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Bônus de Retenção
Conceito. Corresponde a um valor oferecido para recompensar o empregado que se compromete a permanecer no emprego por um determinado período, podendo ser utilizado como um meio de evitar a perda de profissionais, tornando-se um atrativo para a sua permanência na companhia, especialmente no caso de colaboradores altamente valiosos para o mercado.
O bônus de retenção não se relaciona ao desempenho do colaborador durante a execução do seu trabalho, ou o local onde ele exerce o seu labor.  Isso porque o objetivo dele não é reter o colaborador por tempo indeterminado, mas sim por um período de tempo definido. 
Do Pagamento. Geralmente ele é pago de uma vez, em uma única parcela fixa. Porém, sendo acordado previamente entres as partes, esse bônus também pode ser pago durante um determinado período de tempo. 
O bônus de retenção não é uma contraprestação pelo trabalho, mas sim uma ferramenta para manter o contrato de trabalho ativo, uma contraprestação por uma obrigação de fazer (rejeitar outras propostas de emprego).
Essa conclusão é respaldada por decisões administrativas, como o Acórdão 9202-010.457, proferido pela 2ª Turma do CSRF, que considerou que se o bônus de retenção é pago uma única vez e tem o objetivo claro de estabelecer uma obrigação para o empregado (permanecer na empresa por um período), não deve incidir a contribuição social.
Da Natureza. Até esse ano, o entendimento do órgão fiscalizador era de que todas as formas de bônus, incluindo a de retenção, são consideradas formas de renda. Conforme descrimina o art. 457. § 1 da CLT: 
“Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.”
Logo, o bônus de retenção acaba sendo passível de tributação, pois para a fiscalização esses valores têm natureza remuneratória, devendo compor a base de cálculos referente às contribuições previdenciárias, com encargos trabalhistas, previdenciários e de IRRF. 
Porém, uma decisão recente do Carf mudou o olhar sobre essa questão da tributação desse benefício, como veremos a seguir
No dia 07/11/2022, por 5 votos a três, a 2ª Turma da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu que não deve incidir contribuição previdenciária sobre o bônus de retenção, definindo que essa verba não possui natureza remuneratória, constando no processo 10314.729353/2014-19. 
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 AVISO PRÉVIO INDENIZADO. NÃO INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL Nº 1.230.957/RS - STJ. PARECER PGFN 485/2016. Não incide contribuição previdenciária sobre valores pagos a título de aviso prévio indenizado, haja vista sua natureza indenizatória, não integrando o salário-de-contribuição. BÔNUS DE CONTRATAÇÃO AUSÊNCIA DE CARÁTER REMUNERATÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA. Não integra o salário de contribuição o pagamento único de bônus por força de avença anterior ao contrato de trabalho, que tenha por objetivo que esse venha a ser implementado, nos casos específicos de busca por profissionais singulares. Tais valores não ostentam natureza remuneratória, posto que não decorrem de prestação de serviços de pessoa física e sim de mera obrigação de fazer, promessa de contratar, não relacionada ao fato gerador das contribuições previdenciárias. BÔNUS DE RETENÇÃO AUSÊNCIA DE CARÁTER REMUNERATÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA. Não integra o salário de contribuição o pagamento único de bônus por força de cláusula acessória ao contrato de trabalho, que tenha por objetivo que esse contrato seja transformado em contrato a prazo mínimo determinado, nos casos específicos de oferta de novo emprego recebida pelo empregado que se pretenda reter. Tais valores não ostentam natureza remuneratória, posto que não decorrem de prestação de serviços de pessoa física e sim de mera obrigação de fazer, manutenção do contrato de trabalho pelo tempo avençado, não relacionada ao fato gerador das contribuições previdenciárias. (CARF 10314729353201419 9202-010.457, Relator: MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, Data de Julgamento: 24/10/2022, Data de Publicação: 09/02/2023)
Essa decisão destaca que quando o bônus é pago como parte de uma cláusula acessória ao contrato de trabalho com o objetivo de reter o empregado por um período mínimo determinado, ele não deve ser considerado parte do salário de contribuição. 
Ocorre que, apesar da referida decisão ser favorável ao contribuinte do CARF, os Tribunais não possuem entendimento consolidados:
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2015 a 31/12/2015 PLR. NEGOCIAÇÃO PRÉVIA. CRITÉRIOS CLAROS E OBJETIVOS. INEXISTÊNCIA. CARÁTER REMUNERATÓRIO DO PAGAMENTO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Os programas de participação nos lucros ou resultados demandam ajuste prévio ao correspondente período de aferição, quando vinculados ao desempenho do empregado ou do setor da pessoa jurídica face a critérios e metas preestabelecidas. A simples referência em convenção ou acordo coletivo a outros planos, ainda que pretensamente incorporados ao instrumento daqueles resultante, não atesta a existência de negociação coletiva na elaboração desses planos, tampouco supre a exigência legal de efetiva participação da entidade sindical, ou de representante por ela indicado em comissão, na elaboração e fixação de suas regras, e respectivos critérios de avaliação, destinadas aos empregados. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS (PLR). AJUSTE PRÉVIO. ASSINATURA DO ACORDO NO INÍCIO DO PERÍODO DE VIGÊNCIA. POSSIBILIDADE. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. A Lei nº 10.101/00 não determina sobre quão prévio deve ser o ajuste de PLR. Tal regra demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto. Portanto, não há que se falar em celebração retroativa ou ausência de pactuação prévia quando os instrumentos forem celebrados no mês imediatamente posterior ao início da respectiva vigência. PLR. VALOR MÍNIMO FIXO E CERTO. A previsão de que seja pago valor mínimo, fixo e certo retira do acordo a finalidade de que haja o incentivo à produtividade, que se afigura como um dos objetivos mediatos da lei. PARTICIPAÇÃO NO LUCRO. ADMINISTRADORES. A participação nos lucros e resultados prevista na Lei nº 6.404 de 1976 paga a diretores não empregados (contribuintes individuais) tem a natureza de retribuição pelos serviços prestados à pessoa jurídica, ensejando a incidência de contribuição previdenciária, por não estar abrigada nos termos da Lei nº 10.101 de 2000. BÔNUS DE CONTRATAÇÃO (HIRING BONUS). INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES ADSTRITA À OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Os bônus de contratação pagos a empregados têm natureza salarial por representarem parcelas pagas como antecipação pecuniária para atrair o empregado, ainda que seja disponibilizada ao beneficiário em parcela única, há a necessidade da prestação de serviço para que o valor incorpore-se ao seu patrimônio. Possuindo os bônus de contratação pagos a empregados caráter remuneratório, a incidência das contribuições previdenciárias dá-se na data do pagamento. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ALIMENTAÇÃO. VALE ALIMENTAÇÃO. VALE REFEIÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. Não incide contribuições previdenciárias (parte patronal, inclusive GILRAT), bem como a contribuições devidas à seguridade social e destinadas a terceiros, sobre os pagamentos realizados pela contribuinte, a título de alimentação, a seus empregados e diretores (contribuintes individuais), sob a forma de vale refeição e de vale alimentação, por meio de tíquete ou cartão, por tais valores não integrarem o salário de contribuição, diante da ausência de natureza salarial destes pagamentos. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP). CONTESTAÇÃO. O FAP atribuído às empresas pelo antigo Ministério da Previdência Social poderá ser contestado perante o Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional da Secretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, no prazo de trinta dias da sua divulgação oficial. ALÍQUOTA GILRAT. A alíquota GILRAT é determinada pela atividadepreponderante de cada estabelecimento da empresa e respectivo grau de risco, sendo passível de revisão quando constatada incorreção. O permissivo legal e regulamentar para a empresa realizar o auto enquadramento está restrito à apuração de sua atividade preponderante, não havendo amparo legal para que o contribuinte deixe de observar os graus de risco definidos no Anexo V do Decreto nº 3.048 de 1999. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (CARF 16327720038202010 2201-010.137, Relator: DEBORA FOFANO DOS SANTOS, Data de Julgamento: 01/02/2023, Data de Publicação: 22/02/2023)
RECURSO ORDINÁRIO DA PARTE AUTORA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DOENÇA OCUPACIONAL. INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL ENTRE O SURGIMENTO OU AGRAVAMENTO DA DOENÇA E AS ATIVIDADES DESEMPENHADAS NA EMPRESA. Diferentemente do que estabelecia o Código de Processo Civil de 1973 - no sentido de que o juiz não estava adstrito ao laudo para formar o seu livre convencimento, podendo valer-se de outros elementos de prova constantes dos autos - a regra do art. 479 do CPC de 2015, que faz alusão ao art. 371, deixa evidente que há necessidade de o julgador demonstrar os motivos que o levaram a acatar, ou não, as conclusões do laudo pericial, embora não tenha sido vedada a possibilidade de rejeitar as conclusões a que chegou o "expert", e formar sua convicção em vista de outros elementos de prova trazidos aos autos. E, no caso em apreciação, além de inexistir contraprova técnica capaz de infirmar a conclusão do laudo pericial (elaborado de forma clara e não tendenciosa, pela perita nomeada pelo juízo), não é possível concluir que as tarefas atribuídas à reclamante ou o ambiente de trabalho atuaram como causa ou concausa para o surgimento das enfermidades. Portanto, não havendo comprovação de ter a empresa contribuído, por ação ou omissão, para o surgimento ou agravamento das doenças, não há como triunfar a pretensão da demandante, por ser requisito necessário para ensejar o pagamento de indenização por danos morais, inclusive porque não constatado, pela prova técnica, ser o trabalhador portador de incapacidade laboral quando de sua dispensa. Apelo não provido. RECURSO ADESIVO. BÔNUS DE RETENÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. Evidenciado que o bônus de retenção foi ajustado para garantir a permanência da trabalhadora no emprego, até o encerramento das atividades empresariais, sem que estivesse atrelado ao cumprimento de obrigações alheias ao contrato, impõe-se o reconhecimento de sua natureza jurídica indenizatória, porque quitado sem o caráter de contraprestação dos serviços, notadamente porque mantida a percepção do salário. Apelo provido. (Processo: ROT - 0000787-19.2017.5.06.0009, Redator: Dione Nunes Furtado da Silva, Data de julgamento: 27/05/2021, Quarta Turma, Data da assinatura: 27/05/2021) (TRT-6 - RO: 00007871920175060009, Data de Julgamento: 27/05/2021, Quarta Turma, Data de Publicação: 27/05/2021)
EMPREGADO ELEITO A CARGO DE DIREÇÃO. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. "O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego" (Súmula nº 269 do C. TST). Na hipótese dos autos, o reclamante não comprovou a permanência da subordinação jurídica, razão pela qual não faz jus aos salários pleiteados. BÔNUS DE RETENÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO PAGAMENTO. Ante os termos da defesa, pelo princípio da aptidão para a prova, incumbe à parte ré o ônus de comprovar a quitação do Bônus de Retenção, juntando aos autos os recibos de pagamento referentes ao bônus pleiteado. BÔNUS DE RETENÇÃO. NATUREZA SALARIAL. O Bônus de Retenção constitui-se em uma contraprestação paga ao empregado em razão do reconhecimento do seu trabalho na carreira, com o objetivo de incentivar a sua permanência nos quadros da empresa, possuindo, portanto, natureza nitidamente salarial. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. NÃO CONFIGURADA. A litigância de má-fé pressupõe um dano processual, decorrente do cometimento de uma fraude de caráter processual, o que importa em dizer que há, inclusive, de guardar pertinência com a relação processual, e não, necessariamente, com a de direito material. (TRT-1 - RO: 00103142320155010035 RJ, Relator: MONICA BATISTA VIEIRA PUGLIA, Data de Julgamento: 30/06/2021, Terceira Turma, Data de Publicação: 09/07/2021)
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL E DE TERCEIROS. VERBAS RESCISÓRIAS. "PACOTE DE INDENIZAÇÃO" E "BÔNUS RETENÇÃO". 1. Não merece ser conhecida a apelação que não impugna especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 2. A verba denominada "Bônus de Retenção", paga em razão do cumprimento do período de retenção de 18 meses, possui natureza de ganho eventual, desvinculado do salário, não sujeito à incidência de contribuição previdenciária. 3. A verba intitulada "Pacote de Indenização", paga na hipótese do empregado ser demitido sem justa causa no período de retenção, é considerada indenizatória quando houver prova da dispensa formal dos funcionários. 4. A materialidade da contribuição previdenciária não se restringe à remuneração pelos serviços efetivamente prestados, em retribuição ao trabalho, mas também pelo tempo à disposição do empregador ou tomador dos serviços, nos termos do contrato. 5. O ônus da prova de que os funcionários foram dispensados antes do prazo previsto no contrato - e indenizados - é da autora, constituindo, assim, o seu direito de não se submeter à incidência tributária, nos termos do art. 373, II, do CPC. 6. Não cabem juros de mora capitalizados sobre honorários advocatícios de sucumbência. (TRF-4 - APL: 50095106920164047104 RS, Relator: ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA ÁVILA, Data de Julgamento: 21/06/2023, PRIMEIRA TURMA)
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Período de apuração: 01/01/2015 a 31/12/2016 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Verificada a existência de omissão no voto condutor do acórdão, devem ser acolhidos os embargos de declaração para sanar o vício apontado BÔNUS DE CONTRATAÇÃO (HIRING BÔNUS). NATUREZA SALARIAL. COMPROVAÇÃO. A natureza salarial do Bônus de Contratação resta comprovada quando trazidos aos autos elementos de convicção acerca do vínculo do pagamento da verba com o contrato de trabalho. (CARF 16327720040202081 2202-010.387, Relator: SONIA DE QUEIROZ ACCIOLY, Data de Julgamento: 05/10/2023, Data de Publicação: 27/10/2023)
RECURSO ORDINÁRIO. BÔNUS (HIRING BONUS). INTEGRAÇÃO LIMITADA AO DEPÓSITO DO FGTS E INDENIZAÇÃO DE 40%. 1) A jurisprudência recente e majoritária do E. TST, por meio das suas Turmas e da C. SDI-I, por aplicação analógica da Súmula nº 253, tem julgado que essa parcela se assemelha ao pagamento das "luvas" do atleta profissional e ainda que realizado de uma única vez e sem habitualidade, não impede que seja reconhecida a sua natureza jurídica salarial como gratificação ajustada, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT, devendo ser limitados os reflexos da parcela apenas para efeito de integrá-la nos depósitos do FGTS e na indenização respectiva. 2) Recursos ordinários de ambas as partes aos quais se concede parcial provimento. (TRT-1 - ROT: 01010270620195010067 RJ, Relator: CLAUDIO JOSE MONTESSO, Data de Julgamento: 08/06/2022, Décima Turma, Data de Publicação: 21/06/2022)
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2014 a 30/12/2014 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS (PLR). AJUSTE PRÉVIO. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO Não há, na Lei nº 10.101/00, determinação sobre quão prévio deve ser o ajuste de PLR. Tal regra demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto. No entanto, é de rigor que a celebração de acordo sobre PLR preceda os fatos que se propõe a regular, ou que a sua assinatura seja realizada com antecedência razoável ao término do período de aferição, pois o objetivo da PLR é incentivar o alcance dos resultadospactuados previamente. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS (PLR). DESCUMPRIMENTO DOS PRECEITOS LEGAIS. CONSEQUÊNCIA. O texto constitucional condiciona a desvinculação da parcela paga a título de PLR da remuneração aos termos da lei. O plano de PLR que não atende aos requisitos da Lei nº 10.101/2000 não goza da isenção previdenciária. O descumprimento de qualquer dos requisitos legais atrai a incidência da contribuição social previdenciária sobre a totalidade dos valores pagos a título de PLR. PREVIDENCIÁRIO. BÔNUS DE INCENTIVO. CONTRATAÇÃO (HIRING BONUS). EXIGÊNCIAS QUE DESCARACTERIZAM A NATUREZA INDENIZATÓRIA. INCIDÊNCIA. Bônus dessa natureza, em princípio, estariam fora do alcance da incidência das contribuições previdenciárias, pois o evento que os origina não é o trabalho, mas sim o surgimento de um novo contrato. Funcionam como uma verba visando indenizar eventual perda que o empregado tenha ao deixar sua antiga empresa, até porque não há prestação de serviço que justifique a incidência da contribuição previdenciária. No entanto, para que fique caracterizado o cunho indenizatório, é preciso afastar qualquer tipo de exigência para que o trabalhador faça jus ao bônus, caso contrário pode ser caracterizada a sua natureza salarial. A existência de requisitos de permanência do empregado por um período pré-estabelecido ou manter desempenho satisfatório são exemplos de condições que desvirtuam o pretenso caráter indenizatório da verba, revelando a sua verdadeira natureza remuneratória. SALÁRIO INDIRETO. AUTOMÓVEIS CEDIDOS A EMPREGADOS COM CARGO DE GESTÃO. INCIDÊNCIA. Integram o salário de contribuição as parcelas in natura oferecidas aos empregados com habitualidade e com caráter contraprestativo, sobretudo quando o veículo é considerado rendimento do empregado em DIRF e, consequentemente, passa a integrar o seu patrimônio particular. (CARF 10314720865201843 2201-009.617, Relator: Não informado, Data de Julgamento: 14/09/2022, Data de Publicação: 21/10/2022)
Da Rescisão. 
No caso da rescisão do contrato, devido demissão por justa causa, ou rescisão unilateral pelo empregado, o valor pago antecipadamente deverá ser devolvido:
BÔNUS DE PERMANÊNCIA. PEDIDO DE DEMISSÃO. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO. DEVOLUÇÃO PROPORCIONAL DO VALOR RECEBIDO. A parcela, denominada "bônus de retenção" pela empresa, conhecida como "hiring bonus" ou "luvas de admissão", teve por objetivo incentivar o empregado a permanecer no emprego por no mínimo dois anos, sob pena de ter de restituir o montante antecipado, caso pedisse demissão ou fosse demitido por justa causa antes desse período. Desse modo, por ter pedido demissão antes do final do prazo mínimo de permanência na empresa, o obreiro deve devolver o "bônus de retenção". (TRT-3 - RO: 00113098520165030054 MG 0011309-85.2016.5.03.0054, Relator: Maristela Iris S.Malheiros, Data de Julgamento: 10/10/2019, Segunda Turma, Data de Publicação: 11/10/2019. DEJT/TRT3/Cad.Jud. Página 824. Boletim: Sim.)
"HIRING BONUS" OU BÔNUS DE CONTRATAÇÃO CONDICIONADO A PRAZO MÍNIMO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL. PEDIDO DE DEMISSÃO ANTES DO TERMO AJUSTADO. DEVOLUÇÃO PROPORCIONAL. POSSIBILIDADE. Qualquer ajuste entabulado nos termos do artigo 104 do Código Civil há de ser reverenciado, por força do princípio do pacta sunt servanda . Além do mais, a boa-fé contratual impõe aos convenentes ajam com retidão inclusive na conclusão do pacto, de modo que não pode uma das partes ignorar o cumprimento de determinada cláusula que não mais a convém. Portanto, ajustado que o hiring bonus deve ser devolvido proporcionalmente em caso de rompimento do liame empregatício por iniciativa operária antes da data de vigência contratual que condicionou o pagamento da referida parcela, o trabalhador há de restituir o que lhe cabe para honrar o compromisso assumido sponte propria . Recurso conhecido e não provido. (TRT18, ROT - 0010954-60.2020.5.18.0008, Rel. KATHIA MARIA BOMTEMPO DE ALBUQUERQUE, 2ª TURMA, 13/12/2021) (TRT-18 - ROT: 00109546020205180008 GO 0010954-60.2020.5.18.0008, Relator: KATHIA MARIA BOMTEMPO DE ALBUQUERQUE, Data de Julgamento: 13/12/2021, 2ª TURMA)
No caso da rescisão antecipada do contrato for por culpa e iniciativa do empregador, este deverá dar total quitação ao pagamento:
BÔNUS DE CONTRATAÇÃO - "HIRING BONUS" - CONDIÇÕES CONTRATUAIS - DESCUMPRIMENTO - PARCELA DEVIDA. - O bônus de contratação ou "hiring bonus", semelhante às luvas pagas aos atletas profissionais, é uma parcela ou benefício diferenciado pago pelas empresas com o objetivo de atrair profissionais altamente qualificados aos seus quadros. Trata-se, assim, de um incentivo para o ingresso ou permanência de um profissional com alta expertise numa determinada empresa. Condicionado o pagamento da parcela a determinadas condições previstas contratualmente, o descumprimento ou ruptura contratual, antes do prazo mínimo previsto, por culpa e iniciativa exclusiva da empregadora, impõe a respectiva quitação. (TRT-3 - RO: 00105216220205030044 MG 0010521-62.2020.5.03.0044, Relator: Jesse Claudio Franco de Alencar, Data de Julgamento: 04/06/2021, Terceira Turma, Data de Publicação: 07/06/2021.)
TRCT
É o instrumento de quitação das verbas rescisórias, e será utilizado para o saque do FGTS. Além das verbas rescisórias, devem ser observadas as instruções de preenchimento.
As verbas rescisórias são os valores devidos ao trabalhador quando ocorre o término do contrato de trabalho, seja por iniciativa da empresa ou do colaborador.
Via de regra, o empregado não pode sofrer desconto do seu salário.
Mas, ao longo do contrato de trabalho, podem ser descontados alguns valores da folha do pagamento do empregado, como adiantamento de salário, faltas injustificadas, pensão alimentícia, vale transporte, entre outros descontos que estejam previstos por lei ou na convenção coletiva.
Essa é a previsão do artigo 462, da CLT “Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo”.
A lei, especificamente o parágrafo 5º, do artigo 466, da CLT, estabeleceu um limite de desconto no momento da rescisão, então, a empresa só pode descontar o valor de até um mês de remuneração do empregado.
Assim, mesmo que o empregador tenha direito a realizar descontos, no momento da rescisão, ele não poderá descontar mais do que o salário que o empregado recebe.
*Não há jurisprudência nesse sentido, contudo, observando a CLT, o desconto é permito quando há adiantamento, lei ou contrato coletivo. Assim, considerando que não há lei e nem contrato coletivo, a única possibilidade seria diante do adiantamento, pois o artigo não define a qual verba se refere. 
Da Concorrência Desleal. A competição no mercado é uma parte inerente ao mundo dos negócios, e as empresas buscam constantemente maneiras de atrair os melhores talentos para fortalecer suas equipes. No entanto, é crucial que essa competição seja conduzida de maneira ética, respeitando princípios fundamentais.
É válido destacar que, em muitos casos, oferecer bônus para atrair profissionais talentosos é uma prática lícita e faz parte da estratégia de aquisição de talentos. No entanto, a forma como essa prática é conduzida merece uma reflexão mais profunda. 
O aliciamento público, por meio de anúncios ou declarações abertas, pode gerar impactos negativos na relação entre as empresas concorrentes e prejudicar a harmonia do mercado.

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