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e-Tec Brasil69
Aula 9 – Situações problemáticas
Nesta aula partiremos da solução de problemas, ou seja, iremos determinar 
a melhor maneira de fazer os funcionários trabalharem bem em conjunto, 
descobrir como fazer a equipe dedicar-se a um novo projeto. Isto se aplica 
seja no controle de uma equipe, sejam no controle das suas emoções.
Ao final desta aula você será capaz de reconhecer situações problemáticas 
como oportunidades de aprendizado, e aprender a trabalhar situações 
problemáticas com proatividade.
Figura 9.1:Situação problema
Fonte: http://www.vocenocontrole.com.br
Em geral uma emoção negativa é causada por uma situação problemática: 
um documento extraviado, alterações no local de trabalho. Há necessidade 
de desenvolver boas técnicas de resolução de problemas, com o objetivo de 
determinar o curso de ação mais eficaz para a resolução de cada problema.
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9.1 Natureza dos problemas
Se para você a vida é uma série de situações que exigem algum tipo de reação, 
então nenhuma situação é inerentemente problemática; é a ineficácia da 
sua reação que torna a situação problemática. No caso de um documento 
extraviado, você a procura em sua mesa, em sua pasta, perto da máquina 
copiadora, e não consegue encontrá-lo.
O documento extraviado não é o problema (porque se você o encontrasse 
não haveria problema), mas sim sua incapacidade de encontrá-lo. Sua rea-
ção ineficaz à situação do documento extraviado é o que está causando o 
problema.
A vantagem de encarar assim os problemas é, em primeiro lugar, ver que 
eles constituem uma parte normal da vida. Afinal, é impossível escolhermos 
sempre o meio mais eficaz de lidar com uma situação, e então criaremos um 
problema. Em segundo lugar, se sua primeira reação a uma situação não es-
tiver funcionando – você não consegue encontrar a carta, então há sempre 
a opção de escolher outra reação.
Aceitar que os problemas fazem parte da vida, nos dá menos probabilidade 
de pensar que existe algo errado conosco pelo fato de termos problemas. 
Além disso, temos menos probabilidades de negar que eles existam.
Temos a tendência de negar os problemas porque eles em geral nos pertur-
bam, mas negá-los não faz com que desapareçam.
Avaliar a melhor maneira de resolver a situação que causou o problema, 
eis como fazer o problema sumir, e é aí que entra a prática da resolução de 
problemas.
Weisinger (2001) em seu livro “Inteligência emocional no trabalho” detalha 
como ser um bom solucionador de problemas:
•	 Identifique e defina a situação problemática
Ao formular um problema de modo específico e concreto você o coloca em 
foco e obriga-se a ver o que é relevante e o que não é. Digamos que você co-
loque a situação problemática da seguinte maneira: “Meu trabalho está me 
deixando louco”; esta afirmação abstrata não lhe dá qualquer pista daquilo 
que especificamente o perturba, o motivo ou quem está envolvido - e assim 
fica difícil qualquer solução.
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A maneira emocionalmente inteligente de identificar a situação problemá-
tica seria definir os irritantes específicos. Você pode ter que se fazer muitas 
perguntas a respeito de quem, o que, por que, quando, como.
Eis como poderiam ser algumas das respostas: “Tenho trabalho demais para 
fazer. Meu chefe está atolado de serviço, de modo que não pode me dar 
atenção”.
Meus colegas parecem não saber o que deveriam estar fazendo, por isso não 
fazem muita coisa. “Estou sempre frustrado e cansado.”
Uma vez definida claramente a situação problemática, você poderá estudá-la 
de diversos modos.
•	 Mude sua percepção da situação
Uma das dificuldades no caso das situações problemáticas é que tendemos a 
examiná-las com visão limitada: ficamos presos no nosso modo costumeiro 
de lidar com as coisas e não conseguimos encontrar uma solução. Reformu-
lando os pensamentos sobre a situação somos capazes de descobrir respos-
tas novas e proveitosas.
Eis alguns modos de reformular os pensamentos a respeito desse emprego 
tão horroroso:
 – O problema real não é o meu chefe nem os meus colegas, mas sim o 
fato de que nunca converso com eles sobre as dificuldades que estou 
experimentando.
 – O problema real não é o fato de que meu chefe me passa cada vez 
mais serviço, mas o fato de que não encontrei um meio de conseguir 
ajuda nesse serviço.
 – O problema real não é que meu trabalho seja horroroso, mas ele me 
deixa frustrado, cansado, irritado e deprimido.
 – O problema real não é que meu trabalho esteja me deixando louco, 
mas o fato de que ainda não encontrei um meio eficaz de lidar com 
a situação.
Reformular seus pensamentos a respeito de uma situação problemática vai 
lhe permitir olhar para a situação de maneira nova; então poderá ver que já 
não está irremediavelmente atolado numa vala, mas simplesmente enfren-
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tando uma situação de desafio para a qual você está em vias de encontrar 
uma reação eficaz.
E a maneira de fazer isso é estudar uma variedade de opções.
•	 Solucionando problemas
A alternativa para solucionar problemas é descobrir algumas estratégias di-
ferentes, pois um número generoso de opções lhe dará melhores chances de 
encontrar a solução mais eficaz.
Um dos métodos mais úteis para descobrir várias soluções criativas é o 
brainstorm (tempestade cerebral). O objetivo desta técnica é que você exprima 
as ideias à medida que elas lhe ocorram. A palavra “tempestade” é, neste 
caso, a chave da questão: deixe fluir a torrente de ideias, sem censura ou 
correção. Eis algumas maneiras de ter uma sessão de brainstorm produtiva.
Para ler e refletir...
Dicas importantes
Não se apresse em julgar. Não comece a criticar as ideias ainda durante 
a sessão, pois isso inibirá o fluxo de ideias. Simplesmente transcreva os 
pensamentos tão rapidamente quanto eles ocorram, e adie o julgamento 
dos méritos de cada um deles para o estágio de tomada de decisão.
1. Incentive o pensamento livre. Quanto mais louca a ideia, melhor, pois 
será essa loucura que o deixará aberto para todo tipo de soluções ima-
ginativas. Além disso, é mais fácil adaptar uma ideia desatinada do que 
tirar uma solução criativa de uma ideia medíocre.
2. Procure a quantidade. Quanto mais ideias, mais opções você terá. E quan-
to mais ideias propuser, mais ideias novas provavelmente lhe ocorrerão.
3. Deixe os detalhes para depois. Simplesmente ofereça as ideias em estado 
bruto – você poderá pensar nos detalhes específicos depois que tiver 
produzido a sua lista. Definir os detalhes irá atrapalhar o brainstorm.
4. Use as ideias como catalisadores para outras ideias. Combine ideias, 
desenvolva ideias, procure ideias opostas - faça qualquer coisa para 
manter as ideias fluindo.
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9.2 Explore diversas opções
Usando o exemplo do emprego horroroso, eis algumas poucas ideias que 
poderiam estar em sua lista de brainstorm:
 – Arranjar outro emprego.
 – Faltar uma vez por semana alegando doença.
 – Não trabalhar nos fins de semana, usando-os como uma ocasião para 
esfriar a cabeça.
 – Ensinar técnicas de gerenciamento ao chefe.
 – Tomar aulas de gerenciamento de tempo.
 – Sugerir ao chefe fazer a contagem do tempo gasto com cada projeto
 – Liderar uma insurreição e tomar conta do departamento.
 – Pedir ao Departamento de Pessoal para demitir todos os empregados 
que não produzem.
 – Dividir o serviço em tarefas individuais e perguntar ao chefe se outros 
membros da equipe podem se encarregar de algumas delas.
É óbvio que algumas ideias da lista acima são totalmente impraticáveis, mas 
você provavelmente perceberá que elas poderiam inspirar outras, bastante 
razoáveis (a ideia de faltar uma vez por semana alegando doença, que é uma 
solução impraticável, mostrou que você precisava de tempo para esfriar a ca-
beça, o que, por sua vez, levou à ideia denão trabalhar nos fins de semana).
Estude cada ideia individualmente e pese cuidadosamente as consequências 
antes de levá-la a cabo. Escolha, por exemplo, a ideia de dar aulas de geren-
ciamento a seu chefe; não é uma boa ideia, porque ele provavelmente o jul-
garia impertinente e arrogante e pensaria que você ambiciona o lugar dele.
Mas essa ideia levou àquela de você tomar aulas de gerenciamento de tem-
po, que é uma ideia sensata.
Assim, você pode se imaginar perguntando ao chefe se a empresa pagaria 
seu curso de gerenciamento de tempo, pois acha que isso o ajudaria a lidar 
melhor com a enorme quantidade de serviço que você tem que fazer; você 
poderia até mesmo imaginar seu próprio chefe tomando as aulas também - 
desde que seja ele, e não você, a ter esta ideia - ou pelo menos imaginar-se 
compartilhando com ele algumas das coisas que aprendeu. Afinal isso iria 
ajudá-lo a ser um gerente melhor.
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Considerações da professora
Uma situação problemática sempre teremos na vida, mas é a forma de 
resolver que revela nosso estilo pessoal, a forma inteligente e assertiva de 
trabalhar.
Vamos dizer que você esteja tão atrasado em seu trabalho por não ter traba-
lhado nos fins de semana que agora precise trabalhar durante vários fins de 
semana seguidos; isto está criando problemas com sua família e privando-o 
do necessário período de repouso. Você precisa rever o processo da prática 
de resolução de problemas para encontrar uma solução diferente (pedir ao 
patrão uma ajuda ainda maior dos outros membros do departamento, veri-
ficar se existe algum meio de simplificar alguns projetos, etc.).
Atividades de aprendizagem
1. Defina as melhores estratégias
Pense em algumas ideias, elimine as que lhe pareçam ineficazes, depois faça 
uma lista separada das três melhores. Sob cada uma faça uma lista de todas 
as consequências positivas e negativas que possam resultar.
Observe que excelente oportunidade você adquire neste momento de 
reavaliar seus projetos pessoais.
Aproveite estabeleça apenas uma meta e os recursos para atingi-la.
Você vai adorar realizar este exercício...

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