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Financiamento da Saúde e a Seguridade 
Social no SUS 
Gestão do 
Financiamento na 
Saúde
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JULIANA APARECIDA PEREIRA MEDEIROS
AUTORIA
Juliana Aparecida Pereira Medeiros
Olá! Sou graduada em Serviço Social (ULBRA) e especialista 
em Qualidade de Saúde e Segurança do Paciente (ENSP/FIOCRUZ). 
Possuo experiência técnico-profissional em serviço social hospitalar, 
hotelaria hospitalar e segurança do paciente. Estou aqui para contribuir 
no desenvolvimento da cultura, da qualidade, e da segurança em saúde, 
auxiliando profissionais e organizações a melhorarem continuamente. 
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens, a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
O Financiamento Público da Saúde no Brasil ................................. 10
Sobre o Financiamento da Saúde Brasileira ................................................................ 11
Da Seguridade Social ao Sistema Único de Saúde ...................... 17
Princípios Jurídico-Legais da Seguridade Social no Brasil ............................... 18
Financiamento da Saúde Brasileira e o Desafio da 
Desigualdade ................................................................................................ 21
Condicionantes Sociais de Saúde-Doença ..................................................................24
Cenário Nacional da Saúde Pública ...............................................................................26
O Impacto dos Modelos de Assistência no Financiamento do 
SUS ....................................................................................................................28
Modelos de Assistência à Saúde .........................................................................................28
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ............................................................. 30
Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) .............................................. 31
Desafios para a Construção de um Modelo Assistencial na Atenção 
Básica .......................................................................................................................................................33
Construção de um “Novo Modelo” .....................................................................................35
Formação Profissional e a Cultura Popular ................................................................. 38
A Gestão e os Modelos de Assistência ........................................................................... 41
7
UNIDADE
03
Gestão do Financiamento na Saúde
8
INTRODUÇÃO
Sabe-se que, historicamente, o sistema público de saúde do Brasil é 
marcado pela carência de recursos, tidos sempre como insuficientes para 
suprir a demanda crescente da população. A gestão pública brasileira, 
em todos os seus setores, carrega consigo a marca da precariedade 
administrativa e da corrupção, o que acaba por impedir que se cumpra a 
legislação e se concretize as políticas de saúde. Veremos como a aplicação 
dos princípios da gestão, buscando a profissionalização administrativa 
no setor público, será capaz de mudar o paradigma vigente de uma 
saúde deficitária e ineficiente. Analisaremos o atual cenário da gestão em 
qualidade de vida no Brasil e como essa questão de gerenciamento e 
financiamento afetam a realização das políticas de saúde públicas levando 
o Estado ao descumprimento de seu próprio ordenamento jurídico com 
impactos negativos e severos na saúde e qualidade de vida de seu povo. 
Convidamos você a adentrar no universo da saúde brasileira, 
entendendo seus fundamentos e suas políticas, identificando desafios 
e contribuindo para a evolução de um sistema considerado padrão, 
altamente dinâmico, em contínua construção. Entendeu? Bons estudos!
Gestão do Financiamento na Saúde
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Financiamento da saúde e 
a seguridade social no SUS. Até o término desta etapa de estudos, nosso 
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais: 
1. Compreender a dinâmica do financiamento da saúde pública no 
Brasil.
2. Avaliar o histórico da seguridade social ao SUS.
3. Discernir sobre o financiamento da saúde no Brasil, frente o desafio 
da desigualdade social. 
4. Avaliar o grande impacto dos modelos de assistência à saúde na 
operacionalização e financiamento da saúde pública.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Gestão do Financiamento na Saúde
10
O Financiamento Público da Saúde no 
Brasil
OBJETIVO:
Ao finalizarmos este capítulo, você irá compreender como 
se procede legalmente o financiamento da Saúde Púbica 
no Brasil e quais os desafios para a efetivação do direito 
constitucional frente à desigualdade social, os modelos 
de assistência praticados e a necessidade da qualificação 
da gestão. Animado para desenvolver esta competência? 
Então vamos em frente!
Desde a Constituição Federal de 1988, o sistema de saúde brasileiro 
passou por várias formas de financiamento para as ações de saúde pública. 
Todavia, até o momento, ainda persistem dificuldades para se atingir a 
quantia necessária de recursos considerada suficiente para assegurar o 
direito constitucional à saúde.
IMPORTANTE:
De 1988 até o exato momento, o SUS conviveu com perda 
de recursos e graves crises. É inegável o que a redução de 
recursos destinados à saúde acarreta na perda de qualidade 
dos serviços, bem como na redução da cobertura e da 
oferta de atividades básicas (BRASIL, 2013).
Gestão do Financiamento na Saúde
11
O Ministério da Saúde propõe a utilização de dois eixos da Economia 
de Saúde para a gestão eficiente dos limitados recursos destinados ao 
SUS (BRASIL, 2013): 
 • Eixo 1 - ampliação do uso de estratégias da economia da Saúde 
para apoiar a gestão do SUS, pela produção e disseminação do 
conhecimento sobre temas relacionados ao financiamento e 
escolhas em saúde. 
 • Eixo 2 - ampliação do uso de ferramentas de economia da Saúde 
pelos gestores do SUS subsidiando o processo de tomada de 
decisão na avaliação, formulação e operacionalização das políticas 
de saúde pública.
Sobre o Financiamento da Saúde 
Brasileira
Alguns fatores são fundamentais para caracterizar o 
subfinanciamento do SUS (BRASIL, 2013): 
 • Mudança do perfil demográfico com o aumento da expectativa 
de vida levando ao envelhecimento da população e aumento da 
prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCTN). 
 • Diminuição das taxas de natalidade. 
 • Incorporação de novas tecnologiase medicamentos. 
 • Aumento do custo associado à violência e mortes por causas 
externas. 
IMPORTANTE:
Outra questão importante é que custos e demanda são 
crescentes despertando a necessidade de análise crítica 
sobre a situação do financiamento. 
Gestão do Financiamento na Saúde
12
Se por um lado a Constituição Federal de 1988 trouxe avanços na 
garantia do acesso aos serviços públicos de saúde, por outro, trouxe o 
desafio do financiamento. 
REFLITA:
O grande desafio da gestão para subsistência do SUS é 
extrair mais efetividade das ações de saúde com o mesmo 
recurso alocado.
Pela Constituição Federal de 1988, a participação da esfera federal 
no financiamento do SUS seria proveniente de recursos do orçamento 
da seguridade social, origem dos recursos para saúde, previdência e 
assistência social. (BRASIL, 2013)
NOTA:
Essa regra de financiamento até alteração por lei 
complementar posterior direcionaria 30% desse orçamento 
para a saúde. Na prática tal repasse nunca aconteceu. 
(BRASIL, 2013)Essa situação promoveu a elaboração de 
vários projetos de Emenda à Constituição por parte do 
Poder Legislativo nacional durante a década de 1990 
visando alterar as regras de aplicação de recursos da União 
na saúde.
NOTA:
A iniciativa buscava a resolução da situação financeira 
do setor, até que, em 1997, foi instituída a Contribuição 
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Gestão do Financiamento na Saúde
13
A arrecadação da CPMF deveria ser adicionada a recursos da 
saúde, porém, até à sua extinção no ano de 2007, a contribuição não 
aumentou os recursos porque, à medida que o dinheiro entrava, reduzia-
se a participação de outras contribuições sociais no financiamento federal. 
Desse modo, os volumes de recursos destinados à saúde ficavam sempre, 
no mínimo, estabelecidos pela Emenda Constitucional nº 29/2000 
(BRASIL, 2013; 2000).
IMPORTANTE:
Relembrando que é a Emenda Constitucional nº 29/2000 
que define os percentuais mínimos de aplicação dos entes 
federados nos serviços públicos de saúde.
Podemos dizer que a Emenda Constitucional nº29/2000 
representou grande avanço para reduzir a instabilidade do financiamento 
do SUS, gerado a partir da constituição de 1988 com o não cumprimento 
dos 30% do orçamento da seguridade social. Vitória coletiva também, no 
que tange à vinculação orçamentária como ferramenta de redução dessa 
estabilidade.
Figura 1 – O financiamento da saúde é realizado de forma conjunta entre União, Estados e 
munícipios. 
Fonte: Pixabay
Gestão do Financiamento na Saúde
14
A Resolução nº 322/2003 do Conselho Nacional de Saúde vem 
para definir o que são “gastos em saúde” com a finalidade de apuração do 
valor mínimo a ser aplicado, orientando as referências a serem adotadas 
em prol de determinação de aplicação mínima com a saúde, anualmente, 
com destino à União, aos estados e aos municípios. (BRASIL, 2013)A Lei 
complementar nº 141/2012 regulamenta o artigo 198 da Constituição Federal 
dispondo sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela 
União, estado e municípios nas ações e serviços de saúde. (BRASIL, 2012)A 
Lei Complementar nº 141/2012 estabelece critérios de rateio dos recursos 
de transferência para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e 
controle das despesas nas três esferas de governo. (BRASIL, 2012) 
IMPORTANTE:
A Lei Complementar nº 141/2012 define que os estados 
devem aplicar anualmente em ações e serviços públicos de 
saúde, o mínimo de 12% da arrecadação dos impostos. Os 
municípios, por sua vez, aplicarão anualmente em ações e 
serviços públicos de saúde o mínimo de 15% da arrecadação. 
A União deve aplicar montante que corresponda ao valor 
empenhado no exercício financeiro anterior, acrescido do 
percentual relativo à variação do produto interno bruto de 
antecedentes ao da lei orçamentária anual. (BRASIL, 2012)
NOTA:
A população brasileira, reunida em instituições e 
organizações civis, ainda reivindica que o Governo Federal 
destine um mínimo de 10% das receitas correntes brutas 
para financiamento das ações de saúde pública no Brasil o 
que infelizmente não foi consolidado com a sanção da Lei 
Complementar nº 141/2012.
Esse motivo levou a população a se organizar em defesa da saúde 
pública com o movimento nacional conhecido como “Saúde mais 10”, 
buscando a coleta de assinaturas para um projeto de lei, reivindicando 
Gestão do Financiamento na Saúde
15
e assegurando o repasse de percentual de 10% visando a alteração da 
legislação vigente.
Ribeiro, Pioli e Servo (2007) explicam que o financiamento da saúde 
pública é um dos grandes motivos de preocupação em quase todos os 
países do mundo. Em nações desenvolvidas, onde há investimento de 
grande parcela do PIB em saúde, tem-se a preocupação com a eficiência, 
efetividade e equidade na alocação desses recursos, já que o incremento 
dos consumos com serviços de assistência, não resultam necessariamente 
melhores condições de vida e saúde e tão pouco reduzem as iniquidades 
no acesso à oferta. 
NOTA:
Já nos países em desenvolvimento, existe o grave adicional 
de extensão de cobertura a toda a população, de modo a 
atender às exigências de financiamento juntamente com 
grandes necessidades de progresso socioeconômico. 
(RIBEIRO; PIOLI; SERVO, 2007)
A questão do financiamento em saúde representa uma dimensão 
macroeconômica que evidencia a necessidade de uma reflexão 
sobre critérios de distribuição dos recursos arrecadados pelo governo 
prioritariamente nas áreas críticas para o país.
REFLITA:
É fundamental o equilíbrio entre receitas e despesas em 
saúde, porém o financiamento não pode se restringir a 
um simples resultado contábil, uma vez que os recursos 
destinados devem ser revertidos em oferta de serviços à 
população eficazes e seguros culminando em melhoria 
da qualidade de vida.Precisamos voltar à discussão sobre 
a estrutura, a operacionalização e o modelo assistencial 
adotado. Obviamente o aumento dos custos gerados pela 
inovação tecnológica e principalmente envelhecimento 
da população caracterizam a necessidade de maiores 
investimentos na prevenção e promoção da saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
16
REFLITA:
Embora o gasto total com saúde pública no Brasil, incluindo 
os setores público e privado, esteja pouco abaixo do 
registrado nos países em desenvolvimento, esse valor é 
similar ao padrão regional de algumas nações membras 
da OCDE. A grande diferença provém no fato que os 
gastos da União, dos estados e dos municípios com saúde 
pública são muito abaixo da média dos países europeus, 
representando subfinanciamento no que tange a oferta 
de serviços necessários à população de forma universal 
e integral pelo SUS. Tal cenário se agrava ainda mais com 
aumento contínuo dos custos do setor (BRASIL, 2013).
Por esse motivo, o Brasil prioriza nas suas políticas de saúde, 
financiamento das ações de prevenção e promoção à qualidade de vida 
como a Estratégia de Saúde da Família (ESF).
RESUMINDO:
Devemos compreender como proceder legalmente 
o financiamento da Saúde Púbica no Brasil e quais os 
desafios para a efetivação do direito constitucional frente à 
desigualdade social, os modelos de assistência praticados 
e a necessidade da qualificação da gestão.
Gestão do Financiamento na Saúde
17
Da Seguridade Social ao Sistema Único 
de Saúde
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você irá compreender os princípios 
jurídico-legais da Seguridade Social no Brasil..
Antes da Constituição Federal de 1988, o sistema público de saúde 
brasileiro ofertava assistência aos trabalhadores vinculados à Previdência 
Social, deixando os demais sob a responsabilidade das entidades 
filantrópicas. 
IMPORTANTE:
Aos indivíduos excluídos do mercado formal de trabalho, 
uma dupla penalidade: além da privação de melhores 
condições de trabalho associadas ao registro em carteira, 
a exclusão da cobertura médico-hospitalar, assistencial e 
previdenciária. Restava-lhes disputarcom os mais pobres 
e indigentes a rede de assistência ofertada pelas Santas 
Casas de Misericórdia. (BRASIL, 2013. p.20).
Desse modo, insere-se no ordenamento jurídico um importante 
mecanismo de controle e proporciona a participação ativa da população 
na construção social de sua realidade de saúde e na efetivação de seus 
direitos constitucionais. 
Sabe-se que, particularmente o discurso do direito à saúde 
foi instituído a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(ONU,1948), consolidando o processo de universalização dos direitos 
humanos. No Brasil, desde a Constituição de 1824, encontra-se no 
ordenamento jurídico a temática da proteção da saúde. Porém, esse 
assunto efetivou-se somente na Constituição de 1988 e com a ratificação 
Gestão do Financiamento na Saúde
18
do Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 1992 (ROSA, 
2014; BRASIL, 2006).
Evento extremamente importante a ser citado, ocorrido no Brasil, 
em 1986, foi realizada a VIII Conferência Nacional de Saúde, na qual foram 
discutidos os temas; reformulação do Sistema Nacional de Saúde (SUS) e 
financiamento setorial. 
NOTA:
Nesta conferência também, pela primeira vez adotou-se o 
conceito ampliado de saúde, que rege as políticas atuais 
do setor e é a base da Sociologia da Saúde por incluir os 
condicionantes sociais na pauta das discussões. (SILVA, 
2016). 
Princípios Jurídico-Legais da Seguridade 
Social no Brasil
De acordo com Brasil (2013, p. 20) a instituição da Seguridade Social, 
em um conceito mais amplo de direitos, exigia maior aporte de recursos 
para suportar o aumento de gastos. Então, a Constituição dotou a 
seguridade social de um orçamento próprio, o Orçamento da Seguridade 
Social (OSS). 
Esse orçamento tem as seguintes fontes de arrecadação (BRASIL, 
2013): 
I– O faturamento das empresas, por meio da Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS), que substituiu o antigo 
Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL). 
II– O Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio 
do Servidor Público (PIS/PASEP). 
III– O lucro líquido das empresas com a criação da Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). 
Gestão do Financiamento na Saúde
19
IV– Uma parcela da receita de concursos de prognósticos e receitas 
próprias. 
V – Contribuição sobre a folha de pagamento das empresas (até 
então a principal fonte de custeio do seguro social).
NOTA:
A CF reservou um capítulo específico para a Seguridade 
Social, do artigo 194 ao 204, o que reforça o compromisso 
com o princípio da proteção social, indicando também 
fontes de custeio do sistema.
A Seguridade Social, segundo o art. 194 da CF de 1988 
(BRASIL, 1988):
DEFINIÇÃO:
Compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos poderes públicos e da sociedade destinado a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social”. (BRASIL, 1988)Além dos mandamentos 
constitucionais, há ainda um conjunto de leis e normas que 
a regulamentam, a saber (BRASIL, 2013): 
 • Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990).
 • Lei nº 8.142/1990.Lei Orgânica da Seguridade 
Social (Lei nº 8.212/1991).
 • Lei nº 8.213/1991.
 • Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n° 
8.742/1993).
 • Emenda Constitucional nº 29/2000. 
 • Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que 
regulamenta a Lei nº 8.080.
 • Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012.
 • Decreto nº 7.827, de 16 de outubro de 2012.
Gestão do Financiamento na Saúde
20
EXPLICANDO MELHOR:
Todos esses instrumentos tratam de questões relativas ao 
financiamento do SUS.
As contribuições sociais foram criadas pela Assembleia Nacional 
Constituinte como sustentáculo da política de proteção social, instituída 
em 1988. Delas vêm os recursos para o custeio da Seguridade Social – 
saúde, previdência e assistência. (BRASIL, 2013)
RESUMINDO:
Devemos compreender a dinâmica do financiamento da 
saúde pública no Brasil.
Gestão do Financiamento na Saúde
21
Financiamento da Saúde Brasileira e o 
Desafio da Desigualdade
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você saberá discernir sobre o 
financiamento da saúde no Brasil frente o desafio da 
desigualdade social.
Chamamos de contexto a conjuntura atual, na qual se insere o 
sistema de saúde brasileiro. Para se realizar esse diagnóstico, devemos 
analisar as transformações no que se refere às sensíveis mudanças 
ocorridas nas esferas políticas, econômicas, sociais e demográficas com 
gênese na segunda metade do século XX. Muitas dessas transformações 
refletem as desigualdades socioeconômicas e o acesso aos serviços 
públicos de saúde. (PAIM; ALMEIDA FILHO, 2014)
IMPORTANTE:
Os dados epidemiológicos evidenciam drástica redução 
da proporção da mortalidade por doenças infecciosas e 
parasitárias, e o aumento alarmante das causas crônico-
degenerativas e agravos relacionados a acidentes e 
violência. Ressalta-se que essa modificação não representa 
a erradicação das doenças transmissíveis, mas sim uma 
drástica alteração das proporções das etiologias de 
mortalidade. (CARMO, BARRETO; SILVA JUNIOR, 2003) 
No Brasil, podemos citar a ineficiência na solução para problemas 
estruturais e básicos, condições de vida inadequadas, baixa qualidade de 
vida e a questão ambiental, que, sobrepostos, refletem na manutenção 
de altos índices de morbidade e mortalidade na população, contínuos ao 
longo dos anos. (CARMO; BARRETO, 2007)
Gestão do Financiamento na Saúde
22
NOTA:
Uma análise do cenário da morbimortalidade da população 
brasileira demonstra indicadores econômicos incompatíveis 
aos dos seus indicadores sociais. 
No quesito saúde, ainda se observa a tendência de melhoria de 
alguns indicadores, porém evidencia-se lenta velocidade de transformação 
o que propicia a persistência e a ampliação das desigualdades. 
(CARMO, BARRETO; SILVA JUNIOR, 2003)Os indicadores evidenciam 
diversas realidades sociais vigentes no País, fator que demandam focos 
distintos na formulação de políticas e para melhoria das assimetrias em 
saúde, considera-se as diferenças demográficas, epidemiológicas e 
socioeconômicas, característicos no Brasil, definidos e explicados pelos 
determinantes de saúde no diagrama da Figura 2. (IBGE, 2009)
Figura 2 – Marco conceitual dos determinantes sociais da saúde
Fonte: BRASIL, 2015, p. 121. 
A desigualdade entre as regiões é muito visível quando se comparam 
indicadores de saúde. Verifica-se que as doenças cardiovasculares 
representam a segunda causa de internações hospitalares nas Regiões 
Sul e Sudeste, vindo as doenças infecciosas e parasitárias (DIPs) na 
sequência. 
Gestão do Financiamento na Saúde
23
IMPORTANTE:
Na Região Nordeste, as DIPs ainda representaram a 
segunda causa de internações, enquanto as doenças 
cardiovasculares vêm posteriormente, invertendo o perfil e 
demonstrando grande cunho socioeconômico no desenho 
da morbimortalidade regional. (IBGE, 2009; CARMO; 
BARRETO; SILVA JUNIOR, 2003)A situação de saúde no 
Brasil é um assunto complexo e dinâmico de se analisar 
devido às características específicas do País como a 
dimensão territorial, as variações regionais, a miscigenação 
e a grande desigualdade social que ainda persiste. 
NOTA:
Na última década, as doenças não transmissíveis 
têm sido a principal causa mortalidade em todo o 
mundo, apresentando tendência crescente devido ao 
envelhecimento da população. 
No Brasil, o cenário retrata igualmente predomínio das doenças 
não transmissíveis e relevante carga de mortes por causas externas, 
predominantes no sexo masculino, principalmente na faixa de 15 a 59 anos. 
(BRASIL, 2015)Sendo assim, os homens indicam maior risco de morrer do 
que as mulheres, porém, as doenças cerebrovasculares e o infarto agudo 
do miocárdio, figuram como as maiores causas de mortalidade geral. 
As mulheres seguem-se por pneumonias, diabetes mellitus 
e doenças hipertensivas. Os homens, por altas taxas de homicídios, 
pneumonias e acidentesde transporte terrestre. Importante ressaltar, 
os homicídios foram como relevantes causas de mortalidade de pardos, 
pretos e indígenas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. (BRASIL, 
2015)NOTA: 
Expande-se a tendência de envelhecimento da população 
brasileira justificada pelo aumento significativo da expectativa de vida e 
pelo declínio sustentado da fecundidade. 
Gestão do Financiamento na Saúde
24
Até os anos 60 a população brasileira era jovem, com cerca de 
metade de das pessoas composta por indivíduos abaixo dos 20 anos, 
e menos de 3% acima dos 65 anos. Porém, a partir dos anos 70, inicia-
se um estreitamento crônico na base da pirâmide etária brasileira e, 
consequentemente, um envelhecimento populacional consistente. 
(BATISTELLA, 2007)Assim, podemos concluir que o Brasil, apesar de ter 
reduzido muito as iniquidades nas últimas décadas, ainda é um dos países 
com as maiores desigualdades sociais no mundo. 
RESUMINDO:
Nosso perfil de morbimortalidade acompanha uma tendência 
mundial de altas taxas de mortes, tendo as doenças 
crônicas não transmissíveis, em especial enfermidades 
cardiovasculares, mas também apresenta dados de um país 
violento, com homicídios e acidentes de transporte terrestre 
como principais causas externas de mortalidade. 
Condicionantes Sociais de Saúde-Doença
Antigamente, a definição mais utilizada para saúde era  a “ausência 
de doenças“, porém a Organização Mundial de Saúde (OMS), buscando 
um conceito mais ampliado, definiu como sendo, não apenas a ausência 
de doença, mas “a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social”. 
Essa definição, era avançada demais para a época em que foi concebida 
por envolver os aspectos sociais do processo de saúde-doença. (OMS, 
1948)Posteriormente, foi pensado o modelo de Dahlgren e Whitehead, que 
apresenta a Teoria dos Determinantes Sociais de Saúde (DSS) condicionando 
o processo de saúde e doença à aspectos sociais, culturais, ambientais, entre 
outros. Esse modelo defende a determinação social da saúde que estratifica 
os determinantes em diferentes camadas, desde os macrodeterminantes – 
relacionados às condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais 
–, até os determinantes proximais, tais como estilo de vida dos indivíduos, 
idade, sexo e fatores hereditários. (CNDSS, 2008)
Gestão do Financiamento na Saúde
25
IMPORTANTE:
A abordagem conceitual proposta por Dahlgren e 
Whitehead foi apresentada de forma simplicidade e de fácil 
compreensão para os diversos tipos de público e pela clara 
visualização gráfica dos diversos DSS por Determinantes da 
Saúde. (SOBRAL; FREITAS, 2010)
Figura 3 – Determinantes de Saúde por Dahlgren e Whitehead
Fonte: SOBRAL; FREITAS, 2010, p. 39.
A teoria dos determinantes sociais do processo saúde-doença 
expressa que a medicina não pode ignorar os contextos públicos e 
econômicos envolvidos na causalidade das doenças. A organização 
comunitária, a situação socioeconômica dos povos, sua educação e seus 
hábitos culturais assumem, nessa perspectiva, o ônus pelo processo de 
adoecimento dos indivíduos. (LANDMANN, 1982)De acordo com a OMS, 
Gestão do Financiamento na Saúde
26
a saúde, é um direito social, inerente à condição de cidadania e deve 
ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou 
condição socioeconômica, apresentada como um valor coletivo, um bem 
de todos. 
IMPORTANTE:
Em uma publicação de 2000, a Organização das Nações 
Unidas (ONU) reforça esse conceito, apontando quatro 
condições mínimas para que um Estado assegure o direito 
ao bem estar do seu povo: disponibilidade financeira, 
acessibilidade, aceitabilidade e qualidade do serviço de 
saúde pública do país. (OMS, 2003)
Cenário Nacional da Saúde Pública 
O envelhecimento populacional brasileiro acompanha uma 
tendência mundial de aumento da parcela etária de pessoas com mais 
de 60 anos, sendo que os idosos com 80 anos ou mais constituirão um 
grupo expressivamente importante. No Brasil, a transição demográfica 
e epidemiológica elevou a expectativa de vida e trouxe a preocupação 
com a qualidade de vida agregada à essa longevidade. (BARRETO; 
CARRERA; MARCON, 2015)Contudo o crescimento do número de idosos 
acarreta alterações sensíveis na incidência e prevalência e nos índices 
de óbitos causados pelas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), 
o que demanda de políticas públicas que visem o cuidado contínuo e 
multidisciplinar desses usuários. (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016)
Gestão do Financiamento na Saúde
27
Figura 4 – O envelhecimento populacional é um fenômeno que carece de planejamento e 
políticas de saúde específicas.
Fonte: Freepik.
Como consequência, esse cenário juntamente com outros, 
relacionados à urbanização, violência, sedentarismo e aos hábitos de vida 
insalubres, demandam políticas públicas em todos os níveis de atenção, 
desde à atenção básica à hospitalar. 
Gestão do Financiamento na Saúde
28
O Impacto dos Modelos de Assistência 
no Financiamento do SUS
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você saberá avaliar o grande impacto 
dos modelos de assistência à saúde na operacionalização e 
financiamento da saúde pública..
Um modelo assistencial é a maneira como são organizadas, em 
uma dada sociedade e em seu tempo, as ações de atenção à saúde, 
envolvendo a articulação entre os diversos recursos envolvidos no 
cuidado como os humanos, físicos e tecnológicos disponíveis para 
atender os problemas de saúde de uma sociedade. 
Modelos de Assistência à Saúde
Considerando-se que os modelos assistenciais que se baseiam na 
compreensão da saúde e da doença e nas tecnologias disponíveis em 
determinado período social, observando-se as políticas e a ética vigentes, 
não se pode dizer que existem modelos certos ou errados, mas sim, 
aqueles que dão certo ou não quando seguidas. (SILVA JUNIOR; ALVES, 
2007)Bassinelo (2014) relata que o modelo de atenção à saúde atualmente 
vigente no SUS apresenta fragilidades entre as quais a fragmentação que 
dificulta a comunicação entre os pontos de atenção do sistema, a carência 
de sistemas logísticos e a fraca governança das redes de atenção à saúde. 
NOTA:
Busato (2017) explica que as portas de entrada do SUS 
nas RAS são aquelas dos serviços de atenção primária, 
urgência e emergência, atenção psicossocial e especiais de 
acesso aberto – como hospitais e serviços especializados 
–, logo, toda a rede do cuidado é influenciada pelo modelo 
assistencial vigente. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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O conceito de modelos assistenciais em saúde, apresentado em 
Faria et al. (2010) relaciona-se à análise de sistemas de qualidade de vida, 
existentes ou que já existiram em diferentes sociedades e, a partir de aí 
examiná-los e compará-los através de uma metodologia de compreensão 
não apenas do arcabouço organizacional que lhes sustentam, mas 
também, dos paradigmas científicos ou pensamentos por trás desses 
modelos. 
VOCÊ SABIA?
A OMS considera o sistema público de saúde da França 
como o melhor do mundo por oferecer os melhores 
cuidados de saúde em geral à sua população. Pesquise 
aqui.
No Brasil, podemos identificar diversos modelos de assistência à 
saúde em diferentes períodos da história do País. No início da República, 
por exemplo, o sanitarismo era presente, valendo-se de políticas públicas 
para as campanhas de vacinação compulsória contra as epidemias 
do momento com interesses políticos e econômicos, modalidade de 
intervenção ainda utilizada no combate às endemias e epidemias. 
Já o famoso modelo de medicina voltado para a assistência à 
doença em seus aspectos individuais e biológicos, hospitalocêntrico, com 
forte especialização médica e uso intensivo de tecnologia é denominado 
modelo biomédico (ou medicina científica ou biomedicina ou modelo 
flexneriano). (SILVA JUNIOR; ALVES, 2007)
IMPORTANTE:
O termo “flexneriano” é uma referência a Abraham Flexner, 
médico cujo relatório, em 1911, fundamentou a reforma 
doensino médico nos EUA e Canadá, estruturando toda 
a assistência médica da primeira metade do século XX e 
deixando fortes influências até a atualidade (PAGLIOSA; DA 
ROS, 2008).
Gestão do Financiamento na Saúde
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/976/1/TD_1784.pdf
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/976/1/TD_1784.pdf
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Atualmente, no país o que se vê é a busca pela implantação de um 
modelo assistencial que atenda às nossas políticas de saúde, tornando-as 
factíveis, eficientes e resolutivas. 
Política Nacional de Atenção Básica 
(PNAB)
A Atenção Básica é planejada e executada no Brasil como mais alto 
grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo próxima do cotidiano 
dos usuários em suas comunidades. Ela deve representar o contato direto 
e preferencial da população aos serviços de saúde, a principal porta de 
entrada do SUS é o centro de comunicação com todo o restante da Rede 
de Atenção à Saúde. 
IMPORTANTE:
Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios 
da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da 
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, 
da responsabilização, da humanização, da equidade 
e da participação social (BRASIL, 2017).A Portaria nº 
2.436/2017 aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes para ela, atualizando 
a legislação anteriormente e vigente.
A portaria define a Atenção Básica como sendo o conjunto de ações 
de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, 
prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de 
danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio 
de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com 
equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, 
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. (BRASIL, 
2017, p. 2)
Gestão do Financiamento na Saúde
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NOTA:
A Política de Atenção Básica é a base da política de saúde 
brasileira, mas o fortalecimento da rede hospitalar também 
se faz importante para a integralidade e a resolutividade 
das ações de saúde. 
Política Nacional de Atenção Hospitalar 
(PNHOSP)
Mesmo que o trabalho da atenção primária seja efetivo e alcance 
de qualidade máxima a nossa natureza humana não nos impede de 
envelhecer, adoecer e perecer. O foco das políticas de saúde na atenção 
primária não diminui a importância da rede hospitalar no Sistema Único 
de Saúde. 
A Portaria nº 3.390/2013 institui a Política Nacional de Atenção 
Hospitalar (PNHOSP), estabelecendo as diretrizes para a organização do 
componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde. (BRASIL, 2013)NOTA: 
A assistência hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS) visa 
garantir o atendimento aos usuários na continuidade da assistência 
prestada na atenção primária, de forma que garanta resolutividade da 
atenção.
Os hospitais são definidos de acordo com o perfil epidemiológico 
da região de saúde da qual são referência de atendimento, incorporados 
em uma Rede de Atenção à Saúde (RAS).
Gestão do Financiamento na Saúde
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DEFINIÇÃO:
São instituições de maior complexidade, com tecnologia 
superior, contando com equipe multiprofissional e 
interdisciplinar para atendimento a usuários com condições 
de saúde agudas ou crônicas potencialmente instáveis e 
com possibilidade de complicações de seu estado de 
saúde. Esse quadro justifica o cuidado contínuo em regime 
de internação (BRASIL, 2013). 
Um problema visível e muito discutido sobre a atenção especializada 
e hospitalar no Brasil é que, historicamente, ela é composta por muitas 
instituições filantrópicas, grande parte dela de pequeno porte (de até 
cinquenta leitos) e que atualmente são fonte de grande preocupação pela 
dificuldade de manutenção financeira dos mesmos. 
IMPORTANTE:
O tema é foco de estudos, deliberações e políticas específicas 
na qual se busca que esses hospitais se comuniquem na 
rede de atenção à saúde e se vocacionalizem de acordo 
com as características regionais. O que se observa no 
atual cenário é a insolvência sistemática e contínua dos 
ambulatórios microrregionais de pequeno porte, o que 
pode, à longo prazo, piorar a situação de superlotação das 
grandes enfermarias de referência macrorregional do País 
gerando grandes prejuízos aos usuários.
Gestão do Financiamento na Saúde
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Figura 5 – Antes da constituição do SUS o acesso à saúde pública no Brasil se dava pelas 
instituições filantrópicas de caridade e a previdência social
Fonte: Pixabay.
Tanto as políticas de atenção básica quanto a hospitalar, têm 
influência direta do modelo vigente de assistência à saúde que diz 
respeito ao modo como se organiza as ações de atenção ao bem-estar, 
envolvendo os aspectos humanos, tecnológicos e assistenciais. 
Desafios para a Construção de um Modelo 
Assistencial na Atenção Básica
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) pode ser entendida como a 
formulação de um modelo assistencial que indica problemas e soluções 
modelares renovando e produzindo novas ferramentas alternativas às 
opções existentes que até o momento não conseguiram se desvencilhar 
do modelo biomédico flexneriano. 
IMPORTANTE:
O modelo Saúde da Família emergiu na década de 90, no 
Brasil, fomentando a mudança no modelo assistencial em 
para atender à demanda da criação do SUS. Contudo, é na 
sua dimensão político-operacional que se encontra o grande 
desafio da construção da ESF. (FERTONANI et al., 2015) 
Gestão do Financiamento na Saúde
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SAIBA MAIS:
O financiamento de um sistema de saúde gratuito, integral 
e universal em um país de mais de 207 milhões de pessoas 
onde mais de 70% da população depende unicamente dos 
serviços públicos de saúde. Leia mais sobre esse desafio 
aqui. Para atender à essas características da ESF, com foco 
na atenção básica, preventiva e de baixa complexidade, 
esse modelo ideal precisa partir da compreensão da saúde-
doença como um processo político, histórico, sociológico e 
determinando condicionantes sociais.
IMPORTANTE:
O modelo deve ainda focar suas ações na promoção 
da saúde, reconhecer a qualidade de vida como direito 
cidadão e nortear-se pelos princípios e diretrizes do 
SUS, destacando-se a universalidade, a acessibilidade, 
continuidade do cuidado, integralidade, responsabilização, 
humanização, vínculo, equidade, participação, 
resolubilidade e intersetorialidade. (FARIA et al., 2010)
REFLITA:
Esse é o grande desafio da saúde pública brasileira: 
implementar efetivamente um modelo de assistência 
que busque a promoção do bem-estar, que incentive o 
protagonismo dos usuários e fuja do modelo biomédico 
ainda muito presente na nossa cultura e no ensino 
acadêmico dos profissionais de saúde, ou seja, construir 
um modelo “alternativo” novo, mas que mescle o melhor 
de todos os disponíveis. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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Construção de um “Novo Modelo”
Os movimentos atuais que se esforçam na construção de um novo 
modelo caminham para que se conserve bases do modelo tradicional o que 
pode gerar, ora convivência conflituosa, ora complementar entre ambos. 
IMPORTANTE:
Destacam-se, neste contexto, os movimentos que 
priorizam o cotidiano do trabalho em saúde, as relações 
interpessoais, o envolvimento e a corresponsabilização (de 
gestores, profissionais de saúde e usuários) na atenção à 
saúde, redesenhando as relações de vínculo, as ações de 
acolhimento e a humanização do cuidado em saúde. (FARIA 
et al., 2010)Desse modo, podemos concluir que o modelo 
assistencial é uma construção baseada na realidade social, 
nas suas necessidades e expectativas, em um certo período 
histórico e que se redesenha continuamente, em um 
processo altamente dinâmico em prol da melhoria contínua 
da qualidade de vida e saúde da população, prioridades de 
um sistema pautado nas pessoas e na inclusão social como 
é o SUS.
REFLITA:
Precisamos promover a reflexão sobre o modelo assistencial 
em saúde e os desafiosda atenção no País que busca no 
bem-estar da família a ampliação do acesso às ações de 
qualidade de vida, o acolhimento e a humanização das 
práticas. Porém observa-se que permanece a centralidade 
dos atos destinados ao tratamento de patologias e dos 
cuidados ao corpo biológico. Essa característica dificulta 
a efetivação da integralidade e influencia a formação 
acadêmica, a prática profissional e as relações de trabalho 
da equipe multidisciplinar. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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NOTA:
Embora tenhamos propostas e políticas estruturantes 
de um modelo assistencial que avance frente à doutrina 
biomédica ainda vigente, são grandes as dificuldades 
para sua implementação. (FERTONANI et al., 2015)Paim 
(1999) definiu modelos de atenção à saúde ou modelos 
assistenciais como combinações de recursos e tecnologias 
materiais e não materiais, empregadas nas intervenções 
destinadas à solução dos problemas e necessidades 
sociais de saúde.
À época, modelos alternativos apareceram no País como a 
oferta organizada ou programada, a vigilância da saúde, as ações 
programáticas, a qualidade de vida da família, definidos em políticas 
públicas que determinavam o foco de tais ações, a participação da equipe 
multiprofissional, da população e as responsabilidades da gestão. 
A implementação de um modelo de assistência que respeite as 
características e as necessidades de saúde de uma população, englobam 
a participação de todos os atores sociais envolvidos nesse processo de 
construção. 
IMPORTANTE:
Estudos demonstram que a incompreensão por 
parte da gestão acerca do aspecto multifatorial, da 
multidisciplinaridade, da estrutura dos serviços e dos 
processos gerenciais representam os maiores desafios na 
construção do modelo ideal para a saúde pública. 
Ainda são insatisfatórios os espaços voltados à construção coletiva 
de novas práticas de saúde pela carência dos diálogos entre gestores, 
profissionais e usuários, que mais se dedicam ao debate da organização 
e financiamento do sistema do que ao debate sobre a construção de um 
modelo efetivo de assistência à saúde. (FERTONANI et al., 2015)
Gestão do Financiamento na Saúde
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Cabe aos gestores utilizar-se de ferramentas que lhes permitam 
analisar as características próprias da sua comunidade para assim gerar 
um programa de trabalho que aproxime o modelo concreto de assistência 
em sua cidade do modelo ideal. (FARIA et al., 2010)
Figura 6 – Um modelo de assistência à saúde deve considerar as características da 
população assistida e a realidade vigente em sua época 
Fonte: Pixabay.
Para Morosini (2007), a gestão da saúde deve, na busca de 
um modelo ideal, ser democratizada, visando a horizontalização dos 
organogramas e a construção de espaços coletivos de discussão, 
apontadas como instrumentos de promoção de maior participação dos 
profissionais e da população. 
A construção coletiva dos desenhos tecnoassistenciais, a estrutura 
e os processos de gestão, bem como a viabilização de uma gestão 
participativa, constituem-se como grandes desafios. (MOROSINI, 2007) 
Gestão do Financiamento na Saúde
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IMPORTANTE:
Nesse sentido, além dos esforços dos gestores, é 
necessário o engajamento da equipe multiprofissional da 
saúde, que, às vezes, não possui formação acadêmica 
voltada a um novo modelo de assistência, sendo ainda 
difusores da dinâmica biomédica. 
Formação Profissional e a Cultura Popular
A exemplo do que ocorre em outros países que buscam a construção 
de um modelo de assistência à saúde ideal, no Brasil esse movimento 
necessita da fundamental participação dos profissionais de saúde devido 
à sua visão sobre as peculiaridades da situação de qualidade de vida da 
comunidade na qual estão inseridos, que reflete a realidade política e 
social de cada período. (CORREIA et al., 2010)Silva Junior e Alves (2007) 
defendem que é de responsabilidade da equipe profissional exercer 
as capacidades de reconhecer o contexto, comunicação acolhimento, 
escuta e compreensão dos diferentes valores e culturas para mobilizar 
soluções em resposta às necessidades de saúde da comunidade. 
IMPORTANTE:
Para tal, esses profissionais devem possuir uma formação 
mais social, ampla e contextualizada. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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Figura 7 – O planejamento das ações de saúde deve ser construído com a participação da 
equipe multiprofissional.
Fonte: Freepik
As bases curriculares devem proporcionar a formação de um 
profissional de saúde que cumpra seu importante papel na construção 
e consolidação de estratégias que promovam o desenvolvimento de 
um Sistema Único de Saúde com as características necessárias ao 
atendimento das necessidades da população. Nesse sentido, a formação 
acadêmica deve ser direcionada para a realidade sociocultural do país e 
suas regiões. (FARIA et al., 2010) 
IMPORTANTE:
O trabalho em equipe multiprofissional precisa ser também 
intersetorial. Deve articular-se com outros setores para 
trabalharem, conjuntamente, os determinantes sociais do 
processo de saúde-doença. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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Embora muitas características dos modelos de assistência antigos 
permaneçam intactas e vigentes, parece estar emergindo um modo 
atualizado de atenção e gestão no SUS, de formação dos profissionais 
de saúde pela educação permanente para a conscientização sobre um 
novo modo de se enxergar a qualidade de vida que considere a cultura e 
a participação popular. (SILVA JUNIOR; ALVES, 2007)
Delineando-se a filosofia dos modelos assistenciais, observa-se, 
ainda, pouca ênfase na análise dos determinantes do processo saúde-
doença. Fertonani et al. (2015) aponta para deficiências que envolvem a 
orientação para a demanda espontânea, o distanciamento dos aspectos 
culturais e éticos que regem as escolhas e vivências dos indivíduos e a 
incapacidade de compreender a multidimensionalidade do ser humano. 
IMPORTANTE:
Na construção de um modelo assistencial para o SUS 
é importante se promover uma mudança de cultura de 
gestores, profissionais e usuários, levando a uma melhor 
qualidade na prestação de serviços a nível nacional e 
local. (FARIA et al., 2010)A população precisa aceitar as 
estratégias formuladas baseadas na medicina preventiva, 
fundamentada em uma abordagem integral do homem, 
entregando-se ao protagonismo no cuidado à sua saúde. 
A medicina preventiva propõe o cuidado próximo do 
ambiente sociocultural dos indivíduos e suas famílias, 
fomentando a prevenção e o controle do adoecimento. Para 
isso, os usuários precisam estar engajados nesse processo 
construtivo da saúde individual coletiva. (MOROSINI, 2007)
Identificado um modelo assistencial ideal, adaptado à 
realidade de uma população, caberá à gestão a adoção de 
uma postura gerencial que lhe proporcione suporte para 
operacionalização eficiente. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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A Gestão e os Modelos de Assistência
É fato que precisamos de novos modelos de gestão em saúde 
para que as organizações alcancem níveis de excelência na prestação de 
serviços ofertados à população. Pelo que já se evoluiu na área, não é mais 
possível a adoção de modelos obsoletos de gestão pautados na hierarquia, 
na divisão do trabalho, no controle rígido, pois a atual contingência exige 
arranjos organizacionais participativos, integrativos e direcionados aos 
objetivos, necessidades e expectativas sociais. (TAMADA; BARRETO; 
CUNHA, 2013) 
Figura 8 – A gestão da saúde pública no Brasil ainda é marcada pela baixa produtividade e 
o excesso de burocracia. 
Fonte: Freepik
NOTA:
Destaca-se, como fator negativo, a alta rotatividade dos 
gestores na área da saúde pública, e a dificuldade de se 
atuar em modelos de gestão diferentes dos tradicionais.
Gestão do Financiamento na Saúde
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Nesse contexto, o trabalho baseado em ações centralizadoras, 
hierarquizadas e burocratizadas, trazem como consequência trágica 
a incapacidade gerencial, distante de alcançar a eficiência idealizadae 
atender às necessidades e complexidade do setor de saúde .(LORENZETTI 
et al., 2014)
A gestão da saúde pública no Brasil é arcada pelo excesso de 
burocracia e a baixa produtividade, o que acaba por elevar o custo dos 
serviços. Assim sendo, o setor público de qualidade de vida precisa pensar 
em redução de custos (com eliminação de desperdício e retrabalho); 
aumento da qualidade de atendimento; e capacitação profissional de suas 
lideranças. (LIMA, 2007) 
IMPORTANTE:
Não há dúvidas sobre o tamanho do desafio que é a 
gestão da saúde pública brasileira, sendo necessária uma 
visão holística sobre o funcionamento do setor por parte 
dos governantes e gestores para se buscar propostas 
resolutivas para a qualidade em tais serviços. 
Pela complexidade que envolve, a gestão em saúde pública 
demanda que o gestor possua uma capacidade de enxergar o sistema 
de saúde como um todo. A função engloba a gestão de redes, unidades 
básicas, hospitais, laboratórios, clínicas e demais serviços públicos, 
trabalhando em um uníssono em prol da qualidade de vida da população. 
De acordo com Lorenzetti et al. (2014) abrangem três grandes 
dimensões: os cuidados diretos (singulares e multidisciplinares); as 
diversas instituições de saúde; e a operacionalização das redes de saúde 
voltadas para a assistência universal, integral, de qualidade e eficiente 
para as necessidades da população. 
Gestão do Financiamento na Saúde
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EXPLICANDO MELHOR:
Essa afirmação, além de envolver os preceitos da administração, 
traz os valores que orientam a concepção de saúde e de direito 
do cidadão. De um modo geral, a gestão nessa área consiste 
em uma resposta política frente aos problemas de bem-estar 
público, considerando custos, demandas e a legislação da 
saúde do país. (FERTONANI et al., 2015)
O gestor deve desenvolver essa capacidade de enxergar todas 
as peças que compõem o sistema, conhecer e compreender toda a 
legislação inerente, organizar o trabalho multiprofissional e ser sensível às 
necessidades sociais e de saúde da população. 
Figura 9 – O gestor deve desenvolver a capacidade de enxergar todas as peças que 
compõem a complexidade do sistema de saúde.
Fonte: Pixabay.
Assim, esse “olhar macro” sobre o setor saúde, apesar de complexo é 
possível, respeitando todos os atores envolvidos, buscando os objetivos do 
processo, a eficácia, o atendimento às expectativas dos usuários, a eficiência 
na otimização dos recursos, a gestão dos custos de todo o processo, dentro 
da legislação. É preciso definir-se os objetivos do processo para se alinhar e 
focalizar os pontos a serem trabalhados ou melhorados. (LIMA, 2007)
Gestão do Financiamento na Saúde
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SAIBA MAIS:
Tamada, Barreto e Cunha (2013) destacam alguns 
modelos de gestão em saúde atualmente utilizados como 
alternativas à superação dos tradicionais e obsoletos ainda 
vigentes no País. Entre eles, a Gestão da Qualidade, das 
Redes de Atenção à Saúde – RAS, da Gestão Estratégica e 
da Gestão Participativa – Cogestão. 
A integralidade e a resolutividade do cuidado em saúde dependem 
da oferta dos serviços, sua execução com qualidade e sua gestão 
baseadas em princípios doutrinários fundamentais, legislação, e nos 
aspectos gerenciais (que envolverá os aspectos estruturais do sistema e a 
aplicação dos recursos disponíveis). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003) entende que, para 
se atender às expectativas de saúde das populações, faz-se essencial 
garantir a cobertura universal evoluindo para a promoção, proteção 
e recuperação da qualidade de vida. Sabendo-se que, no Brasil, a 
expectativa e insatisfação da população com os serviços de saúde é fato 
público e notório, estratégias devem ser desenvolvidas com o objetivo de 
sanar as queixas sociais nesse quesito.
RESUMINDO:
Nessa unidade discutimos a legislação sobre o financiamento 
da saúde pública no Brasil, desde à seguridade social ao 
SUS. Analisamos como a desigualdade e os condicionantes 
sociais da saúde-doença interferem diretamente na 
qualidade de vida da população impactando diretamente o 
financiamento e a necessidade de alocação de recursos do 
setor. Por fim, concluímos que os recursos limitados nessa 
área somente serão racionalmente aplicados, obtendo-se 
a devida efetividade que se espera, respeitado o modelo 
de assistência em evolução, preconizados pelas nossas 
políticas públicas de saúde.
Gestão do Financiamento na Saúde
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para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e 
serviços públicos de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 set. 
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BRASIL. Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012. 
Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre 
os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; 
estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a 
saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas 
com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis 
nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e 
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 set. 2012.
BRASIL. Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
Gestão do Financiamento na Saúde
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organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990. 
BRASIL. Lei Nº 8.142/90, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a 
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e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na 
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