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Relatório de Estágio em Educação Infantil

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO COLÔNIA DO SABER 
Juliana Vitoria Rodrigues Vaz 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO MÓDULO I: 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2023 
 
 
 
Juliana Vitoria Rodrigues Vaz 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO MÓDULO I: 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
Relatório de Estágio apresentado para a 
conclusão do Estágio Supervisionado do 
Módulo I do Instituto de Educação Colônia 
do Saber. 
 
Tutor: Rafael Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2023 
 
 
 
SUMÁRIO: 
 
1 - INTRODUÇÃO...........................................................................................4 
2 – DESENVOLVIMENTO - RELATO DA EXPERIÊNCIA........................5 
3 - CONCLUSÃO.............................................................................................8 
4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – INTRODUÇÃO 
Num mergulho profundo no fascinante universo da Educação Infantil, este registro 
surge como um relato minucioso e reflexivo da minha imersão de agosto a dezembro, durante 
um estágio envolvente e impactante. O propósito principal é revelar e compartilhar detalhes, 
vivências e conhecimentos adquiridos ao conviver diariamente com a riqueza diversificada 
que caracteriza essa fase crucial do crescimento humano. 
Ao longo deste texto, buscarei não apenas relatar as experiências vividas, mas 
também expressar os sentimentos, enfrentar os desafios e revelar as descobertas que 
permearam minha trajetória na Educação Infantil. Este documento não se restringe à 
descrição e ao registro de atividades e interações, mas também visa fornecer análises 
embasadas em teorias pedagógicas, contribuindo para uma compreensão mais ampla e 
fundamentada desse ambiente educacional singular. 
Inicialmente, guiarei o leitor por um tour pela instituição de caráter privado onde 
realizei o estágio, delineando sua estrutura física, os fundamentos do ensino oferecido em 
suas diferentes etapas e as parcerias estratégicas estabelecidas com instituições de ensino, 
revelando um panorama abrangente do contexto escolar no qual estive inserido. Além disso, 
destacarei a área geográfica que envolve essa instituição e a variedade do público atendido, 
apresentando um retrato vívido do ambiente que influencia a experiência educativa. 
No entanto, o cerne desta narrativa reside na própria essência da Educação Infantil. 
Aqui, percorrei cuidadosamente a sala de aula, expondo minhas observações sobre a 
dinâmica das turmas acompanhadas, os detalhes da rotina e o desenvolvimento das 
atividades, em busca não apenas do que foi ensinado, mas também de como foi absorvido 
por esses jovens aprendizes em constante evolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 – DESENVOLVIMENTO - RELATO DE EXPERIÊNCIA: 
Durante o Estágio Supervisionado de Educação Infantil, estive na Escola Municipal 
Senador Francisco Gallotti, localizada em Cascadura, na zona norte do Rio de Janeiro. Este 
local reflete uma disparidade socioeconômica comum em muitas áreas da nossa cidade. A 
escola atende desde crianças pequenas até o 5º ano do Ensino Fundamental. 
A estrutura física assemelha-se ao padrão das escolas públicas, com um pátio e três 
andares. As salas para as crianças pequenas estão localizadas no primeiro andar, no entanto, 
a falta de banheiros neste andar dificulta a locomoção delas, pois são muito pequenas e 
frequentemente precisam de auxílio para utilizar o banheiro. 
As turmas de educação infantil dessa escola são separadas por: uma turma integral 
para crianças de 3 anos, duas turmas integrais para 4 anos e duas turmas parciais para 5 anos. 
Durante as do estágio, acompanhei de perto a turma EI-42 (crianças de 4 anos), seguindo as 
orientações do nosso manual de estágio. Esta experiência ampliou minha compreensão sobre 
o ensino e a dinâmica pedagógica no início da educação. 
A única turma que conta com duas auxiliares é a turma do EI-31 (crianças de 3 anos), 
as outras turmas, mesmo necessitando, não possuíam um funcionário auxiliar se quer. Na 
turma com 22 crianças, uma minoria havia dificuldades em realizar as atividades propostas 
sozinhas, e, por conta da grande demanda da professora que precisa dar uma atenção maior 
aos dois autistas laudados e uma com mielomeningocele, não possuíam uma atenção 
direcionada. 
Durante minha presença na turma, tive a oportunidade de oferecer assistência a 
alguns alunos com suas dificuldades específicas. Ao auxiliá-los, pude observar de perto 
como a mediação, conceituada por Vygotsky em suas teorias sobre desenvolvimento infantil, 
pode ser aplicada na prática. A autor descreve a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) 
como a distância entre o nível de desenvolvimento real, onde a criança consegue resolver 
problemas de forma independente, e o nível de desenvolvimento potencial, no qual ela 
consegue resolver problemas com o auxílio de um adulto ou colaboração de colegas mais 
habilidosos. Essas interações reforçaram a importância do suporte individualizado para 
estimular o aprendizado, evidenciando como a mediação pode promover avanços no 
desenvolvimento das crianças com necessidades específicas, aproximando seu nível de 
desenvolvimento real do potencial. 
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As salas de aula oferecem um espaço acolhedor e colorido para as crianças, com 
iluminação natural e ventilação adequada, enquanto a disposição das carteiras é ajustada para 
a interação e atividades em grupo. Sendo utilizada uma variedade de métodos, incluindo 
jogos educativos adequados para cada faixa etária, a professora regente prepara os planos de 
aula e participa ativamente do planejamento do curso. Ademais, a professora utiliza uma 
avaliação formativa, observando o desenvolvimento e progresso das crianças, elaborando 
relatórios considerando o desempenho individual e coletivo. Reconhecendo e valorizando a 
importância do brincar no processo educacional, a regente busca promover atividades 
lúdicas para estimular o desenvolvimento integral das crianças. 
Estar presente no cotidiano da turma EI-42 proporcionou uma visão mais completa 
sobre o desenvolvimento socioemocional, cognitivo e físico nessa faixa etária. Isso ressaltou 
a importância de estratégias pedagógicas que promovam a autonomia, a expressão criativa e 
o desenvolvimento integral no processo inicial de aprendizado. A participação ativa na 
preparação e execução dos planos de aula permitiu a observação direta da aplicação das 
teorias de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo. Durante esse período, foi evidente 
como as atividades foram adaptadas para se adequarem aos diferentes estágios de 
desenvolvimento das crianças, refletindo os conceitos piagetianos dos estágios sensório-
motor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal. 
Foi possível notar a presença dos princípios de assimilação e acomodação, 
fundamentais na teoria de Piaget, os quais explicam como as crianças constroem ativamente 
seu conhecimento ao interagir com o ambiente. A presença de métodos lúdicos e a utilização 
de jogos educativos refletiram as ideias de autores contemporâneos como Bruner e sua teoria 
da aprendizagem pela descoberta (a curiosidade do aluno e o papel do professor como 
instigador dessa curiosidade). 
Durante o período na escola, testemunhei a resiliência e o comprometimento dos 
educadores diante das limitações estruturais. Eles se empenhavam em atividades 
pedagógicas criativas, apesar das limitações do ambiente, demonstrando compromisso em 
proporcionar uma educação de qualidade. A interação com a turma mostrou a necessidade 
de abordagens diferenciadas para atender às necessidades específicas dessas crianças. 
Foi notável o esforço dos professores em criar um ambiente acolhedor e estimulantepara as crianças. Mesmo diante das limitações estruturais, eles procuravam estratégias para 
oferecer experiências educativas enriquecedoras. As atividades eram planejadas de maneira 
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criativa e adaptadas ao espaço disponível, sempre visando o desenvolvimento integral dos 
alunos. 
A imersão no Projeto Político Pedagógico (PPP) voltado para as Raízes Africanas 
permite compreender a integração dessas temáticas no currículo, evidenciando a participação 
em eventos culturais, a avaliação dos recursos didáticos, bem como o envolvimento da 
comunidade para fortalecer a valorização e o conhecimento das tradições africanas no 
contexto educacional e social da escola. Esta imersão ativa não apenas proporciona uma 
compreensão mais ampla dos objetivos da instituição, mas também contribui para a inserção 
e o desenvolvimento de práticas alinhadas à promoção da diversidade e da valorização 
cultural. 
Dois exemplos importantes da aplicação desse PPP são a criação de bonecas 
africanas Abayomi e a apresentação de histórias infantis com protagonismo negro, que 
oferecem oportunidades para o desenvolvimento da diversidade cultural e o reconhecimento 
das raízes africanas na escola. A confecção das bonecas Abayomi conecta os estudantes com 
uma tradição histórica africana, destacando a importância da preservação e valorização das 
heranças culturais. Da mesma forma, ao apresentar histórias infantis com personagens 
negros como protagonistas, as crianças são expostas a narrativas inclusivas que refletem a 
diversidade étnica e promovem a identificação positiva, contribuindo para a construção de 
uma consciência cultural mais ampla e inclusiva entre os estudantes. Essas atividades 
enriquecem o ambiente escolar com elementos culturais diversos e incentivam a valorização 
da cultura africana e o respeito à pluralidade étnica desde a infância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – CONCLUSÃO 
Ao refletir sobre o período de estágio na Educação Infantil na Escola Municipal 
Senador Francisco Gallotti, é notável a riqueza de aprendizados e experiências que foram 
adquiridos durante esse período significativo. Quando iniciei esta jornada, minhas 
expectativas estavam permeadas de curiosidade e desejo por compreender a dinâmica e os 
desafios inerentes ao ambiente educacional nessa fase crucial do desenvolvimento infantil. 
Ao longo desses meses de imersão, pude testemunhar a diversidade e a singularidade 
das vivências de cada criança, assim como as estratégias pedagógicas empregadas para 
promover um ambiente de aprendizado estimulante e inclusivo. A relação teoria-prática se 
revelou ainda mais relevante, permitindo-me aplicar conceitos teóricos de grandes 
estudiosos da pedagogia, como Vygotsky, Piaget e Bruner, na realidade da sala de aula. A 
observação direta das crianças, suas interações e o desenvolvimento em diferentes áreas 
foram essenciais para compreender a importância da mediação, da adaptação das atividades 
e do reconhecimento das necessidades individuais para um ensino mais eficaz. 
Entretanto, não posso deixar de mencionar os desafios encontrados, como as 
limitações estruturais da instituição, que demandaram criatividade e resiliência por parte dos 
educadores para proporcionar experiências educativas enriquecedoras. A escassez de 
recursos humanos, especialmente em turmas com necessidades específicas, destacou a 
importância crucial de suporte individualizado e a busca por abordagens diferenciadas para 
atender às necessidades de cada criança. 
Essa experiência foi fundamental para o meu crescimento pessoal e profissional. O 
contato direto com a prática pedagógica reforçou a necessidade de adaptação e flexibilidade 
no planejamento das aulas, assim como a valorização do brincar como parte integrante do 
processo educacional. Além disso, a imersão no Projeto Político Pedagógico voltado para as 
Raízes Africanas evidenciou a importância da valorização da diversidade cultural desde a 
infância, reforçando a relevância de práticas inclusivas e representativas no contexto 
educacional. 
Para minha futura vida profissional, levo a bagagem de aprendizados valiosos. A 
capacidade de observação, a compreensão da importância da adaptação das práticas 
pedagógicas às necessidades individuais dos alunos, bem como a valorização da diversidade 
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e o compromisso com uma educação mais inclusiva e representativa são aspectos que serão 
fundamentais em minha atuação como educador. 
Aprendi que, além do conhecimento teórico, é a prática e a empatia pelo 
desenvolvimento integral de cada criança que moldam a experiência educacional. Encerro 
este relato agradecendo pela oportunidade de vivenciar essa jornada transformadora na 
Educação Infantil, que, sem dúvida, deixará marcas profundas e duradouras em minha 
trajetória profissional e pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Apostila CND de Metodologia de Educação Infantil. Rio de Janeiro: IECS, 2019. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Referencial curricular 
nacional para a educação infantil. Brasília, 1998. 
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases. Brasília, 1996. 
Os 4 estágios de Piaget: Entenda fases do desenvolvimento cognitivo. Disponível em: 
<https://www.ninhosdobrasil.com.br/quais-sao-os-4-estagios-de-piaget>. Acesso em: 27 
dez. 2023. 
Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Disponível em: 
<http://vclipping.planejamento.sp.gov.br/Vclipping1/index.php/Zona_de_Desenvolviment
o_Proximal_(ZDP)>. Acesso em: 27 dez. 2023. 
Bruner. Disponível em: 
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=70&evento
=9>. Acesso em: 27 dez. 2023.