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Patologia dos Orgaos e Sistemas - Hiperplasia Nodular da Prostata

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Patologia dos Órgãos e Sistemas - Hiperplasia Nodular da Próstata 
Introdução 
Hiperplasia nodular da próstata (HNP) é o crescimento 
nodular do órgão graças a proliferação de estroma e tecido 
glandular. Na região periuretral dos lobos laterais e médio 
próstata, diante da produção local de fatores de crescimento, 
ocorre a proliferação de estroma para formação e 
crescimento de nódulos estromatosos. 
As células estromais estimulam a proliferação intranodular de 
ductos e ácinos do grupo glandular interno da próstata 
(glândulas mucosas e submucosas), o que leva ao surgimento 
de nódulos estrômato-glandulares. A partir da indução de 
glândulas adjacentes, formam-se nódulos glandulares 
Patogênese 
Com o envelhecimento ocorre redução dos níveis de 
testosterona, manutenção dos níveis de estrógeno e di-
hidrotestosterona (DHT), substância mais potente que a 
testosterona por ter mais afinidade por receptores de 
andrógenos. Quando DHT se liga aos seus receptores induz 
a expressão de genes que codificam fatores de crescimento 
para promover a proliferação do epitélio glandular e estroma 
prostático. Como o estrógeno aumenta a expressão de 
receptores de DHT, favorece a proliferação celular 
Testosterona é convertida em DHT pela enzima 5-alfa-redutase 
principalmente em células do estroma prostático 
O principal fator de risco para HNP é a idade avançada, além de 
níveis elevados de testosterona e histórico familiar 
Macroscopia 
Na maioria dos casos ocorre aumento do volume da próstata 
por acometimento dos lobos laterais e médio. Evidencia-se 
áreas de infarto, presença de líquido leitoso ou amarelo-
esverdeado após pressionar os nódulos e crescimento do 
grupo glandular interno que leva à compressão do grupo 
externo seguida da formação da cápsula cirúrgica 
Quando aumentado, o lobo médio da próstata se projeta 
contra o assoalho da bexiga e forma uma válvula no orifício 
uretral interno. Além disso, quando os lobos laterais se tornam 
aumentados levam à compressão da uretra prostática, o que 
a torna tortuosa e em fenda 
A superfície de corte de uma próstata com hiperplasia 
nodular permite visualizar nódulos de diâmetros, aspectos e 
consistências diferentes. Nódulos estromatosos são 
endurecidos e têm aspecto fasciculado, já nódulos 
glandulares são mais amolecidos e têm aspecto esponjoso 
Microscopia 
À microscopia se encontra nódulos hiperplásicos constituídos 
por estroma e tecido glandular. As glândulas hiperplásicas 
têm forma e tamanho variados, podem ser dilatadas e 
apresentar proliferação em direção à luz. 
A isquemia presente em próstatas muito volumosas leva à 
formação de áreas de infarto, metaplasia de ductos e ácinos 
glandulares próximos. Evidencia-se infiltrado inflamatório 
mononuclear em focos graças ao extravasamento de 
secreção prostática para o estroma 
Sinais e Sintomas 
Nódulos hiperplásicos comprimem a uretra prostática e 
formam uma válvula no orifício uretral interno, o que provoca 
obstrução do fluxo urinário. As principais manifestações de 
tal obstrução são: aumento da frequência urinária, noctúria, 
urgência miccional, jato urinário fraco, gotejamento urinário, 
esvaziamento incompleto da bexiga e micção em dois 
tempos 
Complicações 
Áreas de infarto podem levar ao surgimento de edema e 
aumento súbito do volume prostático que provoca retenção 
urinária aguda. O esvaziamento incompleto da bexiga, o 
resíduo urinário que fica retido nos pseudodivertículos 
vesicais e as erosões de mucosa que o estiramento da uretra 
prostática provoca são a principal causa de infecções do 
trato urinário, principalmente pielonefrite 
Quando não tratada, a HNP em estado avançado leva a uma 
obstrução tão significativa que a bexiga passa a hipertrofiar 
e dilatar, quadro denominado de “bexiga de esforço”. A partir 
disso surge refluxo vesicoureteral e estase urinária que leva 
à dilatação anormal dos ureteres e pelve renal, complicações 
chamadas de hidroureter e hidronefrose respectivamente. 
Com o tempo, uma insuficiência renal crônica pode se instalar.
Diagnóstico 
Na anamnese deve-se investigar: esvaziamento incompleto 
da bexiga, aumento da frequência urinária, urgência e 
intermitência miccional, diminuição da força do jato urinário, 
esforço para urinar, noctúria e o impacto na qualidade de 
vida do paciente 
Ao toque retal de um paciente com HNP evidencia-se uma 
glândula aumentada e palpável, com superfície lisa e 
consistência de borracha. A determinação do volume de 
urina residual pode ser feita com ultrassonografia ou 
cateterização pós-micção. A taxa de fluxo urinário é obtida 
através da urofluxometria 
Exame de urina tipo 1 é solicitado para pesquisa de bactérias, 
leucócitos ou hematúria microscópica. A dosagem sanguínea 
do antígeno prostático específico (PSA) é importante para 
descartar a hipótese de CA de próstata 
Morfologia das Pielonefrites 
Pielonefrite Aguda 
Macroscopia 
Na pielonefrite aguda ocorre um aumento do volume e peso 
dos rins, surge edema e pequenos abscessos com halo 
hemorrágico principalmente na região cortical do órgão. Na 
região medular surgem estrias amareladas pelo infiltrado 
neutrofílico presente nos túbulos coletores. Além disso, há 
hiperemia e focos hemorrágicos na mucosa da pelve e 
cálices renais. Pielonefrite aguda complicada leva à formação 
de abscessos peri-renais, necrose de papilas e hidronefrose 
Microscopia 
Na microscopia encontra-se um processo inflamatório 
purulento disseminado, destruição do parênquima renal, 
abundante infiltrado neutrofílico em túbulos coletores e 
edema. Pode haver necrose coagulativa de papilas renais e 
cicatrizes fibrosas na superfície cortical após a cura 
Pielonefrite Crônica 
Macroscopia 
Na pielonefrite crônica evidencia-se cicatrizes renais 
grosseiras, irregulares e de profundidade variável, sobre as 
quais a cápsula renal se rompe. Ao corte é possível visualizar 
cicatrizes afuniladas, em forma de U chegando até a pelve 
renal, capazes de deformar os cálices quando se retraírem. 
Os rins diminuem em peso e volume, o tecido gorduroso 
perirrenal aumenta, os cálices renais dilatam e as papilas 
renais ficam achatadas 
Microscopia 
À microscopia encontra-se inflamação zonal sob as cicatrizes, 
infiltrado mononuclear e às vezes folículos linfoides. O 
processo destrutivo leva à substituição progressiva de 
néfrons por focos inflamatórios e áreas de fibrose grosseira 
com extensões variadas. Ocorre também hipotrofia, 
desaparecimento dos túbulos coletores e dilatação dos 
remanescentes, os quais passam a apresentar cilindros 
hialinos, leucócitos e hemácias em seu interior 
Há também fibrose periglomerular concêntrica, fibrose no interior 
da cápsula de Bowman, esclerose dos capilares glomerulares, 
fibrose glomerular por isquemia, espessamento da íntima e 
redução da luz dos pequenos vasos renais