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CRIANÇAS DE
7 A 12 ANOS
Parentalidade Consciente – um convite para olhar para dentro |
Helena Bourroul .................................................................................07
Mudança de olhar transforma vidas | Fátima Chaves ..................12
Da vulnerabilidade a coragem para encorajar os filhos. Uma
reflexão sobre a parentalidade consciente | Adriana Quintana
Gonçalves ............................................................................................17
Autoconhecimento e resgate dos vínculos familiares | Iolanda do
Nascimento Pessotti .........................................................................23
Os estilos parentais e a construção de uma parentalidade
encorajadora | Luciana Gama dos Santos .....................................29
Parentalidade encorajadora: a importância de ser gentil e firme
no processo de educação dos filhos | Ruth Gisele Menezes ........34
A influência do comportamento dos pais na educação dos filhos |
Flávia Corrêa Quitete de Almeida ....................................................39
Somos Diferentes e Somos Iguais! E como ensinar às crianças? |
Silvana Francisca de Souza ...............................................................44
ÍNDICE
O papel dos pais no desenvolvimento socioemocional das
crianças | Karoline de Sousa e Silva ................................................50
Alfabetizando as emoções | Laura Alonso de Bem .......................55
Por que não educar com punições e recompensas? | Veronica
Pereira dos Reis ..................................................................................60
Ansiedade Infantil: como utilizar ferramentas práticas para
encorajar e acalmar a ansiedade dos pequenos | Andréa dos
Santos Silva Armôa ............................................................................66
A influência da inteligência emocional dos pais na educação dos
filhos | Maria de Lourdes de Almeida Viana ..................................72
A relevância da psicoeducação para pais, professores e
cuidadores, no processo de educação de crianças com deficiência
| Ana Lago ...........................................................................................77
Educando uma criança com TDAH com confiança e
encorajamento | Grasiela Cecatto ..................................................82
Educação Positiva conectando pais e filhos para uma melhor
aprendizagem | Janaína Fabíola Nascimento Brandão ................89
A importância da rotina na vida das crianças | Léia da Rosa dos
Santos ..................................................................................................94
Fuja da obesidade e mantenha uma alimentação saudável em
casa | Thainara Braga Cordeiro .......................................................99
Brincar: fonte de conexão entre pais e filhos | Cacilda Peixinho
Freitas ...............................................................................................106
Parentalidade e Desenvolvimento Infantil | Tatiana Ertel ........112
Acolhimento Institucional: uma das conseqüências do estilo
parental negligente | Gabriela Fernandes Maximiano ...............118
Como acessar e manter a conexão com crianças e jovens |
Adriana Tavares Rodrigues .............................................................123
Vamos focar na solução | Maria das Graças Rodrigues Araujo .128
O impacto da profecia autorrealizadora na vida das crianças |
Franciele Valério Grando ................................................................133
Como a punição pode contribuir para a desconexão com seu filho
| Fernanda Brito ..............................................................................139
Como a Disciplina Positiva pode contribuir na prevenção do uso
de drogas | Lívia Ribeiro Gomes de Carvalho ..............................145
Por que tanto medo de me tornar adulto? | Márcia Madruga de
Moraes ..............................................................................................150
Troque a relação “erro-punição” por “erro-consequência” |
Nathália Cibelle Correia de Lima Almeida ....................................156
O mau comportamento: foco em soluções | Maria Georgina da
Silva Ribeiro .....................................................................................159
Ajude o seu filho a se sentir importante e aceito através do
encorajamento | Elisabete Alexandrino Napoli ..........................164
Comunicação afetiva e efetiva: estabelecendo uma escuta ativa
entre pais e filhos | Paula Sanders Pereira Pinto ........................167
Educação sexual como um direito de crianças e adolescentes:
encorajando para um adolescer saudável | Maria José Silva
Correia ...............................................................................................172
Laços de parceria entre família e escola | Denivalda Cavalcante
............................................................................................................178
Tipos de parentalidade: Encorajando relacionamentos saudáveis
entre pais e filhos baseado na Disciplina Positiva | Renata Lucena
............................................................................................................186
Os desafios dos filhos frente à separação conjugal| Elaine
Cristina Ferri Angelini .....................................................................191
Que combinação: Pais, Tecnologia e Filhos | Débora Consteila
Neumann ..........................................................................................197
Encorajando pais e educadores de crianças com dificuldades na
aprendizagem e comportamento | Vitória Ramos Machado .....202
Foco em Soluções Encorajadoras frente ao Autismo| Ana
Aparecida Barbosa ...........................................................................214
Meus filhos brigam o tempo todo, e agora? | Caroline Andrade
Santana .............................................................................................207
 A maneira pela qual fomos educados e o sentido que
damos para as nossas experiências da infância influenciam,
mas não decretam a forma como educamos os nossos
filhos. É possível fazer diferente. Nem melhor, nem pior,
mas do nosso jeito. Na parentalidade consciente, o maior
convite, e também, o maior desafio é justamente estarmos
atentos, no momento presente, tanto as nossas
necessidades, enquanto pais, quanto as necessidades dos
nossos filhos e perceber que existe nesta relação uma
interdependência. Quando estamos felizes, por exemplo,
impactamos a vida dos nossos filhos e vice e versa.
 Por este motivo é impossível considerarmos apenas
uma das partes no exercício da parentalidade consciente e
respeitosa. Ambos os lados precisam ser levados em
consideração, para estarmos todos bem e em harmonia.
Parentalidade
Consciente – um convite
para olhar para dentro
Helena Bourroul | CRP: 06/69651 
“A intenção de praticar uma parentalidade consciente começa
por aumentar a consciência e a compaixão em relação a si
mesmo” (Mikaela Ovén)
07
 É um exercício de autoconhecimento e auto-
observação constante, de olhar para dentro, enxergando
os nossos limites, desejos e necessidades, com
compaixão e com a certeza de que estamos fazendo o
melhor que podemos em cada momento. E como fazer
isso no dia a dia? Vou compartilhar com você os 4
valores que norteiam o exercício da Parentalidade
Consciente, segundo Mikaela Ovén, em seu livro “Educar
com Mindfulness”:
08
Contato | E-mail: helenagb@gmail.com
WhatsApp: (11) 99530-2540
1. Igual Valor: Todos nós, adultos ou crianças merecemos
o mesmo respeito (com relação às necessidades,
opiniões, desejos, etc). Ao praticar o igual valor significa
que a criança é respeitada da mesma forma que o
adulto. Se a criança diz que não gosta de alguém, você
pode perguntar, por exemplo, se ela quer te contar o
que aconteceu ao invés de dizer que ela não pode falar
desta forma.
2. Respeito pela integridade (soma das emoções, valores
e pensamentos): respeito aos limites,necessidades
físicas e psicológicas, nossas e dos nossos filhos. Se a
criança diz que quer um sorvete e está na hora do
jantar, você pode experimentar dizer a ela que também
gosta de sorvete, que irão jantar agora e depois ela pode
escolher o sabor do sorvete, ao invés de dizer que ela
não pode tomar o sorvete, de jeito nenhum.
09
3. Autenticidade: Viver de acordo com o que se diz e vice-
versa. Quando a nossa comunicação é congruente com
as nossas ações, tendo como base as nossas intenções.
Se a sua filha adolescente quer ir a uma festa e você,
mãe, ainda sente-se insegura, pode experimentar dizer
que não gosta desta ideia porque a considera ainda
jovem e que daqui há um tempo sua ideia pode mudar,
ao invés de dizer que ela não pode ir e ponto final.
4. Responsabilidade Pessoal: É cada um de nós sermos
responsáveis pela nossa vida no que diz respeito a
emoções, ações e escolhas. E isso vale para pais e filhos.
Muitos pais assumem a responsabilidade sobre a vida e
as escolhas dos filhos, mesmo quando eles já têm
condições de fazer por si próprios. Em um dia chuvoso,
você pode experimentar dar algumas opções de roupa
para o seu filho escolher qual ele quer vestir ao invés de
decidir por ele. 
E, se em algum momento você não souber se está no
caminho certo, trago aqui uma dica especial: eu também
não sei, talvez ninguém saiba, a não ser você mesma. 
10
 Precisa confiar que você é a pessoa que mais conhece
o seu filho. Ouça o seu coração e atente-se ao que ele te
diz.
 A fim de nortear este caminho, defina a sua intenção
como mãe. Como você quer ser com o seu filho, do fundo
do seu coração. E a partir de então, quando estiver na
dúvida de qual o caminho a seguir ou qual a atitude a
tomar, retome a sua intenção e encontrará a direção.
Instagram: @helenabourroul | Facebook: helenabourroul
Site: www.helenabourroul.com.br
Seguimos juntas. Com amor, Helena.
11
Mudança de olhar
 transforma vidas
"De onde nós tiramos a ideia absurda de que, para levar uma
criança a agir melhor, antes precisamos fazê-la se sentir pior?"
(Jane Nelsen) 
 Esta frase me impactou profundamente, desde
quando a ouvi pela primeira vez em um workshop sobre
Disciplina Positiva, que imediatamente associei à
Psicologia Positiva, porém logo de início a palestrante
fez questão de deixar bem claro que se tratavam de
abordagens distintas. Por desconhecer sobre o assunto,
confesso que, inicialmente, fiquei muito intrigada pelo
tema e como eu buscava algo novo que pudesse trazer
um novo olhar para ajudar pais que traziam um discurso
que "educar dá trabalho", "eu não sei mais o que fazer
com meu filho", "meu filho não tem mais jeito", decidi,
então, mergulhar de cabeça no assunto.
Fátima Chaves | CRP: 09/000514
12
 Hoje, entendo que Disciplina Positiva trás na sua
essência uma mudança de paradigma onde a educação
deixa de ser punitiva, rígida, permissiva para se tornar
gentil e firme, trazendo uma abordagem socioemocional
que vai contribuir para que pais, mães, cuidadores,
educadores possam desenvolver habilidades de vida
para compreender e lidar melhor com os
comportamentos desafiadores das crianças e
adolescentes, criando assim relacionamentos mais
saudáveis na família, escola e comunidades, incluindo
respeito e dignidade mútuos, incentivo, conexão de
amor, conscientização emocional, habilidades de vida e
resolução de problemas.
13
 Hoje, entendo que falar de uma educação não
punitiva exige uma mudança de mentalidade com uma
remodelagem dos antigos papéis de pai e mãe, que
muitas vezes reproduzem em suas configurações
familiares, padrões de comportamento de rigidez,
permissividade ou autoritarismo, e diante dessa nova
forma de educar, sentem-se inseguros em substituir
essas antigas referências e migrarem para esse novo
caminho a ser seguido, no qual será necessário aprender
a desaprender para aprender a ser gentil e firme na
educação de seus filhos.
 Assim, pude entender que respeitar uma criança
é também me respeitar, porém percebi que impor
limites para os filhos com gentileza e firmeza é
desafiador, e como se não fosse suficiente, aprendi que
impor limites para mim mesma, para minha vida, seria
ainda mais árduo. Porém a medida que vamos
experimentado e estabelecendo nossos próprios limites
e decidindo como agir, passamos por um processo
transformador e libertador.
 Contato | fatimachaves.pcis@hotmail.com
 WhatsApp: (62) 99979-7452
14
 Rudolf Dreikurs, educador e médico psiquiatra
vienense, precursor da disseminação da Teoria
Adleriana, a transformou em um método pragmático
para entender os propósitos do mau comportamento
das crianças e estimular o comportamento cooperativo
sem punições ou recompensas. Defendia a ideia de que o
objetivo de todo comportamento é satisfazer a
necessidade de aceitação e importância, e com as
crianças não seria diferente. Na verdade, quando uma
criança se comporta mal, é um pedido de ajuda,
acreditando que por meio desse comportamento
conseguirá ser aceita e se sentirá importante, mesmo
que seja de uma forma equivocada.
 Começar a pensar dessa maneira me trouxe mais
clareza e um novo olhar para os meus questionamentos
com relação ao mau comportamento das crianças e a
falta de habilidade dos pais para lidar com tais
situações. 
 Será mesmo que quando uma criança se comporta
mal, ela o faz com a intenção de tirar outro do sério?
Será mesmo que ela tem esse poder e esse único
objetivo? Com certeza a resposta é Não. 
15
 A criança está pedindo ajuda, ela precisa de alguma
coisa e pela inabilidade e imaturidade em se expressar e
entender o que acontece dentro dela, se comporta da
forma que acredita que será atendida em suas
necessidades, cabendo aos cuidadores, decifrar o conteúdo
dessa mensagem de forma respeitosa, buscando soluções
para resolver o problema, pois se realmente quisermos
ajudar uma criança a modificar seu comportamento,
devemos compreender sua motivação.
Concluo deixando uma frase de Alfred Adler para que
possamos refletir.
"A confiança em sua própria força é o maior ator de
desenvolvimento intelectual das crianças, crianças frágeis e
doentias, assim como aquelas muito mimadas, correm o risco de
perder sua autoconfiança. Os pais deveriam usar a afeição para
encaminhar os filhos em direção a tendências eticamente
valiosas. A autoconfiança de uma criança, sua coragem pessoal, é
o seu maior dom. Crianças corajosas, mais tarde, não esperarão
que seus destinos sejam regulados por eventos exteriores, mas
sim por sua própria força."
 @fatimachaves.br| Fatima Chaves
https://www.oseucoach.com/fatimachaves531
16
 Durante muito tempo tive a compreensão sobre
vulnerabilidade como algo ruim, incerto, ou seja, como
algo negativo, porém, depois de ver o documentário da
Drª Brené Brown no Netflix chamado “O poder da
vulnerabilidade” comecei a ter uma mudança de
mentalidade (mindset) e ver que na verdade ela pode ser
muito positiva, por exemplo, na forma dos pais se
relacionarem com seus filhos porque é nela que as
emoções surgem e que os pais podem ser mais
humanos, menos super-heróis, afinal amar é estar
vulnerável. O maior medo dos pais é de ser imperfeito,
de ser julgado e criticado como maus pais. É natural
sentir medo, frustração, raiva quando lidamos com
algumas situações, oprimir esses sentimentos é deixar
de viver coisas maravilhosas, é deixar de estar vivendo o
momento presente.
Da vulnerabilidade à
coragem para encorajar os
filhos. Uma reflexão sobre a
parentalidade consciente
Adriana Quintana Gonçalves | CRP 05/22792
17
 Sem a vulnerabilidade portanto, não estamos
abertos a amar, a autora faz um paralelo afirmando que
a coragem e a vulnerabilidade andam juntos, afinal
expressar sentimentos é estar vulnerável e corajoso ao
mesmo tempo.
 Pais querem filhos autônomos e felizes, mas não
concedem a eles a oportunidade de expressar seus
sentimentos,de serem vulneráveis como também
acreditam que é errado, sinônimo de fraqueza, expor os
seus próprios sentimentos para os filhos. A chave da
mudança está justamente nesse pensamento de ter a
coragem de se tornar vulnerável falando abertamente
de seus sentimentos e suas necessidades entre os
membros da família, essa mudança pode levar a uma
melhor convivência, é um convite a conexão, aquela que
os pais tanto almejam ter com as crianças e com os
adolescentes. Entretanto, a maioria de nós não fomos
criados com esse novo paradigma, por isso, hoje é tão
importante estudar e se autoconhecer para serem pais
mais conscientes e aceitar serem imperfeitos.
18
 Disciplinar uma criança não é nada fácil, envolve
amor, investimento de tempo, autocontrole, energia e
habilidades parentais. Disciplina aqui é ligado a ensinar e
formar e não a punir e muito menos dar recompensa
quando se comportam bem. A abordagem da Disciplina
Positiva tem o objetivo de ajudar os pais na criação dos
filhos fornecendo ferramentas práticas que são eficazes
para lidar com os comportamentos inadequados de
maneira gentil e firme. É preciso olhar com mais atenção
e consciência para como fomos criados e como queremos
criar nossos filhos. E isso pode ser uma experiência
fantástica! Quando associamos vulnerabilidade a algo
ruim criamos armaduras negando nossa fragilidade e
escondendo nossa versão mais genuína, aquela que ao
ser mostrada pode construir diálogos e relacionamentos
profundos com os filhos.
 Como bons líderes dos filhos os pais têm a
oportunidade e responsabilidade de encontrar o
potencial neles e encorajá-los a desenvolver esse
potencial, bons líderes devem desenvolver empatia com
seus filhos e saber que nem sempre terão a resposta
certa. 
Contato | WhatsApp: (21) 98208-6265
19
Momento especial: crie e reserve momentos especiais
que não sejam os mesmos que os habituais, para isso
desligue o seu telefone, faça uma lista junto com as
crianças de atividades para desenvolver juntos e
escolham qual delas vai fazer no seu momento
especial. Detalhe importante é não transformar esse
momento especial em sermões ou discutir algo do
comportamento do seu filho, isso não é momento
especial e perderá toda a magia da conexão.
 Algumas ferramentas da Disciplina Positiva podem ser
úteis para desenvolver essa coragem de ser vulnerável.
Aqui vou citar duas delas:
“Assim como as crianças precisam de treinamento, os pais também
precisam ser treinados. O treinamento consiste em aprender novas
respostas às provocações das crianças, e que pode levar a novas
atitudes e abrir novos caminhos onde florescem relacionamentos
harmoniosos.” (Rudolf Dreikurs)
 Desta forma, quero encorajar você que é pai e mãe a
olhar para si mesmo, identificar suas áreas de competência,
rever crenças que foram passadas ao longo de gerações e
ser corajoso nessa jornada.
20
Valide o sentimento: permita que a criança tenha
sentimento, para que aprendam que são capazes de
lidar com eles. Lembre-se de que ser vulnerável é ter
coragem, não corrija a criança e valide seus
sentimentos: “Posso ver que você está bem bravo”
acredite que ela vai se autorregular e superar isso.
Fale também de suas necessidades. “Notei que você
ainda não fez seu exercício de casa, você quer fazer
agora ou depois do almoço?”.
 Concluo que essa mudança de mentalidade não é
fácil, não é mágica, mas é um convite para se relacionar
autenticamente com você mesmo e com seus filhos,
finalizo com um trecho do livro da Brené Brown “A
coragem de ser imperfeito” que nos leva à reflexão se
estamos sendo o adulto que desejamos que nossos filhos
se tornem um dia.
 @adriana.quintana.psi | /adriana.quintana.psi/
21
"Quem somos e a maneira como nos relacionamos com o
mundo são indicadores muito mais seguros de como nossos
filhos serão do que tudo o que sabemos sobre criar filhos.
Em se tratando de ensinar as crianças como viver com
ousadia na sociedade da escassez, a questão não é tanto
"Você está educando seus filhos da maneira certa?", mas,
sim, "Você é o adulto que deseja que seus filhos se tornem
um dia?" (Brené Brown)”
22
Autoconhecimento e
resgate dos vínculos
familiares
 O indivíduo, desde a sua concepção, vivencia
constantes mudanças ao longo de todo o seu processo de
desenvolvimento, não é um processo estático, sempre
surgem novos desafios. Nesse processo contínuo de
desenvolvimento, em uma boa parte da vida, ele estuda,
se prepara para exercer alguma função profissional, faz
cursos profissionalizantes, faculdade, pós-graduação.
Porém, eles não são preparados para a chegada de seus
filhos, porque ser pai e mãe não é uma tarefa fácil, ao
nos tornarmos pais acreditamos que temos de ser
perfeitos e não podemos errar, são pensamentos que
geram sentimento de culpa, medo, impotência, ansiedade.
Ao aceitarmos que não somos perfeitos, os erros podem
se transformar em oportunidades de aprendizado,
arriscamos mais, pensamos em novos caminhos,
trapaceamos menos e resolvemos mistérios que antes
não conseguíamos.
Iolanda do Nascimento Pessotti | CRP: 06/134064
“Quando não somos capazes de mudar uma situação, nos
deparamos diante do desafio de mudarmos a nós
mesmos” (Viktor Frankl)
23
 Sou psicóloga e, na minha experiência clínica com
crianças e adolescentes, frequentemente recebo pais que
estão emocionalmente muito abalados, sentem-se
irritados, impotentes, desencorajados, ansiosos e não
sabem o que fazer, diante dos comportamentos de seus
filhos. Quase sempre, na anamnese, a queixa dos pais é
apenas uma pontinha do Iceberg, eles conseguem ver
apenas o mau comportamento do filho. Nesses
atendimentos, fica evidente que os pais se sentem
desencorajados, por desconhecer o processo de
desenvolvimento psíquico do seu filho, ao interpretar a
forma dele agir, como mau comportamento.
 Outras situações que ocorrem com crianças pequenas,
elas choram, fazem birras porque estão com fome,
cansadas, e os pais, não conseguem identificar essas
necessidades, acham que elas estão se comportando mal.
 Também tem as questões emocionais envolvidas, muitas
vezes, o filho não está emocionalmente bem, nesse
momento, ele precisa ser acolhido, os pais podem nomear
as emoções, dizer que está tudo bem e que isso vai passar,
mas dificilmente conseguem fazer isso de forma gentil e
firme.
24
 Além dos pais desconhecerem o processo do
desenvolvimento psíquico do filho, há outras questões que
se apresentam nessa relação pais e filhos, em muitas
situações os pais utilizam seu cérebro primitivo, no qual a
comunicação é ineficaz, a falta de conhecimento e
habilidades geram situações de estresse, diante de um
comportamento do filho, que eles avaliam como um mau
comportamento, eles não sabem como lidar com essa
questão, regridem no seu estado mais primitivo, e se
colocam na mesma posição que o filho, ficam totalmente
vulneráveis, e não conseguem controlar suas emoções. Aqui
cabe uma reflexão, se os pais, muitas vezes não conseguem
controlar suas emoções, como eles podem exigir que seus
filhos controlem suas emoções? Nessas situações, muitas
vezes, os filhos são punidos diante de comportamentos que
fazem parte do seu desenvolvimento. O que ocorre é que o
cérebro do filho, ainda não se desenvolveu o suficiente para
compreender o que os pais esperam dele. Por falta de
conhecimento, tanto os pais quanto os filhos sentem-se
desencorajados, ao vivenciarem um sintoma de uma
doença, que parece que não foi tratada, e ao longo do
tempo, pode trazer sérias consequências no futuro.
Contato | E-mail: iolanda.pessoti@gmail.com
 WhatsApp: (19) 99865-1060
25
 A Disciplina Positiva, vê os erros como oportunidades
para desenvolvimento de novos aprendizados e novas
habilidades. Esse método convida os pais a focarem na
responsabilidade e nas soluções, em vez de focar no mau
comportamento do filho e as consequentes punições.
Quando os pais se tornam responsáveis e focam nas
soluções, ficam mais conscientes do problema, e de forma
eficaz, focam mais namudança do seu próprio
comportamento. A mudança do comportamento dos pais,
incentiva naturalmente o filho a melhorar o seu
comportamento, sem destruir seu senso de autovalor.
Esse processo de autoconhecimento, é uma questão de
tempo, os pais se reequilibram até que possam agir
conscientemente em vez de reagir, sem pensar, ao mau
comportamento do filho. A Disciplina Positiva possibilita
aos pais e filhos, o desenvolvimento de novos
comportamentos e de novas habilidades, diante da
possibilidade da educação firme e gentil. 
Uma criança que se comporta mal é uma
criança desencorajada. (Rudolf Dreikurs)
26
 Compreendemos que diante da problemática que se
apresenta, em quaisquer circunstâncias, primeiro precisamos
conhecer o problema, nos conscientizarmos das mudanças e
buscar soluções.
 Segundo Dreikurs, quando o filho se sente desencorajado,
ele adota objetivos equivocados, fruto de suas crenças
equivocadas adquiridas na sua primeira infância: ele só se
sente aceito e amado quando as pessoas à sua volta lhe dão
atenção, e para conseguir essa atenção indevida, ele adota
alguns comportamentos equivocados. Em outras situações,
suas crenças o colocam em uma posição de superioridade em
relação aos seus pais, o filho se considera mais poderoso que
eles, e esta crença equivocada requer que ele passe a ser mais
colaborador, que possa ajudar seus pais, passe a aceitar
limites e rotinas.
@psi.iolandapessotti | /iolanda pessotti clínica de psicologia
27
 Quando se observa que o filho quer se vingar, por não
se sentir aceito, ele está magoado, descrente e ressentido,
cabe aos pais de forma gentil e firme, demonstrar que ele
é aceito e é muito importante no ambiente familiar.
 Às vezes, observa-se que o filho parece que desistiu,
tem uma forma assumida de inadequação, ele se sente
rejeitado, e mais uma vez, os pais precisam trabalhar de
forma gentil e firme o credo de sua aceitação no ambiente
familiar.
 De forma simplificada, os pais em busca de seu
autoconhecimento e resgate dos vínculos com seus filhos,
podem interpretar os maus comportamentos deles,
baseados em crenças equivocadas adquiridas na sua
primeira infância, exigem que os pais respondam de
forma criativa, gentil e firme, mostrando que seus filhos
são seres aceitos e importantes para o ambiente familiar,
que colaborem com aquilo que eles podem fazer,
assumam rotinas e aceitem limites coerentes com o seu
estágio de desenvolvimento físico e psíquico.
28
 Na parentalidade, compreendemos que os pais
trazem um pouco de si ao educar os seus filhos. Nossas
experiências, nossa subjetividade, define quem somos, o
que queremos, qual a nossa visão sobre o mundo, e
sobre a forma que tratamos as pessoas, incluindo os
nossos filhos.
 Educar é um desafio, mas pode se tornar um
desafio encorajador. E é importante termos consciência
de que nosso estilo de liderança e a forma de ser pai, de
ser mãe, de ser responsável será um fator determinante.
 De acordo com John Gottman (1997) existem os
pais que apresentam um estilo permissivo ou “laissez-
faire”; outros o estilo desaprovador ou autoritário;
outros são os simplistas ou negligentes e por último os
preparadores emocionais.
Os estilos parentais e 
a construção de uma
parentalidade encorajadora
Luciana Gama dos Santos | CRP: 01/13220
29
 Os permissivos se caracterizam por apresentar
pouca firmeza e não permitir que os filhos
experimentem as frustrações, muitas vezes assumem as
responsabilidades dos filhos, não deixando que eles
resolvam suas demandas. Esses são os pais que tendem
a apresentar muita dificuldade para estabelecer limites,
prejudicando assim o desenvolvimento emocional dos
seus filhos.
30
 O desaprovador ou autoritário são firmes, mas não
demostram muita gentileza ao falar, educar e corrigir.
Apreciam o controle da situação, em especial, o controle
dos filhos. Não são abertos às demandas emocionais que os
filhos podem trazer, podendo inclusive julgar e criticar as
manifestações emocionais. Os estilos autoritários são
voltados exclusivamente à obediência, cumprimento de
regras, pouco diálogo e focado nos padrões de
comportamento.
 Os simplistas, também chamados de negligentes,
denotam pouco interesse nos filhos, não são voltados a
educá-los e sim em deixar que os acontecimentos e as
demandas se resolvam sem suas intervenções, são
ausentes no que diz respeito a acompanhar e acolher as
emoções dos seus filhos, querendo inclusive que as
emoções desagradáveis logo desapareçam.
 Os preparadores emocionais por sua vez são firmes,
conscientes da importância de acolher e sabem falar sobre
emoções com os seus filhos. É o estilo parental mais
indicado quando se fala em formar adultos seguros,
assertivos e felizes.
Contato | E-mail: lucianagama.psi@gmail.com
 WhatsApp: (61) 99947-7641
31
Gentileza e firmeza ao mesmo tempo indica um estilo
parental respeitoso e encorajador;
Esse estilo ajuda as crianças a desenvolverem um senso
de aceitação e importância, o que gera conexão entre
pais e filhos; 
A punição funciona em curto prazo, mas apresenta
resultados negativos a longo prazo; 
Ensina habilidades sociais e de vida valiosas para a
formação de um bom caráter, como a preocupação com
os outros, responsabilidade, contribuição e cooperação.
 O estilo preparador emocional consegue exercer de
maneira eficaz o que chamamos de parentalidade
encorajadora. Encorajar no sentido de estabelecer limites
sem destruir a autoestima e a autoconfiança e
substituindo a punição por oportunidade de aprender com
os erros.
 Jane Nelsen (2016) apresenta quatro critérios para
uma disciplina efetiva que caracteriza um estilo
preparador emocional:
32
 Diante disso, sejamos encorajadores na formação dos
nossos filhos. São muitas as formas de acolher, educar e
amar, mas quando optamos por educar estabelecendo
limites, mas abertos aos sentimentos estamos
construindo indivíduos positivos. Falar o que sente e
acolher o que os filhos sentem é fundamental e todos
ganham nesse processo, as mães, os pais, os filhos e a
sociedade.
@lucianagama.psicologia
33
Parentalidade
encorajadora: a
importância de ser gentil 
e firme no processo de 
educação dos filhos
 Quando somos pais nossa vida muda totalmente e
nos deparamos com um mundo diferente, cheio de
expectativas, desafios, compromissos, responsabilidades
e muitas emoções, dentre elas: alegria, preocupação,
amor, ansiedade, medo, raiva, etc. Quando nasce um filho
não temos receitas prontas para educá-los, daí a
necessidade de estudar para educar de maneira saudável.
Quando somos pais ou cuidadores e temos compromisso
com a vida dos nossos filhos, buscamos sempre fazer o
melhor e queremos criá-los de uma maneira que eles
possam prosperar e ser felizes.
Ruth Gisele Menezes | CRP 02/14193
“O desafio da criação dos filhos consiste em encontrar um
equilíbrio entre nutrir, proteger e guiar, por um lado, e permitir
que seu filho explore, experimente e se torne uma pessoa
independente e única, por outro”. (Jane Nelsen)
34
 E eu te pergunto: Quem você deseja que seu filho se
torne na vida adulta? Quais valores você pretende deixar
para eles?
A Disciplina Positiva nos traz um mundo de informações
importantes para que possamos desenvolver uma
parentalidade encorajadora, na qual podemos desenvolver
habilidades importantes para o processo de educação de
nossos filhos. Ela enfatiza e nos ensina a educar com
gentileza e firmeza, evitando assim, a permissividade e a
punição. Como você deve ter percebido, educar não é
tarefa fácil, criar filhos felizes, habilidosos, saudáveis e
competentes é o que mais idealizamos enquanto pais.
Desejamos que os filhos se adaptem à dinâmica familiar e
social e possam desenvolver habilidades para a vida.
35
 A sociedade mudou e os filhos também mudaram,
as crianças apresentam mudanças em seu
comportamento. Precisamos aprender a fazerdiferente
dos métodos tradicionais de educação. Métodos
controladores e excesso de autoridade, podem não
garantir oportunidades às crianças de aprenderem
alguns valores importantes para a vida, tais como:
respeito mútuo, empatia, cooperação, responsabilidade
compartilhada.
 Nós pais precisamos encorajar nossos filhos. Educá-
los com gentileza e firmeza. 
 Gentileza não é permissividade e firmeza não pode
ser confundida com autoritarismo e punição. De acordo
com Rudolf Dreikurs, a gentileza e a firmeza são
importantes nas relações dos pais com os filhos.
Segundo ele, gentileza é importante para mostrar
respeito pela criança e firmeza é importante para
mostrar respeito por nós mesmos de acordo com a
necessidade da situação.
“As crianças não desenvolvem responsabilidade quando os pais e
professores são muito rígidos e controladores, mas também não se
tornam responsáveis quando os pais e professores são
permissivos”. (Nelsen, 2015)
 Contato | E-mail: ruthgisele@hotmail.com
 WhatsApp: (81) 98849-4950
36
Acolha as emoções dos filhos e dê nomes a elas;
Não critique o que ele sente, expresse empatia pelos
sentimentos de seu filho;
Ouça atentamente;
Exerça o diálogo;
Realize combinados/acordos;
Use uma linguagem positiva na relação com seu filho
Fortaleça sua autoestima e autonomia;
Eduque por meio do exemplo.
 Esses dois conceitos são importantes dentro da
Disciplina Positiva e ajudam os pais no processo de criação
dos filhos permitindo assim o encorajamento das crianças.
Algumas estratégias de encorajamento para os pais
através da Disciplina Positiva e da Educação Emocional
Positiva:
37
 Eu convido você a pensar de uma maneira diferente,
em relação ao processo de educação de seu filho,
desenvolvendo assim uma relação de respeito mútuo,
compreensão e muito amor.
@psiruthgiselemenezes | @clippsinrecife 
psiruthgiselemenezes | Clippsinrecife
38
 Em algum momento da sua vida, você percebeu
seu filho ou filhos de seus amigos falando ou fazendo
coisas como nós adultos? 
 Se não reparou nisso, eu o convido a fazer essa
experiência e observar o comportamento dos pequenos
e de seus pais ou cuidadores mais próximos. Verá que a
criança reproduz muitos comportamentos do adulto,
que é a sua referência, e esse adulto nem percebe . Por
que isso acontece?
 Piaget e Vygotsky observaram e estudaram muito
sobre o desenvolvimento das crianças. Ambos os autores
afirmam que as crianças, inicialmente, aprendem por
imitação, ou seja, os pensamentos e comportamentos da
criança, funcionam como uma repetição daquilo que
elas veem e experimentam.
A influência do
comportamento dos pais
na educação dos filhos
Flávia Corrêa Quitete de Almeida | CRP: 05/30966
39
 Como fomos educados?
 Antes de começar a entender o modo como educa
seus filhos, é preciso em primeiro lugar, refletir sobre o
modo como você foi educado. Independentemente do
que seja educação para você, é provável que tenha
aprendido muita coisa com seus pais: se você teve um
crescimento saudável, se foi marcado por um ambiente
sem limites, agressivo e etc.
 Todos fomos criados por seres humanos,
consequentemente nossos pais repetiram os modelos de
educação que tiveram e isso, inconscientemente, se
torna um ciclo onde a forma como fomos educados será a
forma como iremos educar. De certo modo os pais falham
e não somos exceção, às vezes também fracassamos com
os nossos filhos. Precisamos entender que ocorreram
muitas mudanças no mundo e as informações científicas
que se baseiam na educação e criação de filhos evoluíram
nas últimas décadas, quando descobriram mais sobre o
cérebro e a neuroplasticidade - que é a capacidade do
cérebro se adaptar a mudanças por meio do sistema
nervoso.
40
 Sendo assim o modelo de parentalidade mudou no
decorrer dos séculos. Tínhamos um modelo de relações e
educação autocrático, em que quem estava acima tinha o
poder e agora vivemos em uma democracia, onde busca-se
respeito mútuo e igualdade. Isso significa que se queremos
que nossos filhos nos respeitem e respeitem o amiguinho,
temos que começar nós próprios respeitando-os, porque o
exemplo continua ser a melhor maneira de educar. Se
tratarmos nosso filho com agressividade isso irá
influenciar os comportamentos que eles terão.
Contato | E-mail: flaviaquitete@gmail.com
 WhatsApp: (21) 97017-5773 
41
 Jane Nielsen, precursora da Disciplina Positiva,
defende que as crianças têm o direito à dignidade e ao
respeito, assim como qualquer outra pessoa. A
Disciplina Positiva é uma filosofia de vida que nos ensina
a nos conectar com a crianças de maneira firme, amável
onde podemos convidá-los a cooperar, escutá-los e levá-
los a sério. Esse é um modelo de educação a longo prazo.
Ao compreender o que nossos filhos estão pensando,
podemos guiá-los para buscar soluções que ajudem na
resolução de conflitos e problemas. Para isso é preciso
que nós, pais, nos coloquemos no lugar de nossos filhos.
42
 Precisamos estabelecer vínculos com nossos filhos,
educando-os sem gritos e castigos. Precisamos lutar por
uma infância sem violência. A violência contra a criança,
nas suas diferentes formas de manifestação, repercute
na sua fase adulta. Estudos revelam que crianças que
sofreram violência na infância tendem a desenvolver
dificuldades acadêmicas, de relacionamentos e podem
utilizar álcool e droga na adolescência.
 Quando reconhecemos que não estamos no
caminho certo e estamos dispostos a nos tornar pais
encorajadores, poderemos contribuir com adultos mais
saudáveis.
@psicologaflaviaquitete
43
Somos Diferentes e
Somos Iguais! E como
ensinar às crianças?
Silvana Francisca de Souza | CRP: 04/28927
 Ensinar o respeito ao outro exige que os pais e
cuidadores olhem para si e questionem o seu
posicionamento diante do mundo e das pessoas. As
percepções e crenças individuais são construídas,
desde a infância, como se fossem verdade, e
estabelecem um modo particular de agir no mundo
para cada pessoa. Entender que o seu jeito de fazer as
coisas é apenas um entre muitos, como no exemplo de
educar os filhos, possibilita criar espaço para o outro,
e, consequentemente, a valoração das diferenças.
44
 A Disciplina Positiva, abordagem socioemocional
desenvolvida por Jane Nelsen, Lynn Lott e colaboradores,
com base nos conceitos psicológicos humanistas de Alfred
Adler e Rudolf Dreikurs, mostra que, a criança pode ser
cuidada de forma respeitosa, por meio de uma educação
gentil e firme, ao mesmo tempo, sem necessidade de
punições ou recompensas. Assim, será incentivada a
aprender habilidades sociais e de vida fundamentais para o
desenvolvimento de pessoas plenas, como o respeito a si e
ao outro, autoestima, autonomia, cooperação, capacidade
de resolução de problemas, a partir de um lócus de controle
interno, sem que o outro forneça as respostas ou soluções
prontas.
45
 É fundamental que a criança ou adolescente sejam
respeitados em sua singularidade, e lhe seja dado espaço
de fala, reconhecendo suas escolhas e conquista da
autonomia. Segundo Paulo Freire, notável filósofo e
educador brasileiro, ensinar não se resume a transferir
conhecimento, mas criar possibilidades para a sua
construção, a partir da própria vivência do educador. 
 As crianças e adolescentes precisam sentir-se aceitos
e amados do jeito que são, pessoas únicas, sem exigência
de perfeição, muito menos de humilhação ou vergonha
diante de suas falhas, pois estas são excelentes
oportunidades para aquisição dos aprendizados de vida. E
exatamente por se perceberem únicos e aceitos como são
que poderão desenvolver uma melhor compreensão e
respeito às diferenças entre os seres humanos,
considerando a todos como iguais em sua essência e valor.
Como promover este potente aprendizado?
Contato | E-mail: silvanasd.psicologa@gmail.com
WhatsApp: (31) 99141-9757
46
Incentive a curiosidade sobre sua história e suas
origens,falando sobre os hábitos e costumes, que
podem ser transmitidos entre gerações. Na maioria
das vezes, não será necessário, pois eles irão
questionar naturalmente. E este momento poderá ser
construído de formas muito criativas, utilizando fotos,
vídeos, livros, comidas deliciosas ensinadas pelos avós
ou transmitidas culturalmente. Conhecer sobre si
permitirá que se sinta participante de uma narrativa
compartilhada, mas única, sem a necessidade de
enquadrar-se em um modelo com o qual não consiga
se identificar genuinamente.
Faça perguntas curiosas sobre as pessoas e o mundo
que o cerca, contribuindo para que ele desenvolva um
olhar para além de si. Por exemplo: “Como ajudar o
seu amigo a se sentir melhor agora?”
Incentive que assista a filmes, desenhos e leia livros
que realcem a riqueza das diferenças. Evite destacar
apenas as semelhanças entre as pessoas.
@silvanapsicologa | Psicóloga Silvana Francisca
47
Ensine a empatia! Entre em seu mundo, buscando
compreender as suas emoções, os desafios e
necessidades que experimenta neste momento.
Desenvolva a escuta ativa, posicionando-se ao nível da
criança, olhos nos olhos, com atenção à sua fala e
interesse verdadeiro pelo assunto.
Confie no seu filho e na sua filha! E confiar é “fiar junto,
tecer junto, construir-se junto”. Seja o líder que caminha
ao lado, e permite as grandes descobertas, no tecer de
uma linda história, de maneira amorosa e encorajadora.
Seja exemplo!
“Quem somos e a maneira como nos relacionamos com o mundo
são indicadores muito mais seguros de como nossos filhos serão
do que tudo o que sabemos sobre criar filhos.” Brené Brown
48
 Reconhecer o seu papel diante dos filhos e assumir o
protagonismo neste mundo a partir do questionamento do
seu modo de pensar e agir fará toda a diferença em sua
casa. Comece este movimento dentro de sua família!
Encoraje a todos a se tornarem a melhor versão de si
mesmos. Seja a mudança que deseja em sua casa!
 A função parental se desenvolve a cada dia, em cada
ação, em cada erro ou acerto, sem receitas prontas. A
grandeza está no fazer-se constante, na melhoria
constante, na diferença que lhe faz um pai ou mãe únicos.
E tudo bem se não conseguiu desta vez, a sua chance de
fazer diferente começa agora…
49
 Muito se tem falado sobre a relação entre pais e
filhos, sobre Parentalidade Encorajadora e sobre a
importância de uma convivência baseada no respeito e
gentileza em detrimento da educação tradicional,
baseada em punições, castigos e recompensas. Tendo
como referência a Disciplina Positiva, faremos uma
reflexão sobre o papel da família no desenvolvimento
saudável de crianças, pois desejamos entregar para o
mundo filhos emocionalmente saudáveis, resilientes,
capazes, confiantes e como pais, sabemos de nossa
importância ao conduzir esse processo.
 Muitos pais me dizem: “Fui criada em uma educação
tradicional e desejo fazer diferente com meus filhos”. 
O papel dos pais no
desenvolvimento
socioemocional das crianças
Karoline de Sousa e Silva | CRP: 04/23100
50
 Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que
entender os princípios e critérios da Disciplina Positiva,
não é suficiente para conseguirmos colocar em prática
essa nova maneira de educar, conviver e estar no
mundo. O desejo em partir para a mudança é
importante, mas é somente o início de um processo
longo e que exige muita dedicação.
 Alguns passos que podem auxiliar os pais durante
esse processo são: mudança de mindset, compreender
as próprias emoções, buscar informação, estar
disponíveis e se sentirem encorajados para vivenciar o
processo também consigo e juntamente com os filhos.
 “Não só os filhos, como também os pais, precisam de educação
para saber lidar com os desafios de comportamento das crianças a
partir de novas atitudes que abrirão caminhos para relações mais
harmoniosas.” (Rudolf Dreikurs)
51
 Nossos filhos necessitam se sentir amados
independente de como são e do que venham a fazer ou
deixar de fazer. Necessitam ser tocados, pois abraços,
carinhos e beijos auxiliam na formação emocional da
criança. Necessitam de palavras encorajadoras, de afeto e
carinho, bem como de palavras de orientação.
 Necessitam também de tempo de qualidade com
os pais para estarem juntos, brincar, conversar e poderem
compartilhar seus sentimentos e emoções. 
 A forma como os pais lidam com as próprias
emoções, também constitui algo fundamental para que
consigam aplicar com eficácia a Disciplina Positiva com os
filhos. Saber manejar nossas próprias emoções, nos
auxiliará a ensinar e potencializar o processo de manejo
das emoções de nossos filhos. Jane Nelsen nos lembra que
muitos desafios de comportamento que frustram os pais
poderiam ser mudados se os adultos mudassem primeiro.
Contato | E-mail: karolinepsicologia@hotmail.com
 WhatsApp: (37) 99941-4354
52
 Considero que a maior herança que podemos deixar
para nossos filhos é oferecer recursos para que eles
consigam lidar com as tempestades da vida, com as
frustrações, com o desconhecido, com as relações
difíceis, dentre outros desafios. Enquanto pais, devemos
aprender a lidar com nossas próprias emoções e ensinar
aos filhos a manejar as suas, auxiliando-os a
desenvolverem habilidades de vida.
53
 Aprender a reconhecer as emoções, aprender a
nomeá-las, ensinar aos filhos formas adequadas de
expressá-las, buscar estratégias de autorregulação,
compreender que todas as emoções são passageiras e que
não existem emoções BOAS ou RUINS e que todas têm sua
função, nos traz a possibilidade de vivermos e nos
relacionarmos de forma congruente com nossos filhos,
com firmeza e gentileza, fazendo com que nossos desejos
e ações caminhem de mãos dadas rumo a uma
parentalidade encorajadora. Assim, podemos nos sentir
encorajados enquanto pais, nos tornando nossa melhor
versão e despertando o melhor também em nossos filhos.
@karolinepsicologia | recadopsi | karolinepsicologia
54
 As emoções fazem parte da nossa natureza e estão
presentes em todas as etapas da nossa vida. Elas são
reações ou respostas do nosso corpo a algum estímulo
do ambiente e são fundamentais para nossa
adaptação e sobrevivência. Muitas vezes nem
percebemos o que desencadeou a emoção, mas a
sentimos em nosso corpo. Por isso, podemos afirmar
que não é possível controlar o surgimento de uma
emoção, entretanto, é possível controlar as reações
geradas por ela. 
 Todas as emoções são importantes, não existindo
emoções boas ou ruins, certas ou erradas. Elas podem
ser mais agradáveis ou menos agradáveis de sentir,
mas são indispensáveis, pois estão nos transmitindo
alguma informação.
Alfabetizando as
emoções
Laura Alonso de Bem | CRP: 07/08605
55
A raiva, por exemplo, sinaliza que nos sentimos ofendidos,
injustiçados, desrespeitados ou agredidos, e tem o objetivo
de nos proteger e defender de quem nos ataca. A tristeza
indica que nos sentimos perdendo algo, desvalorizados, não
aceitos ou incapazes, e tem a intenção de demonstrar que
precisamos de cuidado, além de nos impelir a refletir sobre
nossos comportamentos e escolhas. E assim por diante, cada
emoção tem sua função e objetivo.
 Já nascemos experienciando emoções e sentindo seu
processo fisiológico no nosso corpo, como por exemplo:
nosso coração dispara quando sentimos medo, choramos
quando estamos tristes, mãos transpiram se estamos
ansiosos, rimos quando estamos felizes. Entretanto, a
capacidade de decodificar e traduzir essas sensações em
palavras não é inata. Desta forma, reconhecer e gerenciar as
emoções de forma saudável requer um aprendizado. Assim
como aprendemos a juntar as letras para formar palavras
que façam sentido e dêem um significado às coisas,
precisamos também ser alfabetizados emocionalmente, para
que possamos dar sentido às nossas emoções e adquirir
habilidades de gerenciá-las de forma produtiva.
56
Perceber a emoção da criança;
Reconhecer a emoção como uma oportunidade de
intimidade eorientação. É um momento de
demonstrar que devemos aceitar todas as emoções,
inclusive as desagradáveis, pois fazem parte da vida. É
uma ótima ocasião para fortalecer os laços afetivos;
 Pais, mães e cuidadores têm muitas oportunidades
de educar as emoções das crianças ao longo do dia.
Assumindo a função de preparadores emocionais de seus
filhos, podem conectar o que ocorre no corpo deles, com
a emoção que essas sensações representam. Segundo
John Gottman, esse processo compreende cinco etapas:
 Contato | E-mail: lauradebem@gmail.com
57
Ouvir com empatia e legitimar os sentimentos da
criança. Apenas escutar e validar a emoção, sem propor
soluções para a situação, muito menos afirmar que não
há motivos para se sentirem de tal forma;
Ajudar a criança a nomear as emoções, colocando em
palavras o que sentem no corpo, colaborando no
desenvolvimento de um vocabulário emocional;
Estabelecer limites e ao mesmo tempo ajudar a
encontrar soluções. É importante estabelecer limites ao
mau comportamento, deixando claro que a criança
pode sentir raiva e estar irritada, mas não pode bater
em alguém ou quebrar objetos, por exemplo. Também
deve-se identificar qual o objetivo do comportamento,
qual a necessidade da criança que não estava sendo
atendida. Então, juntos, buscar soluções razoáveis,
úteis e aplicáveis. Escolher uma solução e testá-la por
um período.
58
 Aprendendo a regular as emoções, a criança adquire a
capacidade de sentir qualquer uma delas, sabendo que
voltar a uma sensação de bem estar é uma questão de
tempo. Isso não evitará que tenha problemas, conflitos ou
frustrações, mas lhe permitirá passar por situações difíceis
e permanecer em pé, seguindo em frente.
 Pesquisas têm demonstrado que crianças que
desenvolvem inteligência emocional se tornam pessoas
mais felizes e bem sucedidas em várias áreas de sua vida.
Isso porque são capazes de conhecer e compreender suas
emoções, podendo lidar com elas de forma consciente,
evitando respostas automáticas e estabelecendo
interações sociais muito mais empáticas.
 Ser pai e mãe preparadores emocionais exige dedicação
e paciência. É necessário demonstrar verdadeiramente
respeito e compreensão pelos sentimentos das crianças,
ouvindo-as e enxergando as situações pela ótica delas. Os
pais e mães que conseguirem desempenhar essa função
estarão entregando a seus filhos um legado precioso.
Desejo a você sucesso e muitas emoções nesta caminhada!
59
 @parentalidade.viapsi
 Em Disciplina Positiva não utilizamos punições e
recompensas como uma maneira de educar porque o
objetivo é auxiliar as crianças a desenvolverem
habilidades sociais e de vida. Muitas pessoas, pais ou
não, tem a convicção de que punição funciona
porque, no geral, foi assim que aprendemos. É
preciso estarmos atentos, pois é muito comum que
sejamos enganados pelos resultados em curto prazo.
A punição funciona se considerarmos que ela
interrompe o mau comportamento da criança
imediatamente, mas e a longo prazo? Os efeitos
podem ser extremamente negativos.
Por que não educar com
punições e recompensas?
Veronica Pereira dos Reis | CRP: 01/21296
60
Ressentimento – “Isso não é justo. Eu não posso confiar
nos adultos.” 
Retaliação – “Eles estão ganhando agora, mas eu vou me
vingar.” 
Rebeldia – “Eu vou fazer exatamente o contrário para
provar que eu não tenho que fazer do jeito deles.” 
Recuo - a) Dissimulação: “Eu não vou ser pego da
próxima vez.” b) Redução da autoestima: “Eu sou uma
pessoa ruim.”
 A punição (dor, sofrimento, humilhação) é uma ferramenta
de controle externo que desencadeia na criança: 
61
 A recompensa funciona do mesmo modo! Não
estimula o bom comportamento da criança pela dor e
ameaça, mas por meio de prêmios e gratificações.
Punições e recompensas não ensinam o que as crianças
devem fazer. 
 Crianças são naturalmente colaborativas, querem se
sentir úteis, mas a punição acaba desencorajando e a
recompensa tira esse poder legítimo dos pequenos
contribuírem com as necessidades da família. Mas e
agora? O que eu faço se às vezes vou na linha da punição
e outras vezes na linha da recompensa?
 Experimente essas ferramentas da Disciplina Positiva
como alternativas mais respeitosas e encorajadoras:
Contato | E-mail: vepereira.reis@gmail.com
 WhatsApp: (61) 98122-7902
62
Organize um quadro de rotinas junto com a criança:
Envolva as crianças na discussão das tarefas que
precisam ser feitas. Escute seu filho e leve em
consideração a sua opinião. Rotinas possibilitam que
elas se concentrem mais nas necessidades da situação.
Permitem que elas desenvolvam comportamentos
mais colaborativos porque elas passam a ver a sua
rotina com antecedência. É importante que a criança
veja na prática que cada membro da família tem
responsabilidades individuais e também relacionadas
ao grupo.
63
Pausa Positiva: As pessoas agem melhor quando se
sentem melhor. Por isso, é uma excelente alternativa
aos castigos e útil tanto para os pequenos quanto para
os pais.
 A partir dos 6 anos de idade, além da sequência de
atividades, pode ser colocado também o horário em que
cada atividade deve ser feita. Utilizem a criatividade!
ATENÇÃO: o quadro de rotinas não deve ser
extremamente rígido. Imprevistos acontecem, por isso,
quando colocar um horário, deixe alguns minutos como
margem. Também não deve ser confundido com quadro de
incentivo. Não é necessário dar estrelinhas, “carinhas
felizes” ou recompensas porque o que queremos é que a
criança aprenda que colaborar é bom para todos e faz
parte da vida. Reserve um tempo para treinar a criança na
nova rotina e pratique o acompanhamento através de
perguntas que estimulem a curiosidade: “Filha, o que
precisa ser feito depois do banho?”
@pais_des_orientados
64
 Consiste em uma pausa para reintegrar o cérebro e
ajudar as crianças e adultos a se acalmarem antes de
resolver qualquer conflito. Montem esse espaço juntos e
deixe que a criança decore e arrume do jeito que quiser.
Peça que ela escolha um nome para esse lugar e quando a
criança estiver nervosa, pergunte: “Te ajudaria ir para o
seu “Canto da Paz?”. Caso ela esteja muito irritada e
resistir, experimente: “Quer que eu vá com você?” Se
ainda assim a resposta for negativa, que tal tentar: “Tudo
bem, filho. Eu vou lá me acalmar um pouco e depois volto
para conversarmos.” Lembre-se de que você é modelo
para o seu filho. Começar a substituir as punições e
recompensas por alternativas mais respeitosas e
condizentes com as necessidades de todos pode ser difícil
no início, mas é possível. Para isso, é preciso adquirir a
coragem para modificar nossas crenças a respeito das
punições e recompensas na educação das crianças.
Educar é sobre relacionar-se!
65
Ansiedade Infantil: como
utilizar ferramentas práticas
para encorajar e acalmar a
ansiedade dos pequenos
 De repente seu filho ou filha, aquela criancinha
linda, começa a apresentar comportamentos de choro,
ataques de raiva, aparentemente sem motivos. Passa a
ter comportamentos de agarrar-se, encolher-se, evitar
ou paralisar em situações sociais. Você não entende o
que pode estar acontecendo, afinal você não consegue
encontrar uma justificativa para tais comportamentos.
 Papais e mamães fiquem calmos, isso pode ser
ansiedade social. Então você deve estar se perguntando:
O que é ansiedade social? O que posso fazer para ajudar
meu filho? É sobre esse tema que vamos abordar neste
capítulo.
Andréa dos Santos Silva Armôa | CRP: 14/07595-4
66
 A ansiedade em crianças e jovens se constitui como um
sentimento comum que faz parte de todos os seres humanos
e ajuda em situações as quais é necessário se preparar para
um acontecimento, como por exemplo estudar para prova. 
 Entretanto, se for vivenciado de forma excessiva e
contínua pode gerar efeitos significativos no funcionamento
diário, causando impacto no desenvolvimento da criança,
em suas interações sociais de amizades, nas relações
familiares e pode interferir na capacidadede aprendizagem.
67
 A ansiedade social é um medo ou ansiedade
acentuados ou intensos de situações sociais nas quais a
criança pode ser avaliada pelos outros. Em crianças, o
medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os
pares e não apenas durante interações com os adultos.
Quando exposto a essas situações sociais, a criança tem
medo de ser avaliada negativamente, medo de ofender os
outros ou ser rejeitada como consequência.
 A Disciplina Positiva enfatiza a importância do
encorajamento, bem como, da preparação emocional das
crianças. Rudolf Dreikurs ressaltava que o encorajamento
é a habilidade mais importante que adultos deveriam
aprender para ajudar as crianças. Nesse sentido a melhor
maneira de ajudá-las a lidar com a ansiedade é por meio
do encorajamento e da preparação emocional. Quando o
desencorajamento é removido, a motivação para
sentimentos e comportamentos equivocados também
desaparecem.
 A seguir destaco algumas sugestões práticas para
encorajar e estimular a preparação emocional do seu filho
perante o sentimento de ansiedade.
68
Acolha o sentimento da criança: ouça com empatia e
legitime os sentimentos da criança. Preste atenção na
linguagem corporal, expressões faciais e aos gestos da
criança. Significa também não tentar dar conselhos ou
explicar logicamente a situação.
Nomear e verbalizar as emoções: as emoções geram
reações fisiológicas que podem gerar medo na criança.
Quando conseguimos descrever em palavras aquilo
que estamos sentindo ou fazer essa nomeação para a
criança, causa um efeito tranquilizador e age no
sistema nervoso como um calmante.
Pausa positiva: é importante envolver a criança na
criação de um espaço que as ajude a se sentir melhor
principalmente quando se sentir ansiosa. Pode incluir
almofadas macias, música, bichinhos de pelúcia,
bolinha de sabão. Ensine e pratique com a criança
técnicas de respiração profunda, técnicas de
relaxamento. Deixe-as dar um nome ao espaço da
pausa positiva (cantinho do bem-estar, cantinho do
relaxamento).
69
Dê ênfase aos pontos fortes e não aos fracos: Invista
tempo e energia focando, reconhecendo e encorajando
os aspectos positivos da criança.
Foque na melhora dos sintomas, não na perfeição:
perfeição é uma expectativa irreal, além de ser muito
desanimador para a criança que sente que deve estar
à altura dela. Crianças preferem não tentar do que
viver o desencorajamento constante. Reconhecimento
de melhora é encorajador e as inspira a continuar com
seus esforços.
Programe um tempo especial: dedique um tempo
especial para passar com a criança. Reserve pelo menos
dez minutos do dia para brincar com a ela. Essa interação
proporciona uma conexão saudável com a criança e a
ajuda a lidar melhor com sua emoção.
 Contato | WhatsApp: (67) 99264-5696 
70
 As ferramentas destacadas podem ajudar o seu
pequeno a lidar melhor com as situações de ansiedade, a
desenvolverem habilidades de vida e inteligência
emocional. Mas nada substitui uma parentalidade gentil e
firme ao mesmo tempo para o desenvolvimento saudável
da criança.
 “Crianças precisam de encorajamento, assim como as plantas
precisam de água”. (Rudolf Dreikurs)
71
 É no seio da família que se inicia tudo na vida de
qualquer criança. No livro Inteligência Emocional,
Daniel Goleman afirma que a vida em família é a
nossa primeira escola para o aprendizado emocional,
nesse caldeirão íntimo aprendemos como nos sentir
em relação a nós mesmos e como os outros irão
reagir a nossos sentimentos, aprendemos como
avaliar nossas emoções e como reagir a elas.
 As crianças começam a compreender a si mesmas
e a construir sua própria personalidade na infância e
os pais exercem papel fundamental nesse contexto.
 Através de seus estudos, John Gottman menciona
que existem três tipos de pais que tratam
incorretamente as emoções de seus filhos, são eles:
A influência da
inteligência
emocional dos pais na
educação dos filhos
Maria de Lourdes de Almeida Viana | CRP: 02/15069
72
1) Pais Simplistas: Que não dão importância aos anseios dos
filhos, chegam ao ponto de ignorar ou banalizar as emoções
negativas dos mesmos;
2) Pais Laissez-faire: Existe uma “falsa” aceitação das
emoções dos filhos, demonstram empatia por eles, contudo
não existe orientação e limites;
3) Pais desaprovadores das emoções: Chegam a punir as
crianças por sentirem emoções negativas.
73
 Ele também faz referência aos pais “Preparadores
Emocionais”, que aceitam as emoções dos filhos, sejam
elas positivas ou negativas, e veem as situações do
cotidiano como oportunidades para aprendizagem. Por
isso a importância da inteligência emocional dos pais,
pois a criança aprende, pelo exemplo, muito mais do que
pela repetição de palavras. Quando eles a tratam com
gentileza e firmeza, automaticamente fica claro que ela é
amada, aceita e valorizada, assim a leitura que ela faz de
si mesma é respeitosa e carinhosa.
74
 Contudo, para que os pais promovam efetivamente
o desenvolvimento emocional dos filhos será preciso
desenvolver o processo de empatia. Para ficar claro o
conceito, afirmamos que empatia é a capacidade que o
indivíduo tem de perceber e entender as suas emoções e
as dos outros. Quando a criança vê o exemplo dos pais no
comportamento empático, através do relacionamento
entre si, com os irmãos e com a sociedade, percebe que
existe a combinação da fala e da ação, quando isso
ocorre os pais tornam-se um “deles” pelo acolhimento
oferecido, pela crítica não efetuada e pela compreensão
das experiências, ocorrendo um sentimento de amparo,
segurança e confiança.
Ouça: Permita que ela se expresse, não tente
adivinhar o que ela quer. Expressar as emoções
desenvolve segurança, construção do pensamento e
autonomia da fala;
Pare: Ela precisa de seu tempo, se não puder atendê-
la naquele momento, diga para ela o motivo e sinalize
o momento que será essa fala, deixando claro que o
que ela quer dizer é importante;
 É interessante ressaltar que isso ocorre justamente
porque temos os chamados neurônios-espelho que são
responsáveis pela capacidade de fazermos uma leitura
do ambiente compreendendo o significado de cada ação
executada, eles são ativados quando vemos o
comportamento ao nosso redor. Então, elencarei aqui 4
ações que ajudarão a construir relacionamentos
saudáveis com as crianças a partir da inteligência
emocional:
75
Olhe: Não apenas a criança, mas seu entorno a fim de
que consiga compreender o todo.
Aja: A sua resposta diante do fato deve ser clara e
objetiva, permitindo que a mesma desenvolva
autonomia e autoestima.
 Pais emocionalmente aptos, ou seja, “preparadores
emocionais”, contribuem significativamente com o
desenvolvimento da inteligência emocional dos filhos.
Contato | Whatsapp: (87) 99670-2761 | Instagram: @Lourdesvianapsi
76
A relevância da
psicoeducação, para pais,
professores e cuidadores, no
processo de educação de
crianças com deficiência
 É preciso saber diferenciar e separar os sintomas de
uma deficiência dos de um mau comportamento, esse
conhecimento faz toda diferença para uma educação gentil
e firme como propõe a Disciplina Positiva.
 Para Alfred Adler, todos nós temos uma grande
necessidade de pertencimento, aceitação e importância. É
fundamental entender que as crianças com deficiência
têm as mesmas necessidades de se sentirem aceitas e
importantes como qualquer outra criança, e que os
sintomas da deficiência não anulam esse fator
importantíssimo para um desenvolvimento socioemocional
satisfatório. Independente de qual seja a deficiência ou
seus sintomas, os comportamentos são baseados nessas
percepções de como se sentirem aceitas e amadas.
Valdenilde Santos Lago | CRP: 03/17145 | por Ana Lago
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 É preciso ter clareza para distinguir quais os
comportamentos que estão associados à deficiência, e quais
os provocados por crenças equivocadas, para lidar de uma
forma firme e gentil.Assim sendo, alguns comportamentos
“errôneos” das crianças com deficiência são “erros”
inocentes.
 Buscando formas claras de se fazer entender por essa
criança, uma vez que a deficiência pode comprometer a
comunicação, a Disciplina Positiva traz possibilidades de
aprendizagem de novos comportamentos, que proporcionam
o senso de aceitação, importância e pertencimento.
 É uma linha muito tênue entre esses pontos cruciais:
acolher as deficiências da criança e ao mesmo tempo,
encorajá-la a desenvolver autonomia. Existe o perigo de que
por boas intenções, a família, cuidadores ou a escola
terminem fazendo mais por elas do que o que elas precisam,
roubando delas a oportunidade de se desenvolverem.
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 Utilizando a analogia do iceberg, para interpretar o
que a criança quer comunicar com tal comportamento, é
possível entrar no mundo da criança, encorajá-la e
incentivá-la a ter autonomia e independência por meio de
treinamento.
 Só com empatia e dedicação de tempo, não só para
ouvir, mas para conseguir se conectar de fato com essa
criança, é que é possível educar com gentileza e firmeza.
Aproveitando de forma respeitosa os erros provenientes
das crenças equivocadas (e não os erros inocentes) para
ensinar novos valores sociais e habilidades de vida, para
tomada de decisões assertivas, que prepararão essa
criança para uma vida mais produtiva, construtiva e feliz.
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 Organizar uma rotina junto com a criança, validando seus
gostos e desgostos, observando de forma respeitosa a sua
individualidade, proporcionará sentimentos de estabilidade e
segurança, organização, espaço-temporal e minimizará o
estresse, ajudando-a a ter tranquilidade, evitando assim que
ela fique desorganizada emocionalmente.
 A Disciplina Positiva busca orientar e acolher pais,
professores e cuidadores de crianças com deficiência
utilizando ferramentas como: análise do temperamento,
compreensão dos objetivos equivocados, empatia, pausa
positiva, dentre outros recursos que, somados a outros
conhecimentos de uma equipe multidisciplinar, ajudarão na
compreensão dos papéis no processo de desenvolvimento,
encorajando e ajudando no desenvolvimento de um bom
caráter e competências de vida.
@psi-analago | Acolhimento Familiar 
80
Contato | WhatsApp: (71) 99320-1443 | E-mail: psianalago@gmail.com
 Podemos concluir então que existem dois pólos bem
distintos, que precisam muito ser evitados para promover
uma educação satisfatória: mimar e superproteger, o que
faz com que as crianças cresçam sem aprender a lidar com
frustrações e desapontamentos e não desenvolvam
autonomia; e outro que é deixar de defender os direitos das
crianças com deficiência, não se importando com os
sentimentos dela, não se interessando em se conectar com
essa criança e não validando os seus sentimentos.
 Buscar essa consciência é o caminho para educar de
forma gentil e firme como a Disciplina Positiva propõe.
Gostaria de dedicar esse capítulo a Kael de nove anos de idade,
que foi minha inspiração.
 
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 Educar filhos não é uma tarefa simples. Quando
o diagnóstico do TDAH está presente, essa tarefa pode
se tornar ainda mais desafiadora. Muitos pais
enfrentam dificuldades em relação aos
comportamentos do seu filho com TDAH, gerando, às
vezes, uma sensação de impotência e de fragilidade. Se
você se sente assim, saiba que não está sozinho,
certamente há outros pais com o mesmo sentimento.
Neste texto, vamos ver algumas estratégias simples
mas eficazes para o dia a dia, que poderão lhe ajudar a
educar o seu filho com maior confiança, e ao mesmo
tempo, encorajando-o para que este consiga lidar de
formas mais apropriadas frente às dificuldades que
encontrar.
Educando uma criança
com TDAH com confiança
e encorajamento
Grasiela Cecatto | CRP: 07/14221
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“desatento”: quando a criança é facilmente distraída
por estímulos externos, trazendo-lhe prejuízos
atencionais; 
o “hiperativo-impulsivo”: quando a criança apresenta
uma agitação motora e desconforto em ficar parado
por muito tempo; 
o“misto”: que combina esses dois grupos de
características, e é o mais comum.
 Primeiramente, é preciso compreender que o TDAH é
um transtorno do neurodesenvolvimento, isto é, uma
alteração funcional das atividades neuronais que pode
se manifestar de formas distintas e sintomas variados.
Há três tipos:
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 É compreensível que receber um diagnóstico de um
filho pode ser assustador. A sugestão é: encare-o como
um ponto de partida, e que lhe ajudará a conhecer
melhor o “jeito de ser” do seu filho, tornando mais fácil
então, junto de outros familiares e da escola, saber
melhor quais são as suas potencialidades, e quais são as
habilidades que ele precisa aprender. Busque se
aproximar do seu filho, descobrir quais são seus gostos,
opiniões, como prefere brincar. A aproximação de vocês
é fundamental para o vínculo, mas também para que
você possa ajudá-lo a perceber e enxergar melhor quais
são as próprias qualidades e potenciais. Não deixe a
pergunta “o que há de errado com meu filho?” tomar a
sua mente, e sim, ao invés disso, procure pensar “o que
há de certo com o meu filho”?
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 Pense que ao acentuar as suas qualidades, você
não negará as suas dificuldades e comportamentos
impróprios, mas com certeza contribuirá para o
relacionamento de vocês. Celebre os seus sucessos.
Compare-o com ele mesmo, e não com outras crianças,
para que possam perceber melhor a sua própria
evolução. Mantenha uma rotina organizada. Isto o
ajudará a se organizar mentalmente em termos de
horários e tarefas a cumprir. Façam uso de uma agenda,
um caderno, ou um quadro de atividades da criança.
Facilite o ambiente da casa através de pistas visuais:
faça uso de um mural de avisos, use post-its, etc. Isto
estimulará a sua atenção e foco.
 Chame-o para construir juntos essas ferramentas.
Se perceber que ele está “fugindo” do foco durante uma
conversa, busque alternativas como, por exemplo, um
toque suave em seu ombro para lembrá-lo de “voltar”.
Combine isso previamente, como um código de vocês.
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 Da mesma forma, para as horas de agitação,
tenham uma alternativa. Por exemplo, se ele fica muito
agitado na mesa durante as refeições ou em outra
situação, ofereça-lhe um objeto para “compensar” essa
agitação e auxiliar no controle de impulsos, como uma
borracha para apertar, ou uma “garrafinha da calma”.
Essas estratégias também podem ser combinadas com a
professora para uso em sala de aula.
Contato | E-mail: grasicecatto@yahoo.com.br
WhatsApp: (51) 99746-7227
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 Antecipe situações de conflito. Tente descobrir o que
o deixa irritado, o que não gosta. Frustrações são inevitáveis
e também necessárias para o desenvolvimento saudável. Se
o seu filho reage com muita intensidade, procure dialogar
com ele, de forma gentil, mas firme. Mas não adiantará
insistir se a raiva tomar conta. Nesse caso, use a “pausa
positiva”. Diferente do “cantinho do castigo”, a pausa
positiva é um momento em um lugar que a criança se sente
bem, tranquila e se “reconecta” consigo. Deve ser um lugar
construído em conjunto com a criança, com coisas que ela
goste. Durante o conflito, pergunte ao seu filho se o ajudaria
ir até o seu lugar especial para que possa se acalmar. Tenha
você também o seu momento positivo, o seu lugar de calma.
É um autocuidado, necessário para você também nesses
momentos difíceis.
 Solicite ou dê instruções de forma breve e objetiva. Se
a criança não lhe atender, não use meios punitivos. Punição
está ligada com a ideia de “pagamento”, pagar por um
suposto dano causado. O que queremos é aprendizado e
encorajamento, afinal, aprender com a experiência é o que
de fato contribuirá para o surgimento de novas habilidades.
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 Envolva-o na resolução de problemas. Isso incentivará
a responsabilidade, colaboração e comunicação dentro
da família. Faça uma parceria com a escola. Será
importante para criança perceber quetodos estão
envolvidos para o seu crescimento e bem estar. 
 Por fim, acredite no futuro do seu filho. Tenha
expectativas sobre sua capacidade de superação e suas
qualidades. Isso motivará vocês e, por consequente,
você estará o encorajando em sua autonomia e
singularidade, para que se torne um adulto saudável e
feliz.
@terapiacombrinquedo | terapiacombrinquedo
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Educação Positiva
conectando pais e filhos
para uma melhor
aprendizagem
 Ao longo de dez anos de trabalho em uma
escola privada como psicóloga escolar, acolhendo
os pais com uma escuta diferenciada, sempre
ouço sobre os desafios que os mesmos enfrentam
em ajudar os filhos na realização das tarefas
escolares. Alguns relatam sentimento de
incapacidade, que se intensifica principalmente
quando a criança tem alguma dificuldade de
aprendizagem ou simplesmente tem uma demora
maior no seu processo de alfabetização.
Janaína Fabíola Nascimento Brandão | CRP: 09/6701
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 A educação infantil é um momento lindo e
importante na infância, período onde a criança passa
enxergar o outro e não só os seus cuidadores, começa a
desenvolver suas habilidades sociais. Quanto mais leve e
lúdico este processo, melhor a aprendizagem acontece.
Porém neste momento alguns pais se deparam com a
sua própria criança interior ferida, que pode ter sido
muito cobrada no ambiente familiar, por ter
apresentado dificuldades como: dislexia, discalculia,
TDAH, e outros. Quando eles se deparam hoje com os
filhos, enfrentando as mesmas dificuldades a maioria diz
que não consegue ajudá-los e se sentem “travados”. Não
sabem o que fazer, às vezes se pegam repetindo algumas
atitudes que anos atrás os seus genitores tiveram para
com eles, as quais prometeram nunca reproduzi-las com
os filhos e acabam se frustrando quando se encontram
com as mesmas práticas.
 É necessário que os pais busquem ter uma
conexão com seus filhos, de maneira que mostre a eles
que os erros fazem parte e servem para adquirir
conhecimento.
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 Esta conexão pode ocorrer quando os pais
verbalizam suas experiências do passado no contexto
escolar, revelando também suas dificuldades, pois desta
maneira é possível criar uma sintonia e a criança vai se
sentir compreendida e pertencente. Abre-se um espaço
para que ela não se cobre tanto, diminuindo assim o
sofrimento, pois os filhos geralmente querem agradar os
pais e atender às expectativas destes.
 Segundo Adler “a confiança em sua própria força
é o maior fator do desenvolvimento intelectual das
crianças. A autoconfiança de uma criança, sua coragem
pessoal, é seu maior dom. Crianças corajosas, mais
tarde, não esperarão que seus destinos sejam regulados
por eventos exteriores, mas sim por sua própria força.”
 Contato | E-mail: janared.f@gmail.com 
 WhatsApp: (61) 99186-3411
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Diga à criança que ela é capaz, mesmo que não seja fácil.
A maioria das crianças que possuem dificuldades,
acreditam que aprender é muito difícil e que por isso
não são capazes. Seja gentil e mostre respeito para com
ela.
Evite compará-lo com os colegas da turma, irmãos,
primos porque a maneira como cada um adquire o
conhecimento é única. E caso a própria criança faça essa
comparação desvalorizando-se, olhe para aquilo que ela
faz de melhor, nomeie para que ela se sinta acolhida e
importante.
Crie uma rotina e um ambiente de estudo no qual ela
também possa participar opinando quanto aos dias,
hora e disciplinas. Que não seja algo imposto, mas sim
construído juntos.
E quando a criança disser que não sabe ou que não
consegue, diga a ela que sente muito por ainda não
saber o conteúdo, e que acredita na capacidade dela.
Em cada resultado, independente de ser assertivo ou
não, encoraje a criança valorizando o processo, o
esforço e empenho que ela teve. Encorajar é diferente
de elogiar, pois o elogio só é dado mediante aos
resultados positivos, ou seja, quando se gosta do
resultado final.
 Algumas atitudes de encorajamento para desenvolver a
autoconfiança na aprendizagem:
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 A Disciplina Positiva defende a ideia de que é
possível educar utilizando o respeito, a empatia, o
exemplo, a gentileza, a promoção da autonomia, sem
deixar de estabelecer limites. Ensina que é possível
encorajar as crianças não fazendo por elas aquilo que são
capazes de fazer sozinhas, pois quando fazemos demais
roubamos delas a oportunidade de desenvolverem a
crença de que são capazes.
 Ensina a encarar os erros sempre como uma
possibilidade para se melhorar, fazendo a separação da
ação e do agente, ou seja, o fracasso é só a falta de
habilidade, não afeta de modo algum o valor da pessoa.
 @psicoijana
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 Como você se sente quando a sua rotina muda? Ou
quando você não sabe como vai ser aquela nova
situação no trabalho? E se você não tivesse no seu
trabalho nem horário para chegar, nem para sair, nem
horário certo para o almoço e intervalos, como você se
sente ao imaginar uma cena dessas?
 Na vida da criança a rotina também é muito
importante porque a rotina dá previsibilidade no que vai
acontecer nos próximos momentos, e isso também
aumenta o senso de segurança para a criança. A rotina
ajuda a criança a saber o que vai acontecer nas próximas
horas, também é essencial porque ajuda a organizar a
rotina do dia e da noite, e com isso tanto as horas de
alimentação, sono, lazer e momentos livres já estão
organizados, evitando os aborrecimentos como birras e
as disputas de poder, de não querer dormir, ou dormir
até tarde, de não realizar as atividades diárias, e o
próprio estresse que a falta de organização causa na
criança.
A importância da rotina
na vida das crianças
Léia da Rosa dos Santos | CRP: 08/22524
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 O sono é algo fundamental na vida da criança para o seu
desenvolvimento saudável, ele atua no crescimento e na
formação de memória, então as horas de sono são essenciais,
porém é preciso que tenha uma rotina de sono para melhor
adaptação desse momento, compreendendo quais atividades
podem anteceder o momento de ir dormir, isso ajuda a criança
diminuir o nível de agitação e ir entrando no ritmo para o
descanso. Exemplo de uma rotina de sono pode ser tomar
banho, realizar uma refeição leve, escovar os dentes, ler uma
história ou ter um momento de compartilhar como foi o dia,
qual foi o momento mais feliz e qual o momento mais triste; e
então se despedir do filho com um abraço.
 Um recurso que pode ser feito com a colaboração da
criança é um quadro de rotinas no qual, com ajuda dela, você
vai pedir que ela liste ou fale quais atividades são realizadas
de dia logo pela manhã, quais atividades são feitas na hora do
almoço, atividades que são feitas à tarde, atividades que são
feitas à noite antes de dormir, e com essa lista pronta é
interessante criar um quadro com todas essas atividades, você
e a criança podem decidir como confeccionar esse quadro:
desenhos, escrita, figuras, recortes. Outra opção mais
elaborada é tirar fotos da criança realizando a atividade e
colocar no quadro de rotinas.
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 Esse quadro de rotinas é um organizador para a
criança, a ajuda no planejamento das atividades futuras,
por exemplo se a criança tem aula de manhã e precisa
acordar cedo que tal à noite ajudá-la a organizar o material
que vai levar para a escola, e a roupa que vai usar na
manhã seguinte, com isso também evita aborrecimentos de
decidir qual roupa usar em cima da hora.
 Quando as crianças auxiliam no quadro de rotinas,
elas se sentem pertencentes porque elas colaboraram com
a construção de cada item, participando das atividades que
serão realizadas, além disso, os pais nessa atividade
compartilharam o poder através da cooperação dos
pequenos. Os pais podem usar o quadro de rotinas para
pontuar, por exemplo, “De acordo com o seu quadro de
rotina o que precisa ser feito agora?”, e provavelmente os
pais não precisarão falar o que vai acontecer porque a
criança mesmo identifica através das figuras ou imagens
qual é a atividade que deverá ser feita

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