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Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 1 Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis Degenerações É a lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das células Degenerações por acúmulo de água e eletrólitos - degeneração hidrópica Degenerações por acúmulo de proteínas - degenerações hialina e mucoide Degenerações por acúmulo de lipídios - esteatoses e lipidoses Degenerações por acúmulo de carboidratos - glicogenoses e mucopolissacaridoses Degeneração Hidrópica É a lesão celular reversível caracterizada por acúmulo de água e eletrólitos no interior de células, sendo uma lesão não letal Apresenta células tumefeitas por aumento de volume PATOGÊNESE DA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA No estado fisiológico, o transporte de elétrons acontece contra um gradiente de concentração, através da bomba de sódio e potássio, onde 3 íons de Na são bombeados para a MEC e 2 íons K para a MIC. Na degeneração hidrópica acontece uma falha na bomba de sódio e potássio, resultando em uma entrada de Na+ e saída de K+, que como consequência há uma retenção de água (onde o sódio vai, a água vai atrás). ETIOLOGIA Alguns dos agressores que reduzem a produção de ATP são: hipóxia, inibidores da cadeia respiratória, desacopladores da fosforilação mitocondrial e agentes tóxicos que lesam a membrana mitocondrial, hipertermia exógena ou endógena (febre), substância inibidoras da ATPase NA+/K+ dependente, pois lesam diretamente as membranas Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 2 MECANISMOS DE ACÚMULO Independente da etiologia, todas essas situações são conduzidas a um fenômeno comum: Retenção de Sódio > > Redução do Potássio Intracelular > > Aumento da Pressão Osmótica Intracelular > > Entrada de Água no Citoplasma > > Expansão Isosmótica da Célula MORFOLOGIA DA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Macroscopicamente: Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 3 Microscopicamente: Células são tumefeitas, citoplasma apresenta aspecto granuloso e mais acidófilo Degeneração Gordurosa - Esteatose É o acúmulo de gorduras neutras (mono, di ou triglicerídeos) no citoplasma de células que, normalmente, não as armazenas Principais locais: fígado, rins e coração ETIOLOGIA Ocorre quando há alteração do metabolismo de ácidos graxos da célula. Alguns fatores que levam a esteatose são agentes tóxicos, hipóxia, alterações na dieta e distúrbios metabólicos PATOGÊNESE DA ESTEATOSE Em condições normais, os lipídios são absorvidos no intestino e ocorre lipólise do tecido adiposo, ácidos graxos e triglicerídeos da circulação nos hepatócitos. Quando há um aumento da captação e síntese de TG nos hepatócitos e uma baixa utilização, transporte ou excreção há o que chamamos de esteatose. Álcool É a causa mais conhecida e estudada de esteatose hepática. No fígado, o álcool é metabolizado por 3 vias, com um gasto de 1 NAD durante a metabolização. Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 4 Quando há menor disponibilidade de NAD há falha na lipólise e com uma maior disponibilidade de acetil-CoA temos um estímulo de lipogênese Quando há ação do acetaldeído e de radicais livros sobre os citoesqueletos há uma prejuízo no transporte de vesículas de lipoproteínas no retículo endoplasmático liso Desnutrição causa redução na disponibilidade de proteínas para a síntese de lipoproteínas Hipóxia Em casos de anemia, insuficiência cardíaca ou respiratória, etc, temos um caso de hipóxia. Na hipóxia, há menor disponibilidade de O2 no Ciclo de Krebs, há um aumento de ácidos graxos a partir do excesso de acetil-CoA e uma diminuição da síntese de lipídeos complexos, o que gera um acúmulo de TG Desnutrição Proteico-energética Nesses casos, há diminuição na síntese das apoproteínas e resulta em uma mobilização de lipídeos do tecido adiposo, aumentando o aporte de ácidos graxos para o fígado Agentes Tóxicos Lesão de retículo endoplasmático com redução de síntese de apoproteínas Obesidade É um problema de saúde pública, com aumento de peso, há também um aumento para doenças cardiovasculares e DM tipo II O excesso de ácidos graxos induz aumento da oxidação de ácidos graxos no REL e em Peroxissomos. Há aumento também de radicais livres, que alteram proteínas do citoesqueleto, dificultam o transporte de lipoproteínas e acúmulo de TG no citosol MORFOLOGIA DA DEGENERAÇÃO GORDUROSA - ESTEATOSE Macroscopicamente, há um aumento de peso, volume e diminuição da consistência, além de coloração amareladas Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 5 Microscopicamente temos micro ou macro vacúolos, além de um núcleo deslocado para periferia. Há uma coloração diferencial chamada de Sudam III. Degeneração Gordurosa - Lipidoses Acúmulos de outros lipídios que não TG Depósitos de colesterol e seus ésteres Aterosclerose e xantomas Degeneração Hialina Acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células, causando um aspecto de vidro. CORPÚSCULO HIALINO DE MALLORY-DENK Hepatócitos de alcoólatras crônicos, esteato-hepatite não alcoólica, na cirrose juvenil da índia e no carcinoma hepatocelular. Os filamentos intermediários (ceratina) associados a outras proteínas do citoesqueleto Processos Degenerativos - Lesões Reversíveis 6 Ação de radicais livres sobre proteínas do citoesqueleto Aglomerados que se precipitam É um material grumoso e hialino, homogêneo e eosinófilo localizado nos hepatócitos balonizados, geralmente visualizável em meio aos vacúolos lipídicos. CORPÚSCULO DE NEGRI Acúmulo de nucleoproteínas virais e/ou de produtos da reação à infecção viral inclusões intracitoplasmáticas em neurônios infectados na raiva CORPÚSCULO DE RUSSELL Acúmulo excessivo de imunoglobulinas em plasmócitos, apresentam núcleos em roda de carroça Frequentes em algumas inflamações agudas, como salmoneloses, e inflamações crônicas, como a leishmaniose tegumentar e osteomielites GOTICULAR Indivíduos com proteinúria Epitélio tubular renal por endocitose excessiva de proteínas