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ARTIGO CIENTÍFICOARTIGO CIENTÍFICO
Au to r ( a ) : M e . Fa b i o d o s S a n to s G o n ç a l ve s
R ev i s o r : M e . Fe l i p e Au g u s to P i re s
Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 10 minutos.
Introdução
Olá, estudante, seja bem-vindo(a)! Neste material, abordaremos, com detalhes, o
artigo cientí�co e falaremos sobre os diferentes tipos de comunicação cientí�ca,
sobre os fundamentos dos artigos cientí�cos e apresentaremos as diferentes
seções dele, a importância das citações e das referências bibliográ�cas e
conheceremos alguns exemplos de artigos.
Além disso, desenvolveremos, ao longo deste material, toda a base para o artigo
cientí�co, uma vez que esse tipo de publicação é a base para a produção cientí�ca
e acadêmica. Pronto para começar?
Podemos compreender a pesquisa como “um conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar
soluções para problemas propostos” (ANDRADE, 2012, p.109). Essas soluções,
Fundamentos do
Artigo Científico
comumente, são apresentadas à comunidade cientí�ca de diferentes formas, seja
como uma monogra�a, uma tese, um pôster, dentre outras, incluindo o artigo
cientí�co.
O artigo cientí�co é, provavelmente, a principal forma de comunicação dos
resultados das pesquisas cientí�cas.   Antes de conhecermos os principais
fundamentos dele, conheceremos outros tipos de trabalhos cientí�cos.
Monografia e TCC
A monogra�a se caracteriza como um tipo de trabalho de conclusão de curso e
pode ser adotada para diferentes tipos de cursos superiores, mas aparece com
maior frequência em cursos de licenciatura e de graduação plena ou, ainda, em
cursos pós-graduação lato sensu.   É menos comum nos cursos da área de
tecnologia, como computação, por exemplo.
De acordo com (WAZLAWIK, 2020, p.35),
uma monogra�a deve apresentar uma solução para um problema.
Inicialmente, portanto, um problema deve ser identi�cado. Seria errado
iniciar a monogra�a simplesmente resolvendo criar um novo método
para isso ou aquilo. Um novo método só deve ser criado se for para
resolver algum problema que os antigos métodos não resolvem.
Para muitos alunos, a monogra�a aparece como o primeiro contato com a
pesquisa cientí�ca (WAZLAWIK, 2020). Esse fato, em parte, pode se transformar
em um transtorno para o estudante, uma vez que a monogra�a é desenvolvida,
comumente, ao �nal do curso. Por outro lado, as disciplinas que visam a
apresentar a base para o desenvolvimento de uma pesquisa, como metodologia da
pesquisa cientí�ca, são apresentadas nos períodos iniciais do curso. Assim, as
di�culdades do estudante tendem a ser ainda maiores.
Sobre as características da monogra�a, WASLAWIK (2020, p. 37) destaca que
uma monogra�a é um documento que apresenta de forma organizada
uma contribuição para o estado da arte, apresentando, portanto,
informações que não eram conhecidas e que a partir do momento em
que são publicadas passam a integrar o corpo de conhecimento
relevante para quem for atuar em determinada área.
Assim, �ca claro que a monogra�a é um tipo de pesquisa cientí�ca em que existe a
necessidade de uma contribuição original, por parte do pesquisador, para o
desenvolvimento do conhecimento.
Além disso, uma característica comum da monogra�a é que a realização dela é
feita individualmente, e o aluno deve ter um professor orientador, que será alguém
com um nível maior de experiência com pesquisas cientí�cas e que deverá nortear
o aluno durante a realização do trabalho.
Outro tipo de trabalho de pesquisa cientí�ca é o TCC, ou Trabalho de Conclusão de
Curso. O TCC é adotado com frequência em cursos de nível técnico e tecnólogos
ou em cursos do ensino superior da área de tecnologia, principalmente cursos da
área de computação, como sistemas de informação, engenharia de software e
jogos digitais.
Ao contrário da monogra�a, o formato do TCC pode ser bem variado, dependendo
da característica do curso em que será desenvolvido. Isso ocorre porque existem
documentos de desenvolvimento especí�cos para cada área. Por exemplo, para a
área de desenvolvimento de sistemas, existem os diagramas de Uni�ed Modeling
Language (UML) (Linguagem de Modelagem Uni�cada em português); e, para a
área de desenvolvimento de jogos digitais, por sua vez, existe o Game Design
Document (GDD) (Documento de Design do Jogo em português), dentre outros.
Da mesma forma que a monogra�a, um TCC também necessita de um orientador.
Apesar disso, o TCC se difere da monogra�a por ser composto de uma parte
documental e, na grande maioria das vezes, de um produto atrelado, como um
dispositivo eletrônico, uma maquete, um programa de computador, dentre outros
tipos.
Dissertação e Tese
A dissertação e a tese são os tipos de pesquisa voltados para a pós-graduação
stricto sensu, sendo a dissertação adotada como requisito fundamental para a
conclusão do mestrado acadêmico e a tese para o doutorado.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2011, p. 2), por
meio da norma NBR 14724, a dissertação pode ser compreendida como:  
documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou
exposição de um estudo cientí�co retrospectivo, de tema único e bem
delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e
interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura
existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do
candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor),
visando à obtenção do título de mestre.
Assim, a dissertação poderia ser vista como um meio-termo entre o trabalho
desenvolvido com a monogra�a e o trabalho de desenvolvimento da tese, uma vez
que adota parte do rigor cientí�co da tese para investigar mais a fundo um
determinado tema do que na monogra�a.
Uma diferença interessante entre a realização de uma monogra�a e de uma
dissertação é que a primeira é desenvolvida pelo aluno, comumente, em conjunto
com as atividades das disciplinas cursadas no período. A dissertação, por sua vez,
só passa a ser desenvolvida, o�cialmente, após o aluno concluir toda a carga
horária de disciplinas obrigatórias do curso dele.
Devemos observar que a obrigatoriedade da realização da dissertação só ocorre
para os alunos de mestrado, contudo alguns programas de pós-graduação podem
aceitar alunos diretamente para o doutorado, o que pode fazer com que nem todos
os pesquisadores tenham, necessariamente, que desenvolver uma dissertação.
A dissertação tem a necessidade de utilização da metodologia da pesquisa
cientí�ca, pois tem um alto rigor na sistematização, na ordenação de ideias e na
re�exão dela. Como toda pesquisa cientí�ca, a dissertação exige o
desenvolvimento de algo inédito, porém pode estar voltada para a análise de um
trabalho ou de um procedimento, não sendo necessário o mesmo grau de
ineditismo que existe na tese.
Devemos destacar que existem cursos de mestrado classi�cados como
pro�ssionais. Nesses cursos, não é incomum que a dissertação seja substituída
por um relatório técnico, uma vez que esse tipo de mestrado requer,
necessariamente, o desenvolvimento de um produto.
A tese pode ser considerada o ápice da produção de trabalho acadêmico, sendo
que sua construção, comumente, necessita de um tempo maior de pesquisa e de
profundidade.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2011, p. 2), a tese consiste
em um
documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou
exposição de um estudo cientí�co de tema único e bem delimitado.
Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se
em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a
coordenação de um orientador (doutor) e visa a obtenção do título de
doutor, ou similar.
De forma semelhante à dissertação, a tese também só passará a ser desenvolvida
quando o aluno concluir os créditos necessários para o doutoramento dele.
Contudo o tempo para o desenvolvimento dela costuma ser maior, de dois anos
aproximadamente, enquanto, na dissertação,levará algo em torno de um ano.
Para que o nível de ineditismo da tese seja alcançado, é preciso que o pesquisador
construa uma série de fundamentos cientí�cos. Esses fundamentos se constituem,
principalmente, de investigações bibliográ�cas sistematizadas e a realização de
experimentos com um alto rigor metodológico, que devem ser apresentadas para a
comunidade acadêmica por meio de comunicações cientí�cas, como
apresentação em congressos e publicação de artigos em revistas e em periódicos
nacionais e internacionais.
Como podemos ver, os fatores mais importantes para o desenvolvimento de uma
tese são: o ineditismo e a publicação dos resultados dela; e, para este último, com
certeza, o artigo cientí�co é a forma mais importante de apresentação das ideias
da tese para a comunidade cientí�ca e acadêmica.
Artigo Científico
O artigo cientí�co pode ser considerado como a base de toda a produção cientí�ca
existente. Ao longo da trajetória acadêmica, o pesquisador estará limitado,
comumente, ao desenvolvimento de apenas uma monogra�a, uma dissertação e
uma tese, a não ser que curse mais de uma graduação, de um mestrado ou de um
doutorado. A produção do artigo cientí�co, por sua vez, não tem limites e é a
principal fonte de divulgação cientí�ca.
Para a Wazlawick (2020, p. 5), o artigo cientí�co pode ser compreendido como:
a forma academicamente reconhecida de divulgação de um trabalho
de pesquisa. No nível de mestrado, e especialmente no de doutorado,
espera-se, e em alguns casos exige-se, a publicação de um artigo em
uma conferência ou periódico de boa qualidade.
Ao contrário do que ocorre na monogra�a, na dissertação e na tese, a elaboração
de um artigo cientí�co, muitas vezes, é realizada por mais de um autor. Nesse
caso, a ordem da autoria determina a importância de cada autor para o trabalho,
sendo o primeiro autor o mais importante e o último o menos relevante.
Wazlawick (2020, p. 106) faz algumas observações importantes sobre as
características de um artigo cientí�co.
Um artigo cientí�co em geral é um texto curto, com oito a doze
páginas. Raramente um artigo terá mais do que dezesseis páginas.
Então, o artigo não pode e não deve ser um tratado sobre uma área do
conhecimento, mas a transcrição objetiva e precisa de uma ideia de
pesquisa, do desenvolvimento que a validou e das suas consequências
no mundo.
Ou seja, para o autor, um artigo cientí�co é, em essência, a comunicação de uma
ideia. Sendo assim, o nível de preocupação com a redação do artigo deve ser alto,
as frases devem ser curtas, simples e diretas e o texto deve ser cadenciado, com
frases e com parágrafos conectados. A existência de um parágrafo que não tem
conexão com o parágrafo anterior ou com o próximo indica que aquele parágrafo,
provavelmente, não tem relevância no artigo.
Essas preocupações são importantes porque o número de páginas para a redação
de um artigo depende do formato do periódico ou da revista ao qual ele será
submetido. Esse espaço, comumente, �cará entre 10 e 12 páginas, podendo ser,
inclusive, reduzido a 4 páginas. A qualidade de um artigo depende, em muito, da
capacidade de síntese do autor.
Para sintetizarmos o conhecimento adquirido sobre esse assunto, veja o
infográ�co a seguir sobre os principais tipos de trabalhos cientí�cos.
Fonte: Elaborado pelo autor.
#PraCegoVer: o infográ�co apresentado é estático, em formato retangular, com fundo
branco. Na parte superior, há o título geral na cor azul: “Principais tipos de trabalhos
cientí�cos”. Abaixo, há três setas coloridas em diferentes tons de azul, preenchidas
com subtítulos. Da esquerda para a direita, temos, na primeira seta, o subtítulo
“Graduação ou especialização”; na segunda seta, “Mestrado” e, na terceira, “Doutorado”.
Abaixo de cada uma das setas, há linhas pontilhadas na vertical que se conectam a
retângulos com preenchimento branco e contorno azul. Neles, encontramos os
seguintes textos, da esquerda para a direita: “Monogra�a ou TCC: principal modalidade
de trabalho cientí�co adotada em cursos do ensino superior, como graduação, cursos
tecnólogos e especializações” no primeiro retângulo. No segundo retângulo, há:
“Dissertação: tipo de trabalho cientí�co obrigatório nos cursos de mestrado
acadêmico”. No terceiro retângulo, há: “Tese: trabalho cientí�co de maior complexidade,
pois é um requisito fundamental para a obtenção do título de doutor ou de PhD”. Por
�m, na parte inferior do infográ�co, há um grande colchete que abrange todos os
elementos da parte superior do infográ�co e se conecta, por meio de um traço vertical,
a uma caixa de texto com bordas arredondadas e preenchimento azul-escuro, disposta
abaixo do colchete, com o seguinte texto: “Artigo cientí�co: principal tipo de trabalho
cientí�co, podendo e devendo ser desenvolvido pelo pesquisador ao longo de sua
jornada acadêmica e também durante toda sua vida pro�ssional”.
Apesar de existirem outros tipos de trabalhos cientí�cos, podemos estabelecer
que, de uma forma geral, os principais se encontram listados aqui: a monogra�a e
o TCC, a dissertação, a tese e o artigo cientí�co. Devido à importância do artigo e
por ele ser a base da pesquisa cientí�ca, vamos estabelecer a ele uma importância
maior, abordando-o com maiores detalhes nos próximos tópicos. Vamos em
frente?
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Conforme foi apresentado no material, existem diferentes tipos de trabalhos
cientí�cos, em que cada um deles tem funções e características próprias,
incluindo o nível de formação acadêmica ao qual eles se destinam, quando for
esse o caso. Dentre os tipos apresentados, estão a monogra�a e o TCC, a
dissertação, a tese e o artigo cientí�co.
Sobre as características de cada um desses tipos de trabalho cientí�co, analise as
a�rmativas a seguir e assinale V para a(s) Verdadeira(s) e F para a(s) Falsa(s).
I. A dissertação é um tipo de trabalho acadêmico comumente adotado na pós-
graduação do tipo especialização.
II. O artigo cientí�co pode ser considerado a base de toda a pesquisa cientí�ca,
podendo ser desenvolvido, inclusive, fora da vida acadêmica.
III. A monogra�a e o TCC são trabalhos cientí�cos apresentados, comumente, nos
cursos superiores e na especialização lato sensu.
IV. A tese pode ser considerada o trabalho acadêmico de nível mais alto, porém a
originalidade não é, necessariamente, exigida.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) V, F, F, V.
b) F, V, V, F.
c) F, F, F, V.
d) F, V, V, V.
e) V, V, F, V.
Você conhece quais são as seções de um artigo cientí�co? De forma semelhante
ao que ocorre em um projeto de pesquisa, o artigo cientí�co também tem uma
estrutura de tópicos comum. Alguns desses tópicos são os mesmos que
aparecem no projeto de pesquisa, porém com uma profundidade maior,
principalmente no que diz respeito à revisão bibliográ�ca.
Antes de abordarmos a estrutura de um artigo cientí�co, vamos conhecer os tipos
básicos e a classi�cação dele.
Seções de um Artigo
Científico
Tipos e Classificação de um Artigo
Científico
Apesar de todos os artigos terem uma estrutura “básica”, os elementos dessas
estruturas podem ter algumas diferenças, dependendo do tipo e das normas do
veículo ao qual o artigo será submetido. Essencialmente, os artigos cientí�cos
podem ser dos seguintes tipos:
artigo teórico;
relato de experiência;
artigo sobre métodos;
editorial;
carta para o editor;
comentário.
O tipo de arquivo comumente adotado para conteúdos voltados para a área de
computação, como jogos digitais, é o artigo sobre métodos. Wazlawick (2020, p.
109) de�ne o seguinte sobre esse tipo de artigo:
artigos sobre métodos são especialmente comuns na Ciência da
Computação. Um bom artigo sobre método não pode ser
simplesmente uma apresentação do método. Ele deve se concentrar
nas vantagens que o método apresentado tem sobre outros
anteriormente propostos para o mesmo problema ou problemas
semelhantes.
Um ponto importante sobre esse tipo de arquivo é que os métodos necessitam ter,
de forma bem clara, um objetivoinformativo; em outras palavras, devem ser
especí�cos. Além disso, é preciso que esse método relacione potencialidades e
inovações do método proposto com os existentes. Por isso, para que o artigo
tenha o rigor cientí�co necessário, é importante uma boa revisão bibliográ�ca para
a comparação (WAZLAWICK, 2020, p.109).
A importância de um artigo cientí�co é determinada pelo nível de contribuição
cientí�ca dele e, principalmente, pelo veículo em que será vinculado. Assim, quanto
maior o nível de um periódico ou de uma revista, por exemplo, maior será a
importância do artigo. Isso é feito por meio de alguns critérios de classi�cação
nacionais e internacionais.
No Brasil, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior
(Capes) estabelece os critérios de classi�cação dos cursos das Instituições de
Ensino Superior. Essa classi�cação é conhecida como Qualis e tem os seguintes
indicadores de classi�cação (WAZLAWICK, 2020, p.113):
A1 (índice mais alto) e A2: periódicos internacionais de altíssimo e alto
nível;
B1 e B2: periódicos nacionais de alto nível;
B3, B4 e B5: periódicos nacionais de nível médio-baixo;
C: periódicos sem relevância ou com impossibilidade de avaliação.
Internacionalmente, existem outros sistemas de avaliação para os periódicos,
dentre os quais estão:
Google Scholar: estabelece classi�cação do periódico com base na
produtividade e no impacto das citações dele;
JCR (Journal Citation Reports): determina o número médio de citações dos
artigos publicados no periódico;
SNIP (Source Normalized Impact per Paper): semelhante ao JCR, contudo é
especí�co para cada área do conhecimento;
SJR (Scimago Journal & Country Rank): é medido com base no "prestígio"
das citações que o artigo recebeu, sendo adotado, comumente, nos
periódicos de acesso livre.
É preciso ter cuidado ao escolher as fontes a serem utilizadas como base nos
trabalhos cientí�cos. Por esse motivo, é importante buscar por artigos, por
revistas, dentre outras fontes, que tenham um bom índice de avaliação, seja pelo
Qualis ou por qualquer outro índice. Evite, ao máximo, fontes que não tenham
classi�cação alguma.
A classi�cação dos artigos cientí�cos é importante para que o pesquisador faça
adequadamente a escolha pelo periódico ao qual pretende submetê-lo. Contudo,
para nossa disciplina, esse conteúdo tem um caráter mais informativo, pois, antes
de pensarmos onde vamos publicar nosso artigo, é preciso que tenhamos
desenvolvido esse arquivo.
Apresentados esses pontos, vamos, agora, conhecer alguns padrões de estrutura
para artigos.
Padrões do Artigo Científico
S A I B A M A I S
Os critérios estabelecidos para a classi�cação dos periódicos são fonte de grande
discussão na sociedade acadêmica e cientí�ca. Internacionalmente, os critérios para a
de�nição dos indicadores, como o JCR, apresentam-se, aparentemente, de forma mais
objetiva que os critérios adotados no Brasil, por meio do Qualis. Contudo, sendo o JCR o
critério internacional mais utilizado, é importante que o pesquisador saiba como
relacionar esse fator com o Qualis, por meio do portal de periódicos da CAPES.
Navegar no portal de periódicos da Capes, para consultar na extensa base dela, por
publicações diversas, pode ser complicado para o estudante que está iniciando no
mundo da pesquisa cientí�ca. Assim, a referência indicada servirá como um manual
para o pesquisador iniciante, auxiliando na busca por informações no portal da Capes.
Para saber mais, acesse o link a seguir: https://bit.ly/3kGTH4E
Fonte: Clarivate Analytics (2019).
https://www.periodicos.capes.gov.br/images/documents/Journal%20Citation%20Reports%20JCR%20(guia).pdf
Conforme mencionado, a estrutura do artigo cientí�co pode sofrer uma leve
alteração, com base no padrão adotado pelo periódico escolhido. Porém existem
alguns padrões estabelecidos, inclusive no âmbito internacional, que podem ajudar
o pesquisador no desenvolvimento do artigo dele.
Para nortear o desenvolvimento do artigo cientí�co, existem diferentes padrões,
dentre os quais podemos destacar o IDC, o FFC e o IMRD. Vejamos alguns detalhes
sobre esses padrões.
1. IDC (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão): Esse é,
provavelmente, o padrão mais clássico para o desenvolvimento de um
artigo cientí�co. Apesar de apresentar três elementos textuais
principais, introdução, desenvolvimento e conclusão, em muitos casos,
artigos nesse formato têm uma parte introdutória inicial e a conclusão
dele. É um estilo adotado com relativa frequência em artigos voltados
para a área de direito e oferece uma maior liberdade para o
pesquisador.
2. FFC (Fatos, Fundamentos e Conclusão): Mesmo tendo um espaço
limitado, esse padrão é adotado com frequência em teses jurídicas,
pois apresenta o conteúdo dos fatos, analisa os fundamentos e
apresenta uma conclusão. Esse formato apresenta algumas
limitações, principalmente pelo motivo de que a argumentação (e
opinião) tende a ter maior valor do que as evidências.
3. IMRD (Introdução, Métodos, Resultados e Discussão): Esse padrão,
também conhecido como IMRAD, é, com certeza, o padrão mais
utilizado no meio cientí�co, principalmente nos periódicos
internacionais. Devido a popularidade dele, esse vai ser o padrão
abordado com maiores detalhes nesse material.
De acordo com Pereira (2012), no padrão IMRD a seção de Introdução deverá
conter as informações que destaquem a relevância e justi�quem o
desenvolvimento do trabalho proposto pelo pesquisador.
A seção dos Métodos (método, material e métodos ou metodologia) deve
descrever os elementos utilizados na pesquisa, como o estudo foi desenvolvido,
como a amostra foi selecionada e qual o tamanho dela, como os dados foram
obtidos, qual a análise adotada, dentre outros aspectos.
A seção de Resultados deve conter os elementos encontrados na investigação,
além de uma análise estatística, caso ela seja aplicável. A variação da sigla IMRD
para IMRAD inclui, explicitamente, uma seção de Análise.
Por �m, é na seção de Discussão que o pesquisador deverá apresentar os
comentários e a devida interpretação dos resultados obtidos, a conclusão
relacionada com a hipótese inicial e os objetivos informados. Se possível, essa
seção deve conter, também, algumas recomendações para os trabalhos futuros e
as limitações do trabalho.
S A I B A M A I S
Falamos sobre os critérios de classi�cação utilizados para periódicos, revistas, dentre
outros. No Brasil, o padrão Qualis é o adotado com maior frequência, sendo assim, é
importante conhecermos esse padrão de forma mais aprofundada, incluindo os
aspectos fundamentais dele.
A referência sugerida abaixo apresenta dez pontos essenciais para a compreensão do
Qualis Periódicos e os critérios dele, reduzindo, assim, as dúvidas básicas apresentadas
por pesquisadores iniciantes quando estão produzindo artigos deles para algum veículo
de publicação.
Para saber mais, acesse o link seguir:
https://bit.ly/2YS7sWp
Fonte: Barata (2016).
https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/copy33_of_Artigo_dez_coisas_sobre_o_qualis.pdf
Apesar de os padrões apresentados sugerirem uma estrutura de seções, ou de
tópicos, para o desenvolvimento dos artigos, essa estrutura não obriga o uso delas
no artigo a ser desenvolvido. A seção de métodos pode ser apresentada, por
exemplo, como desenvolvimento. Da mesma forma, uma seção pode ser quebrada
em duas ou mais. Uma para materiais e outra para métodos, por exemplo. Agora,
convido você a realizar a atividade a seguir e testar seus conhecimentos. Vamos
lá?
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Conforme abordado ao longo desta seção, existem alguns padrões para o
desenvolvimento de artigos cientí�cos, utilizados como norte para o
desenvolvedor, apresentando uma estrutura de tópicos para que ele possa seguir
durante o trabalho de pesquisa dele. Desses padrões, o IMRD é um dos mais
conhecidos e adotados.
Sobre as características principais do IMRD, analise as a�rmativas a seguir e
assinale V para a(s) Verdadeira(s) e F para a(s) Falsa(s).
I. Opadrão IMRD também é conhecido como IMRAD, destacando, assim, a seção
de Análise.
II. O padrão IMRAD é adotado com frequência em teses jurídicas, em que mostra
fatos, apresenta fundamentos e oferece uma conclusão.
III. É o padrão mais clássico para o desenvolvimento de um artigo cientí�co,
apresentando três elementos textuais: introdução, desenvolvimento e conclusão.
IV. No IMRD, a introdução deve conter os elementos utilizados na pesquisa, como
o estudo foi desenvolvido e como a amostra foi selecionada.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) V, F, F, V.
b) V, F, F, F.
c) F, F, F, V.
d) F, V, V, V.
e) V, V, F, V.
Agora que conhecemos, de forma mais aprofundada, a estrutura básica de um
artigo cientí�co, falta, ainda, discutirmos um pouco sobre um dos elementos mais
importantes em qualquer pesquisa cientí�ca, as citações e as referências
bibliográ�cas. Vem comigo!
Citações e
Referências
Citações
As citações têm como objetivo principal ajudar o pesquisador no embasamento
das ideias dele. Comumente, todos os alunos que começam a se envolver com
pesquisa têm dúvidas sobre a função da citação no momento que estão redigindo
a redação dos trabalhos deles; a principal dúvida surge quanto às novas ideias. Por
exemplo, eu nunca posso pensar e escrever sobre algo novo?
A resposta sobre essa questão é simples: sim. Obviamente toda pesquisa exige
pelo menos algum grau de contribuição inovadora, contudo a ideia nova precisa
ser embasada com um alicerce teórico; ou seja, você só chegou a uma
determinada conclusão porque utilizou saberes já estabelecidos. Caso contrário,
como sabe que a ideia que está tendo é, realmente, nova?
Assim as citações não devem ser utilizadas apenas por utilizar, mas, sim, devem
ser devidamente amarradas para cercar e para justi�car as escolhas que o autor
fez e as conclusões apresentadas por ele; isso também indica que não devemos
abusar no uso das citações.
De acordo com Wazlawick (2020), as citações não podem ser mais predominantes
do que a contribuição do próprio autor, principalmente as citações diretas. Por falar
nisso, vamos conhecer os dois tipos principais de citação: as diretas e as
indiretas.
As citações diretas são aquelas que apresentam uma descrição exata de um
trecho do texto original. Nesse caso, o texto citado deve aparecer entre aspas no
mesmo parágrafo se tiverem, no máximo, 3 linhas. Se o texto da citação tiver mais
de 3 linhas, ela deve ser inserida em um novo parágrafo, com recuo de 4
centímetros do parágrafo, sem aspas. Por exemplo:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (FULANO, 2020, p.2)
As citações indiretas são aquelas em que o texto da referência não é exato, mas,
sim, parafraseado, ou seja, a ideia do texto é compreendida e o autor faz a citação
reescrevendo, com as próprias palavras dele, essa ideia.
Nesse caso, o texto parafraseado não precisa estar entre aspas, porém requer
atenção redobrada. Parafrasear não signi�ca apenas uma troca de palavras por
sinônimos, mas, sim, uma reescrita da ideia. E lembre-se, nunca deixe de citar a
fonte das ideias apresentadas no texto.
Existe, ainda, um terceiro tipo de citação, caracterizado por ser a “citação de uma
citação”. Nesses casos, devemos utilizar um termo do latim chamado apud. Esse
termo, cujo signi�cado representa, de forma literal “junto a” ou “perto de”, deve ser
utilizado no trabalho quando uma determinada obra cita outra obra e quando essa
citação é considerada fundamental pelo autor do artigo cientí�co em questão. Em
outras palavras, devemos utilizar a citação da citação de outro trabalho, sempre
que não conseguirmos acesso à fonte original.
O uso de uma citação com apud deve ser feito da seguinte forma: indica-se a fonte
mais antiga, “original”, depois, a fonte mais nova, inserindo, no meio das duas, o
termo apud. Por exemplo:
• segundo Fulano (2016 apud BELTRANO, 2021, p.40);
• “… recomenda tal abordagem” (FULANO, 2016 apud BELTRANO, 2021, p. 10);
• “... tal de�nição se encontra defasada” (FULANO, 2016 apud BELTRANO, 2021,
p. 5)
• “XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
    XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX
Fonte da imagem: Polina Zimmerman / Pexels
    XXXXXXXXXXXXX XXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX
    XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
    XXXXXXXXXXX XXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX XXX"
    (FULANO, 2016 apud BELTRANO, 2021, p. 1).
Repare que o uso do termo apud pode ser feito tanto em citações diretas quanto
em citações indiretas; em ambos os casos, o autor utilizado como fundamentação
teórica deverá aparecer nas referências bibliográ�cas, não havendo necessidade
de apresentar a referência da obra original, uma vez que ela não foi consultada.
Conforme destacado anteriormente, devemos utilizar citações com certa
moderação, principalmente no caso do apud, pois o uso não racional dele reduz a
contribuição do autor e acaba por transformar o trabalho em uma espécie de
mosaico de artigos.
Referências
As referências, que podem aparecer também como bibliogra�a ou referências
bibliográ�cas, contêm a lista de todos os trabalhos citados ao longo do texto.
Essas referências têm diferentes estilos e normas, que podem variar conforme o
padrão adotado. No nosso trabalho, vamos seguir o padrão estabelecido pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, porém sem um grande
aprofundamento.
Em essência, as referências podem seguir um sistema alfabético ou um sistema
numérico. No sistema alfabético, que é o que adotaremos, as referências devem
aparecer em ordem alfabética de autor, conforme apresentado a seguir.
1. Livro: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Local: Editora, ano de
publicação.
2. Artigo de revista: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo do artigo.
Título do periódico, local, volume, fascículo, página inicial e �nal, mês e
ano.
3. Documento eletrônico (com autor): SOBRENOME, Prenome. Título.
Veículo de divulgação. Disponível em: http://... Acesso em: dia mês
(abreviado) ano.
4. Documento eletrônico (Sem autor): TÍTULO da matéria (apenas
primeira palavra em caixa alta). Veículo de divulgação. Disponível em:
http://... Acesso em: dia mês (abreviado) ano.
Note que, apesar de estarmos recomendando o padrão da Associação Brasileira de
Normas Técnicas, ABNT, existem diversos padrões que podem ser adotados por
diferentes veículos de publicação, como periódicos, revistas, congressos, dentre
outros. Sendo assim, é sempre importante consultar a chamada de trabalhos ou o
edital do veículo para o qual estamos buscando a publicação do nosso trabalho.
Livro: SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Local: Editora, ano
de publicação. 
Um erro muito comum da maioria dos estudantes que começam as atividades
cientí�cas deles é a citação do trecho de uma obra qualquer sem que a devida
referência bibliográ�ca dela seja indicada. Não existe uma fórmula mágica para
resolver esse problema, mas uma boa dica é revisar, com atenção, todo o
documento, buscando, para cada citação, devida referência dela. Feito isso, deve-
se fazer o caminho inverso, buscando, para cada referência, pelo menos, uma
citação no texto.
REFLITA
O mundo dos jogos digitais renova-se
constantemente. Cada dia mais, técnicas, mecânicas
e novas tecnologias são apresentadas à comunidade
de jogadores do mundo todo. Mas, em termos de
ciência, será que essa evolução é acompanhada na
mesma velocidade? Os cursos superiores que
ensinam o desenvolvimento de games, por exemplo,
estão no mesmo nível que a indústria? Re�ita sobre
isso.
A base para o uso das citações e das referências bibliográ�cas foi apresentada
nesta seção. Apesar de ser modesta, esta seção é, provavelmente, a mais
importante, pois o uso adequado das citações e das referênciassão a grande
diferença entre um bom trabalho de pesquisa e uma simples cópia (plágio), sem
genialidade alguma. Que tal praticar um pouco para fazer uso do conhecimento
adquirido? Faça a atividade a seguir e pratique o que você aprendeu neste estudo.
praticar
Vamos Praticar
Vimos que existem diferentes tipos de citações para referenciarmos as obras
consultadas, sejam elas livros, artigos, �lmes, anais de congresso, entrevistas,
dentre outras. Além disso, sabemos que as citações podem ser diretas, quando
indicam o texto exato do autor, ou indiretas, quando fazem referência a trechos
da obra do autor, transcritas de modo parafraseado.
Como as citações serão utilizadas com grande frequência nos artigos e nos
trabalhos que serão desenvolvidos ao longo da disciplina, faça um breve ensaio,
referenciando, pelo menos, três obras, sobre qualquer tema, de forma direta e
indireta. Você pode utilizar um mesmo trecho da obra para fazer os dois tipos de
citação e comparar as diferenças.
Nesta última seção, abordaremos a criação do artigo de pesquisa da nossa
disciplina. Em essência, as bases para o artigo já foram apresentadas e, por esse
motivo, somente comentaremos aqui sobre alguns pontos que ainda merecem
destaque.
O primeiro ponto que merece destaque para a produção de qualquer trabalho
cientí�co é a inspiração. Precisamos buscar essa inspiração, precisamos pensar,
re�etir sobre aquilo que será escrito, sobre o problema a ser formulado e sobre a
contribuição que se pretende dar. E, sendo o trabalho algo como um artigo para
área de games, temos uma vantagem, pois, de acordo com Rogers (2013, p.49),
“uma boa ideia de jogo pode vir de qualquer lugar”.
Uma vez que temos a ideia geral de como será nosso artigo, precisamos escolher e
seguir uma estrutura. Nesse caso, estamos propondo uma estrutura para o nosso
artigo com os seguintes elementos textuais (seções):
título do artigo;
autores;
resumo;
palavras-chave;
introdução;
referencial teórico;
materiais e métodos;
resultados;
Produção do
Trabalho Científico
discussão;
considerações �nais;
referências.
O título do artigo deve ser breve e simples, mas deve ser capaz de transmitir a
ideia geral do artigo. Para os autores, devemos colocar todos os participantes do
artigo, sendo o último deles o orientador dele.
O resumo deve ser relacionado a todo o trabalho, porém em apenas um parágrafo
(cerca de 200 palavras). Seu texto deve ser cadenciado, apresentando,
inicialmente, a hipótese do artigo e os objetivos principais. Você deve apresentar,
também, os resultados, com uma especial atenção para a inovação, e, por �m, as
conclusões do artigo; tudo de forma sintética, é claro.
Considerada uma das seções mais importantes do trabalho, a Introdução deve
fornecer informações essenciais para a compreensão do artigo. Deve apresentar
os seguintes elementos sintetizados: o problema a ser estudado; o que se sabe
sobre esse problema (recorte do referencial teórico que será utilizado); qual a
importância do problema (justi�cativa); e o que pretende ser feito (objetivos). Se
houver uma hipótese, ela deve aparecer claramente nessa seção.
O referencial teórico (revisão bibliográ�ca) deve conter a revisão da literatura
sobre o tema, podendo incluir fatores históricos, principais contribuições, dentre
outros conteúdos. O importante é que essa seção auxilie na compreensão da
importância do tema, embasando-o teoricamente e justi�cando a pesquisa
desenvolvida.
A seção de materiais e métodos deve, em essência, responder aos seguintes
questionamentos: o que foi utilizado (materiais) e como foi utilizado (métodos).
Aqui, deve ser colocado, por exemplo, quais são os software utilizados no
desenvolvimento do jogo ao qual o artigo se refere, incluindo a justi�cativa por uma
ferramenta ou por outra. Além disso, deve informar, também, como esses software
foram utilizados no jogo em questão. Por exemplo, em qual parte do projeto um
determinado software de modelagem 3D foi adotado. É importante, contudo,
separar bem o que são os materiais do método (ou metodologia) adotado.
A seção resultados deve apresentar os resultados importantes do trabalho,
conforme estabelecido na introdução. Nessa seção, o autor deve incluir elementos
textuais sintéticos que ajudem o leitor a compreender, de forma mais simples, os
resultados obtidos, como �guras, grá�cos e tabelas, todos devidamente
referenciados. Uma dica importante para o uso desses elementos é que todo texto
que eles têm, incluindo dados e valores, não devem ser repetidos na seção, mas,
sim, comentados de forma sintetizada.
A seção de discussão busca apresentar as descobertas do autor, a interpretação
dele sobre os resultados obtidos e se as questões levantadas na introdução, como
a hipótese, foram respondidas ou não. Aqui, o autor deve, efetivamente, justi�car a
realização do trabalho dele, mostrando a importância dos resultados obtidos para
o tratamento do problema apresentado. As limitações do trabalho devem aparecer
aqui, delimitando de forma clara o trabalho e ajudando a validar a contribuição
dele.
A seção das referências deve conter todas as fontes citadas no texto, respeitando
sempre aquela máxima: tudo que aparece citado no texto deve ter uma referência
bibliográ�ca, e toda referência bibliográ�ca deve aparecer, pelo menos, uma vez
citada no texto.
Fonte: denyshutter /
123RF.
Com isso, as seções principais do nosso modelo de artigo cientí�co foram
apresentadas, sendo assim, já podemos começar o desenvolvimento do nosso
artigo �nal da disciplina. Lembrem-se que as seções apresentadas devem aparecer
no artigo, mas não, necessariamente, com esses nomes. Basta que conteúdo delas
seja contemplado. Chegamos ao �m do nosso último tópico. Vamos praticar?
Realize a atividade a seguir e aprenda um pouco mais sobre o assunto na prática.
praticar
Vamos Praticar
Dentre as diferentes modalidades de trabalhos cientí�cos existentes, o artigo
cientí�co constitui a base de toda a produção cientí�ca e acadêmica e, por esse
motivo, deve receber uma atenção especial dos pesquisadores, transformando-
se, inclusive, na principal atividade deles.
A melhor forma de compreender a estrutura de um artigo cientí�co é
exercitando. Assim, utilizando o modelo (template) proposto, tente desenvolver
um artigo cientí�co sobre algum projeto de game que você esteja desenvolvendo
ou que tenha desenvolvido.
Material
Complementar
F I L M E
Uma mente brilhante
Ano: 2001
Comentário: O �lme nos conta a história de um gênio da
matemática, John Nash, que, aos 21 anos, teve uma ideia
genial para um teorema matemático que o tornou famoso no
meio dele. Porém, Nash, com a grande arrogância dele, acaba
sofrendo de alucinações que transformam totalmente a vida
dele e a da família dele. Com um �nal surpreendente, o �lme
passa uma boa ideia da importância e da grandiosidade da
ciência.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível
em: .
TRA I LER
L I V R O
Level up: um guia para o design de
grandes jogos
Editora: Blucher
Autor: Scott Rogers
ISBN: 978-85-212-0701-6 (e-book)
Comentário: O livro Level up é uma recomendação excelente
para qualquer estudante de desenvolvimento de jogos. O autor
apresenta conceitos fundamentais sobre game design e passa
uma visão geral do processo de desenvolvimento de jogos,
desde a história até o processo de publicação. Esse livro está
disponível na nossa biblioteca on-line (Minha Biblioteca).
Conclusão
Ao longo desse estudo, apresentamos os conceitos fundamentais sobre a produção de
um artigo cientí�co. Apresentamos os tipos de trabalhos cientí�cos mais comuns e
focamos, especialmente, nos artigos. É importante que você, estudante, daqui para
frente, procure desenvolver seus próprios artigos cientí�cos, seja individualmente ou em
grupo. Não se deixe vencer pelas di�culdades iniciais, pois a prática levará, com certeza,
à perfeição. Porém a principal lição, nesse caso, está voltada para as referências; nunca
deixe de citar os autores.
Referências
ANDRADE, M. M. de. Introdução à
metodologiado trabalho cientí�co:
elaboração de trabalhos na graduação. 10.
ed. São Paulo: Grupo GEN, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 14724: informação e
documentação: trabalhos acadêmicos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2011.
BARATA, R. C. B. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. RBPG, Brasília, v. 13,
n. 30, p. 13-40, jan./abr. 2016. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-
de-conteudo/copy33_of_Artigo_dez_coisas_sobre_o_qualis.pdf. Acesso em: 22 out.
2021.
CLARIVATE ANALYTICS.  Journal citation reports: como utilizar o JCR no Portal de
Periódicos da CAPES. [S.l.]: Web of Science Group, 2019. Disponível em:
https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/copy33_of_Artigo_dez_coisas_sobre_o_qualis.pdf
 https://www.periodicos.capes.gov.br/images/documents/Journal%20Citation%20Repor
ts%20JCR%20(guia).pdf. Acesso em: 22 out. 2021.
PEREIRA. M. G. Estrutura do Artigo Cientí�co. Epidemiologia e Serviços de Saúde:
revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, Brasília, v. 21, n. 2, p. 351-352, abr./jun.
2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/rev_epi_vol21_n2.pdf.
Acesso em: 23 out. 2021.
ROGERS, S. Level up: um guia para o design de grandes jogos. São Paulo: Editora
Blucher, 2013.
UMA MENTE brilhante (A beautiful mind 2001) - Trailer Legendado. [S. l.: s. n.], 2017. 1
vídeo (2 min). Publicado pelo canal Arquivo de Trailer. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=q8vUMD1f0ss. Acesso em: 7 nov. 2021.
WAZLAWICK, R. S. Metodologia de pesquisa para ciência da computação. São Paulo:
Grupo GEN, 2020.
https://www.periodicos.capes.gov.br/images/documents/Journal%20Citation%20Reports%20JCR%20(guia).pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/rev_epi_vol21_n2.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=q8vUMD1f0ss

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