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Direito de Greve: Descontos e Regras

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Greve IV
DIREITO DO TRABALHO
GREVE IV
7.2 – Descontos dos dias parados
• Mesma lógica da Lei de Greve.
• Regra: os dias paralisados não são remunerados.
Tema 531 da Lista de Repercussão Geral
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorren-
tes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do 
vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O des-
conto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por con-
duta ilícita do Poder Público.
Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. (...) Servidores públicos civis e 
direito de greve. Descontos dos dias parados em razão do movimento grevista. Possibilidade. 
Reafirmação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Recurso do qual se conhece 
em parte, relativamente à qual é provido. (...) 2. A deflagração de greve por servidor público 
civil corresponde à suspensão do trabalho e, ainda que a greve não seja abusiva, como 
regra, a remuneração dos dias de paralisação não deve ser paga. 3. O desconto somente 
não se realizará se a greve tiver sido provocada por atraso no pagamento aos servidores 
públicos civis ou por outras situações excepcionais que justifiquem o afastamento da pre-
missa da suspensão da relação funcional ou de trabalho, tais como aquelas em que o ente da 
administração ou o empregador tenha contribuído, mediante conduta recriminável, para que 
a greve ocorresse ou em que haja negociação sobre a compensação dos dias parados ou 
mesmo o parcelamento dos descontos. (...) (RE 693456, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal 
Pleno, julgado em 27/10/2016, PUBLIC 19-10-2017)
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Greve IV
DIREITO DO TRABALHO
DIRETO DO CONCURSO
166. (MPT/Procurador do Trabalho/2022) De acordo com os posicionamentos do Tribunal 
Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa CORRETA:
b. A administração pública não deve proceder ao desconto dos dias de paralisação 
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, sendo permi-
tida, entretanto, a compensação em caso de acordo.
COMENTÁRIO
Lembre-se que, em regra, a Administração Pública deve descontar os dias de paralisação 
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos.
Mas atenção: é permitida a compensação em caso de acordo. E o desconto será incabível 
se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
7.3 – Adaptações da lei de greve aos servidores públicos
a) Conceito de greve (MI 712).
• Lei de Greve – suspensão coletiva, temporária e pacífica total ou parcial da presta-
ção de serviços.
• No âmbito público – suspensão coletiva, temporária e pacífica parcial. 
b) Comunicação prévia da paralisação (MI 712).
• Lei de Greve – serviço não essencial: 48 horas. Serviço essencial: 72 horas.
• No âmbito público – antecedência mínima de 72 horas.
c) Contratação de trabalhadores durante a greve (MI 712).
• Lei de Greve – como regra, é vedada a contratação de trabalhadores substitutos 
durante a greve.
• No âmbito público – é preciso manter a continuidade do serviço público. Logo, é 
admitida a possibilidade de contratação.
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DIREITO DO TRABALHO
d) Rol de atividades essenciais do art. 10 da Lei n. 7.783/89 (MI 708).
(...) 4.3 Em razão dos imperativos da continuidade dos serviços públicos, contudo, não 
se pode afastar que, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto e mediante 
solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao tribunal competente impor a 
observância a regime de greve mais severo em razão de tratar-se de “serviços ou atividades 
essenciais”, nos termos do regime fixado pelos arts. 9º a 11 da Lei n. 7.783/1989. Isso ocorre 
porque não se pode deixar de cogitar dos riscos decorrentes das possibilidades de que a 
regulação dos serviços públicos que tenham características afins a esses “serviços ou ativi-
dades essenciais” seja menos severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos 
“essenciais”. 4.4. O sistema de judicialização do direito de greve dos servidores públicos civis 
está aberto para que outras atividades sejam submetidas a idêntico regime. Pela complexi-
dade e variedade dos serviços públicos e atividades estratégicas típicas do Estado, há outros 
serviços públicos cuja essencialidade não está contemplada pelo rol dos arts. 9º a 11 da Lei 
n. 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado pelos arts. 9º a 
11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus). (...) (MI 708, Rela-
tor(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2007, PUBLIC 31-10-2008).
7.4 – Estágio probatório e greve
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Parágrafo único do art. 1º do Decreto esta-
dual n. 1.807, publicado no Diário Oficial do Estado de Alagoas de 26 de março de 2004. 3. 
Determinação de imediata exoneração de servidor público em estágio probatório, caso seja 
confirmada sua participação em paralisação do serviço a título de greve. (...) 6. O Supremo 
Tribunal Federal, nos termos dos Mandados de Injunção n. 670/ES, 708/DF e 712/PA, já 
manifestou o entendimento no sentido da eficácia imediata do direito constitucional de greve 
dos servidores públicos, a ser exercício por meio da aplicação da Lei n. 7.783/89, até que 
sobrevenha lei específica para regulamentar a questão. 7. Decreto estadual que viola a Cons-
tituição Federal, por (a) considerar o exercício não abusivo do direito constitucional de greve 
como fato desabonador da conduta do servidor público e por (b) criar distinção de tratamento 
a servidores públicos estáveis e não estáveis em razão do exercício do direito de greve. 8. 
Ação julgada procedente. (ADI 3235, Relator(a): CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/ Acórdão: 
GILMAR MENDES Tribunal Pleno, PUBLIC 12-03-2010) 
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DIREITO DO TRABALHO
7.5 – Nem todo servidor pode fazer greve
CF
Art. 142 (...)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, 
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Obs.: � proibição é estendida à polícia civil e a todos que atuem na área de seguran-
ça pública.
Tema 541 da Lista de Repercussão Geral do STF:
1 – O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos 
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança 
pública. 2 – É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos 
órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para 
vocalização dos interesses da categoria.
7.6 – Decreto 7.777/12
Art. 1º Compete aos Ministros de Estado supervisores dos órgãos ou entidades em que 
ocorrer greve, paralisação ou retardamento de atividades e serviços públicos:
I – promover, mediante convênio, o compartilhamento da execução da atividade ou ser-
viço com Estados, Distrito Federal ou Municípios; e
II – adotar, mediante ato próprio, procedimentos simplificados necessários à manutenção 
ou realização da atividade ou serviço.
(...)
Art. 2º O Ministro de Estado competente aprovará o convênio e determinará os procedi-
mentos necessários que garantam o funcionamento regular das atividades ou serviços públi-
cos durante a greve, paralisação ou operaçãode retardamento.
Art. 3º As medidas adotadas nos termos deste Decreto serão encerradas com o término 
da greve, paralisação ou operação de retardamento e a regularização das atividades ou ser-
viços públicos.
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DIREITO DO TRABALHO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DECRETO N. 7.777/2012. SERVIDO-
RES PÚBLICOS FEDERAIS. MEDIDAS PARA CONTINUIDADE DE ATIVIDADES E SERVI-
ÇOS PÚBLICOS DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL 
DURANTE GREVES, PARALISAÇÕES OU OPERAÇÕES DE RETARDAMENTO DE PROCE-
DIMENTOS ADMINISTRATIVOS. ALEGADA OFENSA AOS ARTIGOS 37, CAPUT, INC. I, II E 
IX, ART. 48, INC. X, ART. 61, §1º, INC. II, AL. A E C, ART. 84, INC. VI, AL. A, 167 INC. I, II, V E VI 
E ART. 241 NÃO CONFIGURADA. DIREITO DE GREVE PREVISTO NOS ART. 9º E 37, INC, VII 
DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. APLICAÇÃO PROVISÓRIA DA LEI N. 7.783/1989 AOS 
SERVIDORES PÚBLICOS AUTORIZADA POR ESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NOS 
MANDADOS DE INJUNÇÃO NS. 670/ES, 708/DF E 712/PA. AÇÃO DIRETA JULGADA PAR-
CIALMENTE PROCEDENTE PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO 
AO DECRETO N. 7.777/2012. 1. O Decreto n. 7.777/2012 autoriza a celebração de convênios 
para compartilhamentos da execução de atividades ou serviços com os Estados, Distrito Fede-
ral ou Municípios. 2. Ponderação entre direito fundamental à greve e o princípio da continuidade 
dos serviços públicos. 3. Necessidade de se manter os serviços públicos essenciais e inadiá-
veis. 4. Ação julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição 
ao Decreto n. 7777/2012. (ADI 4857, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 
14/03/2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-069 DIVULG 07-04- 2022 PUBLIC 08-04-2022)
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, em Sessão do Plenário, na conformidade da ata de julgamento, por unanimidade, 
julgar parcialmente procedente a ação direta para dar interpretação conforme ao Decreto n. 
7.777/2012 assentando que as medidas dispostas no decreto questionado podem ser apli-
cadas somente para garantir a continuidade de atividades e serviços públicos essenciais dos 
órgãos e entidades da administração pública federal durante greves, paralisações ou opera-
ções de retardamento de procedimentos administrativos promovidas pelos servidores públi-
cos federais, nos termos do voto da Relatora. Os Ministros Roberto Barroso e Gilmar Mendes 
acompanharam a relatora com ressalvas. Sessão Virtual de 4.3.2022 a 11.3.2022. 
GABARITO
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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