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REVISÃO MAPEADA RESUMOS MAPEADOS DIREITO PENAL SEJA BEM-VINDO ....................................................................................................................................................... 1 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS .......................................................................... 2 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO FATO ................................................................................. 3 PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A PENA ........................................................................................................ 4 TEMPO DO CRIME ................................................................................................................................................... 5 LUGAR DO CRIME .................................................................................................................................................... 6 TERRITORIALIDADE ................................................................................................................................................ 7 EXTRATERRITORIALIDADE .................................................................................................................................... 8 CONFLITO APARENTE DE NORMAS ................................................................................................................... 9 TEORIA GERAL DO DIREITO - CRIME X CONTRAVENÇÃO PENAL ................................................................. 10 FATO TÍPICO - CONDUTA E SEUS ELEMENTOS .............................................................................................. 11 CRIME DOLOSO E CULPOSO ............................................................................................................................... 12 ITER CRIMINIS (CAMINHO DO CRIME) .............................................................................................................. 13 ERRO DE TIPO ....................................................................................................................................................... 14 COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA .................................................................... 15 EXCLUDENTES DA ILICITUDE ............................................................................................................................ 16 CULPABILIDADE .................................................................................................................................................. 17 CONCURSO DE PESSOAS .................................................................................................................................... 18 CONCURSO DE CRIMES ....................................................................................................................................... AGRADECIMENTO .................................................................................................................................................... 33 44 44 55 77 77 88 99 1010 1111 1212 1313 1515 1717 1717 1717 2020 2121 2323 2424 Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Olá, querido(a) aluno (a). Tudo bem? É um prazer enorme poder compartilhar o meu conhecimento contigo. Este material possui mais de 20 páginas de resumos mapeados da disciplina de Direito Penal - Parte Geral que juntas contemplam todos os tópicos mais cobrados nos concursos públicos Tenho certeza de que ele tem muito do que você precisa para garantir pontos importantes na sua prova. Ah, tenho um pedido para fazer a você. Por gentileza, se possível, ao terminar de estudar este meu material, envie-me o seu feedback para o e-mail revisaomapeada@gmail.com, pois assim conseguirei avaliar de maneira mais clara a sua qualidade e melhorá-lo ainda mais. Muito obrigado. Forte abraço, bons estudos, e vamos juntos à sua aprovação. Revisão mapeada. Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral São todos os dados que são pressupostos de um convívio pacífico entre os homens. Nenhuma criminalização é legítima se não busca evitar a lesão ou perigo de lesão a um bem juridicamente determinável. princípios do direito penal Significa que o Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, fatos. Ninguém pode ser punido por seus pensamentos, desejos, meras cogitações ou estilo de vida. PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS Quando a conduta não afronta o sentimento social, não é crime, em sentido material. "Aceitação social". adequação social Subsidiaridade: aplica-se ao Direito Penal quando os outros ramos do Direito não puderem tutelar de forma satisfatória. Fragmentariedade: observa somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. subsidiaridade e fragmentariedade Proteção dos bens jurídicos mais importantes para a vida em sociedade; Defesa dos interesses. A criminalização das condutas ocorre quando se mostra absolutamente necessária à: O princípio da insignificância é desdobramento da fragmentariedade. intervenção mínima EXTERIORIZAÇÃO OU MATERIALIZAÇÃO DO FATO Condutas desviadas que não afetam bens jurídicos de terceiros; Atitudes Internas: Cogitação; Atitudes que não excedam o agente: Autolesão; Deve-se punir o agente por aquilo que se fez e que causou efetiva ou potencial lesão e não por aquilo que ele é. Para que ocorra o delito, é imprescindível que ocorra a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. O Direito Penal não pode punir: ofensividade ou lesividade PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO FATO Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Não há responsabilidade penal coletiva no direito penal brasileiro. RESPONSABILIDADE PESSOAL Só tem sentido castigar fatos desejados ou previsíveis. Portanto, não existe responsabilidade penal objetiva, isto é, sem dolo ou culpa. Tanto nos crimes dolosos quanto nos crimes culposos, a voluntariedade é imprescindível. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA O princípio da alteridade prevê que o direito só deve punir condutas que firam direitos alheios. Ex. a autolesão é fato atípico, porque atinge bem jurídico do indivíduo que se auto lesionou. alteridade Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com O Estado só pode punir agente imputável com potencial consciência da ilicitude, quando dele era exigível conduta diversa. Todos são iguais perante a lei. IGUALDADE OU DA ISONOMIA CULPABILIDADE direito penal - parte geral princípios do direito penal Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Ninguém pode ser considerado culpado até sentença penal condenatória transitada em julgado. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O AGENTE DO FATO Decorrem do princípio da dignidade da pessoa humana. PROIBIÇÃO DA PENA INDIGNA E DA HUMANIZAÇÃO DAS PENAS PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM A PENA Decorrente da individualização da pena. A pena deve ser proporcional a gravidade da infração. Tal princípio proíbe o excesso. PROPORCIONALIDADE Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Não impede que os sucessores reparem o dano até o limite da herança. INTRANSCENDÊNCIA, ART. 5°, XLV, CRFB/88 É vedada a dupla incriminação, razão pela qual, nenhuma pessoa pode ser processada ou condenada mais de uma vez pelo mesmo fato. ne bis in idem Condutas criminosas; Sanções penais. Somente a lei pode estabelecer: LEGALIDADE/reserva legal Clara; Certa; Objetiva. O ordenamento jurídico penal veda o emprego de tipos penais vagos (cujo conteúdo é indeterminado). A lei deve ser: legalidade/taxatividade STJ, 589 – Não cabe o princípio da insignificância em infrações praticadas mediante violência doméstica ou familiar contra a mulher. STJ, 599 – Não cabe o princípio da insignificância em crimes contra a administração pública. STJ, 606 – Nãocabe a insignificância no crime de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência. Condutas (fatos criminosos) que produzam lesões insignificantes aos bens jurídicos (vida, patrimônio, honra e etc.) são consideradas atípicas (ou seja, não são consideradas crimes). Há atipicidade material. Para que possamos verificar no caso concreto a incidência ou não do princípio da insignificância, o Supremo Tribunal Federal adotou 4 requisitos: Mínima ofensividade da conduta. Ínfimo grau de lesão jurídica. Reduzido grau de reprovabilidade do fato. Ausência de periculosidade social. Mnemônico: MIRA O STJ editou três súmulas acerca da príncipio da Insignificância: Insignificância nos crimes matérias contra a ordem tributária: Se o valor do tributo acessório não atinge a cifra de R$20.000,00 (entendimento do STF), não se admite a propositura da ação penal. Em benefício do réu atingindo até mesmo a sentença transitado em julgado. Se for para prejudicar, nunca retroagirá. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. A lei deve ser anterior à prática da conduta. PODE RETROAGIR, ART. 5° , XL, CRFB/88. LEGALIDADE/ANTERIORIDADE - ART. 1°, CP. Princípio da Insignificância direito penal - parte geral princípios do direito penal Abolitio criminis – nova lei que descriminaliza condutas. Não confundir os termos descriminalização com despenalização (significa suprimir/dificultar/impedir a aplicação de pena privativa de liberdade). Novatio legis in mellius – nova lei que mantém a criminalização do ato, mas lhe confere tratamento mais brando (611, STF – compete ao juízo da execução a aplicação da nova lei benéfica na execução penal). Continuidade normativo típica - significa a manutenção do caráter proibido da conduta, porém, há um deslocamento do conteúdo criminoso para outro tipo penal. A intenção, nesse caso, é que a conduta permaneça criminosa, enquanto na abolitio há a supressão do tipo penal. O Código Penal, em seu artigo 2º, p.ú., repetiu o comando constitucional do art. 5º, XL e afirmou categoricamente que a lei penal só poderá retroagir para beneficiar o réu. LEX MITIOR (Lei mais benéfica) retroatividade Novatio legis incriminadora – nova lei que criminaliza condutas. Novatio legis in pejus – nova lei que mantém a criminalização, mas dá ao fato tratamento mais severo. Ex: inclusão do §2º ao artigo 157 do CP. Novatio legis in mellius - nova lei mais favorável que a anterior (retroage). O instituto da irretroatividade da lei penal é a regra no ordenamento jurídico, ou seja, a regra é de que as leis penais não retroajam para alcançar fatos passados. LEX GRAVIOR Irretroatividade Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com IMEDIATA A fonte formal imediata do Direito Penal é a lei, com esteio no princípio da reserva legal previsto no art. Art.5º, XXXIX, da Constituição Federal. Art.5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Assim, somente a lei pode proibir condutas e impor sanções. MEDIATA São exemplos os costumes, os princípios gerais de direito e os atos administrativos. As fontes formais, também denominadas de fontes de cognição ou de conhecimento, correspondem aos meios pelos quais se exterioriza o direito. fontes do direito penal - FORMAIS A fonte material, também denominada de fonte substancial ou de produção, consiste no órgão responsável pela edição do Direito Penal em nosso ordenamento jurídico. Com esteio no art.22, I, da Constituição Federal, compete privativamente à União legislar sobre direito penal. Excepcionalmente: Estados-membros (Art. 22, Parágrafo Único, CRFB). fontes do direito penal - MATERIAIS a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. O princípio da individualização da penal vem insculpido no artigo 5º, inciso XLVI, da CF/88: individualização da pena direito penal - parte geral princípios do direito penal Art. 3º, do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Lei excepcional é aquela que visa atender a situações anormais da vida social (Fragoso, 2006, p. 126), enquanto a lei temporária aparece no sistema jurídico-penal já com a data do término de sua vigência previamente agendada (Busato, 2013, p. 129). Ultratividade: Significa que ambas as leis penais (excepcionais e temporárias) são aplicáveis aos fatos cometidos durante a situação excepcional ou o período de tempo, mesmo após o seu termino. lei excepcional ou temporária O nosso Código Penal, no seu art. 4º, adotou a teoria da atividade. Art. 4 - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Teorias acerca do momento do crime: A doutrina aponta 3 teorias para explicar o momento do crime. São elas, a saber: teoria da atividade, teoria do resultado e teoria da ubiquidade ou mista. TEMPO DO CRIME - ART. 4, DO CP Teoria da atividade: considera que o crime foi praticado no momento da conduta comissiva ou omissiva, não importando o resultado. Teoria do resultado: reputa que o crime é perpetrado no momento da produção do resultado. Teoria da ubiquidade ou mista: considera o crime praticado no momento da conduta e no momento do resultado. Para que ocorra a correta aplicação da lei penal, é imprescindível definir o tempo do crime, ou seja, quando um crime se considera praticado. EXEMPLO: Se ao tempo do disparo de arma de fogo o agente era menor de 18 anos, terá praticado ato infracional e será punido de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei n.º 8.069/90), ainda que a vítima somente venha a óbito quando o agente complete 18 anos. Indivíduo pratica a fraude mediante o envio de e-mail, induzindo erro a vítima, que realiza uma transferência 1 mês depois de receber o e- mail. A data do crime será a da ação, ou seja, quando o autor do crime enviou o e-mail. Para todos os efeitos vale o momento da ação (prescrição, lei penal no tempo, imputabilidade). Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) lugar do crime - art. 6, do cp Teoria da Atividade (ou da Ação): lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão). Teoria do Resultado (ou do Evento): para essa teoria não importa o local da prática da conduta, mas sim, o lugar onde se produziu ou deveria ter se produzido o resultado do crime (adotada pelo CPP). Teoria da Ubiquidade (ou Mista): é a fusão das duas anteriores. Lugar do crime é tanto aquele em que se produziu (ou deveria ter se produzido) o resultado, bem como onde foi praticada a ação ou omissão. TEORIAS DO LUGAR DO CRIME: Assim, quanto ao lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria da ubiquidade. Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6 Espaço terrestre, marítimo ou aéreo, sujeito à soberania do Estado (solo, rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa – 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continente e insular – e espaço aéreo correspondente. Para os efeitos penais, consideram-se como espaço físico por ficção as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as embarcações e aeronaves brasileiras (matriculadas no Brasil), mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente em alto mar ou no espaço aéreo correspondente (art. 5º, §1º, CP). É também aplicável a lei brasileira aos crimes cometidos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou voo no espaço aéreo corresponde, e estas em porto ou mar territorial do brasil (art. 5º, §2º, CP). De acordo com o artigo 5º, caput, do CP, “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Por território nacional, entende-se a soma do espaço físico (geográfico) com o espaço jurídico (espaço físico por ficção ou por extensão). Espaço físico (geográfico): Espaço físico por extensão ou ficção: direito penal - parte geral princípios do direito penal TERRITORIALIDADE Exceções (a regra da territorialidade não é absoluta) Imunidades diplomáticas (que possuem caráter absoluto – tendo validade para todos os crimes). Consular (tem caráter relativo – o detentor de imunidade consular só fica isento dos crimes ligados à função). Isso é decorrência do princípio da soberania das nações. INTRATERRITORIALIDADE: permite-se a aplicação da lei penal estrangeira a fato praticado em território brasileiro. Aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico. Aplica-se a lei do país a que pertence o agente criminoso, pouco importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado. Aplica-se a lei penal da nacionalidade da vítima. Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado (ou colocado em perigo), não importando o local da infração penal ou a nacionalidade do sujeito ativo. O agente fica sujeito à lei do País onde for encontrado, não importando sua nacionalidade, do bem jurídico lesado ou do local do crime. A lei penal nacional aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando praticados no estrangeiro e aí não sejam julgados. Princípio da territorialidade Princípio da nacionalidade ou personalidade ativa Princípio da nacionalidade ou personalidade passiva Princípio da defesa Princípio da Justiça Penal Universal ou da Justiça cosmopolita Princípio da representação, do pavilhão, da substituição ou da bandeira. Princípios aplicáveis a territorialidade Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com A extraterritorialidade está prevista no art. 7º do Código Penal, em seus incisos I e II e, também no §3º, nos anunciam quais são os crimes que ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. direito penal - parte geral princípios do direito penal EXTRATERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA Está prevista no art. 7º, §1º do Código Penal, alcançando os crimes descritos no art. 7º, inciso I. Nessas hipóteses, a lei brasileira, para ser aplicada não depende do preenchimento de qualquer requisito. Ocorrendo um crime que se amolde a essas hipóteses, aplica-se a lei brasileira não importando se o autor do fato foi absolvido ou condenado no estrangeiro. EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA Alcança as hipóteses trazidas pelo inciso II do art. 7º do Código Penal. Nesses casos, para que a lei brasileira possa ser aplicada, faz-se necessário o concurso das seguintes condições (art. 7º, §2º, CP): Entrar o agente no território nacional. Ser o fato punível também no país em que foi praticado. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição. Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ali cumprido pena. Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Dois fatores devem ser considerados ao mencionarmos a hipótese de pena cumprida no estrangeiro, sendo elas: a qualidade e quantidade da pena imposta. Exemplificando: tratando-se da mesma qualidade (duas penas privativas de liberdade) da punição aplicada no Brasil, será computada a pena cumprida no exterior. Por outro lado, se de qualidade diversa (pena privativa de liberdade e pecuniária), aqui no Brasil será atenuada a pena imposta. Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com I) princípio da especialidade; II) princípio da subsidiariedade; III) princípio da alternatividade; IV) princípio da consunção. O conflito aparente de normas se dá nos casos em que duas ou mais normas incriminadoras são igualmente vigentes e são aparentemente aplicáveis à mesma conduta. O conflito deverá ser solucionado pela aplicação dos seguintes princípios: direito penal - parte geral princípios do direito penal conflito aparente de normas Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos)a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. O supracitado princípio se aplica nos casos de crimes de ação múltipla (verbos) ou de conteúdo variado, nos quais o tipo penal prevê mais de uma conduta em seus vários núcleos. Exemplo: art. 33 da Lei n. 11.343/2006: Dessa forma, independentemente do número de condutas praticadas pelo agente, somente haverá a consumação de um único crime, o de tráfico de drogas. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO O princípio tem aplicação nos casos em que um delito funciona como fase normal de preparação ou de execução ou como mero exaurimento de outro crime. Com a aplicação do princípio ocorre a absorção de um delito por outro. 1) Crime Progressivo: o agente, desde o início de sua conduta, possui um objetivo e, para alcançá-lo, passa por diversos crimes menores (crimes de passagem). 2) Progressão Criminosa: há alteração no dolo do agente. Após produzir o resultado pretendido, o agente prossegue para obter resultado mais grave. 3) Fato Anterior não punível: verifica-se nos casos em que o fato anterior está na linha de desdobramento da ofensa mais grave. O agente para praticar o furto em uma residência, deve necessariamente antes praticar o crime de violação de domicílio. O furto absorverá o crime de violação de domicílio. 4) Fato Posterior não punível: quando o fato posterior se referir ao mesmo bem jurídico e à mesma vítima, ficará absorvido pelo primeiro. Exemplo, se o agente destrói a coisa furtada, não responderá pelo crime de dano. A lei especial é aquela que contém, além de todos os elementos da lei geral, outros elementos especializantes. Exemplo, o delito de infanticídio (art.123 do CP) prevalece sobre o crime de homicídio (art.121 do CP) quando a mãe mata, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. O tipo penal especial afasta a aplicação do tipo penal geral (lex specialis derrogat legi generali) independente de sua gravidade. Princípio da especialidade Na ausência ou impossibilidade de aplicação do tipo penal primário (principal) mais grave, aplica-se o tipo penal subsidiário menos grave (lex primaria derrogat legi subsidiariae). A subsidiariedade pode ser de duas espécies: a) expressa: quando o próprio tipo penal se declara subsidiário, como, por exemplo, o art. 132 do Código Penal, que dispõe – “se o fato não constituir pena mais grave” (a norma se autoproclama “soldado de reserva” – Nelson Hungria). b) tácita/implícita: ocorre quando um tipo penal está contido em outro na condição de elementar (elementos presentes no caput do artigo) ou circunstâncias (dados acessórios que podem interferir na pena), por exemplo, no caso do art. 304 do CTB), que prevê a omissão de socorro em acidente de trânsito, em relação ao homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado pela omissão de socorro (art. 302 c/c o art. 303, parágrafo único, inciso III, do CTB). PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com 1) Efeitos Civis da condenação penal (p.ex. confisco de bens) ou; 2) Medida de segurança. Porém, para isso a sentença penal deve ser objeto de homologado pelo STJ. Só caberá homologação quando o STJ verificar que a lei brasileira autoriza aplicação dos mesmos efeitos no caso concreto (requisito básico). Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 O art. 9º do CP revela uma parceria entre países estrangeiro e Brasil. São casos em que a algum país requer à Justiça brasileira que execute a sua sentença, ou seja, o processo de conhecimento tramita no estrangeiro e a execução é aqui no Brasil. Quais são os efeitos decorrentes de sentença penal estrangeira que podem ser executados no Brasil? O CP é limitado, autorizando somente nessas hipóteses: direito penal - parte geral teoria geral do direito Eficácia da sentença estrangeira infração penal apenada com reclusão ou detenção, acompanhada ou não de multa. aquela punida com prisão simples (juntamente com multa) ou somente pena de multa. Conforme o artigo 1º da LICP (Lei de introdução do Código Penal – Decreto-Lei n. 3.914/41) Crime: Contravenção: conceitos de crime Divisões do Conceito Análitico: Teoria Bipartida/Dicotômica: Crime = Fato Típico + Ilícito (antijurídico). Teoria Tripartida/Tricotômica: Crime = Fato Típico + Ilícito (antijurídico) + Culpável. a teoria tripartida é a que tem mais força, sendo adotada pela maioria dos estudiosos do Direito Penal e, também, pelas Cortes Superiores. 1) Conceito Material: É baseado na essência de um comportamento penalmente relevante. 2) Conceito Formal: Crime é a conduta vedada por lei, com ameaça de pena criminal. 3) Conceito Analítico: Crime é toda a ação ou omissão, consciente e voluntária, estando previamente definida em lei, que cria um risco juridicamente proibido e relevante. crime x contravenção penal Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Contagem de prazos Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Frações não computáveis da pena Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Legislação especial definição de crime FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL princípios do direito penal Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Conduta é: toda ação ou omissão humana, consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. Ação: É toda conduta positiva, que nasce a partir de um movimento corpóreo. A grande maioria das figuras típicas do ordenamento jurídico descreve uma conduta positiva, p.ex. “matar; subtrair; apropriar-se; ameaçar”. Omissão: É a conduta negativa, consubstanciada na indevida abstenção de um movimento obrigatório. É o primeiro dos elementos que compõe o fato típico (formador da estrutura do crime). Sendo assim, somente entram no campo da ilicitude os atos conscientes. direito penal - parte geral teoria geral do direito fato típico - conduta e seus elementos Resultado é a modificação “naturalmente visível” causada no mundo exterior pela conduta, como a perda patrimonial no furto, a morte no homicídio ou os traumas físicos na lesão corporal. Porém, nem todo crime possui resultado naturalístico. Assim, existem crimes considerados materiais, formais e de mera conduta. Crimes quanto ao resultado naturalístico: Crimes materiais. A consumação só ocorre se houverem resultados naturalísticos, como o homicídio, que só se consuma com a morte da vítima. Se compõem de: Conduta + Tipicidade + Nexo Causal + Resultado. Crimes formais. O resultado naturalístico é até possível, mas é “irrelevante”, pois o “resultado final” não precisa necessariamente acontecer, como na extorsão mediante sequestro, que se consuma no momento em que a vítima é sequestrada, mesmo que os criminosos recebam ou não o resgate. São compostos de: Conduta + Tipicidade. Crimes de mera conduta. Não produzem nenhuma alteração no mundo concreto, como o crime de desobediência e o de omissão de socorro (art. 135, do CP). São compostos de: Conduta + Tipicidade. Crime é toda lesão ou ameaça a um bem jurídico relevante: todo crime tem resultado jurídico pois sempre agride a um bem jurídico tutelado pelo direito penal. Se não houver resultado jurídico não existe crime: homicídio é crime pois atinge o bem jurídicovida, roubo é crime pois atinge o bem jurídico patrimônio. Crimes quanto ao resultado naturalístico: Crime de dano ou lesão: a consumação exige que o bem jurídico seja lesionado pela conduta do agente, p.ex. o crime de homicídio Crime de perigo: a consumação ocorre quando o bem jurídico é exposto à risco, p.ex. o crime de contágio venéreo do art. 130 do CP; posse (art. 12) ou porte (art. 14 o 16) de arma de fogo (Estatuto do Desarmamento). TEORIA NATURALÍSTICA TEORIA JURÍDICA resultado A partir dessa teoria, a omissão (abstenção) produziria um resultado que estaria intimamente ligado (nexo causal) ao fato do agente se abster de realizar um determinado comportamento. Quem se omite nada faz, razão pela qual, nada causa. Dessa forma, a possibilidade de se atribuir ao agente criminoso (omitente) o resultado de sua abstenção, dar-se-á a partir de uma obrigação jurídica anterior à omissão (“dever jurídico de agir”). Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. TEORIA NATURALÍSTICA/CAUSAL TEORIA NORMATIVA/JURÍDICA Relação de causalidade (conditio sine qua non (condição sem a qual)) Relevância da omissão Omissão penalmente relevante Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral teoria geral do direito fato típico - nexo de causalidade Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Dolo Direto (art. 18, inciso I, primeira parte): Quando o agente quis o resultado. Dolo Direto de 1º Grau: consiste na vontade de produzir as consequências primárias do crime, ou seja, é a busca na produção do resultado típico visado. Dolo Direto de 2º Grau: é aquele que abrange os efeitos colaterais da prática delituosa, ou seja, as suas consequências secundárias, que originariamente não são desejadas pelo agente. Aqui, o autor não pretende produzir o resultado, mas percebe que não pode chegar ao resultado pretendido sem causar os referidos efeitos acessórios. Para o dolo direto, o CP adotou a teoria da vontade, que diz ser o dolo a vontade dirigida ao resultado. Dolo Eventual (art. 18, inciso I, segunda parte): Quando o agente assumiu o risco de produzi-lo. Para o dolo eventual, o CP adotou a teoria do consentimento/ assentimento, ou seja, aquele que, prevendo o resultado, assume o risco de produzi-lo, age dolosamente. Dolo Indireto ou Indeterminado: o agente não quer diretamente o resultado, porém, aceita a possibilidade de produzi-lo (dolo eventual) ou não se importa em produzir este ou aquele resultado (dolo alternativo). Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso e crime culposo. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. o direito penal brasileiro adotou a teoria da conditio sine qua non (condição sem a qual) para explicar a relação de causalidade entre conduta e resultado. haverá relação de causalidade em qualquer fator que possa anteceder o resultado e nele tiver alguma relação. É o elo de ligação que une a conduta praticada pelo agente ao resultado produzido. O nexo de causalidade envolve três teorias relevantes: Equivalência dos Antecedentes: considera causa do crime toda ação ou omissão essencial para o resultado. Porém, só é imputado ao agente se agiu com dolo ou culpa. Causalidade Adequada: aplica-se em casos com concausas (outros eventos que contribuem para o resultado do crime). Apenas a concausa que, por si só, produz o resultado é considerada causa adequada. Imputação Objetiva: avalia os riscos criados ou aumentados pela conduta do agente. É responsável quem criou risco proibido pelo Direito e causou o resultado de forma razoável. Relação de causalidade fato típico - tipicidade Material - A tipicidade material é a efetiva lesão ou exposição de perigo de um bem jurídico penalmente tutelado Formal - É a conduta exercida pelo agente que esta estabelecida (tipificada) na normal penal. (Conduta praticada + previsão na lei). É conceituada como a relação de encaixe/enquadramento entre um fato concreto (ocorrido no mundo fenomênico) e um tipo penal previsto de forma abstrata (aspecto formal), em conjunto com a lesão ou perigo de lesão ao bem penalmente tutelado (aspecto material). Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral teoria geral do direito crime culposo É um dos crimes que não admite a tentativa, salvo na culpa imprópria. Culpa imprópria (culpa por extensão, culpa por assimilação ou culpa por equiparação) na qual o agente quer o resultado, estando sua vontade viciada por erro que poderia evitar, observando o cuidado necessário. Ocorre por erro de tipo inescusável, por erro de tipo escusável nas descriminantes putativas ou por excesso nas causas de justificação. crime culposo. Conduta voluntária Resultado involuntário Nexo causal Tipicidade Quebra do dever de cuidado objetivo por imprudência, negligência ou imperícia Previsibilidade objetiva do resultado Relação de imputação objetiva Elementos do crime culposo Imprudência pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada. p. ex. um motorista que dirige em velocidade acima da permitida e não consegue parar no sinal vermelho, invadindo a faixa de pedestres e atropelando alguém. Negligência alguém deixa de tomar uma atitude ou de apresentar uma conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não adotando as devidas precauções. p. ex. um pai de família que deixa uma arma carregada em local inseguro ou de fácil acesso a crianças, por exemplo, pode causar a morte de alguém por essa atitude negligente Imperícia para que seja configurada a imperícia, é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática ou ausência de conhecimentos elementares e básicos para a ação realizada. p. ex. um médico que realize uma cirurgia plástica em alguém e cause deformidade pode ser acusado de imperícia. Modalidades de culpa ESPÉCIES DE CULPA Culpa Consciente há previsão do resultado. o agente, prevendo o resultado e, confiando levianamente em suas habilidades, acha que será capaz de evitar o resultado. Culpa Inconsciente não há previsão do resultado pelo agente, embora previsível. é a culpa comum, normal, manifestada pela imprudência, negligência ou imperícia. Dolo Eventual há previsão do resultado. o agente, prevendo o resultado, mostra-se indiferente com a sua ocorrência, assumindo o risco de produzi-lo. um crime só pode ser punido como culposo quando houver expressa previsão legal (art. 18, p.ú, do CP). No silêncio da legislação, a infração penal somente será punida à título de dolo. Princípio da excepcionalidade do crime culposo Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral teoria geral do direito CONSUMAÇÃO E TENTATIVA COGITAÇÃO – é a elaboração mental do crime. Quando o agente inicia, na sua mentalidade, a formulação da empreitada criminosa. Nesse momento,o pensamento criminoso do agente não possui relevância para o Direito Penal. PREPARAÇÃO – quando o agente começa a desenvolver o plano. Nesse momento, em regra, não há que se falar em punição. Os atos preparatórios só são puníveis, de forma excepcional, quando o legislador resolve antecipar a tutela penal, como ocorre através da Lei Antiterrorismo (que pune os atos preparatórios para o terrorismo) e, também, o crime do artigo 34 da Lei 11.343/06 (petrechos para o tráfico). EXECUÇÃO – é quando o agente põe em prática o crime que havia planejado. Por exemplo, efetua os disparos de arma de fogo contra a vítima. CONSUMAÇÃO – ocorre com a reunião de todos os elementos da definição legal do crime, p.ex. a morte da vítima. iter criminis (caminho do crime) Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Art. 14, do CP - Diz-se o crime: Para sabermos qual a fração utilizar como critério do redutor, precisamos analisar, no caso concreto, o quão perto o agente criminoso chegou da consumação do crime. Ou seja, quanto mais distante o criminoso ficar da consumação, o redutor será maior, quanto mais perto o criminoso ficar da consumação do crime, menor será o redutor. Qual fração deve ser utilizada como redutor? crimes que não admitem tentativa Crime culposo – Salvo na culpa imprópria (art. 20, §1º e 23, do CP) Crimes unissubssistente. Crimes omissivos puros. Contravenções penais. Crimes habituais. Crimes preterdolosos. art. 19, CP – é quando o agente atua com dolo na sua conduta e o resultado agravador advém de culpa. Crimes de atentado/empreendimento. Punibilidade – é a possibilidade jurídica de imposição da sanção penal (pena privativa de liberdade ou medida de segurança). Ela surge com a prática da infração penal, entretanto, nós temos algumas exceções no ordenamento jurídico: Há crimes, porém, cuja punibilidade fica condicionada a um evento futuro. É o caso, por exemplo, dos crimes falimentares, cuja punibilidade somente se dá com a prolação da sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou homologa a recuperação extrajudicial (art. 180 da 11.101/05). Ela é uma condição objetiva de punibilidade. Há, ainda, delitos que, mesmo quando praticados, não são puníveis, por força de regras excepcionais. É o que se dá com determinados crimes patrimoniais, quando presente a escusa absolutória (art. 181, do CP). Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral teoria geral do direito desistência voluntária e arrependimento eficaz o crime impossível se dá quando houver absoluta ineficácia do meio (executório), ou quando ocorrer absoluta impropriedade do objeto (material). Agora, caso haja relativa ineficácia ou relativa impropriedade, haverá crime tentado. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. crime impossível O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir (Desistência voluntária) na execução ou impede que o resultado se produza (Arrependimento Eficaz), só responde pelos atos já praticados. Desistência voluntária: O agente desiste, por vontade própria, de seguir os atos executórios, mesmo podendo prosseguir. Para a ocorrência da desistência voluntária, é necessário que o agente tenha adentrado, ao menos, na execução do crime. P.ex.: sujeito que ingressa na casa da vítima e desiste da subtração que pretendia efetuar; sujeito que efetua apenas um disparo, havendo mais munição, e desiste da ação criminosa. Arrependimento Eficaz: O agente pratica todos os atos executórios, entretanto se arrepende e impede a consumação do resultado. P.ex.: Aplicou ou administrou o veneno e depois fornece o antídoto impedindo assim a consumação do crime. Art. 15, do CP - Diz: ARREPENDIMENTO POSTERIOR Trata-se de uma hipótese de redução/diminuição de pena, diante da reparação do dano causado ou restituição da coisa subtraída por parte do agente. Não é aplicável se o crime é cometido com violência ou grave ameaça. No entanto, de acordo com parte da doutrina, é cabível se a violência foi culposa, tendo o agente antes da queixa se arrependido e tomado as providências necessárias. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas §1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro §2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa §3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Erro de tipo e erro de proibição Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral teoria geral do delito Erro de tipo e erro de proibição Erro de tipo: a falsa percepção da realidade interfere no elemento subjetivo do tipo penal (no dolo e na culpa). o agente criminoso vê uma coisa e pensa que é outra (falsa representação da realidade). Erro de proibição: a interferência se dá no campo da culpabilidade, mais precisamente no elemento da potencial consciência da ilicitude. o indivíduo sabe exatamente o que está acontecendo, mas supõe lícita uma conduta proibida. a ignorância atinge a noção acerca do caráter ilícito do ato praticado. Erro de tipo essencial é o que impede o agente de perceber que pratica determinado crime, por isso, sempre exclui o dolo. Classificações do erro essencial quanto a sua intensidade: Erro de tipo inevitável, invencível ou escusável (Desculpável) Quando não pode ser evitado pelo cuidado objetivo do agente, ou seja, qualquer pessoa, na situação em que se encontrava o agente, incidiria em erro. Exclui o dolo e a culpa. Erro de tipo evitável, vencível ou inescusável (Indesculpável) Quando pode ser evitado pela observância de cuidado objetivo pelo agente, ocorrendo o resultado por imprudência ou negligência. Exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo. Erro ACIDENTAL é aquele em que não há impedimento do agente de perceber que pratica determinado crime e, por isso, não exclui o dolo. Dá-se das seguintes formas: Erro sobre o objeto - (Error In Objeto) O indivíduo acaba se confundindo em relação ao objeto material. Crê que sua conduta recai sobre um determinado objeto, mas incide sobre coisa diversa. Erro sobre a pessoa art. 20, §3º, CP – ocorre quando o agente atinge pessoa diversa da pretendida, por confundi-la com a vítima visada (“sósia”). Nesse caso, aplicam-se as qualidades e condições da vítima pretendida (visada) e não da vítima (real). COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL e obediênciahierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. exclui a culpabilidade, pois o agente possui vontade, embora seja viciada. exclui a tipicidade, pois o agente atua sem vontade e não controla seus movimentos. Coação moral Coação física excludentes da ilicitude Conforme o Art. 23, do CP. – Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II – em legítima defesa; III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com direito penal - parte geral estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. O estado de necessidade é uma excludente de ilicitude que surge em casos em que há uma situação de perigo que gera conflito entre dois ou mais bem jurídicos e, necessariamente um deles deverá ser sacrificado. requisitos para o estado de necessidade Situação de necessidade: deverá haver a ocorrência de um perigo, ou seja, uma probabilidade de dano a um bem jurídico. O perigo deve ser atual (presente) e inevitável. Perante o CP, o perigo deve ser apenas atual. Não provocação do perigo: o agente que se beneficia do instituto do estado de necessidade não pode ser o provocador do perigo. Se ele for o provocador voluntário (provoca dolosamente) não há estado de necessidade. Por outro lado, aquele que provoca de forma involuntária (de forma totalmente acidental), há, em tese estado de necessidade. Inexigibilidade de sacrifício do bem salvo: a lei considera lícito o estado de necessidade se o agente salva um bem de maior relevância ou igual. Se o bem for de relevância menor do que o sacrificado, não há estado de necessidade. Dessa forma, o art. 24, §2º, manda aplicar em favor do agente. Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo: policiais, militares, bombeiros, possuem o dever de encarar o perigo. Em situações de perigo extremo, essas pessoas podem agir em estado de necessidade. É pacífico entre os estudiosos do direito penal a inexigência de atos de heroísmo. legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. requisitos para a legítima defesa Agressão: é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo qualquer bem jurídico. Não há que se confundir agressão com provocação. Deve ser atual ou iminente e injusta. A agressão deve se voltar a direto próprio ou alheio. O elemento subjetivo é o “animus deffendendi”, implícito no art. 25 do CP. Injustiça da agressão: deve ser avaliada objetivamente. Logo há, em tese, legítima defesa contra agressão de inimputáveis. Quero que você tenha em mente que é inviável cogitarmos uma legitima defesa recíproca, pois, se um dos indivíduos estiver em legítima defesa, sua reação será lícita para o direito. Reação (forma de repelir a agressão): Com o emprego dos meios necessários: aquele menos lesivo dentre os meios eficazes à disposição do agente. Moderação: aquela exercida até fazer cessar a agressão sofrida. Se ausente algum desses requisitos, haverá excesso na legítima defesa e o agente responderá pelo excesso. O excesso pode se dar de duas formas: a) excesso intencional/voluntário: nessa modalidade, o agente está ciente de que a agressão já cessou, e mesmo assim, prossegue em sua conduta dirigindo-se a lesar o bem do agressor. b) não intencional/involuntário: o sujeito, através de erro na apreciação da situação fática, está supondo que a agressão ainda está ocorrendo e, dessa forma, segue com sua reação sem se dar conta do excesso que comete. teoria geral do delito - EXCLUDENTES DE ILICITUDE Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Ofendículos - são os aparatos pré-dispostos na defesa de um bem jurídico, p.ex. cacos de vidro. emuros e cercas elétrica. Entretanto, para que os ofendículos sejam considerados como um aparato de excludente de ilicitude, é necessário que sejam lícitos, visíveis, inacessível a terceiros inocentes e deverá ter a observância de eventuais normas técnicas. Durante a instalação ou manutenção: é considerado exercício regular de um direito. Quando houver a utilização/acionamento: é considerado legitima defesa preordenada. direito penal - parte geral ofendículos estado de necessidade x legítima defesa Estado de necessidade: Pressupõe perigo. Todos os envolvidos têm razão, pois seus bens ou interesses são legítimos. Só há estado de necessidade se o perigo for inevitável. Existe estado de necessidade contra atos de animais. Legítima defesa: Pressupõe agressão. Somente um indivíduo (agredido) está com a razão, ao repelir a injusta agressão Há legítima defesa ainda quando a agressão for evitável. Não existe legítima defesa contra ataque de animal (salvo quando ele foi o instrumento de uma agressão humana). Estrito cumprimento do dever legal Consiste na prática de um fato típico, em razão de cumprir o agente uma obrigação imposta por lei, de natureza penal ou não. Enquadra-se a atividade do policial, ao executar mandado de prisão. “O policial que cumpre um mandado de prisão e, para isso, emprega força física, na medida do necessário para conter o agente, encontra-se no estrito cumprimento de um dever legal; sua ação não é criminosa, com fundamento na combinação do art. 23, inciso III, do CP com o art. 292 do CPP”. (ESTEFAM, André, p. 295). exercício regular de direito É o desempenho de uma atividade ou a prática de uma conduta autorizada por lei, que torna lícito um fato típico. Se alguém exercita um direito, previsto e autorizado de algum modo pelo ordenamento jurídico, não pode ser punido, como se praticasse um delito. P.ex. Ex.: Lesão corporal decorrente de violência desportiva. legítima defesa putativa ocorre quando o agente pensa que está se defendendo, porém, na verdade, acaba praticando um ato injusto. Se é certo que o agente não sabe estar cometendo uma agressão (pela falsa percepção da realidade) injusta contra um inocente, é certo, também, que o agredido nada tenha a ver com isso, podendo repelir o ataque objetivamente injustificável. teoria geral do delito - EXCLUDENTES DE ILICITUDE Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com é o juízo que será feito sobre a reprovabilidade da conduta do agente, considerando suas circunstâncias pessoais (ex. capacidade). a posição dominante no ordenamento jurídico é de que a culpabilidade se trata de requisito do crime. Requisitos da culpabilidade: Imputabilidade. Potencial consciência da ilicitude. Exigibilidade de conduta diversa. Causas: Art.26 – Doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Doença mental: é a perturbação mental de qualquer ordem, como psicose, esquizofrenia, loucura, paranoia, psicopatia (...) Dependência patológica de substância psicotrópica configura doença mental (Art. 19, Lei 6.368/76). Art.27 – Menoridade Penal Art.28 – Embriaguez Completa involuntária. consiste na intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogo (exceto droga ilícitas). Embriaguez completa:quando se enquadra o sujeito no segundo nível (depressão) e terceiro nível (letargia – coma – conduta omissiva). Embriaguez involuntária: proveniente de caso fortuito ou força maior. Se a embriaguez for voluntária o agente responde pelos atos por força da teoria da “actio libera in causa” (ação livre na causa). Para que seja aplicado o instituto da embriaguez involuntária, sem gerar responsabilidade penal objetiva, deve- se avaliar se, no momento em que a substância foi ingerida, era previsível o resultado produzido. Espécies de embriaguez voluntária: Dolosa: o sujeito quer se embriagar. Culposa: aquela que decorre no excesso imprudente no consumo; e Pré-ordenada: o indivíduo ingere bebida alcoólica para se “encorajar” para cometer o crime. Nesse caso, estamos diante da agravante do art. 61, II, “l”, CP. Embriaguez patológica: o indivíduo é alcoólatra e isso é considerado como doença mental, aplicando-se o art. 26 do Código Penal, que dispõe sobre a inimputabilidade. como já foi cobrado? direito penal - parte geral Culpabilidade Imputabilidade Trata-se da capacidade mental do indivíduo de compreender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento (ou seja, de conter-se). condições de sanidade e maturidade humana. precisa estar presente no momento da conduta. espécies de embriaguez voluntária Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia A respeito da imputabilidade penal, é correto afirmar que tal instituto A) figura como um dos elementos da culpabilidade. B) cuida da capacidade física do agente de praticar o ilícito. C) figura como um dos requisitos da punibilidade. D) não exclui da aplicação da lei penal fato praticado durante a embriaguez involuntária completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. E) não exclui a menoridade (criança e adolescente) da aplicação da lei penal. Gabarito: alternativa A. teoria geral do delito - culpabilidade exclusão da Imputabilidade Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Erro sobre a ilicitude do fato. Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Teoria monista: essa é a adotada, como regra, pelo artigo 29, caput, do CP. Assim, todo aquele que concorre para o crime responde pelas penas a este cominada, na medida de sua culpabilidade. Então, dessa forma, atribui um só crime a todos os concorrentes. Teoria dualista: aqui, deve haver dois crimes diferentes a serem imputados. Um deles será imputado aos autores e outro, aos partícipes. Essa teoria não foi adotada pelo CP. Teoria pluralista: deve se atribuir para cada agente um delito diferente. Há exemplos excepcionais dessa teoria em nosso CP, que são “as exceções pluralistas à teoria monista”. Como exemplo, podemos citar o crime de corrupção. No caso da corrupção, o corruptor comete corrupção ativa (art. 333, do CP), e o funcionário público corrompido, corrupção passiva (art. 317, CP). Circunstâncias incomunicáveis Casos de impunibilidade Teorias acerca do concurso de pessoas direito penal - parte geral Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa CONCURSO DE PESSOAS teoria geral do delito - culpabilidade Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. exclui a culpabilidade, pois o agente possui vontade, embora seja viciada. Exemplo: um gerente de banco que, tendo seu filho sequestrado, é forçado a efetuar um furto de quantia vultosa na agência bancária em que trabalha a fim de realizar o pagamento do resgate. ocorre quando o sujeito não é capaz de se opor àquela demanda. O indivíduo passa a ter uma conduta distinta do esperado em outras condições (em situação “normal”). Mas, naquele caso, não se poderia esperar outra ação dele. exclui a tipicidade, pois o agente atua sem vontade e não controla seus movimentos. Coação irresistível e obediência hierárquica Coação moral Coação moral irresistível Coação física irresistível É necessário que sejam preenchidos os seguintes requisitos: Relação de hierarquia: dessa forma, somente poderá ocorrer em ambiente público; Ordem superior; Ordem ilegal não manifesta (a ilegalidade não pode ser evidente). Obediência hierárquica teoria geral do DELITO - CONCURSO DE PESSOAS Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com como já foi cobrado? Pluralidade de pessoas e de condutas Cada uma das pessoas deve praticar obrigatoriamente condutas penalmente relevantes (sejam ações ou omissões). Relevância causal das condutas Deverá haver nexo de causalidade entre a conduta e o resultado (art. 13, caput, do CP) e, também a presença do verbo “concorrer” do art. 29, do CP. Feito isso, deverá ser verificado se o concorrente da infração é coautor ou participe. Unidade de desígnio/vínculo subjetivo/ identidade de propósitos Corresponde à adesão voluntária à conduta criminosa. Não se exige acordo prévio (“pacta sceleris”). Se não houver unidade de desígnios, ocorrerá “autoria colateral”. Unidade de infração Teoria unitária/monista (art. 29, caput, CP). Todos respondem pelo mesmo crime. Requisitos: Pluralidade de agentes. Conduta relevante (relevância causal das condutas). Vínculo subjetivo. Unidade de crimes (infração). direito penal - parte geral classificação de crimes quanto ao número de agentes teoria geral do delito - concurso de pessoas b.1) de condutas paralelas: aquele crime plurissubjetivo em que os concorrentes possuem divisão de tarefas em busca de um objetivo comum, p.ex. o crime de associação para o tráfico de drogas, previsto no art. 35 da Lei 11.343/06 (mínimo 2 pessoas); associação criminosa, conforme o art. 288, CP (mínimo três pessoas); organização criminosa (mínimo de 4 pessoas). b.2) de condutas convergentes: as condutas convergem ao encontro uma da outra, p.ex. crime de bigamia (art. 235, §1º, CP); b.3) de condutas contrapostas: aquele em que os sujeitos praticam suas condutas uns contra os outros, p.ex. crime de rixa. a) Crimes monossubjetivos, unissubjetivos ou de concurso eventual: é um crime que pode ser praticado por uma ou mais pessoas em concurso. b) Crimes plurissubjetivo ou de concurso necessário: o tipo penal exige a pluralidade de sujeitos ativos como elementar do crime. teoria geral do DELITO - CONCURSO DE PESSOAS Autor: É o sujeito que realiza o verbo nuclear. Por exemplo, "matar". Coautor: É o sujeito que realiza atos de execução. P.ex. empunhar arma de fogo e apontá-la para a vítima. Partícipe: É o sujeito que presta auxílio moral (que decorre de um induzimento ou instigação) ou material (forneceu a arma de fogo), sem praticar atos de execução ou o verbo nuclear. Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia É requisito para a configuração do concurso de pessoas A) uma única conduta. B) a irrelevância causal das condutas. C) a identidade de crime para todos os envolvidos.D) a autoria incerta. E) o prévio ajuste entre os agentes.. Gabarito: alternativa C. Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Crime continuado: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica- se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. O crime continuado: decorre de mais de uma ação ou omissão (conduta) que resultam em dois ou mais crimes, da mesma espécie (aqueles previstos no mesmo tipo penal) em condições de tempo (aproximadamente 30 dias), lugar (no mesmo foro ou foros próximos), maneira de execução (verificar o “modus operandi”) e outras semelhantes. Também, os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro. Concurso material: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais O agente criminoso, mediante mais de uma ação ou omissão (conduta), pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneos) ou não (heterogêneos). Então, desse modo, havendo a ocorrência do concurso material, o sistema de aplicação da pena será o do cúmulo material, ou seja, o juiz deverá somar a pena dos crimes praticados em concurso pelo criminoso. Concurso formal: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Perfeito/Próprio: Dois ou mais crimes, resultado de uma única conduta. O juiz aplicará uma pena: SE idênticas a maior, SE diferentes, Aumentadas de 1/6 a 1/2. Imperfeito/Impróprio: Uma única conduta, mas seu objetivo era dois ou mais crimes. As penas serão: SOMADAS. direito penal - parte geral teoria geral do delito - concurso de crimes Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com Olá, querido(a) aluno(a). Que maravilha, você passou por todos os tópicos da parte geral do Código Penal que mais são cobrados em provas de concursos públicos e chegou ao final deste material. Espero que você tenha gostado do conteúdo encontrado por aqui e que ele tenha agregado à sua preparação. Muito obrigado pela sua atenção e continue firme, pois tenho certeza que a sua aprovação está próxima. Forte abraço, Revisão mapeada. agradecimento Revisão Mapeada | www.revisoesmapeadas.com.br | ig. @revisaomapeada | revisaomapeada@gmail.com