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22 SIMULADO ESPECIAL 17| 1º DIA PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES 1 A 45 QUESTÕES 1 A 05 (OPÇÃO INGLÊS) 1. (Simulado) WHERE IS THE LOVE? What's wrong with the world, mama People livin' like they ain't got no mamas I think the whole world addicted to the drama Only attracted to things that'll bring you trauma Overseas, yeah, we try to stop terrorism But we still got terrorists here livin' In the USA, the big CIA The Bloods and The Crips and the KKK But if you only have love for your own race Then you only leave space to discriminate And to discriminate only generates hate And when you hate then you're bound to get irate, yeah Madness is what you demonstrate And that's exactly how anger works and operates Man, you gotta have love just to set it straight Take control of your mind and meditate Let your soul gravitate to the love, y'all, y'all People killin', people dyin' Children hurt and you hear them cryin' Can you practice what you preach? Or would you turn the other cheek? Father, Father, Father help us Send some guidance from above 'Cause people got me, got me questionin' Where is the love? BLACK EYED PEAS. Elephunk. United States. A&M Records, 2003 (fragmento) Na letra da canção Where Is The Love, são discutidos diversos problemas que assolam o mundo contemporâneo, entre eles o fato de a) as mães não mais poderem educar seus filhos. b) o ódio e a discriminação serem frutos do racismo. c) o terrorismo externo crescer indiscriminadamente. d) as pessoas não mais buscarem a sabedoria divina. e) nós não meditarmos antes de tomar alguma decisão. 2. (Simulado) One of my wife’s third graders was wearing a Fitbit watch, which prompted my wife to ask, “Are you tracking your steps?” “No,” said the little girl. “I wear this for Mommy so she can show Daddy when he gets home.” – James Avery Disponível em: www.rd.com. Acesso em: 9 set. 2020. Anedotas são breves histórias, cujo objetivo é provocar risos em quem as ouve ou lê. Nessa anedota, o efeito de humor acontece porque a garota a) procura perder peso fazendo caminhadas. b) responde à professora de maneira mentirosa. c) deseja mostrar ao pai o quanto se tem esforçado. d) utiliza um relógio moderno que pertence ao seu pai. e) usa o relógio a pedido da mãe que espera enganar o pai. 3. (Enem digital) GOAL GOAL has worked to improve access to food for highly vulnerable and food-insecure households in many districts of Zimbabwe. We identify such households, supply them with monthly food rations, and conduct monthly post-distribution monitoring. GOAL works in the same districts, to improve access to food for the most vulnerable primary school children during the peak hungry months. The emphasis is on orphans and vulnerable children. GOAL provides short-term food security support to other vulnerable households by increasing the availability of grain, and by helping enhance their ability to meet basic needs. Disponível em: www.goal.ie. Acesso em: 5 dez. 2012 (adaptado). Tendo como público-alvo crianças órfãs e em situações de vulnerabilidade, a organização não governamental 3 GOAL tem atuado no Zimbábue para a) incentivar a agricultura orgânica. b) intermediar processos de adoção. c) contribuir para a redução da fome. d) melhorar as condições de habitação. e) qualificar professores da escola básica. 4. (Enem PPL) Tendo em vista a procura por atividades de lazer em períodos de recesso escolar, esse folder a) divulga uma proposta de acampamento com abordagem temática. b) anuncia a exibição de uma série de filmes sobre tradições culturais. c) comunica a abertura de inscrições para um curso de música folclórica. d) encoraja a realização de oficinas de contação de história para crianças. e) convida para a apresentação de uma peça teatral sobre cultura indígena. 5. (Enem) Don't write in English, they said, English is not your mother tongue... ... The language I speak Becomes mine, its distortions, its queerness All mine, mine alone, it is half English, half Indian, funny perhaps, but it is honest, It is as human as I am human... ... It voices my joys, my longings my Hopes... (Kamala Das, 1965:10) GARGESH. R. South Asian Englishes. In: KACHRU. B. B.; KACHRU. Y.; NELSON, C. L. (Eds). The Handbook of World Englishes. Singapore: Blackwell. 2006. A poetisa Kamala Das, como muitos escritores indianos, escreve suas obras em inglês, apesar de essa não ser sua primeira língua. Nesses versos, ela a) usa a língua inglesa com efeito humorístico. b) recorre a vozes de vários escritores ingleses. c) adverte sobre o uso distorcido da língua inglesa. d) demonstra consciência de sua identidade linguística. e) reconhece a incompreensão na sua maneira de falar inglês. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES 1 A 45 QUESTÕES 1 A 05 (OPÇÃO ESPANHOL) 1. (Simulado) La representación de la historicidad de los grupos indígenas en la enseñanza de la historia Los y las indígenas han sido uno de los grupos subalternos que la enseñanza de la historia tradicional ha negado o invisibilizado. Las investigaciones sobre el currículum estadounidense han mostrado que la historia escolar ha ignorado los episodios oscuros relacionados con la destrucción de las culturas indígenas. Las representaciones de los indígenas en los textos de estudio ha consolidado los estereotipos y prejuicios sobre la población indígena, ya que ha presentado una imagen de ladrones, borrachos, salvajes y perezosos. En las conclusiones de su investigación sobre los estándares y texto de estudio en Estados Unidos Shear y sus colegas nos indican que la incorporación de los temas asociados a las culturas indígenas continua estando centrada en contenidos que hablan de una historia lejana antes del 1900 y construida con una narrativa prejuiciosa. Ven, Fernando Martín, Reyes Morales y Mariano del M. de Unamuno. Edelsa Grupo Didascalia, S.A. Madrid, 2015. Ao abordar a questão da presença do indígena na História, o texto mostra que a representação desse grupo étnico é marcada por a) aspectos coerentes com os fatos históricos. b) visões preconceituosas e ofensivas. c) dúvidas e incertezas históricas. d) critérios técnicos e objetivos. e) valores éticos e imparciais. 4 2. (Simulado) O texto poético tem como objetivo central a) condenar o uso de computadores pelas crianças. b) orientar sobre o uso adequado do computador na vida das crianças. c) refletir sobre a solidão que o uso excessivo do computador pode causar. d) destacar a importância do computador como meio de obter informações. e) alertar sobre o acesso às informações pessoais por meio do computador. 3. (Enem) Oye, Pito, ésta es: la vida bruta de un boy mis tierras eran nuevo méxico, colorado, california, arizona, tejas, y muchos otros senderos, aún cuando la luz existía sonrientemente en las palabras de mis antepasados... era entonces hombre, maduro y sencillo como los cerros y los peñascos, y mi cultura era el atole, el chaquehue, y los buenos días; mi idioma cantaba versículos por los cañones de tierra roja y tierra amarilla... Hoy sí, hoy ya no soy mejicano ni hispano ni tampoco americano, pero soy – y bien lo siento ser – una sombra del pasado y un esfuerzo hacia el futuro... SÁNCHEZ, R. Disponível em: www.materialdelectura.unam.mx. Acesso em: 4 dez. 2017. Ao abordar a expropriação de territórios mexicanos pelos Estados Unidos, o eu lírico do poema revela um(a) a) rejeição da língua utilizada por seus antepassados. b) desejo de pertencimento ao espaço estadunidense. c) certeza de manutenção de suas tradições. d) reivindicação de um mundo unificado. e) sentimento de conflito de identidades. 4. (Enem) Pablo Pueblo Regresa un hombre en silencio De su trabajo cansado Su pasono lleva prisa Su sombra nunca lo alcanza Lo espera el barrio de siempre Con el farol en la esquina Con la basura allá en frente Y el ruido de la cantina Pablo Pueblo llega hasta el zaguán oscuro Y vuelve a ver las paredes Con las viejas papeletas Que prometían futuros en lides politiqueras Y en su cara se dibuja la decepción de la espera. BLADES. R. Disponível em: http://rubenblades.com. Acesso em: 26 jun. 2012 (fragmento). Rubén Blades é um compositor panamenho de canções socialmente engajadas. O título Pablo Pueblo, associado ao conteúdo da letra da canção, revela uma crítica social ao a) contrapor a individualidade de um sujeito a uma estrutura social marcada pela decepção na atuação política. b) demonstrar que o problema sofrido pelo indivíduo 5 atinge toda a comunidade. c) relativizar a importância que se dá ao sofrimento individual em uma estrutura social baseada na exploração. d) descrever a vida de um sujeito que nunca resolve suas inquietações e, por isso, mantém-se silencioso. e) usar um apelido jocoso para designar a atuação de um indivíduo em seu próprio bairro. 5. (Enem) El Hombre Electrónico ¿Cuántas veces ha cambiado de móvil? ¿Cuántos ordenadores ha tenido ya? ¿Tiene cámara digital, IPOD, Nintendo Wii y televisión de pantalla de plasma? Ordenadores, teléfonos móviles, GPS, walkmans, televisiones, lavadoras, tostadores, aspiradores y un larguísimo etcétera. Todos usamos aparatos eléctricos que tarde o temprano se convertirán en residuos. El Hombre Electrónico mide 7 metros de altura y pesa 3,3 toneladas. Es una escultura hecha con la cantidad de residuos eléctricos y electrónicos que un ciudadano medio (en el Reino Unido) tirará a la basura a lo largo de su vida, si se sigue consumiendo este tipo de productos al ritmo actual. El Hombre Electrónico ha sido diseñado por el escultor Paul Bomini con objetivo de aumentar la conciencia de los ciudadanos a la hora de consumir aparatos eléctricos. Esta campaña parte de la base de que todos compramos aparatos electrónicos como herramientas de trabajo u ocio, pero haciéndonos unas cuantas preguntas podemos inducir cambios en nuestro comportamiento que beneficiarán al medio ambiente, otras personas y a nosotros mismos: ¿Tienes algún aparato eléctrico o electrónico que nos necesitas? ¿Podrías ser más responsable a la hora de comprar un nuevo producto electrónico? ¿Podrías reciclar o reparar estos productos una vez que se han quedado obsoletos o se han roto? ¿Intentas ahorrar energia en tu vida diaria? Disponível em: www.verdecido.es. Acesso em: 20 fev. 2009. Adaptado. Considerando a necessidade de assumir uma conduta mais responsável com o meio ambiente, Paul Bomini criou a escultura O homem eletrônico para a) incentivar inovações em reciclagem para a construção de máquinas. b) propor a criação de objetos a partir de aparelhos descartados. c) divulgar o lançamento de produtos eletrônicos sustentáveis. d) problematizar o descarte inconsequente de equipamentos. e) alertar sobre as escolhas tecnológica da população. QUESTÕES 06 A 45 6. (Enem) TEXTO I TEXTO II O grupo Jovens Artistas Britânicos (YABs), que surgiu no final da década de 1980, possui obras diversificadas que incluem fotografias, instalações, pinturas e carcaças desmembradas. O trabalho desses artistas chamou a atenção no final do período da recessão, por utilizar materiais incomuns, como esterco de elefantes, sangue e legumes, o que expressava os detritos da vida e uma atmosfera de niilismo, temperada por um humor mordaz. Disponível em: http://damienhirsti.com. Acesso em: 15 jul. 2015. FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado). A provocação desse grupo gera um debate em torno da obra de arte pelo(a) a) recusa a crenças, convicções, valores morais, estéticos e políticos na história moderna. b) frutífero arsenal de materiais e formas que se relacionam com os objetos construídos. c) economia e problemas financeiros gerados pela recessão que tiveram grande impacto no mercado. d) influência desse grupo junto aos estilos pós- modernos que surgiram nos anos 1990. e) interesse em produtos indesejáveis que revela uma consciência sustentável no mercado. 6 7. (Enem digital) Na obra Campo relampejante (1977), o artista Walter de Maria coloca hastes de ferro em espaços regulares, em um campo de 1600 metros quadrados no Novo México. O trabalho faz parte do movimento artístico Land Art, que trata da a) constituição da cena artística marcada pela paisagem natural, modificada pela multimídia. b) ocupação de um local vazio sem função específica, passando a existir como arte. c) utilização de equipamentos tradicionais como suporte para a atividade artística. d) divulgação de fenômenos científicos que dialogam com a estética da arte. e) exposição da obra em locais naturais e institucionais abertos ao público. 8. (Unifesp) Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De origem francesa, suas primeiras manifestações datam de 1866, quando um editor parisiense publica uma coletânea de poemas; em 1871 e 1876, saem outras duas coletâneas. Os poetas desse movimento literário pregam o princípio da Arte pela Arte, isto é, defendem uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte inútil, uma arte voltada para si própria. A Arte procuraria a Beleza e a Verdade que existiriam nos seres concretos, e não no sentimento do artista. Por isso, o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com algo que existiria dentro dele. Daí vem que esses poetas sejam formalistas e preguem o cuidado da forma artística como exigência preliminar. Para consegui-lo, defendem uma atitude de impassibilidade diante das coisas: não se emocionar jamais; antes, impessoalizar-se tanto quanto possível pela descrição dos objetos, via de regra inertes ou obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e refluxo das ondas do mar, o voo dos pássaros, etc.). Esteticistas, anseiam uma arte universalista. Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento; certamente, impregnou alguns poetas, exerceu influência, mas não passou de prurido, que pouco alterou o ritmo literário do tempo. Na verdade, o modo fortuito como alguns se deixaram contaminar da nova moda poética revelava apenas veleidade francófila, em decorrência de razões de gosto pessoal ou de grupos restritos: faltou-lhes intuito comum. (Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1999. Adaptado.) As informações apresentadas no texto referem-se à literatura a) simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na expressão dos sentimentos. O texto deixa claro que essa literatura alcançou notável aceitação entre os poetas da época. b) simbolista, cuja preocupação com a expressão do sentimento filia-se à tradição poética do Renascimento. O texto deixa claro que essa literatura teve um desenvolvimento tímido na cena literária portuguesa. c) parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe ao subjetivismo romântico. O texto deixa claro que essa literatura não se impôs na cena literária portuguesa. d) parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo compromisso social permitem fundamentar a Arte pela Arte. O texto deixa claro que essa literatura teve pouco espaço na cena literária portuguesa. e) realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental para se chegar à perfeição. O texto deixa claro que essa literatura teve uma disseminação irregular na cena literária portuguesa. 9. (G1 - ifce) A imagem a seguir faz parte de uma matéria da Revista Capricho, de 24 de outubro de 2018, para dar dicas de contas no Instagram. Pela análise da imagem exposta na conta do artista carioca Daniel Duarte (@sigaosbaloes), podemos 7 constatar que a) a conta se configura como um espaço privilegiado de divulgação da arte. b) as publicações feitas destinam-se principalmente a quem se interessapor dicas culturais. c) o artista se propõe a atrair um público bastante heterogêneo, com gostos variados. d) a conta apresenta postagens sobre temas de estímulo à positividade. e) a criação artística são os poemas apresentados. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões). Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) 10. (Unifesp) São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente, a) metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares. b) sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas. c) paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado. d) hipérboles e a força interior que faz o eu lírico superar seus males. e) antíteses e o abalo emocional vivido pelo eu lírico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada Carolina Maria de Jesus 17 DE MAIO Levantei nervosa. Com vontade de morrer. 1Já que os pobres estão mal colocados, para que viver? 2Será que os pobres de outro país sofrem igual aos pobres do Brasil? 3Eu estava 4discontente que até cheguei a brigar com o meu filho José Carlos sem motivo... ... 5Chegou um caminhão aqui na favela. O motorista e o seu ajudante jogam umas latas. É linguiça enlatada. Penso: é assim que fazem esses comerciantes insaciaveis. Ficam esperando os preços subir na ganancia de ganhar mais. E quando apodrece jogam para os corvos e os infelizes favelados. 6Não houve briga. 7Eu até estou achando 8isso aqui monotono. Vejo as crianças abrir as latas de linguiça e exclamar satisfeitas: _ Hum! Tá gostosa! A Dona Alice deu-me uma para experimentar. 9Mas a lata está estufada. Já está podre. Trecho disponível em: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo – diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2001. 11. (G1 - ifce) A narradora revela no texto a) consciência de sua condição social. b) conhecimento sobre a situação de pobreza no mundo. c) gratidão pela solidariedade dos outros. d) satisfação com a possibilidade de ter alimento. e) alienação quanto às injustiças sociais. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do poema “Amor feinho”, de Adélia Prado. Eu quero amor feinho. Amor feinho não olha um pro outro. Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais. Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja. Tudo que não fala, faz. Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada. Amor feinho é bom porque não fica velho. Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem você é mulher. Amor feinho não tem ilusão, 8 o que ele tem é esperança: eu quero amor feinho. (Bagagem, 2011.) 12. (Famema) Segundo o eu lírico, o “amor feinho” é a) um acontecimento único na vida de uma pessoa. b) uma experiência cotidiana, desejável e possível. c) uma ilusão em que alguns amantes acreditam. d) uma maneira de viver acessível a qualquer pessoa. e) um estado de aceitação de uma vida desinteressante. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: História das invenções Dona Benta costumava receber livros novos, de ciências, de arte, de literatura. Era o tipo da velhinha novidadeira. Bem dizia o compadre Teodorico: "Dona Benta parece velha, mas não é, tem o espírito mais moço que o de jovens de vinte anos". Assim foi que naquele bolorento mês de fevereiro, em que era impossível botar o nariz fora de casa, de tanto que chovia, resolveu contar aos meninos um dos últimos livros chegados. – Tenho aqui um livro de Hendrik Van Loon – disse ela –, um sábio americano, autor de coisas muito interessantes. Ele sai dos caminhos por onde todo mundo anda e fala das ciências dum modo que tudo vira romance, de tão atrativo. Já li para vocês a geografia que ele escreveu e agora 1vou ler este último livro – História das invenções do homem, o fazedor de milagres. Era um livro grosso, de capa preta, cheio de desenhos feitos pelo próprio autor. 2Desenhos não muito bons, mas que serviam para acentuar suas ideias. – E quando começa? – quis saber Narizinho. – Hoje mesmo, no serão. Podemos começar logo depois do rádio. – Comece, vovó! – disse Pedrinho. E Dona Benta começou. 3– Este livro não é para crianças – disse ela; – mas se eu ler do meu modo, vocês entenderão tudo. Não tenham receio de me interromperem com perguntas, sempre que houver qualquer coisa obscura. Aqui está o prefácio... – Que é prefácio? – perguntou Emília. – São palavras explicativas que certos autores põem no começo do livro para esclarecer os leitores sobre as suas intenções. O prefácio pode ser escrito pelo próprio autor ou por outra pessoa qualquer. Neste prefácio o Senhor Van Loon diz que antigamente tudo era muito simples... – Tudo o quê? – interrompeu Pedrinho. – A explicação das coisas do mundo. A Terra formava o centro do universo. O céu era uma abóbada de cristal azul onde à noite os anjos abriam buraquinhos para espiar. Esses buraquinhos formavam as estrelas. Tudo muito simples. 4Mas depois as coisas se complicaram. Um sábio da Polônia, de nome Nicolau Copérnico, publicou um livro no qual provava que a Terra não era fixa, pois girava em redor do Sol, 5e as estrelas não eram brinquedinhos dos anjos, sim sóis imensos, em redor dos quais giravam milhões de terras como a nossa. Isso veio causar uma grande trapalhada nas ideias assentes, isto é, nas ideias que estavam na cabeça de todo mundo – e por um triz não queimaram vivo a esse homem. Afinal a sua ideia venceu e hoje ninguém pensa de outra maneira. A astronomia, que é a ciência que estuda os astros, tomou um grande desenvolvimento. Os astrônomos foram descobrindo coisas e mais coisas, chegando à perfeição de medir a distância dum astro a outro, e pesar a massa desses astros. As distâncias entre os astros eram tão grandes que as nossas medidas comuns se tornaram insuficientes. Foi preciso criar medidas novas – medidas astronômicas. – Por quê? – perguntou Narizinho. – Com o quilômetro a gente pode medir qualquer distância. É só ir botando zeros e mais zeros. 6– Parece, minha filha. As distâncias entre os astros são tamanhas que para medi-las com quilômetros seria necessário usar carroçadas de zeros, de maneira que não haveria papel que chegasse. E então os astrônomos inventaram o "metro astronômico", ou 9 a "unidade astronômica", que é como eles dizem. Essa unidade, esse metro tinha 92.900.000 milhas. – Que colosso, vovó! Eu acho que fizeram um metro grande demais... – Pois está muito enganada, minha filha. As distâncias entre a Terra e as novas estrelas que com os modernos telescópios foram sendo descobertas, acabaram deixando essa medida pequena. E então o astrônomo Michelson propôs outra medida: o ano-luz. – Cáspite! – Pois bem, isto que os astrônomos fizeram para os astros, outros homens de ciência fizeram para o contrário dos astros, isto é, para as moléculas e átomos, que são coisinhas infinitamente pequenas. Chegaram a medir átomos que têm o tamanhinho de uma trilionésima parte de milímetro. 7– Será possível? Um milímetro já é uma isca que a gente mal percebe... – Ora, neste livro o Senhor Van Loon trata de mostrar como esse bichinho homem, que já foi peludo e andava de quatro, chegou a desenvolver seu cérebro a ponto de medir a distância entre os astros e a calcular o tamanho dos átomos. – Como foi isso?– Inventando coisas. O homem é um grande inventor de coisas, e a história do homem na Terra não passa da história das suas invenções com todas as consequências que elas trouxeram para a vida humana. É mais ou menos isto o que Van Loon diz neste prefácio. Vamos agora ver o capítulo número 1. – Depois da pipoca, vovó! – gritou Narizinho farejando o ar. 8De fato: da cozinha vinha para a sala o cheiro das pipocas que Tia Nastácia estava rebentando. Pipocas à noite foi coisa que nunca faltou no sítio de Dona Benta. Adaptado de: LOBATO, Monteiro. História das invenções. São Paulo, SP: Círculo do Livro. 13. (G1 - cmrj) Sobre a personagem Dona Benta, com base na leitura do texto, é correto afirmar que a) tinha bagagem cultural restrita. b) gostava de monopolizar as conversas. c) era uma idosa alheia às novidades de seu tempo. d) fazia leituras com intenção exclusivamente lúdica. e) incentivava a participação desenvolta das crianças. 14. (Unifesp) Examine o cartum de Quino. Contribui para o efeito de humor do cartum o recurso a) à antítese. b) ao eufemismo. c) à personificação. d) à hipérbole. e) ao paradoxo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: JÚLIA. Hoje eu achei um pacotinho de ruffles no chão aq da floresta da tijuca, com a validade de 19/10/1998, sendo que o pacote tava totalmente intacto... pra vcs verem né. Rio de Janeiro, 1 mar. 2019. Twitter: @ darkwside. Disponível em: <http://twitter.com/darkwside/ status/1101531181059850242>. Acesso em: 27 out. 2019. 10 15. (G1 - ifpe) Observe o uso das reticências no texto e indique o sentido que expressam. a) Prolongam a reflexão lançada pela autora. b) Indicam hesitação ou dúvida. c) Sugerem quebra de expectativa. d) Interrompem o diálogo entre os interlocutores. e) Apontam para uma ação que ainda não foi finalizada. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: João e o pé de feijão-preto José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta 1Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe num casebre bem longe da cidade. 2Eles 3eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó. Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. 4Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota. Então a mãe de João disse; 5— Meu filho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá até o mercado e veja se alguém quer comprá- la. João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém, antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou: — Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão? — Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo? — Mas é feijão mágico. — Mágico? — Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai ver o que acontece. João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque. 6O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um ótimo negócio. Porém, quando sua mãe viu o feijão, ficou muito triste. — 7Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de fome... — Não! Este feijão é mágico! — Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João. 8Desapontada, ela atirou o grão pela janela. Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela lua cheia. Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava das nuvens! O garoto não pensou duas vezes 9e começou a subir pela planta para ver o que tinha lá em cima. Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. 10Ele era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E tinha torres pretas bem pontudas. João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se fosse uma barata. 11Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”. Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua dentro de uma gaiola de ouro. Então pensou: “Vou levar esta perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes para sempre!”. 12João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou! Pou! Pou! O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala. Para piorar, ele cantava assim: Fi-fi-fa-fa, fi-fi-fó-fum, Mau como eu só existe um. Fi-fi-fa-fa, fi-fi-fó-fum, Mau como eu só existe um. 13O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez “snif, snif, snif” — Sinto o cheiro de criança! Urrou ele. 14Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando, ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era de ouro! 15O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o no bolso. Depois foi comer seu almoço, que naquele dia foi um cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de chocolate. Então ele abriu um baita bocejo e dormiu. 11 Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e amarrou seu cinto no pescoço da ave. Ele estava 16quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um “no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto. O gigante acordou. E com muita raiva. 17— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife. O menino saiu correndo com o animal e 18desceu deslizando pelo pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem comprido. Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era meio desengonçado. Assim que chegou em casa, João gritou: — Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante querendo me pegar! 19— O que você fez desta vez? — Entrei no castelo dele e roubei sua perua. — Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o sujeito? 20Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o gigante descesse. 21Aí disse para o grandalhão: — Senhor gigante, meu filho agiu muito mal. Por favor, nos desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua. Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a mão num dos galhos do pé de feijão. No entanto, antes de subir, pensou: “22Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa. 23Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma recompensa a ela.” E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João. 24— Tome, faça o que quiser com isso. Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens. 25A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas (que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade). Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram fome. 26Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal. TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25. 16. (G1 - cmrj) No trecho “A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas (que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade).” (referência 25), os parênteses, de acordo com o contexto, indicam um (a) a) intromissão no desfecho da narrativa. b) correção de informações equivocadas anteriores. c) comentário explicativo acerca dos fatos narrados. d) desejo de enfatizar fatos diferentes dos anteriores. e) contestação do sentido dicionarizado das palavras. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Mito nº 6 “O certo é falar assim porque se escreve assim” Diante de uma tabuleta escrita COLÉGIO é provável que um pernambucano, lendo-a em voz alta, diga CÒlégio, que um carioca diga CUlégio, que um paulistano diga CÔlégio. E agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente certos. O que acontece é que em toda língua do mundo existe um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico. Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de quererobrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português (Imagine se alguém fosse falar 12 inglês ou francês do jeito que se escreve!). Muitas gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de aconselhar o professor a “corrigir” quem fala muleque, bêjo, minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da variação, tão natural e tão antigo na história das línguas. Essa supervalorização da língua escrita combinada com o desprezo da língua falada é um preconceito que data de antes de Cristo! É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando criar uma língua falada “artificial” e reprovando como “erradas” as pronúncias que são resultado natural das forças internas que governam o idioma. Seria mais justo e democrático dizer ao aluno que ele pode dizer BUnito ou BOnito, mas que só pode escrever BONITO, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito, mas é preciso lembrar que ela funciona como a partitura de uma música: cada instrumentista vai interpretá-la de um modo todo seu, particular! Fonte: BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49ª ed. São Paulo: Loyola, 2007, p. 52-53. (adaptado) Acesso em: 10 abr. 2018 17. (G1 - ifsc) Leia com atenção o excerto a seguir assinale a alternativa CORRETA: “Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português [...]” As aspas possuem diversas funções num texto. No trecho, o autor usou aspas na palavra em destaque principalmente para: a) dar ênfase à palavra usada. b) questionar a própria noção do que é considerado certo. c) deixar claro que a palavra está escrita de modo inadequado. d) registrar a origem latina da palavra. e) deixar claro que, nesse contexto, o significado da palavra é seu antônimo. 18. (Enem cancelado) Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas seguintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda — ao excluir a natureza e os índios — critica a narrativa do escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada no altar. Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que a) a influência da religião católica na catequização do povo nativo é objeto das duas telas. b) a ausência dos índios na segunda tela significa que Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses. c) ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo momento e apresentam uma mesma visão do fato histórico. d) a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a importância da religião no processo dos descobrimentos. e) a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão romantizada dos primeiros dias dos portugueses no Brasil. 19. (Enem) A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de arte conceitual que revela o paradoxo entre verdade e imitação, já que a arte 13 a) não é a realidade, mas uma representação dela. b) fundamenta-se na repetição, construindo variações. c) não se define, pois depende da interpretação do fruidor. d) resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas de registro. e) redesenha a verdade, aproximando-se das definições lexicais. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Gerundismo - evite esse vício de linguagem Tanto se tem falado a respeito de gerundismo, que já há quem tenha prática sobre o uso do gerúndio. Há até quem pergunte se o gerúndio não é mais usado ou se é errado o seu emprego. Então, antes que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado pelo certo, vamos nos lembrar de algumas regras gramaticais. Comecemos pelo significado da palavra “gerúndio”. Se procurarmos as definições nas gramáticas em uso, encontraremos, geralmente, a seguinte explicação: “Gerúndio é uma das formas nominais do verbo que apresenta o processo verbal em curso e que desempenha a função de adjetivo ou advérbio”. Ele apresenta-se de duas formas. A simples (Ex.: Chegando a hora da largada, a luz verde acendeu) e a composta (Ex.: Tendo chegado ao fim da corrida, o carro foi recolhido ao boxe). O gerúndio expressa uma ação que está em curso ou que ocorre simultaneamente ou, ainda, que remete a uma ideia de progressão. Sua forma nominal é derivada do radical do verbo acrescida da vogal temática e da desinência -ndo. Exemplos: comendo; partindo. Veja, a seguir, o uso do gerúndio na prática: E a lama desceu pelo morro, destruindo tudo que encontrava pela frente. Rindo, ele se lembrava com saudades dos dias felizes que tivera. Abrindo o laptop, começou a escrever. “Caminhando sozinho aquela noite pela praia deserta, fiz algumas reflexões sobre a morte” (Erico Veríssimo, Solo de Clarineta, p. 12). Como vimos nos exemplos, o gerúndio pode ser empregado de diferentes maneiras em nossa língua sem que tenhamos praticado nenhuma heresia. Já com o gerundismo é outra história. Nesse caso, trata-se do uso inadequado do gerúndio. Um vício de linguagem que se alastrou de modo tão corriqueiro e insistente que até já virou piada. Então, se você usa expressões como: “Vou estar pesquisando seu caso” ou “Vou estar completando sua ligação”, mude imediatamente sua fala para: “Vou pesquisar seu caso” e “Vou completar sua ligação”. Note que, nos dois casos, você passa a usar somente duas formas verbais (“vou” + “pesquisar” ou “vou” + “completar”) no lugar de três. Além disso, a ideia temporal a ser transmitida é a de futuro e não de presente em curso. O gerundismo, portanto, é uma mania que peca pelo excesso, pela inadequação do verbo, que ocorre ao transformarmos, desnecessariamente, um verbo conjugado em um gerúndio. (Fonte: UOL. Adaptado. Disponível em: <https://educacao.uol.com. br/disciplinas/portugues/gerundismo-evite-esse-vicio-de-linguagem. htm> Acesso em: 20 jan. 2019). 20. (G1 - ifmt) A partir da leitura do texto “Gerundismo - evite esse vício de linguagem”, marque a alternativa correta. a) O equívoco das pessoas consiste em usar o gerúndio de maneiras diversas, sendo que há apenas uma forma gramaticalmente correta de fazer seu uso. b) Gerúndio e gerundismo são a mesma coisa e os dois são considerados vícios de linguagem. c) Gerúndio é uma forma inadequada de usar o verbo. d) O gerundismo é considerado um vício de linguagem e deve ser evitado. e) O gerúndio e o gerundismo fazem uso exatamente dos mesmos tempos verbais, mas o gerundismo é considerado errado pelo uso excessivo de verbos em sua forma. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quando pensamos em EXPERIÊNCIAS ESTUDANTIS NO EXTERIOR, automaticamente relacionamos o tema aos melhores aspectos positivos possíveis, como a vivência na língua, na cultura, na culinária, entre outros. Contudo, há outros aspectos relevantes – positivos e negativos – que a atividade deseja também abordar. Somos seres humanos em construção e interligados pela intensa globalização do século XXI. Assim, a escolha desse tema se dá pelo desejo de acrescentar reflexões importantes ao cotidiano de nossos jovens estudantes. Texto Relato de experiência Meu nome é Rafael Lemos da Silva e eu estudo Relações Internacionais na Universidade Federal de 14 Santa Maria (UFSM). No segundo semestre de 2015, eu decidi fazer um intercâmbio acadêmico para a Universidade da Flórida (UF), tendo em vista que o meu curso requer uma experiência internacional. O meu intercâmbio acadêmico foi incrível, porque foi a primeiravez que eu fui para outro país. O intercâmbio possibilitou o exercício diário do inglês e do espanhol. Por outro lado, inicialmente eu achei difícil me adaptar à cultura estadunidense, porque eles não gostam de contato físico e costumam ser extremamente diretos em suas conversações. Além disso, existe uma cultura favorável ao consumo de fast food, o que prejudicou a minha saúde. (...) As minhas aulas foram sensacionais! Meus professores eram especialistas nos assuntos tratados em aula e tinham diversos livros publicados sobre os mesmos, o que enriquecia a aprendizagem. A estrutura das aulas era completamente diferente, porque eu tinha a mesma matéria três vezes por semana durante 50 minutos, fazendo com que o professor sintetizasse a matéria e com que a disciplina cobrisse mais tópicos. As aulas eram dialogadas e muitos professores atribuíam uma nota considerável para a participação em sala de aula. Ademais, eu tinha cerca de 500 páginas em inglês para ler todas as semanas para as minhas aulas. Um fator impressionante foi a infraestrutura da Universidade da Flórida. A universidade ocupa quase metade da cidade de Gainesville, na Flórida. Eu morei em uma república dentro da universidade e dividia o meu quarto com um americano. Eu geralmente passava mais tempo na biblioteca da universidade que possuía uma infraestrutura incrível. As bibliotecas ficavam abertas 24 horas por dia para estimular o estudo por parte dos alunos e eles tinham uma loja do Starbucks dentro da própria biblioteca. As universidades estadunidenses costumam incentivar atividades internas para os seus estudantes. Por exemplo, durante o meu intercâmbio a Universidade da Flórida promoveu cerca de cinco shows com artistas americanos como T.I. e Andy Grammer. Além disso, a Universidade da Flórida costumava promover palestras sobre temas como a violência policial e convidava personalidades estadunidenses influentes nessas questões. (...) (Fonte: https://www.ufsm.br/oraaos-de-apoio/sai/relatos-de- exDeriencia-no-exterior/. Acessado em: 02/09/2020) Observação: por se tratar de um relato de experiência publicado no blog (ambiente informal) da Universidade Federal de Santa Maria, o texto apresenta desvios quanto à norma-padrão. 21. (G1 - cmrj) Dos aspectos negativos apresentados pelo relato de experiência do aluno Rafael Lemos da Silva, pode-se deduzir que a) a adaptação à cultura do outro requer flexibilidade e tolerância do candidato ao intercâmbio. b) o distanciamento familiar é fator preponderante para a decisão do estudante em se aperfeiçoar no exterior. c) o consumo de comidas industrializadas impede a plena e satisfatória adaptação do discente. d) o exercício constante de diversos idiomas dificulta a experiência internacional. e) a ausência de objetividade no trato diário favorece o intercâmbio acadêmico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Xote Ecológico Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu E o peixe que é do mar? Poluição comeu E o verde onde é que está? Poluição comeu Nem o Chico Mendes sobreviveu GONZAGA, Luiz. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/luiz- gonzaga/295406/>. Acesso em: 08 maio 2019. 22. (G1 - ifpe) Em relação ao texto Xote Ecológico, é CORRETO afirmar que a) seu objetivo é permitir a reflexão acerca dos danos que o homem causa ao ambiente em que vive. b) critica o fato de o homem ser impedido de realizar suas atividades normais em virtude de o ambiente negar-lhe as condições. c) responsabiliza a poluição existente pelos danos causados à vida humana, visto que o homem não 15 é responsável por ela, embora seja o principal prejudicado. d) a repetição de perguntas demonstra que o eu lírico busca encontrar as respostas que ainda não tem. e) trata a questão levantada demonstrando esperança em relação à mudança no tratamento destinado ao meio ambiente. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 23. (G1 - col. naval) Assinale a opção que expressa a mesma ideia presente no texto. a) Quem gosta de ler não morre só. (Ariano Suassuna) b) Creio que uma forma de felicidade é a leitura. (Jorge L. Borges) c) Ler é viver mil vidas diferentes em uma única existência.(André Segalla) d) Uma boa leitura dispensa com vantagem a companhia de pessoas frívolas. (Marquês de Maricá) e) Ler é como não haver morrido. (Carlos Skliar) 24. (Unifesp) Leia o poema Prece, de Fernando Pessoa. Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda. Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistaremos a Distância – Do mar ou outra, mas que seja nossa! (Fernando Pessoa. Mensagem, 1995.) Extraído do livro Mensagem, o poema pode ser considerado nacionalista, na medida em que o eu lírico a) apresenta Portugal como uma nação decadente, que não faz jus ao seu passado de heroísmo e glórias. b) inspira-se no passado de heroísmo do povo português que, no presente, já não acredita na sua história. c) busca reviver o sonho de uma da nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos. d) reconhece o desejo de o povo português glorificar seus heróis, o que não foi possível até o seu presente. e) descreve o Portugal de seu tempo como uma nação gloriosa e marcada por histórias de heroísmo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o poema de Fernando Pessoa. Cruz na porta da tabacaria! Quem morreu? O próprio Alves? Dou Ao diabo o bem-’star que trazia. Desde ontem a cidade mudou. Quem era? Ora, era quem eu via. Todos os dias o via. Estou Agora sem essa monotonia. Desde ontem a cidade mudou. Ele era o dono da tabacaria. Um ponto de referência de quem sou. Eu passava ali de noite e de dia. Desde ontem a cidade mudou. Meu coração tem pouca alegria, E isto diz que é morte aquilo onde estou. Horror fechado da tabacaria! Desde ontem a cidade mudou. Mas ao menos a ele alguém o via, Ele era fixo, eu, o que vou, Se morrer, não falto, e ninguém diria: Desde ontem a cidade mudou. (Obra poética, 1997.) 25. (Unifesp) No poema, o eu lírico sente-se a) desorientado e melancólico. b) desamparado e entediado. c) nostálgico e orgulhoso. d) perplexo e eufórico. e) aliviado e resignado. 16 26. (G1 - cmrj) Entre o primeiro e último quadros, desenvolve-se uma concreta troca afetiva. Analisando-se os elementos não verbais, aqueles que MELHOR representam a empatia são a) a tesoura e o cabelo curto. b) cortar o cabelo e ceder o boné. c) olhar pensativamente e ficar feliz. d) o sorriso da família e o cabelo curto. e) o olhar pensativo e o longínquo corredor. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o que era um romance. Eu tentava convencê-lo de que não havia motivo para preocupação. Tudo o que eu queria saber já era conhecido. E ele me perguntava: “Então, porque você quer saber, se já sabe?” Tentei lhe explicar que pretendia escrever um livro e mais uma vez o que era um romance, o que era um livro de ficção (e mostrava o que tinha nas mãos), que seria tudo historinha, sem nenhuma consequência na realidade. Ele seguia incrédulo. Fazia-se de desentendido, mas na verdade só queria me intimidar. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis.Eu tentava dizer que, para os brancos que não acreditam em deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que eu não sabia responder à sua pergunta. Bernardo Carvalho, Nove Noites. Adaptado. 27. (Fuvest) As respostas do narrador às perguntas de Leusipo são uma tentativa de disfarçar o caráter a) fabular do romance, inspirado nas lendas e tradições dos Krahô. b) investigativo do romance, embasado em testemunhos dos Krahô. c) político do romance, a respeito das condições de vida dos Krahô. d) etnográfico do romance, através do registro da cultura dos Krahô. e) biográfico do romance, relatando sua vivência junto aos Krahô. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O Cão e o Lobo Um lobo muito magro e faminto, todo pele e ossos, pôs- se um dia a filosofar sobre as tristezas da vida. E nisso estava quando lhe surge pela frente um cão — mas um cão e tanto, gordo, forte, de pelo fino e lustroso. Espicaçado pela fome, o lobo teve ímpeto de atirar-se a ele. A prudência, entretanto, cochichou-lhe ao ouvido: “Cuidado! Quem se mete a lutar com um cão desses sai perdendo”. O lobo aproximou-se do cão com toda a cautela e disse: — Bravos! Palavra de honra que nunca vi um cão mais gordo nem mais forte. Que pernas rijas, que pelo macio! Vê-se que o amigo se trata... — É verdade! — respondeu o cão. Confesso que tenho tratamento de fidalgo. 1Mas, amigo lobo, suponho que você pode levar a mesma boa vida que levo. ¯ Como? 17 2— Basta que abandone esse viver errante, esses hábitos selvagens e se civilize, como eu. — Explique-me lá isso por miúdo, pediu o lobo com um brilho de esperança nos olhos. — É fácil. Eu apresento você ao meu senhor. Ele, está claro, simpatiza-se e dá a você o mesmo tratamento que dá a mim: bons ossos de galinha, nacos de carne, um canil com palha macia. Além disso, agrados, mimos a toda hora, palmadas amigas, um nome. 3— Aceito! — respondeu o lobo. Quem não deixará uma vida miserável como esta por uma de regalos assim? — Em troca disso — continuou o cão — você guardará o terreiro, não deixando entrar ladrões nem vagabundos. Agradará ao senhor e à sua família, sacudindo a cauda e lambendo a mão de todos. 4— Fechado! — resolveu o lobo e emparelhando-se com o cachorro partiu a caminho da casa. 5Logo, porém, notou que o cachorro estava de coleira. — Que diabo é isso que você tem no pescoço? — É a coleira. — E para que serve? — Para me prenderem à corrente. — Então não é livre, não vai para onde quer, como eu? — Nem sempre. Passo às vezes vários dias preso, conforme a veneta do meu senhor. Mas que tem isso, se a comida é boa e vem à hora certa? O lobo entreparou, refletiu e disse: — Sabe do que mais? Até logo! Prefiro viver magro e faminto, porém livre e dono do meu focinho, a viver gordo e liso como você, mas de coleira ao pescoço. Fique-se lá com a sua gordura de escravo que eu me contento com a minha magreza de lobo livre. E afundou no mato. LOBATO, Monteiro, in Fábulas: O Cão e o Lobo. Brasiliense, São Paulo, 2002, p. 29.Fonte da imagem Disponível: <http://www.iejusa.com. br/mundoinfantil/fabulasbrasileiras.php>. Acesso em 04 de out. de 2019. 28. (G1 - cmrj) Uma das condições para que o lobo seja aceito na casa do dono do cão é “civilizar-se”. De acordo com o texto, isso significa que o lobo deveria a) renunciar à servidão. b) levar uma vida nômade. c) ser dócil para com todos. d) abandonar hábitos originais. e) conciliar floresta com espaço urbano. 29. (G1 - cmrj) TEXTO I Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como ‘este foi difícil’ ‘prateou no ar dando rabanadas’ e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. (PRADO, Adélia. Terra de Santa Cruz, Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 25.) TEXTO II A despedideira Há mulheres que querem que o seu homem seja o Sol. O meu quero-o nuvem. Há mulheres que falam na voz do seu homem. O meu que seja calado e eu, nele, guarde meus silêncios. Para que ele seja a minha voz quando Deus me pedir contas. [...] Há muito tempo, me casei, também eu. Dispensei uma vida com esse alguém. Até que ele foi. Quando me deixou, já não me deixou a mim. Que eu já era outra, habilitada a ser ninguém. Às vezes, contudo, ainda me adoece uma saudade desse homem. Lembro o tempo em que me encantei, tudo era um princípio. Eu era nova, dezanovinha. 1Quando ele me dirigiu palavra, nesse primeiríssimo dia, dei conta de que, até então, nunca eu tinha falado com ninguém. O que havia feito era comerciar palavra, em negoceio de sentimento. Falar é outra coisa, é essa ponte sagrada em que ficamos pendentes, suspensos sobre o abismo. Falar é outra coisa, vos digo. Dessa vez, com esse homem, na palavra eu me divinizei. Como perfume em que perdesse minha própria aparência. Me solvia na fala, insubstanciada. Lembro desse encontro, dessa primogênita primeira vez. Como se aquele momento fosse, afinal, toda 18 minha vida. Aconteceu aqui, neste mesmo pátio em que agora o espero. Era uma tarde boa para gente existir. O mundo cheirava a casa. O ar por ali parava. A brisa sem voar, quase nidificava. Vez voz, os olhos e os olhares. Ele, em minha frente todo chegado como se a sua única viagem tivesse sido para a minha vida. No entanto, algo nele aparentava distância. [...] Nesse mesmo pátio em que se estreava meu coração tudo iria, afinal, acabar. Porque ele anunciou tudo nesse poente. Que a paixão dele desbrilhara. Sem mais nada, nem outra mulher havendo. Só isso: a murchidão do que, antes, florescia. [...] O único intruso era o tempo, que nossa rotina deixara crescer e pesar. [...] Deixem-me agora evocar, aos goles de lembrança. Enquanto espero que ele volte, de novo, a este pátio. Recordar tudo, de uma só vez, me dá sofrimento. Por isso, vou lembrando aos poucos. Me debruço na varanda e a altura me tonteia. Quase vou na vertigem. Sabem o que descobri? Que minha alma é feita de água. Não posso me debruçar tanto. Senão me entorno e ainda morro vazia, sem gota. Porque eu não sou por mim. Existo refletida, ardível em paixão. Como a lua: o que brilho é por luz de outro. A luz desse amante, luz dançando na água. Mesmo que surja assim, agora, 30 distante e fria. Cinza de um cigarro nunca fumado. Pedi-lhe que viesse uma vez mais. Para que, de novo, se despeça de mim. E passados os anos, tantos que já nem cabem na lembrança, eu ainda choro como se fosse a primeira despedida. Porque esse adeus, só esse aceno é meu, todo inteiramente meu. Um adeus à medida de meu amor. [...] Toda a vida acreditei: amor é os dois se duplicarem em um. Mas hoje sinto: ser um é ainda muito. De mais. Ambiciono, sim, ser o múltiplo de nada, Ninguém no plural. Ninguéns. (COUTO, Mia. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.51-54.) Tanto no poema de Adélia Prado quanto no conto de Mia Couto, a expressão “primeira vez” remete a momentos felizes: “O silêncio de quando nos vimos a primeira vez / atravessa a cozinha como um rio profundo” (Texto II, v. 11 e 12) “Quando ele me dirigiu palavra, nesse primeiríssimo dia, dei conta de que, até então, nunca eu tinha falado com ninguém. [...] Dessa vez, com esse homem, na palavra eu me divinizei. [...] Lembro desse encontro, dessa primogênita primeira vez”. (Texto III, ref. 1) O silêncio (Texto I) e a palavra (Texto II), tãomarcantes no primeiro encontro de cada casal, remetem, respectivamente à ideia de a) insolência e opressão. b) inquietude e comoção. c) intimidade e nostalgia. d) indiferença e alienação. e) intolerância e abnegação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 30. (G1 - ifce) A expressão “sendo assim” é usada no texto a) para introduzir a explicação sobre a visibilidade dos cursos preparatórios anunciados. b) para anunciar a conclusão sobre a decisão de lançar cursos preparatórios. c) para relacionar as informações sobre os aspectos positivos do serviço ofertado e a informação sobre o lançamento desse mesmo serviço. d) como equivalência à locução conjuntiva “assim como”. e) para expor a justificativa acerca da relevância dos cursos preparatórios. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 19 Exposição virtual conta a história das grandes invenções da Humanidade Projeto reúne mais de 200 mil imagens, vídeos e registros históricos; aplicativo usa realidade aumentada para explicar Big Bang RIO – Em 1608, o alemão Hans Lippershey apresentou um pedido de patente para uma lente capaz de “ver coisas distantes como se estivessem próximas”. O pedido foi negado, mas a notícia da invenção se espalhou pela Europa e, no ano seguinte, o italiano Galileu Galilei mirou essa lente melhorada para o céu, descobriu luas em Júpiter e crateras na Lua, dando início à astronomia observacional. Quatro séculos depois, telescópios estão no espaço, observando galáxias a bilhões de anos-luz de distância. Essa é uma das histórias reunidas pelo projeto “Once Upon a Try“, desenvolvido pelo Google Arts & Culture com 110 museus e instituições científicas ao redor do mundo. Trata-se da maior exibição virtual sobre a inovação e a inventividade humana. São quase 400 exposições virtuais, com mais de 200 mil imagens, vídeos e registros históricos, como a coleção, inédita na internet, de cem cartas enviadas por Albert Einstein a cientistas franceses, mantidas pela prestigiada Académie dês Sciences francesa. Da Nasa, uma plataforma de aprendizado de máquina oferece uma nova forma de explorar um arquivo com mais de 127 mil imagens espaciais. – Nós trabalhamos nesse projeto por mais de dois anos – contou Luisella Mazza, diretora de operações do Google Cultural Institute. – A curadoria das exposições foi feita pelas instituições parceiras, sem ingerência do Google Arts & Culture. As instituições decidiram, de forma autônoma, as imagens, as histórias e as invenções que fazem parte dessa mostra. Coube ao Google o apoio com tecnologia, como no desenvolvimento do aplicativo “Big Bang AR”, que explica o surgimento e a evolução do universo com realidade aumentada. O conteúdo foi desenvolvido por físicos da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, conhecida pela sigla Cern, e coloca, literalmente, o evento do Big Bang na palma da mão dos usuários. 1Modernas técnicas de digitalização foram empregadas para transformar em pixels o Mapa de Juan de la Cosa, considerado o mais antigo registro do Novo Mundo. Pintado a mão num pergaminho, o mapa ilustra as terras descobertas no continente americano até o fim do século XV, por expedições espanholas, inglesas e portuguesas. 2A partir de agora, ele estará disponível, em altíssima resolução, aos visitantes da mostra “Once Upon a Try“. – O primeiro mapa das Américas, feito no início do século XVI, foi digitalizado com a tecnologia gigapixel – explicou Luisella. – É uma câmera muito especial, que permite tirar fotos em altíssima resolução, de até 2 bilhões de pixels, de forma muito rápida e intuitiva. O foco do projeto está nas grandes descobertas e invenções, mas também há espaço para inventos específicos, como a chuteira de futebol. Em parceria com o Museu do Futebol, a exposição traça a história de um simples calçado que está nos pés das estrelas do esporte mais popular do planeta, além de contar como foi a adaptação da chuteira em terras brasileiras. O “Once Upon a Try” também oferece passeios virtuais, com o Google Street View, em instalações como a Estação Espacial Internacional e o Grande Colisor de Hádrons do Cern, a maior máquina já construída pelo homem. O túnel que se estende por 27 quilômetros na fronteira da França com a Suíça ficou mundialmente conhecido por comprovar, em 2012, a existência do bóson de Higgs, a partícula de Deus. Adaptado de: https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/ exposicao-virtual-conta-historia-das-grandes-invencoes-da- humanidade-23500843, acesso em 06SET2020, às 16:28. 31. (G1 - cmrj) Após a leitura e interpretação do texto, assinale a alternativa correta. a) O autor, ao mencionar as invenções de Galileu Galilei, direciona seu texto aos astrônomos e estudantes de astronomia. b) O jornalista foca seu texto em tecnologias que, na verdade, tornaram-se obsoletas. c) O texto discorre sobre a maior exibição virtual sobre a inovação e a inventividade humana. d) A reportagem se prende mais a ideias e possibilidades do que à realidade científica do mundo contemporâneo. e) O texto limita-se a apresentar informações sobre uma exposição a respeito de invenções e projetos científicos de Galileu Galilei e Albert Einstein. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Quando pensamos em EXPERIÊNCIAS ESTUDANTIS NO EXTERIOR, automaticamente relacionamos o tema aos melhores aspectos positivos possíveis, como a vivência na língua, na cultura, na culinária, entre outros. Contudo, há outros aspectos relevantes – positivos e negativos – que a atividade deseja também abordar. Somos seres humanos em construção e interligados pela intensa globalização do século XXI. Assim, a escolha desse tema se dá 20 pelo desejo de acrescentar reflexões importantes ao cotidiano de nossos jovens estudantes. Texto Brasileira ganha bolsa para estudar em Harvard Uma gonçalense de 18 anos é a única estudante brasileira aprovada para estudar na Universidade de Harvard, nos EUA, este ano. E com bolsa integral. Uma gonçalense de 18 anos é a única estudante brasileira aprovada para estudar na Universidade de Harvard, no EUA, este ano. E com bolsa integral. A façanha de Flávia Medina da Cunha é considerada tão especial que será tema de palestra de orientadores educacionais, nesta quarta-feira de manhã (19 de agosto de 2009), no auditório do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Na mesma época dos exigentes exames para Harvard, ela passou nos vestibulares da UFRJ, UFF e UERJ e na prova de admissão da Academia da Força Aérea (AFÃ). "Estudei tantas horas que perdi a conta de quantas", confessa Flávia, que vai cursar Engenharia Química. Ela já havia começado o curso na UFRJ. Fã da obra de Machado de Assis, ela precisou se debruçar sobre livros especializados na cultura norte-americana. Flávia obteve ainda 90% de bolsa na Universidade da Pensilvânia. "Fiquei na lista de esperada Yale University, Duke University, Rice University e Tufts", enumerou Flávia, cujos dois irmãos estudam na Escola Naval. Os pais, que são professores, estão orgulhosos, mas não escondem a preocupação. "O coração está apertado, mas ela é perseverante e carismática", conta a mãe, Gilza da Cunha, 57 anos. Em Harvard, a estudante terá alojamento, refeição e receberá US$ 3mil (R$ 5,3 mil) por mês, além da oportunidade de emprego no campus. Flávia embarca hoje à noite no voo 860 da United Airlines. Na bagagem, a bandeira do Brasil e a medalha de Santo António. No coração, a saudade de casa. "Não vou chorar", avisa Flávia. "Muita gente sonha em ir à Disney e realiza o sonho. Por que não sonhar em aprimorar os conhecimentos no exterior?", lança o desafio o gerente de pesquisas do escritório da Harvard no Brasil, Tomás Amorim. (...) (Adaptado de https://www.mundovestibular.com.br/vestibular/ noticias/brasileira-ganha-bolsa-para-estudar-em-han/ard/. Acessado em: 02/09/2020) 32. (G1 - cmrj) O texto reporta a façanha da aluna Flávia Medina da Cunha em ter múltiplasaprovações em vestibulares por meio de sua intensa aplicação aos estudos. Pode-se afirmar que, além deste objetivo, outro importante propósito comunicativo desse texto apresentado pelo 2º parágrafo é o de a) demonstrar que sonhos podem ser realizados e devem ser focados, como o de atingir altos ganhos materiais. b) convencer o leitor a estudar em universidades no exterior por terem exames mais exigentes e que causam maior orgulho. c) apresentar a importância da dedicação persistente aos estudos como forma de sucesso intelectual e posterior sucesso no mercado de trabalho. d) descrever a infraestrutura proporcionada pela Universidade de Harvard à estudante brasileira, como a presença de alojamento e refeição. e) detalhar os sentimentos envolvidos com a partida da aluna, como saudade, orgulho e preocupação. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: COMO SERÁ A ALIMENTAÇÃO DOS HUMANOS NO FUTURO? Adaptado de Maria Luciana Rincon Com o aumento da população mundial, a redução de recursos e mudanças na dieta, muita gente prevê que no futuro a humanidade enfrentará uma competição por alimentos sem precedentes. Aliás, segundo os mais fatalistas, se as coisas continuarem como estão, por volta do ano 2050 seremos testemunhas de uma onda de fome que poderá afetar todo o planeta. Algumas estimativas apontam que dentro de apenas uma ou duas gerações a população mundial terá aumentado em alguns bilhões de habitantes, e boa parte dessa gente toda se concentrará em grandes centros urbanos. Assim, além da falta de recursos naturais, é preciso encontrar formas de fazer com que os alimentos cheguem até essas áreas e supram as necessidades de todos. Por sorte, já existem cientistas quebrando a cabeça para encontrar soluções para a iminente crise de alimentos, apostando na tecnologia e na ciência para isso. Uma saída talvez seja uma mudança na dieta e, para Richard Archer, um desses cientistas preocupados, dentro de um período de 25 anos, a alimentação humana se baseará principalmente em produtos altamente processados e — diferente dos itens disponíveis hoje em dia — nutricionalmente equilibrados. 1Segundo Archer, além de nutritivos, os alimentos processados podem ser preservados por mais tempo, além de serem mais facilmente transportados. Contudo, antes que eles substituam os alimentos atuais, alguns problemas precisam ser contornados. Atualmente, quando falamos em produtos processados, logo imaginamos alimentos recheados de gordura, sal e 21 açúcar. As opções mais equilibradas existem, mas não agradam ao paladar dos consumidores pela falta de sabor. Assim, um dos maiores desafios da indústria de alimentos é encontrar formas de desenvolver produtos processados que sejam saudáveis e também saborosos. Outro problema para o futuro é o consumo de carne vermelha. Segundo Archer, a produção atual já é vista como cara e ineficiente e, no futuro, com a já prevista escassez de água e espaço para o cultivo, esses produtos se tornarão economicamente inviáveis. Desta forma, o consumo de carnes se limitará a quantidades cada vez mais reduzidas, dando lugar à ingestão de proteína animal misturada à proteína de origem vegetal e outros ingredientes que garantirão o sabor e o valor nutricional dos alimentos. 2Outra tendência apontada por Archer será o emprego de equipamentos 3D para imprimir refeições e, de acordo com o cientista, esses dispositivos permitirão que os usuários fabriquem suas criações culinárias e comidas que nem sequer existem ainda. Além disso, ele prevê o desenvolvimento de tecnologias que permitam criar ingredientes livres de calorias e que possam encapsular, cobrir, proteger e liberar nutrientes e compostos alimentares bioativos. E, segundo Archer, as mudanças na dieta não se limitarão apenas aos humanos, pois, conforme explicou, animais como frangos e peixes poderão ser alimentados com algas e insetos cultivados industrialmente. Entretanto, apesar de todo esse otimismo com respeito às soluções para o futuro, 3com uma população mundial cada vez mais urbana e ávida por comodidades, suprir a necessidade de toda essa gente — e ao mesmo tempo atender os gostos de todo mundo — não será uma tarefa nada fácil. Disponível:<https://www.megacurioso.com.br/ sustentabilidade/44765-como-sera-a-alimentacao-dos-humanos-no- futuro.htm>. Acesso em 04 de out. de 2019 33. (G1 - cmrj - Adaptada) Uma preocupação semelhante entre o texto publicitário a seguir e o texto de Maria Luciana Rincón é a) o incentivo ao consumo de orgânicos. b) a inovação de tecnologias de produção. c) a importância da produção de proteína animal. d) a força da imagem na comercialização de alimentos. e) o cuidado do consumidor com produtos processados. 34. (Enem digital) Ponto morto A minha primeira mulher se divorciou do terceiro marido. A minha segunda mulher acabou casando com a melhor amiga dela. A terceira (seria a quarta?) detesta os filhos do meu primeiro casamento. Estes, por sua vez, não suportam os filhos do terceiro casamento da minha primeira mulher. Confesso que guardo afeto pelas minhas ex-sogras. Estava sozinho quando um dos meus filhos acenou para mim no meio do engarrafamento. A memória demorou para engatar seu nome. Por segundos, a vida parou em ponto morto. MASSI, A. A vida errada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001. No poema, a singularidade da situação representada é efeito da correlação entre a) a dissipação das identidades e a circulação de sujeitos anônimos. b) as relações familiares e a dinâmica da vida no espaço urbano. c) a constatação da incomunicabilidade e a solidão humana. 22 d) o trânsito caótico e o impedimento à expressão afetiva. e) os lugares de parentesco e o estranhamento social. 35. (G1 - cps) Biopirataria é crime. Ela consiste na apropriação indevida de recursos da biodiversidade para uso científico ou biotecnológico. Não bastasse a apropriação de recursos da biodiversidade, a biopirataria praticada em território brasileiro também se apropria de conhecimentos acumulados por comunidades tradicionais, como a medicina da floresta e as práticas da cultura indígena. No Brasil, a biopirataria é praticada desde a época do Descobrimento, quando recursos biológicos do país já eram levados para outros continentes. O exemplo mais conhecido é o próprio pau-brasil, cuja exploracao no período colonial foi responsável por devastar um dos maiores biomas brasileiros: a Mata Atlântica. Podemos encontrar alguns exemplos clássicos da biopirataria no Brasil. Um deles diz respeito ao cupuaçu, que por pouco não se tornou patente de uma empresa japonesa — o que so não ocorreu devido à mobilização nacional e internacional que forçou o governo japonês a desistir da patente. O mesmo não pode ser dito da patente do princípio ativo contido no veneno da jararaca, ainda pertencente a uma empresa estadunidense que, na década de 1970, desenvolveu um remédio usado no tratamento de hipertensão arterial. Outro caso é o conhecimento indígena sobre o veneno do sapo verde, que gerou dez patentes para indústrias farmacêuticas e nenhum retorno financeiro aos índios da Amazônia. <https://tinyurl.com/y8heaay5> Acesso em: 27.01.2019. Adaptado. De acordo com o texto, podemos afirmar corretamente que a biopirataria a) teve início com o surgimento e a expansão de indústrias farmacêuticas no mundo. b) contribuiu indiretamente para o extermínio do vírus que causa a hipertensão arterial. c) se apossa indevidamente dos conhecimentos acumulados por comunidades tradicionais. d) provocou o incremento das importações brasileiras do cupuaçu cultivado no Japão. e) é permitida pelo poder público que fiscaliza, autoriza e incentiva sua prática. 36. (G1 - cps) Leia a charge. A charge de Ziraldo foi publicada na década de 1970 e, apesar da diferença histórico-cultural com o contexto atual, é possível apreender seu efeito de humor. A expressão responsável pela construçãodo humor no texto é a) “não pago!”, repetida exaustivamente pela personagem com o intuito de criar, dessa forma, um eufemismo. b) “Contra tudo e contra todos”, passagem generalizante e imprópria ao contexto humorístico, trata-se de uma ironia. c) “paga ICM! Corro pra lá: Olha o fiscal me cobrando...”, passagem composta por verbos que se contradizem, formando, portanto, um paradoxo. d) “herói cobrado retumbante”, devido à sua semelhança sonora com um conhecido verso do Hino Nacional Brasileiro, configurando uma paronomásia. e) “Heroicamente! Denodadamente! Como um mártir”, expressões usadas para atingir a autoestima da personagem; trata-se de uma preterição. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. 20ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 23 37. (G1 - cmrj) A questão central que o poeta levanta consiste no/na a) abandono de animais nas ruas. b) acúmulo de lixo nas grandes cidades. c) consumo de alimentos sem valor nutricional. d) desequilíbrio das condições de acesso ao alimento. e) desafio de garantir a saúde por meio de práticas de higiene. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. O drama de Juan e das centenas de crianças venezuelanas que cruzam sozinhas a fronteira com o Brasil Nathalia Passarinho - BBC News Brasil em Londres 09 de setembro de 2019 [...] Juan foi encontrado vagando pelas ruas de Pacaraima, após cruzar a fronteira "sozinho e faminto", segundo relatório da equipe que atendeu a criança. Um senhor venezuelano o resgatou, deu abrigo e comida por uma noite e levou o menino ao centro de triagem, onde defensores públicos da União entrevistam e analisam cada caso de criança e adolescente que chega ao Brasil. Encaminhado depois ao Conselho Tutelar de Pacaraima, o menino foi reconhecido por uma conselheira que confirmou que ele tentava migrar sozinho para o Brasil pela segunda vez, "pedindo ajuda para fugir dos maus-tratos dos pais". Na primeira tentativa, foi devolvido à Venezuela e encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade de Santa Elena, após os conselheiros venezuelanos garantirem às autoridades brasileiras que ele seria encaminhado para um abrigo. Pelo visto, foi devolvido aos pais e à vida na rua. "Observa-se inúmeras marcas no corpo da criança e ele afirma que são todas causadas pelas agressões físicas cometidas por seus pais", diz o relatório do comitê de triagem a que a BBC News Brasil teve acesso. Para impedir que o menino fosse entregue novamente aos pais, os defensores federais o encaminharam para uma casa de acolhimento de crianças e adolescentes na capital de Roraima, "para que seja cuidado pela legislação brasileira". Juan é uma das 1.896 crianças e adolescentes que, para fugir da violência e da miséria na Venezuela, cruzaram a fronteira até o Brasil sozinhos ou acompanhados de pessoas que não são seus responsáveis legais, entre agosto de 2018 e junho deste ano. Quase 400 deles chegaram à cidade de Pacaraima totalmente desacompanhados, segundo dados inéditos obtidos pela BBC News Brasil junto à Defensoria Pública da União. [...] Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49566807. Acesso em: 13 de setembro de 2019. (Texto adaptado). 38. (G1 - ifsc) Em relação ao que diz o texto, assinale a alternativa CORRETA: a) Uma conselheira venezuelana no Brasil reconheceu Juan, e por isso ele foi encaminhado ao país de origem. b) Segundo a Defensoria Pública da União, um pouco mais da metade das crianças e adolescentes que fugiram para o Brasil vieram sozinhas. c) Juan voltou à Venezuela após uma primeira e uma segunda vindas ao Brasil. d) Sinais de maus tratos, como marcas no corpo, fizeram com que se decidisse pela permanência de Juan no Brasil. e) O texto mostra claramente que a legislação brasileira para crianças e adolescentes é melhor do que a da venezuelana. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o conto de Carlos Drummond de Andrade. O entendimento dos contos – Agora você vai me contar uma história de amor – disse o rapaz à moça. – Quero ouvir uma história de amor em que entrem caravelas, pedras preciosas e satélites artificiais. – Pois não – respondeu a moça, que acabara de concluir o mestrado de contador de histórias, e estava com a imaginação na ponta da língua. – Era uma vez um país onde só havia água, eram águas e mais águas, e o governo como tudo mais se fazia em embarcações atracadas ou em movimento, conforme o tempo. Osmundo mantinha uma grande indústria de barcos, mas não era feliz, porque Sertória, objeto dos seus sonhos, se recusava a casar com ele. Osmundo ofereceu-lhe um belo navio embandeirado, que ela recusou. Só aceitaria uma frota de dez caravelas, para si e para seus familiares. Ora, ninguém sabia fazer caravelas, era um tipo de embarcação há muito fora de uso. Osmundo 24 apresentou um mau produto, que Sertória não aceitou, enumerando os defeitos, a começar pelas velas latinas, que de latinas não tinham um centavo. Osmundo, desesperado, pensou em afogar-se, o que fez sem êxito, pois desceu no fundo das águas e lá encontrou um cofre cheio de esmeraldas, topázios, rubis, diamantes e o mais que você imagina. Voltou à tona para oferecê-lo à rígida Sertória, que virou o rosto. Nada a fazer, pensou Osmundo; vou transformar-me em satélite artificial. Mas os satélites artificiais ainda não tinham sido inventados. Continuou humilde satélite de Sertória, que ultimamente passeava de uma lancha para outra, levando-o preso a um cordão de seda, com a inscrição “Amor imortal”. Acabou. – Mas que significa isso? – perguntou o moço, insatisfeito. – Não entendi nada. – Nem eu – respondeu a moça –, mas os contos devem ser contados, e não entendidos; exatamente como a vida. (Contos plausíveis, 2012.) 39. (Unifesp) Em sua história, a moça incorre em contradição ao tratar a) das caravelas. b) da recusa de Sertória em se casar. c) da tentativa de suicídio de Osmundo. d) dos satélites artificiais. e) das pedras preciosas. 40. (Simulado) Teresa A primeira vez que vi Teresa Achei que ela tinha pernas estúpidas Achei também que a cara parecia uma perna. Quando vi Teresa de novo Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse) Da terceira vez não vi mais nada Os céus se misturaram com a terra E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas. BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. 12.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p.79. No poema, o eu lírico descreve diferentes visões que teve de Teresa em épocas distintas. O poema é composto por três estrofes. É visível que cada estrofe a) mostra diferentes impressões do eu lírico em relação a Teresa numa gradação ascendente de sentimentos. b) evidencia a grande dificuldade do eu lírico em retratar seus sentimentos e impressões sobre Teresa. c) reflete o amadurecimento do eu lírico e o seu desprendimento sentimental do objeto afetivo. d) gera uma mudança no perfil de Teresa, indo da sacralização à dessacralização da mulher. e) constrói uma imagem de Teresa marcada pela circularidade de sentimentos do eu lírico. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: . GALILEU CULTURA Quem foi Carolina Maria de Jesus, que completaria 105 anos em março Ela foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais relevantes para a literatura nacional - MARILIA MARASCIULO 29 MAR 2019 - 15H06 |ATUALIZADO EM 29 MAR 2019 - 15H06 Negra, catadora de papel e favelada, 1Carolina Maria de Jesus foi uma autora improvável.