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LC 840 - SISTEMA REMUNERATÓRIO

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Detalhando um pouco mais... 
Importante destacar que o Supremo Tribunal Federal13 entende que, se o servidor ou aposentado 
recebeu de boa-fé os pagamentos indevidos efetuados pela Administração, não há necessidade de 
reposição, haja vista a presunção de legalidade do ato administrativo e o caráter alimentar das parcelas 
salariais. 
Vantagens 
Vantagens são as parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento básico do servidor em decorrência de uma 
situação fática previamente estabelecida na norma jurídica pertinente. Presente a situação fática prevista na 
norma, fica assegurado ao servidor o direito subjetivo a receber o valor correspondente à vantagem14. 
As vantagens previstas na LC 840/2011 se dividem em (art. 74): 
§ Gratificações 
§ Adicionais 
§ Abonos 
§ Indenizações 
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito, ou seja, jamais 
integram a remuneração do servidor. Já as gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou 
provento (isto é, compõem a remuneração), nos casos e condições indicados em lei. 
Lembrando que não é permitido o chamado “efeito cascata”, em que uma vantagem incide sobre outra; o 
correto é que, em regra, cada vantagem incida apenas sobre o vencimento básico (art. 75). 
A LC 840 distribui as gratificações, adicionais, abonos e indenizações em várias subcategorias de 
vantagens, a saber: vantagens permanentes relativas ao cargo; vantagens relativas às peculiaridades de trabalho; 
vantagens pessoas; vantagens periódicas ou eventuais e vantagens de caráter indenizatório. Vejamos. 
Vantagens permanentes relativas ao cargo 
As vantagens permanentes relativas ao cargo, criadas por lei, compreendem as gratificações e os adicionais 
vinculados aos cargos de carreira ou ao seu exercício (art. 76). Um exemplo seria uma Gratificação de 
Desempenho de Atividade Tributária, para o cargo de Auditor Fiscal. 
 
 
13 RE 450.458/DF 
14 Carvalho Filho (2014, p. 750). 
 
 
 
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Vantagens relativas às peculiaridades de trabalho 
A LC 840/2011, prevê as seguintes vantagens relativas às peculiaridades de trabalho: 
§ Gratificação de Função de Confiança e Vencimentos de Cargo em Comissão 
§ Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade 
§ Adicional por Serviço Extraordinário 
§ Adicional Noturno 
Essas vantagens não decorrem da natureza do cargo, e sim das peculiaridades da situação em que o cargo 
é exercido. Vejamos. 
Gratificação de Função de Confiança e Vencimentos de Cargo em Comissão (arts. 77 a 78) 
Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento ou em 
cargo de provimento em comissão é devida gratificação pelo seu exercício, sem prejuízo da remuneração ou 
subsídio do cargo efetivo. 
A gratificação corresponderá: 
§ ao valor integral da função de confiança para a qual foi designado; 
§ a 80% dos vencimentos ou subsídio do cargo em comissão por ele exercido, salvo disposição legal em 
contrário. 
O servidor efetivo pode optar pelo valor integral do cargo em comissão, hipótese em que não pode perceber 
o subsídio ou a remuneração do cargo efetivo. 
O servidor ou empregado requisitado de qualquer órgão ou entidade dos Poderes do Distrito Federal, da 
União, de Estado ou Município também faz jus à gratificação de função de confiança ou aos vencimentos do cargo 
em comissão. 
Adicionais de insalubridade e de periculosidade (arts. 79 a 83) 
Esse adicional é devido ao servidor que trabalhe com habitualidade: 
§ em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas (ex: servidor que 
trabalha com raio X ou em minas de carvão); 
§ em circunstâncias que o coloca em risco de vida (ex: servidor que conserta redes de alta tensão). 
No primeiro caso, a vantagem denomina-se adicional de insalubridade e, no segundo, adicional de 
periculosidade. 
O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, ou 
seja, eles não podem ser recebidos cumulativamente. 
As condições aptas a justificar o recebimento dos adicionais serão aquelas estabelecidas nas normas legais 
e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral, observados os seguintes percentuais, incidentes sobre 
o vencimento básico: 
§ 5%, 10% ou 20%, no caso de insalubridade nos graus mínimo, médio ou máximo, respectivamente; 
§ 10%, no caso de periculosidade. 
 
 
 
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A gratificação por trabalhos com raios X ou substâncias radioativas é concedida no percentual de 10%. Já o 
adicional de irradiação ionizante deve ser concedido nos percentuais de 5%, 10% ou 20%, na forma do 
regulamento. 
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade tem a finalidade de compensar os riscos a que o servidor 
se expõe no exercício de suas funções, enquanto esses riscos efetivamente existem. Assim, ao ser removido e 
deixar de exercer atividade em local ou com material de risco para a saúde, o servidor perde a condição de 
destinatário dessa parcela de remuneração. 
A lei determina que haja controle permanente da atividade de servidores que labutam em operações ou 
locais considerados insalubres ou perigosos. A servidora gestante ou lactante deverá ser afastada de exercer suas 
funções nessas condições, enquanto durar a gestação e a lactação. 
Adicional por serviço extraordinário (art. 84) 
O serviço extraordinário corresponde à chamada “hora extra”, ou seja, o serviço executado além da jornada 
ordinária de trabalho. Serve para tender a situações excepcionais e temporárias do serviço, limitado a até duas 
horas. 
O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. 
Adicional noturno (art. 85) 
O adicional noturno é devido pela prestação de serviço em horário compreendido entre 22 horas de um dia 
e 5 horas do dia seguinte. 
Em atendimento ao preceito constitucional de que a remuneração do trabalho noturno deve ser superior à 
do diurno, a LC 840/2011 estabeleceu que o valor do adicional corresponde ao valor da hora normal acrescido de 
25%. A hora noturna será computada como o período de “cinquenta e dois minutos e trinta segundos”. Assim, por 
exemplo, o período de trabalho entre 22h às 5h, correspondente a 7 “horas diurnas”, equivaleria a 8 “horas 
noturnas”15. 
Em se tratando de serviço extraordinário prestado no horário noturno, ou seja, fora da jornada comum do 
servidor, os respectivos adicionais são calculados cumulativamente. Dessa forma, o adicional noturno de 25% 
será calculado sobre a hora de trabalho já aumentada dos 50% do adicional por serviço extraordinário. O acréscimo 
da hora extraordinária prestada em horário noturno será, assim, de 87,5%. 
Vantagens pessoais 
Consideram-se pessoais as parcelas da remuneração que dependam da situação individual de cada servidor 
perante a Administração Pública. 
São vantagens pessoais previstas na LC 840/2011: 
§ Adicional por Tempo de Serviço 
§ Adicional de Qualificação 
§ Vantagens Pessoais Nominalmente Identificáveis 
 
15 O cálculo é o seguinte: 7 horas x 60 minutos = 420 minutos ÷ 52,5 minutos = 8 horas noturnas 
 
 
 
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As vantagens pessoais, uma vez adquiridas, incorporam-se à remuneração (art. 87), ou seja, são devidas ao 
servidor ainda que ele mude de cargo. 
Adicional por tempo de serviço (art. 88) 
O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 1% sobre o vencimento básico do cargo de provimento 
efetivo por ano de efetivo serviço. Assim, se o servidor possui 5 anos de efetivo serviço no DF, tem direito a 
receber 5% do vencimento básico a título de adicional por tempode serviço. 
O adicional de tempo de serviço é devido a partir do mês em que o servidor completar o anuênio. 
Adicional de qualificação (art. 89) 
O adicional de qualificação destina-se a remunerar a melhoria na capacitação para o exercício do cargo 
efetivo. Os conteúdos dos cursos de qualificação devem guardar pertinência com as atribuições do cargo efetivo 
ou da unidade de lotação e exercício. 
A LC 840/2011 preceitua que o adicional de qualificação deve ser “instituído por lei específica”. De fato, quem 
cumpriu esse papel foi a Lei 4.426/2009. 
Segundo o art. 27 dessa lei, a adicional de qualificação terá como base de cálculo o valor de referência de 
R$ 2.800,00 e será devido ao servidor que possuir certificados de capacitação conforme disposto abaixo, desde 
que guardem pertinência com as atribuições do cargo ocupado ou da unidade de lotação e exercício: 
§ 4% para os certificados de capacitação cujas cargas horárias somadas totalizem, no mínimo, 120 horas; 
§ 3% para os certificados de capacitação cujas cargas horárias somadas totalizem, no mínimo, 90 horas; 
§ 2% para os certificados de capacitação cujas cargas horárias somadas totalizem, no mínimo, 60 horas. 
Em nenhuma hipótese o servidor perceberá cumulativamente o valor de mais de um adicional de 
qualificação entre os previstos acima. 
Os certificados de capacitação terão validade de quatro anos, a contar da data de conclusão do evento de 
capacitação, cessando seus efeitos com a expiração desse prazo. 
Assim, por exemplo, o servidor que concluiu um curso de capacitação de 120 horas, terá direito a receber o 
adicional de qualificação no valor de R$ 112,00 mensais (= R$ 2.800 x 4%), durante quatro anos. 
O adicional de qualificação não será concedido quando o certificado de capacitação constituir requisito para 
ingresso no cargo ocupado pelo servidor. 
O servidor cedido para órgão ou entidade fora do Governo do Distrito Federal não perceberá o adicional de 
qualificação durante seu afastamento. 
Vantagens pessoais nominalmente identificáveis (art. 90) 
As vantagens pessoais nominalmente identificáveis são definidas em lei ou reconhecidas em decisão 
judicial. 
 
 
 
 
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Vantagens periódicas 
As vantagens periódicas previstas na LC 840/2011 são o adicional de férias e o décimo terceiro salário. 
Adicional de férias (art. 91) 
O adicional de férias será pago ao servidor por ocasião das suas férias, independentemente de solicitação. 
Esse acréscimo corresponde a 1/3 (um terço) da remuneração ou do subsídio do mês em que as férias forem 
iniciadas. 
No caso de o servidor exercer função de confiança ou cargo em comissão, a respectiva vantagem será 
considerada no cálculo do adicional de férias. 
A base para o cálculo do adicional de férias não pode ser superior ao teto de remuneração ou subsídio, salvo 
em relação ao abono pecuniário, cujo valor compõe a base de cálculo do adicional de férias. 
Décimo terceiro salário (art. 92 a 95) 
O direito de o servidor receber o décimo terceiro salário decorre de quantos meses ele esteve em exercício 
no cargo durante o ano. Cada mês de efetivo exercício corresponderá a 1/12 (um doze avos) de sua remuneração, 
sendo a fração superior a quatorze dias considerada como mês integral. Por conseguinte, o exercício do cargo 
durante o ano todo lhe assegurará o direito de receber 12/12 de sua remuneração a título de décimo terceiro (ou 
seja, sua remuneração inteira). 
O décimo terceiro salário é pago no mês de aniversário do servidor ocupante de cargo de provimento 
efetivo ou, para os servidores não contemplados no mês de aniversário, até o dia 20 do mês de dezembro de cada 
ano. 
O valor considerado para fins de cálculo do décimo terceiro é a retribuição pecuniária do mês em que é 
devido. Assim, por exemplo, se no mês em que receber o 13º é acrescido à remuneração do servidor uma 
gratificação decorrente do exercício de função de confiança, o décimo terceiro corresponderá ao valor da 
remuneração acrescida do valor correspondente à função16 (não importa, no caso, que a gratificação tenha sido 
concedida apenas no mês de dezembro, e não nos meses anteriores). 
Ao servidor demitido, exonerado ou que entre em licença sem remuneração, é devido o décimo terceiro 
salário, proporcionalmente aos meses de exercício, calculado sobre o subsídio ou a remuneração do mês em que 
ocorrer o evento. 
O décimo terceiro salário não pode ser considerado para cálculo de qualquer outra vantagem nem ser 
superior ao valor do teto de remuneração a que o servidor está submetido. 
Vantagens eventuais 
As vantagens eventuais previstas na LC 840/2011 são: 
§ Auxílio-Natalidade 
§ Auxílio-Funeral 
§ Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso 
Auxílio-natalidade (art. 96) 
 
16 Diniz (2009, p. 350) 
 
 
 
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O auxílio-natalidade é devido à servidora efetiva por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente 
ao menor vencimento básico do serviço público distrital. 
O servidor (homem) também tem direito ao auxílio-natalidade, caso sua mulher não seja servidora pública 
distrital. 
O auxílio-natalidade é devido inclusive no caso de natimorto ou de adoção. Na hipótese de parto múltiplo, 
o valor deve ser acrescido de 50% por bebê nascido. 
Auxílio-funeral (art. 97 a 99) 
O auxílio-funeral é devido à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado, em valor 
equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento. 
O auxílio-funeral deve ser pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da 
família que houver custeado o funeral. 
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas 
de transporte do corpo correm à conta de recursos do Distrito Federal, da autarquia ou da fundação pública. 
Gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 100) 
 A gratificação por encargo de curso ou concurso é devida ao servidor estável que, em caráter eventual, sem 
prejuízo das atribuições do seu cargo: 
§ Atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente 
instituído nos Poderes Executivo ou Legislativo; 
§ Participar de banca examinadora ou de comissão de concurso para: a) exames orais; b) análise de 
currículo; c) correção de provas discursivas; d) elaboração de questões de provas; e) julgamento de 
recursos interpostos por candidatos; 
§ Participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de 
planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não 
estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; 
§ Participar da aplicação de provas de concurso público, fiscalizá-la ou avaliá-la, bem como supervisionar 
essas atividades. 
O valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade 
exercida, não podendo ser superior ao equivalente a 120 horas de trabalho anuais. Em situação de 
excepcionalidade, devidamente justificada, a autoridade máxima do órgão ou entidade poderá autorizar 
240 horas de trabalho anuais. 
O valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos percentuais de 1,2% ou de 2,2%, dependendo da 
atividade desempenhada, incidentes sobre o maior vencimento básico da tabela de remuneração ou subsídio do 
servidor. 
Por fim, ressalte-se que a gratificação por encargo de curso ou concurso não se incorpora ao vencimento 
ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para qualquer outra 
vantagem, nem para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. 
 
 
 
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Vantagens de caráter indenizatório 
As indenizaçõesvisam a ressarcir gastos efetuados pelo servidor em razão do regular exercício de suas 
funções. 
O valor das indenizações não pode ser (art. 103): 
§ Incorporado à remuneração ou ao subsídio; 
§ Computado na base de cálculo para fins de incidência de imposto de renda ou de contribuição para a 
previdência social, ressalvadas as disposições em contrário na legislação federal; 
§ Computado para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária. 
Vale lembrar, ainda, que o art. 37, §11 da Constituição Federal determina que as parcelas de caráter 
indenizatório não serão computadas para efeito do teto remuneratório. 
Nos termos da LC 840/2011, são indenizações: 
§ Diária e passagem para viagem; 
§ Transporte; 
§ Alimentação; 
§ Creche ou escola; 
§ Fardamento; 
§ Conversão de férias ou de parte delas em pecúnia; 
§ Abono de permanência; 
§ Créditos decorrentes de demissão, exoneração e aposentadoria, ou relativos a férias, adicional de férias 
ou conversão de licença-prêmio em pecúnia. 
Vejamos as principais. 
Diária e passagem (arts. 104 a 105) 
As diárias se destinam a indenizar despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção 
urbana do servidor que, a serviço, afastar-se do Distrito Federal em caráter eventual ou transitório. 
O servidor não fará jus a diárias nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente 
do cargo. 
A diária será concedida por dia de afastamento. Na ocorrência de o deslocamento exigir pernoite fora da 
sede, a diária será inteira; caso contrário, será devida pela metade do seu valor. 
O servidor que receber diárias e não se afastar do Distrito Federal, por qualquer motivo, ou que retornar à 
sede em prazo menor do que o originalmente previsto, fica obrigado a restituí-las, no prazo de 72 horas. O servidor 
que não se afastar deve devolver as diárias integralmente e o que retornar em prazo menor, apenas as diárias 
recebidas em excesso. 
Indenização de transporte (art. 106) 
A indenização de transporte é devida ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de 
locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo que ocupa. 
 
 
 
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Auxílio-transporte (art. 107 a 110) 
Ao servidor é devido auxílio-transporte, a ser pago em pecúnia ou em vale-transporte, destinado ao custeio 
parcial das despesas realizadas com transporte coletivo, inclusive interestadual, no início e no fim da jornada de 
trabalho, relacionadas com o deslocamento da residência para o trabalho e vice-versa. 
A concessão do auxílio-transporte fica condicionada à apresentação de declaração, firmada pelo próprio 
servidor, de que realiza despesas com transporte coletivo. 
O valor do auxílio transporte só é devido para cobrir as despesas com transporte coletivo que excederem a 
6% do subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo ocupado pelo servidor (ou da retribuição pecuniária de 
cargo em comissão, quando se tratar de servidor não detentor de cargo efetivo). 
Conversão de férias ou de parte delas em pecúnia (art. 113) 
A conversão de um terço das férias em abono pecuniário depende de autorização do Governador, do 
Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas. Sendo autorizado, o servidor deixa de 
usufruir parte de suas férias e recebe uma indenização por isso. 
Abono de permanência (art. 114) 
O servidor que permanecer em atividade após ter completado as exigências para aposentadoria voluntária 
faz jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, na forma e nas 
condições previstas na Constituição Federal. 
Férias 
O servidor, efetivo ou comissionado, fará jus a 30 dias de férias anuais remuneradas, que poderão ser 
parceladas em até três períodos, nenhum deles inferior a 10 dias, desde que assim requeridas pelo servidor, 
observado o interesse da Administração (ou seja, o parcelamento é ato discricionário da Administração) (art. 125). 
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes do início do respectivo período, 
inclusive com o adicional de férias e o abono pecuniário, se deferido (art. 126). 
O servidor poderá requerer, ainda, o adiantamento de parcela correspondente a 40% do valor líquido do 
subsídio ou remuneração. Esse adiantamento será descontado do subsídio ou remuneração do servidor em quatro 
parcelas mensais e sucessivas de idêntico valor. 
Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de exercício. O segundo e os demais 
períodos aquisitivos serão contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente. Assim, por exemplo, se o servidor 
toma posse no dia 10 de dezembro, no mesmo dia do ano subsequente ele terá adquirido direito de gozar a 
primeira parcela de 30 dias de férias. Decorridos apenas 21 dias, ou seja, no dia 1º de janeiro do outro ano, ele já 
terá adquirido direito a nova parcela de férias, correspondente a mais 30 dias. A partir do segundo período, 
independentemente do dia em que tenha tomado posse, para cada ano civil o servidor adquirirá direito de gozar 
novo período de férias17. 
No caso de necessidade do serviço, as férias poderão ser acumuladas de um período para outro. A lei limita 
a acumulação a até no máximo dois períodos, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Os 
 
17 Lucas Furtado (2014, p. 796-797). 
 
 
 
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períodos de férias que ultrapassarem esse limite seriam perdidos. Todavia, a jurisprudência do STJ admite a 
acumulação de mais de dois períodos, a fim de evitar o enriquecimento sem causa da Administração. 
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, 
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço. 
A suspensão das férias depende de portaria do Secretário de Estado ou autoridade equivalente, no Poder 
Executivo; ou de ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nos respectivos órgãos. Ou 
seja, as férias do servidor não podem ser interrompidas por simples ato do chefe imediato. 
É vedado ao servidor levar à conta de férias qualquer ausência injustificada ao serviço, vale dizer, o servidor 
não pode faltar ao trabalho e depois querer descontar essa falta nas suas férias (art. 125, §3º). 
O servidor exonerado do cargo efetivo ou em comissão perceberá indenização relativa ao período das 
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou 
fração superior a 14 dias, sendo a indenização calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o 
ato exoneratório. A indenização pelas férias não usufruídas deve incluir, obrigatoriamente, o adicional de férias 
de um terço sobre a remuneração normal18 (art. 129). 
Jurisprudência 
1. O STJ considera possível o acúmulo de mais de dois períodos de férias não gozadas, ou seja, segundo o 
entendimento daquela Corte, o servidor não perde seu direito às férias acumuladas que ultrapassem dois 
períodos19. Na hipótese de o servidor cessar definitivamente o exercício do cargo, os períodos ainda não gozados 
deverão ser convertidos em dinheiro. 
2. O STJ já deixou assente que as hipóteses de afastamento do servidor do exercício do cargo consideradas em 
lei como de efetivo exercício (ex: afastamento para participação em programa de pós-graduação ou licença 
capacitação) não prejudicam o seu direito às férias, com as consequentes vantagens pecuniárias20. Ou seja, 
mesmo afastado, o servidor tem direito ao adicional de férias de um terço sobre a remuneração normal. 
 
 
 
 
18 RE 570.908/RN 
19 MS 13.3191/DF 
20 REsp-AgR 1.377.925/AL

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