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NUTRIÇÃO NO ESPORTE Prof: Juliana Jordão A avaliação nutricional é o primeiro passo para o aconselhamento de atletas e/ou indivíduos fisicamente ativos sobre as estratégias alimentares mais adequadas, incluindo o uso de suplementos. Por que é importante Fornece um ponto de partida para basear as decisões atuais e futuras; Estabele objetivos realistas sobre como alcançar da melhor maneira; Está intimamente relacionada com o estado geral de saúde Monitora as mudanças nos compartimentos de gordura e de massa magra Já fez/faz uso de esteroides? Já fez/faz uso de suplementos? Qual esporte pratica e há quanto tempo? Participa de competições? Como é a preparação? Quantas vezes treina por semana? Qual a intensidade do treino? Já teve alguma lesão? Costuma ter fadiga/fadiga muscular? Avaliação dietética O objetivo principal da avaliação dietética é avaliar o que um atleta ingere, seja em um determinado período ou em um dia típico de treino. Metodologias de avaliação dietética incluem métodos retrospectivos, a exemplo de recordatório de 24 horas (R24h) e questionários de frequência alimentar (QFA), além de métodos prospectivos, que incluem registros alimentares (ou diários) e observação direta (como em um centro de treinamento). R24H RÁPIDO ESTIMA INGESTÃO HABITUAL ESTIMA INGESTÃO DE NUTRIENTE QUANTIFICA QFA MÉTODOS Avalia em que momento houve a ingestão em relação aos exercícios, presença ou não de desconforto gastrointestinal. não coleta informações sobre os padrões de refeição ou horário de ingestão. Porém pode avaliar possível deficiencia de nutrientes As DRIs ainda são a melhor referência para avaliação da suficiência e deficiência de nutrientes. Os dados de ingestão de um atleta, em média durante um período de 5 a 8 dias, são um ponto de referência razoável e não devem estar abaixo da ingestão média estimada (EAR) ou ingestão adequada (AI) ou acima do limite superior (UL) Exames bioquímicos Os testes bioquímicos podem fornecer uma avaliação objetiva e quantitativa do estado nutricional atual de um atleta ou ingestão recente de nutrientes, e muitas vezes detectam a deficiência de nutrientes muito antes do aparecimento dos sinais e sintomas clínicos. Alguns marcadores bioquímicos, por exemplo, são alterados por exercícios agudos ou crônicos, ou devido à hemoconcentração da desidratação ou hemodiluição da expansão do volume plasmático. A inespecificidade e a baixa sensibilidade são limitações para muitos testes bioquímicos, assim como a falta de intervalos de referência específicos para atletas bem treinados Avaliação clínica A avaliação clínica envolve a coleta de uma história detalhada, um exame físico e a interpretação de sinais e sintomas que podem estar relacionados ao comprometimento do estado nutricional ou ingestão excessiva de nutrientes Informações sobre: bem-estar geral apetite mastigação e deglutição saúde gastrointestinal (náuseas, vômitos, regularidade intestinal, consistência das fezes) ciclo menstrual (em mulheres) Padrões de sono A coleta de informações sobre a prescrição atual e medicamentos de venda livre, bem como o uso de suplementos dietéticos (vitaminas, minerais, ervas e suplementos esportivos) e possíveis interações alimento-medicamento também é essencial, mesmo em atletas saudáveis que podem tomar medicamentos para uma doença aguda ou condição crônica. Os exemplos incluem tetraciclina para acne (quelatos com cálcio na dieta) e corticoides para lesão musculoesquelética (diminui o nível de vitamina D) Avaliação clínica Meio ambiente A coleta de dados sobre: fatores ambientais, sociais e de estilo de vida, incluindo o status socioeconômico do atleta, condições de vida, compras de alimentos e habilidades culinárias, transporte, regime de treinamento, nível de escolaridade, práticas religiosas e sistema de crenças pessoais é importante porque pode influenciar o estado nutricional ou impactar o tratamento. Isso inclui práticas culturais ou religiosas e crenças pessoais que ditam o jejum (budistas, hindus, judeus ortodoxos, muçulmanos, ortodoxos orientais) ou restrições alimentares, como seguir dietas baseadas em vegetais (budistas, hindus, adventistas do sétimo dia, veganos, vegetarianos) (YADRICK, 2017) Composição corporal A prática de exercícios físicos regulares promove adaptações fisiológicas e morfológicas Na balança, a medida obtida refere-se à massa corporal, isto é, à soma de todos os compartimentos corporais, incluindo massa de gordura, minerais (ossos e tecidos moles), água total e conteúdo proteico total. Dessa forma, a massa corporal (peso corporal) não é capaz de identificar as quantidades percentuais de massa de gordura e massa magra, o que equivale a dizer que nem sempre a redução da massa corporal significa um emagrecimento (perda de gordura), bem como nem sempre o aumento representa um incremento na quantidade de gordura corporal Existem vários métodos para se avaliar a composição corporal de um atleta, mas até o momento não existe um critério universalmente aplicável ou uma metodologia “padrão-ouro” para essa finalidade. Entre os métodos, destacam-se a antropometria, a pesagem hidrostática, a bioimpedanciometria (BIA) e absorciometria de raios X de dupla energia (Dexa) Composição corporal As técnicas mais utilizadas na prática clínica são a BIA e a antropometria, sendo essa última o método mais usual e de bom custo-benefício Composição corporal Pesagem hidrostática DEXA A BIA (também chamada de impedância bioelétrica) é um dos métodos de avaliação da composição corporal mais comercializados no mundo, tanto para uso na rotina como para pesquisas científicas. A técnica de BIA baseia-se no princípio de que o tecido magro, que contém uma grande quantidade de água e eletrólitos, é um bom condutor de corrente elétrica. Por outro lado, por possuir pequena quantidade de água, o tecido gorduroso é mal condutor. Esse princípio permite inferir que uma grande quantidade de água e de massa magra oferecem uma menor resistência à passagem de corrente elétrica (COSTA, 2008) Bioimpedância Bioimpedância A BIA apresenta vantagens quanto a simplicidade, segurança, não invasibilidade e facilidade de aplicação, o que facilita sua utilização em academias, clínicas e outras situações de campo. Entretanto existe um protocolo pré-teste bastante rigoroso para tentar garantir níveis ótimos de equilíbrio hidroeletrolítico. Assim, o resultado pode ficar comprometido caso o avaliado não siga corretamente as recomendações protocolares. Manter-se em jejum de sólidos e líquidos pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste. Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste. Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste. Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste; Medicações para pressão 24h antes se em acomp; Evitar o consumo de cafeína (café, chás, bebidas à base de cola, chocolate) nas 12 h antecedentes O teste não pode ser feito em pacientes portadores de marca-passo, e não é recomendado para mulheres que se encontram no período pré-menstrual CRITÉRIOS PRÉ AVALIAÇÃO Os protocolos para o uso da BIA devem ser rigorosamente seguidos, sobretudo em relação ao estado de hidratação do avaliado. Um indivíduo que estiver hiper-hidratado terá sua massa magra erroneamente superestimada Em populações atléticas, a antropometria geralmente inclui medição de altura, massa (peso), perímetros corporais (cintura, quadril, coxa, panturrilha, bíceps) e espessura de gordura subcutânea (dobras cutâneas). Dessas medidas, a espessura das dobras cutâneas é a mais frequente quando o objetivo é estimar a densidade corporal e o percentual de gordura total, a partir de equações preditivas. Antropometria Antropometria É importante que se considere trabalhar dentro de uma faixa de gordura considerada ideal para faixaetária e sexo. Um percentual de gordura muito abaixo do ideal pode ser prejudicial à saúde, visto que a gordura é a fonte energética para exercício físico, além de ser a base para a síntese de alguns hormônios. Por outro lado, o excesso de massa gorda pode contribuir para lesões osteoarticulares durante a prática de uma atividade esportiva e ocasionar distúrbios metabólicos. Antropometria Algumas dobras cutâneas mostram relação com a adiposidade corporal, pois de 50% a 70% da gordura corporal localizam-se nos depósitos cutâneos. A medida da espessura de dobras cutâneas (DC) é um método prático e amplamente utilizado para estimar a gordura corporal (GC) e a massa corporal magra (MCM). Essa técnica baseia-se na teoria segundo a qual a medida do tecido adiposo de determinados pontos anatômicos do corpo pode estimar a gordura corporal total com acurácia. Assim, medindo-se as espessuras de algumas dobras cutâneas e utilizando-as em equações matemáticas, é possível estimar a porcentagem de gordura corporal. Antropometria A mensuração das dobras cutâneas é feita utilizando-se um adipômetro, também conhecido como plicômetro ou compasso de dobras cutâneas As dobras cutâneas devem ser medidas sempre no hemicorpo não dominante com o avaliado em pé, utilizando os dedos indicador e polegar da mão esquerda para destacar o tecido adiposo subcutâneo do tecido muscular. Deve-se executar três medidas não consecutivas de cada dobra escolhida, ou seja, a cada medida soltar a pele pinçada, anotar a medida e repetir a operação. Quando ocorre uma diferença maior que 5% entre a menor e a maior medida, deve-se realizar uma nova série de medidas. Além desse cuidado, recomenda-se utilizar a mediana das três medidas obtidas num mesmo local, eliminando assim os valores extremos Antropometria Antropometria Olhar no cannva No caso da utilização de valores absolutos individuais, é possível verificar o comportamento da distribuição de gordura corporal (central ou nos membros, por exemplo), e como esta, após programas de exercícios e dietas, se comporta em reavaliações periódicas. Por sua vez, a somatória de dobras cutâneas também pode permitir comparações longitudinais (isto é, no decorrer de um longo período de tempo) e ser um bom indicativo de redução, aumento ou estabilidade de gordura corporal, conforme variações sofridas nessa somatória Protocolos de percentual de gordura O IMC pode ser utilizado para se estimar a adequação do peso à constituição corporal de um atleta, mas deve ser sempre utilizado em conjunto com o percentual de gordura No caso de atletas e praticantes de atividade física, nem sempre um IMC acima de 25 kg/m2 significa sobrepeso. Um indivíduo pode estar dentro do percentual de gordura ideal e ter um alto percentual de massa magra, o que poderia refletir um IMC elevado. Armazenadas: Medula do osso Coração Pulmão Fígado Baço Rins Intestino Músculo tecidos do sistema nervoso Gordura essencial e de armazenamento Gordura essencial sexo- específico Funções biologicamente importantes como gestação e outras questões relacionadas a hormônios Gordura essencial e de armazenamento Tecidos adiposos vicerais Protegem vários órgãos dentro da cavidade torácica e abdominal Tecido adiposo subcutâneo localizado abaixo do tecido da pele Gordura subcutânea –Tecido adiposo acumulado sob a pele; Gordura abdominal/intra abdominal/visceral –Tecido acumulado dentro e em volta dos órgãos das cavidades torácica (coração, pulmões) e abdominal (fígado, rins e etc.).;