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Programação para Redes

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Disciplina
Programação para Redes
Unidade 1
Redes de Computadores: Protocolos e suas funcionalidades
Aula 1
Conceitos e Fundamentos dos protocolos de redes
Introdução
Nesta aula vamos começar apresentando a metodologia por trás do surgimento dos protocolos
de rede e seu importante papel na criação da internet. Feita a conceituação inicial acerca dos
protocolos, vamos trabalhar com a divisão feita entre os modelos OSI e TCP e seu papel na
estrutura de camadas que utilizamos atualmente na construção lógica das redes. 
Com o seu progresso nesta aula, estudante, você será capaz de compreender melhor a
infraestrutura das redes que for diagnosticar ou gerenciar, o que lhe permitirá prover soluções
rápidas e e�cientes. 
Estudante, que tal aprender mais a respeito dos protocolos e com isso se destacar nos projetos e
na gestão de redes? 
 Bons estudos!
Disciplina
Programação para Redes
O surgimento dos principais Protocolos
Embora o conceito de redes de computadores �gure quase que restrito ao mundo da
computação, quando um comentário geral é feito a alguém de outra área do conhecimento, �ca
claro que o conceito remete à conectividade entre computadores de uma empresa e onde
incluímos as impressoras. 
Mas a internet é também uma rede de computadores, embora use todo tipo de hardware que
muitas vezes não é encontrado em uma pequena rede local de uma empresa. Fugindo do senso
comum, temos a de�nição da principal função das redes de computadores apresentada por Bay
Disciplina
Programação para Redes
e Bluning (2016), como o conjunto de dispositivos capazes de realizar um �uxo de comunicação
entre seus diferentes pontos, com agilidade e e�ciência. 
A ideia por trás da construção de uma rede, fugindo da noção de que se trata de um emaranhado
de cabos, conectores e computadores, é de promover uma infraestrutura segura de alta
disponibilidade para facilitar a troca de informações.  
Para uni�car a internet, tornando-a uma grande e vasta rede, foi necessário o desenvolvimento de
diversos recursos como os protocolos de rede. Estes protocolos, aplicados às redes, permitiram
a comunicação de sistemas e dispositivos construídos sob modelos diferentes, que funcionam
em sistemas operacionais diferentes e que foram escritos em linguagens de programação
diferentes. 
Dessa forma, a tarefa aplicada aos protocolos de comunicação foi padronizar diversos aspectos
das redes de computador, principalmente no que diz respeito ao importante processo da
comunicação entre dispositivos. Neste sentido, de acordo com Bay e Bluning (2016), podemos
de�nir os protocolos como as regras que os diversos dispositivos de uma rede vão utilizar para
sua interconexão e consequente troca de dados. 
Assim, os protocolos acabam por ser comparados a uma linguagem universal que uniformiza
comportamentos, ações e respostas, e com isso a própria internet se tornou possível. Imagine,
estudante, a internet sem os protocolos: centenas de redes isoladas com complexos e lentos
dispositivos de comunicação.  
Mas a uniformidade oferecida pelo conceito de protocolo não signi�ca que exista apenas um
protocolo; existem diversos, alguns com abordagem semelhante e outros com foco em ações
distintas. O processo de comunicação interno e externo a uma rede ocorre com a aplicação de
diversos protocolos em conjunto, pois é preciso controlar a comunicação feita entre os hosts
diretamente, o �uxo dessa informação, o desempenho da rede em geral e a sua segurança. 
Protocolos de rede. Fonte: elaborada pelo autor.
Disciplina
Programação para Redes
Nesta perspectiva, podemos a�rmar que todo e qualquer protocolo de rede tem grande
importância em sua estrutura, assim como seu próprio modelo de camadas. Se os protocolos
uni�cam regras de comunicação, as camadas da rede permitem a uni�cação do formato de
alguns serviços, bem como a ocultação de aspectos e informações não integrais ao processo de
comunicação entre hosts e equipamentos em uma rede. 
Dessa forma, os protocolos de comunicação devem atuar entre camadas, ou melhor, um
protocolo vai agir na mesma camada em cada parte do nó que está con�gurado. Neste momento
podemos apresentar que a estrutura de protocolos e camadas fornece mais uma de�nição de
redes, pois da soma das camadas com os protocolos de comunicação temos a arquitetura de
rede. 
A somatória dos diversos protocolos que fazem parte da estrutura de comunicação de uma rede
é representada pela sua pilha, uma pilha de protocolos. Por �m, em sua hierarquia, as camadas
de uma arquitetura de redes são constituídas de forma que sempre atuam para a sua camada
superior e cuja estrutura apresenta duas abordagens: o modelo OSI (Open System
Interconnection) e o modelo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). 
Modelos de Divisão
Embora existam diversas linguagens de programação e dezenas de fabricantes de componentes,
salvo muitas similaridades e coincidências, isso representa um cenário extremamente eclético, o
que faz com que seja vital a existência dos protocolos.  
Disciplina
Programação para Redes
Para controlar a comunicação entre dispositivos, muitas vezes diferentes, os protocolos
oferecem o modelo de padronização que torna a troca de informações possível. Mas os
protocolos dependem da forma com que a rede é estruturada, e suas camadas. Estas camadas
são vitais para o processo que faz a construção do pacote que levará algo de um host para
outro. 
Assim, podemos a�rmar que são os pacotes que fazem a comunicação, e os protocolos e
camadas da rede fazem a oferta da infraestrutura usada para essa colaboração. Cabe aos
protocolos fazer tanto o processo de envio de um pacote quanto seu recebimento, na outra
ponta, o que signi�ca, na linguagem computacional, que essa tecnologia é bidirecional. Existem
dois principais modelos de referência para a construção de sistemas e ferramentas e para a
conexão de computadores em rede: o modelo OSI e o modelo TCP/IP: 
OSI: esse modelo é referência da ISO [Organização Internacional para
Padronização] e é formado por sete camadas de funções, sendo que nunca foi
aceito na prática. Apesar disso, os nomes das camadas desse projeto são
bastante utilizados. Nesse modelo cada protocolo realiza uma atividade, que
corresponde a uma camada; 
Modelo TCP/IP: esse modelo foi baseado no modelo OSI, mas possui menos
camadas que ele. Ele envolve um conjunto de protocolos que são utilizados
para realizar a comunicação entre computadores de uma rede. (BARRETO,
ZANIN; SARAIVA 2018, p. 96) 
Embora o modelo OSI ofereça grande base conceitual para a estrutura das redes atuais, o
modelo TCP/IP se sobressaiu e teve origem em um momento bastante caótico em relação à
diferença de linguagem entre os dispositivos e equipamentos e onde a necessidade de se
estabelecer uma comunicação e�ciente era primordial. Essa janela de tempo compreende os
anos que seguem desde o início de seu desenvolvimento pela DARPA (Defence Advanced
Research Projects Agency), em 1975. 
Disciplina
Programação para Redes
Camadas dos modelos OSI e TCP/IP. Fonte: adaptada de Póvoa (2016 apud BARRETO, ZANIN E SARAIVA, 2018, p. 97).
Para muitos especialistas, sempre existirá uma porção do modelo OSI dentro do modelo TCP/IP,
embora sua implementação o leve a caminhos diferentes. Em ambos os casos o que ocorre,
quando existe o envio de um pacote na rede, é denominado processo de comunicação, que
comumente apresenta algumas fases como o estabelecimento da ligação entre os dispositivos,
a troca de dados em questão e, por �m, a desocupação da conexão. 
O grande destaque do modelo TCP/IP não é o menor número de camadas, pois é fato que desde
1992 a esmagadora maioria das novas redes vem sendo desenvolvida sob o modelo, o que
facilita em questões importantes como os custos do projeto e as questões de segurança. Foram
mais de 24 anos para que a concepção de um modelo inovador de metodologia de conexão e
gerenciamento pudesse se espalhar pela rede mundial de computadores assim como pelas
redes locais das empresas. 
A própria DARPA (Defense Advanced ResearchProjects Agency) facilitou a adoção do modelo
referencial TCP/IP, pois foi pelo projeto da DARPA que foi criada, no mesmo período, a rede
mundial que hoje conhecemos por internet. A diferença, em termos de criação, para com o
modelo referencial OSI, é que este modelo foi criado pela ISO (Defense Advanced Research
Projects Agency), entidade responsável pela criação da padronização de processos e criadora
das certi�cações mais buscadas pelas empresas de alta competitividade. 
Podemos concluir que os diferentes protocolos de uma rede são importantes para que seja
compreendido o funcionamento da estrutura de redes. Ao compreender a função e atribuição de
cada protocolo, o pro�ssional é capaz de intervir com maior assertividade e buscar sempre o
melhor desempenho e segurança. 
Funções dos Protocolos de Rede
Disciplina
Programação para Redes
A comunicação dentro de uma rede de computadores é feita de forma que dispositivos
diferentes, em construção e/ou linguagem, possam interagir entre si na troca de mensagem.
Uma das mais importantes características dos protocolos de rede está na sua capacidade de
veri�car, validar os dados transmitidos entre dispositivos. 
Dessa forma, de acordo com Barreto, Zanin e Saraiva (2018), embora a função geral dos
protocolos seja permitir a comunicação entre dispositivos de uma rede e entre redes, cada
protocolo apresenta seu próprio conjunto de regras destinadas a controlar e a regular tal
comunicação, portanto, a transferência de dados.
Disciplina
Programação para Redes
Funções dos protocolos de rede. Fonte: elaborada pelo autor.
Independentemente se o tema for as redes de computadores, qualquer processo estruturado de
comunicação requer regras rígidas para que seja feito com qualidade. Por esse motivo, os
protocolos são percebidos como os supervisores que tanto controlam quanto harmonizam a
transmissão de dados, oferecendo qualidade e disponibilidade. 
Para Barreto, Zanin e Saraiva (2018), os protocolos são facilmente observados no uso de um
sistema, quando, por exemplo, um download de um arquivo é feito da internet. Neste exemplo
tem-se o uso de uma rede em que o FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de
Arquivo) realiza o procedimento.
Disciplina
Programação para Redes
Protocolos de rede por camada. Fonte: elaborada pelo autor.
Por se tratar de uma estrutura lógica que atua na promoção do processo de comunicação entre
dispositivos, podemos dizer que os protocolos cuidam exclusivamente deste processo, o que
não se con�gura como verdade. 
Outro ponto a se considerar se refere às mensagens, pois a a�rmação anterior remete muito a
uma comunicação explícita, como a transmissão de uma ideia, mas dentre os protocolos
existem os que trabalham na camada de transporte e os que lidam com algum tipo de
comunicação, como o e-mail, e que estão alocados na camada de Aplicação, como os
protocolos de e-mail do tipo SMTP, POP3, IMAP, que realizam a transmissão das mensagens de
e-mail dos hosts. 
Já um protocolo que não realiza a transmissão de mensagens, mas sim a segurança deste
processo, é o SSH (Secure Shell). O SSH usa uma chave pública para oferecer ao usuário a
garantia de que está acessando um servidor legítimo. Outro protocolo que não faz a
comunicação é o TELNET, pois oferece o modelo para a criação de acessos remotos por meio de
uma interface web. 
Sendo o protocolo TCP/IP a base da comunicação em rede, seu uso é extremamente comum, e o
segundo da lista é tão conhecido quanto ele e �gura soberano em um cenário de computação
em nuvem, conectada: o protocolo HTTPS. Este protocolo está atrelado ao endereço de domínio
dos sites da internet, não requer qualquer intervenção do usuário e criptografa o acesso do
navegador web ao recurso que ele aponta. 
Videoaula: Conceitos e Fundamentos dos protocolos de redes
Disciplina
Programação para Redes
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no
aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet.
No vídeo desta aula vamos revisar os principais protocolos de rede e internet, e seu importante
papel na comunicação em rede. Faremos também uma apresentação de alguns serviços que
podem ser acessados por um terminal SSH, bem como os principais clientes de código aberto
como versões do famoso PuTTY, o MobaXterm e até uma extensão SSH para navegadores web. 
Saiba mais
Uma das melhores formas de se �xar um conteúdo é compreender sua aplicação no mundo real,
mas no caso dos protocolos isso é inevitável, pois cada um tem sua aplicação. Pensando nisso,
recomendamos a leitura do artigo "Um Estudo sobre Protocolos de Comunicação para
Ambientes de Internet das Coisas" que fala da integração dos protocolos de comunicação com
algo extremamente atual e inovador: a internet das coisas.
Referências
https://sol.sbc.org.br/index.php/eradrs/article/view/2984
https://sol.sbc.org.br/index.php/eradrs/article/view/2984
Disciplina
Programação para Redes
BARRETO, J. dos S.; ZANIN, M.; SARAIVA, M. de O. Fundamentos de redes de computadores.
Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2016. 
Aula 2
Os serviços realizados pelos protocolos de rede
Introdução
Disciplina
Programação para Redes
Nesta aula vamos tratar dos serviços de rede oferecidos graças aos diversos protocolos, e desta
forma começaremos com os serviços gerais oferecidos no contexto da internet como a própria
rede WAN, comumente utilizada para conectar redes distantes. Trataremos também de
protocolos como o TCP/IP e o FTP, entre outros.  
Também argumentaremos a respeito dos serviços no modelo de redes cliente/servidor, como os
gateways, e, por �m, os serviços dentro do escopo das redes WAN, aprofundando nos protocolos
ADSL e ATM. 
Compreender esses importantes protocolos é vital para uma atuação assertiva em
desenvolvimento, implementação, gestão e manutenção das redes de computadores. Portanto,
que tal estudar esses importantes protocolos?
Serviços de Rede na Internet
Disciplina
Programação para Redes
Com os diversos protocolos, e em destaque os de rede como o TCP/IP, por exemplo, torna-se
viável a existência de uma rede que permite a interligação de diversas outras redes, o que pode
ser denominado internet. A internet como uma vasta rede apresenta uma in�nidade de serviços
que podem ser classi�cados como serviços cliente-servidor e até os oriundos de redes WAN
(Wide Area Network). 
Neste sentido, e de acordo com Barreto, Zanin e Saraiva (2018, p. 103), a internet pode ser
representada como um conjunto de dispositivos interligados por diversas redes e em que o
principal objetivo de tal conexão é o compartilhamento de informações. Podemos, portanto,
perceber a internet como um conjunto de redes criado a partir dos protocolos TCP/IP. 
Um importante serviço na internet é a transferência de arquivos via FTP (File Transfer Protocol),
responsável por permitir que arquivos sejam enviados e recebidos por um servidor ou instância
de serviço na nuvem de forma organizada e simpli�cada. O FTP se tornou popular na década de
2000 com o aumento de pro�ssionais de design de portais web, pois era utilizado como
mecanismo seguro para o envio dos arquivos dos sites criados no domínio em que seriam
executados. 
Outro importante serviço oferecido pela internet (e redes locais também) é o DNS, que signi�ca
Domain Name System e que, conforme apresentam Barreto, Zanin e Saraiva (2018, p.103), realiza
o controle dos nomes das páginas (de seus domínios), convertendo-os em endereços IP.
Disciplina
Programação para Redes
Principais serviços web. Fonte: elaborada pelo autor.
Outro serviço importante na internet são os protocolos IPv4 e seu sucessor, o IPv6, cujo objetivo
é estabelecer a comunicação entre computadores e demais dispositivos conectados à rede. Vale
ressaltar que ambos os protocolos IPv4 e IPv6 permitem a identi�cação dos diferentes
dispositivos de uma rede, e que o IPv4é quase tão antigo quanto a própria internet, tendo sido
criado na década de 1980. 
Um dos serviços mais utilizados por praticamente todos os usuários de redes da internet é o e-
mail, derivado do termo em inglês electronic mail (correio eletrônico), que faz o processo de
envio e recebimento de mensagens locais ou via web. Existem duas formas de se gerenciar o
serviço de e-mail: na primeira o usuário faz o download das mensagens para seu computador,
eliminando tais mensagens no servidor.  
Na segunda forma as mensagens são exibidas em algum sistema ou aplicação e não são
deletadas do servidor, ou seja, independentemente de onde o usuário estiver, se ele entrar em
sua conta de e-mail será capaz de ler suas mensagens. O modelo em que o download elimina os
e-mails do servidor é o POP3 (Post O�ce Protocol), e o segundo é denominado IMAP (Internet
Message Access Protocol). 
Apresentando outros protocolos de grande importância para a internet e as redes locais temos o
SSH (Secure Socket Shell) e o Telnet. Existe uma semelhança, pois ambos os protocolos
permitem o acesso remoto por meio de boa criptogra�a somada aos tradicionais processos de
autenticação de dados. O quadro a seguir apresenta outros protocolos de internet igualmente
relevantes: 
Disciplina
Programação para Redes
Protocolos de internet. Fonte: elaborado pelo autor.
São diversas as atuações dos protocolos de internet: comunicação, agilidade, segurança etc., e é
preciso que o gestor de rede ou responsável pelo TI da empresa saiba as principais
con�gurações para que sua gestão seja sempre e�ciente. Do ponto de vista do usuário de
internet, os protocolos permitem uma navegação segura, rápida e e�ciente. 
Serviços de Rede Cliente-Servidor
Disciplina
Programação para Redes
Dentro das redes de computadores é muito comum o uso de serviços variados do tipo cliente-
servidor e para os pro�ssionais que promovem tais produtos, e assim cabe ao pro�ssional de
redes estar sempre conectado com o mundo da tecnologia para ser capaz de oferecer aos
clientes os melhores serviços da rede. 
Os gateways representam outro serviço a ser oferecido dentro da tecnologia das redes e da
internet. Esse termo representa, na língua inglesa, um portão ou portal de entrada, portanto, para
a TI, da internet, os gateways são considerados intermediários nos processos de troca de
informação.
Funções dos gateways. Fonte: elaborada pelo autor.
Os gateways podem ser lógicos na forma de sistemas con�gurados em uma estação de
trabalho, ou um hardware dedicado para a oferta de seus serviços. Gateways auxiliam a
interligação de redes mesmo quando apresentam protocolos distintos, e são capazes de permitir
o compartilhamento de internet, entre outras funções. 
Um grande exemplo do uso dos gateways são os �rewalls, pois sua estrutura de funcionamento
faz com que todo o tráfego da internet para e do computador seja conduzido por ele e através
dele. Assim, o �rewall é o portão de entrada e saída de um computador em relação à internet
(WAN) e à sua rede local.  
Outro importante serviço em con�gurações servidor/cliente é o DHCP (Dynamic Host
Con�guration Protocol) que permite a con�guração de IPs dinâmicos em redes que usam o
protocolo TCP/IP. O DHCP entra em cena quando não se promove a con�guração manual dos
endereços IP de uma rede. 
Embora existam diversas vantagens ao uso de IPs estáticos, como na con�guração de estações
de trabalho a servidores e outros recursos de uso constante, em redes com grande número de
elementos o processo de con�guração de IPs pode ser lento e passível de erros. 
Disciplina
Programação para Redes
O DHCP atua por meio do Escopo e do Superescopo. Com o Escopo, apresenta o intervalo
completo para os endereços IP que podem ser atribuídos por uma rede. Já o Superescopo
representa a junção de vários escopos para que diversas sub-redes sejam suportadas. 
Para con�gurações cliente-servidor, uma forma de se obter a ponte entre as origens e os
destinos das solicitações são os proxys. Outro uso para os proxys é o bloqueio de páginas da
web, portanto, ele atua como um intermediário entre o cliente e os servidores com os quais ele
mantém contato em suas requisições. 
Uma forma de observar a atuação dos proxys como intermediários está na sua função de
permitir a conexão do computador a alguma rede externa, como a internet. Um endereço local
necessita do proxy para ter a capacidade de enviar suas solicitações ao respectivo servidor. 
Um excelente exemplo do proxy são as redes ponto a ponto (P2P ou Peer to Peer), em que existe
uma conexão entre usuários para a troca de arquivos. Vale ressaltar que tal modelo de rede
coloca o usuário como provedor do controle que normalmente está sob a tutela do servidor. 
Assim, sempre que uma solicitação é feita ao servidor ela deverá ser processada pelo proxy, o
que faz com que o IP deste proxy �que armazenado no cache do lado do servidor. E nessa
relação do proxy com os servidores, ele deve manter elevada segurança impedindo ataques de
hackers. O serviço realizado pelo proxy depende das con�gurações feitas por seu administrador,
o administrador da rede. 
Por �m, com o proxy bem con�gurado, o administrador da rede tem melhores condições de
controlar quais páginas estão sendo acessadas pelos seus hosts, o que lhe concede a
possibilidade de implementar bloqueios a sites indesejados no ambiente corporativo. 
O bloqueio de sites entra em um outro tópico igualmente interessante: o das políticas de
segurança, pois a con�guração dos bloqueios a sites e até mesmo a instalação de aplicativos
deve ter origem em uma política de segurança. 
Serviços de Rede WAN
Disciplina
Programação para Redes
As redes WAN (Wide Area Network), diferentemente das redes locais (LAN), representam a
conexão de computadores e outros equipamentos em longas distâncias. O mundo empresarial
faz extenso uso das redes WAN como uma forma prática e con�ável de se criar redes por meio
da conexão de diversas redes locais. 
Um dos serviços disponíveis nas redes WAN é o protocolo ADSL (Asymmetric Digital Subscriber
Line), que em português signi�ca “Linha de Assinante Digital Assimétrica”. O protocolo ADSL
realiza a comunicação de dados digital sobre a linha telefônica, e passou a se popularizar na
década de 1990, logo quando surgiu. 
A respeito desta tecnologia, de acordo com Barreto, Zanin e Saraiva (2018, p. 106), ela utiliza a
linha telefônica nas frequências da faixa de 300Hz a 4.000Hz – frequência de transmissão que
não é utilizada na linha telefônica. Essa separação de frequências permitiu que os usuários de
internet liberassem suas linhas telefônicas para ligações comuns, algo que não era possível com
as chamadas conexões discadas.
Disciplina
Programação para Redes
ADSL e a separação de frequências. Fonte: elaborada pelo autor.
Existem os que chamam o ADSL, como a tecnologia que transformou cobre em ouro, pois foi
capaz de explorar uma infraestrutura defasada e lenta (se considerada a tecnologia de conexões
discadas) baseada em cabos de cobre, e alcançar altas velocidades. A divisão de frequências
para voz, upload e download é assimétrica, o que concede o “A” à sua sigla. 
Para compreender o porquê das diferentes frequências temos que voz recebe a menor delas,
pois sua faixa é o su�ciente para chamadas telefônicas com qualidade. O fato de o upload
representar frequência menor que o download é uma questão de estatística, pois no acesso à
internet é muito mais comum que sejam feitas requisições para exibição de sites e downloads do
que o envio de arquivos para a web. 
Outro serviço importante é o ATM (Asynchronous Transfer Mode) criado, de acordo com Werner
(2020), para a convergência de tecnologias e serviços como as transmissões de TV do tipo
HDTV, transferências multimídia, bibliotecas e serviços como os demandados na educação a
distância e na telemedicina. 
Dessa forma, as redes ATM são redes de comutação que permitem altas taxas de transferência
de dados e utilizam o modelo de hierarquia proposto pelo OSI (Open Systems
Intercommunication), masapenas as camadas de aplicação, enlace e a camada física. Existe,
entretanto, uma subdivisão na junção das camadas de enlace e física que, para o modelo ATM,
tornam-se as camadas de controle/usuário, a camada de adaptação (AAL ou ATM Adaptation
Layer), camada ATM e, por �m, a camada física.  
Para Werner (2020), na camada física é feito o transporte físico, a transferência entre nós de uma
rede; já a camada ATM promove o chaveamento das células. Na camada de adaptação ATM
ocorre o gerenciamento do tráfego heterogêneo. Vale ressaltar que a camada de adaptação da
ATM pode ser construída de diferentes maneiras, de acordo com as adaptações feitas. 
Disciplina
Programação para Redes
As redes ATM são velozes porque atuam com a transmissão de células ou pacotes de tamanho
�xo, e o é processo feito por meio do envio assíncrono, composto dos seguintes componentes: 
Equipamentos de usuários: são as estações de trabalho, os servidores e até mesmo
aparelhos telefônicos de PABX. 
Equipamentos de acesso à interface ATM: hubs, roteadores, switches e bridges. 
Equipamentos de rede: switches, roteadores e equipamentos de transmissão diversos. 
Dentre os benefícios da tecnologia ATM temos o fato de que o uso das células de tamanho
pequeno otimiza a velocidade geral da rede, e essa metodologia facilita o gerenciamento da
banda. Outras vantagens das redes ATM são a sua capacidade de integrar os diversos tipos de
tráfego, como voz, dados e vídeo, sem qualquer distinção quanto à sua aplicação em redes
privadas ou públicas.
Videoaula: Os serviços realizados pelos protocolos de rede
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no
aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet.
No vídeo desta aula trataremos dos domínios na web e do DNS, sua importância, como fazer sua
con�guração, quais são suas funcionalidades e como escolher o melhor servidor DNS.
Poderemos compreender melhor a importância dos domínios e do trabalho realizado pelo DNS
em manter esse serviço funcionando com qualidade. 
Saiba mais
Disciplina
Programação para Redes
Para complementar os conhecimentos indicamos o artigo "ATM: O que é?" que trata das redes
ATM, seu histórico, vantagens e restrições.
Referências
https://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialatm/pagina_1.asp
Disciplina
Programação para Redes
BARRETO, J. dos S.; ZANIN, M.; SARAIVA, M. de O. Fundamentos de redes de computadores.
Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
RIOS, R. O. Protocolos e serviços de redes. Colatina: CEAD/Ifes, 2011. Disponível em:
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infor_comun/tec_inf/081112_protserv_rede
s.pdf. Acesso em: 9 abr. 2022. 
SOUZA, D. C. de et al. Gerenciamento de redes de computares. Porto Alegre: SAGAH, 2021.  
WERNER, J. Infraestrutura de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2020.
Aula 3
Modelo de Referência OSI
Introdução
Estudante, vamos conhecer o modelo de referência OSI, criado pela ISO e responsável por
oferecer uma padronização de protocolos que permitem a comunicação con�ável e segura entre
redes construídas sob linguagens e metodologias diferentes. 
Portanto, nesta aula vamos dialogar a respeito das sete camadas deste modelo: física, enlace,
rede, transporte, sessão, apresentação e, por �m, a camada que interage com o usuário da rede e
seus sistemas: a camada de aplicação. 
Este modelo é vital para a criação de redes capazes de se conectar com as demais redes e
permitir que sejam desenvolvidas diversas soluções que facilitem o processo de comunicação
de rede.  
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infor_comun/tec_inf/081112_protserv_redes.pdf
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_infor_comun/tec_inf/081112_protserv_redes.pdf
Disciplina
Programação para Redes
Bons estudos!
Camadas: Física e Enlace
As redes se interligam, pois são construídas com base em modelos de referência. Para fazer
uma analogia basta pensar nas ferrovias e no fato de que um trem somente poderá transitar em
ferrovias construídas por outras empresas se a bitola (distância entre os trilhos) for a mesma. 
As redes de computador não têm bitola, mas contam com seus protocolos, capazes de permitir a
comunicação entre redes baseadas em sistemas diferentes e cuja construção, tanto das redes
quanto dos protocolos, tem origem em um modelo referencial, denominado OSI (Open System
Interconnection). 
O modelo OSI foi criado pela entidade notoriamente conhecida por desenvolver padrões e
normas, a ISO (International Standards Organisation), cujo principal objetivo é padronizar a
comunicação entre hosts. A �gura a seguir exibe suas sete camadas, que são utilizadas pelas
empresas para construir protocolos e sistemas: 
Disciplina
Programação para Redes
Camadas do modelo OSI. Fonte: adaptada de Bay e Bluning (2016, p. 78).
A camada de número 1, física, realiza, como a nomenclatura indica, a conexão física entre os
dispositivos de uma rede fazendo inclusive a normatização da quantidade e �nalidade dos pinos
dos conectores utilizados no seu cabeamento. 
 De acordo com Bay e Bluning (2016), é na camada física que são iniciadas as conexões entre
hosts e a validação do meio em que será realizada a transmissão de dados, além de sincronizar
o começo e o �m das conexões criadas. 
A camada física também se encarrega da sincronização �nal, ou seja, do encerramento da
conexão, um recurso de extrema importância para a segurança entre os elementos interligados
na rede. Essa camada promove a garantia da entrega dos pacotes enviados e o faz, dentre outros
processos, por meio do controle de voltagem e do tempo consumido para a entrega. 
Na sequência temos a camada de enlace, responsável por somar segurança e estabilidade ao
canal de comunicação criado na camada física, mantendo o processo livre de erros e, com isso,
criando uma transmissão de dados de qualidade. 
De acordo com Bay e Bluning (2016), existe uma resolução encontrada pela camada de enlace
para promover a comunicação da camada física com segurança e agilidade: trata-se da divisão
em quadros dos dados que serão enviados, conduzindo a fragmentação da informação. 
Assim, os pacotes fragmentados são enviados com uma menor possibilidade de erro, e mesmo
se um erro vier a ocorrer, será em apenas um ou outro pacote, não na mensagem inteira. O erro
de uma porção da mensagem é muito mais fácil de se corrigir e recuperar do que o erro de uma
mensagem completa. 
A segunda função da camada de enlace, importante para o bom funcionamento das redes, é a de
controlar, sincronizar a velocidade com que a comunicação entre hosts será realizada. Portanto,
é a camada de enlace que vai determinar a velocidade da rede. 
Disciplina
Programação para Redes
Na prática essa solução resolve o problema de velocidade quando um dos hosts envolvidos tem
velocidade menor, pois sem qualquer controle o host de maior velocidade pode encaminhar uma
grande quantidade de pacotes que não vai ser processada pelo host de menor velocidade a
tempo, provocando um gargalo que pode ser prejudicial ao sistema envolvido. Logo, a camada
de enlace faz a homogeneização da velocidade entre hosts. 
Camadas: Transporte, Sessão e Rede
Como sua nomenclatura indica, a camada de rede faz a gestão dos eventos que ocorrem dentro
da estrutura lógica de uma rede, ou seja, a determinação do caminho, da rota pela qual o pacote
vai conseguir alcançar o host �m, de destino. Podemos, então, a�rmar que nessa camada os
pacotes conhecem o caminho que devem percorrer na rede ou entre redes. 
Além de apresentar o caminho dos pacotes na rede, essa camada se encarrega de controlar o
processo de forma que sejam evitados os congestionamentos, que ocorrem quando um número
de pacotes é superior à capacidade que determinado host tem de processar em tempo. 
 Esse gargalo, popularmente denominado congestionamento, é passível de ocorrer em qualquer
um dos pontos nos quais encontra hosts, podendo ser no host de saída, em algum host
intermediárioou no host �nal, destino do pacote enviado. 
Dependendo do tamanho e aplicação da rede, um pacote pode transitar por um grande número
de hosts, o que aumenta consideravelmente suas chances de �car temporariamente preso em
Disciplina
Programação para Redes
alguma �la de processamento, acrescendo seu tempo de resposta e prejudicando a performance
geral da respectiva rede. 
Vale ressaltar que, em geral, a camada de rede faz o processamento da informação e dos
problemas que podem ocorrer no seu caminho até o host de destino, determinando a melhor rota
a se seguir. 
A camada de transporte, que permanece no modelo TCP/IP (derivado do OSI), atua no
recebimento das informações geradas pela camada de enlace e pode promover novamente o
fatiamento em porções menores, e assim garante que os hosts de destino recebam tais
pacotes. 
Nesta camada, tal como apresentam Barreto, Zanin e Oliveira (2018), ocorre o transporte de
todas as partes daquilo que um host envia para que outro host processe em seu sistema, e usa
de mecanismo próprio para buscar assegurar que o pacote chegue corretamente ao host de
destino. 
Neste momento do modelo OSI temos a chamada conexão �m a �m, entre hosts, para que uma
informação atravesse a rede (ou redes) e chegue ao seu host de destino, da mesma forma que a
logística se encarrega de levar uma encomenda de um endereço (como um centro de
distribuição) até o destino, como a residência de um cliente. 
Se as demais camadas apenas conectam hosts no caminho dos pacotes enviados, a camada de
transporte conecta quem envia a quem recebe devidamente o pacote e, portanto, cabe a esta
camada elencar uma série de regras e garantir a integridade do processo, salvaguardando as
informações que por ela trafegam. 
A camada seguinte, como seu nome indica, promove a criação das sessões entre hosts. Esse
evento é vital principalmente para os processos de segurança, uma vez que se um host se
comunica com outro, é preciso que abra uma porta lógica, e tal porta não deve permanecer
inde�nidamente aberta sob o risco de ser explorada por aplicações maliciosas. 
Dessa forma, a camada de sessão estabelece as sessões necessárias e faz o controle do
diálogo que ocorre entre os hosts, mantendo a ordem, ou seja, estabelecendo uma mediação que
indica a cada host o momento de enviar algum pacote ou solicitação. Fazendo um paralelo, é o
mesmo processo que ocorre em um debate entre candidatos a algum cargo público, em que um
apresentador controla quem fala e quanto, por quanto tempo etc.
Disciplina
Programação para Redes
Principais características das camadas de transporte, sessão e rede. Fonte: elaborada pelo autor.
De acordo com Bay e Bluning (2016), essa sincronização da comunicação entre hosts requer
constante análise para que sejam evitados erros, e para fomentar a atividade de gerenciamento
de token (uma forma de senha para a segurança e identi�cação das operações, dos diálogos).  
Portanto, com o uso dos tokens, a camada de sessão evita que os hosts realizem uma operação
repetida e simultaneamente, prevenindo colisões de pacotes e falhas de sincronização. 
Camadas: Apresentação e Aplicação
Disciplina
Programação para Redes
Aproximando-se da camada �nal temos a camada de apresentação, responsável por gerenciar a
sintaxe e a semântica daquilo que transita pela rede – em outras palavras, faz a padronização do
formato dos dados que por ela serão transmitidos. 
De acordo com Bay e Bluning (2016), na camada de apresentação são determinadas a forma e a
linguagem que vão reger o processo de transmissão e recepção de mensagens, pacotes em
todos os ativos envolvidos. Essa determinação ocorre para que as informações sejam
compreendidas, e para que a informação correta seja enviada, recebida pelo respectivo host. 
Sem uma normatização quanto forma e linguagem, os hosts poderiam, em muitas ocasiões, não
ser capazes de interpretar o que recebem da rede, ou seja, �cariam impedidos de processar suas
requisições, pois não saberiam qual linguagem usar para transcrever o comando e seu
conteúdo. 
Conforme Barreto, Zanin e Oliveira (2018), as responsabilidades da camada de apresentação
incluem a tradução das informações de trocas dentro do modo de sequência alfanumérica, e
antes de os transmitir, transforma-os em �uxos de bits. Neste processo as informações são
transformadas de qualquer formato para um formato comum a toda a rede. 
Outra responsabilidade da camada de apresentação está na criptogra�a, capaz de manter o
sigilo das informações que por ela transitam. Por �m, realiza o processo de compactação,
responsável por diminuir a quantidade de bits que trafegarão pela rede, melhorando seu
desempenho. 
Disciplina
Programação para Redes
Características das camadas de apresentação e aplicação. Fonte: elaborada pelo autor.
A última camada, ou melhor, aquela que mais se aproxima do usuário da rede, é a camada de
aplicação, e nela é implementada a maioria dos protocolos, como POP, SMTP, HTTP, SSH e tantos
outros. É conhecida por promover o acesso à rede ao usuário, portanto, ao seu software. Essa
camada aplica a interface necessária para que serviços como o e-mail funcionem corretamente. 
Para Bay e Bluning (2016), essa é a camada que interage com o usuário e com seus sistemas, os
serviços que deseja utilizar. Na camada de aplicação ocorre o principal tratamento dado à
informação e seu preparo para que seja encaminhada ao host de destino. 
Um dos protocolos que atua ativamente nesse processo é o conhecido HTTP (Hyper Text
Transfer Protocol), que no processo de solicitação de uma página web pelo usuário envia o
endereço ao servidor que hospeda o respectivo site. Da parte do servidor ocorre o processo de
envio, ao navegador do usuário, da exibição do site web solicitado. De acordo com Barreto, Zanin
e Oliveira (2018, p. [s.p]), podemos elencar os seguintes exemplos relativos à camada de
aplicação: 
Terminal virtual de rede: software de um terminal físico que possibilita ao usuário
conectar-se a um host remoto. O computador se comunica com o terminal, que se
comunica com o host. Isso ocorre porque o host acredita estar se conectando com
um dos seus próprios terminais, possibilitando então que o usuário se conecte. 
Transferência, acesso e gerenciamento de arquivos: possibilita que o usuário tenha
acesso a um host remoto, recuperando informações do seu computador remoto para
utilização em um computador local. 
Disciplina
Programação para Redes
Serviço de correio: fornece uma base para encaminhamentos e armazenamentos de
e-mail. 
Serviço de diretório: fornece fontes de banco de dados distribuído e acesso a
informações globais sobre diversos objetos e serviços.  
Portanto, a camada de aplicação abstrai para a camada de apresentação as diferentes sintaxes
dos múltiplos sistemas utilizados pelos usuários, uniformizando a apresentação dos dados das
solicitações e exibições (resultado das solicitações). Assim, os diferentes sistemas de um
computador que fazem comunicação com a rede passam por esta camada para fazer sua
comunicação com os demais componentes.
Videoaula: Modelo de Referência OSI
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No vídeo desta aula vamos nos aprofundar na camada de transporte, resgatando suas funções
dentro do modelo OSI e falando a respeito de seus principais protocolos como o TCP, o UDP e
aprimorando os conhecimentos acerca dos processos de segmentação, controle de conversas
entre hosts, de forma a compreender como é capaz de oferecer a conexão �m-a-�m entre hosts. 
Saiba mais
Disciplina
Programação para Redes
O modelo OSI é um modelo de referência, ou seja, seu objetivo é orientar para que sejam
desenvolvidos sistemas e aplicações que sejam capazes de se comunicar entre si mesmo que
seus sistemas sejam construídos em linguagens diferentes. Portanto o artigo "Modelo OSI: O
que é, para que serve e qual a sua importâncianos protocolos de rede de computadores?" faz
uma apresentação interessante sobre a importância deste modelo na construção das redes. 
Referências
https://www.informatique-mania.com/pt/materiel/modele-osi/
https://www.informatique-mania.com/pt/materiel/modele-osi/
Disciplina
Programação para Redes
BARRETO, J. dos S.; ZANIN, A.; OLIVEIRA, M. de. Fundamentos de redes de computadores. Porto
Alegre: SAGAH, 2018. 
BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2016. 
Aula 4
Modelo de Referência TCP/IP
Introdução
Disciplina
Programação para Redes
Estudante, vamos compreender como é a estrutura lógica do modelo de referência para a
construção de redes, o TCP/IP. Começaremos apresentando o modelo e seus principais
conceitos. 
Falaremos de cada uma das camadas, incluindo a camada de acesso à rede, que permite a
comunicação entre os hosts e outros dispositivos da rede de forma física. Também trataremos
da camada de internet, que viabiliza o envio de pacotes entre hosts.  
 Ao trabalharmos com a camada de transporte e diversas outras camadas, perceberemos
semelhanças e diferenças entre os modelos TCP/IP e o OSI, pois esta camada em particular
existe em ambos os modelos e faz a preparação para o transporte físico host-to-host. Por �m,
trabalharemos com a camada de apresentação, ressaltando sua distinção em relação à camada
homônima e presente no modelo OSI  
Compreender esses fundamentos de rede certamente lhe tornarão um pro�ssional completo,
pois você será capaz de codi�car softwares ou projetar redes de forma mais consistente e
elegante. 
Gostou disso? Vamos em frente.
Principais Conceitos do Modelo TCP/IP
Disciplina
Programação para Redes
De forma geral, a comunicação busca a construção de estruturas que podem ser
compartilhadas, modelos que ajudam emissor e receptor a estabelecer um diálogo, e o mesmo
ocorre nas redes de computador. De fato, as redes computacionais são estruturas físicas e
lógicas desenvolvidas para permitir que computadores e outros dispositivos se comuniquem. 
Com a internet pulverizada em todo o planeta (a maior rede), �ca fácil compreender a
necessidade de se criar um modelo de referência. Estudante, imagine se cada empresa
desenvolvedora de sistemas ou hardware criasse sua própria internet? 
Um dos modelos de referência com grande impacto nas redes de computadores é o modelo
baseado no protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). O TCP/IP foi
desenvolvido pela Agência de Projetos e Pesquisa Avançada (ARPA), do Departamento de Defesa
dos Estados Unidos, e sua estrutura contempla as seguintes camadas: interface de rede, internet,
transporte e aplicação. 
Esse modelo é denominado como referência para que desenvolvedores e empresas que
oferecem hardware de rede construam seus equipamentos, e que tais equipamentos se
comuniquem com outros criados de forma diferente. Existe um segundo modelo, que carrega a
mesma relevância para o desenvolvimento de redes e que tem grande semelhança: o modelo OSI
(Open System Interconnection), que por sua vez apresenta sete camadas, o que leva às
seguintes comparações: 
A camada host-rede, ou interface de rede, do modelo TCP/IP, pode ser comparada às
camadas física e de enlace de dados do modelo OSI. 
Disciplina
Programação para Redes
A camada de internet do modelo TCP/IP pode ser equiparada à camada de rede do
modelo OSI. 
A camada de transporte recebe a mesma denominação nos dois modelos. 
A camada de aplicação do modelo TCP/IP pode ser entendida como um agrupamento
das funções das camadas de sessão, apresentação e aplicação do modelo OSI, ou
seja, as três camadas mais altas do modelo OSI são representadas no TCP/IP por
uma única camada de aplicação. (BARRETO; ZANIN; OLIVEIRA 2018, p. 71) 
 
A respeito do protocolo TCP/IP, Barbosa et al. (2020) a�rmam que se trata de um padrão aberto,
e pode ser utilizado como os códigos abertos de muitos softwares. Assim, qualquer empresa
pode utilizar o modelo para criar seus sistemas ou equipamentos. Esse protocolo apresentará os
padrões que permitirão a perfeita integração dos dispositivos e sistemas criados com o que já
existe no mercado.
Comparativo entre os modelos OSI e TCP/IP. Fonte: elaborada pelo autor.
Podemos a�rmar que em cada camada ocorre uma parte do processo de comunicação de rede,
portanto esse processo faz com que seja universalizada a comunicação entre hosts. Dentro do
TCP/IP suas camadas realizam as mesmas funções, em quatro momentos, que o modelo OSI
realiza em 7, e apresenta também uma perspectiva de operação hierarquizada. 
Trabalhando com as diferenças entre os modelos, temos que o modelo TCP/IP permite que
sejam criadas as regras dentro de cada camada, diferente do modelo OSI, que já oferece a
referência completa do papel que tais camadas devem desempenhar. Uma grande vantagem do
Disciplina
Programação para Redes
modelo TCP/IP está na sua aderência a um pacote muito coerente de protocolos, como DNS,
DHCP, Telnet, FTP, HTTP, POP3, IMAP, SMTP, do que se observa no OSI. 
A grande desvantagem desse modelo (TCP/IP) é revelada quando o desenvolvedor ou
pro�ssional de TI se depara com redes que não são construídas com essas referências, esse
pacote de protocolos, ou seja, se a rede não atua com TCP/IP, utilizar esse modelo não traria
resultados.
Camadas de Internet e Transporte no TCP/IP
Podemos a�rmar que os modelos de referência de redes criaram uma estrutura capaz de
permitir o desenvolvimento de redes em que seus hosts pudessem se comunicar com outros
membros. Esse fato isoladamente promoveu uma grande revolução e acendeu a chama da
corrida pelo desenvolvimento tecnológico tanto para o hardware (com destaque para os chips
processadores) quanto para o software. 
Mas essa evolução só se concretizou devido à criação dos modelos de referência, como o
TCP/IP, que em sua camada de internet é responsável por interligar os diferentes hosts em
diferentes redes, mesmo que sejam feitos em plataformas distintas, por objeto ou não. 
Na camada de rede, os hosts são capazes, de acordo com Bay e Bluning (2016), de enviar
pacotes com vários destinos e alcances variados, e isso ocorre pois foi desenvolvido um
especí�co modelo de comunicação, muito popular e praticamente utilizado em todo e qualquer
dispositivo ou hardware de rede: o protocolo IP (Internet Protocol). 
Podemos dizer que a maior tarefa realizada pela camada de internet é a entrega garantida dos
pacotes que os hosts enviam, mas complementa essa função com acessórios importantes
como o controle de congestionamento e uma estrutura lógica capaz de realizar o roteamento
Disciplina
Programação para Redes
destes pacotes. O que essa camada referencia como procedimento é muito semelhante com o
proposto pela camada de REDE no modelo OSI.
Interações da camada de internet no modelo TCP/IP. Fonte: elaborada pelo autor.
A camada de transporte atua praticamente centralizada nos protocolos TCP (Transmission
Control Protocol) e UDP (User Datagram Protocol), e é conhecida como uma camada host-to-
host, assim como o protocolo IP, ou seja, promove o transporte físico dos pacotes entre
dispositivos de uma rede. 
Dessa forma, os protocolos TCP, UDP e o SCTP (Stream Control Transmission Protocol) são
considerados, de acordo com Barreto, Zanin e Oliveira (2018), de nível de transporte, pois sua
tarefa é entregar as mensagens encaminhadas pelos hosts aos seus destinatários. O quadro a
seguir apresenta os conceitos desses protocolos: 
Disciplina
Programação para Redes
Protocolos da camada de transporte. Fonte: Barreto, Zanin e Oliveira (2018, p. 77).
Essa camada de transporte opera em situações de serviço não con�áveis e o faz de forma
e�ciente, pois isola as aplicações dos eventuais problemas que afetem esta con�abilidade como
perdas ou pacotes duplicados. Outra grande vantagem é que nessa camada os pacotes podem
ser entregues diretamente em uma aplicação. 
Voltando a mencionar o modelo OSI, podemos a�rmar que tal camada também existe neste
modelo e que oferece seusserviços à camada superior, de sessão, e faz uso dos serviços
oferecidos pela camada de rede, que a antecede. No modelo OSI também existem os serviços
con�áveis e não con�áveis, embora denominados con�rmados e não con�rmados. 
Com a camada de transporte menos fechada em uma hierarquia, como no modelo OSI, a
transferência de pacotes na rede é feita de forma e�ciente, con�ável e com baixo uso de dados
no host-to-host, e essa estrutura lógica permite a mitigação de erros de forma a garantir que os
dados cheguem intactos no destino. 
Camadas de Acesso a Rede no TCP/IP
Disciplina
Programação para Redes
Vamos compreender os dois extremos do modelo de referência para o desenvolvimento de redes
baseado em TCP/IP, relacionando a camada de acesso à rede com a camada que interage
diretamente com o usuário. De acordo com Bay e Bluning (2016), a camada de acesso à rede
está no limite da fronteira lógico/física de uma rede, ou seja, nela é feita a conexão física dos
hosts e demais dispositivos da rede. 
É, portanto, nesta camada que as informações são preparadas, inseridas para serem enviadas
pelo meio convencionado. Para o modelo OSI, a camada de acesso à rede concentra a função de
duas camadas, a de enlace e a física. 
Para Barbosa et al. (2020), o controle de comunicação é realizado nessa camada e o processo é
feito host-to-host, e com isso podemos a�rmar que a comunicação é efetivada de fato.  Essa
comunicação não é apenas lógica, mas física, pois a camada busca meios para que as
informações a ela encaminhadas transitem com qualidade e agilidade. 
Sendo a camada de nível mais baixo, a camada de acesso à rede é a forma com que o modelo
referencial TCP/IP usou para organizar as interações entre meios lógico e físico. Quando todas
as outras camadas concluem a aplicação de seus protocolos, cabe a esta camada realizar o
processo físico de comunicação entre os hosts envolvidos, também chamados de nós em uma
rede.  
Vale ressaltar que a comunicação em uma rede pode ser via cabos (coaxial, par trançado ou
ótico) ou ainda sem �o, com o padrão wi-�. Na �gura a seguir podemos compreender melhor os
protocolos utilizados na estrutura das camadas do modelo TCP/IP: 
Disciplina
Programação para Redes
Protocolos do modelo TCP/IP por camada. Fonte: elaborada pelo autor.
De acordo com Barbosa et al. (2020), embora a camada de internet abstraia as diferenças de
plataformas, linguagens e codi�cação, ela estabelece a rota de envio dos pacotes, mas é na
camada de acesso à rede que existe o foco na comunicação, no acompanhamento de todo o
caminho percorrido pelos pacotes enviados. 
Comparando as camadas de acesso à rede com a camada de aplicação, temos a interação do
usuário em dois momentos: na solicitação em meio lógico e no trânsito de sua solicitação. Claro
que o usuário não interfere com a camada de acesso à rede, ao menos não diretamente. 
A camada de aplicação, para o modelo TCP/IP, abstrai as camadas de sessão e apresentação
individualizadas no modelo referencial OSI, e o processo foi feito pelo fato de que tais camadas
exercem funções menos críticas, buscando uma nova abordagem.  
Para Bay e Bluning (2016), a camada de aplicação é uma nova proposta em detrimento ao
modelo OSI, portanto não apresenta camada de sessão e apresentação. Neste modelo, a
camada de apresentação mantém (quando comparada com sua contraparte no modelo OSI) a
geração de protocolos de comunicação de alto nível responsáveis por receber os comandos
direto de seus usuários. Os protocolos da camada de aplicação de uso direto por seus usuários
são HTTP, DNS, FTP, POP etc.
Videoaula: Modelo de Referência TCP/IP
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Disciplina
Programação para Redes
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No vídeo desta aula, para �xar melhor a relação entre os modelos TCP/IP e OSI vamos
apresentar as principais diferenças, e fazer um diálogo entre as vantagens e desvantagens de
cada modelo na construção de redes seguras, ágeis e com elevado e con�ável desempenho.
Saiba mais
Aproveitando que nesta aula �zemos algumas comparações e distinções entre os modelos
TCP/IP e OSI, sugerimos o artigo "Qual a diferença entre o modelo OSI e o modelo TCP/IP?" que
lhe permitirá realçar esta comparação com novos argumentos. 
Referências
https://www.datarain.com.br/blog/qual-diferenca-entre-modelo-osi-e-modelo-tcpip/
Disciplina
Programação para Redes
ARBOSA, C. da S. et al. Arquitetura TCP/IP I. Porto Alegre: SAGAH, 2020. 
BARRETO, J. dos S.; ZANIN, A.; OLIVEIRA, M. de. Fundamentos de redes de computadores. Porto
Alegre: SAGAH, 2018. 
 BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2016. 
Aula 5
Revisão da unidade
Modelos de Referência para Redes Computacionais
Disciplina
Programação para Redes
Nesta unidade, o tema central foram os modelos de referência para o desenvolvimento de redes
e dos seus protocolos que permitiram a criação de redes capazes de se interconectar com
outras redes desenvolvidas em linguagens distintas. Por meio de modelos como o OSI e TCP/IP
foi possível conceber o que hoje se denomina internet: a maior rede de computadores. 
As redes, neste contexto, permitem que computadores e dispositivos se conectem diretamente
ou pela internet para uso pessoal, corporativo ou cientí�co, o que signi�ca que não se trata
apenas de interligar componentes, mas também de oferecer os mais variados serviços, como o
tão conhecido e-mail e o protocolo TCP/IP, que permite a identi�cação de computadores e
dispositivos de rede, e o Protocolo de Transferência de Arquivos  (FTP), capaz de conectar ao
host as instâncias de armazenamento de dados, entre outros.  
Dentro do modelo de referência OSI, o desenvolvedor encontra a direção que precisa para a
padronização da relação entre as camadas, sendo capaz de desenvolver sistemas e
componentes que atuem dentro desta estrutura e que possam se integrar a qualquer rede
desenvolvida de acordo com tal referencial. De acordo com Barreto, Zanin e Saraiva (2018), o
modelo OSI tem sete camadas de funções, e em cada camada são dispostos protocolos
especí�cos. 
A comparação entre os dois modelos é constante e origina centenas de artigos cientí�cos, para
demonstrar que, embora tenham o número de camadas diferente, é possível enxergar muita
in�uência do modelo OSI nas camadas, mesmo que em menor número. Portanto, existem os
comportamentos das camadas do modelo OSI que são absorvidos por uma única camada do
modelo TCP/IP, como ocorre entre as camadas de aplicação, apresentação e sessão no OSI, que
se tornam apenas a camada de apresentação do modelo TCP/IP. 
Disciplina
Programação para Redes
Dessa forma, embora exista um limite de atuação do desenvolvedor, ele pode optar pela
abordagem para a solução que vai desenvolver dentro das camadas OSI: física, enlace, rede,
transporte, sessão, apresentação e, por �m, a camada que interage com o usuário da rede e seus
sistemas: a camada de aplicação. 
Para o desenvolvimento dos sistemas e componentes de rede, outro modelo que entra em cena e
que apresenta elevada popularidade é o TCP/IP, que incorpora as camadas do modelo OSI à sua
maneira, unindo em alguns momentos, e modi�cando-a em outros. 
Logo, existe grande similaridade entre os dois modelos, o que signi�ca que as referências das
camadas são mantidas, ao menos em seu contexto geral, e que dentro a implementação e a
hierarquia entre camadas serão diferente a depender do modelo ao qual estamos nos referindo.  
Vale destacar que tanto OSI quanto TCP/IP apresentam grande importância na constituição do
que temos como a internet, a rede mundial de computadores, mas que são apenas de modelos
de referência. Tais modelos são uma forma de estabelecer uma linguagem genérica com a qual
desenvolvedores se tornam capazes de desenvolver seus produtos, mantendo um núcleo comum
que permite universalizar a integração de tal produto com todasas redes desenvolvidas neste
referencial. 
Videoaula: Revisão da unidade
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No vídeo desta aula vamos conversar a respeito dos modelos de referência para a construção
das redes de computadores, e sua in�uência no desenvolvimento da Internet. Também
trabalharemos as aplicações desses modelos e seus principais protocolos, e ressaltaremos que
são modelos apenas de referência e que têm tanto similaridades quanto diferenças. 
Estudo de Caso
Disciplina
Programação para Redes
A internet apresentou uma nova dinâmica ao mundo. Desde sua criação, por volta de 1969, a
internet, ou melhor, a maior rede de computadores do mundo, começou a promover várias
mudanças na sociedade, na vida urbana e principalmente nos negócios. Em parte, a também
conhecida web ajudou na popularização dos computadores pessoais, o que fez com que muitas
empresas surgissem para explorar os novos mercados rami�cados como consequência dessa
nova onda. 
Embora o nascimento dessa grande rede tenha sido motivado pela necessidade de se criar um
formato capaz de manter a sua integridade, mesmo que vários de seus nós (computadores)
perdessem conexão, o que surgiu em seguida – e que vem surgindo em maior velocidade a cada
dia – foram inúmeros serviços, criando um mercado consumidor inteiramente novo. 
A versão moderna da internet está voltada para a oferta de recursos computacionais antes
limitados às redes locais, como as máquinas virtuais e até mesmo a recém-criada Computação
Quântica. Dessa forma, as empresas estão realizando uma grande parte de seus processos em
plataformas do que foi denominado Computação em Nuvem, pois conseguem acesso a recursos
avançados por uma fração do valor que deveriam investir caso tais recursos fossem
disponibilizados localmente. 
A grande questão levantada por toda essa presença em meio virtual na web está ligada à
segurança das operações. Em sua história, uma das primeiras conexões feitas entre
computadores e pela internet foi realizada entre duas universidades, diferente da realidade atual,
na qual temos extensas redes empresariais criadas via WAN (Wide Area Network), e com isso
informações e dados sensíveis e sigilosos trafegam constantemente e de forma on-line nas
redes públicas. 
Para sua expansão, uma empresa de alimentos criou uma segunda linha de produtos baseada
em ingredientes do Norte e do Nordeste do Brasil, o que levou ao projeto de construção de sua
segunda unidade na cidade de Fortaleza, no Ceará. Dentre as características do projeto, a
Disciplina
Programação para Redes
empresa manterá uma estrutura de TI maior do que tem atualmente, tanto em equipamentos
quanto em pro�ssionais. 
A preocupação da empresa, que ainda usa discretamente serviços na nuvem, é a segurança de
seus dados, pois as operações entre as duas unidades serão coordenadas em sua sede, no
interior de São Paulo. Seu papel como consultor de TI será assegurar a criação dessa nova rede. 
Para dar continuidade ao projeto, você deverá demonstrar a tecnologia/protocolo que usará para
estabelecer uma conexão segura entre as �liais, e apresentar as principais características que
reforçam e atendam às necessidades de conectividade e�ciente, ao mesmo tempo que
estabelece uma elevada proteção pra os dados da empresa.
______
Re�ita
A segurança oferecida por alguns protocolos é elevada, mesmo assim problemas e ataques são
frequentes. Seria o fator humano e social o responsável? 
Videoaula: Resolução do Estudo de Caso
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As conexões seguras, tão importantes para criação de redes WAN entre �liais de uma empresa,
são necessárias, pois ocorrem principalmente dentro da infraestrutura das redes públicas. Como
um todo, a internet é dividida em três tipos de redes: públicas, privadas e híbridas. As redes
públicas são conhecidas como o meio pelo qual a esmagadora maioria das empresas e usuários
comuns, pessoa física, consomem recursos como hospedagem, e-mail e muitos serviços em
nuvem. 
As redes privadas são destinadas a empresas que mantêm um tráfego on-line de alto volume,
mas, embora ofereçam uma segurança consideravelmente superior, demandam investimentos
maiores para sua implementação. As redes híbridas seriam a somatória das melhores
qualidades de ambas as redes, pública e privada, e se destinam a aplicações que ao mesmo
tempo demandam mobilidade dos dados e segurança elevada. 
Para que a empresa mantenha seus serviços e processos dentro de uma rede WAN em uma rede
pública, será necessário o uso de um protocolo que permita tal comunicação oferecendo uma
segurança de alto nível, como o que se propõe com o SSH (Secure Shell), que pode oferecer
tanto agilidade e velocidade quanto segurança, aspectos desejados pela empresa. 
De forma geral, o SSH é um protocolo de comunicação do tipo cliente/servidor para redes TCP/IP,
e permite a realização da conexão entre computador e servidor de forma remota, inclusive para
que seja realizado o processo de con�guração deste servidor, ideal para o momento inicial de
implementação dessa nova unidade em fortaleza, no Ceará. Entre seus principais atributos, o
SSH permite que o nó conectado ao servidor realize a instalação de bancos de dados,
Disciplina
Programação para Redes
gerenciadores diversos e outros sistemas, além de ser capaz de realizar alterações no servidor
em hospedagem de sites de forma consideravelmente rápida e facilitada. 
Para o projeto de conexão entre as duas �liais, principalmente no que diz respeito à segurança, o
SSH oferece como principais atributos dois elementos de destaque: a autenticação dupla e a
criptogra�a. A autenticação dupla signi�ca que tanto o terminal quanto o servidor estão
autenticados e, assim, nenhum dado que transita entre esses dois pontos pode ser interpretado,
mesmo que for interceptado. Essa segurança é severamente aumentada pela criptogra�a dos
pacotes criados na comunicação pelo SSH. 
Portanto, trabalhar com a criptogra�a simétrica, assimétrica e de hash, criando um sistema de
proteção para sua conexão que não compromete o desempenho e agiliza os processos de
transferência de arquivos, seria a solução ideal para o problema proposto.  
Resumo Visual
A criação dos modelos de referência foi a forma encontrada para o desenvolvimento de redes
capazes de se conectarem entre si, mesmo que seus componentes e sistemas sejam
desenvolvidos de forma diferente e com linguagem diferente. Vale ressaltar que os modelos não
são redes, e sim representações da operação das respectivas redes. 
Portanto, dentro de cada modelo, o desenvolvedor tem de seguir os conceitos de cada camada,
mas ainda tem total liberdade para implementar sua própria estratégia. O desenvolvedor não
pode escolher os protocolos que aplica nas diferentes camadas, pois ao determinar que segue
um dos principais modelos, compreende que os demais desenvolvedores assim o farão. 
Por �m, podemos entender que os modelos são uma linguagem neutra para a universalização
das redes, ou seja, cada desenvolvedor pode muito bem manter sua linguagem de criação desde
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Programação para Redes
que respeite os preceitos do modelo, o que deve gerar sistemas e componentes capazes de se
integrar perfeitamente a qualquer rede que siga o referido modelo. 
Protocolos e modelos OSI e TCP/IP. Fonte: elaborada pelo autor.
Referências
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Programação para Redes
BARRETO, J. dos S.; ZANIN, M.; SARAIVA, M. de O. Fundamentos de redes de computadores.
Porto Alegre: SAGAH, 2018.  
,
Unidade 2
Protocolos de comunicação TCP, UDP,e Sockets
Aula 1
Conceitos sobre a Camada de Transporte (TCP E UDP)
Introdução
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Programação para Redes
Estudante, nesta aula será tratado otema da camada de transporte dentro do modelo referencial
de redes TCP/IP e suas especi�cidades. Nesta temática serão abordados os protocolos de
comunicação TCP e UDP, e como cada um tem seu próprio papel na comunicação entre hosts. 
A camada de transporte representa os processos e protocolos necessários para que seja
realizada a comunicação, e o faz de forma extremamente diferente dentro do que de�nem seus
principais protocolos. 
O primeiro protocolo a ser tratado será o TCP, que realiza a sincronização com a outra ponta em
um processo de handshake triplo, ao passo que o UDP realiza o seu envio sem garantir que o
pacote chegue intacto ao outro lado, embora ofereça grande qualidade. 
 Bons estudos!
Camada de Transporte: Principais Protocolos
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Programação para Redes
Para uma rede de computadores, embora todas as suas camadas (de seu modelo de referência)
sejam vitais ao processo geral, existe elevada importância no que ocorre em sua camada de
transporte. Vale considerar que é nessa etapa que de fato ocorre a comunicação da respectiva
rede.  
Portanto, a relevância da camada de transporte vem do fato de que nela ocorrem os processos
responsáveis pela conexão entre os nós de uma rede e entre redes diversas para que seja feita a
transmissão de dados e informações. De acordo com Bay e Bluning (2016), para esta
comunicação ponto a ponto são necessários diversos protocolos de forma que tudo ocorra com
e�ciência e principalmente velocidade e economia de recursos. Os principais protocolos dessa
camada são: TCP (Transmission Control Protocol) e UDP (User Datagram Protocol), descritos a
seguir: 
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Programação para Redes
Características dos protocolos TCP e UDP. Fonte: elaborada pelo autor.
De forma geral, a diferença entre o UDP e o TCP é o fato de que o primeiro não foca conexão e
muito menos con�abilidade, mas isso não deve ser visto como algo necessariamente negativo,
pois proporciona uma facilidade ao processo de envio de um dado entre hosts. Outro ponto de
divergência, que tem relação com segurança, diz respeito ao processo de handshake (aperto de
mão, em português), que neste caso representa a formalização da conexão ponto a ponto. 
Para o TCP o handshake é triplo, sendo feito em três etapas denominadas SYN, SYN-ACK, ACK,
ou seja, o primeiro host sincroniza (SYN, SYNchronize), o segundo sincroniza e con�rma (SYN-
ACK, ou SYNchronize-ACKnowledgment), e por �m responde ao primeiro com um (ACK, ou
ACKnowledgment), concluindo o processo. Já para o UDP o processo de handshake é
desnecessário para que uma conexão seja criada. 
Dentro dos processos realizados pela camada de transporte entra em cena um conceito
importante: o dos soquetes, também conhecidos como portas. Para Bay e Bluning (2016), as
portas se constituem como o meio pelo qual os protocolos devem atuar. Os processos que
esses protocolos realizam serão conduzidos por portas especí�cas representadas por números
cujo tamanho é de 16 bits. 
Portanto, o processo de transporte entre hosts apresenta duas amarrações distintas: a primeira,
relativa ao host que recebe determinado pacote, e a segunda com relação à porta de
comunicação que vai ser utilizada. Cada porta deve ser alocada a um único processo para que
os dados sejam corretamente entregues para seu tratamento no host de destino. 
Embora uma porta não possa receber mais do que um único processo, tem a capacidade de
receber múltiplas conexões simultaneamente. Conforme apresentam Bay e Bluning (2016), a
IANA (Internet Assigned Numbers Authority) coordena as portas (soquetes) existentes e tem em
seu registro um total de 65.535 portas, muitas delas apresentando suas respectivas funções e
processos. 
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Programação para Redes
O fato de uma porta permitir apenas um processo não signi�ca que este processo não possa ser
alterado, substituído por outro, embora tal modi�cação seja altamente não recomendada, pois
impacta diretamente diversos outros processos. Mas fato é que, em nome da segurança,
algumas portas podem sofrer modi�cações nas suas funções para que sejam mais bem
ajustadas a inibir ataques cibernéticos. 
As alterações ao processo de um soquete são severamente impactantes ao sistema em geral,
dessa forma, somente podem ser realizadas com o consentimento de toda a rede que a utiliza,
caso contrário tal modi�cação tende a causar falhas ou di�culdade de se criar uma conexão. A
seguir, algumas das principais portas e seus usos alocados:
Portas e serviços. Fonte: adaptado de Bay e Bluning (2016).
Um fato interessante a respeito dos processos dos soquetes é que eles podem ser solicitados ao
IANA por qualquer usuário, e como consequência determinada porta passa a ser padronizada a
determinado serviço, embora não seja algo exclusivo. 
Conceitos sobre o Protocolo TCP/IP
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A internet oferece ao mundo uma única e gigantesca rede de computadores conectados por
meio de uma padronização e universalização, construída por elementos denominados
protocolos, e dentre eles, o responsável por permitir tal comunicação é o TCP/IP (Transmission
Control Protocol/Internet Protocol) ou Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de
Internet.  
Este protocolo fora desenvolvido em 1969 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e
para a ARPANET, que anos depois foi rebatizada como INTERNET, cujo objetivo era de normatizar
as fontes de comunicação, para agilizar a troca de grandes volumes de dados entre
computadores, mesmo que distantes. Para Comer (2016), a tarefa desempenhada pelo TCP é
severamente complexa, pois é capaz de trabalhar com processos não con�áveis, ou seja, de
entrega não garantida, embora o faça de forma con�ável para as aplicações atendidas. 
Assim, cabe ao protocolo TCP ser capaz de promover a compensação do sistema em caso de
perda, dano, atraso ou até duplicidade de determinado pacote, e tal processo auxilia na
prevenção de sobrecargas a rede. Um aspecto importante acerca do que foi construído com o
protocolo TCP/IP é a con�abilidade, pois para os desenvolvedores o processo de comunicação
oferecido é seguro e con�ável, ou seja, não existe uma preocupação se um pacote enviado pelo
seu sistema vai ser ou não entregue. 
Neste contexto, Comer (2016) complementa a�rmando que o TCP/IP é con�ável a ponto de se
garantir que se uma aplicação enviar dados a uma impressora, por exemplo, é certo que o
programador deste sistema não terá que se preocupar se a rede vai encaminhar a requisição ao
equipamento. 
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Essa con�abilidade e tranquilidade é criada pela adaptação da semântica normalmente utilizada
pelas linguagens de computação convencionais, ou seja, tanto o software criado quanto o
protocolo que o comunica na rede apresentam essa equiparação de semântica. 
Com o protocolo TCP/IP o serviço de transporte é con�ável e capaz de agilmente solucionar
problemas complexos, o que faz com que seja o protocolo adotado na esmagadora maioria das
aplicações web.
Características do TCP/IP. Fonte: elaborada pelo autor.
O TCP/IP é um conjunto de protocolos e oferece também nomenclatura a um modelo arquitetural
de referência de mesmo nome, que por sua fez faz a comunicação em rede utilizando diversos
protocolos distribuídos em cada uma de suas camadas. Um dos principais protocolos do modelo
referencial TCP/IP é o DHCP (Dynamic Host Con�guration Protocol). 
Dentro das redes TCP/IP, o DHCP realiza a distribuição dos endereços IP de uma rede de forma
dinâmica, ou seja, não estática. Cada nó de uma rede, cada host deve ter um endereço IP válido
em ordem de se conectar a uma rede, à internet e utilizar seus serviços. 
Portanto, o protocolo TCP/IP representa uma linguagem que determina a forma com que os
computadores farão sua comunicação, dentro de uma rede ou na internet. O TCP/IP também
representa um conjunto de protocolos que desempenham tarefas distintas no processo de
comunicação de uma rede desenvolvida neste modelo referencial. 
Conceitos sobre o User Datagram Protocol (UDP)
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Programaçãopara Redes
Semelhante ao TCP, o UDP (User Datagram Protocol) utiliza os soquetes no processo de
comunicação, mas faz isso de uma forma completamente diferente, a começar pela ausência do
handshake, ou seja, não realiza a criação de uma conexão (denominado connectionless). 
Para Bay e Bluning (2016), o UDP faz algo até estranho, do ponto de vista de um protocolo de
rede: cria a comunicação sem abrir uma conexão antes. Dessa forma, ele já inicia pelo envio do
pacote para o host de destino. De acordo com essa característica, podemos compreender que
não existe processo algum semelhante ao handshake do TCP, portanto, não é feita nenhuma
sincronização entre hosts, muito menos con�rmação de entrega. 
A ausência do handshake signi�ca que o UDP não é orientado a conexão e, assim, não se
compromete com a entrega dos dados que manipula e muito menos é capaz de oferecer
qualquer controle ou medida relativa a um possível congestionamento de dados. Seu processo é
relativamente simples: o emissor gera o pedido de envio e o protocolo envia para o destino,
embora não tenha qualquer conhecimento que o destino está ativo, funcional, logo, não pode
oferecer qualquer garantia de que o pacote enviado foi efetivamente entregue. 
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Programação para Redes
Características do UDP. Fonte: elaborada pelo autor.
Embora toda essa falta de gerenciamento e con�rmação por parte do UDP possa sinalizar um
protocolo falho, incompleto, para Bay e Bluning (2016) essa característica se traduz em grande
agilidade e performance, o que o torna especialista na transmissão de dados. Pensando nessa
característica, podemos a�rmar que o UDP se encaixa perfeitamente em um processo muito
popular na internet: o streaming de vídeo em tempo real e as chamadas de vídeo/voz, feitas pelo
IP, o VoIP (Voice over IP). 
As transmissões do tipo streaming ao vivo não demandam qualquer con�rmação de entrega,
pois o transmissor não tem qualquer garantia de que existem expectadores em sua transmissão.
Não seria nada prático uma transmissão ao vivo cujo sistema exigisse con�rmação de
recebimento da outra parte, pois neste caso ele somente poderia assistir uma parte do vídeo
quando con�rmasse a parte anterior. 
Isso signi�ca que caso um streaming ao vivo fosse criado sobre o protocolo TCP a transmissão
jamais seria contínua, principalmente pela relação que este protocolo tem com casos de perda
de pacotes ou atrasos. No TCP, a transmissão seria interrompida com grande frequência,
tornando-a algo distante de um vídeo e muito mais próximo de uma lenta apresentação de
slides. 
Re�etindo a respeito da relação entre o protocolo UDP e o streaming de vídeo, o fato de não
oferecer qualquer controle de congestionamento deixa de se apresentar como problema, pois a
dinâmica do serviço prestado não tem tal medida de desempenho como integral para o sucesso
da operação. O UDP não vai oferecer ao host emissor informações acerca do status do host de
destino de seus pacotes, pois este dado não é necessário à sua atividade. 
A falta de conexão no UDP não representa a ausência de problemas, apenas signi�ca que em
casos de pacotes faltantes, corrompidos ou de algum nível de congestionamento dentro da
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Programação para Redes
interface de rede, entra em cena a aplicação que está realizando a transmissão que
eventualmente descarta algum pacote para que se mantenha o �uxo do streaming constante. 
Videoaula: Conceitos sobre a Camada de Transporte (TCP E UDP)
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo
computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no
aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet.
No vídeo desta aula vamos complementar o tema do papel dos protocolos TCP e UDP na
comunicação das redes e suas aplicações indicadas, diferenças e vantagens. Por �m, trataremos
do processo de streaming de vídeo pelo ponto de vista dos protocolos de rede e como o
protocolo UDP, apesar de não realizar handshake, mostra-se ideal a este tipo de comunicação em
rede.
Saiba mais
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Programação para Redes
A sugestão de leitura deve apresentar novos argumentos acerca da camada de transporte dos
modelos referenciais de rede TCP/IP e o OSI, ressaltando as funções e aplicações dos
protocolos TCP e UDP. 
Referências
BAY, E.; BLUNING, P. H. Fundamentos de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2016. 
COMER, D. E. Redes de computadores e internet. Porto Alegre: Bookman, 2016. 
WERNER, J. Infraestrutura de redes de computadores. Indaial: Uniasselvi, 2020. 
Aula 2
A Interface Socket
Introdução
https://gitbook.ganeshicmc.com/redes/camadadetransporte
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Programação para Redes
Estudante, nesta aula trataremos dos soquetes de rede, elementos importantes para a conexão
entre sistemas desenvolvidos sob a arquitetura cliente/servidor. Começaremos com a descrição
de sua função na comunicação de duas vias do tipo bidirecional entre cliente e servidor e como
sua construção inclui uma porção maior, de 32 bits, representada pelo endereço IP, e uma porção
menor, a sua porta, composta por um numeral de 16 bits. 
Apresentaremos as faixas de portas de soquete alocadas e controladas pela entidade IANA. A
faixa inicial, do 0 ao 1024, apresenta as denominadas common ports, e as demais faixas e
formas de utilização. Por �m, compreenderemos o processo de criação dos soquetes e como se
diferenciam sutilmente para cliente e servidor. 
 Bons estudos.
Principais conceitos da Interface Socket
Disciplina
Programação para Redes
De forma geral, os soquetes são considerados o �m de um �uxo de comunicação conhecido
como um �uxo de duas vias, ou seja, two-way communication, e com atributos semelhantes aos
de um terminal.  
Os soquetes não são entidades físicas, são estruturas de dados utilizadas pelos aplicativos para
a comunicação dentro do modelo cliente/servidor. Esse modelo cliente/servidor é caracterizado
por ser uma arquitetura de aplicação distribuída; por um lado temos os que demandam,
requerem serviços, os clientes, por outro, aqueles que oferecem estes serviços, os fornecedores,
denominados servidores. 
Neste contexto, os soquetes fazem com que duas portas se comuniquem dentro de uma rede,
sendo uma a fonte da mensagem e a outra seu destino. Essa comunicação pode ser limitada a
um mesmo computador, ou a uma rede. Exempli�cando, temos que no caso da comunicação de
rede, essas portas são representadas pelo numeral que acompanha o endereço de IP após o
símbolo dos dois pontos, como em 127.0.0.1:8808. 
Assim, para soquetes de rede temos os que demandam o uso do protocolo TCP/IP, os soquetes
TCP/IP. Um grande exemplo do uso dos soquetes do tipo TCP/IP são os navegadores de internet
e o acesso remoto a servidores pelo serviço de SSH (Secure Shell). Dentro do que se determina o
modelo de padrão de protocolos de rede OSI (Open System Interconnection), os soquetes estão
situados entre as camadas de transporte e aplicação. 
Com os soquetes ocorre a comunicação two-way, bidirecional entre processos de aplicações e
entre computadores conectados em redes locais ou WAN. De acordo com Forouzan e Mosharraf
(2013), na camada de aplicação do modelo OSI a comunicação será feita entre os soquetes. 
Dentro do sistema, ou da rede, o soquete vai receber o pedido do cliente e enviar a resposta, e do
lado do servidor, o soquete representa o pedido de um cliente que será processado para que seja
obtida a resposta. A �gura a seguir ilustra a sequência de eventos do uso de um soquete: 
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Esquema de uso de sockets. Fonte: adaptada de Forouzan e Mosharraf (2013 p. 39).
Os soquetes trabalham com dados não estruturados, o que faz com que sejam identi�cados
como uma comunicação de baixo nível. Assim, trabalham seus dados como �uxos não
estruturados. A falta de estrutura não é algo �nal a esse processo, uma vez que passa a receber
tal estrutura de suas aplicações. 
Dessa forma, soquetes são a soma de um endereço de IP e seu respectivo protocolo de
transporte e porta, o que concede

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