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DIAGÊNESE RECENTE Ciclo do Carbono • Papel central no controle do CO2 atmosférico e, portanto, do clima • Oceanos atuam como sorvedouros de CO2 • Bomba biológica: exportação de C da superfície para o oceano profundo. • Produção primária pelágica que não é mineralizada na coluna d’água consegue chegar ao assoalho marinho. • A fração da produção primária pelágica que alcança o assoalho marinho varia da seguinte forma:~30% na área costeira (<50m); ~10% no talude continental (>200m) • A remineralização bêntica na zona costeira recicla ~15% da produção pelágica. • O material orgânico que atinge o assoalho marinho pode escapar da remineralização bêntica e ser preservado nos sedimentos . • A maior parte do enterramento do Corg ocorre nos sedimentos costeiros da plataforma continental (<200m) Diagênese: é a soma de todos os processos que causam transformações em sedimentos ou rochas sedimentares. Os processos podem ser físicos, químicos,ou biológicos e podem ocorrer em qualquer tempo após a deposição das partículas na interface sedimento-água. Diagênese recente: se refere às mudanças que ocorrem desde o enterramento do Corg nos sedimentos superficiais até o algumas centenas de metros , onde temperaturas elevadas (<140C) não são encontradas, e onde não ocorre elevação acima do nível do mar, ou seja, os poros dos sedimentos estão sempre preenchidos com água. Características Processo que ocorre dentro dos sedimentos superficiais Promove a mineralização da matéria orgânica Consum� d� �idante� (�- aceptore�): • O2 • NO3 • MnO • Fe2O3 • SO4 Produz condições sub-tóxicas-anóxicas. Produtos decorrentes da mineralização da MO podem ser liberados para a água adjacente. Fatores que atuam sobre os fluxos e trocas na interface água-sedimentos TURBULÊNCIA E RESSUSPENSÃO:A energia mecânica da água transferida para o sedimento pode afetar a estrutura física da interface água-sedimento, aumentando a transferência de constituintes dissolvidos na água intersticial do sedimento superficial para coluna de água adjacente DIFUSÃOMOLECULAR:Ocorre com as espécies dissolvidas em função do gradiente de concentração ou de atividade termodinâmica que é desenvolvido em ambos os lados da interface água-sedimento. ADVECÇÃO:Mecanismo de transporte que causa deslocamento de massa na interface água-sedimento. DESLOCAMENTO VERTICAL GRAVITACIONAL:Ocorre na água intersticial devido às trocas na densidade da água de fundo. Este mecanismo provavelmente tem grande importância ecológica. BIOTURBAÇÃO DOS SEDIMENTOS:Ocorre através de organismos que se alimentam de depósitos e por outros organismos móveis. Processos Efeitos físicos: compactação Atuação biológica/química/física de organismos: bioturbação e bioirrigação Formação de novos minerais e modificação de minerais pré-existentes Dissolução completa ou parcial de minerais Mobilização e migração de elementos pós deposição Degradação bacteriana da matéria orgânica Bioturbaçã�: modificação dos solos e sedimentos por ação biológica de qualquer tipo de organismo, como raízes de plantas e animais que escavam. Bioirrigaçã�: Uma vez que suas escavações são construídas, alguns organismos permanecem por lá e esses espaços são preenchidos com água, aprimorando as trocas entre as águas adjacente e intersticiais. • Os macroinvertebrados podem colonizar os sedimentos de formas distintas • A intensidade do processo de bioturbação pode variar entre as diferentes espécies • O tipo de construção feita pelos organismos causa diferentes formas de bioturbação • Tubos ou buracos podem ser simples esconderijos fechados • Tubos possuem forros de polissacarídeos que agem como peneiras moleculares • Covas podem ser envolvidas por mucus • O modo de bioturbar os sedimentos afeta o fluxo de água entre as camadas dos sedimentos. • Pode ocasionar oxigenação dos sedimentos anaeróbicos Formação de novosminerais Sediment� • Componentes litogênicos: materiais oriundos de rochas continentais intemperizadas • Componentes biogênicos: produzidos diretamente pela atividade de organismos ou pela acumulação de fragmentos esqueletais. • Componentes autigênicos: precipitados in situ diretamente de soluções na coluna d’água ou nos sedimentos após a deposição. ➢ Autigênese é o processo através do qual um mineral é gerado in situ. ➢ Minerais autigênicos se formam durante a sedimentação por precipitação ou recristalização ao invés de serem transportados pela água ou ventos ➢ Sedimentos autigênicos são os principais constituintes da sedimentação profunda ➢ Argilas autigênicas tendem a reduzir a porosidade dos sedimentos, e dessa forma reduzem a permeabilidade. ➢ Para que qualquer mineral seja precipitado, a água deve estar supersaturada com respeito àquele mineral. ➢ Para a calcita, isso significa que a área de deposição deve estar acima da profundidade de compensação do carbonato. Minerai� autigênic� comun�: • Apatita • Carbonato de cálcio • Argilas • Pirita • Siderita • Silica • Siderita • Limonita ➢ A infiltração de CH4 é um fenômeno comum ao longo de margens continentais ➢ Apenas uma pequena quantidade de CH4 escapa dos sedimentos para a atmosfera ➢ Os processos biogeoquímicos atuam como um filtro para o metano em sistemas marinhos. ➢ A pirita é um importante mineral em sedimentos marinhos e tem papel importante nos ciclos do carbono, enxofre e ferro. ➢ Formação da pirita se em sedimentos anóxicos através da redução anaeróbica de metano e sulfato ➢ A pirita sedimentar formada durante a diagênese tem papel importante como sorvedouro para elementos traço (ET) como Mo, V, Cr e Ni. DIAGÊNESE: Mudanças químicas que ocorrem dentro dos sedimentos, através da interação com a água intersticial, conforme eles sofrem compactação e enterramento e depois são litificados e recristalizados para formarem rochas sedimentares. AUTIGÊNESE Reações que ocorrem na interface água sedimentos. Reações que se iniciam nessa interface geralmente continuam após o enterramento, como reações entre sedimentos e águas intersticiais. Dissoluçã� complet� A dissolução de sedimentos ou rochas carbonáticas ocorre quando os fluidos presentes em seus poros são insaturados em relação aos minerais carbonáticos. Mobilização emigração de elementos pós deposicional Muitos elementos escapam dos sedimentos por advecção das águas intersticiais, como resultado da compactação. ➢ Outros migram nos dois sentidos por difusão em função do estabelecimento de gradientes de concentração que surgem dos processos. diagenéticos: dissolução de minerais, troca iônica, degradação bacteriana da matéria orgânica. Degradação bacteriana A MO sedimentar é degradada pela atividade metabólica dos animais bênticos e micróbios heterotróficos. Algumas das reações diagenéticas mais importantes relacionadas com a decomposição da MO, são a remoção do OD, a redução de sulfato e a produção de amônio, fosfato, sulfeto de hidrogênio e metano. A maior parte das mudanças diagenéticas ocorrem via processos redox. • Se há O2 na água intersticial a MO é degradada pela respiração aeróbica • Condições sub-óxicas a anóxicas podem se desenvolver nessas condições. • De maneira geral, os diferentes constituintes são utilizados em ordem sucessiva. • Os constituintes que participam das reações que liberam mais energia são utilizados primeiro • A diagênese obedece à termodinâmica. ➢ Em áreas de produtividade relativamente altas a MO pode escapar da degração na zona óxica e a sequência diagenética é iniciada. ➢ As concentrações de nitrato na água intersticial diminuem devido à desnitrificação devido à redução dos óxidos de Mn. ➢ A sequência diagenética completa raramente é registrada em sedimentos profundos porque o fluxo de MO é baixo. ➢ Em áreas costeiras e regiões de ressurgência, além de outras regiões de produtividade elevada, a velocidade de acumulação de MO é tão elevada que o oxigênio penetra apenas em alguns centímetros dos sedimentos. ➢ A MO é degradada usando todos os constituintes redox presentes na água interstiticial. ➢ A matéria orgânica sedimentar é uma mistura complexade compostos orgânicos de diferentes composições químicas, múltiplas fontes e diferentes reatividades. ➢ A matéria orgânica em sedimentos costeiros tem origem em diversas fontes: terrestres, aquáticas, atmosféricas e antropogênicas, no caso de áreas urbanizadas ➢ Dependendo da região, o aporte de fontes autóctones e alóctones pode ser altamente variável, como sistemas de grandes rios e áreas de ressurgências. ➢ A composição isotópica do carbono permite a discriminação entre as plantas que seguem o ciclo fotossintético C3 e C4 . ➢ Quando ocorrer mistura de fontes, o sinal pode diferir dos padrões de identificação geral para fontes terrestres,especialmente em ambientes em costeiros. As variações isotópicas do nitrogênio estável são bem mais complexas que as do carbono. Razão elementar da matéria orgânica Em ambientes costeiros, como as áreas de estudo, a razão C/N vem sendo utilizada há décadas para determinar o predomínio de contribuição continental orgânica presente nos sedimentos. ➢ O N orgânico é preferencialmente degradado durante a decomposição da MO, o que faz com que a razão C/N tenda a aumentar durante esse processo. ➢ Da mesma forma que a razão C/N, a razão C/P pode ser utilizada na determinação da origem da matéria orgânica presente nos sedimentos. ➢ A razão C/S indica o caráter redutor dos sedimentos. Diagênese em sistemas costeiros Em sistemas costeiros rasos, os sedimentos tem papel fundamental sobre o controle dos processos biogeoquímicos da coluna d’água, influenciando a dinâmica do O2 ,carbono e macronutrientes (N e P). Baixos níveis de oxigênio dissolvido afetam o metabolismo e sobrevivência da fauna de menor mobilidade. ➢ A liberação de compostos tóxicos dos sedimentos pode prejudicar espécies vertebradas. Em sistemas mais rasos, onde não ocorre estratificação a mistura das água e reoxigenação ocorre através da ação dos ventos. ➢ O acoplamento entre os processos biogeoquímicos que ocorrem na água e nos sedimentos é significante em ambientes altamente produtivos. ➢ São observados intensos padrões de deposição/ressuspensão e acumulação de detritos orgânicos em áreas específicas. Diagênese em sistemas lagunares • Forte acoplamento bêntico-pelágico em função da baixa profundidade • Elevada taxa de deposição de MO nos sedimentos em função de produção autóctone a porte alóctone • MO depositada após a senescência dos produtores primários forma uma camada floculante: camada nefelóide Sistema� Tropicai� Disponibilidade de luz ininterrupta ao longo do ano. Deposição de MO de forma contínua ou em pulsos de acordo com a variabilidade temporal da produção primária e a sucessão entre as populações. Bentos possui disponibilidade contínua de alimento ao longo do ano Sistema� Temperad� Pulsos de deposição e padrões de sucessão fitoplanctônica são mais variáveis durante o ciclo de crescimento na sua fase exponencial,estado estável e senescência. O inverno corresponde ao período de remineralização dos nutrientes. Nutrientes se tornam disponíveis na primavera. Se houver disponibilidade de luz, ocorre o florescimento de fitoplâncton que absorve rapidamente os nutrientes. Ciclage� d� Nitrogêni� O N particulado se deposita nos sedimentos junto com o material em suspensão e sofre processos diagenéticos. A ciclagem do N depende da composição do fitoplâncton Apenas parte da produtividade pode ser mantida pela reciclagem ,principalmente de amônio. PROCARIOTOS • Possuem papel chave nas lagunas onde há acúmulo de C orgânico • Procariontes bentônicos são agentes de mineralização • Garantem o sistema de tamponamento do sistema lagunar contra o acúmulo de sulfetos em condições de distrofia • Representam uma fonte alimentar importante para organismos depositíveros PRODUÇÃO PRIMÁRIA DE LAGUNAS>>CONSUMO POR HERBÍVOROS ➢A maior parte da MO se torna disponível para os consumidores sob a forma de detritos orgânicos ➢Entrada de detritos >> capacidade de consumidores detritívoros → MO biodisponível acumula O longo tempo de residência das águas da laguna favorece a permanência de nutrientes nesse sistema • Fontes alóctones: águas continentais, subterrâneas, marinhas • Fontes autóctones: nutrientes reciclados Produção Primária de Lagunas • Fitoplâncton • Fanerógamas • Macroalgas A produção primária de 70% das lagunas é baseada no fitoplâncton ➢ A maioria das lagunas mantém alguma troca de água com o mar ao longo do ano. ➢ Existem exemplos que mostram que durante uma certa época do ano o canal de acesso ao mar sofre assoreamento → interrompe a entrada de água marinha: lagunas efêmeras