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RELATÓRIO DO EXPERIMENTO 1 - CÁLCULO DA DENSIDADE DOS SÓLIDOS Trabalho apresentado à disciplina de Física Experimental 1 do Curso de Engenharia Elétrica, turma, como requisito parcial de aprovação, Departamento Acadêmico de Física, do Câmpus Curitiba, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Professor: CURITIBA JUNHO, 2022 RESUMO O objetivo deste relatório é obter a medida de densidade de um corpo a partir das medidas de sua massa e dimensões X, Y e Z para obter o volume. Utilizar os instrumentos de medidas, realizar propagação de erros, gráficos. Comparar o resultado da densidade encontrado com o do material especificado. Obter a densidade com o uso de vários corpos de prova e método gráfico. Estará implícito observar as diferenças entre instrumentos de baixa e alta precisão, e como isso pode afetar o resultado final. Neste relatório será abordado duas formas calcular a densidade, a primeira é a partir dos volumes obtidos por três instrumentos diferentes, tais como, régua, paquímetro e micrômetro, que apresentaram respectivamente as densidades (8,4 ±0,6) g/cm³, (7,72 ±0,04) g/cm³ e (7,844 ±0,020) g/cm³, o que mostrou que quanto mais preciso o instrumento, mais próximos chegaram ao resultado desejado de 7,87 g/ cm³. A segunda forma de calcular a densidade foi por meio de gráfico que apresentou um resultado linear entre as massas e volumes calculados exclusivamente com paquímetro, foi possível observar um distanciamento entre os pontos em relação à reta devido à margem de erro, mas que concluiu um valor de densidade igual a 6,367 g/cm³. Palavras-chave: Densidade, Volume, Massa, Instrumentação. SUMÁRIO 1. Introdução……………………………………………………………………………1 2. Fundamentação Teórica………………………………………….…………………2 3. Procedimento Experimental………………………………………………………..5 4. Resultados e Discussão……………………………………………………….……7 5. Conclusões…………………………………………………………….……...……12 REFERÊNCIAS………………………………………………………………….…13 1. INTRODUÇÃO Densidade é uma relação entre a massa e o volume de um corpo, podendo auxiliar na caracterização de um sólido a ser determinado por medidas indiretas. Através dela pode-se observar a quantidade de matéria que está presente em uma unidade de volume. Um exemplo prático de aplicação do cálculo de densidade é a sua utilização para verificar a autenticidade de determinados produtos que são comercializados, por exemplo, a gasolina que geralmente é adulterada com etanol mas que pode ser testada por meio de um exame de densidade. Entretanto, será tratado neste relatório apenas o cálculo da densidade de sólidos. Para obter o volume, as dimensões físicas do corpo de prova serão medidas por meio de vários instrumentos com intuito de observar a precisão de cada equipamento e assim ter uma aproximação do seu valor real e da sua margem de erro. Para finalizar, será comparado os valores obtidos por gráfico e cálculo indireto em relação ao valor específico da densidade do corpo de prova. 0. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A noção de densidade foi elaborada pela primeira vez por Arquimedes, que observou ao jogar um pedaço de ouro e outro de prata de mesmo peso na água, que cada um faria a água subir a níveis diferentes. O ouro, menos que a prata, pois o ouro é mais denso e o volume ocuparia menos espaço na água [1]. A densidade e o seu erro propagado podem ser calculados através da seguinte equação (1) d= (mV) d (1) Onde d representa a densidade a ser calculada, m a massa do corpo e V, o seu volume. O erro propagado da densidade (d) pode sercalculado através de derivadas parciais, como demonstra a equação (2) d=((dm)2m2+(dV)2V2) (2) O volume foi calculado através da equação (3) V=(AA)(BB)(BB) (3) O erro propagado da massa e do volume, representados respectivamente por m, e V, podem também podem ser calculados. A começar pelo erro propagado da massa: m=((instr)2+(aleatório)2) (4) Cujo símbolo instr representao errodo instrumento, já especificado pelo fabricante, baseado na menor medida divido por 2, e aleatório que representa o desvio padrão. O desvio padrão da distribuição de probabilidades é definido como a raíz quadrada positiva da variância, isto é, [5] =i=1m(yi-)2P(yi) (5) Referente ao erro propagado do volume, foi calculado a derivada parcial de forma que o volume dependesse de cada lado da massa selecionada, neste caso, a altura, profundidade e largura (representados por A, B e C) dos objetos. V=((VA)2A2+(VB)2B2+(VC)2C2) (6) A=((instrA)2+(aleatórioA)2)(7) B=((instrB)2+(aleatórioB)2)(8) C=((instrC)2+(aleatórioC)2)(9) Logo, por conta dessa relação de dependência da densidade em relação à massa e volume, a unidade SI da densidade é dada por quilograma por metro cúbico (kg/m3). A unidade cgs, grama por centímetro cúbico (g/cm3), também é muito empregada. O fator de conversão entre ambas é [2] 1 g/cm3 = 1000 kg/m3 Instrumentos utilizados: · Régua: A régua é um instrumento utilizado para medir distâncias pequenas e desenho de retas. É composta basicamente por uma escala milimétrica, marcada por uma lâmina plástica. Não exige cuidados rigorosos para manuseio. Não é um instrumento de alta precisão. · Paquímetro: O paquímetro é um instrumento usado para medir dimensões lineares internas, externas e de profundidade de uma peça, sendo assim é utilizado na atividade prática nas oficinas. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. São construídos de aço inoxidável temperado e sua escala é graduada em milímetros e polegadas. As medidas podem ser classificadas em dois tipos: diretas e indiretas. Suas definições são especificadas a seguir: · Medidas diretas: são obtidas diretamente do instrumento de medida. Como exemplos, podemos citar o comprimento e o tempo, cujas medidas são realizadas diretamente da trena e cronômetro, respectivamente. · Medidas indiretas: são obtidas a partir das medidas diretas, mas com o auxílio de equações. Por exemplo: a área de uma superfície, volume de um corpo ou a vazão de um rio ou canal. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente, escolhemos aleatoriamente dois corpos de prova na bancada do professor, ambos com diferentes dimensões, e pesamos cada um por dez vezes cada um. Esse passo foi feito utilizando uma balança de precisão com erro instrumental de 0,10 g. Após isso, começamos o experimento de medição fazendo o dimensionamento do Corpo de Prova 1 (um paralelepípedo, foto ilustrativa em anexo). Cada um dos seus lados foi medido dez vezes, utilizando régua e paquímetro. O mesmo procedimento foi realizado para o Corpo de Prova 2 (uma chapa de ferro, foto ilustrativa em anexo). Corpo de Prova 1 (imagem ilustrativa) Corpo de Prova 2 (imagem ilustrativa) Chamamos de lados de X, Y e Z e vamos analisar as equações de volume e erro propagado do volume. Partindo das equações já conhecidas por nós: V=(AA)(BB)(BB) (3) V=((VA)2A2+(VB)2B2+(VC)2C2) (6) Percebemos que a equação (6), se resolvida sua derivada parcial, obtemos o seguinte resultado: V=((BC)2A2+(AC)2B2+(AB)2C2) (10) Depois de verificada a equação (10), cada corpo de prova teve seu peso dividido pelo seu respectivo volume, encontrado por cada instrumento (régua e paquímetro), para assim encontrar a densidade, segundo a equação (1). Como toda medida tem seu erro, reformulamos a equação (2) para o erro da densidade. Dessa forma, obtemos: d=((1V)2m2+(mV2)2V2) (11) Finalizado esse processo, encontramos os valores de densidade e erro de densidade e comparamos com o valor tabelado de densidade do ferro, que é o material do corpo de prova através da fórmula: % =|conhecido -tabelado|tabelado (12) 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir, vamos mostrar os valores obtidos através da medição de dois corpos diferentes atravésdo uso da régua e do paquímetro, respectivamente. Primeiramente, foi preenchida a tabela de medidas de massa dos corpos. Tabela 1 (Corpo 1 e Corpo 2): Valores médios e desvios padrão da medida da massa que terá as dimensões medidas mais à frente: Medida Massa Corpo 1 (g) Massa Corpo 2 (g) 1 206,52 61,46 2 206,52 61,46 3 206,52 61,46 4 206,52 61,46 5 206,52 61,46 6 206,52 61,46 7 206,52 61,46 8 206,52 61,46 9 206,52 61,46 10 206,52 61,46 Média 206,52 61,46 Erro instrumental 0,10 0,10 Desvio padrão 0 0 Erro combinado 0,10 0,10 Tabela 2 (Corpo 1): Dados obtidos para o item 4.1 do roteiro utilizando a régua para medir o corpo de prova 1. Medida Lado X (mm) Lado Y (mm) Lado Z (mm) 1 40,5 25,0 25,0 2 40,5 25,0 25,2 3 40,5 24,5 25,2 4 41,0 25,0 25,1 5 41,0 24,8 24,5 6 40,5 24,7 25,0 7 41,0 24,5 25,0 8 40,0 24,5 25,0 9 40,5 24,8 25,1 10 41,0 24,8 25,1 Média 40,7 24,8 25,0 Erro instrumental 0,5 0,5 0,5 Desvio padrão 0,3 0,2 0,2 Erro combinado 0,6 0,5 0,3 Tabela 2 (Corpo 1): Dados obtidos para o item 4.1 do roteiro utilizando o paquímetro para medir o corpo de prova 1. Medida Lado X (mm) Lado Y (mm) Lado Z (mm) 1 40,50 25,30 25,20 2 40,50 25,35 25,30 3 40,50 25,25 25,15 4 40,45 25,35 25,25 5 40,40 25,35 25,20 6 40,45 25,30 25,30 7 40,40 25,30 25,20 8 40,40 25,35 25,25 9 40,40 25,40 25,15 10 40,45 25,35 25,25 Média 40,45 25,33 25,23 Erro instrumental 0,03 0,03 0,03 Desvio padrão 0,04 0,04 0,05 Erro combinado 0,05 0,05 0,06 Tabela 2 (Corpo 2): Dados obtidos para o item 4.1 do roteiro utilizando a régua para medir o corpo de prova 2. Medida Lado X (mm) Lado Y (mm) Lado Z (mm) 1 125,0 33,0 1,0 2 125,1 33,0 1,0 3 125,2 33,0 1,3 4 125,0 32,9 1,5 5 125,1 32,9 1,8 6 125,1 32,9 1,3 7 125,0 33,0 1,0 8 125,2 33,0 1,4 9 125,1 32,9 1,5 10 125,1 33,0 1,3 Média 125,1 32,9 1,3 Erro instrumental 0,5 0,5 0,5 Desvio padrão 0,1 0,1 0,3 Erro combinado 0,5 0,5 0,6 Tabela 2 (Corpo 2): Dados obtidos para o item 4.1 do roteiro utilizando o paquímetro para medir o corpo de prova 2. Medida Lado X (mm) Lado Y (mm) Lado Z (mm) 1 125,85 33,00 2,00 2 125,80 33,05 1,80 3 126,00 33,10 2,00 4 125,90 33,00 1,85 5 125,80 33,00 1,75 6 125,85 33,15 1,80 7 125,85 33,10 1,75 8 125,85 33,10 1,80 9 125,85 33,00 1,75 10 125,90 33,05 1,85 Média 125,87 33,06 1,84 Erro instrumental 0,03 0,03 0,03 Desvio padrão 0,06 0,05 0,09 Erro combinado 0,07 0,06 0,09 Para os cálculos de densidade, obtivemos, a partir das equações analisadas, os respectivos valores para volume, erro combinado do volume, erro combinado da massa, densidade e erro da densidade: Tabela 3 (Régua): valores obtidos a partir do instrumento de medição régua. Fórmula utilizada O que Corpo 1 (paralelepípedo) Corpo 2 (chapa) (3) Volume 25.234 mm3 5.391,7 mm3 (10) Erro propagado do volume 699,2 mm3 2.470,9 mm3 Balança Massa 206,52 g 61,46 g (11) Erro combinado da massa 0,1 g 0,1 g Tabela 3 (Paquímetro): valores obtidos a partir do instrumento de medição paquímetro. Fórmula utilizada O que Corpo 1 (paralelepípedo) Corpo 2 (chapa) (3) Volume 25.850,62 mm3 7.656,72 mm3 (10) Erro propagado do volume 70,31 mm3 374,79 mm3 Balança Massa 206,52 g 61,46 g (11) Erro combinado da massa 0,1 g 0,1 g Tabela 4 (Corpo 1): Medida de densidade calculada através da equação (1) e erro propagado da densidade através da equação (2). Instrumento Densidade (g/cm3) Erro propagado (g/cm3) Régua 8,2 0,2 Paquímetro 7,99 0,02 Tabela 4 (Corpo 2): Medida de densidade calculada através da equação (1) e erro propagado da densidade através da equação (2) Instrumento Densidade (g/cm3) Erro propagado (g/cm3) Régua 38,3 5,2 Paquímetro 26,97 0,39 5. CONCLUSÕES Vale a pena ressaltar, que o tratamento superficial da peça interfere nas medições, as peças medidas possuíam imperfeições, por conta disso, foram tiradas 10 medidas de cada dimensão de cada peça e depois utilizada a média aritmética. Pelo experimento realizado é possível observar a diferença de precisão entre os instrumentos utilizados. O paquímetro sendo o mais preciso entre os utilizados, possuía o menor erro percentual. De acordo com o método utilizado para se calcular a densidade dos corpos, foi obtido um valor bem menos preciso usando a régua, tanto para o Corpo 1 (8,2 +- 0,2) g/cm³ quanto para o Corpo 2 (38,3 +- 5,2) g/cm³, já com o paquímetro foram encontrados valores bem mais precisos, para ambos os corpos (Corpo 1 - 7,99 +- 0,02 g/cm³, Corpo 2 - 26,97 +- 0,39 g/cm³). Pode-se constatar também que o valor obtido para densidade com as medições feitas pelo paquímetro do Corpo 1 está próximo do valor de densidade real do ferro, esse provavelmente sendo o material que constitui o cubo, que é 7,874 g/cm³. Concluindo então, se percebe que é impossível obter um resultado sem uma margem de erro, portanto deve-se atentar aos instrumentos usados no experimento, para que esses sejam os mais precisos possíveis e assim passando o menor erro possível para os resultados do experimento. REFERÊNCIAS HALLIDAY, D. RESNICK, R. Fundamentos de Física: Eletromagnetismo. 8a Ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2009. Vol 3. 396 p. HOUSTON, EDWIN J. Electricity in Every-day Life. [S.l.]: P. F. Collier & Son, 1905. SEARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark Waldo; YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: Eletromagnetismo. 12. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2009 TIPLER, P. A. Física. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois S.A., 1978. vol. 2. ULABY, F. T. Eletromagnetismo para Engenheiros. 1a Ed. Porto Alegre: Bookman Companhia Editora Ltda, 2007. 382 p. WILLIAMS, H. SMITH. A History of Science Volume II, Part VI: The Leyden Jar Discovered. Biblio Bazaar, 2009 image1.png image2.png