Buscar

SIMULADO_LINGUAGENS_DIA 1_compressed

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
2
SIMULADO 01 | 1º DIA
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
QUESTÕES 1 A 45
QUESTÕES 1 A 05 [OPÇÃO INGLÊS]
1. (Enem)
Na tira da série For better or for worse, a comunicação 
entre as personagens fica comprometida em um 
determinado momento porque 
a) as duas amigas divergem de opinião sobre futebol.
b) uma das amigas desconsidera as preferências da 
outra.
c) uma das amigas ignora que o outono é temporada 
de futebol.
d) uma das amigas desconhece a razão pela qual a 
outra a maltrata.
e) as duas amigas atribuem sentidos diferentes a 
palavra season.
 
2. (Enem) 
A partir da leitura dessa tirinha, infere-se que o 
discurso de Calvin teve um efeito diferente do 
pretendido, uma vez que ele 
a) decide tirar a neve do quintal para convencer seu 
pai sobre seu discurso.
b) culpa o pai por exercer influência negativa na 
formação de sua personalidade.
c) comenta que suas discussões com o pai não 
correspondem às suas expectativas.
d) conclui que os acontecimentos ruins não fazem 
falta para a sociedade.
e) reclama que é vítima de valores que o levam a 
atitudes inadequadas.
 
3. (Enem)
My brother the star, my mother the earth
my father the sun, my sister the moon,
to my life give beauty, to my
body give strength, to my corn give
goodness, to my house give peace, to
my spirit give truth, to my elders give
wisdom.
 
Disponível em: www.blackhawkproductions.com. Acesso em: 8 ago. 2012.
 
Produções artístico-culturais revelam visões de 
mundo próprias de um grupo social. Esse poema 
demonstra a estreita relação entre a tradição oral da 
cultura indígena norte-americana e a 
a) transmissão de hábitos alimentares entre gerações.
b) dependência da sabedoria de seus ancestrais.
c) representação do corpo em seus rituais.
d) importância dos elementos da natureza.
e) preservação da estrutura familiar.
 
4. (Enem) Viva la Vida
 I used to rule the world
 Seas would rise when I gave the word
 Now in the morning and I sleep alone
 Sweep the streets I used to own
 
 I used to roll the dice
 Feel the fear in my enemy's eyes
 Listen as the crowd would sing
 “Now the old king is dead! Long live the king!”
 
 One minute I held the key
3
 Next the walls were closed on me
 And I discovered that my castles stand
 Upon pillars of salt and pillars of sand
 […]
MARTIN, C. Viva la vida, Coldplay. In: Viva la vida or Death and all 
his friends. Parlophone, 2008.
Letras de músicas abordam temas que, de certa forma, 
podem ser reforçados pela repetição de trechos ou 
palavras. O fragmento da canção Viva la vida, por 
exemplo, permite conhecer o relato de alguém que 
a) costumava ter o mundo aos seus pés e, de repente, 
se viu sem nada.
b) almeja o título de rei e, por ele, tem enfrentado 
inúmeros inimigos.
c) causa pouco temor a seus inimigos, embora tenha 
muito poder.
d) limpava as ruas e, com seu esforço, tornou-se rei de 
seu povo.
e) tinha a chave para todos os castelos nos quais 
desejava morar.
5. (Enem)
Cartuns são produzidos com o intuito de satirizar 
comportamentos humanos e assim oportunizam a 
reflexão sobre nossos próprios comportamentos e 
atitudes. Nesse cartum, a linguagem utilizada pelos 
personagens em uma conversa em inglês evidencia a 
a) predominância do uso da linguagem informal sobre 
a língua padrão.
b) dificuldade de reconhecer a existência de diferentes 
usos da linguagem.
c) aceitação dos regionalismos utilizados por pessoas 
de diferentes lugares.
d) necessidade de estudo da língua inglesa por parte 
dos personagens.
e) facilidade de compreensão entre falantes com 
sotaques distintos.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
QUESTÕES 1 A 45
QUESTÕES 1 A 05 [OPÇÃO ESPANHOL]
1. (Enem PPL) 
A charge é um gênero textual que possui caráter 
humorístico e crítico. Ao abordar o tema do uso da 
tecnologia, essa charge critica o(a) 
a) postura das pessoas que não respeitam a opinião 
dos outros.
b) tendência de algumas pessoas a interferir em 
conversa alheia.
c) forma como a tecnologia ampliou a comunicação e a 
interação entre as pessoas.
d) hábito das pessoas que passam muitas horas 
conectadas.
e) indivíduo cujo comportamento destoa de seu 
discurso.
 
4
2. (Enem 2ª aplicação) 
El sistema que se ha estado utilizando es el de urna 
electrónica con teclado numérico para la emisión 
del voto. Tienes botones especiales de confirmación 
e impresión de acta inicial con activación por clave. 
La caja de balotas electrónicas es una computadora 
personal con un uso específico que tiene las 
seguintes características: resistente, pequeña en 
dimensión, liviana, con fuentes autónomas de 
energía y recursos de seguridad. La característica 
más destacable del sistema brasileño reside em 
que permite unificar el registro y verificácion de la 
identidad del elector, la emisión y el escrutinio de 
voto en una misma máquina.
Voto electrónico en Brasil. Disponível em: http://www.votoelectronico.
info/blog. Acesso em: 12 abr. 2009 (adaptado).
Pela observação da imagem e leitura do texto a 
respeito da votação eletrônica no Brasil, identifica-se 
como tema 
a) a funcionalidade dos computadores, por meio 
das palavras-chave teclado, botones, impresión, 
electrónicas e computadora.
b) a evolução das máquinas modernas, por meio das 
palavras-chave teclado, botones, electrónicas, energia 
e máquina.
c) a segurança da informação, por meio das palavras 
chave electrónica, clave, seguridad, verificación e 
identidad.
d) o sistema brasileiro de votação eletrônica, por meio 
das palavras-chave urna, teclado, voto, botones e 
elector.
e) a linguagem matemática, por meio das palavraschave 
numérico, clave, pequeña, dimensión e energia.
 
3. (Enem PPL) 
Esse anúncio faz parte de uma campanha de 
conscientização que pretende 
a) chamar a atenção para o perigo de extinção de 
alguns animais.
b) alertar sobre o risco do consumo abusivo de bebidas 
enlatadas.
c) denunciar o impacto ambiental causado pelo ser 
humano.
d) fazer um catálogo com as pegadas das variadas 
espécies.
e) promover uma marca de refrigerante usando a sua 
embalagem.
 
4. (Enem PPL) 
5
O texto publicitário objetiva a adesão do público a uma 
campanha ambiental. A relação estabelecida entre o 
enunciado “Lo que le haces al planeta, te lo haces a ti” 
e os elementos não verbais pressupõe que as atitudes 
negativas do homem para com o planeta 
a) aceleram o envelhecimento da pele. 
b) provocam a ocorrência de seca. 
c) aumentam o dano atmosférico. 
d) prejudicam o próprio homem. 
e) causam a poluição industrial. 
 
5. (Enem PPL) 
A charge faz uma crítica 
a) a uma sociedade em que tudo tem um preço.
b) ao individualismo da sociedade contemporânea.
c) ao preço elevado dos produtos comercializados.
d) à desvalorização que as pessoas sofrem no mundo 
atual.
e) ao valor exagerado que se dá às coisas nos dias de 
hoje.
QUESTÕES 06 A 45
6. (Enem PPL) Quando a propaganda é decisiva na 
troca de marcas 
Todo supermercadista sabe que, quando um 
produto está na mídia, a procura pelos consumidores 
aumenta. Mas, em algumas categorias, a influência da 
propaganda é maior, de acordo com pesquisa feita com 
400 pessoas pela consultoria YYY e com exclusividade 
para o supermercado XXX. 
O levantamento mostrou que, mesmo não sendo 
a razão o fator mais apontado para trocar de 
marca, não se pode ignorar a força das campanhas 
publicitárias. Em algumas categorias, um terço dos 
respondentes atribuem a mudança à publicidade. 
Para Nicanor Guerreiro, a propaganda estabelece 
uma relação mais “emocional” da marca com o 
público. “Todos sentimos necessidade de consumir 
produtos que sejam ‘aceitos’ pelas outras pessoas. 
Por isso, a comunicação faz o papel de endosso das 
marcas”, afirma. O executivo ressalta, no entanto, 
que nada disso adianta se o produto não cumprir as 
promessas transmitidas nas ações de comunicação. 
Um dos objetivos da propaganda é tornaro produto 
aspiracional, despertando o desejo de experimentá-
lo. O que o consumidor deseja é o que a loja vende. E 
é isso o que o supermercadista precisa ter sempre em 
mente. Veja o gráfico: 
De acordo com o texto e com as informações fornecidas 
pelo gráfico, para aumentar as vendas de produtos, é 
necessário que 
a) a campanha seja centrada em produtos alimentícios, 
a fim de aumentar o percentual de troca atual que se 
apresenta como o mais baixo.
b) a preferência de um produto ocorra por influência 
da propaganda devido à necessidade emocional das 
marcas.
c) a propaganda influencie na troca de marca e que o 
consumidor valorize a qualidade do produto.
d) os produtos mais vendidos pelo comércio não sejam 
divulgados para o público como tal.
e) as marcas de qualidade inferior constituam o foco 
da publicidade por serem mais econômicas.
 
6
7. (Enem PPL) Grupo escolar
Sonhei com um general de ombros largos
que fedia
e que no sonho me apontava a poesia
enquanto um pássaro pensava suas penas
e já sem resistência resistia.
O general acordou e eu que sonhava
face a face deslizei à dura via
vi seus olhos que tremiam, ombros largos,
vi seu queixo modelado a esquadria
vi que o tempo galopando evaporava
(deu para ver qual a sua dinastia)
mas em tempo fixei no firmamento
esta imagem que rebenta em ponta fria:
poesia, esta química perversa,
este arco que desvela e me repõe
nestes tempos de alquimia.
BRITO, A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia. 
Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998.
O poema de Antônio Carlos Brito está historicamente 
inserido no período da ditadura militar no Brasil. 
A forma encontrada pelo eu lírico para expressar 
poeticamente esse momento demonstra que 
a) a ênfase na força dos militares não é afetada por 
aspec-tos negativos, como o mau cheiro atribuído ao 
general.
b) a descrição quase geométrica da aparência física do 
general expõe a rigidez e a racionalidade do governo.
c) a constituição de dinastias ao longo da história 
parece não fazer diferença no presente em que o 
tempo evapora.
d) a possibilidade de resistir está dada na renovação 
e transformação proposta pela poesia, química que 
desvela e repõe.
e) a resistência não seria possível, uma vez que as 
vítimas, representadas pelos pássaros, pensavam 
apenas nas próprias penas.
 
8. (Enem) 
Opportunity é o nome de um veículo explorador 
que aterrissou em Marte com a missão de enviar 
informações à Terra. A charge apresenta uma crítica 
ao(à) 
a) gasto exagerado com o envio de robôs a outros 
planetas.
b) exploração indiscriminada de outros planetas.
c) circulação digital excessiva de autorretratos.
d) vulgarização das descobertas espaciais.
e) mecanização das atividades humanas.
 
9. (Enem 2ª aplicação) 
 
O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra 
o uso de drogas. Essa abordagem, que se diferencia 
das de outras campanhas, pode ser identificada 
7
a) pela seleção do público alvo da campanha, 
representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
b) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura 
uma ordem aos usuários e não usuários: diga não às 
drogas.
c) pela ausência intencional do acento grave, que 
constrói a ideia de que não é a droga que faz a cabeça 
do jovem.
d) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a 
seriedade do tema e a ambiência amena que envolve 
a cena.
e) pela criação de um texto de sátira à postura dos 
jovens, que não possuem autonomia para seguir seus 
caminhos.
 
10. (Enem) TEXTO I
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante 
dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes 
de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no 
couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, 
sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do 
padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava 
tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e 
logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua 
nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse 
patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro 
smart calçava botina de botões para comparecer todo 
liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas 
lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram 
um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo 
que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor 
era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de 
topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes 
que se pudesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de janeiro: nova Aguilar, 1983 (fragmento).
TEXTO II
Palavras do arco da velha
EXPRESSÃO SIGNIFICADO
Cair nos braços de Morfeu Dormir
Debicar Zombar, ridicularizar
Tunda Surra
Mangar Escarnecer, caçoar
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Copo d’água Lanche oferecido pelos amigos
Convescote Piquenique
Bilontra Velhaco
Treteiro de topete Tratante atrevido
Abrir o arco Fugir
FLORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, 
out. 2007 (adaptado).
Na leitura do fragmento do texto Antigamente 
constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que 
itens lexicais outrora produtivos não mais o são no 
português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que 
a) a língua portuguesa de antigamente carecia de 
termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
b) o português brasileiro se constitui evitando a 
ampliação do léxico proveniente do português 
europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma 
estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para 
ser reconhecido como língua independente.
e) o léxico do português representa uma realidade 
linguística variável e diversificada.
11. (Enem) 
 
Os objetivos que motivam os seres humanos a 
estabelecer comunicação determinam, em uma 
8
situação de interlocução, o predomínio de uma ou de 
outra função de linguagem. Nesse texto, predomina a 
função que se caracteriza por 
a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de 
se tomarem certas medidas para a elaboração de um 
livro.
b) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta 
para sua obra seus sonhos e histórias.
c) apontar para o estabelecimento de interlocução de 
modo superficial e automático, entre o leitor e o livro.
d) fazer um exercício de reflexão a respeito dos 
princípios que estruturam a forma e o conteúdo de um 
livro.
e) retratar as etapas do processo de produção de um 
livro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra.
 
12. (Fuvest) Examine esta propaganda.
Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto 
na linguagem informal, o termo “legal” pode ser lido, 
no contexto da propaganda, respectivamente, nos 
seguintes sentidos: 
a) lícito e bom.
b) aceito e regulado.
c) requintado e excepcional.
d) viável e interessante.
e) jurídico e autorizado.
13. (Enem) Texto I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria,
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
MELO NETO, J. C. Obras completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento)
Texto II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, 
transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como 
o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. 
A autoapresentação do personagem, na fala inicial 
do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais 
se define, menos se individualiza, pois seus traços 
biográficos são sempre partilhados por outros homens.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: 
Topbooks, 1999 (fragmento).
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) 
e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação 
entre o texto poético e o contexto sociala que ele faz 
referência aponta para um problema social expresso 
literariamente pela pergunta “Como então dizer quem 
fala/ ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta 
expressa no poema é dada por meio da 
a) descrição minuciosa dos traços biográficos 
personagem-narrador.
b) construção da figura do retirante nordestino como 
um homem resignado com a sua situação.
9
c) representação, na figura do personagem-narrador, 
de outros Severinos que compartilham sua condição.
d) apresentação do personagem-narrador como uma 
projeção do próprio poeta em sua crise existencial.
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, 
orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
 
14. (Enem) 
Na criação do texto, o chargista lotti usa criativamente 
um intertexto: os traços reconstroem uma cena de 
Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os 
horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a 
uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada 
no período de carnaval, recebe destaque a figura do 
carro, elemento introduzido por lotti no intertexto. 
Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para 
estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a 
charge, ao explorar 
a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, 
esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti 
quanto da obra de Picasso.
b) uma referência ao tempo presente, com o emprego 
da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do 
tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo 
chargista brasileiro.
c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a 
imagem negativa de mundo caótico presente tanto em 
Guernica quanto na charge.
d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-
se à permanência de tragédias retratadas tanto em 
Guernica quanto na charge.
e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, 
remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao 
contexto do trânsito brasileiro.
 
15. (Enem)
Ai, palavras, ai, palavras 
Que estranha potência a vossa! 
Todo o sentido da vida 
Principia a vossa porta: 
O mel do amor cristaliza 
Seu perfume em vossa rosa; 
Sois o sonho e sois a audácia, 
Calúnia, fúria, derrota... 
A liberdade das almas, 
ai! Com letras se elabora... 
e dos venenos humanos 
sois a mais fina retorta: 
frágil, frágil, como o vidro 
e mais que o aço poderosa! 
Reis, impérios, povos, tempos, 
pelo vosso impulso rodam... 
MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 
(fragmento). 
O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro 
da Independência, de Cecília Meireles. Centralizada 
no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, 
no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a 
seguinte relação entre o homem e a linguagem: 
a) A força e a resistência humanas superam os danos 
provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, 
têm seu equilíbrio vinculado aos significado das 
palavras.
c) O significado dos nomes não expressa de forma justa 
e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
d) Renovando o significado das palavras, o tempo 
permite às gerações perpetuar seus valores e suas 
crenças.
e) Como produto da criatividade humana, a linguagem 
tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
 
16. (Enem) Negrinha
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? 
Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos 
assustados.
10
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus 
primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da 
cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre 
escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona 
do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na 
igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas 
as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala 
de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, 
dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa 
senhora em suma – “dama de grandes virtudes 
apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o 
reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os 
nervos em carne viva.
[...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar 
de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de 
escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar 
o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime 
novo – essa indecência de negro igual.
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos 
brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).
A narrativa focaliza um momento histórico-social de 
valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no 
contexto, pela 
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, 
preocupada com as amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas 
deselegante para com as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era 
perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos 
negros, evidenciada no final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que 
preferia tratá-los com castigos.
 
17. (Enem) Nós, brasileiros, estamos acostumados 
a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem 
quebradas por traição, interesses financeiros e 
sexuais. Casais se separam como inimigos, quando 
poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante 
interessante a reportagem sobre separação. Mas acho 
que os advogados consultados, por sua competência, 
estão acostumados a tratar de grandes separações. 
Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de 
arte que precisam ser fotografadas antes da separação? 
Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não 
seria interessante mostrar que a separação amigável 
não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja 
qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o 
direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve 
ser assinado com atenção, pois é bastante complicado 
mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que 
podem interessar ao leitor médio.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
O texto foi publicado em uma revista de grande 
circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos 
leitores manifesta-se acerca de uma reportagem 
publicada na edição anterior. Ao fazer sua 
argumentação, o autor do texto 
a) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
b) discute problemas conjugais que conduzem à 
separação.
c) aborda a importância dos advogados em processos 
de separação.
d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos 
de separação.
e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, 
lançando novas ideias.
 
18. (Unesp) Observe a charge de Belmonte, publicada 
na primeira página da Folha da Noite, em 20 de 
fevereiro de 1922.
Ao representar a Semana de Arte Moderna, a charge 
ironiza 
11
a) o atraso da arte brasileira em relação ao que era 
produzido no resto do Ocidente.
b) a inexistência de preocupações, entre os artistas da 
vanguarda, com a cultura popular.
c) a irracionalidade que caracterizava a produção dos 
participantes da vanguarda.
d) o descompasso entre as propostas renovadoras da 
vanguarda e o gosto tradicional do público.
e) a formação técnica limitada dos artistas, que não 
conseguiam obter efeitos realistas.
 
19. (Enem) Quem procura a essência de um conto no 
espaço que fica entre a obra e seu autor comete um 
erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica 
entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno 
que fica entre o texto e seu leitor.
OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras. 2005 (fragmento).
A progressão temática de um texto pode ser 
estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, 
entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o 
emprego dos dois pontos caracteriza uma operação 
textual realizada com a finalidade de 
a) comparar elementos opostos.
b) relacionar informações gradativas.
c) intensificar um problema conceitual.
d) introduzir um argumento esclarecedor.
e) assinalar umaconsequência hipotética.
 
20. (Enem) 
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula 
disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes 
da pré-história havia a pré-história da pré-história e 
havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o 
quê, mas sei que o universo jamais começou.
[…] 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas 
continuarei a escrever. Como começar pelo início, se 
as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da 
pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? 
Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é 
um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que 
escrevo o que estou escrevendo. […] Felicidade? Nunca 
vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas 
que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado 
de uma visão gradual — há dois anos e meio venho aos 
poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência 
de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como 
que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. 
Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como 
a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso 
registrar os fatos antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1988 (fragmento).
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha 
a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada 
com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da 
escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade 
porque o narrador 
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica 
distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de inves-
tigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões 
existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em 
razão da complexidade para escolher as palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica 
e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.
 
21. (Enem) 
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, 
Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há 
quatro dias que não comemos, E como sabe que são 
quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com 
o meu marido e uns companheiros, Quantos são, 
Ao todo, sete; Se estão a pensar em ficar conosco, 
tirem daí o sentido, já somos muitos, Só estamos de 
passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde 
que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não 
serviu de nada. Porque diz isso, Deixaram-nos sair, 
Houve um incêndio e nesse momento percebemos que 
os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E 
saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos 
últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a 
cidade toda, o país,
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras. 1995.
A cena retrata as experiências das personagens em um 
país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação 
de determinadas regras de pontuação 
a) revela uma incompatibilidade entre o sistema de 
pontuação convencional e a produção do gênero 
romance.
12
b) provoca uma leitura equivocada das frases 
interrogativas e prejudica a verossimilhança.
c) singulariza o estilo do autor e auxilia na representação 
do ambiente caótico.
d) representa uma exceção às regras do sistema de 
pontuação canônica.
e) colabora para a construção da identidade do narrador 
pouco escolarizado.
17. (Enem) 
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 2008.
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas 
linguagens artísticas diferentes, participaram do 
mesmo contexto social e cultural de produção pelo 
fato de ambos 
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo 
unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados 
no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação 
pessoa e na variação de atitudes da mulher, 
evidenciadas pelos adjetivos do poema.
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado 
pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela 
postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos 
usados no poema.
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da 
mulher como base da produção artística, evidenciado 
pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado 
pela emotividade e o conflito interior, evidenciados 
pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.
 
18. (Upe-ssa 2) Texto 1
Padre Júlio Lancellotti: “Não se humaniza a vida numa 
sociedade como a nossa sem conflito”
Líder religioso, conhecido por seu trabalho com a 
população em situação de rua em São Paulo, fala ao EL 
PAÍS sobre seus 35 anos de sacerdócio. Alvo de críticas 
da extrema direita, ele voltou a sofrer ameaças durante 
a pandemia.
São oito horas da manhã de quinta-feira, 17 de 
setembro, e o padre Júlio Lancellotti (São Paulo, 
1948) veste jaleco branco, avental laranja, sandálias 
pretas, luvas de látex e uma máscara respiratória 
rosa com filtro embutido. Há uma fila de centenas 
de pessoas para tomar café da manhã no Núcleo de 
Convivência São Martinho de Lima, da prefeitura 
da capital paulista, e é o religioso quem aponta um 
termômetro para a testa de cada uma delas. Aos 71 
anos, pertence ao grupo mais propenso a desenvolver 
complicações da covid-19, mas nem uma pandemia 
tão longa e mortífera freou sua convivência diária com 
a população que vive nas ruas de São Paulo.
Quando Cassiano, de 40 anos, se juntou à fila com o 
corpo sujo, as roupas rasgadas, machucado na testa e 
olhar triste, Lancellotti não hesitou em se aproximar 
13
e tocar a cabeça do homem com as duas mãos. “Nós 
vamos cuidar de você”, disse, com a voz suave. 
Quando ele já estava sentado e comendo, o padre se 
aproximou de novo para saber o que havia acontecido. 
Um abraço demorado cobriu, então, a cabeça do rapaz. 
Um carinho incomum que fez com que ele chorasse. 
“Não são anjos ou demônios. Eu procuro ver os olhos 
deles... Tem os que estão com raiva, tristes, solitários, 
alegres... Desses 40 anos, há quanto tempo Cassiano 
não recebia um afeto?”, pergunta Lancellotti.
Sua quinta-feira começou como todos os dias, com 
uma missa na Igreja São Miguel Arcanjo, da qual é 
pároco. Ali, no bairro da Mooca, zona leste de São 
Paulo, mantém há 35 anos um compromisso constante 
com a população em situação de vulnerabilidade. 
Costumava servir um café da manhã na própria 
igreja para cerca de 200 pessoas. Veio a pandemia 
e o número praticamente triplicou. As atividades 
tiveram de ser transferidas, com o aval da Prefeitura, 
para o centro comunitário a algumas quadras dali. 
“Eu não trabalho com morador de rua. Eu convivo 
com eles. Porque dizer “trabalhar” parece que eles 
são objetos. É preciso olhar para a vida de forma 
humana. Isso não é tarefa só para os religiosos. Mas 
eu não conseguiria viver a dimensão religiosa sem 
humanizar a vida", explica. [...] Até hoje Lancellotti 
segue vivendo na pequena casa, no bairro do Belém, 
que era de sua mãe, Wilma, que morreu em 2010, aos 
88 anos.
Felipe Betim. Disponível em: https://brasil.elpais.com/
brasil/2020-09-20/padre-julio-lancellotti-nao-se-humaniza-a-vida-
numa-sociedade-como-a-nossa-sem-conflito.html Acesso em: 02 ago. 
2021. Excerto adaptado.
Texto 2
Um universo sem fim
Fomos alfabetizados para poder ler tudo o que 
quisermos. Descobrir o que os outros pensam ou 
pensaram, saber o que já aconteceu e o que pode vir a 
acontecer. Entender melhor o mundo em que vivemose imaginar como poderia ser melhor do que é. Um 
universo sem fim espera por nós nos livros. Basta abri-
los e deixar-nos levar pelas palavras, que se encadeiam 
nas folhas finas. [...]
Os miseráveis, do romancista francês Victor Hugo, 
foi publicado, pela primeira vez, na França, em 1862. 
Transformou-se logo em grande sucesso. Foi traduzido 
para diversas línguas. Percorreu o mundo. É uma história 
com forte cunho social, mas o enredo, em que um ex-
prisioneiro é perseguido sem tréguas por um inspetor 
fanático, tem fortes elementos de trama policial.
Jean Valjean, o herói, foi condenado a trabalho 
forçado por roubar um pão para a família faminta. 
Cumpriu pena. Mesmo assim, para fugir de seu 
perseguidor e se reabilitar, precisou trocar de 
identidade. Sob disfarce, tornou-se um grande 
empresário. Promoveu o desenvolvimento da cidade, 
ajudou a todos que precisavam dele.
Mas Javert, o policial, não desistia de lhe seguir 
os rastros. Vivia no encalço de Jean Valjean. Criava 
espertas armadilhas para que a verdadeira identidade 
do ex-condenado fosse revelada. [...] A sucessão dos 
acontecimentos e as difíceis circunstâncias vividas 
pelas personagens levantam questões sobre lei, justiça 
e solidariedade.
Acima de tudo, Os miseráveis mostra como uma 
pessoa pode se transformar graças à ação de outra. No 
caso, a mudança ocorre quando um homem injustiçado 
recebe de alguém compreensão e generosidade. 
História de fugas, trapaças e armadilhas, esta também 
é uma história de amor entre jovens. Aqui são relatados 
interesses e atitudes muito mesquinhos, mas também 
grandes gestos de desprendimento e bondade.
CADEMARTORI, Lígia. In. HUGO, Victor. Os miseráveis. Tradução 
e adaptação de Walcyr Carrasco. São Paulo: FTD, 2001. (Coleção 
Literatura em minha casa; v. 4). Adaptado do texto de apresentação.
Quem lê o Texto 2 pode notar certa identidade de 
assunto com o Texto 1. Assinale a alternativa que 
indica essa espécie de elo temático entre esses dois 
textos. 
a) Os livros permitem que possamos descobrir um 
universo sem fim de aventuras e aprendizados.
b) Tanto Jean Valjean, o herói ficcional de Os miseráveis 
condenado por roubar um pão, como Cassiano, o herói 
real do Texto 1, buscam escapar da lei.
c) Lei, justiça e solidariedade são aspirações comuns 
às personagens Jean Valjean e Javert, de Os miseráveis.
d) Ambos os textos partilham a ideia de que, com 
solidariedade e amor à humanidade, uma pessoa pode 
mudar a vida de outra.
e) A história de Valjean, como a de Cassiano, revela 
interesses e atitudes muito mesquinhos que nunca 
são vencidos.
14
19. (Enem) Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. “Seja você mesmo (mas não seja sempre o 
mesmo)”. Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao 
texto 
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da 
internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens 
metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
 
20. (Enem)
A tirinha denota a postura assumida por seu produtor 
frente ao uso social da tecnologia para fins de interação 
e de informação. Tal posicionamento é expresso, de 
forma argumentativa, por meio de uma atitude 
a) crítica, expressa pelas ironias.
b) resignada, expressa pelas enumerações.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
e) alienada, expressa pela negação da realidade.
 
21. (Enem) Certa vez minha mãe surrou-me com uma 
corda nodosa que me pintou as costas de manchas 
sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, 
eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. 
Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com 
água de sal – e houve uma discussão na família. Minha 
avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha 
e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. 
Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui 
para a progressão temática. No fragmento, esse 
processo é indicado 
a) pela a alternância das pessoas do discurso que 
determinam o foco narrativo.
b) utilização de formas verbais que marcam tempos 
narrativos variados.
c) indeterminação dos sujeitos de ações que 
caracterizam os eventos narrados.
d) justaposição de frases que relacionam semantica-
mente os acontecimentos narrados.
e) recorrência de expressões adverbiais que organizam 
temporalmente a narrativa.
 
22. (Unesp) Examine o cartum de Pietro Soldi, 
publicado em sua conta do Instagram em 11.09.2019.
Depreende-se do cartum que o motorista 
a) acredita que todas as pessoas estarão extintas em 
menos de dez anos.
b) duvida de que todas as pessoas estarão extintas em 
menos de dez anos.
c) acredita que todas as pessoas estarão extintas em 
dez anos.
d) duvida daqueles que dizem que todas as pessoas 
irão se extinguir.
15
e) acredita que todas as pessoas estarão extintas em 
mais de dez anos.
 
23. (Fuvest-Ete) 
A expressão gíria "pular miudinho" equivale a 
a) "saltar devagar".
b) "dar passos pequenos".
c) "passar aperto".
d) "contrariar os outros".
e) "engolir desaforo".
 
24. (Enem) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop 
remonta aos anos 1970, quando da proliferação dos 
chamados “bailes black” nas periferias dos grandes 
centros urbanos. Embalados pela black music 
americana, milhares de jovens encontravam nos bailes 
de final de semana uma alternativa de lazer antes 
inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou São 
Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam 
bailes onde foi se disseminando um estilo que buscava 
a valorização da cultura negra, tanto na música como 
nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou 
conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica 
descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com 
as músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda 
pelo restante do país.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização 
da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se 
como uma forma de 
a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas 
nas periferias urbanas.
b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica 
nacional.
c) subversão de sua proposta original já nos primeiros 
bailes.
d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
e) reprodução da cultura musical norte-americana.
 
25. (UEPB) Do texto, abaixo, é possível concluir que o 
termo “chatear” foi usado: 
a) De maneira ambígua, sem nenhuma pista que possa 
ajudar na busca dos sentidos do termo.
b) De forma figurada, exemplificando unicamente a 
polissemia da linguagem.
c) Com o sentido literal do termo, ocasionando uma 
redundância.
d) Com mais de um sentido, cuja alteração se faz 
perceber pelos recursos linguísticos e visuais que 
servem de pistas para o entendimento do texto.
e) De forma equivocada, pois não existe um destinatário 
declarado a quem se dirige a mensagem.
 
26. (Insper) Vagabundo
Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobrezas.
(...)
(Álvares de Azevedo)
A visão de mundo expressa pelo eu lírico nos versos de 
Álvares de Azevedo revela o(a) 
a) desequilíbrio do poeta adolescente e indeciso, que 
não é capaz de amar uma mulher nem a si próprio.
b) valorização da vida boêmia que proporcionaum 
outro tipo felicidade, desvinculada de valores materiais.
16
c) postura acrítica que o poeta tem diante da realidade, 
seja em relação ao amor, seja em relação à vida social.
d) lamento do poeta que leva a vida peregrina e pobre, 
sem bens materiais e nenhuma forma de felicidade.
e) constatação de que a música é o único expediente 
capaz de levá-lo à obtenção de recursos materiais.
 
27. (Enem) Naquela manhã de céu limpo e ar leve, 
devido à chuva torrencial da noite anterior, sai a 
caminhar com o sol ainda escondido para tomar 
tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. 
Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do 
café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e 
fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada 
da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que 
corria pela bica feita de bambu e o contato gelado 
foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em 
concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou 
o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi 
imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de 
derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor 
do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da figura 
esguia e discreta de uma senhora acompanhada de 
um garoto aparentando uns cinco anos de idade já 
aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo com 
a dona da casa. Depois de um vigoroso “Bom dia!”, de 
um vaporoso aperto de mãos nas apresentações de 
praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de Maio levava o 
filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam 
por seu corpo, provocando pequenas pústulas de 
bordas avermelhadas.
GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 
10 mar. 2014 (adaptado).
A variedade linguística da narrativa é adequada à 
descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas 
palavras e expressões usadas no texto está a serviço da 
a) localização dos eventos de fala no tempo ficcional.
b) composição da verossimilhança do ambiente 
retratado.
c) restrição do papel do narrador à observação das 
cenas relatadas.
d) construção mística das personagens femininas pelo 
autor do texto.
e) caracterização das preferências linguísticas da 
personagem masculina.
 
28. (Enem) L.J.C.
— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho.
COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros 
do século. São Paulo: Ateliê Editorial. 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes 
funções para a progressão temática. Nesse miniconto, 
as reticências foram utilizadas para indicar 
a) uma fala hesitante.
b) uma informação implícita.
c) uma situação incoerente.
d) a eliminação de uma ideia.
e) a interrupção de uma ação.
 
29. (Enem) 
 
Os textos publicitários são produzidos para cumprir 
determinadas funções comunicativas. Os objetivos 
desse cartaz estão voltados para a conscientização dos 
brasileiros sobre a necessidade de 
a) as crianças frequentarem a escola regularmente.
b) a formação leitora começar na infância.
c) a alfabetização acontecer na idade certa.
17
d) a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
e) as escolas desenvolverem campanhas a favor da 
leitura.
30. (Enem) 
PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer 
falar com você.
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá 
fora, mas não quero falar com ele.
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!
BENONA: Isso são coisas passadas.
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. 
Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se 
tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um 
patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece 
que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco 
atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. 
Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, 
como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele 
está enganado. Santo Antônio há de proteger minha 
pobreza e minha devoção.
SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 
(fragmento).
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” 
e “cachorro da molest’a” contribui para 
a) marcar a classe social das personagens.
b) caracterizar usos linguísticos de uma região.
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas 
vocabulares.
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das 
personagens.
 
31. (Enem) TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um 
modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra 
sambódromo, criativamente formada com a terminação 
-(ó)dromo (= corrida), que figura em hipódromo, 
autódromo, cartódromo, formas que designam itens 
culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, 
a partir de então, formas populares como rangódromo, 
beijódromo, camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. SP: Publifolha, 2008
. 
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de 
sambódromo uma passarela para desfile de escolas 
de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de 
correr, lugar de corrida”, dai as palavras autódromo e 
hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a 
escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder 
pontos, mas não se desloca com a velocidade de um 
cavalo ou de um carro de Formula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago, 2012.
Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. 
Embora o Texto II apresente um julgamento de valor 
sobre a formação da palavra sambódromo, o processo 
de formação dessa palavra reflete 
a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras.
b) uma nova realidade limitando o aparecimento de 
novas palavras.
c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação 
de palavras por leigos.
d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos 
neologismos.
e) a restrição na produção de novas palavras com o 
radical grego.
 
32. (Enem) 
Exmº Sr. Governador: 
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados 
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...] 
ADMINISTRAÇÃO 
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram 
pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. 
Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do 
interior não ponha no arame, proclamando que a coisa 
foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao 
Governo do Estado, que não precisa disso; todos os 
acontecimentos políticos são badalados. Porque se 
derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou 
pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. 
esticou a canela - um telegrama. 
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS 
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
18
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na 
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado 
ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o 
texto chama a atenção por contrariar a norma prevista 
para esse gênero, pois o autor 
a) emprega sinais de pontuação em excesso.
b) recorre a termos e expressões em desuso no 
português.
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para 
conotar intimidade com o destinatário.
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar 
conhecimento especializado.
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte 
carga emocional.
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista 
brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo 
poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco 
mais que estofo de macela¹. Emília, a sabida boneca 
de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente 
após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o 
vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme 
Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o 
personagem Neo descobrir que todo o mundo em que 
sempre viveu não passa de uma simulação chamada 
Matriz, dentroda qual é possível programar qualquer 
coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um 
computador, Neo desperta e profere estupefato: “I 
know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas 
de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra 
cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos 
complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração 
massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em 
dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva 
dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, 
impossibilitando a aquisição instantânea de memórias 
intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, 
experimentos realizados na Universidade de 
Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes 
aquáticos passíveis de condicionamento clássico, 
eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, 
associações estímulo-resposta por ingestão de um 
extrato de planárias já condicionadas. O resultado, 
aparentemente revolucionário, sugeria que os 
substratos materiais da memória são moléculas. 
Contudo, estudos posteriores demonstraram que a 
ingestão de planárias não condicionadas também 
acelerava o aprendizado, revelando um efeito 
hormonal genérico, independente do conteúdo das 
memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas 
são estados complexos de redes neuronais, não um 
quantum de significado como a pílula da Emília. Por 
outro lado, é sim possível acelerar a consolidação 
das memórias por meio da otimização de variáveis 
fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de 
pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício 
à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 
2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo 
sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral 
com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono 
por meio de um estimulador elétrico. Os resultados 
mostraram que a estimulação de baixa frequência é 
suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes 
tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono 
são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
¹macela: planta herbácea cujas flores costumam ser 
usadas pela população como estofo de travesseiros.
33. (Unesp) De acordo com o autor, 
a) o avanço das pesquisas científicas pode tornar a 
ingestão de memórias uma prática ultrapassada.
b) a ideia de aperfeiçoamento da memória a qualquer 
custo pode representar um risco para a humanidade.
c) a ideia do aprendizado instantâneo pode vir a se 
tornar realidade em um futuro muito próximo.
d) a consolidação de memórias pode ser acelerada 
mediante o emprego de técnicas científicas.
e) o emprego arbitrário de técnicas científicas pode vir 
a descaracterizar a própria natureza da memória.
 
34. (Fuvest) Chega um momento em que a tensão 
eu/mundo se exprime mediante uma perspectiva 
crítica, imanente à escrita, o que torna o romance não 
mais uma variante literária da rotina social, mas o 
seu avesso; logo, o oposto do discurso ideológico do 
homem médio. O romancista “imitaria” a vida, sim, 
mas qual vida? Aquela cujo sentido dramático escapa 
a homens e mulheres entorpecidos ou automatizados 
por seus hábitos cotidianos. A vida como objeto de 
busca e construção, e não a vida como encadeamento 
de tempos vazios e inertes. Caso essa pobre vida-
19
morte deva ser tematizada, ela aparecerá como tal, 
degradada, sem a aura positiva com que as palavras 
“realismo” e “realidade” são usadas nos discursos 
que fazem a apologia conformista da “vida como ela 
é”... A escrita da resistência, a narrativa atravessada 
pela tensão crítica, mostra, sem retórica nem alarde 
ideológico, que essa “vida como ela é” é, quase sempre, 
o ramerrão de um mecanismo alienante, precisamente 
o contrário da vida plena e digna de ser vivida.
É nesse sentido que se pode dizer que a narrativa 
descobre a vida verdadeira, e que esta abraça e 
transcende a vida real. A literatura, com ser ficção, 
resiste à mentira. É nesse horizonte que o espaço 
da literatura, considerado em geral como lugar da 
fantasia, pode ser o lugar da verdade mais exigente.
Alfredo Bosi. “Narrativa e resistência”. Adaptado.
O conceito de resistência, expresso pela tensão do 
indivíduo perante o mundo, adquire perspectiva 
crítica na escrita do romance quando o autor 
a) rompe a superfície enganosa da realidade.
b) forja um realismo rente à vida mesquinha.
c) forja um realismo rente à vida mesquinha.é neutro 
ao figurar a vacuidade do presente.
d) conserva o discurso positivo da ordem.
e) consegue sobrepor a fantasia à verdade.
 
35. (G1 - ifsc) 
Assinale a alternativa CORRETA. Segundo o texto, 
pode-se afirmar que 
a) as mulheres têm mais aptidão às novas tecnologias 
que os homens.
b) tanto os mais jovens quanto os mais velhos 
enfrentam dificuldades em usar smartphones.
c) os telefones fixos ainda são mais usados do que os 
telefones celulares.
d) à medida que envelhecem, as pessoas se tornam 
menos sábias.
e) os jovens têm mais facilidade com as novas 
tecnologias que as pessoas mais velhas.
36. (Enem) TEXTO I
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa 
nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem 
as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição 
porque nela é que se espelha o que o uso idiomático 
estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de 
Janeiro: José Olympio. 1989.
TEXTO II
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As 
palavras são para mim corpos tocáveis, sereias 
visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque 
a sensualidade real não tem para mim interesse de 
nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, 
transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim 
cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço 
se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de 
Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em 
todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto 
de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, 
até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia 
sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, 
num delírio passivo de coisa movida.
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de 
comunicação. A função que predomina nos textos I e II 
a) destaca o “como” se elabora a mensagem, 
considerando-se a seleção, combinação a sonoridade 
do texto.
b) coloca o foco no “com o que" se constrói a mensagem, 
sendo o código utilizado o seu próprio objeto.
c) focaliza o “quem" produz a mensagem, mostrando 
seu posicionamento e suas impressões pessoais.
d) orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, 
estimulando a mudança de seu comportamento.
e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, 
apresentada com palavras precisas e objetivas.
 
37. (Fuvest-ETE) A condição humana compreende 
algo mais que as condições nas quais a vida foi dada 
ao homem. Os homens são seres condicionados: 
tudo aquilo com o qual entram em contato torna-
se imediatamente uma condição de sua existência 
20
(...). O impacto da realidade do mundo sobre a 
existência humana é sentido e recebido como força 
condicionante. A objetividade do mundo - o seu 
caráter de coisa ou objeto - e a condição humana 
complementam-se uma à outra; por ser uma existência 
condicionada, a existência humana seria impossível 
sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos 
incoerentes, um não-mundo, se esses artigos não 
fossem condicionantes da existência humana.
ARENDT, H. A Condição Humana, RJ: Forense-Universitária, 1987.
Com base nas premissas apresentadas pelo texto, a 
conclusão necessariamente correta é: 
a) As condições sociais e ambientais condicionam a 
experiência humana, já que determinam suas ações e 
suas iniciativas.
b) O intenso desenvolvimento tecnológico promovido 
pela humanidade, na medida em que altera as 
condições da experiência, amplia a condição humana.
c) Após importantes eventos históricos, como a 
Revolução Industrial,a condição humana se modifica, 
já que as condições que dialogam com a experiência 
se alteram.
d) O mundo relaciona-se à coerência dos artigos que 
o compõem, figurando como causa organizadora da 
experiência humana.
e) A condição humana condiciona a existência do 
mundo, uma vez que estabelece relações necessárias 
entre os objetos.
 
38. (Unesp) Carpe diem. É um lema latino que significa, 
lato sensu, “aproveita bem o dia” ou “aproveita o 
momento fugaz”. Esta expressão tem paralelo em 
línguas modernas, como no inglês: “Take time while 
time is, for time will away”.
(Carlos Alberto de Macedo Rocha. Dicionário de locuções e 
expressões da língua portuguesa, 2011. Adaptado.)
Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos 
seguintes versos de Fernando Pessoa:
a) Hoje, Neera, não nos escondamos,
Nada nos falta, porque nada somos.
Não esperamos nada
E temos frio ao sol.
b) A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
c) Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no 
Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra 
qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…
d) Sofro, Lídia, do medo do destino.
A leve pedra que um momento ergue
As lisas rodas do meu carro, aterra
Meu coração.
e) Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
 
39. (Fuvest) 
Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
O mal, que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que, para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não me chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro no peito.
 Gregório de Matos e Guerra
21
No soneto, o eu lírico: 
a) expressa um conflito que confirma a imagem 
pública do poeta, conhecido pelo epíteto de “o Boca do 
Inferno”.
b) opta por sufocar a própria voz como estratégia 
apaziguadora de suas perturbações de foro íntimo.
c) explora a censura que o autor sofreu em sua época, ao 
ser impedido de dar expressão aos seus sentimentos.
d) estabelece, nos tercetos, um contraponto semântico 
entre as metáforas da natureza e da guerra.
e) revela-se como um ser atormentado, ao mesmo 
tempo que omite a natureza de seu sofrimento.
 
40. (Enem) 
Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu 
comportamento por meio da associação de verbos no 
modo imperativo à 
a) indicação de diversos canais de atendimento.
b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
c) informação sobre a duração da campanha.
d) apresentação dos diversos apoiadores.
e) utilização da imagem das três mulheres.
22
TEMA: A BANALIZAÇÃO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA 
Texto 1
Significado de Banalização
substantivo feminino
Ação ou efeito de banalizar, de tornar banal, comum, 
trivial, especialmente falando de assuntos que são tidos 
como importantes: processo social de banalização da 
pobreza, das misérias alheias, da violência urbana.
Etimologia (origem da palavra banalização). Banalizar 
+ ção.
Exemplos com a palavra banalização
É a completa banalização das MPs.
Folha de S.Paulo, 30/12/2012
Elas sinalizam uma banalização da existência. 
Folha de S.Paulo, 27/09/2009
Outro problema que aponta é a banalização da 
violência:
 "Para quem está no primeiro mundo, confortável 
em sua casa, é excitante assistir a cenas de morte e 
destruição, mas acabamos igualando uma morte no 
Iraque à metereologia".
Folha de S.Paulo, 02/11/2009
Fonte: https://www.dicio.com.br/banalizacao/
Texto 2
A brutalidade do assassinato do congolês Moïse 
Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, espancado com 
pauladas até a morte num quiosque da praia da 
Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, gerou uma onda 
de indignação no Brasil. Milhares expressaram seu 
horror nas redes sociais usando hashtags como 
#JustiçaparaMoise” e #JusticaPorMoiseMugenyi”.
As cenas do crime, registradas pelas câmeras de 
segurança do quiosque, chocaram o país. Segundo 
a família, o congolês, que fugiu em 2011 com seus 
parentes da guerra na República Democrática do 
Congo, teria sido morto após cobrar o pagamento de 
dois dias de trabalho no quiosque.
Para o sociólogo Ignacio Cano, do Laboratório 
de Análise da Violência da Uerj, o caso revela a 
banalização da violência no Brasil, onde bater em 
alguém para "ensinar uma lição" é considerado 
normal e legítimo. "Espancar não é nada incomum. 
O que não é tão comum é que esse espancamento 
resultou na morte. Mas o espancamento, infelizmente, 
é comum." Segundo Cano, o que chama a atenção é a 
grande comoção que o crime despertou na sociedade 
brasileira. Ele afirma que, enquanto em outros países 
a morte de um migrante atrai menos atenção do que a 
de um cidadão local, no Brasil ocorre o contrário.
Fonte: https://cultura.uol.com.br/noticias/dw/60735531_o-caso-
moise-e-o-racismo-diario-com-apoio-presidencial.html
Texto 3
Fonte: https://www.apav.pt/apav_v3/index.php/pt/34-apav-
ingles?start=100
23
Texto 4
Pesquisa mostra naturalização da violência entre 
crianças e adolescentes
Apesar de 85% das crianças e adolescentes relatarem 
conviver com brigas na escola e 63% sofrerem violência 
física em casa quando fazem algo errado, 68% dizem 
se sentir seguras como uma percepção geral. É o que 
revela a pesquisa "O que dizem as crianças", divulgada 
pelas organizações Visão Mundial e Instituto Igarapé.
Dados
De acordo com o levantamento, a percepção de 
insegurança aumenta de acordo com a idade das 
crianças e jovens e menos de 1% se sente em situação 
de alta insegurança. Residentes de cidades menores se 
sentem mais seguros e a casa é o ambiente onde 84% se 
sentem seguros sempre. Na escola e na comunidade, 
esse índice cai para 62%.
Sobre os tipos de violência, 86% dos entrevistados 
entendem que é sempre muito errado ter o corpo 
tocado sem permissão. Gritar ou xingar e bater nas 
pessoas foram citados como violência por 82% dos 
pesquisados, ficar preso no quarto ou em casa por 
70%, e ficar em casa sem cuidados por 64%. 
Além disso, 58% disseram ser errado menores de 
14 anos fazerem atividades para ganhar dinheiro; 
percentual que foi de 28% sobre cuidar dos irmãos 
mais novos e 19% sobre fazer tarefas domésticas 
enquanto os pais trabalham.
Do total de crianças e jovens ouvidos na pesquisa, 89% 
se sentem seguros com a própria família e 40% com 
a polícia. Sobre bem-estar, 89% se sentem amados e 
bem tratados pelos pais ou responsáveis e 86% acham 
que serão felizes quando crescer. Por outro lado, 35% 
já precisaram recorrer à delegacia ou hospital para ter 
assistência por ter sofrido algum tipo de violência.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (Unicef), em levantamento feito no ano de 
2018, crianças e jovens de até 18 anos são 31,1% da 
população do Brasil e o país é o segundo do mundo 
em número de assassinatos de adolescentes, atrás 
apenas da Nigéria. Por dia, são mortos 28 crianças 
e adolescentes, a maioria meninos, negros, pobres e 
moradores de periferias e áreas metropolitanas de 
grandes cidades. 
Durante o isolamento social em decorrência da 
pandemia da Covid-19 no país, o canal de denúncias 
de violação aos direitos humanos, o Disque 100, já 
recebeu, até maio de 2021, 25,7 mil denúncias de 
violência física e 25,6 mil de violência psicológica. 
Crianças e adolescentes correspondem a 59,6% do 
total de ocorrências. 
Fonte: Agência Brasil (adaptado)
24
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
QUESTÕES 46 A 90
46. (Enem)
 Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por 
um conjunto de estratégias que visavam sedimentar 
uma determinada noção de soberania. Neste sentido, 
a chargeapresentada demonstra 
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem 
comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. 
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura 
do rei com a vestimenta real representa o público e 
sem a vestimenta real, o privado. 
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva 
ao conhecimento do público a figura de um rei 
despretencioso e distante do poder político. 
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a 
elegância dos trajes reais em relação aos de outros 
membros da corte. 
e) a importância da vestimenta para a constituição 
simbólica do rei, pois o corpo político adornado 
esconde os defeitos do corpo pessoal. 
47. (Unesp) Todos os homens são criados iguais, 
dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, 
entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca 
da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os 
homens se instituem governos, que derivam seus 
justos poderes do consentimento dos governados. 
Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir 
essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la 
ou aboli-la, e instituir um novo governo, assentando 
seu fundamento sobre tais princípios e organizando 
seus poderes de tal forma que a ele pareça ter maior 
probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a 
felicidade.
(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold 
Syrett (org.).
Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)
O documento expõe o vínculo da luta pela 
independência das treze colônias com os princípios 
a) liberais, que defendem a necessidade de impor 
regras rígidas de protecionismo fiscal. 
b) mercantilistas, que determinam os interesses de 
expansão do comércio externo. 
c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania 
e de rebelião contra governos tirânicos. 
d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a 
lutar pela própria salvação. 
e) católicos, que justificam a ação humana apenas em 
função da vontade e do direito divinos. 
 
48. (Enem) O canto triste dos conquistados: os últimos 
dias de Tenochtitlán
Nos caminhos jazem dardos quebrados;
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém
as tivesse tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação…
PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: 
Contexto, 2007 (fragmento).
O texto é um registro asteca, cujo sentido está 
relacionado ao(à) 
a) tragédia causada pela destruição da cultura desse 
povo. 
b) tentativa frustrada de resistência a um poder 
considerado superior. 
c) extermínio das populações indígenas pelo Exército 
espanhol. 
d) dissolução da memória sobre os feitos de seus 
antepassados. 
e) profetização das consequências da colonização da 
América. 
25
49. (Enem) Mas era sobretudo a lã que os compradores, 
vindos da Flandres ou da Itália, procuravam por toda 
a parte. Para satisfazê-los, as raças foram melhoradas 
através do aumento progressivo das suas dimensões. 
Esse crescimento prosseguiu durante todo o século 
XIII, as abadias da Ordem de Cister, onde eram 
utilizados os métodos mais racionais de criação 
de gado, desempenharam certamente um papel 
determinante nesse aperfeiçoamento.
DUBY. G. Economia rural e vida no campo no Ocidente medieval. 
Lisboa: Estampa, 1987 (adaptado).
O texto aponta para a relação entre aperfeiçoamento 
da atividade pastoril e avanço técnico na Europa 
ocidental feudal, que resultou do(a) 
a) crescimento do trabalho escravo. 
b) desenvolvimento da vida urbana. 
c) padronização dos impostos locais. 
d) uniformização do processo produtivo. 
e) desconcentração da estrutura fundiária. 
50. (Enem) As plataformas ou crátons correspondem 
aos terrenos mais antigos e arrasados por muitas fases 
de erosão. Apresentam uma grande complexidade 
litológica, prevalecendo as rochas metamórfi cas muito 
antigas (Pré-Cambriano Médio e Inferior). Também 
ocorrem rochas intrusivas antigas e resíduos de 
rochas sedimentares. São três as áreas de plataforma 
de crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazônica e 
a do São Francisco.
ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.
As regiões cratônicas das Guianas e a Sul-Amazônica 
têm como arcabouço geológico vastas extensões de 
escudos cristalinos, ricos em minérios, que atraíram a 
ação de empresas nacionais e estrangeiras do setor de 
mineração e destacam-se pela sua história geológica 
por 
a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, ricas 
em jazidas minerais (ferro, manganês). 
b) corresponderem ao principal evento geológico do 
Cenozoico no território brasileiro. 
c) apresentarem áreas arrasadas pela erosão, que 
originaram a maior planície do país. 
d) possuírem em sua extensão terrenos cristalinos 
ricos em reservas de petróleo e gás natural. 
e) serem esculpidas pela ação do intemperismo físico, 
decorrente da variação de temperatura. 
51. (Enem) Até que ponto, a partir de posturas e 
interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira 
dominaram a cena política nacional na Primeira 
República? A união de ambas foi um traço fundamental, 
mas que não conta toda a história do período. A união 
foi feita com a preponderância de uma ou de outra das 
duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e 
um grande desacerto final.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).
A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite 
entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância 
de presidência entre os dois estados, não passa de 
uma idealização de um processo muito mais caótico 
e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas 
colocavam-nos em confronto por causa de diferentes 
graus de envolvimento no comércio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 
1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).
Para a caracterização do processo político durante 
a Primeira República, utiliza-se com frequência a 
expressão Política do Café com Leite. No entanto, os 
textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização: 
a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista 
a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, 
sem necessidade de alianças. 
b) As divisões políticas internas de cada estado da 
federação invalidavam o uso do conceito de aliança 
entre estados para este período. 
c) As disputas políticas do período contradiziam a 
suposta estabilidade da aliança entre mineiros e 
paulistas. 
d) A centralização do poder no executivo federal 
impedia a formação de uma aliança duradoura entre 
as oligarquias. 
e) A diversificação da produção e a preocupação 
com o mercado interno unificavam os interesses das 
oligarquias. 
52. (Enem) Três décadas – de 1884 a 1914 – separam 
o século XIX – que terminou com a corrida dos 
países europeus para a África e com o surgimento 
26
dos movimentos de unificação nacional na Europa 
– do século XX, que começou com a Primeira Guerra 
Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude 
estagnante na Europa e dos acontecimentos 
empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo Cia. das Letras, 
2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão 
da Primeira Grande Guerra na medida em que 
a) difundiu as teorias socialistas. 
b) acirrou as disputas territoriais. 
c) superou as crises econômicas. 
d) multiplicou os conflitos religiosos. 
e) conteve os sentimentos xenófobos. 
53. (Unesp) De fato, a própria organização espacial 
da cidade denota uma elisão de qualquer forma de 
democracia, com a segregação das massas populares, 
com os traçados apropriados ao automóvel, e com o 
sistema fabril tendo sido erigido como modelo para o 
planejamento que visa à produtividade dos espaços 
com a harmonia social.
Nesse sentido, a concepção urbanística de Brasília, 
cidade que nasceu como forma de controle social, é 
bastante adequadapara sediar a cúpula de qualquer 
Estado autoritário [...].
(José William Vesentini. A capital da geopolítica, 1986.)
A caracterização de Brasília pelo excerto apresenta-a 
como uma cidade 
a) projetada a partir de uma perspectiva socialista, 
para conciliar as noções de poder popular e economia 
planificada. 
b) reestruturada no decorrer do regime militar, para 
eliminar as características democráticas do projeto, 
tornando-a autoritária. 
c) inadequada ao período em que foi edificada, quando 
o Brasil vivia uma inédita experiência de participação 
política direta. 
d) concebida num momento de integração nacional, 
quando o governo brasileiro buscava transferir o 
comando econômico para o centro-sul do país. 
e) planejada e construída segundo uma lógica 
política centralizadora, para abrigar a sede do poder, 
afastando-a da sociedade. 
54. (Enem) A África Ocidental é conhecida pela 
dinâmica das suas mulheres comerciantes, 
caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. 
A sua presença, que fora atestada por viajantes e por 
missionários portugueses que visitaram a costa a partir 
do século XV, consta também na ampla documentação 
sobre a região. A literatura é rica em referências às 
grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, 
cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e 
mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência 
feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). 
In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras 
africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida 
social da África Ocidental pode ser relacionada a 
uma característica marcante das cidades no Brasil 
escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela 
a) restrição à realização do comércio ambulante por 
africanos escravizados e seus descendentes. 
b) convivência entre homens e mulheres livres, de 
diversas origens, no pequeno comércio. 
c) presença de mulheres negras no comércio de rua de 
diversos produtos e alimentos. 
d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do 
continente de origem dos escravizados. 
e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades 
ligadas ao pequeno comércio urbano. 
 
55. (Enem) Uma conversação de tal natureza 
transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa 
e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir 
à atenção uma direção incomum: os temperamentais, 
como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele 
todo o bem de que são capazes, mas fogem porque 
receiam essa influência poderosa, que os leva a se 
censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase 
crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O texto evidencia características do modo de vida 
socrático, que se baseava na 
a) contemplação da tradição mítica. 
b) sustentação do método dialético. 
c) relativização do saber verdadeiro. 
d) valorização da argumentação retórica. 
27
e) investigação dos fundamentos da natureza. 
56. (Enem) Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu 
da clonagem humana – transferiu embriões para o útero 
de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é 
crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico 
possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus 
experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que 
uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não 
ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, 
declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um 
bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se 
é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê 
clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar 
um bebê clonado saudável ao mundo.”
CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 
ago. 2012 (adaptado).
A clonagem humana é um importante assunto de 
reflexão no campo da bioética que, entre outras 
questões, dedica-se a 
a) refletir sobre as relações entre o conhecimento da 
vida e os valores éticos do homem. 
b) legitimar o predomínio da espécie humana sobre as 
demais espécies animais no planeta. 
c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos 
valores de certo e errado, de bem e mal. 
d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os 
processos de reprodução humana e animal. 
e) fundamentar técnica e economicamente as 
pesquisas sobre células-tronco para uso em seres 
humanos. 
 
57. (Unesp) Analise o mapa.
Considerando o mapa e conhecimentos sobre o campo 
brasileiro, 
a) a ocorrência de assassinatos foi reduzida em áreas 
onde a agricultura comercial se fez hegemônica. 
b) o menor número de assassinatos na região Norte 
indica a eficiência das políticas de reforma agrária no 
Brasil. 
c) a área com maior ocorrência de assassinatos 
coincide com o avanço da fronteira agrícola. 
d) o elevado número de assassinados em áreas 
interioranas é compreendido pela fragilidade dos 
limites estaduais. 
e) a insegurança nas áreas rurais reflete o desinteresse 
nacional pela população residente fora das capitais. 
58. (Unesp) Cada cultura tem suas virtudes, 
seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de 
vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era 
planetária, o mais importante é cada nação aspirar 
a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a 
buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. 
A França deve ser considerada em sua história não 
somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-
Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas 
também segundo o comportamento de uma potência 
que, como seus vizinhos europeus, praticou durante 
séculos a escravidão em massa, e em sua colonização 
oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. 
Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o 
colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, 
28
comunistas. Devemos considerar uma cultura não 
somente segundo seus nobres ideais, mas também 
segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob 
esses ideais.
(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)
No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard 
Morin desenvolve 
a) reflexões elogiosas acerca das consequências do 
etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. 
b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos 
ideais da Revolução Francesa na história. 
c) argumentos que defendem o isolamento como 
forma de proteção dos valores culturais. 
d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a 
cultura ocidental e outras culturas na história. 
e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais 
da Revolução Francesa. 
 
59. (Enem PPL) 
A figura representada por Charles Chaplin critica 
o modelo de produção do início do século XX, nos 
Estados Unidos da América, que se espalhou por 
diversos países e setores da economia e teve como 
resultado 
a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando 
o homem a desenvolver um trabalho repetitivo. 
b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência 
funcional para cada homem em seu posto de trabalho. 
c) a organização do trabalho, que possibilitou ao 
trabalhador o controle sobre a mecanização do 
processo de produção. 
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento 
da produção conjugado com a diminuição das áreas de 
estoque. 
e) as novas técnicas de produção, que provocaram 
ganhos de produtividade, repassados aos trabalhadores 
como forma de eliminar as greves. 
60. (Enem 2ª aplicação) O mercado tende a gerir e 
regulamentar todas as atividades humanas. Até há 
pouco, certos campos – cultura, esporte, religião – 
ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos 
pela esfera do mercado. Os governos confiam cada 
vez mais nele (abandono dos setores de Estado, 
privatizações).
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças.
Petrópolis: Vozes, 2003.
No texto é apresentada uma lógica que constitui 
uma característica central do seguinte sistema 
socioeconômico: 
a)
  • Relacionados
  • Inteligência Artificial
ed

Olá, eu sou o Ed!

A Inteligência Artificial do
Passei Direto

O Ed já respondeu sobre esse material