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Se é doce no recente, ameno Estio Ver toucar-se a manhã de etéreas flores, E, lambendo as areias, e os verdores, Mole, e queixoso, deslizar-se o rio (Bocage) Fugere urbem: “fugir da cidade”, dos ambientes artificiais onde as relações são pautadas pelos interesses em favor de uma natureza bela e harmônica. Em consonância com o mito da Arcádia e com a ideia russouniana do homem naturalmente bom. A vida urbana é cheia de perturbações e conflitos, o que prejudica o equilíbrio. FUGERE URBEM Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. (C. Manuel da Costa) Aurea mediocritas: “medianidade de ouro”, ou seja, o equilíbrio da vida e a harmonia do espírito são alcançados evitando-se os excessos passionais ou materiais. Máxima influenciada pela poesia epicurista de Horácio. Por outro lado, essa ideia está ligada máxima relativa à valorização do momento. AUREA MEDIOCRITAS Não cobre vasto campo o meu gado, O maioral não sou da nossa aldeia, Do meu trabalho como, mas , Dirceia, Ainda que sou pobre, vivo honrado. (Correia Garção) Carpe diem: “colher o dia”, no sentido de aproveitar o momento presente, desfrutando a vida de modo equilibrado porque o futuro não é certo. Citação retirada do final da Odes I, 11, do poeta latino Horácio: “... carpe diem quam minimum / crédula póstero” (aproveita teu dia e não te fies no amanhã). 9