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Greve II
DIREITO DO TRABALHO 
GREVE II
Lei 7.783/89
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores 
ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispen-
sáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, colo-
quem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Art. 12. No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a 
prestação dos serviços indispensáveis.
Seria o rol exaustivo ou exemplificativo?
DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. (...) SERVIÇO PORTUÁRIO. RAMO ECONÔMICO 
NÃO INCLUÍDO NO ROL DE SERVIÇOS OU ATIVIDADES ESSENCIAIS ESTABELECIDO 
NA LEI N. 7.783/89. Esta Corte já decidiu que o serviço portuário não está incluído no rol de 
serviços ou atividades essenciais estabelecido na Lei n. 7.783/89, que é taxativo. (...) (RO – 
11414-67.2010.5.02.0000, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Seção Especializada 
em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 15/04/2014)
Obs2: a lei não define um percentual mínimo
RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. TRANSPORTE COLE-
TIVO URBANO (ATIVIDADE ESSENCIAL). GREVE MOTIVADA PELA INADIMPLÊNCIA 
DA EMPREGADORA DE CLÁUSULA ECONÔMICA. MOVIMENTO PAREDISTA DE CURTA 
DURAÇÃO. CULPA RECÍPROCA PELO DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO LIMINAR. 
GREVE CONSIDERADA LEGÍTIMA. (...) A ordem jurídica infraconstitucional estabelece 
alguns requisitos para a validade do movimento grevista. Em seu conjunto, não se chocam 
com o sentido da garantia magna: apenas civilizam o exercício de direito coletivo de tama-
nho impacto social. Um desses requisitos, que se trata, mais precisamente, de uma limitação 
constitucional, regula o direito de exercício de greve nos serviços ou atividades essenciais. 
Nesse segmento destacado, cujo rol compete à lei definir, caberá a esta também dispor sobre 
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art. 9º, § 1º da CF). Saliente-se 
que a Lei de Greve (Lei 7.783/89) não prevê expressamente um determinado percentual de 
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trabalhadores que deve se manter em atividade durante a greve para a preservação “dos ser-
viços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade” (art. 11), 
deixando claro que a obrigação dos grevistas é, efetivamente, manter os serviços mínimos. 
(...) (RO – 1001051-57.2017.5.02.0000, Redator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data 
de Julgamento: 10/09/2018, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publica-
ção: DEJT 21/09/2018)
• A depender da atividade (e a depender da hora do dia), esse percentual pode variar.
• Exemplo: transporte coletivo – qual o horário com o maior fluxo de pessoas? No começo 
e no final do dia, quando as pessoas estão indo e voltando do trabalho. Sendo assim, 
o percentual mínimo deverá ser maior nesses horários de pico. 
Obs3: consequência do descumprimento relativo a necessidades inadiáveis dos 
usuários
OJ N. 38 da SDC - GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDA-
DES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICA-
ÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO. Inserida em 07.12.1998.
É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à 
comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos 
usuários do serviço, na forma prevista na Lei n. 7.783/89.
“GREVE EM ATIVIDADE ESSENCIAL. INOBSERVÂNCIA DO ART. 11 DA LEI N. 7.783/89. 
ABUSIVIDADE. (...) Greve é o instrumento de pressão, de natureza constitucional, exercida 
pela categoria profissional, a fim de obter da categoria econômica a satisfação dos interesses 
dos trabalhadores, aos quais compete “decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender” (art. 9º da CF/88). A lei define o exercício do 
direito de greve como a “suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de presta-
ção pessoal de serviços a empregador” (art. 2º da Lei n. 7.783/89) e estabelece, entre outros 
requisitos, que, em razão do caráter essencial da atividade do transporte coletivo (art. 10, 
V, da Lei n. 7.783/93), os atores sociais envolvidos no conflito – sindicatos, empregadores e 
trabalhadores – são obrigados, de mútuo consenso, “a garantir, durante a greve, a prestação 
dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.” 
(art. 11 da Lei n. 7.783/93). Na greve realizada em atividade considerada essencial, como 
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neste caso, os atores envolvidos são corresponsáveis na obrigação do atendimento mínimo e 
essencial da população. No caso, é incontroverso que a categoria profissional paralisou suas 
atividades e que, apesar da obrigação estabelecida na lei, reforçada pela ordem judicial, não 
atendeu a população na prestação dos serviços indispensáveis, nos dias 13 e 14 de outubro 
de 2020. Não há nos autos elementos que comprovem o cumprimento do efetivo mínimo de 
funcionamento dos serviços essenciais de transporte coletivo determinado pela medida limi-
nar. Por afronta ao disposto no art. 11 da Lei de Greve, a paralisação foi abusiva. Recursos 
ordinários a que se dá provimento. (...)” (ROT-80231-79.2020.5.22.0000, Seção Especiali-
zada em Dissídios Coletivos, Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 20/04/2023).
Obs4: Síntese dos requisitos na jurisprudência
“RECURSO ORDINÁRIO EM DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. GREVE CONTRA AS 
REFORMAS TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA (28/04/2017). NÃO ATENDIMENTOS 
AOS REQUISITOS DE QUE DISPÕE A LEI N. 7.783/1989. ABUSIVIDADE DA GREVE.O 
aspecto político do protesto, no qual se evidencia uma manifestação social contra a ordem 
política e econômica do Estado não tem o condão de afastar a aplicação do que dispõe a 
Lei n. 7.783/89 para o exame do exercício legítimo do direito de greve. Quando ocorre a sus-
pensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a 
empregador, pelos trabalhadores para defesa de seus interesses, estar-se-á diante de movi-
mento grevista, o qual deve ser examinado sob a ótica da lei que dispõe sobre exercício do 
direito de greve. Nesse contexto, mostra-se abusiva a greve levada a efeito na qual restam 
inobservados qualquer dos requisitos necessários à validade do movimento grevista:
1 – ocorrência de real tentativa de negociação antes de se deflagrar o movimento grevista 
(art. 3º, caput, da Lei 7.783/89);
2 – aprovação da respectiva assembleia de trabalhadores (art. 4º da Lei 7.783/89);
3 – aviso-prévio aos empregadores e usuários com antecedência mínima de setenta e 
duas horas da paralisação de serviços ou atividades essenciais (art. 13 da Lei 7.783/89); e
4 – respeito ao atendimento às necessidades inadiáveis da comunidade, quando se tratar 
de greve em atividades essenciais (art. 9º, § 1º, da Constituição Federal c/c os arts. 10, 11 e 
12 da Lei n. 7.738/89). (...) (RO-130-66.2017.5.11.0000, Seção Especializada em Dissídios 
Coletivos, Relator Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT 19/09/2019).
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Obs5: possibilidade de flexibilização em situações de exceção de contrato não 
cumprido
• É uma situação excepcional – quando o Tribunal reconhece que a greve foi em virtude 
deexceção de contrato não cumprido.
“1. MOVIMENTO PAREDISTA DEFLAGRADO EM FACE DO NÃO PAGAMENTO DOS 
SALÁRIOS. DIREITO FUNDAMENTAL COLETIVO INSCRITO NO ART. 9º DA CF. ARTS. 
3º E 4º DA LEI 7.783/89. INCIDÊNCIA DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. 
Embora se reconheça que o direito de greve se submete às condições estabelecidas na 
Lei 7.789/89, em especial nos seus arts. 3º e 4º, torna-se indubitável, em casos concretos 
– revestidos de peculiaridades que demonstrem o justo exercício, pelos trabalhadores, da 
prerrogativa de pressionaram a classe patronal para obtenção de melhores condições de tra-
balho –, que não se pode interpretar a Lei com rigor exagerado, compreendendo um preceito 
legal de forma isolada, sem integrá-lo ao sistema jurídico. A regulamentação do instituto da 
greve não pode traduzir um estreitamento do direito de deflagração do movimento, sobretudo 
porque a Constituição Federal – que implementou o mais relevante avanço democrático no 
Direito Coletivo brasileiro –, em seu artigo 9º, caput, conferiu larga amplitude a esse direito. 
Nesse sentido, a jurisprudência desta Corte tem o entendimento de que, em situações espe-
ciais, quando a greve é motivada pelo descumprimento patronal de obrigações contratuais 
e legais importantes (não pagamento ou atraso reiterado dos salários dos servidores; más 
condições ambientais de trabalho, com risco à higidez das pessoas envolvidas; dispensa 
em massa de servidores, sem prévia negociação coletiva com o respectivo sindicato, etc.), é 
possível relativizar a necessidade de cumprimento das formalidades legais para a sua defla-
gração, com base na diretriz jurídica da exceção do contrato não cumprido. A propósito, a 
própria Lei de Greve incorpora essa exceção, ao tipificar como excludente de abusividade 
da greve realizada em período de vigência de diploma coletivo negociado os casos em que 
se configura o descumprimento patronal de cláusula convencional (art. 14, parágrafo único, 
inciso I) e em que ocorrer uma alteração significativa das condições pactuadas (art. 14, pará-
grafo único, inciso II). No caso concreto, embora não tenham sido cumpridos os requisitos 
legais, a deflagração espontânea da greve, sem aprovação em assembleia ou aviso prévio 
à parte adversa, mostrou-se justificável, diante da conduta reprovável da Empresa, que não 
pagou pontualmente os salários e benefícios aos trabalhadores. Desnecessário, pois, o cum-
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primento das formalidades legais, não havendo falar em abusividade do movimento paredista 
conduzido pelo Sindicato Obreiro, com apoio na jurisprudência desta SDC/TST. Recurso 
ordinário desprovido. (...)” (ROT-6311- 67.2020.5.15.0000, Seção Especializada em Dissí-
dios Coletivos, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT 29/11/2022). 
• “descumprimento patronal de obrigações contratuais e legais importantes” – exemplo: 
os trabalhadores entram em greve porque não estão recebendo o salário ou porque 
ainda não receberam o equipamento de proteção adequado – greve válida dentro de 
uma situação de exceção de contrato não cumprido.
Obs6: Abusividade de greve ocorrida na vigência de norma coletiva?
• Lembre-se que um acordo coletivo ou uma convenção coletiva é assinado pelo sindi-
cato dos trabalhadores, logo, não teria porque ter uma greve durante esse período de 
pacificação social em virtude de norma coletiva – isso poderia configurar um abuso do 
direito de greve.
• Mas veja que a Lei n. 7.783/89 também traz exceções.
Lei 7.783/89
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, 
bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da 
Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso 
do exercício do direito de greve a paralisação que:
I – tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição; 
II – seja motivada pela superveniência de fatos novos ou acontecimento imprevisto que modifique 
substancialmente a relação de trabalho.
• Exemplo:
– Uma convenção coletiva prevê um reajuste de 5% para os trabalhadores.
– Porém, logo depois, a inflação explode – fato novo ou acontecimento imprevisto.
– Diante da situação, o salário dos trabalhadores já não vale mais nada.
– Sendo assim, eles podem entrar em greve para reaver o ajuste.
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DIRETO DO CONCURSO
161. (FCC/TST / Juiz do Trabalho Substituto/ 2017) A Constituição Federal de 1988 asse-
gurou o direito de greve no capítulo dos direitos sociais, inserido no título dos direitos e 
garantias fundamentais. Sobre esse direito, no ordenamento jurídico brasileiro e confor-
me jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho,
a. não constitui abuso do direito de greve, na vigência de Acordo Coletivo de Traba-
lho, a paralisação motivada por acontecimento imprevisto que modifique substancial-
mente a relação de trabalho.
COMENTÁRIO
Lei 7.783/89
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, 
bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da 
Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso 
do exercício do direito de greve a paralisação que:
I – tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
II – seja motivada pela superveniência de fatos novos ou acontecimento imprevisto que modifi-
que substancialmente a relação de trabalho.
162. (MPT/MPT/Procurador do Trabalho / 2020) Sobre o direito de greve é INCORRE-
TO afirmar:
a. A greve deflagrada com o objetivo de exigir o cumprimento de cláusula ou condição 
de norma coletiva não é considerada abusiva.
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COMENTÁRIO
Lei 7.783/89
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, 
bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da 
Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso 
do exercício do direito de greve a paralisação que:
I – tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
II – seja motivada pela superveniência de fatos novos ou acontecimento imprevisto que modifique 
substancialmente a relação de trabalho.
4. Efeitos da greve sobre o contrato de trabalho
a) Regra é a suspensão, mas que pode comportar exceções.
Lei 7783/89
Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato 
de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, con-
venção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. (...)
• O próprio caput já deixa indicado algumas situações de exceção – “devendo as rela-
ções obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção” – exemplo: 
a empresa faz um ACT com o sindicato dos trabalhadores com a previsão de que os 
dias paralisados serão abonados. Neste caso, a suspensão do contrato de trabalho 
torna-se uma interrupção. 
• Então, situações excepcionais:
– 1 – Previsão expressa.
– 2 – descumprimento de obrigação legal/normativa do empregador.
“(...) DESCONTO SALARIAL DO DIA DE PARALISAÇÃO. GREVE DE ÂMBITO NACIO-
NAL NO DIA 28/4/2017. MOTIVAÇÃO POLÍTICA. SUSPENSÃO CONTRATUAL. ARTIGO 7º 
DA LEI N. 7.783/89. INEXISTÊNCIA DE SITUAÇÃO QUE ESTABELEÇA O ABONO DO DIA 
DE FALTA OU DE PREVISÃO NORMATIVA. TRANSCENDÊNCIAPOLÍTICA CONSTATADA. 
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(...) O artigo 7º da Lei n. 7.783/89 dispõe: “observadas as condições previstas nesta Lei, a 
participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, 
durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça 
do Trabalho”. A participação em greve suspende o contrato de trabalho e, por isso, como 
regra geral, não é devido o pagamento dos dias de paralisação, exceto quando a questão 
é negociada entre as partes ou em situações excepcionais, como na paralisação motivada 
por descumprimento de instrumento normativo coletivo vigente, não pagamento de salários e 
más condições de trabalho. (...)” (RR-100604- 43.2017.5.01.0511, 7ª Turma, Relator Ministro 
Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 04/11/2022).
“(...) 2. DESCONTO DOS DIAS NÃO TRABALHADOS EM VIRTUDE DA GREVE. A regra 
geral no Direito brasileiro, segundo a jurisprudência dominante, é tratar a duração do movi-
mento paredista como suspensão do contrato de trabalho (art. 7º, Lei n. 7.783/89). Isso sig-
nifica que os dias não trabalhados, em princípio, não são pagos, não se computando para 
esses específicos fins contratuais o mesmo período. Entretanto, caso se trate de greve em 
função do não cumprimento de cláusulas convencionais e/ou contratuais relevantes, a par 
de regras legais pela empresa (não pagamento ou atrasos reiterados de salários, más con-
dições ambientais, com risco à higidez dos obreiros, etc.), em que se pode falar na aplicação 
da regra contida na exceção do contrato não cumprido, a greve deixa de produzir o efeito da 
mera suspensão. Do mesmo modo, quando o direito constitucional de greve é exercido para 
tentar regulamentar a dispensa massiva. Nesses dois grandes casos, seria cabível se enqua-
drar como mera interrupção o período de duração do movimento paredista, descabendo o 
desconto salarial. Verifica-se que a greve em análise se amolda à hipótese de interrupção do 
contrato de trabalho, pois decorreu do não pagamento dos salários e benefícios pelo Empre-
gador, sendo devida a remuneração dos dias não trabalhados – conforme decisão proferida 
pelo Tribunal de origem. Recurso ordinário desprovido. (...)” (ROT-6311-67.2020.5.15.0000, 
Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, 
DEJT 29/11/2022). 
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b) Pode haver determinação de compensação dos dias não trabalhados se houver 
proposta pela empresa no curso das negociações ou se tratar de greve de longa dura-
ção
DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. (...) COMPENSAÇÃO E PAGAMENTO DOS DIAS 
PARADOS. GREVE DE LONGA DURAÇÃO. O entendimento que prevalece nessa SDC é de 
que a greve configura a suspensão do contrato de trabalho, e, por isso, como regra geral, não 
é devido o pagamento dos dias de paralisação, exceto quando a questão é negociada entre 
as partes ou em situações excepcionais, como na paralisação motivada por descumprimento 
de instrumento normativo coletivo vigente, não pagamento de salários e más condições de 
trabalho. (...) Entretanto, a jurisprudência da C. SDC entende que, se a greve perdurar por 
longo período no tempo, o desconto salarial integral pode acarretar prejuízos econômicos e 
sociais excessivos aos trabalhadores, razão por que é possível preservar seu salário com a 
compensação de parte dos dias parados. Nesse sentido, deve se considerada a oferta do 
recorrente no sentido de fixar o desconto salarial de 50% dos dias paralisados e a compen-
sação dos outros 50%. Precedentes. Recurso ordinário a que se dá provimento. (RO – 220-
38.2016.5.10.0000, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Seção Especializada em Dis-
sídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 20/06/2017)
GREVE – SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (ART. 7º, CAPUT, DA LEI 
7.783/89) - POSSIBILIDADE DO DESCONTO DOS DIAS PARADOS - PROVIMENTO DO 
RECURSO, NO ASPECTO. 1. A jurisprudência pacificada da SDC desta Corte considera 
que, mesmo não sendo abusiva a greve, seu período é considerado como de suspensão 
do contrato de trabalho, e não de interrupção, como decidido pelo 17º Regional no presente 
dissídio, sendo que à não prestação de serviços corresponde o não pagamento dos salários, 
só podendo haver abono ou compensação das faltas pela via negocial, nos termos do art. 
7º da Lei 7.783/89. 2. Por outro lado, a jurisprudência uníssona da SDC do TST possibilita 
que, nas greves de longa duração, seja autorizado o desconto de 50% dos dias parados e 
a compensação dos 50% dos dias restantes, por considerar que o desconto integral dos 
dias de paralisação pode acarretar ônus excessivo ao trabalhador. 3. Da análise dos autos, 
verifica-se que: a) a greve iniciou-se em 23/05/16 e findou em 20/06/16, com duração de 29 
dias, ou seja, no limiar de ser considerada greve de longa duração; b) restou incontroverso 
nos autos que não houve paralisação completa dos serviços, pois, dos 6 (seis) “Técnicos em 
Imobilização Ortopédica” grevistas, 4 (quatro) permaneciam em sistema de rodízio, a fim de 
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prestar atendimento às necessidades inadiáveis da população junto ao Hospital Suscitante. 
4. Desse modo, a solução mais justa ao caso concreto, considerada a supracitada jurispru-
dência da SDC desta Corte, é a de admitir o desconto de 50% dos dias efetivamente parados 
e a compensação de 50% dos dias restantes. Recurso ordinário parcialmente provido” (RO-
320-95.2016.5.17.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Relator Ministro Ives 
Gandra Martins Filho, DEJT 29/09/2020).
(...) COMPENSAÇÃO DOS DIAS PARADOS. Predomina nesta Corte o entendimento de que a 
greve configura a suspensão do contrato de trabalho, e, por isso, como regra geral, não é devido 
o pagamento dos dias de paralisação, exceto quando a questão é negociada entre as partes ou 
em situações excepcionais, como na paralisação motivada por descumprimento de instrumento 
normativo coletivo vigente, não pagamento de salários e más-condições de trabalho. No caso, 
infere-se que a greve não se enquadra nas hipóteses de excepcionalidade admitidas pela jurispru-
dência desta Corte, o que poderia resultar na decretação de descontos dos dias de paralisação. 
No entanto, cabe acolher a oferta da recorrente para que sejam compensados integralmente os 
dias não trabalhados, medida que inclusive trilha pela observância do princípio da razoabilidade, 
considerando que o movimento de paralisação atingiu segmento de serviço público ligado à saú-
de, cuja compensação evidentemente trará maior ganho à população em relação ao desconto dos 
salários. Recurso ordinário a que se dá provimento, a fim de determinar a compensação integral 
dos dias em que não houve efetiva prestação por parte dos trabalhadores que aderiram à greve. 
(...) (RO – 1001266-67.2016.5.02.0000, Rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, Seção Especializada 
em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 21/09/2018) 
163. (MPT/MPT/Procurador do Trabalho / 2022) Entre as alternativas abaixo, assinale a 
INCORRETA:
c. Observadas as condições previstas na Lei n. 7.783/1989, a participação em greve 
suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o 
período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça 
do Trabalho.
COMENTÁRIO
Alternativa em conformidade com o art. 7º, Lei n. 7.783/1989.
Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato 
de trabalho, devendo as relações obrigacionais,durante o período, ser regidas pelo acordo, con-
venção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. (...)
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GABARITO
 161. C
 162. C
 163. C
���������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.
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