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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Crise da República Oligárquica e Revolução de 30 II HISTÓRIA DO BRASIL CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E REVOLUÇÃO DE 30 II Revolução de 30 Para seguir o acordo de Café com Leite, Washington Luís (paulista) deveria indicar um representante de Minas Gerais. Naquele momento, MG estava sob a tutela de Antô- nio Carlos, que era o governador do estado. Washington Luiz, em vez de indicar Antô- nio Carlos ou alguém por ele apontado, resolveu indicar Júlio Prestes (paulista). Antônio Carlos, então, rompe a política do Café com Leite e cria a Aliança Liberal. A Paraíba, por sua vez, sob a tutela de João Pessoa, foi convocada a apoiar Júlio Prestes, mas se recu- sou por meio de um telegrama que dizia “eu nego”. Provém desse episódio a bandeira adotada atualmente pela Paraíba, com a inscrição “NEGO”. A Aliança Liberal tem toda a carga política dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. A chapa para presidência lançada pela Aliança Liberal foi formada pelo gaúcho Getúlio Vargas, candidato ao cargo de presidente, e o paraibano João Pessoa, can- didato ao cargo de vice. O governador João Pessoa foi assassinado em Recife por Dantas, em razão de ques- tões políticas locais. Embora sua morte fosse resultado de disputas locais, os opositores de Washington Luís foram hábeis ao ligá-lo ao crime, denunciando-o como conivente e omisso. Em meio às turbulências que se instalam, os militares de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul se unem à alta cúpula do Exército (a junta pacificadora) e retiram Washin- gton Luís do poder. É instaurado um governo provisório liderado por Getúlio Vargas, que será responsável por radicais mudanças na estrutura política e social do país. Júlio Pres- tes não chegou a assumir a presidência. Governo de Washington Luís (1926-1930) Fazia parte da política do café com leite; Desejava uma modernização do país mas, ao mesmo tempo, promovia perseguição ao movimento operário. Getúlio Vargas era ministro da fazenda no período e, portanto, já conhecido no meio político, implementou medidas que favoreciam os cafeicultores e que dificultavam as importações para o país. Sua finalidade era valorizar o que era produzido no país. A ruptura da política do café com leite aconteceu com a indicação de Washington Luís (paulista) a outro paulista como sucessor à presidência: Júlio Prestes. Em resposta, Antônio Carlos, governador de MG e o natural sucessor de acordo com as articulações políticas, iniciou uma candidatura de oposição, formada pela Aliança Liberal que contava com forte carga política dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. 5m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Crise da República Oligárquica e Revolução de 30 II HISTÓRIA DO BRASIL A Aliança Liberal A hegemonia do partido republicano paulista incomodava alguns setores da elite, principalmente em outros estados (oligarquias regionais), pois essa elite queria uma diversificação econômica. Formação da aliança liberal (MG, RS e Paraíba): A chapa que concorreu à presidência consistia no candidato gaúcho, Getúlio Vargas, acompanhado de João Pessoa, da Paraíba, como vice; Na política externa, a Inglaterra apoiava o governo, e os EUA a Aliança Liberal. A chapa da Aliança Liberal contava com o apoio dos industrialistas interessados em romper com a hegemonia da elite agrária, e dos Estados Unidos, interessados em retirar o Brasil da esfera de influência da Inglaterra (grande exportador). O “prélio das armas”/Revolução de 30: A pretensão da aliança liberal era chegar ao governo por meio do voto. No ano de 1929, ocorreu uma crise que favoreceu a decadência da república velha: Descontrole produtivo, excesso de liberalismo e a queda do consumo internacional em relação ao Brasil; O presidente foi culpado pela crise no país e pela falência de muitos cafeicultores; A Aliança Liberal se apoiava em sua plataforma reformista nacionalista, no desenvol- vimento industrial e na independência econômica, além da justiça eleitoral. Não existia um nacionalismo contundente na república oligárquica. As fraudes eleitorais no Brasil eram constantes, e, por isso se pensava em uma Jus- tiça Eleitoral. Foram essas fraudes, aliás, que fizeram o candidato paulista vencer. O voto de cabresto/voto aberto dava margem para a manipulação das eleições. O assassinato de João Pessoa foi usado com muita habilidade para atender os fins políticos das oligarquias dissidentes (entenda-se Aliança Liberal) inconformadas com a derrota nas urnas. O objetivo era culpabilizar Washington Luís pela morte de João Pessoa, gerando instabilidade em seu governo. O descontrole político e das forças arma- das do ainda presidente Washington Luís, juntamente com a instabilidade social cres- cente, levaram a sua retirada do governo. O cenário de instabilidade contribuiu para que Minas e Rio Grande do Sul compuses- sem um movimento com o apoio da alta cúpula militar (a junta pacificadora). Tratou-se de um golpe, pois Washington Luís era o presidente eleito (ainda que por meio de frau- des) e foi legitimado como presidente do Brasil. Foi arquitetado por Getúlio Vargas e executado pela junta militar, que posteriormente entrega o governo do Brasil a Getúlio. Fim da república velha e início da república nova (nome provisório). 10m 20m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Crise da República Oligárquica e Revolução de 30 II HISTÓRIA DO BRASIL Resumo da Crise Republicana (fatores) Em resumo, os fatores que levaram ao fim da República Oligárquica foram: • a insatisfação da classe média urbana em relação aos privilégios do coronelismo; • o descarado sistema eleitoral fraudulento; • o crescimento do movimento operário e da própria repressão política; • a eclosão de revoltas tenentistas; • o desejo de mudança de mentalidade política motivado pela Semana de Arte Moderna; • os conflitos entre as oligarquias regionais; • a Grande Depressão da economia capitalista (Crise de 1929) que gerou um clima de instabilidade e mostrou a incompetência do governo de Washington Luís. Em 3 de novembro, a Junta Governativa Provisória, formada por dois generais – Au- gusto Tasso Fragoso e João de Deus Mena Barreto – e um contraalmirante – José Isaías de Noronha –, entregou o poder a Getúlio Vargas. A Primeira República estava encerrada, e a Revolução de 1930, como a rebelião ficou conhecida, tornou-se um marco decisivo para os historiadores – 24 menos pelo movimento em si e mais pelos resultados que produziu, nos anos seguintes, na economia, na política, na sociedade e na cultura, os quais transformaram radicalmente a história do país. Schwarcz, Lilia Moritz; Starling, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia (pp. 609- 610). Companhia das Letras. Edição do Kindle. Essa república, que nasce com a era Vargas, é nacionalista, industrializadora, a favor da Justiça Eleitoral, do voto secreto, do voto feminino, da eleição da primeira brasileira parlamentar mulher, focada no crescimento entre Estado e operariado, que possibilitou a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial contra a Alemanha etc. Ainda que se trate de um golpe, a Revolução de 30 retirou do poder o liberalismo oli- gárquico. Entrou, entretanto, em um período ditatorial que limitou as liberdades indivi- duais, que entregou judeus para morrer nas mãos de nazistas etc. República Velha (1889 – 1930) é todo o período da república da espada e república oligárquica. Lembre-se de que Júlio Prestes nem mesmo chegou a tomar posse, e a Revolução de 30 retirou do poder Washington Luís (que seria o seu antecessor se Prestes tivesse tomado posse). 25m � Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con- teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei- tura exclusiva deste material.