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Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca Esquerda As principais causas de IC esquerda são hipertensão arterial sistêmica e cardiopatia isquêmica (90% dos IAM ocorrem do lado esquerdo do coração), além de doença valvular aórtica ou mitral e doenças miocárdicas não-isquêmicas como arritmias e cardiopatia chagásica. Consequências pulmonares Diante da IC esquerda há congestão de sangue no ventrículo esquerdo, átrio esquerdo, veia pulmonares e pulmão. Instala- se uma congestão passiva crônica nos pulmões que, por aumento da pressão hidrostática, leva à edema alveolar. Com o aumento da pressão hidrostática, além do extravasamento de líquido pode acontecer também extravasamento de hemácias para o interior dos alvéolos. Elas são vistas como corpos estranhos e serão fagocitadas por macrófagos alveolares. Diante disso, ocorre a formação de hemossiderina e os macrófagos passam a ser chamados de hemossiderófagos ou células do vício cardíaco. Edema alveolar não é súbito e é formado por pouco líquido. Diante de um pico hipertensivo ou um novo IAM, ocorre descompensação cardíaca súbita e o edema alveolar pode evoluir para um edema agudo de pulmão, que é súbito e formado por muito líquido no interior dos alvéolos. Tais pacientes tem dispneia súbita e secreção bolhosa rosada com hemácias que não foram fagocitadas. Outras consequências ●Graças a IC esquerda não se tem bombeamento de sangue adequado através da aorta e isso leva a redução da perfusão sanguínea em diversos órgãos como o cérebro, produzindo encefalopatia hipóxica. ●Com a redução da perfusão renal há ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona seguida de retenção de sódio e água e aumento da pressão arterial. Pela menor filtração renal, há aumento do nitrogênio ureico no sangue, o que é chamado de azotemia pré-renal porque a causa é cardíaca. Insuficiência Cardíaca Direita A IC direita pode ser causada por cardiopatia chagásica, Cor Pulmonale ou ser uma consequência da IC esquerda. Consequências hepáticas A congestão passiva crônica no fígado leva à hepatomegalia congestiva. Com a congestão no ventrículo direito, átrio direito, veia cava inferior e veia hepática, ocorre também congestão centrolobular que prejudica a perfusão hepática. O metabolismo dos ácidos graxos no fígado é feito através de 4 vias, 3 anaeróbias formadoras de triglicerídeos e 1 aeróbia formadora de corpos cetônicos. Com a perfusão hepática prejudicada ocorre um desvio do metabolismo dos ácidos graxos para as vias anaeróbias, então forma-se menos corpos cetônicos e mais triglicerídeos. Como a perfusão está prejudicada, esses triglicerídeos se acumulam nos hepatócitos provocando uma esteatose hepática. A esteatose hepática prolongada leva à oxidação de triglicerídeos, o que leva à liberação de radicais livres de oxigênio tóxicos que vão provocar fibrose hepática, também chamada de “cirrose cardíaca”. A associação da congestão centrolobular com esteatose hepática dá o aspecto de “fígado em noz moscada”. Como a fibrose descrita não forma nódulos, não se caracteriza uma cirrose verdadeira, por isso usar aspas para se referir a ela. Outras consequências A IC direita leva à congestão passiva crônica sistêmica, aumento da pressão hidrostática sistêmica e, consequentemente, anasarca, derrame pleural e pericárdico. Congestão no sistema porta causa edema da parede intestinal, ascite e esplenomegalia congestiva discretas. A congestão faz com que o sangue venoso impeça a correta perfusão dos órgãos. Diante disso, pode haver encefalopatia hipóxica e as consequências renais já mencionadas como ativação do SRAA, retenção de sódio e água, aumento da pressão arterial e azotemia pré-renal.