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Resenha do filme como as arvores comunicam-se entre si

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UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina – CAV. 
Engenharia Florestal. 
Acadêmico: Elton Moura Silva. 
Professor: Dr° Osmar Klauberg Filho. 
Disciplina: Microbiologia Florestal 
 
 
Resenha do filme: “Como as árvores comunicam-se entre si”. 
 
 O objetivo principal do experimento foi estudar e comprovar se as 
árvores transmitem informações entre si. O que foi descoberto foi além disso. 
As plantas estudadas além de transmitir nutrientes e informações básicas, são 
capazes de identificar outras aparentadas e enviar através de uma rede 
semelhante a internet, elementos básicos ao bom desenvolvimento das 
plantas como o carbono, fósforo, água e nitrogênio. Essas redes são 
complexas e as fontes são as árvores mais velhas que através da simbiose 
com os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) trocam o carbono por 
nutrientes que as raízes fornecem aos fungos, que devolvem o carbono para 
as árvores. É uma relação mutualística e simbiótica que favorece as duas 
espécies. A parte que fica sobre o solo, que nós vemos ao caminhar pela 
floresta, são apenas a ponta do iceberg. São os órgãos reprodutivos dos 
fungos. Sob o solo está o micélio ou rede micelial que se conecta as raízes 
interligando-as com outras árvores. A dimensão dessa rede pode ser tão 
grande quanto a área total da floresta. Pode-se imaginar como seria essa 
mesma rede no bioma Taiga onde se encontram as maiores florestas do 
mundo. E pensar que estamos andando sobre essa rede há milhões de anos 
sem ter a mínima noção do que acontece. 
 O método utilizando foi a aplicação de carbono nas espécies Bétula 
papyrifera, cedro vermelho do oeste e o Pseudotsuga menziesii, abeto de 
douglas. Primeiro foram ensacadas a parte aérea das mudas e depois foi 
injetado com uma seringa o carbono. Verificou-se através de um contador 
Geiger que o carbono injetado nas mudas de bétula passou através do sistema 
radicular para o abeto de douglas enquanto o cedro permaneceu no mundo 
dele como definiu a cientista. Os matérias utilizados foram bastantes 
rudimentares e como descrito no vídeo não havia dinheiro necessário para 
iniciar os estudos já que achavam que a cientista Suzanne Simard era louca 
sendo muito difícil, em função disso, conseguir o dinheiro necessário para 
financiar a pesquisa. Ela comprou seus materiais em uma loja famosa de 
departamentos do Canadá chamada “Canadian Tire”. Foram adquiridos 
sacos plásticos, fita adesiva, telas cronômetro, traje de proteção, respirador. 
Tomou emprestado alguns equipamentos da Universidade como contador 
Geiger, contador de cintilação, espectrômetro de massa, microscópios, 
seringas contendo carbono-14, frascos em alta pressão de carbono-13. Um 
ponto que chamou muito a atenção foi o fato de o Canadá ser um país que 
desmata mais florestas do que o Brasil. Todos ficaram perplexos com a 
informação na plateia assim que a pesquisadora divulgou os dados. Foi 
notável que não faziam ideia da triste realidade sobre o próprio país. 
 Com a destruição das árvores mais velhas de forma precoce, 
interrompe-se a transmissão de informações pela rede micelial. Essas árvores 
com a proximidade de sua morte são capazes de disponibilizar no sistema 
seus nutrientes, água e estoque de carbono diretamente na rede, por assim 
dizer, contribuindo para a manutenção e enriquecimento desta, já que as 
plantas mais jovens vão se nutrir desses elementos e receber informações 
importantes sobre como resistir as mudanças, por exemplo. Um fato 
interessante já que as plantas não pensam até onde sabemos. Não possuem 
um sistema nervoso central desenvolvido como os seres humanos. 
 A importância da descoberta para o setor florestal de uma maneira 
geral está mais voltada para as seguintes questões: se essas espécies como a 
bétula e o abeto conseguem transmitir carbono e nutrientes entre si, teriam 
as nossas espécies nativas as mesmas habilidades? E nossos plantios 
florestais estariam compartilhando nutrientes da mesma forma? Se a resposta 
for sim e se conseguirmos comprovar essas informações isso muda a maneira 
como entendemos as florestas. São organismos mais capazes e complexos 
do que pensamos. Podemos utilizar esses meios para aumentar a 
produtividade florestal ao mesmo tempo entendendo como as árvores 
realmente funcional contribuindo para um manejo sustentável e conservação 
das espécies arbóreas já que a exploração sem critérios e sem essa 
preocupação poderá levar a extinção desses seres vegetais tão complexos e 
indispensáveis a vida no nosso planeta. Tanto a nossa como de todos os 
outros animais e plantas existentes. Estamos todos conectados igualmente. 
 Acredito que como seres inteligentes que somos podemos explorar as 
espécies arbóreas de maneira sustentável e sem causar desequilíbrios e 
extinções. Este será o nosso maior desafio nos próximos anos. As exigências 
por demandas menos agressivas ao meio ambiente como um todo tendem a 
aumentar pois do contrário, será cada vez mais difícil manter a vida no 
planeta, reduzindo a emissão de gases e mantendo as condições necessárias 
para o desenvolvimento da vida. Nosso planeta é a nossa casa. Só temos um 
e precisamos mantê-lo para todas as espécies existentes hoje e para as futuras 
gerações.

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