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Objetiv o Conhecer e abordar de uma forma geral a etiopatogênese das neoplasias, entendo as etapas da carcinogênese e os principais carcinógenos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Introduç ão Células tumorais originam-se de células normais que sofreram alterações no DNA (fatores genéticos) ou em mecanismos que controlam a expressão gênica (fenômenos epigenéticos) em um ou mais locos envolvidos no controle da divisão e da diferenciação celulares. Nesse processo, são as células de reserva ou basais nos epitélios, células-tronco nos tecidos hematopoéticos e as células em G0 os alvos principais dos agentes tumorigênicos. A carcinogênese é um processo complexo, multifásico e dependente de fenômenos genéticos e epigenéticos que culminam no surgimento de clones de células imortalizadas que adquirem a capacidade de se multiplicar autonomamente, de invadir os tecidos vizinhos e de dar metástases. Deste modo... Os tumores são monoclonais, ou seja, formados por um clone que venceu a barreira do controle da proliferação celular e tornou-se imortal; desse clone surgem descendentes (subclones) com capacidade variada de sobreviver, invadir tecidos e se implantar a distância. Embora não se possam estabelecer com precisão as etapas da transformação maligna, não há dúvidas de que o processo é multifásico, ainda que uma sequência comum de etapas não possa ser estabelecida. Há várias tentativas de separar as características fenotípicas mais importantes que marcam o processo de carcinogênese, havendo consenso de que células neoplásicas adquirem as seguintes características fenotípicas: - Autonomia de proliferação; - Insensibilidade aos sinais inibidores de mitose; - Evasão de apoptose; - Evasão de senescência replicativa; - Autonomia de sobrevivência; - Instabilidade genômica; - capacidade de evasão do sistema imunitário e; - capacidade de invadir e de metastatizar. O notável avanço no conhecimento sobre etiologia e patogênese das neoplasias trouxe a constatação de que fatores genéticos e componentes ambientais, notadamente alguns vírus, certos agentes físicos e substâncias químicas variadas, têm papel no aparecimento de vários tumores humanos e de animais. Em outras palavras: os tumores são entendidos como o resultado de agressões ambientais em um indivíduo geneticamente suscetível. CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DIFERENTE A CAUSA AMBIENTAL A INFLUÊNCIA GENÉTICA - Como não existe causa única para o câncer, também não existe um modo único de ação dos agentes cancerígenos; - O câncer é o resultado final de um processo complexo que se desenvolve em vários estágios; - Em cada um deles, ocorrem alterações genéticas e epigenéticas em células suscetíveis, as quais acabam adquirindo crescimento seletivo e expansão clonal. Causa x Efeito A potência de um agente cancerígeno pode ser definida como a probabilidade que ele tem de provocar neoplasia em determinadas condições (genéticas, nutricionais etc.), em determinado período, para determinada espécie animal e para determinada célula. - Todos os cancerígenos químicos, físicos ou biológicos têm como alvo o DNA, portanto os genes; - Hoje está bem claro que os cânceres surgem por alterações em grupos de genes associados a proliferação e diferenciação das células. - A ideia atual pressupõe que o câncer se desenvolve, em última instância, em um substrato molecular das células (o DNA), sobre o qual atuam fatores ambientais de ordem variada; - Por esse entendimento, o câncer pode ser considerado uma doença genômica de células somáticas. Na verdade, consideram-se as neoplasias como doenças provocadas por alterações na expressão de certos genes, especialmente daqueles que regulam a proliferação e a diferenciação celulares, as quais conferem às células malignas as propriedades de imortalidade, de invadir tecidos e de formar novas colônias a distância. A proliferação e a diferenciação celulares dependem de vários genes, cujos produtos: - Estimulam a multiplicação celular, - Controlam a proliferação dentro dos limites fisiológicos para cada tecido, - Regulam a apoptose, - Comandam o reparo do DNA, constituindo os genes "guardiães" do genoma, - Os envolvidos nos mecanismos de silenciamento genético, por meio de regulação da metilação do DNA e da desacetilação da cromatina. RESPONSÁVEIS PELO FENÔMENO DE INSTABILIDADE GENÔMICA OBSERVADA NA MAIORIA DAS NEOPLASIAS. UMA NEOPLASIA SURGE QUANDO OCORREM ANORMALIDADES EM UM OU MAIS DE UM DESSES GENES.” Oncogenes “Os oncogenes são genes que, quando expressos em células do hospedeiro causariam o aparecimento de uma neoplasia.” PROTOONCO GENES ONCOGENES É necessário destacar que os genes envolvidos na carcinogênese estão presentes em células normais, têm expressão regulada e participam na proliferação e na diferenciação celulares, processos básicos para a existência das células. Produtos de proto- oncogenes Os oncogenes e seus congêneres normais (proto-oncogenes) codificam moléculas que interferem na regulação da proliferação e diferenciação das células.FATORES DE CRESCIMENTO RECEPTORES DE FATORES DE CRESCIMENTO PROTEÍNAS TRANSDUTORAS DE SINAIS PROTEÍNAS DE TRANSCRIÇÃO NUCLEAR Ativação de proto- oncogenes - São genes ativos e importantes para as células e, em sua forma nativa e quando adequadamente regulados, atuam no controle da proliferação celular normal; - Proto-oncogenes podem tornar-se oncogenes quando: - Há alteração na estrutura do gene (mutação), resultando em produto anormal (oncoproteína); - Ocorre aumento da expressão gênica, gerando maior quantidade de proteína (estruturalmente normal) que estimula o crescimento celular. “Os genes supressores de tumor estão envolvidos no controle da multiplicação e da diferenciação celulares, evitando reprodução descontrolada das células (tais genes comportam-se como "freios" da divisão celular).” Genes supressores de tumor .Gene RB - O primeiro e o mais conhecido exemplo de gene supressor de tumor é o gene do retinoblastoma (gene RB); - Retinoblastoma é uma neoplasia rara que ocorre na infância e apresenta-se de duas formas: - Hereditária (40% dos casos), com transmissão autossômica dominante e frequentemente bilateral e multifocal; - Esporádica (60% dos casos), em que a lesão é unifocal e unilateral. R B .Genep53 A p53 é uma fosfoproteína de 393 aminoácidos envolvida nos processos de proliferação celular, reparo e síntese de DNA, diferenciação celular, apoptose e senescência celular. Além de se associarem à origem de várias neoplasias, alterações no p53 atuam também na progressão tumoral, pois são mais comuns em cânceres avançados e/ou já com metástases do que naqueles em estádio inicial. Defeitos no gene p53 são seguramente a forma mais comum de alteração genética em tumores humanos (pelo menos 50% das neoplasias humanas têm alguma alteração no gene p53). Genes para apoptose Para que a população celular dos vários órgãos fique dentro dos limites fisiológicos, existe um balanceamento preciso entre geração de novas células e perdas que normalmente ocorrem. - Numerosos genes regulam a apoptose, cujos produtos a inibem ou a favorecem; - Em uma neoplasia, o maior número de células pode ser devido a redução da apoptose; - Em alguns tumores, alterações nos genes antiapoptóticos são o principal mecanismo oncogênico. Genes de reparo do DNA São genes que codificam moléculas que participam do reconhecimento e do reparo de lesões no DNA. Principais Mecanismos de Alterações Epigenéticas 1. METILAÇÃO DO DNA; 2. MODIFICAÇÕES DAS ESTONAS; 3. AÇÕES DE RNA NÃO CODIFICADORES. Vias da carcinogênese O câncer pode originar-se por duas vias principais: - VIA CLÁSSICA, a mais comum, associada a mutações numerosas e aditivas em oncogenes, genes supressores de tumor etc; - FENÓTIPO MUTADOR, relacionado com defeitos no sistema de reparo do DNA (instabilidade genômica), os quais favorecem acúmulo de mutações em sítios críticosque resultam em transformação neoplásica. O surgimento e o desenvolvimento de um câncer são entendidos como resultado da ação de vários oncogenes e da inatividade de genes supressores de tumor, de reparo do DNA ou indutores de apoptose. Carcinogênese viral - O estudo da carcinogênese viral tem grande interesse prático. De um lado, porque cânceres humanos e de muitas espécies animais estão associados a infecções por vírus; - Tanto vírus de RNA como de DNA podem induzir tumores. Na carcinogênese humana, os vírus de DNA importantes são: - O vírus do papiloma humano (HPV); - O vírus Epstein-Barr (EBV); - O vírus da hepatite B (HBV); - E o herpes-vírus humano tipo 8 (HHV 8). Carcinogên ese química - Percival Pott, que, em 1775, associou o câncer do escroto em limpadores de chaminés à fuligem que se depositava sobre a pele. Os cancerígenos químicos são divididos em duas grandes categorias: - Carcinógenos diretos; - Carcinógenos indiretos. - Os carcinógenos químicos diretos ou indiretos atuam sobre o DNA e causam mutações; - Os genes mais frequentemente afetados por carcinógenos químicos são RAS e p53; - O principal mecanismo de ação dos carcinógenos químicos é a formação de compostos covalentes com o DNA, que aumentam a probabilidade de ocorrerem erros durante a replicação; - No entanto, nem sempre uma mutação leva à formação de tumores, pois o organismo dispõe de sistemas eficazes de reparação do DNA. Carcinogênese por radiações - Tanto as radiações excitantes (ultravioleta) como as ionizantes podem provocar tumores em humanos e em animais de laboratório; - Como na carcinogênese química, as radiações também provocam mutações gênicas e podem ativar oncogenes e/ou inativar genes supressores de tumor. - Os efeitos carcinogênicos das radiações podem ocorrer muitos anos ou décadas depois da exposição . A FORMAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NEOPLASIAS SÃO UM PROCESSO COMPLEXO QUE OCORRE EM VÁRIAS ETAPAS. INICIAÇÃO PROMOÇÃO PROGRESSÃO 1. INICIAÇÃO A iniciação corresponde à transformação celular, ou seja, as mudanças induzidas por cancerígenos físicos, químicos ou biológicos que causam modificações genômicas nas células e alteram suas respostas ao microambiente, tornando-as potencialmente capazes de multiplicar-se de modo autônomo. 2. PROMOÇÃO - A promoção consiste em proliferação ou expansão das células iniciadas; - Ao contrário da iniciação, a promoção é um processo demorado. A ação do promotor é reversível, pois, caso sua aplicação seja interrompida antes de completada a promoção, o efeito não se manifesta. 3. PROGRESSÃO - Após seu surgimento, um câncer sofre, com frequência, modificações biológicas que o tornam, em geral, cada vez mais agressivo e mais maligno. - Entre outros fatores, a progressão tumoral também depende de mutações sucessivas nas células, as quais resultam na aquisição de propriedades mais agressivas. Efeitos locais e sistêmicos de neoplasias As neoplasias benignas e malignas causam transtornos variados, que vão desde um simples problema estético por um tumor benigno da pele ou subcutâneo até a morte do hospedeiro. Efeitos Locais X Efeitos EFEITOS LOCAIS - Efeitos locais de neoplasias dependem em grande parte da sede e das dimensões do tumor; - Quando localizadas dentro ou nas proximidades de canais ou de estruturas tubulares, as neoplasias benignas ou malignas podem causar obstruções e suas consequências naturais. - Os tumores podem causar também compressão e deslocamentos de órgãos ou estruturas; - Por compressão ou infiltração em nervos sensitivos, os tumores provocam dor, Aliás, alguns tipos de câncer, especialmente na sua fase terminal, provocam dores lancinantes; - Outras consequências locais dos tumores são ulcerações e hemorragias, principalmente quando localizados no tubo digestivo ou na pele. EFEITOS SISTÊMICOS Efeitos sistêmicos estão relacionados com transtornos metabólicos devidos à produção de substâncias tóxicas ou de ação fisiológica. Estadiamento Clínico O estadiamento clínico visa estabelecer o grau de desenvolvimento e disseminação de um câncer no indivíduo, a fim de sobretudo orientar as medidas terapêuticas e estabelecer seu prognóstico. O sistema mais empregado no estadiamento de neoplasias é o TNM; - T indica o tamanho do tumor (p. ex., em centímetros); - N significa a existência de metástases em linfonodos; - M refere-se à presença de metástases em outros órgãos. Tratament o do Câncer SINTO MAS TUMO R METÁSTA SES EMOCIONAL DO R EQUIPE MULTIDISCIPLINAR TERAPIAS COMBINADAS QTRTCIRÚRGIA IMUNOTER APIA TERAPIA GENICA| NANO TERAPIA MOLECULAR wanderson_talles@hotma il.com