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Curso Técnico em 
Administração 
 
Fundamentos de finanças 
corporativas 
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Técnico em 
Administração 
 
Fundamentos de finanças 
corporativas 
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos 
Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Educação a Distância 
 
Recife 
 
2.ed. | Julho 2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação e Normalização 
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
Coordenação Executiva (Secretaria de 
Educação e Esportes de Pernambuco | SEE) 
Ana Cristina Cerqueira Dias 
Ana Pernambuco de Souza 
 
Coordenação Geral (ETEPAC) 
Arnaldo Luiz da Silva Junior 
Gustavo Henrique Tavares 
Maria do Rosário Costa Cordouro de 
Vasconcelos 
Paulo Euzébio Bispo 
 
Secretaria Executiva de 
Educação Integral e Profissional 
 
Escola Técnica Estadual 
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa 
 
Gerência de Educação a distância 
 
 
Professor Autor 
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos 
 
Revisão 
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos 
Dayvson Ricardo Rufino da Silva 
 
Coordenação de Curso 
Dayvson Ricardo Rufino da Silva 
 
Coordenação Design Educacional 
Deisiane Gomes Bazante 
 
Design Educacional 
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger 
Helisangela Maria Andrade Ferreira 
Jailson Miranda 
Roberto de Freitas Morais Sobrinho 
 
Diagramação 
Jailson Miranda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução ................................................................................................................................... 5 
1.Competência 01 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre custos, despesas e 
investimentos. ............................................................................................................................. 6 
1.1 Definição de custos, despesas, perdas e investimentos. ............................................................................6 
1.2 Classificações dos custos e das despesas ....................................................................................................9 
1.2.1 Custos diretos e indiretos ........................................................................................................................9 
1.2.2 Custos e despesas fixos e variáveis ....................................................................................................... 10 
1.3 Custo fixo, lucro e margem de contribuição ............................................................................................ 12 
1.4 Relações custo/ volume/ lucro ................................................................................................................ 14 
1.5 Informações de custos para a tomada de decisões ................................................................................. 18 
1.5.1 Métodos de custeio .............................................................................................................................. 20 
2.Competência 02 | Elaborar um plano de contas empresariais, considerando os centros de custos 
e lucros ...................................................................................................................................... 22 
2.1 Plano de contas empresariais .................................................................................................................. 22 
2.1.1 Método das partidas dobradas ............................................................................................................. 23 
2.2 Balanço patrimonial ................................................................................................................................. 28 
2.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ..................................................................................... 33 
3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um empreendimento ....... 39 
3.1 A Função Financeira na Empresa ............................................................................................................. 39 
3.2 Controle de fluxo de caixa ........................................................................................................................ 41 
3.3 Capital de giro e Gerenciamento de estoques ......................................................................................... 44 
3.4 Métodos de Avaliação de Investimentos ................................................................................................. 46 
3.4.1 Payback ................................................................................................................................................. 47 
3.4.2 Valor presente líquido (VPL) ................................................................................................................. 49 
3.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................................................................... 51 
4.Competência 04 | Ler e compreender indicadores financeiros .................................................. 53 
4.1 Dados do mercado financeiro .................................................................................................................. 53 
4.2 Análise de índices financeiros ................................................................................................................. 56 
4.2.1 Índices de liquidez ................................................................................................................................ 56 
4.2.2 Índices de endividamento .................................................................................................................... 59 
4.2.3 Índice de rentabilidade ........................................................................................................................ 62 
4.2.4 Índices de mercado .............................................................................................................................. 63 
4.3 Oportunidades que geram novos negócios ............................................................................................. 64 
Conclusão................................................................................................................................... 67 
Referências ................................................................................................................................ 68 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Introdução 
Olá, cursista! 
Seja bem-vindo (a) a disciplina de fundamentos de finanças corporativas. Preparado (a) 
para se familiarizar com o mundo das finanças? Então venha comigo! 
Você já imaginou como seria a vida caso você não soubesse administrar bem seu 
dinheiro? Agora imagina uma empresa vivendo essa situação? Seria um grande problema. Ainda mais 
no cenário de ampla competitividade e incerteza onde estão situados a maioria dos 
empreendimentos. Pense comigo, uma empresa é responsável por gerar diversos empregos e renda 
para população, o departamento financeiro é o que dará suporte a todos os outros departamentos 
pois ele que irá liberar capital para o pagamento de fornecedores, salários dos funcionários, aquisição 
de equipamentos entre outras atividades. Isso quer dizer que uma má gestão financeira impactará 
negativamente a empresa por completo. 
Por isso, nesta disciplina você irá aprender como lidar melhor com os recursos financeiros 
das instituições, buscando preservar seu patrimônio, assegurar o capital de giro, expandir seus 
investimentos, e compreender melhor os demonstrativos financeiros e contábeis. Mas não fique 
ansioso (a), vamos conversar bastante sobre isso ao longo da disciplina! 
Perceba que você pode utilizar os conhecimentos desta matéria para conduzir melhor seu 
próprio negócio, entender mais sobre o departamento financeiro dasempresas e até mesmo 
organizar suas contas pessoais. Para isso, ao longo deste e-book você irá desenvolver quatro 
competências fundamentais, são elas: 
• Competência 01 - conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre custos, 
despesas e investimentos; 
• Competência 02 - elaborar um plano de contas empresariais, considerando os 
centros de custos e lucros; 
• Competência 03 - elaborar um plano de viabilidade financeira para um 
empreendimento; 
• Competência 04 - ler e compreender indicadores financeiros. 
Conto com o seu comprometimento para aproveitar ao máximo os conteúdos 
compartilhados. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
6 
1.Competência 01 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças 
entre custos, despesas e investimentos. 
Agora que você já tem a ideia geral do que iremos trabalhar neste e-book, vamos 
conversar brevemente sobre o que será abordado nesta competência? Então, esta competência irá 
lhe ajudar a entender a diferenciação entre custos, despesas, lucro e investimentos, classificação dos 
custos, relações custo/volume lucro e informações para tomada de decisão. 
 
1.1 Definição de custos, despesas, perdas e investimentos. 
Custos, despesas, perdas e investimentos são gastos. Mas o que seria um gasto? Você 
tem ideia? Gasto é um termo geral utilizado para indicar todo esforço financeiro realizado por uma 
instituição para obter um bem ou serviço, não importando se o valor desembolsado foi na área de 
fabricação, comercialização ou administrativa (GUIMARÃES NETO, 2009). 
Os custos referem-se aos gastos na aquisição de bens e serviços para fabricação de outros 
produtos e serviços, ou seja, são gastos realizados com o processo produtivo da empresa. Exemplo: 
em uma fábrica de roupas, a matéria-prima usada para confecção das peças, os salários dos 
funcionários da produção, a energia elétrica consumida pelas máquinas no processo produtivo e a 
manutenção do maquinário são considerados custos. (MARTINS, 2003). A figura a seguir demonstra 
a produção de peças de roupa em uma confecção. 
 
Para começar bem, escute o podcast que sintetiza os principais pontos desta 
competência. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Figura 1 - Produção em confecção de roupas 
Fonte: http://www.maquinasuniao.com.br/saiba-quais-sao-as-etapas-da-confeccao-de-uma-roupa/ 
Audiodescrição da figura: retrata uma mulher costurando uma peça de roupa com uma máquina industrial. Fim da 
audiodescrição. 
 
Compreendeu na imagem como as peças de roupas são produzidas? Já as despesas dizem 
respeito aos gastos administrativos, comerciais ou financeiros que não estão diretamente ligados ao 
processo de fabricação do produto. Porém, visam a manutenção da empresa e obtenção da receita 
(dinheiro). Exemplo: na fábrica de roupas o pagamento dos salários da administração, materiais de 
escritório, gastos com propaganda/publicidade e tarifas bancárias são categorizados como despesas 
(MARTINS, 2003; GUIMARÃES NETO, 2009). Observe alguns materiais de escritório na figura a seguir. 
http://www.maquinasuniao.com.br/saiba-quais-sao-as-etapas-da-confeccao-de-uma-roupa/
 
 
 
 
 
 
8 
 
Figura 2- Materiais de escritório 
Fonte:https://www.institutomix.com.br/blog/carreira/auxiliar-administrativo-2/ 
Audiodescrição da figura: representa uma mulher com seis braços. Com um dos braços ela toca seus óculos. Em cada 
um dos outros braços ela segura um material de escritório: lápis, pastas, pranchetas, caneta e caneca. Fim da 
audiodescrição. 
 
O que achou dos materiais de escritório apresentados na figura? Lápis, pastas, 
pranchetas, caneta e caneca são despesas bem fáceis de serem identificadas no cotidiano 
empresarial, não é mesmo? 
Agora as perdas são gastos que acontecem de forma inesperada, anormal ou não 
rotineira. Exemplo: vamos supor que ocorreu um incêndio na fábrica e vários tecidos foram 
queimados, sendo contabilizado como perda (MARTINS, 2003). Por outro lado, os investimentos são 
gastos que visam retorno futuro. Exemplo: compra de imóveis, terrenos e aplicações financeiras 
(GUIMARÃES NETO, 2009). 
 
Que tal assistir um vídeo que resume a diferença entre custos, despesas e 
investimentos? 
https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo 
https://www.institutomix.com.br/blog/carreira/auxiliar-administrativo-2/
https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo
 
 
 
 
 
 
9 
Apreciou o vídeo? Sintetiza bem tudo que acabei de te explicar, concorda? Mas agora que 
você já sabe a diferença entre custos e despesas, perdas e investimentos é necessário ficar atento às 
classificações dos custos e das despesas. 
 
1.2 Classificações dos custos e das despesas 
Se tratando de custos e despesas existem algumas particularidades que precisam ser 
conhecidas para a adequada categorização dos gastos institucionais. E para facilitar seu aprendizado 
vou começar falando sobre a diferença entre custos diretos e indiretos. 
 
1.2.1 Custos diretos e indiretos 
Inicialmente os custos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos são 
aqueles que estão relacionados de forma direta com o processo de produção dos bens ou serviços e 
que são facilmente quantificáveis. No caso da fábrica de roupas a matéria-prima (tecidos, linhas, 
botões...), o material para embalagem de produtos (papel, plástico...) e as horas trabalhadas pelas 
costureiras que estão diretamente ligadas à produção são exemplos de custos diretos (SANTOS, 
2018). 
Já os custos indiretos, ainda conforme a autora, são aqueles que não estão ligados 
diretamente ao processo de fabricação do bem ou serviço e, portanto, é mais difícil de quantificar 
corretamente. Por exemplo, quanto foi gasto de energia elétrica para fabricar uma blusa? Ou quanto 
do dinheiro pago no aluguel da fábrica foi gasto para produzir uma calça? 
Mesmo que você divida o valor da conta de energia pela quantidade de blusas fabricadas 
ou divida o valor do aluguel da fábrica pela quantidade de calças confeccionadas no mês, estes 
resultados não são totalmente exatos pois não é só na produção das peças que se gasta energia 
elétrica em uma fábrica de roupas, nem apenas as costureiras que produzem as peças que utilizam 
as instalações fabris (MARTINS, 2003). Interessante não é estudante? Também podemos classificar 
os custos em fixo e variáveis como você pode ver a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
1.2.2 Custos e despesas fixos e variáveis 
Segundo Berbel (2017) os custos fixos são os gastos que não se alteram em função da 
quantidade de bens ou serviços produzidos, por exemplo: aluguel da fábrica. Ou seja, 
independentemente da quantidade de peças produzidas na fábrica o aluguel precisa ser pago e 
permanece o mesmo. Agora você deve estar se perguntando: mas o valor do aluguel não pode mudar 
com o passar dos anos? Pode sim, mas caso ele mude será por outros motivos não exatamente 
porque você produziu mais em algum mês específico no ano. Entendeu agora cursista? 
Você também pode questionar: mas professora o aluguel não é um custo indireto? É sim, 
um custo indireto e também um custo fixo. Outros exemplos de custos fixos são o seguro da fábrica 
e depreciação do maquinário. 
 
Já os custos variáveis, são aqueles gastos que se alteram em função da quantidade 
produzida em igual proporção. Ex.: matéria-prima e embalagens. Você concorda que quanto mais 
peças de roupa uma fábrica produzir, mais tecidos, linhas, botões e embalagens serão necessários 
adquirir? Eu também concordo. Mas perceba que a matéria-prima e as embalagens além de serem 
um custo variável, também podem ser classificadas como custo direto como mencionei 
anteriormente (BERBEL, 2017). 
Vale ressaltar que é importante manter o equilíbrio na administração dos custos para que 
a empresa possa prosperar. Observe a figura a seguir. 
Você sabia? 
A depreciação refere-se ao desgaste, perda de valor do bem com o passar do 
tempo (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021). 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura 3 - Equilíbrio entre custofixo e variável 
Fonte: https://images.app.goo.gl/X9TC3t9yjZq47Euz8 
Audiodescrição da figura: demostra uma balança, no lado esquerdo da balança estão os custos fixos e no outro os 
custos variáveis. Fim da audiodescrição. 
 
Percebeu, o quanto esse equilíbrio é importante? Pois é, mesmo os custos variáveis 
podendo mudar de acordo com a quantidade produzida, é importante que eles fiquem dentro dos 
valores esperados. Assim como os custos, as despesas também podem ser divididas em fixas e 
variáveis. As despesas fixas são aquelas que não se alteram em função da quantidade vendida. Como 
é o caso dos gastos com propaganda, o pagamento da parte fixa da remuneração dos vendedores, 
juros e encargos de empréstimos. Já as despesas variáveis são aquelas que se modificam em função 
da quantidade vendida. A exemplo das despesas com comissão de vendedores e despesas de 
entregas (MARTINS, 2003). 
 
Depois de assistir o vídeo essas diferenças ficaram mais claras? Agora que você já 
aprendeu a classificação dos custos e das despesas, chegou o momento de entender a relação custo 
fixo, lucro e margem de contribuição. 
Para saber mais sobre as diferenças entre custos e despesas fixas e variáveis 
acesse: https://www.youtube.com/watch?v=cLdUr5iLSf4 
https://images.app.goo.gl/X9TC3t9yjZq47Euz8
https://www.youtube.com/watch?v=cLdUr5iLSf4
 
 
 
 
 
 
12 
1.3 Custo fixo, lucro e margem de contribuição 
A margem de contribuição refere-se ao ganho bruto sobre as vendas e aponta o 
quantitativo necessário para cobrir os custos e despesas fixas e obter lucro (BERBEL, 2017; SEBRAE, 
2016). Para isso, a margem de contribuição considera em seu cálculo a subtração entre o preço de 
venda do item e a soma dos custos e despesas variáveis (PEREZ JUNIOR, et al. 2003). 
Observe os elementos que compõem a fórmula da margem de contribuição unitária 
(BERBEL, 2017; SEBRAE, 2016): 
 
MCu = Margem de Contribuição Unitária 
PVu = Preço de Venda Unitário 
CVu = Custos variáveis Unitários 
DVu = Despesas variáveis Unitárias 
 
 Veja a fórmula estruturada: 
 
Ainda conforme os autores, também é possível calcular a margem de contribuição total. 
Leia os elementos da fórmula da margem de contribuição total: 
MCt = Margem de Contribuição Total 
VTv = Valor Total das Vendas (receita de venda) 
CVt = Custos variáveis Totais 
DVt= Despesas variáveis Totais 
 
Verifique a fórmula estruturada: 
 
 
MCu= PVu - ( CVu + DVu) 
MCt= VTv - ( CVt +DVt ) 
 
 
 
 
 
 
13 
Veja os exemplos! A sorveteria Polar vendeu 100 sorvetes ao preço unitário (PVu) de R$ 
4,00 cada unidade. Os custos variáveis (CVu) para produzir cada sorvete foram de R$ 1,00 e as 
despesas variáveis (DVu) também de R$ 1,00 por unidade. Calcule a margem de contribuição unitária. 
Resolução da margem de contribuição unitária: 
 
MCu = PVu - ( CVu + DVu) 
MCu = 4,00 - (1,00 + 1,00 ) 
MCu = 4,00 - 2,00 
MCu = 2,00 
 
Agora considere que a sorveteria Polar vendeu (VTv) R$ 400,00 em sorvetes. Os custos 
variáveis totais (CVt) para essa produção foram de R$ 100,00 e as despesas variáveis totais (DVt) 
também de R$ 100,00. Calcule a margem de contribuição total. 
 
MCt = VTv - ( CVt + DVt) 
MCt = 400,00 - ( 100,00 + 100,00) 
MCt = 400,00 - 200,00 = 200,00 
 
Então cursista, a princípio pode parecer confuso, mas perceba que só utilizamos até o 
momento as operações de subtração e adição. Quando a margem de contribuição é suficiente para 
cobrir os custos fixos e ainda gerar lucro, é um indício que a empresa está caminhando bem 
financeiramente. O valor da margem de contribuição vai ajudar no cálculo do ponto de equilíbrio a 
partir da compreensão custo/ volume/ lucro detalhada no tópico seguinte. 
 
Atenção! 
Ter conhecimento dos valores referentes a margem de contribuição é 
fundamental para o processo decisório na empresa (SEBRAE, 2016). 
 
 
 
 
 
 
14 
1.4 Relações custo/ volume/ lucro 
Até aqui foi possível perceber que quanto maior o volume de produção e de vendas, maior 
o aumento dos custos e despesas, que se não forem devidamente ajustados podem impactar nos 
lucros. 
Mas você já pensou como é possível calcular o volume de vendas necessário para atingir 
o ponto do lucro zero? Sim, você leu corretamente, lucro zero mesmo. Segundo o SEBRAE (2021a) o 
cálculo do ponto de equilíbrio ajuda a verificar o volume mínimo de receita necessário para que a 
instituição não tenha prejuízos. Ou seja, o valor necessário para que o faturamento se iguale aos 
custos e despesas, não gerando lucros nem prejuízos. Essa relação é exemplificada na figura a seguir. 
 
 
Figura 4 - Ponto de equilíbrio 
Fonte: Martins (2003, p. 186) 
Audiodescrição da figura: retrata graficamente o momento do ponto de equilíbrio, que ocorre quando o lucro se 
equipara com as obrigações totais. Fim da audiodescrição. 
 
Observe que o ponto de equilíbrio ocorre justamente no momento em que o lucro se 
iguala às obrigações totais. Sendo assim, a quantidade vendida além deste ponto é lucro e a abaixo 
deste ponto prejuízo. 
Mas você acha que existe uma única forma de contabilizar o ponto de equilíbrio? A 
resposta é não. E dependendo da fórmula utilizada o valor do equilíbrio é diferente. Temos o ponto 
de equilíbrio contábil, financeiro e econômico. Veja no quadro a seguir as fórmulas de cada um deles: 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Ponto de Equilíbrio 
Contábil (PEC) 
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑎𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 ou 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
Ponto de Equilíbrio 
Financeiro (PEF) 
 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 − 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠á𝑣𝑒𝑖𝑠 
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
Ponto de Equilíbrio 
Econômico (PEE) 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
 
Quadro 1 - Fórmulas do ponto de equilíbrio 
Fonte: Elaborado com base em: https://sebrae.ms/gestao-financeira/ponto-de-equilibrio-como-e-por-que-calcular/# 
 
A primeira fórmula retrata como é possível calcular o ponto de equilíbrio contábil. Que 
nada mais é do que dividir os gastos fixos pela margem de contribuição unitária. Imagine que uma 
instituição apresentou os seguintes resultados: 
• Custos fixos= R$ 200,00 
• Despesas fixas= R$ 300,00 
• Margem de contribuição unitária= R$ 50,00 
 
Qual seria o ponto de equilíbrio contábil? Lembre-se que os gastos fixos incorporam os 
custos e despesas fixas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora veja outro exemplo. Uma fábrica obteve os seguintes resultados: 
• Custos variáveis = R$ 200,00 
• Despesas variáveis =R$ 100,00 
𝑷𝑬𝑪: 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
𝑷𝑬𝑪: 
200 + 300
50
 
𝑷𝑬𝑪: 
500
50
 = 10 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 
 
 
 
 
 
 
16 
• Custos fixos = R$ 350.000,00 
• Despesas fixas = R$ 250.000,00 
• Preço de venda = R$ 700,00 por unidade 
 
Neste caso, qual seria o ponto de equilíbrio contábil? Observe que a margem de 
contribuição não foi dada, é preciso começar descobrindo seu valor. 
 
MCu= PVu - ( CVu + DVu) 
MCu = 700 - (200 + 100) 
MCu = 700 -300 = 400 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora que você já sabe calcular o PEC, é hora de saber mais sobre o ponto de equilíbrio 
financeiro (PEF). No PEF são considerados os gastos fixos menos os gastos não desembolsáveis, 
divididos pela margem de contribuição unitária. Mas você deve estar se perguntando, o que são 
gastos não desembolsáveis? São aqueles gastos que não exigem desembolso, como a depreciação 
dos equipamentos. Os equipamentos perderem o valor é um gasto, concorda? Porém não se paga 
um boleto destinado a depreciação todo mês (SEBRAE, 2021b). Entendeu estudante? 
Veja um exemplo prático de aplicação do ponto de equilíbrio financeiro. Para isso, 
considere queuma fábrica de sapatos obteve: 
 
• Custos e despesas fixas = R$ 20.000,00 
𝑷𝑬𝑪: 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
𝑷𝑬𝑪: 
350.000 + 250.000
400
 
𝑷𝑬𝑪: 
600.000
400
 = 1.500 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 
 
 
 
 
 
 
17 
• Depreciação = R$ 2.000,00 
• Margem de Contribuição unitária = R$ 150,00 
 
Quanto você acredita que seja o valor do PEF? Vamos conferir! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por outro lado, o ponto de equilíbrio econômico (PEE) considera a soma dos gastos fixos 
com o custo de oportunidade divididos pela margem de contribuição unitária. Nesse caso, o custo de 
oportunidade refere-se ao valor que a instituição poderia ter recebido caso tivesse investido em outra 
oportunidade. É uma espécie de lucro desejado (SEBRAE, 2011b). 
Observe o exemplo. Uma camisaria apontou os seguintes dados: 
 
• Custos fixos: R$ 15.000, 00 
• Despesas fixas: R$ 10.000,00 
• Custo de oportunidade: R$ 35.000,00 
• Margem de contribuição unitária: R$ 600,00 
 
Agora calcule o PEE. 
 
 
 
 
 
𝑷𝑬𝑭: 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 − 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠á𝑣𝑒𝑖𝑠
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
𝑷𝑬𝑭: 
20.000 − 2.000
150
 
𝑷𝑬𝑭: 
18.000
150
 = 120 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 
𝑷𝑬𝑬: 
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
 
𝑷𝑬𝑬: 
15.000 + 10.000 + 35.000
600
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
Após assistir o vídeo ficou ainda mais claro, não foi? Exemplos ajudam a entender melhor 
os assuntos mesmo. 
Então estudante, como você viu ao longo desse tópico a relação Custo/ Volume/ Lucro 
pode ser percebida por meio do cálculo do PEC, PEF e PEE. No próximo tópico vou falar sobre 
informações de custos para a tomada de decisões. 
 
1.5 Informações de custos para a tomada de decisões 
A contabilidade de custos envolve toda parte de planejamento, coleta de dados e 
informações gerenciais (LEONE, 2019) que contribuem para o processo de tomada de decisão nas 
empresas. A etapa inicial para elaboração de um bom controle financeiro é o entendimento dos 
conceitos e classificações dos gastos, seguido do cálculo da margem de contribuição e do ponto de 
equilíbrio (MAGALHÃES et al., 2019). 
 
Confira mais exemplos do cálculo do ponto de equilíbrio contábil, econômico e 
financeiro em: 
https://www.youtube.com/watch?v=L8sXEnB-LA0 
Resumindo! 
Os principais gastos são custos e despesas. Os custos podem ser diretos, 
indiretos, fixos e variáveis. E as despesas podem ser fixas e variáveis. Sabendo 
o valor do preço de venda unitário do produto e dos gastos variáveis é possível 
calcular a margem de contribuição. A margem de contribuição compreende o 
ganho bruto das vendas, que servirá para pagar os gastos fixos e obter lucro. 
Já o ponto de equilíbrio refere-se ao quantitativo exato que a empresa precisa 
produzir para quitar seus gastos. O cálculo do ponto de equilíbrio pode ser 
realizado sobre a ótica contábil, financeira ou econômica (BERBEL, 2017; 
MARTINS, 2003; SEBRAE, 2016; SEBRAE, 2021a; SEBRAE, 2021b) 
𝑷𝑬𝑬: 
60.000
600
 = 100 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 
https://www.youtube.com/watch?v=L8sXEnB-LA0
 
 
 
 
 
 
19 
E é a boa gestão dos indicadores financeiros/contábeis que irá contribuir para um bom 
gerenciamento de custos. Segundo SEBRAE (2020a), um gerenciamento de custos eficiente contribui 
para o bom desempenho financeiro, que perpassa pelo devido controle de gastos. Considera-se que 
a empresa tem um bom controle de seus gastos quando é possível avaliar se eles estão dentro do 
desejado, administrar as divergências e adotar medidas que busquem sua estabilização. Também é 
necessário ficar atento à lucratividade pois no cenário de ampla competição dificilmente intuições 
com contas desequilibradas conseguem sobreviver (MAGALHÃES et al., 2019). 
Pensando na sobrevivência empresarial, para gerar um apanhado de informações 
confiáveis que possam gerar relatórios claros e objetivos para dar suporte ao processo de tomada de 
decisão, se faz necessário que o empresário e/ou profissional responsável tenha conhecimento global 
dos departamentos da empresa (CARVALHO; CALDAS NETO; ARAÚJO, 2006). Como pode ser visto na 
figura a seguir. 
 
Figura 5 - Empresário 
Fonte: https://setting.com.br/blog/gestao-empresarial/gestao-de-custos-nas-empresas/ 
Audiodescrição da figura: ilustra um homem realizando análise dos relatórios de custos. Fim da audiodescrição. 
 
https://setting.com.br/blog/gestao-empresarial/gestao-de-custos-nas-empresas/
 
 
 
 
 
 
20 
O que achou do empresário realizando a análise dos relatórios de custos? Já se imaginou 
exercendo essa função? 
Para facilitar a análise desses relatórios muitas empresas utilizam planilhas e registros 
sistemáticos dos dados financeiros (SEBRAE, 2020). Outras adotam sistemas de informação 
(softwares) que também podem auxiliar na avaliação dos custos e facilitar o processo decisório 
institucional (PEREIRA; WANDERLEY, 2012) 
De toda forma, são os dados coletados nesses monitoramentos cotidianos que geram 
informações importantes para a gestão do negócio (ENDEAVOR BRASIL, 2021). Assim, para 
desenvolver uma análise estratégica de custos dentro das empresas é necessário conhecer os 
métodos de custeio, que serão apresentados no próximo tópico (CARVALHO; CALDAS NETO; ARAÚJO, 
2006). 
 
1.5.1 Métodos de custeio 
Os métodos de custeio referem-se ao modo pelo qual a empresa vai calcular o custo do 
produto. Sabendo o custo do produto fica mais fácil decidir o preço de venda. Por adotarem 
metodologias distintas, o valor do custo do produto pode ser diferente a depender do custeio 
empregado. Segundo Carvalho, Caldas Neto e Araújo (2006), os principais métodos são custeio por 
absorção, custeio variável e custeio baseado em atividades (ABC). 
 
No Brasil, o custeio por absorção é o mais utilizado, pois é o único aceito pela legislação 
(BERBEL, 2017). Então você pode se perguntar: se o custeio por absorção é o único que a legislação 
aceita porque a empresa utilizaria outros? E a resposta é que ela pode utilizar as outras formas para 
controle interno do negócio. 
Então, o custeio por absorção se apropria de todos os custos (fixos, variáveis, diretos e 
indiretos) direcionados para elaboração do produto. Ou seja, todos os custos são absorvidos pelos 
Atenção! 
É importante que as decisões sobre os preços dos produtos e serviços não 
levem em consideração apenas os custos, mas também o valor de mercado 
(MARTINS, 2003). 
 
 
 
 
 
 
21 
itens produzidos. Os custos variáveis são distribuídos diretamente ao produto e os custos indiretos 
são rateados por meio de critérios decididos pelos gestores (MARTINS, 2003). Nesse método as 
despesas não são consideradas para o cálculo do custo do produto (BLR BRASIL, 2018). 
 
Já o custeio variável é bem simples e considera apenas os custos variáveis de fabricação, 
sejam eles diretos ou indiretos. Nesse método os custos fixos são considerados como despesas e não 
são contabilizados para o cálculo do custo do produto (BLR BRASIL, 2018). Esse custeio contabiliza os 
itens por margem de contribuição (BERBEL, 2017). 
Por outro lado, no custeio ABC entende-se que os produtos ou serviços geram atividades 
(processos), e essas atividades são responsáveis por consumir os recursos, gerando custos. São 
exemplos de atividades: adquirir matéria-prima, contratar mão de obra e pagar fornecedores. O 
pressuposto desse método é inicialmente determinar os custos das atividades e em seguida distribuir 
os custos dessas atividades aos produtos ou serviços do negócio (MARTINS, 2003). 
Em síntese, nesta competência te apresentei alguns conceitos básicos da contabilidade 
de custos como: investimentos, definição e classificação de custos e despesas, margem de 
contribuição, ponto de equilíbrio e métodos de custeio. 
E te parabenizo por ter chegado até aqui. Masestamos só começando! Te convido a 
assistir a videoaula no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e concluir as atividades relativas a 
esta competência. 
Na próxima competência vou demonstrar como funciona o plano de contas empresariais. 
Corre lá que está imperdível! 
 
Você sabia? 
Rateio refere-se à ação de dividir de forma adequada (DICIONÁRIO DE 
PORTUGUÊS ONLINE, 2001). 
 
 
 
 
 
 
22 
2.Competência 02 | Elaborar um plano de contas empresariais, 
considerando os centros de custos e lucros 
Olá cursista, na competência passada você aprendeu conceitos introdutórios da 
contabilidade de custos. Agora chegou o momento de conhecer mais sobre a contabilidade geral 
envolvendo o plano de contas (demonstrações contábeis/financeiras). 
 
2.1 Plano de contas empresariais 
Você já parou para pensar o que é um plano de contas? Na área contábil o plano de contas 
envolve todas as contas essenciais para elaborar os registros contábeis de uma empresa (OLIVO; 
BOSCHILIA, 2012). Segundo Cordeiro (2006) o plano de contas é fundamental pois é a base para 
elaboração de relatórios e registros contábeis. Para serem facilmente visualizadas, a lei exige que elas 
respeitem um padrão. Dessa forma, as contas são divididas em contas patrimoniais e contas de 
resultado (OLIVO; BOSCHILIA, 2012). 
Inicie ouvindo o podcast que resume os principais aspectos desta competência. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Alinhado ao plano de contas está o método das partidas dobradas que será abordado no 
próximo tópico. 
 
2.1.1 Método das partidas dobradas 
Você já ouviu falar sobre o método das partidas dobradas? Para que ele serve? Não se 
preocupe que vou te explicar! O método das partidas dobradas ganhou visibilidade com o Frei Italiano 
Luca Pacioli, que nasceu no século XV (MUNIZ; RAMOS, 2015). Este método indica que “para cada 
débito, há um crédito de igual valor. Assim ele mostra o equilíbrio contábil no momento do registro” 
(POLIZEL, VILLALVA; SANTOS, 2015, p. 83). 
Se liga! 
As contas patrimoniais envolvem o ativo, passivo e também o 
patrimônio líquido; e as contas de resultado as despesas, custos e receita. 
Sobre as patrimoniais, no ativo estão as contas consideradas positivas, 
aquelas que geram ganhos para instituição, que envolvem os bens e direitos. 
Como por exemplo, contas a receber, estoque de produtos acabados, 
máquinas e equipamentos e prédios próprios. Já no passivo estão as 
obrigações empresariais (dívidas com terceiros), como contas a pagar, salários 
e empréstimos a pagar. Por fim, o patrimônio líquido é o resultado da 
diferença entre o ativo e o passivo (OLIVO; BOSCHILIA, 2012; POLIZEL; 
VILLALVA; SANTOS, 2015). 
A respeito das contas de resultado, conforme o Dicionário Financeiro 
(2021b), a receita refere-se aos valores recebidos pela comercialização de 
bens e serviços; as despesas envolvem os gastos que não estão diretamente 
ligados ao processo de fabricação do produto, mas que contribuem para que 
a instituição possa se manter e ganhar mais receita; e os custos abrangem os 
gastos relacionados ao processo de elaboração dos bens ou serviços 
(MARTINS, 2003; GUIMARÃES NETO, 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Dessa forma, o somatório dos “valores debitados deve ser sempre igual à soma dos 
valores creditados” (MUNIZ; RAMOS, 2015 p. 11). Para lançar os débitos e os créditos nos registros 
contábeis se desenvolveu os razonetes, que possuem formato de “T”. No centro dos razonetes ficam 
o nome da conta, no lado esquerdo os débitos e no lado direito os créditos (OLIVO; BOSCHILIA, 2012). 
Veja a figura a seguir. 
 
 
Figura 6 - Estrutura do Razonete 
Fonte: https://www.valor.srv.br/artigo.php?id=427&titulo=razonetes-contabilidade 
Audiodescrição da figura: retrata a estrutura de um razonete que tem o formato da letra “T”, na parte superior do “T” 
está escrito a palavra conta, do lado esquerdo a palavra débito e do lado direito a palavra crédito. Fim da 
audiodescrição. 
 
Percebeu na figura acima como se estrutura um razonete? Essa é uma informação 
importante para apurar os saldos das contas na contabilidade. A contabilização das contas ocorre por 
meio de lançamentos que são realizados nos razonetes. 
Para lançar o débito e o crédito corretamente nos razonetes é necessário atentar para as 
informações do quadro 2 apresentado a seguir. Essas informações vão te ajudar bastante, preste 
atenção estudante! 
 
 
Atenção! 
Na contabilidade as definições de débito e crédito são diferentes das 
vivenciadas no cotidiano, portanto desconsidere a visão de que crédito é algo 
bom e que débito é algo ruim (POLIZEL; VILLALVA; SANTOS, 2015). 
 
 
 
 
 
 
25 
Grupo de contas Aumenta Diminue 
Ativo Débito Crédito 
Passivo e Patrimônio Líquido Crédito Débito 
Receitas Crédito ---- 
Despesas Débito ---- 
 
Quadro 2 - Regras de lançamento de débito e crédito 
Fonte: Adaptado de PolizeL, Villalva e Santos (2015, p. 45) 
 
O quadro acima indica que o ativo aumenta no débito e diminui no crédito; o passivo e o 
patrimônio líquido aumentam no crédito e diminuem no débito; a receita aumenta no crédito e as 
despesas aumentam no débito. Ficou claro estudante? Ainda não? Não se preocupe que preparei um 
exemplo prático com base em Muniz e Ramos (2015) para que você possa entender na prática essas 
relações. Imagine que uma instituição comprou em 05/03 um equipamento por R$ 2.000,00 à vista. 
Como seria o registro contábil? 
Para responder essa questão, preciso te perguntar: você se lembra que no método das 
partidas dobradas para cada débito existe um crédito? Então, é necessário abrir um razonete para 
cada conta. Na resolução da questão foi aberto um razonete para colocar o valor do equipamento e 
um razonete para colocar o valor retirado do caixa pois o pagamento foi à vista. Você também viu 
que o conceito de débito e crédito na contabilidade é diferente do que usamos no cotidiano. 
Então vamos lá, o equipamento é um bem, portanto é um ativo. Como visto no quadro 
2, o ativo aumenta no débito. E em que lado fica o débito nos razonetes? Isso, no esquerdo. Muito 
bem! R$ 2.000,00 debitado na conta “equipamentos”. 
Agora perceba que o valor de R$ 2.000,00 saiu do caixa que também é uma conta do 
ativo, se saiu dinheiro a conta diminuiu, concorda? Portanto, segundo o quadro 2, o ativo diminui no 
crédito. E em qual lado do razonete fica o crédito?Exato, no direito. Parabéns! R$ 2.000,00 
creditados na conta “caixa” . Então observe que para o débito de 2.000,00 ocorreu um crédito de 
igual valor! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
Agora considere que em 08/03 a mesma empresa pagou uma conta no valor de R$ 
1.000,00 à vista. Como ficarão os lançamentos agora? Lembre que já tem R$ 2.000,00 creditado no 
caixa, você não pode esquecer dele. 
Portanto, seguindo o mesmo raciocínio do lançamento anterior, foi creditado no caixa o 
valor de R$ 1.000,00. Já contas a pagar é uma conta do passivo, que diminui no débito, devido a isso 
foi debitado R$ 1.000,00 em contas a pagar. 
 
 
 
 
 
 
Ainda na dúvida sobre onde debitar e creditar as contas, estudante? Consulte o quadro 2 
e em seguida veja o próximo lançamento. 
Em 15/03 os sócios decidiram investir R$ 20.000,00 no negócio. 
Olha só, isso quer dizer que vai entrar mais dinheiro no caixa, concorda? E como o caixa 
aumenta no débito foram debitados R$ 20.000,00 na conta “caixa”. Já o capital social é uma conta do 
patrimônio líquido e portanto aumenta no crédito sendo os R$ 20.000,00 creditados nela. 
 
 
 
 
 
Equipamentos Caixa 
2.000,00 2.000,00 
Caixa Contas a pagar 
2.000,00 1.000,00 
1.000,00 
2.000,00 
1.000,00 
Caixa Capital social 
20.000,00 20.000,00 
 
 
 
 
 
 
27 
Em 20/03 foi realizada a compra de equipamento no valor de R$ 3.000,00 a prazo. Não 
esqueça que já tinha valores lançados na conta de “equipamentos” e em “contas a pagar”, é preciso 
considerá-los. 
O valor de R$ 3.000,00 foi debitado emequipamentos, pois eles pertencem ao ativo e 
aumentam no débito, conforme as orientações do quadro 2. O mesmo valor foi creditado em contas 
a pagar, pois pertence ao passivo e portanto aumenta no crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por fim, em 22/03 a empresa realizou um empréstimo no valor de R$ 10.000,00. 
Sim, eu sei que você já sabe. Mas eu vou repetir! O caixa é uma conta do ativo e portanto 
aumenta no débito. Dessa forma, foi debitado R$ 10.000,00 no caixa. Já o empréstimo é uma conta 
do passivo e portanto aumenta no crédito, portanto foi creditado R$ 10.000,00 na conta empréstimo. 
 
 
 
 
 
 
Após os lançamentos, é hora de fechar os saldos das contas. Certo estudante? Vamos lá! 
 
 
 
 
 
Capital social 
2.000,00 
1.000,00 
20.000,00 20.000,00 
 
Caixa 
2.000,00 
 
 1.000,00 
Equipamentos Contas a pagar 
3.000,00 
 
3.000,00 
Saldo: 27.000,00 Saldo: 20.000,00 
2.000,00 
1.000,00 
10.000,00 20.000,00 
 10.000,00 
Caixa Empréstimo 
10.000,00 
10.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cálculo dos saldos é feito por meio da diferença entre os débitos e créditos das contas. 
Também é válido ressaltar que o saldo do ativo sempre será devedor, pois se eleva no débito e o 
saldo do passivo e patrimônio líquido sempre credor, pois se elevam no crédito. 
 
O que achou do vídeo? Agora ficou ainda mais claro como os lançamentos devem ser 
realizados, não foi? A apuração dos saldos das contas após os devidos lançamentos é fundamental 
para montar o balanço patrimonial que será detalhado no tópico seguinte. 
 
 
2.2 Balanço patrimonial 
O balanço patrimonial é uma demonstração financeira do patrimônio da instituição 
(OLIVO; BOSCHILIA, 2012). Essa demonstração apresenta como a empresa se comporta durante o 
Para saber mais sobre débito e crédito acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=zjKSEwcM6JY 
Equipamentos Contas a pagar 
2.000,00 1.000,00 
3.000,00 
 
3.000,00 
Saldo: 5.000,00 Saldo: 2.000,00 
10.000,00 
 
 
 
 
 Saldo:10.000,00 
 
Empréstimo 
https://www.youtube.com/watch?v=zjKSEwcM6JY
 
 
 
 
 
 
29 
exercício social e em parceria com outros indicadores, que você também verá neste e-book (DRE e 
fluxo de caixa), auxilia os empresários a avaliarem se a empresa está bem financeiramente 
(ACCOUNTFY, 2021). 
 
Conforme Olivo e Borschilia (2012) de forma geral o balanço é composto por ativo(A) , 
passivo (P), patrimônio líquido (PL) e visa a igualdade dos valores do ativo e passivo + patrimônio 
líquido. Como pode ser visualizado na figura a seguir. 
 
 
Figura 7 - Equilíbrio entre as contas do balanço patrimonial 
Fonte: https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP.php 
Audiodescrição da figura: representa uma balança que está com os dois lados em equilíbrio, do lado esquerdo da 
balança tem a letra “A” que refere-se ao ativo e do lado direito a letra P que diz respeito ao passivo,o sinal de adição e 
as letras “PL” que significa patrimônio líquido. Fim da audiodescrição. 
 
Atenção! 
O exercício social diz respeito ao período de um ano, no qual as instituições 
têm a obrigatoriedade de apresentar as demonstrações financeiras/contábeis 
(PORTAL DA CONTABILIDADE, 2021a). 
https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP.php
 
 
 
 
 
 
30 
Na figura acima você conseguiu compreender que para que o balanço patrimonial possa 
alcançar o equilíbrio é necessário que a soma do valor das contas do ativo sejam iguais a soma das 
contas do passivo + patrimônio líquido? Vamos adiante então. 
 Para elaborar o balanço patrimonial é necessário realizar os registros contábeis de acordo 
com o método das partidas dobradas. Em seguida as contas são distribuídas e contabilizadas em seus 
respectivos grupos (OLIVO; BOSCHILIA, 2012). 
Também vale destacar que as leis 11.638/2007 e a LEI Nº 11.941/2009 indicaram 
mudanças na estrutura do balanço patrimonial, observe no quadro a seguir como as contas devem 
ser organizadas. 
Estrutura do Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
Ativo Circulante é uma referência aos bens e 
direitos que a empresa tem a receber e que 
podem ser convertidos em dinheiro em curto 
prazo (máximo em um ano). Exemplo: as contas 
caixa , banco, estoques e contas a receber em 
curto prazo. 
Passivo Circulante são as Obrigações ou 
Exigibilidades que deverão ser pagas no 
decorrer do exercício seguinte (dentro de um 
ano), após o levantamento do balanço. 
Exemplo: fornecedores, duplicatas a pagar, 
salários a pagar e provisão para férias. 
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante 
Ativo realizável a longo prazo Passivo exigível a longo 
Prazo 
São relacionadas nesta conta os bens e direitos 
realizáveis (em dinheiro), após o término do 
exercício seguinte. Ou seja, superiores a um ano. 
Exemplo: contas a receber a longo prazo e 
empréstimos feitos para outras instituições. 
Compreende as obrigações exigíveis que serão 
liquidadas ao final do exercício seguinte, com 
prazo superior a um ano. Dívidas de longo prazo. 
Exemplo: empréstimos bancários e 
financiamentos. 
Investimentos Patrimônio Líquido 
São todas as aplicações de recursos que não têm 
por finalidade o objetivo principal da entidade. 
Exemplos: imóveis para aluguel, terrenos para 
expansão, ações em outras empresas. 
Patrimônio Líquido: o patrimônio líquido 
representa os valores que os sócios ou 
acionistas têm na empresa em um determinado 
momento. No balanço patrimonial, a diferença 
entre o valor dos Ativos e dos Passivos 
representa o PL (Patrimônio Líquido). E ele 
envolve: “capital social, reservas de capital, 
Imobilizados 
Representa as aplicações de recursos em bens 
instrumentais que servem de meios para que a 
 
 
 
 
 
 
31 
entidade alcance seus objetivos. Exemplos: 
veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, 
embarcações. 
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de 
lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados” (LEI Nº 11.941/2009). 
Intangíveis 
Também são chamados de bens impalpáveis, 
tais como as marcas e patentes. 
 
Quadro 3 - Estrutura do balanço patrimonial 
Fonte: Adaptado de Olivo e Boschilia (2012, p.20, 22-27) 
 
Perceba que o ativo é dividido em circulante e não circulante (realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizados e intangíveis), assim como o passivo que se decompõem em circulante 
e não circulante (exigível a longo prazo). Já o patrimônio líquido segundo a lei n° 11.941/2009 “se 
divide em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados”. 
 
Compreendeu a estrutura do balanço patrimonial, estudante? Ainda não? Então 
considere os saldos dos lançamentos que te apresentei no começo desta competência e observe 
como ficou o balanço patrimonial no quadro a seguir. 
 
Você sabia? 
O capital social são os recursos (financeiros ou materiais) investidos pelos 
sócios na empresa (SEBRAE, 2020b). Já as reservas de capital referem-se aos 
valores que a instituição recebeu e que não perpassa pelos resultados, pois 
não dizem respeito a entrega de bens/serviços (PORTAL DA CONTABILIDADE, 
2021b). Por outro lado, o ajuste de avaliação patrimonial compreende o 
reajuste dos valores dos itens do ativo e passivo considerando um valor justo 
(LUNELLI, 2021a). 
As reservas se lucro incorporam os valores obtidos pela lucratividade da 
empresa e que ainda não foram divididos com os sócios (CAPITAL, 2019). Já as 
ações em tesouraria referem-se a recompra de ações da própria empresa no 
mercado financeiro, ou seja, a empresa recompra do mercado algumas de 
suas ações para que elas fiquem sob sua custódia (ONZE, 2021a). Por fim, os 
prejuízos acumulados são prejuízos que se acumularam em um período 
específico e que ainda não foram totalmente incorporados no lucro (CAPITAL, 
2020). 
 
 
 
 
 
 
32 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo 
Ativo Circulante Passivo Circulante 
CaixaR$ 27.000,00 Contas a pagar R$ 2.000,00 
 Passivo Não Circulante 
Ativo Não Circulante Empréstimo R$ 10.000,00 
Equipamentos R$ 5.000,00 Patrimônio Líquido 
 Capital Social R$ 20.000,00 
Total Ativo R$ 32.000,00 Total Passivo + PL R$ 32.000,00 
 
Quadro 4 - Exemplo de balanço patrimonial 
Fonte: elaborado pela autora (2022) 
 
Perceba que todas as contas do quadro acima foram agrupadas respeitando os critérios 
indicados pelo quadro 3. No ativo circulante ficou a conta caixa no valor de R$ 27.000,00, no ativo 
não circulante ficou a conta equipamentos no valor de R$ 5.000,00. Já no passivo circulante ficaram 
as contas a pagar no valor de R$ 2.000,00 e no ativo não circulante a conta empréstimo no valor de 
R$ 10.000,00. Por fim, no patrimônio Líquido, ficou a conta capital social no valor de R$ 20.000,00. 
Observe que o valor total do ativo (ativo circulante + ativo não circulante) deu R$ 
32.000,00, igualmente a soma total do passivo (passivo circulante + passivo não circulante) com o 
patrimônio líquido deu R$ 32.000,00 , o que indica que o balanço fechou corretamente. 
 Confira outro exemplo de balanço patrimonial no quadro abaixo: 
 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido 
Ativo Circulante R$ 20.000,00 Passivo Circulante R$ 3.000,00 
Caixa R$ 10.000,00 Contas a pagar R$ 3.000,00 
Estoque R$ 10.000,00 Passivo Não Circulante R$ 35.000,00 
Ativo Não Circulante R$ 30.000,00 Financiamento R$ 35.000,00 
Tereno R$ 25.000,00 Patrimônio Líquido R$ 12.000,00 
 
 
 
 
 
 
33 
Maquinário R$ 5.000,00 Capital Social 
Integralizado 
R$ 12.000,00 
 
Total Ativo R$ 50.000,00 Total Passivo + PL R$ 50.000,00 
Quadro 5 – Exemplo de balanço patrimonial 
Fonte: Muniz e Ramos (2015, p. 36) 
 
Assim como no exemplo anterior, neste exemplo as contas foram agrupadas respeitando 
a ordem proposta pelo quadro 3. Para calcular o total do ativo circulante se somou R$ 10.000,00 da 
conta caixa com R$ 10.000,00 da conta estoque dando o total de R$ 20.000,00. O total do ativo não 
circulante ocorreu por meio da soma de R$ 25.000,00 da conta terreno com R$ 5.000,00 da conta 
maquinário, finalizando no valor de R$ 30.000,00. A soma dos R$ 20.000,00 do ativo circulante com 
R$ 30.000,00 do ativo não circulante deu um total de R$ 50.000,00 para conta ativo. 
Já no passivo e patrimônio líquido, como só tinha uma conta em cada subgrupo o passivo 
circulante ficou no valor de R$ 3.000,00 , o passivo não circulante no valor de R$ 35.000,00 e o 
patrimônio líquido no valor de R$ 12.000,00. Desta forma, o total dos valores do passivo + 
patrimônio líquido também foi de R$ 50.000,00 , fechando o balanço corretamente. 
 Viu que é mais fácil do que parece? Agora que finalizei a explicação sobre as contas 
patrimoniais, no tópico seguinte vou te apresentar a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
que é uma conta de resultado. 
 
2.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE 
Você sabe o que é uma DRE? A Demonstração do Resultado do Exercício, conhecida por 
DRE é um demonstrativo do grupo de contas de resultados como eu já havia mencionado no tópico 
anterior. As contas de resultados envolvem as subcategorias custos, despesas e receitas (POLIZEL, 
VILLALVA; SANTOS, 2015). 
De forma mais específica a DRE é um registro contábil que indica como a empresa está 
operando. Ela contempla toda a movimentação da instituição, considerando as despesas/custos e 
receitas que ela obteve no exercício e apresentando ao final da análise a apuração do lucro ou 
prejuízo institucional (MUNIZ; RAMOS, 2015). 
 
 
 
 
 
 
34 
Olivo e Boschilia (2012) evidenciam que a DRE tem como finalidade demonstrar o lucro 
líquido de um exercício social, com base no regime de competência contábil. 
 
Para fins de obrigatoriedade legal a DRE deve ser elaborada anualmente, entretanto nada 
impede que algumas empresas optem por elaborá-la mês a mês ou trimestralmente apenas para 
monitoramento administrativo (OLIVO; BOSCHILIA, 2012). A estrutura da DRE é autoexplicativa e, 
portanto, fácil de ser compreendida (MUNIZ; RAMOS, 2015). Veja no quadro a seguir essa estrutura 
simplificada. 
 
Atenção! 
Na contabilidade o princípio do regime de competência aponta que as 
movimentações financeiras/contábeis devem ser registradas no momento em 
que elas ocorrem, independente de terem sido recebidas ou pagas (PORTAL 
DA CONTABILIDADE, 2021c). 
 
 
 
 
 
 
35 
RECEITA BRUTA DE VENDA DE BENS E SERVIÇOS 
 (-) Impostos sobre Vendas 
 (-) Devoluções, Descontos Comerciais 
(=) RECEITA LÍQUIDA 
(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos 
(=) LUCRO BRUTO 
(-) Despesas de Vendas, administrativas e Gerais 
(+/-) Outras Receitas e Despesas Operacionais 
(+/-) Resultado de Equivalência Patrimonial 
(=) RESULTADOS ANTES DAS RECEITAS E DAS DESPESAS 
FINANCEIRAS 
(+) Receitas Financeiras 
(-) Despesas Financeiras 
(=)LUCRO ANTES DO IR/ CSLL 
(-) Despesas com tributos sobre o lucro 
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
 
Quadro 6 - Estrutura da DRE simplificada 
Fonte: Assaf neto (2014, p.211) 
 
Achou interessante cursista? Vai ficar ainda melhor, pois vou me basear nos autores Assaf 
Neto (2014) e Polizel, Villalva e Santos (2015) para explicar esses componentes da DRE. Venha 
comigo! 
Vamos começar pela receita bruta de vendas. Você imagina o que pode ser? A receita 
bruta é uma quantia que a instituição tem para embolsar originária do seu processo produtivo. Essa 
receita pode ser referente a mercadoria (no caso do comércio), produto (no caso da indústria) ou 
serviço vendido a depender do que a empresa comercializa. 
Da receita bruta são deduzidos os impostos sobre a venda, devoluções, descontos 
comerciais e abatimentos sobre a venda para se achar o valor da receita líquida. Da receita líquida 
são debatidos o custo dos produtos (indústria), mercadorias (comércio) ou serviços vendidos, 
também a depender se é uma instituição comercial, industrial ou que presta serviços. 
 
 
 
 
 
 
36 
Após a retirada do custo, temos o lucro bruto. Do lucro bruto se deduz as despesas de 
vendas, administrativas e gerais. Em seguida é descontada a diferença entre receitas e despesas 
operacionais que podem ter saldo positivo ou negativo. Caso exista mais receitas que despesas o 
valor será positivo, já se houver mais despesas do que receitas o saldo será negativo. 
O mesmo raciocínio serve para o Resultado de Equivalência Patrimonial, se os 
investimentos apresentarem lucratividade o resultado será positivo, se apresentarem prejuízo o 
resultado será negativo. Depois disso, chega-se aos resultados antes das receitas e das despesas 
financeiras. 
 
A partir dessa etapa, são contabilizadas as receitas financeiras (positivas) e as despesas 
financeiras(negativas), até alcançar o lucro antes do Imposto de Renda(IR) e contribuição social 
sobre o lucro líquido (CSLL). O próximo passo é deduzir as despesas com tributos sobre o lucro para 
achar o Lucro Líquido do Exercício. 
Ficou claro estudante? Ainda não? Veja este exemplo então. Um comércio apresentou os 
seguintes resultados: 
• Receita bruta de vendas: R$ 100.000,00 
• Custos da mercadoria Vendida (CMV): R$ 600,00 
• ICMS (Imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços): R$ 18.000,00 
• Despesa administrativa: R$ 500,00 
• Despesas financeiras: R$ 400,00 
• Tributos de IR e CSLL: R$ 4.000,00 
 
Como ficaria a DRE? Observe o quadro abaixo. 
 
 
 
Você sabia? 
A equivalência patrimonial diz respeito a análise dos investimentos realizados 
em outras instituições (REIS, 2019a) 
 
 
 
 
 
 
37 
DRE 
Receita bruta de venda 100.000,00 
(-)ICMS (18.000,00) 
(=) Receita Líquida das vendas 82.000,00 
(-) CMV (600,00) 
(=) Lucro Bruto 81.400,00 
(-) Despesas administrativas (500,00) 
(=) Resultados antes das receitas e das 
despesas financeiras 
80.900,00 
(-)Despesas financeiras (400,00) 
(=)Lucro antes doIR/CSLL 80.500,00 
(-)Tributos de IR e CSLL (4.000,00) 
(=) Lucro Líquido do Exercício 76.500,00 
 
Quadro 7- Exemplo de DRE 
Fonte: elaborado pela autora (2022) 
 
Iniciei lançando R$ 100.000,00 de receita bruta de vendas, em seguida deduzi 
R$18.000,00 do ICMS que resultou no valor de R$ 82.000,00 em receita líquida de vendas. Logo 
depois fiz o abatimento de R$ 600,00 do CMV, que gerou o valor de R$ 81.400,00 em lucro bruto. 
Do lucro bruto, retirei R$ 500,00 de despesas administrativas, que resultaram em R$ 80.900,00 antes 
das receitas e das despesas financeiras. 
Em seguida deduzi R$ 400,00 de despesas financeiras, que deu R$ 80.500,00 de Lucro 
antes do IR/CSLL. Por fim, retirei os R$ 4.000,00 de Tributos de IR e CSLL, chegando ao valor de R$ 
76.500,00 de lucro líquido do exercício. Perceba que a empresa de fato teve lucro, porém se o 
resultado final fosse negativo a empresa estaria em prejuízo. 
Para finalizar, gostaria de te lembrar que nesta competência você viu como funciona o 
método das partidas dobradas, e que o plano de contas é composto por contas patrimoniais e de 
resultado. O demonstrativo que engloba as conta patrimoniais é o balanço patrimonial e a 
demonstração que comtempla as contas de resultado é a DRE. 
 
 
 
 
 
 
38 
Agora é hora de te parabenizar por ter finalizado mais uma competência. Você já chegou 
a metade do caminho! E para encerrar da melhor forma possível te convido a assistir a videoaula 
desta competência no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), assim como realizar as atividades da 
semana. 
Na próxima competência você verá como elaborar um plano de viabilidade financeira 
para um empreendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um 
empreendimento 
Na competência anterior você aprendeu como realizar algumas demonstrações 
contábeis/financeiras como balanço patrimonial e DRE. E também como funciona o método das 
partidas dobradas que orienta o pensamento contábil. 
Nesta competência, o foco será a elaboração de um plano financeiro. Para isso, você 
precisará compreender como opera a função financeira na empresa e quais contas precisam ser 
administradas. Mas não fique ansioso(a) vou te mostrar tudo que você precisa saber! 
 
 
 3.1 A Função Financeira na Empresa 
Você sabe o que faz a função financeira na empresa? Se você pensou que envolve a 
administração de dinheiro , acertou. Mas não é só isso! A função financeira compreende o registro e 
o gerenciamento das informações relacionadas às finanças empresariais. Com a finalidade de facilitar 
o processo de tomada de decisão e realizar os ajustes necessários para que a empresa possa 
prosperar cada dia mais (SEBRAE, 2017). 
Todas as empresas, independente do tamanho e forma jurídica, necessitam executar um 
bom gerenciamento financeiro. Por isso, elas geralmente designam uma pessoa para ficar 
responsável pela administração das finanças corporativas. Essa pessoa tem como função realizar a 
administração do fluxo de caixa, dos investimentos, levantamento de recursos, previsões financeiras 
entre outros (GITMAN, 1997). E geralmente são chamados de gestores(as) financeiro(ra) . Veja a 
figura a seguir. 
 
 
 
Inicie ouvindo o podcast que resume os principais aspectos desta competência. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 8 – Gestora financeira 
Fonte: https://ead.thinkr.com.br/posts/ver/36/quero-vender-cursos-online-preciso-ter-um-cnpj 
Audiodescrição da figura: mulher sentada de frente para o computador analisando dados financeiros. Fim da 
audiodescrição. 
 
Observou na imagem a gestora financeira analisando as finanças empresariais? Que 
ótimo. Mas será que aqui no Brasil todas as empresas priorizam a administração financeira no 
gerenciamento dos seus negócios? A resposta é não. Segundo Sebrae (2015), em diversas instituições 
os donos dos negócios priorizam atividades cotidianas de produção e comercialização de produtos, 
ao invés da organização financeira. Isso não significa que essas atividades não sejam importantes. 
Elas são importantes sim, e merecem monitoramento. Mas gerir as finanças corporativas também 
merece atenção, não acha? 
É bem fácil localizar proprietários de pequenos empreendimentos que não sabem os 
valores exatos do quantitativo apurado no dia. Alguns perdem bastante tempo procurando essas 
informações que foram registradas em lugares diferentes e outros não têm nenhum tipo de controle 
que permita checar adequadamente a movimentação do caixa durante o dia (SEBRAE, 2015). 
Destaco que não tem problema realizar esses registros de forma manual, por meio de 
planilha ou softwares. O importante é que o registro seja feito de forma correta e organizada, 
entendeu estudante ? (SEBRAE, 2017). 
 
 
 
 
 
 
41 
Pois quando o proprietário do negócio não consegue mensurar esses resultados, fica 
impossível realizar o gerenciamento financeiro. E sem conseguir monitorar os resultados, a 
necessidade de capital de giro e a movimentação do caixa é comum cair na armadilha de acreditar 
que se tem bastante dinheiro no caixa a empresa tem boa saúde financeira, caso contrário ela está 
indo mal (SEBRAE, 2017). E pelo que você já viu até aqui, não é apenas isso que contribui para uma 
boa administração financeira, não é mesmo? 
 
De forma geral, a função financeira nas empresas contempla o planejamento e avaliação 
das finanças, o bom uso dos recursos financeiros (métodos de análise, negociação e aplicação), 
controle de fluxo de caixa e administração de contas a pagar e a receber, capital de giro e 
gerenciamento de estoques (SEBRAE, 2015; SEBRAE, 2017). Além dos demonstrativos financeiros/ 
contábeis que você já viu (margem de contribuição, ponto de equilíbrio, balanço patrimonial, DRE...). 
Assim, é possível ter uma visão geral das finanças da empresa no presente e também no 
futuro, o que facilita o processo de tomada de decisão organizacional (SEBRAE, 2017). Conseguiu 
perceber o quanto a função financeira é importante para longevidade das empresas estudante? Pois 
bem, agora vou te explicar melhor o que é o controle de fluxo de caixa. 
 
3.2 Controle de fluxo de caixa 
Você concorda que nas empresas todas as operações financeiras deveriam ser registradas 
no caixa? Então, é justamente por isso que ele é o primeiro controle que as instituições devem 
realizar. O controle do caixa é requisito básico para o gerenciamento financeiro, portanto é 
importante arquivar e ordenar todos os recibos das operações financeiras ( SEBRAE, 2017). 
Ainda conforme o autor, esse controle permite a conferência diária de vendas e saldo do 
caixa. E para realizá-lo pelo método direto é necessário somar o saldo inicial com a diferença entre 
o total de todas as entradas de dinheiro (recebimentos à vista ou a prazo. Ex: em espécie, cartões de 
Atenção! 
Sem organização não é possível realizar uma boa gestão financeira no longo 
prazo. 
 
 
 
 
 
 
42 
débito e crédito) e o total de todas as saídas de dinheiro (pagamentos à vista ou a prazo. Ex: 
fornecedores, salários, aluguel e energia elétrica). 
 
Veja um exemplo simplificado de fluxo de caixa no quadro a seguir. 
 
Movimentações 
financeiras 
DIA 1 DIA 2 DIA 3 
Saldo inicial R$ 2.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.500,00 
Recebimentos R$ 10.000,00 R$3.000,00 R$ 5.000,00 
Salários (R$ 5.000,00) ---- ---- 
Fornecedores (R$ 2.000,00) ---- (R$3.000,00) 
Aluguel ---- ( R$ 1.500,00) ---- 
Saldo final R$ 5.000,00 R$ 6.500,00 R$ 8.500,00 
Quadro 8 - Exemplo simplificado de fluxo de caixa 
Fonte: elaborado com base em Fabri (2016) 
 
Observe que no quadro acima, no dia 1, o saldo inicial do caixa era de R$ 2.000,00. 
Durante esse dia se recebeu R$ 10.000,00 em vendas, porém se pagou R$ 5.000,00 em salários e 
R$2.000 para os fornecedores. Dessa forma o saldo final do dia 1 foi calculado da seguinte forma: 
 
 
 
 
Atenção! 
Nesta competência o foco é na administraçãofinanceira, portanto na 
contabilização do saldo do fluxo de caixa as entradas são contas positivas e 
saídas contas negativas. 
 
Saldo final = (R$ 2.000,00 + R$ 10.000,00 - R$ 5.000,00 - R$ 2.000,00) 
Saldo final = R$ 5.000,00 
 
 
 
 
 
 
43 
Já no dia 2, o caixa começou com R$ 5.000,00 que foi o que restou do dia 1. No dia 2, se 
recebeu R$3.000,00 , mas se pagou R$ 1.500,00 de aluguel. Assim, o saldo final do dia foi 
contabilizado do seguinte modo: 
 
No dia 3, o saldo inicial era de 6.500,00 que foi o que restou do dia 2. Durante o dia 3, 
se recebeu R$ 5.000,00 de vendas e se pagou R$3.000,00 dos fornecedores. Veja como ficou o 
saldo final desse dia: 
 
Entendeu estudante? No registro das entradas e saídas você também pode agrupar as 
contas e categorizá-las em despesas comerciais, operacionais, de recursos humanos, recebimentos 
comerciais e de investimentos, por exemplo (SEBRAE, 2017). 
 
O que achou do vídeo? Mostrou outro exemplo ainda mais prático, não foi?Pois é, o 
controle de caixa pode ser utilizado não só no cotidiano das empresas, mas também na organização 
das finanças pessoais. Como você viu ele envolve administração dos pagamentos e recebimentos, 
buscando um equilíbrio saudável entre as contas a pagar e a receber. 
Reforço que o controle do fluxo de caixa (CFC) pode ser realizado manualmente, por 
planilha ou software a depender do objetivo, tipo ou tamanho do negócio. O importante é que tudo 
seja registrado corretamente! Agora, quanto maior for a empresa, mais sofisticado e detalhado tende 
a ser o CFC (SEBRAE, 2017). 
 
Saldo final = (R$ 5.000,00 + R$ 3.000,00 - R$ 1.500,00 ) 
Saldo final = R$ 6.500,00 
 
Saldo final = (R$ 6.500,00 + R$ 5.000,00 - R$3.000,00) 
Saldo final = R$ 8.500,00 
Veja outro exemplo de fluxo de caixa em: 
https://www.youtube.com/watch?v=seJEU24mPi4 
https://www.youtube.com/watch?v=seJEU24mPi4
 
 
 
 
 
 
44 
Também é importante destacar que quando o fluxo de caixa está com saldo positivo e 
há um bom gerenciamento de estoques a tendência é reduzir a necessidade de uso de capital de giro 
para fazer a empresa operar. O que é um bom indicativo financeiro (SEBRAE, 2017). Vou te falar mais 
sobre o capital de giro e o gerenciamento de estoques a seguir. 
 
3.3 Capital de giro e Gerenciamento de estoques 
Chegou a hora de falar sobre o capital de giro estudante. Você tem ideia do que ele é? O 
capital de giro é a quantia que a instituição deve ter para suprir suas despesas cotidianas (ENDEAVOR, 
2021b). Ou seja, ele é a diferença entre os valores disponíveis no caixa e o somatório das despesas e 
contas a pagar (SEBRAE, 2021c). Em outras palavras, é ele que faz a empresa girar (funcionar), 
enquanto não se recebe os pagamentos dos clientes (SEBRAE, 2017). 
 
Observou no vídeo o quanto o capital de giro é importante? Pois é, ele é fundamental 
para cobrir o ciclo financeiro da empresa. Mas você deve está se perguntando, o que é ciclo 
financeiro professora? Bem, o ciclo financeiro também conhecido como ciclo de caixa ou ciclo de 
conversão de caixa, compreende o período entre o pagamento dos fornecedores até o recebimento 
dos valores da compra pelo cliente (SEBRAE, 2017; WAY BACK, 2020). Entendeu estudante? 
De acordo com o Sebrae (2017), também existe o ciclo operacional, que contempla o 
prazo médio de estoques (PME) e o prazo médio de recebimentos (PMR). Este ciclo se inicia no 
momento da compra da matéria-prima ao fornecedor, envolve a comercialização do produto até o 
recebimento das vendas que podem ser à vista e/ou a prazo. E o ciclo econômico, que envolve o 
prazo médio de pagamentos (PMP), este ciclo se inicia na compra de mercadorias ao fornecedor até 
o momento da comercialização do produto, incluindo apenas os pagamentos à vista. Para calcular o 
ciclo financeiro, você precisará dos valores de PME, PMR E PMP, veja a estrutura da fórmula do ciclo 
financeiro. 
Para entender melhor, assista o vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=V_Ww_NEmU_4 
https://www.youtube.com/watch?v=V_Ww_NEmU_4
 
 
 
 
 
 
45 
 
Agora observe o exemplo elaborado com base no autor supracitado para entender como 
aplicar a fórmula na rotina empresarial. Uma instituição tem um prazo médio de estoques (PME) de 
30 dias, o prazo médio de recebimento (PMR) das vendas de 45 dias e o prazo médio de 
pagamento(PMP) dos fornecedores de 30 dias. De quanto seria o ciclo financeiro? 
 
Como você já sabe que precisará suprir as necessidades financeiras da empresa por 45 
dias, antes do dinheiro entrar no caixa é fundamental contabilizar a necessidade de capital de giro 
(NCG) para esse período. Para isso, é necessário multiplicar o quantitativo de dias do ciclo financeiro 
pela média de custos e despesas por dia. Veja a estrutura da fórmula do NCG (SEBRAE, 2017). 
 
Agora, imagine que uma empresa tem um ciclo financeiro de 45 dias e que o valor dos 
custos e despesas diários são de R$ 600,00. Qual seria o valor do NCG? 
 
 
Viu como é fácil? 
 
Ciclo Financeiro = PME + PMR – PMP 
Ciclo Financeiro = 30 + 45 – 30 
Ciclo Financeiro = 45 dias 
NCG = ciclo financeiro x média diária de custos e despesas 
NCG = 45 x 600,00 = R$ 27.000,00 
Para entender melhor, assista o vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=9XY4sCNixH0 
https://www.youtube.com/watch?v=9XY4sCNixH0
 
 
 
 
 
 
46 
O vídeo resumiu bem o que falamos até o momento, concorda? Ficou claro para você que 
para calcular o capital de giro é necessário conhecer os ciclos e prazos da empresa? Que bom! Outra 
informação importante é que os gestores devem buscar eliminar o excesso de estoques na empresa. 
Mas você deve está se perguntando, por qual motivo devo reduzir estoques, professora? 
Pense comigo, o gerenciamento de estoques faz parte do ciclo operacional. Quanto menor o ciclo 
operacional, menor o ciclo financeiro. Quanto menor o ciclo financeiro, menor a quantidade 
necessária de capital de giro (NCG). E quanto menor a NCG, menos dinheiro é necessário para fazer 
a empresa operar (SEBRAE, 2017). Ficou claro estudante? 
 
Outra informação importante é que o Prazo Médio de Estocagem (PME), Prazo Médio de 
Recebimento dos Clientes (PMR), Prazo Médio de Pagamento (PMP) também podem ser chamados 
de índices ou indicadores de atividades (REIS, 2018). Mas agora que você já está por dentro do 
gerenciamento do fluxo de caixa, estoques e do capital de giro, que tal adquirir conhecimentos sobre 
os métodos de investimentos? Vai ser ótimo, vamos juntos! 
 
3.4 Métodos de Avaliação de Investimentos 
Você concorda que no mundo dos negócios sempre aparece uma série de oportunidades 
de investimentos? Eu também concordo! E como é possível avaliar se esses investimentos são bons 
ou não para empresa? Por meio dos métodos de avaliação de investimentos (DENNIS, 2021). 
 Esses métodos se baseiam em análise de viabilidade financeira que tem como finalidade 
avaliar se um investimento pode alcançar o resultado desejado ou não. Preciso te alertar que existem 
vários métodos de avaliação de investimento no mercado, mas vou te mostrar os mais utilizados que 
são: Payback, Valor Presente Líquido - VPL e Taxa Interna de Retorno – TIR (DENNIS, 2021). 
Se liga! 
Para saber mais sobre o fluxo de caixa realize o curso gratuito de gestão 
financeira com direito a certificado em: 
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline/gestao-
financeira,7370b8a6a28bb610VgnVCM1000004c00210aRCRD 
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline/gestao-financeira,7370b8a6a28bb610VgnVCM1000004c00210aRCRD
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47 
 
3.4.1 Payback 
Então estudante, o payback ou payback simples é um método de avaliação de 
desempenho bem fácil de entender. Ele busca contabilizar a quantidade de tempo necessário para 
obter o retorno do investimento inicial do negócioe para isso faz a estimativa do fluxo de caixa do 
período(DENNIS, 2021; FIA, 2020). 
Porém ele não leva em consideração “o valor do dinheiro no tempo” (FIA, 2020). Mas o 
que isso quer dizer? Pense comigo, imagine que você tem R$ 1.000,00 disponíveis para comprar o 
que você quiser hoje, você acredita que daqui a 3, 4 ou 5 anos você conseguiria comprar as mesmas 
coisas com esse mesmo dinheiro? A resposta é não! Pois com o passar do tempo o dinheiro vai 
perdendo valor, devido a inflação. 
 
Agora que tal ver um exemplo de aplicação do payback para você entender melhor como 
ele funciona? Imagine que você tem R$ 100.000,00 para investir em um negócio. E precisa decidir se 
os R$ 100.000,00 vão para a doceria doce sonho ou para a sorveteria polar. Considere que para 
doce sonho a previsão do fluxo de caixa para o primeiro ano foi de R$ 30.000,00 , no segundo R$ 
35.000,00 , no terceiro também R$ 35.000,00 e no quarto R$ 40.000,00. E a sorveteria polar estimou 
um fluxo de caixa de R$ 20.000,00 no primeiro ano, R$ 30.000,00 no segundo, R$ 40.000,00 no 
terceiro e R$ 50.000,00 no quarto. Em qual dos empreendimentos você investiria? Use o payback 
para decidir. 
Para facilitar seu entendimento, vou colocar a resolução da questão no quadro a seguir. 
 
 
 
 
Você sabia? 
A inflação refere-se à elevação dos preços dos produtos e serviço, resultando 
na redução do poder de compra do dinheiro (BCB, 2021a). 
 
 
 
 
 
 
48 
Payback 
Investimento Inicial: 100.000,00 
Doceria Doce Sonho Sorveteria Polar 
 Ano 0 ( 100.000,00) Ano 0 ( 100.000,00) 
1º ano 30.000,00 ( 100.000,00) + 30.000,00 
= ( 70.000,00) 
1º ano 20.000,00 (100.000,00) + 20.000,00 
= ( 80.000,00) 
2º ano 35.000,00 (70.000,00) +35.000,00= 
 ( 35.000,00) 
2º ano 30.000,00 (80.000,00) + 30.000,00 
= (50.000,00) 
3º ano 35.000,00 ( 35.000,00) + 35.000,00 = 
0 
3º ano 40.000,00 (50.000,00) + 40.000,00 
= (10.000,00) 
4º ano 40.000,00 0 + 40.000,00 = 
40.000,00 
4º ano 50.000,00 (10.000,00) + 50.000,00 
=40.000,00 
 
Quadro 9 – Exemplo de Payback simples 
Fonte: elaborado com base em Chaves (2019) 
 
Perceba no quadro acima que no ano 0, o fluxo de caixa tanto para Doce sonho, quanto 
para Polar estariam com fluxo de caixa negativo de R$ 100.000,00. Negativo pois saiu R$ 100.000,00 
do caixa. Pois bem, no 1º ano entrará R$ 30.000,00 no caixa, restando ainda R$ 70.000,00 a serem 
retornados, por isso ele está negativo no quadro, fazendo menção a “dívida a ser paga”. No 2º ano, 
serão pagos mais R$ 35.000,00 , restando R$ 35.000,00 a serem devolvidos e portanto negativos no 
fluxo de caixa, no 3º ano entrará mais R$ 35.000,00 e a “dívida” chegará a 0. 
Dessa forma, 3 anos é o valor do payback da doce sonho. Que é justamente quando você 
receberia o total dos valores investidos inicialmente. No 4º ano o valor de R$ 40.000,00 já seria 
excedente . Até aqui entendeu o raciocínio estudante? 
Então vamos lá, no 1º ano da Polar entrará 20.000,00 no caixa e a “dívida” irá diminuir 
para 80.000,00. Os 80.000,00 estão negativos no quadro 9 pois, de forma didática, é como se fosse 
um saldo que estão “devendo ao caixa”. Certo? No 2º ano você receberá mais 30.000,00, restando 
50.000,00 negativos a serem devolvidos. No 3º ano irá retornar mais 40.000,00 , faltando 10.000,00 
(negativo). Apenas no 4º ano se receberia o retorno do investimento inicial (payback), mais 40.000,00 
 
 
 
 
 
 
49 
excedentes. Desse modo, seria mais vantajoso investir na doceria doce sonho, pois o retorno do 
investimento seria mais rápido. Conseguiu entender cursista? Ainda não? 
 
Gostou do vídeo? Bem simples e direto não foi? Acredito que agora tenha ficado mais 
claro. Considerando que você já compreendeu como funciona o payback, vou te falar no próximo 
tópico sobre o Valor Presente Líquido (VPL). 
 
3.4.2 Valor presente líquido (VPL) 
Cursista, o VPL é a metodologia de avaliação de investimento que considera o dinheiro no 
tempo (FIA, 2020). Ou seja, engloba os valores presentes de um conjunto de fluxos de caixa, a uma 
certa taxa de retorno, deduzindo o investimento inicial (DENNIS, 2021). Mas não se preocupe que 
vai ficar mais fácil de entender quando eu te mostrar um exemplo. 
Porém, antes você precisa saber que quando o VPL é maior (>) que zero o investimento 
é classificado como viável. Quando ele é igual a zero, não trará prejuízo nem lucratividade para 
empresa. Por fim, se o valor do VPL for menor (<) que zero o investimento é inviável (FIA, 2020). 
Veja a fórmula do VPL segundo Warren (2020, não paginado): 
 
 Eu sei, a fórmula parece assustadora. Mas te garanto que é mais fácil do que do que 
você imagina. Ainda conforme o autor: 
 
• O VPL é o somatório dos fluxos de caixas com valores presentes estimados que irão 
avaliar se o investimento é ou não viável. 
Veja outro exemplo do cálculo do payback: 
https://www.youtube.com/watch?v=RvTPPhijp9k 
𝑽𝑷𝑳: ሺ 𝐹𝐶0ሻ +
𝐹𝐶1
ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻ1
+ 
𝐹𝐶2
ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻ2
+ ⋯ + 
𝐹𝐶𝑛
ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻⁿ
 
https://www.youtube.com/watch?v=RvTPPhijp9k
 
 
 
 
 
 
50 
• FC0 é o fluxo de caixa inicial, referente ao investimento inicial. O valor do FC0 deve 
ficar negativo pois saiu o investimento inicial do caixa. 
• FC1 é o fluxo de caixa do 1° período. 
• FC2 é o fluxo de caixa do 2º período. 
• FCn é o enésimo (último) fluxo de caixa do período, que poderá ser 3, 4 , 5... a 
depender da quantidade de períodos estipulados. 
• A TMA refere-se a taxa mínima de atratividade (percentual mínimo esperado pelo 
investidor em relação aos valores investidos) que é entendida como uma taxa de 
desconto. 
Agora preste atenção ao exemplo elaborado com base em Warren (2020) para 
compreender a aplicação prática do VPL. Suponha que você está pensando em investir R$ 20.000,00 
em uma loja de sapatos, e que o fluxo de caixa estimado para o 1ºano é de R$ 6.000,00 , para o 2º 
ano R$ 8.000,00 e para o 3º ano R$ 12.000,00. Considerando uma TMA de 20% ao ano. Qual será o 
valor do VPL? Lembre que a taxa deve ser transformada em número decimal, portanto é preciso 
dividí-la por 100. 
Vou começar transformando a taxa: 20% = 
20
100
= 0,2 
 
Agora vou resolver a questão. Confira! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
𝑽𝑷𝑳: ሺ− 20.000,00ሻ +
6.000,00
ሺ1 + 0,2ሻ1
+ 
8.000,00
ሺ1 + 0,2ሻ2
+ 
12.000,00
ሺ1 + 0,2ሻ³
 
𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ +
6.000,00
ሺ1,2ሻ1
+ 
8.000,00
ሺ1,2ሻ2
+ 
12.000,00
ሺ1,2ሻ³
 
𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ +
6.000,00
1,2
+ 
8.000,00
1,44
+ 
12.000,00
1,728
 
𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 5.000,00 + 5.555,6 + 6.944,4 
𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 17.500,00 
𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 17.500,00 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
O VPL deu negativo (menor que zero), portanto o investimento não é viável. 
Compreendeu estudante? 
 
Percebeu no vídeo o passo a passo para realizar o cálculo do VPL no Excel? Muito mais 
rápido e prático, não é? Foi uma dica de ouro que te passei hein? Mas vamos adiante que ainda tem 
mais! No tópico a seguir vou te explicar o que é a Taxa Interna de Retorno (TIR). 
 
3.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) 
Então estudante, o que é a TIR? Você sabe? Apesar do nome ser taxa interna de retorno, 
a TIR é encontrada quando o valor do VPL chega a zero. Assim ela indica o percentual de desconto 
que necessita ser aplicado ao fluxo de caixa estimado para que o VPL se iguale a zero (WARREN, 
2021). Dessa forma, observe que ela funciona como um complemento a avaliação do VPL (FIA, 2020; 
LUNELLI, 2021b). 
Entretanto, a TIR é calculada com a ajuda do excel ou de uma calculadora científica, pois 
sua contabilização envolve cálculos matemáticos avançados. E para saber se vale a pena ou não 
investir em um negócio é preciso observar se o valor da TIR é maior que a TMA (taxa mínima de 
atratividade). Caso ela seja maior, é considerado um bom investimento. Caso a TIR seja menor que a 
TMA, não é um bom negócio (FIA, 2020). 
 
Aproveite e observe como realizar

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