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Monitoramento e Métricas Digitais Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Carlos Eduardo Corrêa de Lima Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Economia Digital e a Base de Dados Economia Digital e a Base de Dados • Compreender o conceito de Economia Digital; • Conhecer o a evolução do comércio eletrônico, o contexto mundial e brasileiro; • Adquirir conhecimento sobre o consumidor digital; • Estudar pequenas e médias empresas do comércio eletrônico; • Reconhecer aspectos da loja virtual; • Estudar o E-commerce B2B. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • História e Evolução do E-commerce; • O E-consumidor; • Lojas Virtuais. UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Introdução A Economia Digital, como foi apresentada na unidade anterior, tem a capacidade de gerar informações de forma rápida e precisa por meio da internet. Para o monito- ramento de desempenho de organizações, produtos e marcas, é importante conhecer quais são as ferramentas disponíveis para coletar esses dados e informações e conhecer o mercado digital, ou seja, o tamanho do mercado on-line. Além do conhecimento do mercado on-line, também é preciso entender esse merca- do e como o consumidor está reagindo a ele, ou seja, a leitura e interpretação correta das informações. Como funcionam as empresas dentro do ambiente virtual, ver casos de sucesso e quais ações são consideradas para o sucesso no mercado virtual. Outro ponto importante é entender como as informações geradas pelos consumidores e pelas empresas contribuem para uma melhor relação entre as partes. Nesta unidade, estudaremos o mercado on-line, sua história e evolução, o comércio eletrônico, o consumidor e como ocorre a geração de dados – matéria-prima para o monitoramento e análise de métricas digitais. História e Evolução do E-commerce Os Números do E-commerce Nosso foco neste estudo é entender como analisar mídias sociais para avaliação de resultados das estratégias digitais, queremos compreender a relação entre objetivos de negócios e resultados de métricas e monitoramento de mídias sociais. Para isso, é im- portante, antes conhecermos a evolução do e-commerce, pensarmos em alguns dados que foram recentemente publicados: Figura 1 – E-commerce Fonte: Getty Images 8 9 O indicador digitalks nos mostra que, segundo dados do IAB (O Interactive Advertising Bureau), os investimentos em publicidade digital totalizaram 11,8 bilhões em 2017. Já o jornal Valor Econômico informa que os gastos com publicidade digital nos EUA podem superar a TV em 2017. Digitalks, disponível em: https://bit.ly/3vqxfzG Os meios digitais são essenciais para o desenvolvimento de negócios. Esse mercado gerou um novo tipo de consumidor e é preciso muito esforço para compreender o com- portamento do consumidor em meios digitais. Pensando em estatísticas de comporta- mento digital, a pesquisa da agência We are Social aponta os seguintes dados: Quadro 1 Total da População Mundial 7.593 Bilhões População com Acesso à Internet 4.021 Bilhões Usuários Ativos de Mídia Social 3.196 Bilhões Usuário de Aparelhos Móveis 5.135 bilhões População que usa Mídia Social pelos Aparelhos Móveis 2.958 Bilhões Total da população mundial 7.593 bilhões de pessoas, das quais 4.021 bilhões têm acesso à internet, ou seja, 55% da população, 3.196 bilhões, ou seja, 42% da popu- lação são usuários ativos de mídia social, 5.135 bilhões da população são usuários de aparelhos móveis (celular, smartphones, tablets etc.) e 2.958 bilhões usam mídia social através dos aparelhos móveis. Esses números revelam que o mundo se tornou digital. Todos os esforços de grandes empresas, grandes veículos de comunicação e da própria população é para que tudo venha convergir para o digital. Quadro 2 Total da População – Brasil 210 milhões Usuários de Internet 139 milhões Usuários Ativos de Mídia Social 130 milhões Usuários de Aparelhos Móveis 143 milhões Usuários de Mídia Social Através de Aparelhos Móveis 120 milhões No Brasil, são 210 milhões de habitantes e 139 milhões são usuários de internet, como mostram os dados publicados pela agência We are Social. 130 milhões, ou seja, 9 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados 62% da população são usuários ativos de mídia social, 143 milhões, 68% da população são usuários de aparelhos móveis (celular, smartphones, tablets etc.) e 120 milhões, 57% da população usam mídia social pelos aparelhos móveis. O tempo médio gasto com internet, em qualquer dispositivo no mundo, é de 9 horas e 14 minutos, com mídia social, 3 horas e 39 minutos, 3 horas e 41 minutos é o tempo médio diário de visualização de TV (transmissão, streaming e vídeo sob demanda) e o tempo médio diário gasto ouvindo streaming de música é de 1 hora e 19 minutos. Sobre os meios de publicidade, a primeira consciência é: Quadro 3 Televisão 37% On-line 29% Na loja 10% Poster 6% E-mail 5% Outros 3% Rádio 1% Outra informação importante é sobre o modelo de consumo por geração, confor- me abaixo: Tabela 1 Baby Boomers Geração X Geração Y Geração Z Geração (1946-1964) De 54 a 74 anos (1964-1982) De 36 a 54 anos (1982-2000) De 18 a 36 anos (a partir de 2000) 18 anos Marcos Guerra fria, Woodstock Muro de Berlim, primeiros celulares Globalização, antenados e 11/9 Aquecimento global, “boom” da tecnologia Conectividade Análogos Análogos Nativos digitais Nativos digitais Dispositivos Televisão Computador de mesa Celulares e tablets Dispositivos móveis, consoles de jogos Comunicação Telefone de linha E-mail Celulares, Facebook On-line Motivação Ordem e estrutura Conquistas e metas Sociabilização, aproveitar a vida Mobilidade Trabalho Valorizam o status e a hierarquia Buscam sucesso medido em dinheiro Relacionam trabalho com prazer – Tipo de compradores Tomam decisões analisadas Tomam decisões analisadas Tomam decisões imediatas Tomam decisões imediatas e variadas Características de consumo Fiéis às marcas, compram em lojas Adquirem produtos aspiracionais e de luxo Procuram marcas de nicho, compras digitais Tomam decisões imediatas e compras digitais * A geração seguinte aos pós-milenials é a geração T, dos nascidos de 2010 adiante, que apresenta um grande desafio porque são totalmente digitais, ou seja, não têm nenhum tipo de interação analógica. 10 11 Com base nos dados acima, pensamos o comércio eletrônico, que é a compra e ven- da pela internet. O e-commerce conquistou espaço e faz parte da realidade e do modo como as pessoas e empresas compram e vendem produtos e serviços. A realização de diversas tarefas, como fazer compras, operações bancárias, leitura de obras, pesquisas de assuntos diversos, ter acesso a notícias, jogos, fóruns de discussões, assistir a filmes e conteúdos de televisão, ouvir rádio em um computador ou dispositivo móvel só é possível por causa da internet, chamada também de “grande teia mundial” ou “World Wide Web”. São essas atividades diárias na internet que geram os dados nos dispositivos, ou seja, computador, smartphones, tablets e que se tornam a base ou a matéria-prima para gerar as métricas. O monitoramento sobre como os usuários de internet estão agindo ocorre em tempo real, por exemplo: em 1992, uma grande multinacional mudou o nome de uma de suas marcas de produto, o Lollo, que deixou de ser Lollo para ser Milkybar. Ao monitorar as redes sociais, a multinacional percebeu que era importante retomar a marca Lollo. Afirmou o gerente de marketing da multinacional suíça, Ricardo Bassani: “Sempre monitoramos as redes sociais e vimos que muita gente citava o Lollo com saudades”. A companhia, então, resolveu estudar a viabilidade de voltar com a marca. Na onda ‘revival’, Nestlé Brasil relança chocolate Lollo: https://bit.ly/3e28Pqv Em 1979, Michael Aldrich, na época, funcionário da empresa britânica Rediffusion Computers. usou uma televisão modificada ligada via telefone a um computador também preparadopara transações em tempo real. Michael Aldrich ficou conhecido como o criador do e-commerce. A Evolução do E-commerce No princípio, os negócios com consumidores diretos ou com empresas on-line seriam lucrativos, mas sua consolidação só se deu na década de 1990. Figura 2 – E-commerce Fonte: Pixabay 11 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Tim Berners Lee, juntamente com seu amigo Robert Cailliau, publicou uma proposta para construir um “projeto de hipertexto” chamado “World Wide Web”. Em 1991, Lee criou o primeiro servidor web e, assim, Berner’s Lee assumiu a tarefa de casar o hiper- texto com a internet. Ao fazê-lo, o processo levou-o a desenvolver URL, HTML e HTTP. A história do e-commerce: Como tudo começou? Disponível em: https://bit.ly/3u9rfeA O mercado on-line foi tomando forma e se consolidando, mas também se tornou complexo e com muitas preocupações com as compras on-line. Em 1994, foi criado um protocolo de segurança, o Secure Socket Layers (SSL) – certificado de criptografia da Netscape em 1994. Esse protocolo permitiu a transmissão de dados de forma segura via internet, assim foi possível determinar se um site era confiável ou não. A versão 3.0 se tornou padrão para os servidores da web. O consultor e pesquisador Philip Kotler afirma que: Hoje vivemos em um mundo totalmente novo. A estrutura de poder está passando por mudanças drásticas. A internet, que trouxe conectividade e transparência às nossas vidas, tem sido em grande parte responsável por essas transformações. (KOTLER, 2017, p. 20) Para Kotler: “Círculos sociais tornaram-se a principal fonte de influência, superando as comunicações de marketing e até as preferências pessoais”. (2017, p. 21). De acordo a professora e autora Sandra R. Turchi (2018, p. 15): O e-commerce começou a deslanchar nos EUA por volta de 1995, com o surgimento da Amazon.com e de outras empresas pioneiras que decidi- ram apostar nesse novo modo de fazer negócios. Turchi (2018) lembra que, com a chamada “bolha de oportunidade” que estourou em 2000, na bolsa de valores americana, a Nasdaq, muitas empresas e investidores que apostaram alto na web quebraram. Após esse acontecimento, as empresas que inves- tiram no varejo virtual enfrentaram sérias dificuldades e muitas encerraram suas ativi- dades. Porém, as que continuaram acreditando nesse novo canal de comercialização, buscando maior desenvolvimento de suas operações on-line, conseguiram se firmar e se destacar nesse segmento. A autora enfatiza o caso da Amazon, nos Estados Unidos, e da Submarino (atual B2W, formada pela fusão da Submarino com a Americanas.com e Shoptime), no Brasil. A Internet no Brasil De acordo Turchi: Todos os números e estatísticas relacionados ao mundo digital mudam a cada momento, mas o fundamental é entender o que esses estudos com- provam: trata-se de um caminho sem volta, que requer um aprendizado 12 13 contínuo (na maior parte das vezes, empírico) e apresenta grandes de- safios e obstáculos a serem vencidos, mas que em contrapartida oferece uma gama inesgotável de possibilidades e oportunidades que devidamen- te aproveitadas, podem render excelentes resultados. (2018. p. 2) No Brasil, a internet caiu no gosto do brasileiro e hoje tem mais de 139 milhões de usuários. Turchi (2018) destaca que o Brasil ocupa o décimo lugar no ranking de faturamento do e-commerce mundial e afirma: “É o único país da América Latina que figura entre os 10 primeiros, com 4,1% do total de vendas do varejo em geral do País” (2018, p. 16). A autora ainda aponta que a internet está aumentando nas classes C e D. De acordo com os números do mercado e fala dos autores apresentados, a internet é uma realidade consolidada nas relações humanas e também nas relações comerciais, dando, assim, origem a um novo modo de consumo no mundo. Governos e empresas precisam atuar de acordo com esse novo modo de interação que é o mundo on-line. O E-consumidor Comportamento do e-consumidor Para Philip Kotler (2017, p. 33): Uma nova espécie de consumidor, aquela que será a maioria no futuro próximo, está emergindo globalmente – jovem, urbana, de classe média, com mobilidade e conectividade fortes. Figura 3 – E-consumidor Fonte: Getty Images Para Kotler (2017), enquanto os mercados maduros estão lidando com uma popula- ção que envelhece, o mercado emergente está desfrutando o dividendo demográfico de uma população mais jovem e mais produtiva. Kotler destaca que: “Mas o que distingue 13 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados esse novo tipo de consumidor de outros mercados que vimos antes é sua tendência à mobilidade.” (2017, p. 34). Kotler (2017) destaca que esses consumidores se deslocam muito, trabalham longe de casa e vivem em ritmo acelerado. Adotado por Palfrey e Gasser, o termo “nativos digitais” no livro Nascidos na era digital, traz o conceito daqueles que são nascidos após 1980 e que têm habilidade para usar as tecnologias digitais. A principal característica é a de que eles se relacionam com as pessoas pelas novas mídias, por meio de blogs, redes sociais e que encontram novas possibilidades pelas novas tecnologias. Para Kotler, “Sendo nativos digitais, podem tomar decisões de compra em qualquer lugar e a qualquer mo- mento, envolvendo uma grande variedade de dispositivos.” (2017, p. 34). PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. disponível em: https://bit.ly/3nxFdEz Kotler destaca que “Com um alcance tão maciço, a conectividade transforma o mun- do como os consumidores se comportam.” (2017, p. 36). Para o autor, há outro ponto que deve ser destacado: “É verdade que, sendo nativos digitais, os consumidores jovens são os primeiros a adotar a conectividade, mas eles inspiram os mais velhos a fazerem o mesmo.” (2017, p. 37). Outro fator importante que o autor destaca é que: “Além disso, à medida em que a população mundial envelhece, os nativos digitais se tornam maioria, e assim a conectividade acabará se tornando o novo normal.” (2017, p. 37). Entender as principais características de quem compra on-line requer pesquisa con- tínua, busca por novidades sobre o tema, até porque a internet está em constante mu- danças. Como entender esse consumidor? O monitoramento e análise das métricas é que ajudam nesse conhecimento. Um dos pontos importantes na fala do Kotler é o de que os consumidores acima de cinquenta anos são inspirados pelos jovens a se conectarem também, e, portanto, repre- sentam uma parcela de compra no e-commerce. Para falar, portanto, do perfil dos consumidores do e-commerce no Brasil, é preciso verificar algumas informações abaixo que foram retiradas do relatório Webshoppers, divulgado semestralmente pela consultoria Ebit. Cerca de 25,5 milhões de brasileiros compraram pelo menos uma vez pela internet durante o primeiro semestre de 2017, e cada compra gerou informação e entregou pas- sos importantes para entender o que está acontecendo com o consumidor on-line. O es- tudo do perfil desse consumidor se faz importante para o planejamento de marketing. Ebit, disponível em: https://bit.ly/3gMtAbc De acordo com a Ebit, a partir do gênero, homens e mulheres têm participação igual no mercado e-commerce. 14 15 FEMININO 50,04% 1s 2017 50,04% 1s 2016 EBIT WEBSHOPPERS MASCULINO GÊNERO 49,96% 1s 2017 48,13% 1s 2016 Figura 4 Fonte: Adaptado de Ebit Informação Sobre a idade, de acordo com o Ebit, pessoas com mais de cinquenta anos represen- tam 31% de pedidos na internet, por isso, os dados confirmam a fala acima do Kotler, de que os mais velhos seguem inspirados nos mais jovens. De acordo com o Ebit, a parcela da população que mais consome na internet tem en- tre 35 e 49 anos (38%), seguida pelos maiores de 50, depois, as pessoas entre 25 e 34 anos (23%) e, por último, jovens com menos de 24 (8%). A idade média do consumidor do e-commerce no Brasil é de 43 anos. Até 24 anos 8% 1s 2017 8% 1s 2016 Entre 25 e 34 anos 23% 1s 2017 23% 1s 2016 Entre 35 e 49 anos 38%1s 2017 37% 1s 2016 Acima de 50 anos Idade média (anos) 31% 1s 2017 32% 1s 2016 43 1s 2017 43 1s 2016 EBIT WEBSHOPPERS FAIXA ETÁRIA Figura 5 Fonte: Adaptado de Ebit Informação Ainda de acordo com Ebit, a análise Geográfica aponta para a região Sudeste como a mais compradora no e-commerce com 62,8% dos pedidos. Em seguida, o Sul (14,7%), o Nordeste (12,6%), o Centro-oeste (7,3%) e o Norte (2,5%). 15 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Outro levantamento realizado pela Ebit mostra que 33,4% dos e-consumidores bra- sileiros têm renda familiar inferior a R$3 mil. Outros 23,7% apresentam renda familiar entre R$3 mil e R$5 mil e 18,3% ainda possui renda familiar entre R$5 mil e R$8 mil. Um destaque importante, neste tópico, vai para o alto consumo proveniente das classes mais altas da população. Pessoas com renda familiar acima de R$8 mil foram respon- sáveis por quase 25% dos pedidos totais. A renda familiar média do consumidor do e-commerce no Brasil é de R$5.573. Podemos afirmar, portanto, que, no fator idade, quando analisamos o perfil do con- sumidor, nós nos surpreendemos com o fato de que 31% das compras são realizadas por pessoas acima de 50 anos de idade, mas é preciso, claro, uma análise mais profunda para que, de fato, possamos conhecer o consumidor. Também é necessário avaliar se o consumidor não o faz por incentivo de outros. De qualquer forma, pode-se definir o perfil e a tendência a partir dessa pesquisa. Por fim, destaca-se que o usuário é a pessoa que gera uma interação com um dis- positivo (smartphone, computador ou tablet) – o dispositivo processa e recolhe essa interação que, posteriormente, é enviada à web, acumulando dados e informações. Os influenciadores do consumidor e-commerce Para finalizar este ponto, sobre o perfil do consumidor, vale ressaltar a posição de Kotler, que afirma que: “Para aumentar a probabilidade de conquistar defensores da mar- ca, os profissionais de marketing deveriam apostar nos JMS: jovens, mulheres e netizens ou cidadãos da internet.” (2017, p. 48). Jovens Para Kotler: “Os jovens de hoje serão, em um futuro próximo, o alvo primário e pro- vavelmente os clientes mais rentáveis.” (2017, p. 49). Kotler destaca que: “O papel dos jovens em influenciar o restante do mercado é imenso.” (2017, p. 50). O autor aponta alguns argumentos: • Primeiro, “eles são adotantes iniciais (early adopters)” (2017, p. 50); • Segundo, “os jovens são definidores de tendências” (2017, p. 50); • Terceiro, “os jovens são agentes de mudanças” (2017, p. 51); • Portanto, para Kotler: “Todos esses papéis – adotantes iniciais, definidores de ten- dências e agentes de mudança – levam à conclusão de que os jovens são a chave para participação nas mentes.” (2017, p. 52). Mulheres Para Kotler (2017), o mercado feminino é outro alvo lógico para os profissionais de marketing. Para o autor, em geral, existem três papéis que as mulheres desempenham: Primeiro, são coletoras de informações. Para o autor, as mulheres costumam passar horas nas lojas examinando a qualidade e comparando preços, bem como horas pes- quisando on-line, ao passo que homens costumam limitar a pesquisa e ir atrás do que querem o mais rápido possível (KOTLER, 2017, p. 53). 16 17 Segundo, são compradoras holísticas, ou seja, são expostas a mais fatores a serem considerados. Avaliam tudo – benefícios funcionais, emocionais, preços e demais ca- racterísticas – antes de definir o verdadeiro valor dos produtos e serviços (KOTLER, 2017, p. 53). São gerentes domésticas, de acordo com o autor, elas merecem os títulos de di- retoras financeiras, supervisoras de compras e gerentes ativos da família. O autor destaca que: Um relatório do Pew Research Center em 2008 revelou que em 41% dos domicílios americanos eram as mulheres que davam ordens, ao passo que em 26% dos domicílios os homens eram dominantes (no restante dos lares, homens e mulheres dividiam igualmente as tomadas de decisão). (KOTLER, 2017, p. 54) Netizens Kotler diz que: Michael Hauben, que cunhou a palavra netizen (cidadão da internet) no início da década de 1990, a define como as pessoas para além das fron- teiras geográficas que se importam em desenvolver a internet para be- nefício do mundo digital em geral e trabalham ativamente para esse fim. (KOTLER, 2017, p. 55) De acordo com o Kotler (2017), os netizens são os cidadãos da democracia, porque querem estar envolvidos no desenvolvimento da internet. Para o autor, mesmo exis- tindo 3,4 bilhões de usuários da internet, nem todos podem ser considerados netizens ou cidadão da internet. O autor nos diz que: “Os netizens são conectores sociais.” (2017, p. 55). Kotler (2017) afirma que a forma mais popular de conexão social são os serviços de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, como Facebook, WhatsApp, QQ, Tumblr, Instagram e LinkedIn. Um ponto importante que autor destaca sobre os netizens é que eles são evange- listas expressivos. Para o autor, existe um lado negativo nisso, que é: “o surgimento de agressores virtuais (cyberbullies), participantes inadequados (trolls) e odiadores (haters) na internet.” (2017, p. 56). Já o lado positivo é o fato de surgirem advogados de mar- cas. De acordo com Kotler (2017), os netizens são advogados, evangelistas e também contadores de histórias que espalham notícias sobre as marcas pelas suas redes, ou seja, exercem uma influência enorme, tendo muitos seguidores, fãs e amigos. Para Kotler (2017), os netizens são contribuintes de conteúdos, contribuem com o desenvolvimento da internet, facilitam a vida dos outros usuários, sendo a contribui- ção mais importante em diferentes formatos: artigos, white papers, e-books, infográ- ficos, artes gráficas, jogos, vídeos e até filmes. Enfim, para o autor, quando se trata de propaganda boca a boca comunitária, os netizens são os melhores amplificadores, ou seja, a marca fluirá ao longo das conexões sociais ao receber o selo de aprovação do grupo. 17 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Lojas Virtuais O que caracteriza o e-commerce é a utilização de um site que interage com o consu- midor facilitando as vendas. O site é o principal domínio da empresa e gera as princi- pais informações. Figura 6 – E-commerce Fonte: Getty Images Kotler (2013) diz que os varejistas on-line competem em três aspectos de transações: • Interação do cliente com o site; • Entrega; • Capacidade de resolver problemas quando eles ocorrem. Foi em 1995 que surgiram nos EUA os motores de busca Yahoo seguidos pelo Google em 1998, impulsionando suas próprias subsidiárias do e-commerce com compra de Google e leilão de Yahoo, nos anos seguintes. Em 1998, houve outro avanço importante para o e-commerce, o surgimento da em- presa global PayPal. Atualmente, opera em 190 mercados e gerencia mais de 300 mi- lhões de contas. Principal característica da empresa é ser um banco adquirido que realiza o processamento de pagamentos para vendedores on-line, sites de leilão e outros usuá- rios comerciais. As empresas passaram por grandes dificuldades quando estourou a chamada “bolha de oportunidade”, causando a quebra de muitas empresas na internet. Porém, é partir de 2000, que houve avanços no uso comercial da internet. A Amazon passou a oferecer mais produtos e, atualmente, oferece produtos variados, como software de computares, jogos de vídeo, eletrônicos, vestuário, móveis, alimentos e brinquedos. A Amazon também utiliza como recurso a avaliação de um produto, e utiliza os comentários dos consumidores como tática de mídia social eficaz para impul- sionar vendas. A segurança foi das necessidades no mundo on-line. Em 2004, o Conselho de Pa- drões de Segurança da Indústria de Cartões de Pagamento (PCI) foi criado para garantir 18 19 que as empresas estavam cumprindo com os vários requisitos de segurança. Assim cres- ceu também a confiança do consumidor e comércio eletrônico se expandiu. Com esses avanços, o e-commerce estavapreparado para crescer e se consoli- dar, surgindo, assim, novas formas de comércio eletrônico, como m-commerce (mobile commerce – comércio eletrônico por meio de dispositivos móveis), t-commerce (television commerce – comércio por meio da televisão), o social-commerce (comércio com influên- cia das redes sociais). As modalidades do comércio eletrônico são: • B2C – Business to Consumer: vendas de produtos diretamente para os consu- midores finais; • B2B – Business To Business: transações comerciais entre empresas e entidades; • B2G – Business to Government: atividades comerciais entre empresas privadas e governamentais; • B2I – Business to Institutions: atividades comerciais entre empresas e institui- ções (educacionais, associações etc.). • B2E – Business to Employee: modelo de comércio entre empresas que vendem serviços ou produtos para seus funcionários. • E-Procurement: comércio eletrônico utilizado pelas empresas para compra de suprimentos (como materiais de escritório, higiene e limpeza etc.). Todas essas modalidades geram informações. Turchi (2018) ainda destaca que, em 2011, com o fortalecimento de trocas de informações e influência nas mídias sociais, surgiu um termo novo, que é o BtonN, descrito assim: • OtoO (On-line to Off-line): Serviços adquiridos no on-line para o uso no off-line; • BtonN, ou Business to Network: Difusão de informações que favorecem as em- presas. Importante nesse caso é que, tanto pode ser um fator positivo como negati- vo, caso o consumidor se sinta insatisfeito. É importante que empresas reconheçam o poder dos consumidores e explorem a expansão do boca a boca. O e-commerce pode-se distinguir entre: • empresas inteiramente virtuais, que começaram com um site sem nenhuma exis- tência prévia como empresa tradicional; e • empresas virtuais e reais (brick-and-click), empresas existentes que acrescentaram um site de informações e/ou e-commerce a suas operações. De acordo com Turchi (2018), o Brasil ocupa o décimo lugar no ranking de fatura- mento e-commerce mundial e é o líder na América Latina, representando em torno de 41% das vendas, sendo aproximadamente 85% das compras feitas de empresas locais. Loja virtual Para o consultor de administração austríaco Peter F. Drucker, o objetivo das ações de marketing é “entregar utilidade ao consumidor” (2001, p. 36). Drucker define a função da seguinte forma: 19 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Figura 7 – Loja virtual Fonte: Getty Images Pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível. (2001, p. 36) É preciso pesquisar e estudar o que o consumidor quer. Importante! Observamos que todos os dias surgem novos tipos de negócios com base nas oportuni- dades e lacunas das necessidades humanas. Drucker afirma que é falso dizer que uma empresa existe somente pela motivação de lucro – “só existe uma definição válida para a finalidade de uma empresa: criar um consumidor” (2001, p. 35). As organizações bus- cam a inovação através da descoberta de novas necessidades e assim buscam desenvol- ver novas oportunidades, expandindo mercados. Drucker afirma que a empresa “tem duas funções básicas: marketing e inovação” (2001, p. 3). Algumas perguntas de Drucker: a organização procura entender “qual é o seu negó- cio” (2001, p. 38), ou seja: que necessidade vou atender? Indústria farmacêutica? Indús- tria de automóveis? Serviços? Alimentos? E, com as ferramentas de marketing, atender melhor o consumidor. Assim, Drucker afirma que as empresas devem: “converter as necessidades em oportunidade para negócios lucrativos” (2001, p. 39). São muitos os formatos para a atividade on-line. Dentre esses formatos, estão: • Shoppings virtuais: A loja nesse formato oferece produtos com outros lojistas, economizando custos; • Lojas customizadas: O investimento é maior tanto no desenvolvimento com na manutenção do site; • Sites de compras coletivas e clubes de compras. 20 21 Depois da pandemia da COVID 19, com o apelo para que as pessoas fiquem em casa, o comércio eletrônico deu um salto ainda maior. O ambiente virtual é uma rea- lidade, e empresas como a Amazon se tornaram a principal empresa do e-commerce com uma grande valorização da marca, mas outras empresas e, até mesmo pequenas empresas, estão colhendo bons resultados. E-commerce B2B Embora haja muita atenção a sites B2C (business-to-consumer), a atividade é intensa nos sites B2B (business-to-business, de empresa para empresa). Figura 8 – E-consumidor Fonte: Getty Images De acordo com Turchi: “Uma dúvida frequente dos empreendedores é saber qual o melhor formato de e-commerce quando se trata de franquias, de operações atacadistas e do mercado B2B (business-to-business) para que não haja conflito.” (2018, p. 42). Destaca--se que, nesse tipo de negócios, as empresas adquirem componentes, pro- dutos e matéria-prima através de transações entre empresas, o que significa vendas mais complexas e maiores, por causa do volume e dos valores. Em Síntese Nesta unidade, destacou-se a evolução do comercio eletrônico no mundo e no Brasil. É importante destacar que essa mudança gerou um novo tipo de consumidor. O estudo do comportamento deste novo consumidor é importante e a base de informações geradas pelos dispositivos, computador, smartphones e tablets chegam de forma rápida e precisa. Outro ponto destacado nesta unidade são lojas on-line e o seu crescimento. As formas de negócios e como tudo isso está contribuindo para uma realidade de mudança social e econômica. 21 UNIDADE Economia Digital e a Base de Dados Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos e-Talks | E-commerce, comércio eletrônico, loja virtual: Como fazer? – Endeavor Brasil https://youtu.be/XChsJUlfUx0 Leitura Comércio Eletrônico Riscos nas Compras pela Internet https://bit.ly/3e7cSSt As Principais Estratégias da Amazon e como ela pode acabar com sua empresa no Brasil https://bit.ly/32VXEcm Comércio Eletrônico: A revolução em tempos digitais https://bit.ly/2Rc8CHX 22 23 Referências DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo: Nobel, 2001. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. ________; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do Tradicional ao Digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. TURCHI, S. R. Estratégias de Marketing Digital e E-Commerce. São Paulo: Atlas Ltda., 2018. Sites Visitados Digitalks. Disponível em: <http://www.digitalks.com.br>. Acesso em: 16/03/2019. Ebit. Disponível em: <http://www.ebit.com.br/empresa>. Acesso em: 16/03/2019. Wikipedia. Disponível em: <http://www.wikipedia.com.br>. Acesso em: 20/06/2018. Marketing. Disponível em: <http://www.marketing.com>. Acesso em: 12/05/2018. 23 http://www.marketing.com