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Estratégias Pedagógicas para o Ensino de Linguagens

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Estratégias pedagógicas para o ensino de linguagens
Prof.ª Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu
Descrição
Estratégias didáticas para o ensino de Língua Portuguesa e a efetivação
da BNCC.
Propósito
Promover práticas pedagógicas conformadas com as diretrizes da
BNCC auxilia o estudante na apropriação dos ambientes virtuais e no
processo de ensino e de aprendizagem da área de Linguagem, com a
intenção de se construir um ambiente educacional mais criativo e
“conectado” com o cotidiano dos jovens na escola básica.
Preparação
Antes de começar este curso, é importante conhecer as propostas
advindas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e da Base
Nacional Comum Curricular com relação à área de Linguagem.
Objetivos
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Módulo 1
A BNCC, multiletramento e o ensino de Língua
Portuguesa
Relacionar as concepções de linguagem trazidas pela BNCC à
realidade do aluno do século XXI.
Módulo 2
O uso de tecnologias e gêneros textuais
digitais
Reconhecer gêneros textuais digitais e tecnologias como recursos
didáticos.
Introdução
Sabemos que se faz presente, ainda, em muitas escolas
brasileiras, um ensino expositivo, sem muito dinamismo e com
foco no conteúdo. No cotidiano em sala de aula, às vezes,
estamos tão cansados, por diversas razões, que apenas
queremos algo mais mecânico, que deixe a sala silenciosa
enquanto o tempo passa. Ao fim do dia, temos a sensação de ter
cumprido mais um dia de trabalho, sem alcançar o resultado
necessário: o aprendizado dos estudantes. Essa estratégia pode
ser, à primeira vista, entendida como fácil. E talvez seja de fato, se
o papel do professor fosse somente “passar o conhecimento”:
conteúdo e atividades; repetição e memorização...
Sabemos, porém, que esse ensino retrógrado não é eficaz. Os
educandos não são tábulas rasas e nós, professores e
professoras, não somos depositadores de conhecimento. Mas,

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então, o que devemos fazer? Talvez seja essa a grande pergunta
que pode nos ajudar a encontrar novos caminhos didáticos,
embora seja de resposta muito difícil.
O que é preciso para respeitar o tempo de aprendizagem do
aluno, trabalhar com suas potencialidades e considerar o seu
conhecimento prévio? Como valorizar esse aluno em sua cultura
e sua vivência? Como colocá-lo no centro da educação?
Não existe uma receita pronta que prepare um professor. Neste
estudo, compartilharemos caminhos e conhecimentos. Afinal,
como nos ensina Paulo Freire, o patrono da educação brasileira,
somos seres inacabados e, por isso, estamos em um contínuo
processo de aprendizagem.
Apresentaremos algumas sugestões de atividades em sala de
aula para o ensino da Língua Portuguesa, utilizando-se de
estratégias pedagógicas criadas a partir das orientações da
BNCC, que se alicerçam no desenvolvimento de competências e
de habilidades. Este curso se debruça sobre essa discussão,
pretendendo auxiliar na formação do(a) professor(a) consciente
da importância de sua atuação, respeitando os alunos em seus
aspectos sociais, culturais e políticos, a fim de formar seres
críticos e conscientes do seu papel na sociedade.
1 - A BNCC, multiletramento e o ensino de Língua Portuguesa
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar as concepções de linguagem trazidas
pela BNCC à realidade do aluno do século XXI.
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Para além do ensino tradicional
Por mais que tenhamos avançado consideravelmente no horizonte que
segue a “tradição didática na escola básica”, muitos resquícios dessa
forma “engessada” de dar aula seguem presentes hoje. A percepção do
professor que ensina e o estudante que aprende em aulas expositivas
permanece no chão da escola.
Encontramos professores da educação básica que, muitas vezes, não
sabem como pôr em prática o que propõem documentos tais como a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN). Algumas razões para esse impedimento estão na falta
de infraestrutura das escolas, de materiais didáticos atualizado, de
recursos, entre outros.
O que vemos hoje, em sala de aula, é uma
aprendizagem antiquada e pautada ainda,
essencialmente, na metodologia das tradições do que
já é feito há muito tempo, com referência a um
passado carente de atualizações e resistente a
mudanças.
Carteiras enfileiradas, hierarquia e a voz do professor entendida como
saber absoluto. Aulas padronizadas com materiais prontos. Espaço nos
quais os alunos têm como objetivo adquirir conhecimentos técnicos e
alcançar boas notas. Essa dinâmica dificulta o caminho para uma
educação que visa promover a igualdade no sistema de ensino e criar
possibilidades com os recursos atuais disponíveis
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Não podemos desconsiderar o conhecimento e as experiências que os
educandos trazem consigo. Por conta disso, a BNCC aponta um dos
ambientes de maior manifestação de suas vivências, onde
experimentam a linguagem, as:

Mídias digitais

Mídias sociais
De fato, não estamos lidando com alunos “em branco". Esses sujeitos
que habitam a escola trazem experiências de mundo bem maiores e
mais potentes do que podemos imaginar.
O impacto das mídias digitais na aprendizagem
Vamos refletir um pouco mais sobre o impacto das mídias digitais na:

Leitura

Linguagem

Escrita
O espaço digital é um território repleto de recursos e de possibilidades,
que devemos dominar o mais rápido possível, senão vamos ficar
defasados não só quanto ao uso desses recursos tecnológicos, mas
também no que tange ao desenvolvimento de habilidades necessárias
para o domínio pleno da linguagem. Esse é um exemplo de como um
novo olhar para as metodologias aplicadas em sala de aula pode
colaborar para valorizar e priorizar um maior envolvimento do educando,
compartilhando os saberes em redes.
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O crescimento e o surgimento das novas tecnologias
audiovisuais causaram uma signi�cativa mudança cultural
na sociedade.
Pertencemos, hoje, a uma geração que não espera a hora do jornal para
saber o que aconteceu na cidade ou no mundo. Os jovens, hoje,
acessam canais de streaming e páginas de informação e assistem a
lives de seus artistas preferidos em canais digitais. Eles não escrevem
mais no diário, e sim usam o Twitter para escrever seus sentimentos,
suas opiniões e suas indignações.
Jovens conectados.
Todo esse acesso à informação é mais democratizado. E, embora esse
acesso não seja disponibilizado igualmente a todas as pessoas, não
deixa de criar um estudante diferente, que não aceita qualquer saber.
Esse sujeito compara as fontes da informação, questiona o
professor e nos convida a sair da zona de conforto para
ser ouvido.
Com as novas mídias digitais, chegaram, também, novas maneiras de se
enxergar a leitura, as linguagens e a escrita, que antes se restringiam
aos livros, vistos como única forma de saber possível, legitimada, aceita
e sagrada. A escrita e a criação de conteúdo, antes restritas a um grupo
pequeno de pessoas habilitadas, tornaram-se amplas.
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Uma nova concepção de texto surge com aspectos multissemióticos,
que podem ser trabalhados na educação básica. O texto, muitas vezes, é
fragmentado,cheio de links, contendo várias informações e elementos,
como cores, imagens, vídeos, animações. Algumas vezes, informações
nem sempre estão completas.
As publicações de textos e opiniões não estão mais restritas aos
pesquisadores e acadêmicos.
As novas mídias digitais possibilitaram não só o acesso a essas
publicações, como também o compartilhamento de conhecimento e
opiniões. A partir dessas facilidades, o novo leitor surge por vezes
indignado e insatisfeito. Egocêntrico, publica sua opinião, colocando sua
visão de mundo no texto, assumindo também um papel de autor.
Esse egocentrismo e individualismo que as redes sociais ensejam
impossibilitam o conflito e o questionamento, já que não há, muitas
vezes, a troca de ideias. O que ocorre, na verdade, é a exposição de
ideias. E como se produz conhecimento sem o debate consistente? O
contato com o diferente deve fazer parte da preocupação do professor,
o “estar por dentro”.
O professor deve assumir o papel de mediador nesse espaço de mídias
e funcionamento tecnológico digital, despertando o educando desse
“transe egocêntrico” e promovendo debates e contato com a
diversidade. Se a forma de se enxergar o mundo está se modificando, e
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tantas novidades estão a nosso alcance, por que lutar contra as novas
tecnologias? Por que não as utilizamos a nosso favor e as enxergamos
como potencialidades para melhor formação dos alunos?
A BNCC acredita nas potencialidades do trabalho com as mídias
digitais, conforme propõem em sua 5º competência geral:
Compreender, utilizar e criar
tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e
autoria na vida pessoal e coletiva.
(BRASIL, 2018, p. 65)
O que são estratégias pedagógicas
para o ensino?
Na obra Estratégias de ensino-aprendizagem, Bordenave (2004) faz a
seguinte afirmação:
Ensinar não é o mesmo que
aprender.
(BODERNAVE, 2004, p. 39)
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Você já ouviu essa máxima? Embora não queiramos tratar de uma
doutrina pedagógica irrevogável, afinal, tudo está em constante
transformação, acreditamos fortemente na logicidade de tal afirmativa.
Dizemos isso, pois, muitas vezes, não paramos para pensar no modo
como realmente se sucede o processo de ensino e o de aprendizagem,
aceitando-os segundo a concepção de quem compõe uma relação
intrínseca de causa-efeito ou ação-reação de um único movimento. Essa
visão pode incutir a falsa impressão de que basta o professor ensinar
para que o estudante aprenda. Essa façanha, porém, está longe de ser
uma regra.
Ensinar não é sinônimo de aprender, visto que
correspondem a processos distintos, logo, necessitam de
ações e de etapas próprias a cada um deles .
Já pensou sobre isso? Conseguiria citar alguma prática relacionada ao
processo de ensino? Sabia que, embora esse processo esteja
diretamente ligado às ações e aos procedimentos advindos do
professor, há uma série de questões relacionadas ao aluno e ao que se
transmite que interfere diretamente nos efeitos desse processo?
Entendemos a importância de ter um “outro” olhar para as metodologias
da educação. Mas como, efetivamente, podemos construir esse olhar
em sala de aula? São muitas as possibilidades de resposta, mas
acreditamos que o caminho por meio do diálogo e de estratégias
pedagógicas seja uma boa alternativa para o primeiro passo!
Atenção!
De acordo com Bzuneck (2010), estratégias pedagógicas são uma
variedade de recursos e de atividades propostas a fim de assegurar
motivação para que a aprendizagem do educando ocorra, efetivamente.
Como professores, somos especialistas e, como educadores da
disciplina, temos objetivos de aprendizagem para com os alunos. Para o
alcance desses objetivos, devemos planejar nossos passos em sala de
aula, de forma sequencial e didática, pensando em estratégias de ensino
compatíveis ao que desejamos alcançar com aquele grupo de
estudantes. Chamamos de estratégias de ensino as práticas e os
procedimentos utilizados pelos docentes para favorecer a construção
de conhecimento e a aprendizagem de seus alunos.
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As estratégias pedagógicas são, portanto, procedimentos organizados
por professores com a finalidade de atingir um objetivo específico. É um
plano construído para atingir pretensões de ensino que priorizem o
integral desenvolvimento dos alunos, respeitando seus interesses e
suas individualidades, com olhar atento às dificuldades a fim de
despertar o melhor aproveitamento do aluno.
Para o ensino de Língua Portuguesa, por exemplo, é necessário ter em
mente uma abordagem textual que desenvolva a compreensão dos
efeitos de sentido das estratégias linguísticas em textos variados.
Fazer uso de estratégias pedagógicas não é tornar o processo de ensino
mais simples. Significa colocar os alunos como o centro do saber e
pensar em métodos que lhes façam sentido, considerando seus
aspectos individuais e se adaptando à sua realidade. As possibilidades
de aprendizagem se ampliam quando o conteúdo é visto a partir de
outra perspectiva. Para desenvolver essas habilidades, é preciso
dominar certos métodos e técnicas essenciais para o intermédio do
acesso à produção de conhecimento, além de fixar o conteúdo
pretendido.
Recomendação
Destacamos a abordagem adotada por Paulo Freire: a leitura de mundo
antecede a leitura da palavra. Podemos estabelecer uma relação entre o
mundo com o que pode acontecer em sala de aula, ou seja, o contato
com os conteúdos que empoderam os educandos, agregando valor à
sua bagagem de vivência, incentivando a problematização, a reflexão e a
curiosidade.
Isso nos lembra do objetivo principal dos Parâmetros Curriculares
Nacional do ensino de Língua Portuguesa: “Desenvolver no aluno seu
potencial crítico, sua percepção das múltiplas possibilidades de
expressão linguística, sua capacitação como leitor efetivo dos mais
diversos textos representativos de nossa cultura.” (BRASIL, 1998, p. 52).
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É preciso �car atento! O foco é sempre desenvolver, por
meio do diálogo, a formação do sujeito crítico.
A BNCC e a área da Linguagem
Como sabemos, o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação
trouxe grande influência para o modo de se pensar a língua e,
consequentemente, seu ensino nos tempos atuais. Agora,
identificaremos mais especificamente as concepções de linguagem
trazidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e de que modo
elas se relacionam com a realidade do aluno deste século.
Há muito tempo a comunicação deixou de ser vista,
apenas, a partir da língua falada ou escrita!
Embora sejam aparentes as mudanças que o avanço tecnológico trouxe
para a sociedade, muitas vezes, não percebemos a importância de
promover um ambiente propício à reflexão aos estudantes, que se
encontram fortemente inseridos em um contexto de múltiplas
comunicações.
Exemplo
Você já deve ter ouvido falar em “meme”, um neologismo que se refere a
um gênero textual que circula nas redes sociais, geralmente, constituído
por uma imagem. Existem, também, as figurinhas do WhatsApp que dão
lugar aos textos escritos, além das abreviações e das gírias, presentes
na linguagem dos jovens, como “pprt”, que significa “papo reto”, espécie
de sinônimo para “verdadeiro”.
Esses poucos exemplosilustram como as tecnologias e os meios
tecnológicos contribuíram para que a linguagem também se
modificasse, ou seja, agregasse novos elementos, seja do ponto de vista
da sintaxe, seja do ponto de vista da sua materialidade, concretude, que
se manifesta nos diferentes gêneros.
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Percebemos que foram incluídas, nas necessidades de seus usuários,
novas formas de expressão visando cumprir propósitos comunicativos.
Essas novas formas, pouco a pouco, vêm ganhando força e espaço nas
salas de aula, visto que se faz indispensável sua aprendizagem. A BNCC
prevê, portanto, o estudo de novas linguagens e novos gêneros.
A esse respeito, a BNCC faz a seguinte afirmação:
Compreender e utilizar tecnologias
digitais de informação e
comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo
as escolares), para se comunicar
por meio das diferentes linguagens
e mídias, produzir conhecimentos,
resolver problemas e desenvolver
projetos autorais e coletivos.
(BRASIL, 2018, p. 65)
Nesse trecho, relativo à competência seis, há uma especificação de
linguagem para o ensino fundamental. Notamos a presença de
expressões e trechos que se relacionam com as ideias anteriormente
sustentadas, tais como: “diferentes linguagens e mídias” e
“compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética”.
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É fato que a maioria dos alunos chega à escola inserida nesses meios.
No entanto, será que esses estudantes utilizam esses meios como
prevê a BNCC? Eles sabem distinguir manipulação ou fake news de uma
reportagem verdadeira?
Jovens reféns de seus celulares.
Com a manipulação de dados na internet, por exemplo, é comum que
muitos fiquem “reféns” de um mesmo tipo de conteúdo ou temática,
seja sobre moda, beleza, jogos. Logo, não procuram por outros assuntos
que podem favorecer a aquisição de novos conhecimentos de mundo.
A escola tem, nesse sentido, um papel fundamental no desenvolvimento
das práticas previstas na competência seis. É função do docente fazer
com que o estudante desenvolva habilidades, por meio das estratégias
pedagógicas, que serão capazes de conduzi-lo a outros conhecimentos
fundamentais para sua formação como estudante e cidadão.
Essa conduta de ensino revela que nem sempre um conteúdo será
levado pronto pelo professor, mas que o estudante, em muitos
momentos, será o protagonista de sua própria aprendizagem, ao ser
colocado para pensar ou, como expressa a BNCC, “resolver problemas”
(BRASIL, 2018, p. 9).
Mais importante do que aprender um conteúdo que, às
vezes, é transmitido para cumprir um currículo, é
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fundamental que o aluno seja capaz de aprender a re�etir
sobre a realidade à sua volta.
Portanto, o ensino carece de condutas críticas. Conforme explica
Bordenave (2004), o aluno deverá ser capaz de aprender a aprender. Na
concepção expressa na BNCC, assim como nos PCNs, a linguagem é
um instrumento que deve ser compreendido não somente em sua
estrutura formal, mas também, principalmente, a partir de seus sentidos
e seus propósitos comunicativos. Essa visão corrobora com a
perspectiva de que o trabalho com a análise linguística é um ponto-
chave no ensino da linguagem. Parte-se do pressuposto de que, na
concepção de linguagem como instrumento de interação e de prática
social, a língua muda constantemente de acordo com fatores, tais como
situação, propósito comunicativo, interlocutor. Não basta mais ensinar
aquele padrão estático de gramática.
A BNCC sugere que o estudo da linguagem ocorra a partir do texto, não
da palavra ou da análise frásica.
O texto é o ponto de partida e de chegada para o estudo linguagem,
conformando uma nova função a essa materialidade do discurso.
A concepção de texto preconizada na BNCC e, obviamente, em muitas
teorias linguísticas, é o texto como toda e qualquer forma de interação.
Logo, avança-se na ideia de texto como escrita, sendo essa apenas uma
modalidade. O conceito de texto é ampliado para outras formas de
manifestação verbal e não verbal, incluindo imagens, gestos, ou seja,
tudo aquilo que é capaz de produzir sentido.
Partindo dessa concepção, o professor deve levar os
estudantes à compreensão sobre as variadas formas de
linguagem.
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Os sujeitos devem ser proficientes em diferentes situações de
comunicação, que exigem uma postura linguístico-discursiva diferente
dos usuários da língua, adequando as variantes a cada propósito e
situação, além de desenvolver sua capacidade de compreensão de
diferentes textos a que têm acesso.
BNCC: competências
Há, nos dois documentos oficiais, duas palavras-chave que norteiam o
ensino básico como um todo:

Competências

Habilidades
Segundo a BNCC, competência pode ser entendida como
A mobilização de conhecimentos
(conceitos e procedimentos),
habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores
para resolver demandas complexas
da vida cotidiana, do pleno exercício
da cidadania e do mundo do
trabalho.
(BRASIL, 2018, p. 8)
A partir dessa concepção, podemos compreender que um indivíduo
competente é aquele capaz de ativar determinado conhecimento,
habilidade, atitude ou valor para resolver questões de seu dia a dia.
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Quantas vezes nos deparamos com a seguinte fala de um estudante:
por que aprender isso se não vou usar em meu dia a dia?
Retomamos a temática do conteúdo escolar, tão importante para
refletirmos sobre as práticas de ensino e a importância das
competências, pois são elas as responsáveis pelo desenvolvimento do
conhecimento prático. Por meio do desenvolvimento de competências,
aliado à compreensão de conteúdos, os alunos se tornarão capazes de
ampliar para seu cotidiano aquilo que aprendem na escola.
Na Base Nacional Comum Curricular, existem dois tipos de
competências, as gerais e as específicas. As competências gerais da
educação básica, que totalizam dez, se relacionam às três etapas
(educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), isto é, precisam
estar presentes e serem trabalhadas no decorrer de toda trajetória
escolar básica.
Essas competências mobilizam uma série de valores e atitudes que vão
além da compreensão de um conteúdo, mas nos levam, docentes e
discentes, para tomadas de atitudes mais responsáveis. A competência
geral quatro, por exemplo, determina:
Utilizar diferentes linguagens –
verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica,
para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes
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contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
(BRASIL, 2018, p 9)
A partir da competência geral quatro podemos notar que:
Atenção!
O ensino da linguagem tem como objetivo, principalmente, possibilitar
que o aluno utilize as diferentes linguagens com a finalidade de se
expressar e partilhar aquilo que pretende, além de produzir sentido com
o objetivo de ser entendido e entender o contexto em queestá inserido.
Essa competência desperta o docente para o modo de transmitir a
linguagem ao aluno, não como um conteúdo desprovido de utilidade,
cuja finalidade é aprender a classificação de termos e de orações, e sim
como uma ferramenta para suas práticas sociais.
A partir desse entendimento, o professor deve investir em estratégias de
ensino que conduzam o aluno a esse objetivo e assim possibilitar-lhe a
resolução de suas necessidades.
Embora a competência quatro seja geral, o professor de Língua
Portuguesa pode torná-la resultado do desenvolvimento de uma
habilidade ou de uma competência específica da área de linguagens.
Para isso, é essencial, que se atente para a seleção das estratégias de
ensino, inovando e variando sempre que possível, por exemplo, por meio
de atividades de produção de variados textos, atividades de pré-
produção como leitura e análise textual.
BNCC: habilidades
Pode-se dizer que há uma tríade a ser desenvolvida. Além das
competências, temos as habilidades, previstas na BNCC e importantes
para a criação de estratégias pedagógicas de ensino. Portanto, o
documento normativo da educação brasileira tem como sustentação do
processo de ensino-aprendizagem no Brasil:
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Conceitos estruturantes do processo de aprendizagem – BNCC.
A Base Nacional Comum Curricular entende por habilidade “as
aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos
diferentes contextos escolares. Para tanto, elas são descritas de acordo
com uma determinada estrutura” (BRASIL, 2018, p. 29). No referido
documento, é selecionada uma série de aprendizagens, consideradas
essenciais, objetivando uma educação integral no sentido de que todos,
independentemente de raça, posição social e das limitações físicas,
devem ter acesso a uma educação de base bem estruturada e
igualitária.
Para cada habilidade apresentada na BNCC, por área e por disciplina,
menciona-se algo sobre a estrutura de uma habilidade. Cada habilidade
possui um código, um formato único cuja numeração a distingue, por
exemplo: “(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente” (BRASIL, 2018,
p. 171). Vamos aprender melhor a compreender a composição dessas
estruturas. Vejamos alguns exemplos:
Veja o código da habilidade: EF69LP20. As habilidades do ensino
fundamental iniciam com as letras EF, que correspondem a essa
etapa. Em seguida, apresentam-se dois números, que
correspondem às séries em que tal habilidade será desenvolvida,
nesse caso, sexto e nono anos; se fosse 67, seria sexto e sétimo
ano. Posteriormente, temos o segundo par de letras
correspondente ao componente curricular, nesse caso, LP, que se
refere à Língua Portuguesa. Por fim, o último número diz respeito
à numeração sequencial da habilidade, ou seja, essa é a
vigésima habilidade de Língua Portuguesa do ensino
fundamental.
Exemplo 1 
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Veja o código de uma habilidade do ensino médio:
EM13MAT201. Igualmente à habilidade anterior, temos um par
inicial com as letras, que são EM, de ensino médio. Em seguida,
apresentam-se dois números, que correspondem às séries do
primeiro ao terceiro anos. Posteriormente, temos o segundo par
de letras que indicam o componente curricular, nesse caso, MAT
se refere à Matemática. Por fim, diferentemente do ensino
fundamental, as habilidades do ensino médio contêm três
números no final, os dois últimos correspondem à competência
específica a que tal habilidade se relaciona, já o primeiro número
indica a sequência da habilidade, a segunda, nesse exemplo.
Como já sabemos, ensinar não é a mesma coisa que aprender. Há
diversos fatores no processo de ensino que podem influenciar o
resultado da aprendizagem. Um desses fatores é o próprio estudante.
Alunos em sala de aula.
Muitas vezes, quando preparamos uma aula ou vamos ensinar um
conteúdo ou construir determinado conhecimento em sala, acreditamos
que aquilo é inédito para o aluno, não consideramos seus
conhecimentos prévios sobre o assunto. Você já parou para pensar que
o desenvolvimento de uma habilidade e o saber dos estudantes estão
interligados a habilidades e aos conhecimentos previamente
desenvolvidos?
Vamos dar um exemplo bem prático:
Exemplo 2 
 Considere que você, como mediador do
conhecimento, tem de desenvolver a habilidade de
if i f õ i i d á f
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grifar as informações essenciais de um parágrafo.
 Para isso, os estudantes precisam ser capazes de
reconhecer as palavras, seus sons, suas
combinações. Portanto, eles precisam ler uma
informação.
 Em nosso exemplo prático, queremos que nosso
aluno desenvolva a habilidade de grifar. O que é
necessário para isso? Ler as informações e saber
separar a informação essencial da secundária. O
sujeito precisa aprender a ler para desenvolver a
habilidade de grifar informações importantes.
 Não se trata, portanto, de uma mera marcação no
texto, mas de uma seleção de informações,
consideradas importantes para o fio condutor, no
nosso caso de um parágrafo.
 Sabendo disso, o professor deve inserir estratégias
de ensino que abracem os alunos e os levem a
participar do processo ativamente. Essas
estratégias devem considerar, primeiramente, seus
conhecimentos prévios, adquiridos em suas
práticas de leitura.
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Multiletramento e o desenvolvimento
da leitura e da escrita
Competência e habilidade são palavras-chave que representam o ensino
básico de maneira geral. Mas você sabia que, na área de Língua
Portuguesa, existem alguns conceitos que determinam a concepção do
processo de leitura, de produção de texto e de seu ensino?
Um desses conceitos é o multiletramento. Para entendê-lo, vamos
relembrar novamente nosso patrono da educação brasileira, Paulo
Freire:
Paulo Freire.
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1989, p. 7).
Podemos compreender dessa frase que, antes mesmo de aprendermos
a ler e a entender um texto escrito, já observamos, construímos
sentidos, interpretamos e entendemos o mundo ao nosso redor. Desse
modo, a leitura do mundo ocorre antes mesmo da ida à escola e da
aquisição de um conhecimento formalizado.
Se ler o mundo é tão importante quanto o ato de ler um texto, antes de
decodificar suas palavras e frases, compreendemos que ler não se
resume, exclusivamente, a essa segunda prática, visto que, nessa
imersão de informação, contato, sons, imagens, cores, estamos
constantemente lendo, isto é, construindo sentido para tudo aquilo que
nos cerca. Entendemos a necessidade de se pensar o processo de
leitura na educação básica e a ampliação de seu sentido. A leitura,
portanto, não é uma prática restrita a textos escritos.
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Com relação à produção de texto, ocorre processo semelhante ao da
leitura. Antes de sermos alfabetizados, já produzimos textos, falando
com nossos pais e amigos. Já somos capazes de nos comunicar,
embora não tenhamos conhecimentos formais sobre essa prática, nem
saibamos que estamos utilizando um substantivo em posição e função
de sujeito, por exemplo.
Essas duas situações que dizem respeito à prática de leitura e de
produção de texto nos revelam que ler um texto escrito e produzir um
texto escrito são apenas algumas das formas possíveis de leitura e de
produção, existindo muitas outras. Daí, temos a palavramultiletramento,
que diz respeito à concepção desses processos de leitura, de
interpretação e de produção de texto.
Com o avanço da tecnologia e das redes sociais, surgiu uma série de
gêneros novos. Por exemplo, os “memes”, entre outros textos
multissemióticos, isto é, formados por linguagem verbal e não verbal.
Com isso, cada vez mais os estudantes se inserem em práticas sociais
que demandam novas e mais complexas habilidades de leitura e de
escrita.
Nesse sentido, é papel da escola desenvolver diversos níveis de leitura e
de escrita, a fim de que o sujeito seja capaz de atuar nas mais diversas
esferas sociais, não apenas na familiar, mas também, e principalmente,
na pública.
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O professor não deve resumir suas estratégias de ensino de leitura e de
produção de texto ao texto escrito, mas recorrer à prática do
multiletramento, ou seja, investir em diversificadas formas de leitura,
auxiliando o aluno na leitura de imagens, de gestos, de expressões
faciais.
Dica
Para essa tarefa, a inclusão de mídias como YouTube, incorporando
vídeos, sempre que possível, e propondo debates sobre sua temática,
pode ser uma boa estratégia de ensino de leitura.
No que se refere à produção de texto (orais, escritos e
multissemióticos), a BNCC considera toda e qualquer prática de
linguagem capaz de gerar interação social. O referido documento
apresenta uma lista de práticas essenciais a serem consideradas e
transmitidas ao estudante que o orientarão no seu processo de
produção textual.
Novamente, a fim de estimular o multiletramento do estudante, o
professor pode lançar mão das tecnologias e das redes sociais, criando
estratégias de ensino voltadas para a produção de texto para variadas
situações nesses meios.
Dica
A fim de ilustrar uma atividade textual, indicamos, também, a criação de
um exemplo de produção de texto oral em que se propõe ao estudante a
gravação de dois áudios para pessoas e para situações comunicativas
diferentes. A proposição seria discutir as diferenças entre os textos, o
grau de formalidade, o uso de gírias, a presença ou não de conectivos, a
entonação, a seleção, entre outros aspectos textuais, que, às vezes, os
alunos não percebem em seu dia a dia, mas que devem se tornar mote
para a consciência sobre as práticas de linguagem em que estamos
inseridos.
As redes sociais trouxeram grandes mudanças para a nossa sociedade,
daí a importância de sua inclusão na sala de aula para o ensino. Não
tenha medo de construir práticas de ensino utilizando os dispositivos
tecnológicos e as redes sociais. Essa estratégia irá ajudá-lo a mostrar
aos alunos que os conhecimentos e as habilidades transmitidos pela
escola não estão aquém daquelas ferramentas e dos conteúdos nelas
presentes.

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Multiletramento, competências e
habilidades
O especialista Rodrigo Jorge Ribeiro Neves analisa as concepções de
linguagem presentes na BNCC à luz do contexto do aluno atual.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A BNCC defende um ensino de linguagem contextualizado e
produtivo, isto é, que além de dialogar com sua realidade, seja útil
em seu dia a dia para a possível solução de problemas. Para que a
construção de uma aprendizagem tenha mais chance de ser bem-
sucedida, o docente lança mão de uma série de estratégias
pedagógicas. Com base no exposto, avalie as afirmativas abaixo:
I. A discussão crítica sobre posts, memes, mensagens e outros
tantos textos multissemióticos é extremamente recomendada para
o ensino de Língua Portuguesa.
PORQUE
II. Auxilia o aluno a exercer a leitura crítica do mundo e a se
comunicar de forma crítica e reflexiva nas mídias digitais e sociais.
Assinale a alternativa correta.
A I e II estão corretas e II justifica I.
B I e II estão corretas, porém II não justifica I.
C Ambas estão incorretas.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Às vezes, nem sempre o mais importante é aprender um conteúdo
transmitido para cumprir um currículo. É fundamental, entretanto,
que o aluno seja capaz de aprender a refletir sobre a realidade à sua
volta. Na concepção expressa na BNCC, a linguagem é um
instrumento que deve ser compreendido não somente em sua
estrutura formal, mas, sobretudo, a partir de seus propósitos
comunicativos e sentidos. Desse modo, na medida em que a
linguagem é vista enquanto instrumento de interação e de prática
social, trazer uma visão crítica e reflexiva acerca da linguagem
veiculada pelas mídias digitais e sociais, realidade na qual os
alunos estão imersos, auxiliará os estudantes a exercer
protagonismo em suas vidas privadas e públicas.
Questão 2
Leia atentamente uma das habilidades proposta pela BNCC para o
ensino da Língua.
(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que
fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as
estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos
linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal,
jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar
práticas de consumo conscientes. (BRASIL, 2018, p. 141)
De acordo com seus conhecimentos sobre estratégias pedagógicas
e o conteúdo deste estudo, assinale a proposta que melhor se
alinha para desenvolver a habilidade prevista:
D I está correta, enquanto II está incorreta.
E I está incorreta, enquanto II está correta
A
O docente pode selecionar alguns textos
publicitários verbais e não verbais e, em seguida,
separando a turma em grupos, discutir sobre os
efeitos de persuasão contidos nos textos
analisados.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
O professor utiliza o diálogo entre os alunos como estratégia de
ensino para que construam, juntos, um conceito. Isso mostra a
importância de se incluir o aluno no seu processo de aprendizagem.
O aluno é, assim, visto como protagonista da sua própria
aprendizagem.
B
O docente pode enumerar algumas técnicas de
persuasão e, em seguida, distribuir alguns textos
publicitários e pedir que os alunos identifiquem
algumas técnicas presentes neles.
C
O docente pode perguntar e construir coletivamente
o significado da palavra persuasão e compartilhar
exemplos persuasivos. Em seguida, pode distribuir
textos multimodais por grupos, pedindo que os
alunos identifiquem os elementos persuasivos e
seus efeitos.
D
O docente pode definir o conceito de persuasão,
enumerar algumas práticas persuasivas e, em
seguida, ao separar a turma em grupos, distribuir
textos verbais, para que os alunos analisem e
identifiquem as estratégias persuasivas contidas
neles.
E
O docente pode questionar a turma sobre o sentido
da palavra persuasão, definir o seu significado,
apresentar-lhes uma série de práticas persuasivas e,
em seguida, entregar um material com uma série de
textos, para que respondam individualmente às
questões.
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2 - O uso de tecnologias e gêneros textuais digitais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer gêneros textuais digitais e tecnologias
como recursos didáticos.
Desenvolvendo habilidades a partirdos saberes dos alunos
Agora que aprofundamos nossos conhecimentos sobre estratégias
pedagógicas no ensino, neste módulo, conheceremos algumas
propostas de atividades como estratégia pedagógica para o ensino do
português. Que estratégias pedagógicas são, geralmente, trazidas para
a sala de aula quando se pensa em desenvolvimento de habilidades de
pontuação, por exemplo?
Muitas vezes, o docente apresenta um texto sem pontuação e
demonstra como a falta de sinais prejudica ou dificulta a construção de
sentido do texto. Apresenta, ainda, um vídeo e explica como a
pontuação aparece “disfarçada” na fala por meio da entonação e das
pausas. Essas são estratégias didáticas muito interessantes.
Para facilitar o ensino, é recomendável utilizar estratégias
que considerem os saberes da turma sobre um dado
assunto.
A tomada de consciência de que pontuação e a entonação são,
respectivamente, recursos de escrita e fala é muito importante. Esse
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conhecimento vem atrelado à distinção das características da
modalidade oral da língua e de sua modalidade escrita.
Hoje, com a facilidade de uso de celulares, indicamos uma tarefa de
gravação de recados com posterior escuta dos mesmos. Claro que a
turma vai ficar agitada, por isso o docente deve estabelecer regras. No
começo da tarefa, os estudantes gravam um pequeno recado no celular.
Em seguida, eles vão escutar aquele pequeno recado e analisar, do
ponto de vista linguístico, o que puderam perceber. O professor vai
orientar quais são os pontos que devem ser observados durante essa
análise, tais como:
Para o desenvolvimento da habilidade de que estamos tratando, temos
de usar o texto escrito, pois a pontuação é um recurso da escrita. Por
isso, continuando a usar o celular, vamos solicitar aos estudantes que
escolham um pequeno texto, por exemplo uma receita, um aviso, um
 O texto oral não tem a “separação” de palavras que
ocorre na modalidade escrita da língua.
 Falamos, juntando sílabas entre palavras, por
exemplo, obedecendo à ordem canônica da
organização da sílaba em português: CVC
(consoante/ vogal/ consoante) ou VC (vogal/
consoante), por exemplo.
 Reduzimos muito o final de palavras, como por
exemplo, menino/ meninu.
 Na fala, damos entoação para o que queremos
dizer: ascendente – na interrogação – descendente,
por exemplo.
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recado, um poema, uma letra de canção. Em seguida, vamos pedir que
gravem a leitura do texto escolhido. Pronto! A partir dessa tarefa, você
vai poder comparar características importantes:
Conhecimentos essenciais de pontuação.
Você pode propor, logo em seguida, um jogo de perguntas que lhe
permita verificar os conhecimentos dos estudantes sobre o tema.
Observe que essa atividade permite que o aluno se perceba como
sujeito que participa ativamente de seu processo de aprendizagem
respondendo às questões, e não apenas recebendo informação do
professor.
Esse tipo de estratégia de ensino se coaduna com a concepção de
ensino da BNCC, que entende o aluno como sujeito e protagonista da
própria aprendizagem. Esse entendimento é relevante, uma vez que o
professor não detém o poder de fazer com que o sujeito aprenda, mas
apenas o auxilia nesse processo, segundo Bordenave (2004).
Aqui, estamos chamando o professor de mediador do
processo de ensino e de aprendizagem. Há quem
também chame o docente de facilitador do processo.
É importante ter consciência de que sua tarefa principal não é incutir um
conteúdo na mente do aluno, fazendo-o memorizar conteúdos. Como
mediador, você deve promover a reflexão, a capacidade de
questionamento do estudante, a sua reflexão crítica e,
consequentemente, a construção de uma habilidade, um saber, em torno
das situações criadas em sala de aula.
Ao olhar para uma habilidade, considere, primeiramente, o aluno, e
somente então inicie o processo de desenvolvimento de saberes. Há
uma tríade que não pode ser esquecida e que compõe a educação:

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Professor

Saber/conhecer

Aluno
Considere tudo, não apenas o seu saber. Afinal, as estratégias não
surtirão o efeito esperado se não soubermos aplicá-las. Vá com calma,
construa e reconstrua seu processo de ensino quantas vezes achar
necessário.
Os eixos da Língua Portuguesa
Devemos sempre pensar em qual a melhor maneira de contribuir para o
desenvolvimento do conhecimento do aluno, tendo em mente que o
tempo de aprendizagem de cada um é diferente.
Por isso, torna-se interessante pensar no uso de estratégias
pedagógicas que possibilitem o alcance do desenvolvimento de forma
democrática e efetiva e que dê ferramentas para o professor avaliar todo
o processo, e não apenas as etapas concluídas.
Comentário
Acreditamos que os estudantes possam se tornar capazes de construir
um posicionamento reflexivo e crítico acerca de todo conteúdo a que
têm acesso. Assim, não seriam apenas usuários que consomem aquilo
que a internet tem a lhes oferecer, mas saberiam selecionar uma gama
diversificada de conteúdos que vão suprir cada atividade em seu dia a
dia, do lazer ao estudo, da pesquisa ao entretenimento.
As atividades a seguir foram pensadas a partir de tudo o que discutimos
neste material, sendo elaboradas para alunos dos anos finais do ensino
fundamental e do ensino médio e inspiradas em temas à luz das
competências gerais da BNCC para o ensino de Língua Portuguesa.
Nosso objetivo é demonstrar, de forma prática, como utilizar alguns
gêneros digitais como estratégia para ensino de linguagens. Para isso,
vamos apresentar algumas estratégias de ensino como exemplo,
descrevendo cada um de seus processos e os justificando. Vale lembrar
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que as estratégias aqui pensadas serão construídas a partir das
orientações presentes na BNCC.
Cada estratégia criada se baseia em dois eixos:

De leitura/escuta

De análise
linguística/semiótica

De oralidade

De análise
linguística/semiótica

De produção de texto

De análise
linguística/semiótica
O segundo eixo (análise linguística/semiótica) comum às estratégias é
uma recomendação da BNCC e deve perpassar os demais. Afinal, os
demais eixos (oralidade, leitura e produção textual), de fato, exigem em
maior ou menor grau uma análise dos elementos que compõem o texto.
Leitura e interpretação de texto
Vamos agora ver como trabalhar, no eixo da leitura e da interpretação de
texto, a reconstrução e “reflexão sobre as condições de produção e
recepção dos textos pertencentes a diferentes gêneros e que circulam
nas diferentes mídias e esferas/campos de atividade humana” (BRASIL,



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2018, p.72-73), no ensino fundamental, a partir de publicações em rede
social.
Em vários países, como nos Estados Unidos, no Japão e no Canadá,
comemora-se, no dia 14 de fevereiro, o Valentine’s Day, ou Dia de São
Valentim. Comemoração parecida ocorre no Brasil no dia 12 de junho, o
Dia dos Namorados.
Quando pensamos em Dia dos Namorados ou em Valentine’s Day,
automaticamente, pensamos em chocolate ou flores. A atividade
proposta é comparar como perfis de marcas de chocolate de diferentes
nacionalidades comemoram essas datas em posts feitos no Instagram.
Para essa análise, serão comparadas postagens da empresa brasileira
Cacau Show, feita em 11 junho, e da norte-americanaVosges Haut-
Chocolat, feita no dia 1º de fevereiro, sendo primeira de uma série de
postagens sobre o Valentine’s Day.
Publicação da marca de chocolate americana Vosges Haut-Chocolat.
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Publicação da marca de chocolate Cacau Show.
Em exemplos como esses, o professor pode trabalhar o conteúdo da
seguinte forma:
 Apresentar somente a imagem das publicações e
estimular uma leitura prévia dos elementos visuais,
levantando questões como a nacionalidade da
marca do chocolate e a data comemorativa, por
exemplo.
 A fim de aprofundar outras informações sobre a
produção e a recepção dos posts, o docente pode
exibir a outra parte da publicação que mostra uma
série de dados como nome do perfil, legenda
traduzida, data e comentários. A partir dessas
informações, o professor discute questões sobre as
diferenças entre as datas para se comemorar o
evento, e pergunta se os estudantes sabem o
porquê.
 Posteriormente, o docente poderia pedir que os
estudantes levantassem questões acerca dos
propósitos de produção desses textos. Por
exemplo, o Dia dos Namorados seria uma data para
celebrar um relacionamento ou para vender um
produto?
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 A partir de elementos que poderiam justificar sua
resposta, cria-se um diálogo entre as opiniões
geradas. Dando continuidade à leitura dos posts, os
alunos podem seguir a análise do texto escrito, isto
é, aquilo que compõe, o nome da marca, a legenda
e os comentários.
 Questões poderiam ser lançadas em sala de aula,
por exemplo: de que forma o texto escrito contribui
para a construção do propósito comunicativo dos
posts? Tais questionamentos levariam os alunos a
perceber que esses dois posts não se tratam
apenas de fotos a serem curtidas, mas também de
propagandas cuja finalidade é vender um produto,
nesse caso, os chocolates.
 Pistas textuais, como link para compra, verbos no
imperativo, comentários de usuários perguntando
sobre o valor dos chocolates, levarão estudantes a
refletir sobre como um simples post pode provocar
diversas ações em usuários das redes sociais e
consumidores de conteúdo, desde uma simples
curtida até a compra do produto.
 Como atividade final, o professor pode estimular
não apenas o estudo dos novos gêneros digitais,
como também o uso das tecnologias em sala,
pedindo que a turma se divida em grupos e
pesquise posts sobre outras datas comemorativas
em determinados países ou regiões. Em seguida,
deverão analisar os elementos que compõem os
t t i il id d dif t
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Produção textual e de oralidade
Já no que diz respeito aos eixos de produção textual e de oralidade,
propomos estratégias de ensino que conversem entre si e se
complementem. No eixo de produção textual, vamos propor uma
atividade para a elaboração de texto oral multissemiótico. Por isso,
recorreremos ao gênero filme.
Vídeos ou filmes de super-heróis costumam agradar jovens e
adolescentes, tendo isso em conta, sugerimos Homem-Aranha: sem
volta para casa (2021). Importante que a temática do texto escolhido
esteja alinhada às preferências da turma, a fim de que se desenvolva a
construção da textualidade, conforme aponta um dos tópicos na BNCC:
“Organizar e/ou hierarquizar informações, tendo em vista as condições
de produção e as relações lógico discursivas em jogo: causa/efeito;
tese/argumentos; problema/solução; definição/exemplos etc.” (BRASIL,
2018, p. 77), por meio da produção de uma resenha em vídeo.
textos, as similaridades ou diferenças entre os
posts e seus propósitos comunicativos.
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Pôster do filme Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa.
Após a classe assistir ao filme, o professor dá continuidade ao seu
planejamento de produção de escrita pedindo que alunos assistam a
uma resenha crítica, em formato de vídeo, sobre o filme do Homem-
Aranha ou qualquer outro. O vídeo escolhido, além de auxiliar a turma na
compreensão da produção do tipo de texto, posteriormente, pode ajudá-
la no que diz respeito ao seguinte tratamento da prática oral:
Compreensão dos efeitos de
sentidos provocados pelos
usos de recursos linguísticos
e multissemióticos em textos
pertencentes a gêneros
diversos
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(BRASIL, 2018, p. 79)
Em seguida, o professor pode separar a turma em grupos e pedir que
identifiquem elementos presentes no vídeo que contribuam para a
construção de sentido do texto, como memes, gestos do falante,
imagens, tons de voz, repetições de palavras. O objetivo é mostrar como
esses recursos são tão fundamentais quanto as palavras ali expressas.
Após a identificação de tais elementos, os alunos devem refletir sobre
os sentidos gerados pelos recursos linguísticos e multissemióticos, seu
propósito dentro do vídeo e as diferentes leituras produzidas por cada
grupo, bem como as possíveis alterações no texto, sem a utilização
desses recursos.
Por se tratar do eixo da oralidade, o professor pode discorrer de maneira
mais ampla sobre possíveis aspectos da oralidade encontrados no texto
selecionado, tais como variante linguística utilizada pelo falante, gírias e
vícios de linguagem.
Para finalizar o conteúdo, o professor dá uma aula expositiva sobre o
gênero digital, mote das observações e análises, explicando mais
detalhadamente a organização de uma resenha e os principais
elementos textuais que a compõem, considerando as partes essenciais
do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão, os tipos de
argumentos, por exemplo.
Dica
Com relação à proposta de produção textual, o docente pode dividir a
turma em grupos novamente e pedir que produzam uma resenha em
formato de vídeo, lembrando que o objetivo dessa atividade é
desenvolver aquele aspecto de textualidade, citado anteriormente. Para
isso, os alunos deverão ser capazes de organizar e hierarquizar as
informações mais importantes do filme que irão compor seu texto. Por
se tratar de um vídeo público, estará disponível a qualquer usuário da
plataforma escolhida, por exemplo o YouTube. Essa atividade levará o
aluno a pensar a construção das relações de sentido no texto oral,
aspecto muito explorado no texto escrito.
O intuito dessas atividades deve ser aproximar os alunos do contato
com a Língua Portuguesa, de modo que se apropriem dela e a utilizem
para além do seu sentido funcional.
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Podcasts: segurança na oralidade e
exercício da criticidade
Outra estratégia para atividades é a construção de podcast ou
apresentação ao vivo. Um podcast é uma forma de conteúdo digital com
programas gravados em formato de áudio que abordam diversos temas.
Um podcast pode ter diversos formatos, tais como: entrevistas (com um
autor imaginário com qual a turma está trabalhando, profissionais de
diversas áreas ou personalidades, de acordo com a finalidade da aula
etc.); resenhas, análises e discussões sobre séries, filmes, animações,
livros, músicas etc.; debate sobre temas diversos da sociedade, com as
perspectivas de quem defende o tema apresentado e de quem discorda.
Propomos a construção com os alunos de um podcast a fim de
incentivá-los a criar uma relação mais estreita com a Língua Portuguesa,
a adquirir segurançana oralidade e a exercitar a criticidade. Para isso,
será necessário o desenvolvimento das seguintes etapas:
Após a definição do formato a ser trabalhado no podcast, a
criação do nome do programa é fundamental. O título precisa
dialogar com a proposta da atividade.
A arte deve sintetizar o conceito escolhido para o formato do
Nome 
Design, formatação 
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podcast e estar relacionada à proposta do programa.
Instrumentais de fundo, músicas para abertura e encerramento
do programa e até mesmo uma vinheta ou um jingle são
elementos importantes de um podcast.
A construção de um roteiro é essencial para se ter mais clareza
do que será dito durante o programa.
A segurança na hora de se manifestar oralmente é adquirida por
meio de ensaios; a gravação dos programas deve ser feita em
lugares silenciosos; por fim, o material deve ser editado.
A elaboração de um podcast na prática segue alguns passos
importantes, tais como:
É importante que o podcaster se apresente, dizendo seu nome,
sua formação, seus interesses e qual o objetivo desse podcast,
pensando nos novos ouvintes. O convidado também deve ser
apresentado, tendo suas redes sociais divulgadas, se possível.
Pense em uma fala inicial que desperte a curiosidade do ouvinte
para que ele sinta vontade e interesse de ouvir o episódio
completo.
Trilha sonora/abertura 
Roteiro 
Ensaio, gravação e edição 
Apresentação do podcast e do(s) apresentador(es) 
Breve introdução ao tema 
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Liste os tópicos que serão tratados em ordem de importância:
Considere o contexto, ou seja, acontecimento que colaborou
para escolha do assunto.
Sintetize os dados mais importantes sobre o tema em
tópicos.
Apresente sequência de temas que serão abordados,
seguindo uma ordem cronológica ou lógica.
Anote nomes e datas que devam ser mencionados.
Texto digital
Por último, vamos trabalhar com uma linguagem recorrentemente
utilizada na comunicação: o texto digital. Trata-se de estudo de caso
sobre notícia em rede social.
Isso pode ser feito por meio de manchetes de diferentes meios de
informação sobre o mesmo fato. A atividade pode comparar os
enunciados, questionar se as percepções dos alunos são as mesmas,
além de apresentar exemplos distintos de como a informação pode
chegar fragmentada, orientando para checagem de fontes segura. O
professor pode lançar a seguinte questão: Qual o principal meio de
acesso à informação que vocês usam?
O objetivo é analisar a mesma notícia contada em redes sociais, como
Twitter, Instagram e Facebook, em blogs de opinião e em revistas e
Desenvolvimento 
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jornais on-line, além de aprofundar o tema com outros textos que
possam agregar e tornar a discussão mais complexa.
Após a leitura dessas notícias, outro passo é levantar hipóteses e incitar
questionamentos, tais como: O que pensamos sobre isso? Qual a nossa
posição diante do fato? O que poderia ter sido feito para evitar uma
tragédia? O que foi, efetivamente, negligenciado?
Notícia publicada no dia 3 de fevereiro de 2022.
Para a formação de um leitor crítico, é preciso entender que não há
neutralidade nos textos informativos, ou seja, de algum modo, alguma
intenção ou interesse perpassa as notícias que chegam ao público.
Exercitar diferentes hipóteses, ao analisar os comentários públicos das
notícias, é uma atividade crítica para o desenvolvimento da linguagem,
da capacidade de interpretação. Além disso, é preciso saber intervir. Por
isso, propor intervenções e possíveis soluções é um caminho didático
importante e necessário, pois aciona diferentes conhecimentos
concernentes às diferentes áreas de conhecimento.
Tecnologias e gêneros textuais
digitais em sala de aula
O especialista Rodrigo Jorge Ribeiro Neves apresenta atividades nas
quais o uso de tecnologias e de gêneros textuais digitais estejam
presentes.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia o trecho a seguir:
“Compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de
recursos linguísticos e multissemióticos em textos pertencentes a
gêneros diversos.” (BRASIL, 2018, p. 79)
Com base no texto acima, avalie as afirmativas abaixo:
I. Posts do Instagram, Facebook ou qualquer outra mídia social
seriam recursos didáticos apropriados.
PORQUE
II. Não possibilitariam um estudo sobre os efeitos de sentido de
recursos multissemióticos.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A As afirmativas I e II estão corretas e II justifica I.
B
As afirmativas I e II estão corretas, mas II não
justifica I.
C As afirmativas I e II estão incorretas.
D Somente a afirmativa I está correta.
E Somente a afirmativa II está correta.
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Lembre-se de que textos multissemióticos são aqueles compostos
por mais de uma linguagem: verbal, sonora, visual, corporal ou
digital. Dessa forma, posts do Instagram ou até mesmo do
Facebook configuram exemplos de tal tipo de texto. No presente
módulo propomos uma atividade na qual posts de diferentes
marcas de chocolate eram avaliados. Instagram, mídia social na
qual fotos, textos, vídeos, caricaturas, imagens etc coexistem, é um
espaço adequado para explorar os recursos multissemióticos.
Assim, embora a primeira alternativa esteja correta, já que,
conforme discutimos, mídias sociais e digitais são recursos
didáticos que devem ser explorados em sala de aula; a segunda
alternativa está incorreta, uma vez que tais recursos, no caso posts,
possibilitam um estudo sobre os efeitos de sentido de recursos
multissemióticos.
Questão 2
Na Base Nacional Comum Curricular, considera-se que uma face do
aprendizado da Língua Portuguesa decorre da efetiva atuação do
estudante em práticas de linguagem que envolvem a leitura e a
escuta e a produção de textos orais, escritos e multissemióticos. Já
a outra face provém da reflexão e da análise sobre e da própria
experiência de realização dessas práticas. Nessa segunda
dimensão da aprendizagem, está envolvido o conhecimento sobre:
I. As formas de composição dos textos.
II. Os elementos da fala apenas, os elementos paralinguísticos e
cinésicos não estão inclusos.
III. As formas de composição e o estilo de cada uma das linguagens
que integram os textos multissemióticos.
IV. Os fenômenos da mudança e da variação linguísticas.
A I, II e III.
B II, III e IV.
C I, III e IV.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Três assertivas estão corretas, visto contemplarem as duas
dimensões: forma (I e III) e conteúdo (IV). Espera-se que os alunos
sejam capazes de construir um posicionamento reflexivo e crítico
acerca de todo conteúdo a que têm acesso, ou seja, não devem ser
meros consumidores passivos, e sim saber refletir a partir de uma
diversidade de conteúdo. Espera-se, portanto, que os estudantes se
apropriem da língua. A fim de refletir e analisar a experiência da
prática da linguagem, eles devem levar tanto a forma quanto o
conteúdoem consideração. A assertiva II está incorreta, visto que o
conhecimento sobre os elementos próprios da fala, assim como os
elementos paralinguísticos e cinésicos estão também envolvidos
Considerações �nais
Todos sabemos do grande impacto provocado pelo avanço tecnológico
e pela sua inserção consumada na vida dos jovens. Nos dias de hoje, os
estudantes se encontram intimamente influenciados pela tecnologia.
Como educadores que sempre acreditaram e contribuíram para o
crescimento da educação, devemos buscar meios que possam ser
utilizados para atrair os jovens, sem deixar de desenvolver o tão
necessário conhecimento, papel fundamental do professor. Se nossos
cursos de formação de professores não se atentarem para essas
mudanças, não será possível interagir pedagogicamente com o
estudante de hoje.
Temos a certeza de que as linguagens tecnológicas não serão barreiras
para execução das atividades pedagógicas docentes. O avanço
tecnológico é um solo muito fértil para o ensino de linguagem, embora
muitos docentes tenham receio das mudanças que vêm ocorrendo em
nossa sociedade e de sua influência na sala de aula.
D I, II, III e IV.
E I e IV.
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Esperamos, por fim, que este estudo tenha cumprido o objetivo de
mostrar algumas possibilidades reais e concretas de incluir os gêneros
digitais nas aulas de português.
Podcast
Revise os pontos centrais do tema.
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Explore +
Para aprimorar os seus conhecimento no assunto estudado, sugerimos
a pesquisa e leitura do artigo Abordagem textual no contexto da BNCC:
panorama teórico e propostas de atividades, publicado no ano de 2021
na revista Diálogo das Letras, e veja como a autora Leonor Werneck
aborda as questões da BNCC na área da Linguagem.
Referências
BORDENAVE, J. D. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis:
Vozes, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: Ministério da Educação, 2018.
BZUNECK, J. A. Como motivar os alunos: sugestões e práticas. In:
BORUCHOVITCH, E; BZUNECK, J. A; GUIMARÃES, S. E. R. Motivação para
aprender. Petrópolis: Vozes, [s.d.].
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FRANCO, L. M.; PEDRINI, B. F.J. C. O ensino de Língua Portuguesa: o uso
das redes sociais como estratégias de ensino-aprendizagem. Trem de
letras, v. 5, n. 1, p. e018007, jan., 2019.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. São Paulo: Autores Associados. Cortez, 1989.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:
DIONÍSIO, A.P; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros Textuais e
Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
NONATO, S. Metodologia de ensino de Língua Portuguesa na formação
docente: incursão em um corpus de manuais pedagógicos. Revista
Brasileira de História da Educação, v. 19, 2019.
ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do
discurso. Campinas, SP: Pontes, 1996.
SANTOS, L. W. dos. Abordagem textual no contexto da BNCC: panorama
teórico e propostas de atividades. Diálogo das Letras, Pau dos Ferros, v.
10, p. 1-20, 2021.
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