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Patologia dos Órgãos e Sistemas Gastrite Crônica Introdução Gastrite é uma condição histopatológica caracterizada pela presença de processo inflamatório da mucosa gástrica. A forma mais comum de inflamação da mucosa gástrica é a gastrite crônica (GC) que, graças à baixa correlação entre sintomas clínicos, quadro endoscópico e achados histológicos, exige biópsia para confirmação diagnóstica. Helicobacter pylori A infecção por Helicobacter pylori é a principal causa de GC (80%), por esse motivo que sempre diante da suspeite de GC deve-se incluir a pesquisa de H. pylori na biópsia através de preparações coradas por Giemsa ou HE. A bactéria se encontra aderida à superfície epitelial ou na camada de muco. Fisiopatogenia H. pylori produz lesões diretas na mucosa gástrica, o que desencadeia processos inflamatórios, intensa atividade neutrofílica, aumento da proliferação epitelial, alterações degenerativas e regenerativas. Depois de décadas, a mucosa gástrica atrofia e surgem focos de metaplasia intestinal. A gastrite crônica limitada ao antro é associada à hipersecreção ácido-péptica, o que favorece o surgimento de úlceras duodenais. A gastrite crônica que acomete antro e corpo do estômago, por evoluir para atrofia de mucosa e metaplasia intestinal mais rapidamente, está muito associada a úlceras gástricas e adenocarcinoma gástrico. Biópsia Os principais achados à biópsia de uma gastrite crônica são o infiltrado linfoplasmocitário no tecido conjuntivo da mucosa, atividade neutrofílica ao redor do colo das glândulas, atrofia expressa por adelgaçamento da mucosa e afastamento das glândulas gástricas, além da metaplasia intestinal que são focos de substituição do epitélio gástrico por intestinal. É possível encontrar degeneração epitelial, necrose, descamação, diminuição da secreção de muco por ação direta da H. pylori, alterações regenerativas incluindo alargamento dos colos glandulares, displasia, hiperemia, proliferação vascular, edema, erosão, folículos linfoides e fibrose.