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UNIDADE 4 O Material Didático 41 4. INTRODUÇÃO A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição. Foi citada pela primeira vez na Constituição de 1934. A primeira LDB foi criada em 1961, seguida por uma versão em 1971, que vigorou até a promulgação da mais recente em 1996. O Texto da LDB encontra-se ao final desta Unidade, para sua leitura e conhecimento. O título III da LDB estabelece as obrigações do Estado como titular do dever de educar. Ao valorizar a inclusão da expressão “público” em muitos direitos na escola, a lei buscou restringir o atendimento do governo, em seus programas suplementares, como material escolar, transporte, alimentação, assistência e saúde, a os alunos mais necessitados de apoio do governo, que evidentemente, não são os da rede privada. Trata- se de ênfase da política educacional, explicada no item do inciso VIII, como o PNLD - Programa Nacional do Livro Didático, o Programa Nacional da Alimentação Escolar, executados pela Fundação de Assistência ao Estudante. O PNDL avalia os livros didáticos e distribui milhões de livros para milhões de alunos. São, o que o inciso IX chama de “insumos”, e que incluem não apenas o material didático diário, como giz e cadernos, mas também tudo o que é necessário para o bom funcionamento do processo de ensino aprendizagem, como laboratórios, bibliotecas, quadras de esporte, teatros, projetos, etc. 42 Veja: — Na pequena cidade de Pacatuba, no Estado do Ceará, é realizada uma audiência anual para a escolha do material didático, feita por alunos, professores e funcionários das escolas municipais. — Cada escola de Pacatuba escolhe o material didático que deseja utilizar. Quando a solicitação das escolas está concluída, a prefeitura realiza um pregão para adquirir o material. — O projeto “A sua Participação Faz a Diferença” é uma continuação da administração participativa desenvolvida pela Escola Maria de Sá Roriz. Segundo o diretor da instituição, Prof. Marcos Teles, “a escola tem a obrigação de alimentar em seus alunos o senso critico, fortalecendo a capacidade de participação dos estudantes nos vários assuntos pertinentes a escola, comunidade e município”. — Para Teles é essencial que a escola assuma o compromisso com a construção da cidadania, “os jovens precisam aprender a conhecer, a participar criticar ativamente a sociedade e a lidar com um número cada vez maior de informações. Nesse sentido, a escola deve ser capaz de assegurar a cada aluno as condições necessárias para o sucesso tanto na sala de aula, quanto na vida”. — “A sua Participação Faz a Diferença”, que permite aos alunos ajudar na decisão do material didático da escola, segue o principio do projeto “Jovem Cidadão”. No “Jovem Cidadão” são abordados assuntos relacionados às questões sociopolíticaeducativa. Sua intenção é promover a interação entre escola e comunidade através de ações de participação social e política. 43 4.1 A Escolha do Material Didático A experiência da cidade de Pacatuba, acima relatada, é como um planejamento voltado para efetiva construção do conhecimento. É possível que na abrangência contextualizada de seu trabalho docente, a escola conquiste uma autonomia pedagógica até mesmo revolucionária, se enfrentar com critério as amarras burocráticas e as cobranças de determinadas práticas estéreis e descontextualizadas, como por exemplo, a questão da escolha do material didático que usará para compartilhar e mediar o conhecimento. Na escolha do material didático, a escola precisa, em conjunto com o professor: — Identificar os critérios que utilizará para selecionar os conteúdos que serão trabalhados em sala de aula, verificando, também, a presença ou a ausência de conhecimentos do cotidiano do aluno, a partir da seleção e da ação do professor; — Verificar se na seleção dos conteúdos, o professor dá espaço para que os alunos também tragam seus conhecimentos e vivências culturais; — Identificar o tipo de participação e interesse dos alunos pelo conhecimento trabalhado em sala de aula; — Analisar a relação de pertinência do material didático selecionado com o conteúdo que está sendo trabalhado. 44 É importante relatar, ainda, as respostas às seguintes questões: — Quais tipos de conhecimento o professor utiliza em seu planejamento de trabalho? — Como seleciona estratégias e materiais didáticos para realizar seu planejamento? — Que avaliação o professor faz da qualidade dos materiais didáticos utilizados? Quais os efeitos dessa avaliação no conhecimento trabalhado em sala de aula? — Como recebe a contribuição dos alunos sobre os conhecimentos trabalhados em aula? Como lida com as contradições e os conflitos relativos ao estudo e ao conhecimento humano? — Como é o planejamento didático pedagógico e os procedimentos do professor para a realização desse planejamento? — Qual a característica dos conhecimentos utilizados em aula pelo professor? — Que tipo de material didático utiliza para essa finalidade? — Como são as relações entre professor/aluno no tratamento dos conhecimentos? E entre os alunos? Hoje, com um simples clique no mouse do computador, o professor e a escola acessam o portal do Ministério da Educação e fazem a escolha do material didático destinado a determinado ano ou ciclo. Basta entrar no site e fazer um teste: ftp://ftp.fnde.gov. br/...didatico/concurso_escolha_premiada_pnld2010_passo_a_ passo.pdf 45 A escolha do material didático numa instituição de ensino ou curso à distância, seja ele qual for, é algo de suma importância na construção, desenvolvimento e aplicação da didática. Tendo por experiência própria a certeza dessa necessidade (e regra), nossa equipe pedagógica, por exemplo, tratou de desenvolver um conjunto de programas e métodos de ensino que, mesmo isoladamente, possibilite o máximo de interação, integração e altíssimo índice de usabilidade no cotidiano de cada um dos nossos alunos. Desenvolvemos aqui um sistema no qual cada aluno possa interagir, comunicar-se, trocar experiência e informações, não somente com professores, mas também com outros alunos que estejam cursando o mesmo nível. Fazendo esta alusão ao cotidiano de uma sala de aula presencial (escola normal), onde os alunos convivem entre si, conseguimos um resultado produtivo muito melhor, mais rápido e de qualidade superior a qualquer outro sistema. Esta escolha partiu do estudo das características do tipo de público a quem os nossos cursos se destinam: Capacitar profissionais graduados ou pós-graduados das diversas áreas do conhecimento, supervisores, coordenadores, diretores, professores e orientadores, para atuar na supervisão, orientação pedagógica e educacional, inspeção escolar, visando planejar, implementar, acompanhar e avaliar as atividades, com vistas ao sucesso do processo educativo em escolas, instituições, empresas e organizações, habilitando-os também ao magistério superior.