO HIDROLÓGICO 27
2 ESTUDO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS 41
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 41
2.1 BACIAS HIDROGRÁFICAS 42
2.2 CLASSIFICAÇÃO E DELIMITAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS 51
3 PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS 67
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 67
3.1 PROCESSOS FÍSICOS E CARACTERÍSTICAS DAS PRECIPITAÇÕES 68
3.2 CÁLCULOS PLUVIOMÉTRICOS 79
4 INFILTRAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA 
NA SUPERFÍCIE TERRESTRE 93
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 93
4.1 INFILTRAÇÃO 95
4.2 ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO 109
5 EVAPORAÇÃO, TRANSPIRAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO 121
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 121
5.1 EVAPORAÇÃO 122
5.2 TRANSPIRAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO 132
6 ESCOAMENTO SUPERFICIAL E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 145
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 145
6.1 ESCOAMENTO SUPERFICIAL 146
6.2 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 158
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6UNIDADE
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ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Hidrologia tem como objetivo trazer fundamentos teóricos e prá-
ticos a respeito dos diversos fenômenos relativos à água, por meio dos di-
versos processos que a englobam. Essa disciplina foi dividida em 6 unidades 
com temas e subtemas, para podermos compreender e conceituar sobre o 
ciclo hidrológico e o balanço hídrico e entender a dinâmica topográfica que 
possibilita a formação das bacias hidrológicas e como elas se caracterizam. 
Além disso, descobriremos como ocorre a formação das precipitações plu-
viométricas e como elas podem ser classificadas e estimadas e, a partir disso, 
entenderemos como funciona o escoamento da água que chega à superfície 
terrestre e sua infiltração sob o solo. Condicionado a vários fatores, aprendere-
mos como a água retorna à atmosfera por meio dos processos de evaporação, 
transpiração e evapotranspiração. 
Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de aprender os prin-
cipais conceitos apresentados e possa refletir sobre algumas questões en-
quanto estudante e futuro profissional, principalmente quanto à manuten-
ção, gestão e mitigação dos impactos ambientais sobre os recursos hídricos.
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HIDROLOGIA
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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HIDROLOGIA
> Definir o conceito de 
hidrologia e compreender 
suas aplicações.
> Identificar as fases 
do ciclo hidrológico e 
aprender a calcular o 
balanço hídrico.
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HIDROLOGIA
1 HIDROLOGIA E CICLO 
HIDROLÓGICO
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade irá abordar os principais conceitos aplicados à hidrologia e des-
tacar a importância da água doce como um recurso hídrico. Nela será possível 
compreender as diferentes áreas que essa ciência está subdivida e que o pro-
fissional poderá atuar. Abordaremos a hidrologia aplicada, que está voltada ao 
planejamento e gestão dos recursos hídricos, entendendo o quanto a atuação 
profissional é importante para a manutenção, mitigação e redução dos impac-
tos gerados sobre a demanda hídrica. Seguiremos com a apresentação do ciclo 
hidrológico e seus processos fundamentais para que a água esteja em cons-
tante movimento na superfície terrestre. Com isso, vamos avançar com cálcu-
los matemáticos sobre o balanço hídrico para fins climatológicos e agrícolas.
1.1 INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA
1.1.1 DEFINIÇÃO
Sabe-se que a hidrologia é uma ciência que estuda a água, tanto na superfície 
quanto no subsolo, sua forma de ocorrência, seu transporte e sua disposição 
no planeta. Além de envolver os estudos sobre os aspectos físicos, químicos 
e biológicos, estuda-se também as alterações do seu regime mediantes as 
alterações antrópicas (PINTO et al., 1976; PIMENTEL, 2015).
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HIDROLOGIA
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OCEANO, ONDE SER CONCENTRA 97% DA ÁGUA DA TERRA
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um oceano.
A hidrologia é uma ciência bastante abrangente. Segundo Barbosa Júnior (2022), 
a hidrologia poder ser dividida em diferentes áreas do conhecimento, como: 
• Hidrometeorologia: realiza o estudo da água na atmosfera.
• Limnologia: direcionada ao conhecimento dos lagos e reservatórios.
• Potamologia: área que estuda os rios.
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HIDROLOGIA
REGIÃO ONDE PASSA UM CÓRREGO DE RIO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: fotografia de um córrego de rio.
• Glaciologia: está relacionada ao estudo da água superficial, especialmente 
quando ela se mostra sob a forma de gelo.
• Hidrogeologia: direcionada ao conhecimento das águas na crosta terrestre, 
com ocorrência subterrânea.
Dessa forma, a hidrologia mostra-se ser uma ciência ampla que possibilita a 
atuação de profissionais de diferentes áreas como engenharia, agronomia, 
geografia, biologia, matemática, entre outras (BARBOSA JÚNIOR, 2022).
A hidrologia teve uma significativa evolução em função dos crescentes pro-
blemas relacionados à ocupação das bacias hidrográficas, ao aumento signi-
ficativo do uso das águas e dos constantes impactos causados ao meio am-
biente, na sua maior parte em decorrência das ações antrópicas. 
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HIDROLOGIA
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Nesses aspectos, a água é um dos recursos indispensáveis para a vida hu-
mana e de todos os seres vivos. Sua ausência ou escassez, por consequência, 
acaba afetando o desenvolvimento em vários aspectos, pois a necessidade de 
água está acima da dependência biológica; utilizamos ela para irrigar planta-
ções, dissolver e produzir produtos, criar substâncias, gerar energia e também 
para diversas atividades diárias, como tomar banho, lavagens, entre outras 
(PIMENTEL, 2015). Além disso, Barbosa Júnior (2022) cita que em termos mé-
dios globais, 67% da água é utilizada para fins agrícolas, 23% para a indústria 
e 10% para o abastecimento público. O mesmo autor ainda ressalta que, em 
nosso país, os esforços para conscientização da necessidade sobre enfrentar 
os problemas relacionados à escassez e à contaminação da água ainda não 
possuem resultados práticos satisfatórios. Assim, a hidrologia contribui por 
meio da adequação de obras, barragens, reservatórios e implementações de 
regras para o uso da água e de seu aproveitamento de forma menos danosa 
ao meio ambiente. Para isso, é fundamental o conhecimentosobre a nature-
za, seu comportamento, seus fenômenos e suas dinâmicas (PIMENTEL, 2015). 
SOLO RACHADO, RESULTADO DE UM LONGO PERÍODO SEM PRECIPITAÇÕES
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de um solo rachado.
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HIDROLOGIA
Ainda que os acontecimentos hidrológicos mais 
comuns sejam aparentemente conhecidos em 
função da regularidade que ocorrem, é valido 
lembrar dos resultados catastróficos das enormes 
cheias e estiagens para certificar-se do pouco 
domínio do homem sobre os fenômenos naturais 
e a necessidade constante de aumentar seus 
conhecimentos. Com isso, a correspondência entre 
o progresso e o nível de uso dos recursos hidráulicos 
demonstra também o papel fundamental da 
hidrologia no reforço do conhecimento para sua 
melhor aplicação (PINTO et al., 1976).
1.1.2 HIDROLOGIA APLICADA
O estudo da hidrologia aplicada ou engenharia hidrológica está voltado para os 
distintos fenômenos que acontecem envolvendo a utilização dos recursos hí-
dricos, a preservação do meio ambiente e a ocupação da bacia hidrográfica. Se-
gundo Tucci (1993), a hidrologia aplicada estuda os aspectos fundamentais para 
o abastecimento de água para a saúde e produção de alimentos no mundo.
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HIDROLOGIA
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USINA HIDRELÉTRICA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma usina hidrelétrica em funcionamento.
Por meio desse conceito, uma nova subdivisão acabou surgindo em função da 
necessidade de preservação, manutenção e crescente utilização das bacias hi-
drográficas, como citado por Tucci (1993). Tem-se, portanto, a seguinte subdivisão:
• Hidrometeorologia (já definida anteriormente).
• Geomorfologia de bacias hidrográficas: a análise ocorre por meio dos 
estudos dos atributos do relevo da bacia hidrográfica.
• Escoamento superficial: desenvolve seu conhecimento sobre o movimento 
da água que ocorre sobre a superfície do terreno.
• Interceptação: analisa a interceptação da água de chuva pela cobertura 
vegetal e outras interferências na bacia hidrográfica rural ou urbana.
• Infiltração e escoamento em meio não saturado: preocupa-se em efetuar 
observação e previsão da infiltração da água no solo e do escoamento no 
meio não saturado.
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HIDROLOGIA
• Escoamento em meio saturado: envolve a avaliação do comportamento do 
fluxo em aquíferos.
• Evaporação e evapotranspiração: analisa as perdas de água por evaporação 
de superfícies livres e pela transpiração das árvores e outros vegetais.
• Escoamento em rios e canais: estuda sobre o escoamento em cursos de 
águas naturais e em canais construídos pelo homem.
• Fluxo dinâmico em reservatórios, lagos e estuários: analisa o escoamento 
turbulento em meios de características multidimensionais.
• Produção e transporte de sedimentos: preocupa-se com a quantificação 
da erosão do solo e do transporte do sedimento na superfície da bacia e nos 
rios, em função de condições naturais e do uso do solo na bacia hidrográfica.
MAPAS DA EROSÃO POTENCIAL E DA EROSÃO ATUAL PARA A BACIA DO RIO SAPUCAÍ, 
EM MINAS GERAIS
Fonte: Durães e Mello (2016, p. 682).
#pratodosverem: mapas da erosão potencial e de erosão atual para a Bacia do Rio Sapucaí, 
em Minas Gerais.
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• Qualidade da água e meio ambiente: comporta a quantificação de 
parâmetros físicos, químicos e biológicos da água e visa à influência mútua 
dos diversos usos e à avaliação dos impactos sobre o meio ambiente aquático.
POLUIÇÃO AMBIENTAL NO AMBIENTE AQUÁTICO
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de poluição ambiental no ambiente aquático.
Dessa maneira, pode-se considerar que este ramo da hidrologia está voltado 
para a resolução de problemas e impactos que ocorrem mediante os recursos 
hídricos, as bacias hidrográficas e o meio ambiente, dos quais falaremos com 
mais detalhes abaixo.
Quanto à utilização dos recursos hídricos, são englobados aspectos como: 
disponibilidade hídrica, regularização de vazão, planejamento, operação e 
gerenciamento dos recursos hídricos. O planejamento, operação e gerencia-
mento dos recursos hídricos, por exemplo, estão relacionados ao panejamen-
to adequando para utilização dos recursos naturais por meio de um trabalho 
público e privado de forma conjunta. Esses fatores estão diretamente relacio-
nados à demanda e produção de água para um melhor gerenciamento dos 
recursos hídricos. 
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HIDROLOGIA
Em relação à preservação do meio ambiente, fatores como o uso e a altera-
ção do solo acabam gerando impactos consideráveis na geração de sedimen-
tos e nutrientes nas bacias, ocasionado redução ou perda da fertilidade do 
solo e assoreamento dos rios. O monitoramento da qualidade da água é afe-
tado pela ausência de tratamento dos resíduos domésticos e industriais, além 
das contaminações pela utilização de pesticidas agrícolas. Tem-se também o 
resultado de obras hidráulicas sobre ambientes aquáticos e terrestres em re-
giões áridas e semiáridas do Nordeste onde ainda existem limitações quanto 
à disponibilidade de água. Dessa forma, esses fatores estão relacionados aos 
fatores ambientais que geram possíveis danos na bacia. 
Quanto à ocupação das bacias hidrográficas pelo homem, duas preocupa-
ções predominam: o possível impacto do meio sobre a população por meio 
da ocorrência de enchentes, já que 75% da população vive em áreas urbanas, 
resultando no crescimento da produção de sedimentos que acaba aumen-
tando a frequência de enchentes e afetando a qualidade da água; e os danos 
e impactos causados por essa população ao meio ambiente, sendo um exem-
plo o uso da irrigação que consome água em grandes propriedades, muitas 
vezes sem considerar uma possível escassez como nas regiões áridas e semi-
áridas. Estes fatores estão diretamente relacionados ao uso e à ocupação da 
bacia pela população.
Dessa forma, como cita Machado (2017), no Brasil, a hidrologia aplicada envol-
ve diversas áreas do conhecimento que englobam o planejamento e o geren-
ciamento da bacia hidrográfica, a drenagem urbana, a energia, o uso do solo 
rural, a qualidade da água, o abastecimento de água, a irrigação e a navega-
ção, tendo como principal objetivo observar as alterações que acontecem na 
bacia hidrográfica de forma natural e por intervenções antrópicas, visando à 
solução dos seus problemas e impactos.
Em relação à energia que usamos, 92% da energia 
produzida no país é energia hidrelétrica (gerada a 
partir da força da água). Dessa forma, o potencial 
energético é significativamente dependente da 
disponibilidade de água, e sua normalização é 
por meio de obras hidráulicas que impactem 
minimamente o meio ambiente.
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HIDROLOGIA
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1.1.3 O PAPEL DA HIDROLOGIA NA 
ENGENHARIA
Nas engenharias, a hidrologia é denominada engenharia hidrológica e pode 
ser conceituada como hidrologia aplicada, como definida no tópico anterior. 
Como se sabe, os engenheiros não conseguem evitar os problemas ocasiona-
dos pelas chuvas e seu consequente escoamento, contudo a utilização siste-
mática de leis e fórmulas quantitativas podem evitar a ocorrência de muitos 
danos (GRIBBIN, 2014). 
Os engenheiros civis atuam com a água, em qualquer aspecto onde ela afete 
as estruturas e a infraestrutura das civilizações, atuando no controle de inun-
dações, recursos hídricos e qualidade da água. 
ENGENHEIROS EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de dois engenheiros em estação de tratamento deágua.
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HIDROLOGIA
A partir das últimas três décadas, questões legais e ambientais afetam consi-
deravelmente a forma como os engenheiros civis atuam, incluindo na área da 
engenharia hidráulica e hidrologia. Para a gestão das águas pluviais, os proje-
tos devem atender a várias regras impostas por diferentes agências públicas. 
Salienta-se que quando um projeto afeta a população existe uma questão 
legal, e quando ele impacta o ambiente existe um quesito ambiental. Nor-
malmente essas duas questões acabam se sobrepondo (GRIBBIN, 2014). 
É importante que o engenheiro tenha em mente que apesar de ser natural a 
água cair do céu, alcançar a terra e seguir seu curso, uma vez que as pessoas 
modificam a superfície do terreno a ponto de mudar o curso das águas, elas 
passam a serem responsáveis pelos danos causados por essa alteração (GRI-
BBIN, 2014). O mesmo raciocínio é válido desde a construção de um sistema 
de irrigação até a construção de uma usina hidrelétrica.
Ação natural
Ambiente natural sem nenhuma alteração 
realizada pelo homem.
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de área de vegetação natural da floresta amazônica.
Degradação ambiental
Área com o solo degrado e sem vegetação, 
resultado das ações antrópicas do homem 
que modificam o ambiente.
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia da região de solo com erosão e sem vegetação.
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HIDROLOGIA
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Considerando a escassez de água como um problema, as regiões que vêm 
sendo afetadas em função das mudanças climáticas, as inundações imprevis-
tas e as crescentes necessidades de gestão dos recursos hídricos nas grandes 
cidades, há diversas possibilidades no mercado de atuação de um engenhei-
ro. Sendo assim, é necessário que o profissional tenha consciência da impor-
tância de cuidar e gerir os recursos hídricos e ambientais, mantendo a qua-
lidade da água, solucionado os problemas de poluição e escassez de água, 
considerando, assim, as questões dos impactos socioambientais. 
ENGENHEIRO REALIZANDO COLETA DE ÁGUA PARA ANÁLISE
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de engenheiro realizando coleta de amostra de água para 
análise.
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HIDROLOGIA
Atuação dos engenheiros
Tornar os processos cada vez mais precisos e menos passíveis de erros 
ambientais na gestão dos recursos hídricos.
Meios
Cálculos matemáticos e estudos adequados.
Objetivos
Aumentar a disponibilidade de água e reduzir os impactos ambientais.
1.2 CICLO HIDROLÓGICO
1.2.1 INTRODUÇÃO
A água está em constante movimento na atmosfera em função do ciclo da 
água, ou ciclo hidrológico, que pode ser caracterizado pelo fluxo contínuo da 
água que ocorre nos oceanos, nos continentes e na atmosfera, sendo impul-
sionado basicamente pela energia solar juntamente à gravidade e à rotação 
terrestre. Esse ciclo sofre influência de vários fatores, entre eles a ação da gra-
vidade, os fatores e elementos climáticos, os tipos e a densidade da cobertura 
vegetal (MACHADO, 2017). 
Na atmosfera a circulação de água ocorre continuamente, em dois sentidos:
1. Superfície-atmosfera: em que o fluxo de água acontece em forma de 
vapor, em função da atividade do Sol.
2. Atmosfera-superfície: em que água é transferida em qualquer estado 
físico por meio da chuva, granizo, neve, entre outros.
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CICLO HIDROLÓGICO, COM DESTAQUE PARA A ÁGUA SUBTERRÂNEA
Evaporação
Condensação 
Precipitação
Coleta
Fonte: Feepik (2023).
#pratodosverem: esquema do ciclo hidrológico que mostra a água subterrânea infiltrando 
sobre o solo. O ramo da hidrogeologia é responsável pelo seu estudo.
O processo do ciclo hidrológico inicia-se 
com a formação das nuvens seguido da 
precipitação.
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: nuvens carregadas com microgotículas de água.
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HIDROLOGIA
CONDENSAÇÃO
TRANSPIRAÇÃO
EVAPORAÇÃO PRECIPITAÇÃO
Após a precipitação, inicia-se o processo de 
transpiração das plantas e a evaporação por 
meio da energia solar, em que a água retorna 
à atmosfera, condensando-se e formando as 
nuvens, ou seja, a água retorna da superfície 
para a atmosfera.
Fonte: Freepik, 2023. 
#pratodosverem: representação ilustrativa do ciclo hidrológico.
Na superfície terrestre estão presentes os continentes e oceanos, sendo que 
a camada porosa que recobre os continentes (solos e rochas) e o reservató-
rio constituído pelos oceanos irão participar do ciclo hidrológico. Nesse ciclo 
ocorre a circulação de água na própria superfície terrestre, entre o interior e a 
superfície dos solos e rochas, e entre os oceanos e os seres vivos (TUCCI, 1993). 
Na atmosfera existe uma grande variação de condições físicas, ocorrendo vá-
rios fenômenos importantes na troposfera e na estratosfera. Na estratosfera 
existe a contenção da camada de ozônio, um fato importante, uma vez que ela 
regula o nível de radiação solar que chega à superfície terrestre (TUCCI, 1993).
NASCER DO SOL NA ESTRATOSFERA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: nascer do sol na estratosfera.
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HIDROLOGIA
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Os fatores que impulsionam e mantêm o ciclo hidrológico são a energia tér-
mica solar (fonte de energia de todo o processo), a atuação dos ventos (que 
conduzem o vapor de água) e a ação da gravidade (principal força atuante). 
No caso da energia solar, ela só consegue ser aproveitada em razão do efeito 
estufa natural, causado pelo vapor de água e CO2, que previne a perda total 
de calor emitido pela Terra originado pelos raios solares que são recebidos 
(TUCCI, 1993; BARBOSA JÚNIOR, 2022).
O ciclo hidrológico é fechado em nível universal. Os volumes que são evapora-
dos em um dado local no planeta não irão se precipitar obrigatoriamente no 
mesmo local, em razão dos constantes movimentos e dinâmicas que aconte-
cem na atmosfera e na superfície terrestre (TUCCI, 1993). 
Alguns fatores contribuem para que ocorram grandes variações dentro do 
ciclo hidrológico, nos diferentes pontos do planeta. Entre eles, pode-se des-
tacar: a desuniformidade que a energia solar alcança nos vários locais, a va-
riação do comportamento térmico dos continentes em relação aos oceanos, 
o volume de vapor de água, CO2 e ozônio da atmosfera, a diferença espacial 
dos solos e coberturas vegetais e a influência da rotação e inclinação do eixo 
terrestre na circulação atmosférica, ou seja, as estações do ano (TUCCI, 1993). 
AS ÁRVORES REPRESENTAM AS DIFERENÇAS RESULTANTES DAS ESTAÇÕES DO ANO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: as árvores representam as diferenças resultantes das estações do ano 
(primavera, verão, outono e inverno), um dos fatores que podem interferir no ciclo hidrológico. 
É importante destacar que, apesar da dinâmica natural do ciclo hidrológico, o 
cenário das mudanças globais, no qual o clima e suas diversas características 
se alteram no tempo em função das ações e interações humanas, as carac-
terísticas do meio onde a água circula e se acumula são alteradas constan-
temente (PIMENTEL, 2015). Além disso, a principal fonte de abastecimento 
de água doce é por meio das precipitações, sendo assim, é necessário o uso 
racional desse recuso mediante às atividades humanas (PIMENTEL, 2015).
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HIDROLOGIA
DANOS CAUSADO PELO EXCESSO DE PRECIPITAÇÃO, REFLEXO DAS ALTERAÇÕES DO 
CICLO HIDROLÓGICO
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: danos causado pelo excesso de precipitação, reflexodas alterações do 
ciclo hidrológico.
Os reflexos das alterações no ciclo hidrológico já são 
vistos nos grandes centros urbanos pelo aumento 
das temperaturas em comparação às áreas rurais, 
nas denominadas ilhas de calor. No estudo de 
Manoli et al. (2019) sobre a magnitude das ilhas de 
calor nas áreas urbanas, os autores constataram o 
quanto as mudanças climáticas e o crescimento 
populacional representam um desafio para as 
grandes cidades. 
MANOLI, G. et al. Magnitude of urban heat islands 
largely explained by climate and population. Nature, 
v. 573, n. 7772, p. 55-60, 2019.
Acesse o artigo e saiba mais!
https://www.nature.com/articles/s41586-019-1512-9
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HIDROLOGIA
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1.2.2 PRINCIPAIS PROCESSOS DO CICLO 
HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico possui sua origem na evaporação da água em oceanos, 
rios, lagos e superfícies úmidas. De acordo com as condições climáticas e os 
fatores físicos, o vapor de água que está concentrado nas camadas mais ele-
vadas forma as nuvens, que se moldam e se movimentam em razão do des-
locamento das massas de ar. Com isso, ao haver condições físicas específicas, 
microgotículas de água se formam por efeito da ação da força da gravidade, 
ocorrendo em seguida a precipitação (BARBOSA JÚNIOR, 2022).
PRECIPITAÇÃO EM FORMA DE CHUVA NA SUPERFÍCIE TERRESTRE
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: precipitação em forma de chuva na superfície terrestre. 
Dessa maneira, como citado por Tucci (1993) e Barbosa Júnior (2022), após a 
precipitação, o ciclo hidrológico irá se processar da seguinte maneira: 
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HIDROLOGIA
1. Durante a precipitação da atmosfera em direção à superfície terrestre, 
pode ser que já aconteça a evaporação e em determinadas regiões ela 
pode ser tão significativa a ponto de a precipitação ser totalmente vapo-
rizada. 
2. Quando cai sobre o solo com cobertura vegetal, parte da capacidade 
precipitada sofre interceptação de onde evapora. Caso exceda essa su-
perfície de acumulação de água, ela pode reprecipitar para o solo. 
3. Por ser um ambiente poroso, a água ao atingir o solo vai infiltrar até que 
ele se sature. Conforme o solo vai saturando em profundidades maiores, 
ocorre um decréscimo da taxa de infiltração, alcançando uma taxa resi-
dual; o que não for infiltrado da precipitação acaba resultando no escoa-
mento superficial. 
4. Parte da água infiltrada é aproveitada pelos vegetais, por meio da absor-
ção pelas raízes, e essa água é devolvida para a atmosfera pelo processo 
de transpiração na forma de vapor de água. 
5. Quando não é aproveitada pelas plantas, a água percola pelo lençol fre-
ático, chegando a camadas mais profundas, contribuindo para o esco-
amento de base dos rios e armazenamento subterrâneo por meio da 
recarga dos aquíferos. 
ÁGUA PERCOLANDO PARA UM AQUÍFERO
Fonte: Freepik (2023)
#pratodosverem: água percolando para uma aquífero.
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6. O escoamento superficial é projetado em função da ação da gravidade 
para as regiões mais baixas, superando o atrito com a superfície do solo. 
Essa água que escoa é chamada de precipitação efetiva ou excedente. 
7. O destino da água que escoa são os cursos naturais, como lagos, mares e 
oceanos. 
8. Existe evaporação para a atmosfera a todo momento e existem regiões 
onde circula a água na superfície terrestre. Como os oceanos cobrem 
cerca de 70% da superfície terrestre, neles ocorrem a maior contribuição 
da evaporação. Contudo o maior interesse ocorre nas águas doces conti-
nentais, onde reside a maior parte das atividades do homem e também 
a transpiração vegetal. A evapotranspiração ocorre pelo conjunto da 
evaporação e transpiração e necessita da radiação solar, das tensões de 
vapor do ar e dos ventos.
9. Pelos processos de evaporação, transpiração e evapotranspiração, a água, 
na forma de vapor, retorna à atmosfera, formando as nuvens. Então, ao 
encontrar condições apropriadas, uma nova precipitação terá origem, 
repetindo o que foi descrito no item 1.
CICLO HIDROLÓGICO
PRECIPITAÇÃO
INFILTRAÇÃO
TRANSPIRAÇÃO
EVAPORAÇÃO
CONDENSAÇÃO
ÁGUA SUBTERRÂNEA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: esquema do ciclo hidrológico.
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HIDROLOGIA
Em algumas regiões da Terra, esse ciclo pode se 
manifestar de forma diferente, como no caso das 
calotas polares, onde ocorre pouca precipitação e 
a evaporação ocorre diretamente nas geleiras. Nos 
grandes desertos também são raras as precipitações, 
só existindo água constantemente disponível em 
regiões de grandes profundidades, em que foi 
estocada em tempo remotos, não havendo trocas 
significativas com a atmosfera (TUCCI, 1993).
1.2.3 BALANÇO HÍDRICO
O balanço hídrico (BHC) é conceituado como a diferença entre a entrada e 
a saída de água do solo. A entrada de água acontece com a precipitação ou 
por meio da irrigação, enquanto a saída se dá pela evapotranspiração. Com o 
balanço hídrico é possível monitorar as alterações da água no solo, ou seja, a 
quantidade de água que sai e entra do solo (MACHADO, 2017). Sua utilização 
possibilita acompanhar a quantidade de água armazenada no solo que, no 
caso da irrigação, deve ser adequada a ótimos níveis para produção (HAR-
TWIG, 2012; MACHADO, 2017). 
GRÁFICO QUE REPRESENTA O BALANÇO HÍDRICO DA BACIA RIBEIRÃO DO FEIJÃO (SP)
Fonte: SANTOS et al. (2018, p. 452).
#pratodosverem: gráfico que representa o balanço hídrico da Bacia Ribeirão do Feijão (SP).
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HIDROLOGIA
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Segundo Machado (2017), existem dois tipos de BHC. O BHC normal é reali-
zado com base nos dados médios de precipitação e evapotranspiração, indi-
cando a quantidade média de água disponível para um ano, sendo elaborado 
baseado nas normas climatológicas de temperatura e chuva de determinada 
região, e é denominado balanço hídrico cíclico. Esse BHC fornece dados que 
irão auxiliar no projeto agrícola. Já o BHC sequencial, realizado também com 
as informações de precipitação e evaporação, corresponde a um período ou 
sequência, que pode ser de meses, semana, ou dias, de um ano específico. O 
BHC sequencial detalha a variação sazonal do período requerido, sendo de 
grande relevância para a tomada de decisão. 
Uma das fórmulas de estimar o balanço hídrico é a de Thornthwaite e Mather, 
utilizada como base para classificação climática, como cita Machado (2017). 
Para fins didáticos, vamos conhecer como calcular o balanço hídrico segundo 
descreve Hartwig (2012). 
Quando a quantidade de água que entra (Qe) no volume de solo num período 
t2 – t1 for superior à quantidade de água que dele sai (Qs), durante o mesmo 
período, o saldo de água será positivo, e se sair mais do que entrar, negativo. 
Assim, o saldo de água no solo é adquirido pela variação do armazenamento 
de água (Δh) do perfil de solo durante o período estimado, sendo Δh = Qe – 
Qs, em que Δh = h2 – h1, onde h1 é a armazenagem no momento t1 (início do 
período) e h2 a armazenagem no momento t2 (fim do período).
A quantidade de água que entra pode incidir da precipitação (P) e/ou da irri-
gação (I). Portanto: Qe = P + I.
A quantidade de água que deixa o solo pode ser de drenagem interna ou dre-
nagem profunda (DP), da evapotranspiração (ET) e do escorrimento superfi-
cial (RO). Portanto: Qs = DP + ET + RO.
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HIDROLOGIA
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO BALANÇO HÍDRICO
Fonte: HARTWIG (2012, p.3).
#pratodosverem: representação esquemática do balanço hídrico.
No Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) 
é possível acompanhar o balanço hídricodiário 
das regiões do país, visualizar o mapa do balaço 
hídrico por período e localizar diversas informações 
meteorológicas. Visite a página do Inmet (https://
portal.inmet.gov.br/) e saiba mais.
https://portal.inmet.gov.br/
https://portal.inmet.gov.br/
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HIDROLOGIA
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CONCLUSÃO
Esta unidade teve como objetivo apresentar os principais conceitos relacio-
nados à hidrologia, compreendendo suas principais aplicações, conceituar o 
ciclo hidrológico e demonstrar como calcular o balanço hídrico. 
Nesse processo foi possível conhecer, além dos conceitos fundamentais, a 
importância da água como um recuso hídrico fundamental e indispensável 
que precisa ser gerido e planejado adequadamente por meio da formação de 
bons profissionais. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre este tema, leia os artigos indicados a seguir.
1. Análise de Séries Hidrológicas na Bacia Hidrográfica afluente à Usina Hi-
drelétrica Castro Alves, RS.
RIBEIRO, M. E. et al. Análise de Séries Hidrológicas na Bacia Hidrográfica 
afluente à Usina Hidrelétrica Castro Alves, RS. Revista Brasileira de Geogra-
fia Física, v. 14, n. 4, p. 2042-2058, 2021.
2. Estudo de vulnerabilidade ambiental da bacia do reservatório da Usina 
Hidrelétrica de Ferreira Gomes (AP).
BELEM, F. L.; CABRAL, J. B. P. Estudo de vulnerabilidade ambiental da bacia 
do reservatório da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes (AP). Revista Geoara-
guaia, v. 11, n. 1, p. 307-337, 2021.
3. Avaliação do estado de conservação de nascentes em microbacias hidro-
gráficas.
PIERONI, et al. Avaliação do estado de conservação de nascentes em micro-
bacias hidrográficas. Geosciences = Geociências, v. 38, n. 1, p. 185-193, 2019.
4. Rompimento das barragens de Fundão e da Mina do Córrego do Feijão 
em Minas Gerais, Brasil: decisões organizacionais não tomadas e lições 
não aprendidas.
BOTELHO, et al. Rompimento das barragens de Fundão e da Mina do Córre-
go do Feijão em Minas Gerais, Brasil: decisões organizacionais não tomadas e 
lições não aprendidas. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 46, 2021.
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/download/248601/39059
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/download/248601/39059
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8128860
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8128860
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/geociencias/article/view/12477
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/geociencias/article/view/12477
https://www.scielo.br/j/rbso/a/dFcg5LRcYkMgPZ8HyRkFgpQ/?format=html&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbso/a/dFcg5LRcYkMgPZ8HyRkFgpQ/?format=html&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbso/a/dFcg5LRcYkMgPZ8HyRkFgpQ/?format=html&lang=pt
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HIDROLOGIA
Para saber mais sobre este tema, acesse os vídeos a seguir:
1. O Ciclo da Água (Ciclo Hidrológico). 
2. Como funciona uma usina hidrelétrica? 
3. A água e as mudanças climáticas.
4. O que é Ilha de Calor? Entenda esse fenômeno climático de grandes e 
médias cidades.
https://www.youtube.com/watch?v=vW5-xrV3Bq4
https://www.youtube.com/watch?v=3xshEp2AIBY
https://www.youtube.com/watch?v=vEOBmZBBLbw
https://www.youtube.com/watch?v=G166NelHkCA
https://www.youtube.com/watch?v=G166NelHkCA
UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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HIDROLOGIA
> Aprender o que são 
bacias hidrográficas, 
regiões hidrológicas 
e tipos de bacias 
hidrográficas.
> Compreender como 
delimitar uma bacia 
hidrográfica e suas 
diferentes características.
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HIDROLOGIA
2 ESTUDO DAS BACIAS 
HIDROGRÁFICAS
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade irá abordar o estudo das bacias hidrográficas. Como sabemos, o 
ciclo hidrológico é fechado em nível global, contudo, segundo Júnior (2022), 
devido à praticidade, os balanços hídricos aplicados em nível regional ou local 
e em unidades hidrológicas são abordados como sistemas abertos. 
ILUSTRAÇÃO MOSTRA EM AZUL O RIO FORMADO PELOS DIVERSOS CURSOS D’ÁGUA
Fonte: Feevale (2023).
#pratodosverem: imagem ilustrativa com vários cursos d’água, que formam sub-bacias e 
depois formam o curso principal do rio. 
No caso da disponibilidade hídrica, as bacias hidrográficas são tratadas como 
unidades hidrológicas em função da facilidade de aplicação para equaciona-
mento e interpretação dos resultados. Em razão da sua topografia, as bacias, 
que são uma área de captação natural, coletam toda a água resultante do es-
coamento superficial, convergindo em um único ponto; consequentemente, 
podem acabar carregando poluentes presentes nos trechos superiores da ba-
cia. Sendo assim, é importante a execução de ações de planejamento e ges-
tão dos recursos hídricos pensando de acordo com cada bacia hidrográfica.
Com isso, nesta unidade, vamos conhecer os principais conceitos relaciona-
dos às bacias hidrográficas, às suas regiões e aos seus tipos, além de como as 
bacias hidrográficas podem ser classificadas, delimitadas e como caracterizar 
uma bacia.
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HIDROLOGIA
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2.1 BACIAS HIDROGRÁFICAS
2.1.1 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA
As bacias hidrográficas são uma região de captação natural, caracterizadas 
por uma secção transversal, na qual a água da precipitação converge o esco-
amento para um único ponto de saída, ou seja, transporta pelo curso d’água, 
resultando em um único leito (TUCCI, 1993; GRIBBIN, 2014). Partindo disso, 
vamos entender um pouco mais esse conceito.
REGIÕES QUE INTERCEPTAM A CHUVA E CONVERGEM EM DIFERENTES CURSOS D’ÁGUA 
PARA A BACIA
Fonte: Pimentel (2015, p. 58).
#pratodosverem: imagem demonstrativa das regiões que intercepção as águas pluviais e 
convergem em diferentes cursos para a bacia hidrográfica.
As bacias são compostas por um conjunto de vertentes formadas pela super-
fície do solo em rede de drenagem que constituem os cursos d’água (FINK-
LER, 2016). Sendo uma área do terreno limitada pelo divisor de águas, a eleva-
ção entre dois rios, que irá apresentar um terreno mais alto, por onde escoa a 
água precipitada por meio da chuva por vários rios que a drenam (MACHADO, 
2017). Conforme citam Pimentel (2015) e Machado (2017), as bacias são com-
postas dos seguintes elementos: 
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HIDROLOGIA
DIVISÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS (IMAGEM DE SATÉLITE)
Fonte: Institutoclaro (2023).
#pratodosverem: divisão das bacias hidrográficas, mostrando o rio principal e seus afluentes 
até desaguar no oceano.
• Nascente: é onde as bacias se iniciam e pode ser caracterizada pelo ponto 
mais elevado do relevo; é onde está localizada a nascente principal do rio, 
que geralmente dá o nome à bacia. 
• Contorno ou divisor de uma bacia hidrográfica: é definida uma linha de 
cumeada (pontos de cota máxima entre bacias), estabelecendo uma divisão 
das precipitações que caem em bacias vizinhas. 
• Rio principal: é o rio que contém maior extensão e maior volume de água do 
território. Os rios menores desaguam nele, abastecendo-o.
• Divisores de águas ou interflúvio: são montanhas, morros, serras e afins, 
ou seja, aquelas estruturas mais elevadas do relevo, que dividem as bacias 
hidrográficas entre si. Além do divisor de água topográfico, a bacia possui 
também o divisor geológico e o freático ou subterrâneo. 
• Afluentes ou tributários: são os rios menores que fornecem água ao rio 
principal. As bacias hidrográficas geralmente possuem diversos afluentes.
• Subafluentes: são os pequenos rios, de pouca vazão, que abastecem os 
afluentes. São, em muitos casos, nascentese, por isso, têm grande relevância, 
uma vez que abastecem toda a bacia.
• Foz/exultório: constitui a parte final da bacia hidrográfica, sendo o ponto 
no qual ela desemboca no oceano, em uma bacia hidrográfica maior, em 
algum outro rio ou lago.
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A. Importância das bacias hidrográficas
Em nosso cotidiano, as bacias hidrográficas são essenciais, já que nelas acon-
tece toda a dinâmica da água que usamos, por exemplo, para o consumo hu-
mano, a criação de animais, o uso agrícola e agroindustrial, o uso energético e 
o uso para indústria ou mineração (MACHADO, 2017).
Contudo, as bacias hidrográficas coletam toda água superficial ou subterrâ-
nea em direção ao leito de um curso d’água e, por consequência, acaba tra-
zendo junto às águas a poluição gerada na área da bacia.
RIO AMAZONAS, O PRINCIPAL DA BACIA AMAZÔNICA
Fonte: Shutterstock (2023).
#pratodosverem: foto aérea do Rio amazonas, o principal da Bacia Amazônica.
Dessa forma, as bacias encontram-se protegidas pela Lei Federal n. 9.433, de 
1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o 
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGRH). 
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Visando assegurar a disponibilidade da água e 
o uso racional e integrado dos recursos hídricos 
brasileiros para a atual e as futuras gerações, tem-
se a Lei Federal n. 9.433, de 1997. Acesse o site e 
conheça seus principais fundamentos.
Enquanto isso, a Resolução n. 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Am-
biente (Conama) estabelece a classificação dos corpos d’água e as diretrizes 
ambientais para o seu enquadramento (BRASIL, 2005). 
A Resolução Conama n. 357, de 17 de março de 2005, 
dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e as 
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, 
bem como estabelece as condições e os padrões de 
lançamento de efluentes e dá outras providências. 
Clique aqui e conheça o documento.
CAMINHO DA SEGURANÇA HÍDRICA NO BRASIL
Fonte: Sinagencias (2023).
#pratodosverem: gráfico demonstrando os caminhos para a Segurança Hídrica no Brasil.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Resolucao/2005/res_conama_357_2005_classificacao_corpos_agua_rtfcda_altrd_res_393_2007_397_2008_410_2009_430_2011.pdf
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2.1.2 REGIÕES HIDROLÓGICAS
As bacias hidrográficas constituem regiões hidrográficas que são delimitadas 
de acordo com divisores topográficos. A Agência Nacional de Águas (ANA) 
afirma que cada região hidrográfica é formada por uma bacia ou por um 
agrupamento de sub-bacias com características ambientais, sociais e econô-
micas similares (FINKLER, 2016; STEIN et al., 2022).
REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
Fonte: Shutterstock (2023).
#pratodosverem: mapa com as 12 regiões hidrográficas brasileiras.
Conforme instituída pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, Resolução 
n. 32 de 2003, e em função de sua vasta extensão territorial, as regiões hidro-
gráficas brasileiras são definidas em 12. A lista a seguir examina como a ANA 
(FINKLER, 2016) caracteriza as regiões hidrográficas e reforça a necessidade e 
os principais usos de cada uma delas. 
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• Região Hidrográfica Amazônica: formada pela Bacia Hidrográfica do 
Amazonas, é a mais ampla rede hidrográfica da Terra. Sua nascente localiza-se 
nos Andes Peruanos e sua foz, no Oceano Atlântico. Prolonga-se por Brasil, Peru, 
Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Guiana. Seu principal uso é a irrigação.
• Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia: expande-se pelos estados de 
Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso e pelo Distrito Federal. Sua 
maior finalidade (66%) é o uso para irrigação. 
• Região Hidrográfica do Parnaíba: compõe a segunda região mais 
importante do Nordeste, abrangendo os estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
BACIA HIDROGRÁFICA DO PARNAÍBA
Fonte: Shutterstock (2023).
#pratodosverem: imagem demonstrando recursos hídricos da Bacia Hidrográfica 
do Parnaíba.
• Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental: situada no Maranhão e 
Pará, sua principal demanda (64%) está relacionada com o consumo humano.
• Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental: estende-se pelos 
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Piauí.
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Região Hidrográfica Atlântico Nordeste 
Ocidental, situada nos estados do Maranhão 
e Pará (número 7).
Fonte: Rosenhaim et al. (2018, p. 826).
#pratodosverem: mapa com a Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental, identificada 
pelo número 7.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste 
Oriental, localizada nos estados Piauí, Ceará, 
Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e 
Pernambuco.
Fonte: Rosenhaim et al. (2018, p. 826).
#pratodosverem: mapa com a representação dos estados da Região Hidrográfica Atlântico 
Nordeste Oriental.
• Região Hidrográfica do Atlântico Leste: abrange os estados Bahia, Minas 
Gerais, Sergipe e Espírito Santo.
• Região Hidrográfica do Paraguai: inclui a região do Pantanal, que possui 
umas das maiores extensões úmidas contínuas da Terra. Engloba os países 
Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. 
• Região Hidrográfica do Paraná: possui o maior desenvolvimento econômico 
do Brasil, estendendo-se pelos estados São Paulo, Paraná, Mato Grosso do 
Sul, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina e pelo Distrito Federal.
• Região Hidrográfica do Sudeste: sua característica social principal é a alta 
concentração populacional e a existência de indústrias. Seus principais rios 
são o Paraíba do Sul e o Doce. 
• Região Hidrográfica do São Francisco: engloba os estados Bahia, Minas 
Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Goiás e o Distrito Federal. Possui a 
maior quantidade e diversidade de peixes de água doce da região Nordeste.
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RIO SÃO FRANCISCO, QUE FAZ PARTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO
Fonte: Pixabay (2023)
#pratodosverem: foto colorida do Rio São Francisco.
• Bacia Hidrográfica do Uruguai: presente nos territórios do Rio Grande do 
Sul e de Santa Catarina. Possui importância em função das atividades de 
agroindústria e do potencial hidrelétrico. 
• Região Hidrográfica do Atlântico Sul: abrange quatro estados da União: 
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracteriza-se pela 
relevância no turismo e pelo crescimento econômico.
Conforme disponibilizado pela ANA, temos no 
mapa a Divisão Hidrográfica Nacional.
https://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/estudos_ambientais/bacias_e_divisoes_hidrograficas_do_brasil/2021/Divisao_Hidrografica_Nacional_DHN250/mapas/mapa_das_divisoes_hidrograficas_do_brasil_2021.pdf
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2.1.3 TIPOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
Pimentel (2015) divide as bacias hidrográficas nos tipos experimentais ou re-
presentativas; Paiva e Paiva (2001) incluem nessa divisão as bacias elementares.
As bacias representativas são aquelas instrumentadas por meio de apare-
lhos de observação e registros hidrológicos que concebem bacias localizadas 
em uma mesma região homogênea. As observações ocorrem por períodos 
longos, preferencialmente maior que 30 anos, para posteriores avaliações so-
bre os estudos climáticos, pedológicos, geológicos e hidrogeológicos (PAIVA 
e PAIVA, 2001).
MAPA DAS BACIAS REPRESENTATIVAS DO RIO PIABANHA COM OS RESULTADOS DO 
ÍNDICE DEQUALIDADE DAS ÁGUAS
Fonte: SETTA et. al. (2016, p. 8).
#pratodosverem: mapa colorido, com indicação de legenda à esquerda, de bacias 
representativas do Rio Piabanha.
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As bacias elementares são consideradas bacias de pequena ordem, que pos-
suem a menor unidade geomorfológica onde podem ocorrer todos os pro-
cessos elementares do ciclo hidrológico. Em geral, apresentam tamanho de 
até 5 km² (PAIVA e PAIVA, 2001).
As bacias experimentais são relativamente homogêneas no que se refere 
à cobertura do solo, apresentam características físicas relativamente unifor-
mes e área menor que 4 km², onde são realizados estudos detalhados do ci-
clo hidrológico (PAIVA e PAIVA, 2001). Em alguns casos, são escolhidas bacias 
com algumas condições naturais modificadas para analisar seu efeito sobre o 
comportamento hidrológico, inferindo leis e demais relações.
2.2 CLASSIFICAÇÃO E DELIMITAÇÃO DAS BACIAS 
HIDROGRÁFICAS
2.2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS 
HIDROGRÁFICAS
As bacias hidrográficas podem ser classificadas, em função do seu tamanho, 
em dois tipos:
• Bacias grandes: são entendidas como aquelas em que o escoamento 
superficial não canalizado sobre o pico de descarga não predomina sobre o 
efeito do escoamento superficial canalizado.
• Bacias hidrográficas pequenas ou microbacias: são aquelas onde o 
efeito do escoamento superficial não canalizado sobre o pico de descarga é 
prevalente ao efeito decorrente do escoamento superficial canalizado.
O escoamento superficial canalizado é aquele que acontece no curso d’água 
e o escoamento superficial não canalizado é aquele que ocorre na superfície 
do terreno.
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Em uma bacia hidrográfica, pode haver sub-bacias ou microbacias, que po-
dem conduzir a rede de drenagem para um arroio, convergindo no rio (STEIN 
et al., 2022); sua definição é a mesma que a das bacias hidrográficas. As bacias 
se interligam às sub-bacias, sendo as bacias hierarquicamente superiores.
SUB-BACIAS DO MUNICÍPIO DE CURITIBA (PR)
Fonte: Ramme e Krüger (2007, p. 14).
#pratodosverem: demarcação de sub-bacias.
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Classificação das redes de drenagem
Conforme o escoamento das bacias hidrográficas, as redes de drenagem são 
classificadas como:
• Exorreica: quando escoa diretamente no mar.
• Endorreica: quando a drenagem se desloca para uma depressão interna do 
continente. 
• Criptorreica: quando a drenagem subterrânea acaba por surgir em fontes 
ou por se integrar em rios subterrâneos. 
• Arreica: quando não existe estruturação alguma em bacias hidrográficas, 
obscurecendo as linhas e os padrões de drenagem, como nos desertos, ou 
seja, quando o deslocamento da água não ocorre para um local específico. 
REDES DE DRENAGEM POR MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO (SRTM, TOPODATA E 
ASTER)
Fonte: Silva et al. (2015, p.7).
#pratodosverem: três exemplos de redes de drenagem por diferentes Modelos Digitais 
de Elevação.
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Classificação dos padrões de drenagem
Os conjuntos de canais que se ligam e escoam em uma única direção for-
mam uma rede de drenagem fluvial, sendo que a área drenada por essa rede 
é a bacia hidrográfica. A divisão do escoamento gera distintos padrões de dre-
nagem, podendo haver mais de um tipo em uma única bacia. Dessa forma, os 
padrões de drenagem podem ser classificados de acordo com o Manual Téc-
nico de Geomorfologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 
2009) em: dendrítico, pinado, paralelo, retangular, radial, anelar e treliça.
PRINCIPAIS PADRÕES GEOMÉTRICOS DE DRENAGEM
Fonte: adaptado de Durlo e Sutili (2012, p. 23).
#pratodosverem: seis imagens que apresentam os principais padrões geométricos de 
drenagem, estando três acima (dendrítico, paralelo e retangular) e três abaixo (radial, 
anelar e treliça).
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Classificação dos canais segundo a geometria
Os canais fluviais podem ser classificados em função de sua geometria e sinu-
osidade, sendo a sinuosidade o principal parâmetro utilizado para a sua classi-
ficação (STEIN et al., 2022). Sendo assim, de acordo com o IBGE (2009), os ca-
nais fluviais podem ser: retilíneo, meandrante, anastomosado e entrelaçado.
TIPOS DE PADRÕES DE CANAIS FLUVIAIS
Fonte: adaptado de Durlo e Sutili (2012, p. 24).
#pratodosverem: imagem ilustrando três tipos de padrões de canais fluviais, que são o 
retilíneo (à esquerda, o meandrante (ao centro) e o anastomatoso (à direita).
2.2.2 DELIMITAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS
A delimitação de uma bacia hidrográfica ocorre pela identificação de seu 
contorno e são unidades geográficas delimitadas por divisor de águas, e não 
apenas por divisão territorial. 
Além do divisor de água topográfico, a bacia compreende, ainda, um divisor 
de água freático ou subterrâneo. Assim, de acordo com Hartwig (2012), as ba-
cias podem ser classificadas em função de três tipos de divisores geográficos: 
• Geológico: o traçado é feito com base nas formações das rochas em função 
de um estudo geológico do local.
• Topográfico: o traçado é feito em função das curvas de nível, retirando os 
pontos de cotas mais elevados e usando as cartas topográficas do local.
• Freático: o traçado é realizado por meio de observações do comportamento 
do lençol freático com as estações do ano.
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DIVISORES TOPOGRÁFICO E FREÁTICO DA BACIA HIDROGRÁFICA
Fonte: Júnior (2022, p. 39).
#pratodosverem: ilustração esquemática dos divisores topográfico e freático da bacia 
hidrográfica, demonstrando sua localização.
Para delimitação, o processo se inicia na seção de referência do curso d’água 
principal (em geral, na foz), seguindo uma linha de cumeada (chamada de 
linha de festo, em cartografia) que engloba o curso d’água. A linha que está 
sendo traçada nunca deve cortar o curso d’água (a não ser na secção de re-
ferência). Logo após, seguem-se os pontos de máxima cota circundantes do 
curso d’água e sempre será possível marcar uma linha de festo ou cumeada 
entre dois talvegues (linha de reunião das águas).
Essas duas linhas, talvegue e cumeada, conseguem ser facilmente identifi-
cadas na carta com base nas curvas de nível. Para tal, deve-se observar que, 
quando as curvas de nível de menor cota englobam as de maior cota, a linha 
que atravessa a convexidade que elas formam quando mudam de direção é 
uma linha de cumeada; de modo oposto, quando as curvas de nível de maior 
cota envolvem as de menor cota, a linha que atravessa a convexidade por elas 
gerada quando alteram de direção é um talvegue (JÚNIOR, 2022). 
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Os métodos tradicionais usados para a definição 
da delimitação das bacias como a observação de 
campo, a fotointerpretação ou por meio de curvas 
de nível não são exatos. Sendo assim, atualmente, 
com o uso de Modelos Numéricos de Terreno (MNT) 
é possível delimitar com maior exatidão as bacias 
hidrográficas, possibilitando, assim, o auxílio no 
manejo adequado para a preservação dos corpos 
hídricos (TALON; KUNTSCHIK, 2011).
DIVISOR TOPOGRÁFICO DA BACIA SOBRE O MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO
Fonte: Nicolete et al. (2015, p. 392).
#pratodosverem: divisor topográfico da bacia sobre modelo digital de elevação (MDE) 
derivado da imagem SRTM, obtida pelo projeto Topodata (Inpe).
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2.2.3CARACTERÍSTICA DE UMA BACIA 
HIDROGRÁFICA
Ao estudar o comportamento de uma bacia, suas propriedades físicas são de 
considerável importância pela correlação entre elas e o regime hidrológico da 
bacia. As informações das características físicas da bacia hidrográfica possi-
bilitam conhecer as alterações espaciais das grandezas físicas que definem o 
seu regime hidrológico, sendo estabelecidas por meio de relações matemá-
ticas entre variáveis que expressem suas características e que interpretem os 
dados hidrológicos.
FRONTEIRA DO RIO IGUAÇU ENTRE BRASIL E ARGENTINA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: foto colorida do Rio Iguaçu.
O Portal HidroWeb é uma ferramenta que faz parte 
do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos 
Hídricos (SNIRH) e oferece acesso ao banco de 
dados que engloba todas as informações coletadas 
pela Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), 
reunindo dados de níveis fluviais, vazões, chuvas, 
climatologia, qualidade da água e sedimentos. 
Acesse o site e conheça o portal.
https://www.snirh.gov.br/hidroweb/apresentacao
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HIDROLOGIA
Agora, vamos conhecer brevemente os principais pontos que caracterizam as 
bacias hidrográficas de acordo com Hartwig (2012) e Júnior (2022):
• Área de drenagem (A): é a área projetada verticalmente (projeção sobre o 
plano horizontal), limitada pelos divisores topográficos. 
• Forma da bacia: bacias de grandes rios geralmente possuem forma de pera 
ou de leque. Já pequenas bacias apresentam formas variadas. Em bacias 
de uma mesma região, as de forma arredondada são mais suscetíveis a 
inundações em suas áreas baixas, em comparação às bacias alongadas. 
BACIA HIDROGRÁFICA EM FORMA ALONGADA DO RIO GRANDE (RJ)
Fonte: Paixão e Motta (2020, p. 357).
#pratodosverem: mapa ilustrando a bacia hidrográfica em forma alongada do Rio Grande 
(RJ), com suas respectivas informações em legenda localizada no canto inferior direito.
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Bacias arredondadas
Estão mais propensas a inundações e 
apresentam maior valores de fator forma.
Bacia Hidrográfica do Rio Faria-Timbó (RJ)
Fonte: Borges et al. (2012, p. 75).
#pratodosverem: bacia Hidrográfica do Rio Faria-Timbó (RJ), que apresenta formato 
arredondado.
Bacias alongadas
Possuem menores valores de fator forma e 
são menos suscetíveis a inundações, uma 
vez que se torna menos provável que uma 
chuva intensa cubra toda a sua extensão.
Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Carmo (MG)
Fonte: Souza e Sobreira (2016, p. 1357).
#pratodosverem: bacia Hidrográfica do Ribeirão do Carmo (MG), que apresenta formato 
alongado.
• Coeficiente de compacidade (kc): compara a área de uma bacia e um círculo 
de mesma área; quanto maior for o valor de kc, menor será a possibilidade 
de haver enchentes nesta bacia.
• Fator forma (kf): relação entre largura média da bacia (Lm) e o comprimento 
axial da bacia (L). 
• Sistema de drenagem: o sistema de drenagem em uma bacia é composto 
pelo curso d’água principal mais os tributários. 
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HIDROLOGIA
As características da rede de drenagem de uma bacia hidrográfica conse-
guem ser descritas por alguns índices e grandezas, como:
• Ordem dos cursos d’água: realiza o estudo das ramificações e do 
desenvolvimento do sistema de drenagem de uma bacia hidrográfica 
estabelecendo um indicativo do grau de velocidade com que a água deixa 
a bacia.
Conforme Hartwig (2012), os canais podem ser classificados da seguinte 
forma:
Canais de ordem 1
São formados pelos rios que não apresentam ramificações.
Canais de ordem 2
São trechos que recebem rios de primeira ordem.
Canais de ordem 3
São trechos que recebem rios de segunda ordem.
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EXEMPLO DE ORDEM DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL DA BACIA HIDROGRÁFICA
Fonte: Júnior (2022, p. 45).
#pratodosverem: imagem ilustrativa demonstrando um exemplo de ordem de um curso 
d’água principal de uma bacia hidrográfica.
• Densidade de drenagem (Dd): reflete o grau de desenvolvimento do seu 
sistema de drenagem. 
• Percurso médio do escoamento superficial: indica a distância que água teria 
que escoar entre os terrenos da bacia caso o escoamento superficial estivesse 
em linha reta do ponto de queda até o leito do curso d’água mais próximo.
• Sinuosidade do curso d’água (Sin): é um índice adimensional usado para 
determinar os tipos geomorfológicos dos rios, sendo um fator controlador da 
velocidade do escoamento.
• Declividade média da bacia: reflete o grau de inclinação da bacia, afetando 
diretamente a velocidade do escoamento superficial. 
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• Curva hipsométrica: é uma maneira de realizar a representação gráfica do 
relevo médio da bacia. 
CURVA HIPSOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAETÉ (SC)
Fonte: Vestena et al. (2011, p. 101).
#pratodosverem: imagem demonstrativa de uma curva hipsométrica da Bacia Hidrográfica 
do Caeté, em Santa Catarina(SC).
Assim, como cita Júnior (2022), em uma bacia hidrográfica, a velocidade do 
escoamento superficial ocorre, em grande parte, devido à declividade do ter-
reno. Contudo, é importante considerar que duas bacias hidrográficas sub-
metidas às mesmas condições climáticas podem ter distintos escoamentos 
superficiais. As diferenças podem ocorrem em função das características dos 
cursos d’água naturais e os aspectos físicos das áreas as quais ela drena. Isso 
ressalta a importância de conhecer os pontos que caracterizam as bacias hi-
drográficas, bem como as características principais das redes de drenagem, 
como visto acima.
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CONCLUSÃO
Esta unidade teve como objetivo ensinar o que são bacias hidrográficas, regiões 
hidrológicas e os diferentes tipos de bacias. Além de compreender como rea-
lizar a delimitação de uma bacia hidrográfica e suas diferentes características.
Desse modo, foi possível saber que as bacias são regiões de captação de água 
da chuva, compostas por um rio principal e seus afluentes, que escoam para 
um único curso d’água e estão condicionadas a variações geomorfológicas, 
como o relevo, a área, a geologia, a rede de drenagem, o solo e outros.
Assim, sabendo da importância da água enquanto um recurso indispensá-
vel para a vida, sendo protegida pela Lei n. 9.433, que estabelece a Política 
Nacional de Recursos Hídricos, esperamos que esta unidade tenha fornecido 
diferentes ferramentas de estudo a serem aplicadas nas bacias hidrográficas. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre este tema, leia os artigos a seguir:
1. Avaliação sazonal e espacial da qualidade das águas superficiais da Bacia 
Hidrográfica do Rio Longá, Piauí, Brasil.
2. As bacias hidrográficas enquanto unidades de planejamento e zonea-
mento ambiental no Brasil.
3. Análise ambiental da bacia de drenagem do açude Mucutú (PB) utilizan-
do sensoriamento remoto.
4. Análise morfométrica e geomorfológica da Bacia Hidrográfica do Caeté, 
Alfredo Wagner (SC).
5. Mudanças climáticas e vazões extremas na Bacia do Rio Paraná.
6. Estudo comparativo da qualidade das águas na bacia experimental e 
representativa do Rio Piabanha – Região Serrana do Rio de Janeiro (RJ, 
com aplicação de um índice de qualidade de água (IQA).
Para saber mais sobre este tema, acesse os vídeos a seguir:
1. O que são bacias hidrográficas?
2. Planos de Recursos Hídricos e o Enquadramento de Corpos d'Água.
3. Comitê de Bacia Hidrográfica.
https://www.scielo.br/j/ambiagua/a/GpChQBSf7GTmPfCznC7PCrC/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ambiagua/a/GpChQBSf7GTmPfCznC7PCrC/abstract/?lang=pthttps://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/3172/2656
https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/3172/2656
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/viewFile/236951/33020
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/viewFile/236951/33020
https://www.researchgate.net/publication/270086117_Analise_morfometrica_e_geomorfologica_da_bacia_hidrogragica_do_Caete_Alfredo_WagnerSC
https://www.researchgate.net/publication/270086117_Analise_morfometrica_e_geomorfologica_da_bacia_hidrogragica_do_Caete_Alfredo_WagnerSC
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/226143/000981863.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.researchgate.net/publication/309494458_ESTUDO_COMPARATIVO_DA_QUALIDADE_DAS_AGUAS_NA_BACIA_EXPERIMENTAL_E_REPRESENTATIVA_DO_RIO_PIABANHA_-_REGIAO_SERRANA_DO_RIO_DE_JANEIRO_-_RJ_COM_APLICACAO_DE_UM_INDICE_DE_QUALIDADE_DE_AGUA_IQA
https://www.researchgate.net/publication/309494458_ESTUDO_COMPARATIVO_DA_QUALIDADE_DAS_AGUAS_NA_BACIA_EXPERIMENTAL_E_REPRESENTATIVA_DO_RIO_PIABANHA_-_REGIAO_SERRANA_DO_RIO_DE_JANEIRO_-_RJ_COM_APLICACAO_DE_UM_INDICE_DE_QUALIDADE_DE_AGUA_IQA
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https://www.youtube.com/watch?v=OtUuK6nELGg
https://www.youtube.com/watch?v=f2Yj9NYID9w&t=13s
https://www.youtube.com/watch?v=mLw6zX71XaI
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UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Entender os mecanismos 
de formações das 
precipitações e ser capaz 
de classificar os diferentes 
tipos de precipitações.
> Aprender como 
são mensuradas as 
precipitações e os 
principais cálculos 
utilizados para suas 
estimativas.
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3 PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade irá abordar o estudo das precipitações. A precipitação é o pro-
cesso no qual a água retorna à terra por meio da condensação do vapor de 
água contido na atmosfera. É importante saber que, no ciclo hidrológico, a 
precipitação tem um papel fundamental de elo entre os fenômenos meteo-
rológicos propriamente ditos e os do escoamento superficial. 
PRECIPITAÇÃO
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: precipitação atmosférica.
A disponibilidade de precipitação em uma bacia hidrográfica durante o ano 
é um fator importante para se quantificar a necessidade de irrigação das cul-
turas, bem como o abastecimento doméstico e industrial. Além disso, deter-
minar sua intensidade é fundamental para o controle de inundação e erosão 
do solo. Em função da sua capacidade de escoamento, a chuva é o tipo de 
precipitação mais importante na hidrologia (HARTWIG, 2012).
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Nesta unidade, vamos apresentar como ocorre a formação das precipitações 
por meio dos seus processos fiscos, as grandezas características da precipita-
ção e o pluviômetro utilizado para medição delas, além de conhecer como as 
precipitações são classificadas. Por fim, iremos aprender a realizar os princi-
pais cálculos para medições das precipitações. 
3.1 PROCESSOS FÍSICOS E CARACTERÍSTICAS DAS 
PRECIPITAÇÕES
3.1.1 PROCESSOS FÍSICOS DE OCORRÊNCIA 
DAS PRECIPITAÇÕES
A precipitação é a água proveniente do vapor de água da atmosfera que che-
ga à superfície terrestre sob a forma de chuva, granizo, neve, orvalho, entre 
outras (KOBIYAMA, 2011). No território brasileiro, a chuva é a mais significativa 
em termos de volume, além de ser o principal elemento da maioria dos pro-
jetos hidrológicos. As precipitações pluviométricas estão relacionadas princi-
palmente à quantidade de chuvas (STEIN et al., 2022). 
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA FORMA DE CHUVA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: na imagem temos um exemplo de precipitação pluviométrica na forma 
de chuva em uma estrada de asfalto com vegetação verde ao seu entorno.
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Os principais desafios da hidrologia em relação às precipitações são as varia-
ções dos índices pluviométricos, pois elas podem apresentar grande inten-
sidade ou volume em determinadas regiões e ausência de chuva e longos 
períodos de estiagem em outros pontos (STEIN et al., 2022). No caso do Brasil, 
mais de 99% da precipitação cai sob a forma de chuva (MACHADO, 2017).
A precipitação pode apresentar grande 
intensidade e volume em algumas regiões, 
causando inundações. As inundações podem 
causar diversas consequências, ocasionado 
prejuízos humanos e econômicos.
Inundação causada pelo volume excessivo de chuva
Fonte: Pixabay (2023).
#pratodosverem: na imagem, temos uma rua inundada causada pelo volume excessivo de chuva.
Por outro lado, a ausência de chuvas 
causa diversos prejuízos aos agricultores, 
ocasionado a perda de plantações e 
animais. Além disso, longos períodos de 
estiagem tendem a provocar desequilíbrios 
hidrológicos consideráveis e a causar 
desastres humanos e ambientais.
Solo extremamente seco, caracterizado pela longa estiagem
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: na imagem, um homem em pé, de chapéu e com ferramentas de trabalho 
em suas mãos ao seu redor o solo é extremamente seco e trincado, caracterizado pela longa 
estiagem. 
O regime hidrológico e a produção de água em uma região são determina-
dos por fatores de natureza climática ou hidrometeorológica (precipitação, 
evaporação, temperatura, umidade do ar, vento etc.) e por suas características 
físicas, geológicas e topográficas. A temperatura, a umidade e o vento são im-
portantes pela influência que exercem na precipitação e, principalmente, na 
evaporação (JÚNIOR, 2022).
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A importância do estudo da precipitação, da sua distribuição e dos seus mo-
dos de ocorrência está no fato de ela se constituir no principal input na aplica-
ção do balanço hídrico em uma dada região hidrológica (JÚNIOR, 2022). Par-
tindo dessas afirmações, a formação das precipitações ocorre, basicamente, 
segundo STEIN et al. (2022), da seguinte forma:
1. A água, quando é aquecida pelo sol ou por outro processo, evapora e se 
transforma em vapor de água.
2. O vapor de água mistura-se ao ar e começa a se elevar para atmosfera, 
constituindo um reservatório de água.
3. Acontece a formação das nuvens carregadas de vapor. Quanto mais es-
cura a nuvem estiver, mais carregada de vapor de água ela está.
NUVENS CARREGADAS DE VAPOR DE ÁGUA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: na imagem, céu com nuvens carregadas de vapor de água e uma árvore.
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4. Quando alcançadas altitudes elevadas ou massas de ar frio, acontece a 
condensação, ou seja, a formação de gotículas de água.
5. As gotículas de água caem, em forma de chuva, porque as gotas de água 
são pesadas e não conseguem se manter na atmosfera, assim, o seu 
peso é superior às forças que as conservam em suspensão.
As precipitações são geradas em razão da 
movimentação e pelo comportamento das 
massas de ar na atmosfera. Fundamentalmente, 
elas ocorrem pelo encontro de massas de ar sob 
condições diferentes, com interferência orográfica 
ou não, ou como resultado das variações a que 
está submetido o vapor de água (gás), estando 
sujeitas às variações de pressão e temperatura que 
ocorrem na atmosfera – fenômeno termodinâmico 
(PIMENTEL, 2015).
3.1.2 GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS

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