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Meningite_ etiologia, quadro clinico e diagnostico - Sanarmed

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A meningite é uma doença que tem um grande potencial de transmissão interpessoal. De maneira
geral, países com índices de desenvolvimento econômico e um sistema de saúde com uma
organização comprometida possuem índices no controle da meningite mais alarmantes.
Etiologia da meningite
A meningite pode ser descrita como um processo in�amatório associado a agentes infecciosos, ou
mesmo processos autoimunes, neoplásicos, in�amatórios e ainda medicamentosos. O sítio de
ocorrência da in�amação são o espaço subaracnóideo e leptomeninges.
A etiologia mais comum é, de�nitivamente, a infecciosa. Nela, descata-se uma diversidade de
agentes virais, bacterianos, micobacterianos, fúngicos e parasitários.
Existem fatores sobre o hospedeiro que favorecem o risco a um determinado agente etiológico,
como:
Exposições ocupacionais ou recreacionais
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
Meningite: etiologia, quadro clínico e 
diagnóstico
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Idade
Comorbidades
Meningites bacterianas
Como discutido, os agentes infecciosos recebem in�uência, em especial, de fatores como idade,
comorbidades, situação vacinal e exposição.
Em todas as faixas etárias o meningococo é responsável por quadros, muitas vezes, graves e fatais,
através da transmissão interpessoal, por gotículas.
Sobre os meningococos, podem ser classi�cados segundo a cápsula de polissacarídeos em diveros
sorogrupos: A, B, C, D, X, Y, Z, W-135, H, K e L.
Diante disso, pacientes recém-nascidos com até 1 mês de vida que apresentam meningite tem
agentes infecciosos relacionados ao canal do parto e à �ora vaginal da mãe. Destaca-se então:
Streptococcus sp-Grupo B (coco Gram-positivo): cerca de 50% dos casos.
Escherichia coli (bacilo Gram-negativo).
Listeria sp (bacilo Gram-positivo).
Outros bacilos Gram-negativos e positivo.
Em crianças maiores, os agentes de destaque são:
Neisseria meningitidis (diplococo Gram-negativo).
Streptococcus pneumoniae (coco Gram-positivo).
Haemophilus in�uenzae (coco-bacilo Gram-negativo).
Vale destacar que essa gama de agentes mais comuns pode mudar considerando o compromisso
com o calendário vacinal da criança, tendo uma grande redução de casos envolvendo S. pneumoniae
e H. in�uenzae.
Já em adolescentes e adultos, destacam-se:
Neisseria meningitidis (diplococo Gram-negativo).
Streptococcus pneumoniae (coco Gram-positivo).
Nos idosos, os principais agentes são:
Neisseria meningitidis (diplococo Gram-negativo).
Streptococcus pneumoniae (coco Gram-positivo).
Listeria monocytogenes (bacilo Gram-positivo).
Meningites virais
De maneira geral, tem-se:
Em crianças: ampla variedade de enterovírus como o Coxsackie vírus e Echovírus.
Adultos: herpes simplex 1 (HSV-1) ou 2 (HSV-2), enterovírus, HIV (infecção aguda) e outros vírus como
dengue, in�uenza, EBV, CMV, etc.
Meningites bacterianas hospitalares
Por serem adquiridas no ambiente hospitalar, as meningites bacterianas hospitalares estão
associadas a procedimentos invasivos.
Dentre eles, destacam-se a punção liquórica, aplicações intratecais de medicações e manipulações
neurocirúrgicas por acessos diversos, ou ainda manipulação de dispositivos intraventriculares.
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Figura 1: Meningites nosocomiais. Adaptada de Van de Beek D, et al. N Engl J Med; 2010.
Situações especiais de meningite
Pacientes imunossuprimidos, como os com quadro de AIDS, especialmente com contagem de
linfócitos T CD4 < 50 células/mm³, podem apresentar meningite por Cryptococcus neoformans,
meningoencefalite por protozoários Toxoplasma gondii (T CD4 < 100 células/mm³ e Trypanossoma
cruzi.
Quadro clínico da meningite
A meningite bacteriana e viral apresentam diferenças clássicas na evolução do paciente, contribuindo
para a sua suspeita como médico.
Meningite bacteriana
As meningites bacterianas, de maneira geral, apresentam uma evolução desfavorável muito rápida,
podendo cursar em apenas algumas horas ou poucos dias, seguindo um modelo de sepse grave.
Os determinantes do ritmo da meningite bacteriana estão relacionados intimimamente com os
fatores de virulência do hospedeiro e microbianos.
A tríade clássica da meningite bacteriana consiste em:
Febre, em geral superior à 38ºC
Rigidez da nuca
Rebaixamento de consciência, com escala de coma de Glasgow < 14
Outras características clínicas comuns são dor de cabeça e náuseas.
É válido ressaltar que, na ausência de todos esses sintomas, é possível excluir a suspeita de
meningite bacteriana.
Meningite viral
As meningites virais geralmente não apresentam sintomas sistêmicos graves, com febre mais baixa
e sintomas neurológicos predominantes.
Presença de cefaleia, fotofobia são esperados, porém com ausência de doença sistêmica grave.
Em alguns vírus especí�cos, pode acontecer erupção cutânea, dor de garganta, bem como vômito,
diarreia ou sintomas geniturinários.
Diagnóstico laboratorial da meningite
A punção do liquido encefalorraquidiano (LCR) é essencial para um diagnóstico diferencial das
meningites e meningoencefalites.
Através dele tem-se uma diversidade de informações sobre a condição do paciente, e por isso não
deve ser atrasado em função de exames de imagem, por exemplo.
Tabela 1: Características do LCR de acordo com o tipo de meningite. Fonte: Medicina Intensiva Abordagem Prática, 3ªed.
Simultaneamente à coleta do LCR, na suspeita de quadros bacterianos, pode-se solicitar dois ou três
pares de hemocultura para agentes bacterianos antes da administração dos antimicrobianos.
Em situações de uma suspeita especí�ca, você deve solicitar exames de biologia molecular, como
por exemplo, o PCR para o vírus HSV-1 e HSV-2, além do varicela zoster vírus (VZV).
A pesquisa e cultura de micobactérias (bacilo álcool-ácido-resistente-BAAR) e fungos deve ser
solicitada em casos subagudos e crônicos.
Evoluções neurológicas desfavoráveis ou meningite por Streptococcus pneumoniae devem ser
acompanhadas com exames de
imagem de crânio de controle a �m de descartar possíveis complicações.
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