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material itb atendimento pré hospitalar

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Atendimento 
Pré-Hospitalar
Jefferson Luiz Almeida da Silva
Atendimento 
Pré-Hospitalar
Natal/RN
2016
Atendimento 
Pré-Hospitalar
Jefferson Luiz Almeida da Silva
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP)
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726
S586a Silva, Jeferson Luiz Almeida da.
 Atendimento pré-hospitalar / Jeferson Luiz ; edição e 
 revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, 
 RN : 2016.
 42 p. : il.
 ISBN 978-85-68100-93-6
 Inclui referências
 
 1. Primeiros socorros. 2. Biossegurança. 
 3. Atendimento pré-hospitalar. I. Instituto Tecnológico 
 Brasileiro. II.Título.
RN/ITB/LCFJ CDU 616-08
presidente 
PROF. PAULO DE PAULA
diteror geral 
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
diretora de produção de projeto
PROFA. JUREMA DANTAS
FICHA TÉCNICA
gestão de produção de materiais didáticos 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
coordenação de design instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
projeto gráfico 
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação 
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
revisão de língua portuguesa 
IURY MAZZILI GOMES DANTAS
revisão das normas da ABNT
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR 
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
“A vida não acaba para alguém quando seu coração para. 
Se houver um socorrista, ainda há esperança”. 
(Jefferson Luiz)
Índice iconográfico
Diálogos
Querendo mais
Importante
Internet
Curiosidade
Vocabulário
Você conhece?
Mídias
Atividades
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como 
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. 
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, 
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no 
decorrer do estudo. 
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas 
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e 
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. 
Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Apresentação institucional ...................................................................................................11
Palavra do professor autor .....................................................................................................13
Apresentação das competências ..........................................................................................15
Competência 01
Contextualizar a Importância do Atendimento Pré-Hospitalar (APH) ............................ 19
Histórico e Fundamentação Legal para o Atendimento Pré-Hospitalar ........................19
Histórico de APH: ..............................................................................................................21
Atributos do Socorrista .....................................................................................................22
Legislação Pertinente .......................................................................................................23
Preservação do local do acidente ...................................................................................25
Direitos da pessoa que estiver sendo atendida .............................................................25
Equipamentos e Materiais de Suporte para APH ...........................................................26
Suporte para proteção individual ....................................................................................26
Suporte para avaliação geral do acidentado .................................................................27
Suporte para Reanimação Cardiopulmonar (RCP).........................................................29
Suporte para imobilização, remoção e transportes de vítimas ....................................31
Suporte para curativos .....................................................................................................33
Suporte para demais serviços operacionais ..................................................................34
Resumo .............................................................................................................................34
Autoavaliação ....................................................................................................................35
Sumário
Competência 02
Aplicar a Biossegurança no APH ...................................................................................... 39
Objetivos da Biossegurança no APH ...............................................................................39
Objetivos específicos da Biossegurança no APH ...........................................................40
Portas de entrada dos microrganismos ..........................................................................40
Medidas de prevenção e controle de infecção............................................................... 41
Limpeza, descontaminação, desinfecção e esterilização .............................................43
Limpeza .............................................................................................................................43
Descontaminação ............................................................................................................43
Desinfecção ......................................................................................................................45
Esterilização ......................................................................................................................46
Higiene e antissepsia das mãos .....................................................................................46
Resumo .............................................................................................................................48
Autoavaliação ....................................................................................................................49
Competência 03
Realizar a avaliação geral do acidentado ........................................................................ 53
Conceitos de Anatomia Humana .....................................................................................54
Posição Anatômica ...........................................................................................................54
Divisões do Corpo Humano .............................................................................................55
Termos de Relação ou Comparação ...............................................................................56
Realizar avaliação geral do acidentado ..........................................................................58
Princípios da Avaliação Primária .....................................................................................58
Avaliação Primária ............................................................................................................59Protocolo Operacional ......................................................................................................60
Resumo .............................................................................................................................65
Autoavaliação ....................................................................................................................65
Competência 04
Realiza a reanimação cardiopulmonar ............................................................................ 69
Sistema Respiratório ........................................................................................................70
Sistema Cardiovascular ...................................................................................................72
Obstrução Parcial das Vias Aéreas (VVAA) ......................................................................76
Obstrução Total das VVAA ................................................................................................76
Realizar Reanimação Cardiopulmonar (RCP) .................................................................79
Princípios da RCP .............................................................................................................79
RCP Eficiente .....................................................................................................................81
Especificidades da RCP (bebê, criança, adulto e afogados ..........................................84
Resumo .............................................................................................................................86
Autoavaliação ....................................................................................................................87
Competência 05
Prestar atendimento a vítimas de choque elétrico ......................................................... 91
O choque elétrico e seus efeitos no organismo humano ..............................................91
Conduta em emergências envolvendo o choque elétrico..............................................92
Epiderme e tratamento de queimaduras .......................................................................95
Conduta APH em queimaduras .......................................................................................98
Resumo ...........................................................................................................................101
Autoavaliação ..................................................................................................................101
Competência 06
Atuar em ocorrências de traumas .................................................................................. 107
Sistema Musculoesquelético .........................................................................................107
Sistema Muscular ...........................................................................................................107
Sistema Esquelético .......................................................................................................109
Entorse, luxação e fratura ..............................................................................................112
Condutas de APH para Fraturas ....................................................................................115
Protocolo em caso de fraturas ......................................................................................116
Resumo ........................................................................................................................... 117
Autoavaliação .................................................................................................................. 117
Competência 07
Realizar Curativos ...........................................................................................................121
Sistema Tegumentar ......................................................................................................121
Hemorragias ...................................................................................................................122
Conduta do APH para hemorragias ...............................................................................124
Conduta APH para curativos ..........................................................................................128
Resumo ...........................................................................................................................129
Autoavaliação ..................................................................................................................129
Competência 08
Aplicar as técnicas para transporte e remoção de vítimas ...........................................133
Técnicas de transporte e remoção de vítimas .............................................................133
Remoção e transporte de vítimas: com o próprio corpo .............................................134
Riscos ergonômicos para o socorrista nas operações de remoção e 
transporte de vítimas .....................................................................................................134
Remoção e transporte de vítimas: com meios de fortuna ..........................................135
Remoção e transporte de vítimas: com equipamentos e materiais 
técnicos de APH ..............................................................................................................136
Resumo ...........................................................................................................................140
Autoavaliação ..................................................................................................................140
Referências ............................................................................................................................142
Conheça o autor ....................................................................................................................144
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Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e 
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de 
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a 
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado 
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara 
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o 
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas 
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no 
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para 
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
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Meu amigo ou minha amiga especialista. Se você me permite, é assim que gostaria de me 
dirigir a você,pois acredito que para adentrar neste mundo de conhecimento técnico e cientí-
fico, executando com eficácia e eficiência procedimentos que podem salvar vidas, temos que 
ser realmente especialistas.
Este livro tem como foco o intuito de dar um suporte básico à vida, quando esta apresentar-
-se num momento de risco ou ameaça: estou falando da arte de prestar Primeiros Socorros.
Acredito que todo mundo um dia já passou pela experiência de viver, observar ou ouvir 
um caso de um acidente com risco iminente à vida ou à saúde. Sabemos que é um momento 
tenso, que inspira medo, dúvida e insegurança. Para tanto, as personagens desse Teatro de 
Operações - termo comumente utilizado - necessitam de diretrizes e conhecimentos mínimos 
para que saibam como se comportar nessa situação de crise, sejam essas personagens os 
curiosos, as vítimas, os socorristas etc., enfim, todos os envolvidos.
Muitas vezes somos ingênuos em pensar de que isso nunca vai acontecer conosco, mas é 
natural e muito provável que um dia possamos passar por acidentes, e isso pode ocorrer em 
qualquer lugar: em nossos lares, nas ruas, nos locais de trabalho, nos momentos de lazer; 
e com qualquer pessoa: nossos amigos, familiares, conhecidos e também desconhecidos.
E então, Especialista, como está você? Será que está preparado? Em qualquer momento al-
guém pode precisar de Primeiros Socorros. Será que você estará disponível e apto pra ajudar?
Com esse material didático temos a honra de poder assessorá-lo na construção de com-
petências que poderão mudar a sua vida e a de muitos outros, no exercício de prestar assis-
tência de primeiros socorros em situações de risco iminente à vida ou à saúde do acidentado, 
demonstrando assim uma grande missão de amor ao próximo.
Bons estudos!
Palavra do professor autor
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Apresentação das competências
Vamos conhecer as competências que tornarão você capaz de prestar atendimento pré-
-hospitalar em situações de emergência.
Na competência 1 iremos contextualizar a importância do Atendimento Pré-Hospitalar 
(APH), conhecendo sua história e identificando os materiais e equipamentos básicos que 
ajudarão você a desempenhar um melhor atendimento às vítimas das diversas ocorrências 
que possam surgir.
Em APH é fundamental garantir nossa aptidão, conjuntamente com a possibilidade de 
nos manter livre de contaminações e infecções. Esse conhecimento conseguiremos atra-
vés da aplicação da Biossegurança no APH, apresentada na competência 2.
Na competência 3 realizaremos a avaliação geral do acidentado. No estudo da deso-
bstrução das Vias Aéreas, você terá a oportunidade de identificar os vários tipos de obs-
truções das vias respiratórias, bem como saberá como realizar a desobstrução específica 
para cada caso.
Na 4ª competência você aprenderá a realizar uma reanimação cardiopulmonar, com-
preendendo como se dá uma parada cardíaca e, acima de tudo, vai saber também como 
proceder a reanimação e todas as suas particularidades. Nessa competência também ire-
mos conhecer e aprender a manusear um equipamento com alto nível tecnológico capaz 
de fazer o coração voltar a bater em tempo hábil com apenas um toque: o Desfibrilador 
Externo Automático (DEA).
Prestar o primeiro atendimento às vítimas de choque elétrico será o objetivo de nossa 
5ª competência.
Após a 6ª competência, você estará apto a atuar em ocorrências de traumas. Você verá 
como minimizar os efeitos provocados por diversos traumas utilizando-se de técnicas de 
imobilizações e contenção de grandes sangramentos.
Na competência 7 iremos realizar curativos, e você aprenderá como proceder no caso 
de queimaduras e ferimentos diversos, realizando curativos e técnicas específicas.
Por fim, iremos aplicar as técnicas para transporte e remoção de vítimas na 8ª e última 
competência, de forma que as lesões não sejam agravadas nessa etapa tão importante do 
atendimento.
Esse componente tem por objetivo criar condições para que você possa desenvolver 
conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a realização de um atendimento 
pré-hospitalar adequado mesmo em situações de emergência.
Esse livro foi desenvolvido pautado nos protocolos internacionais da American Heart 
Association, nos Protocolos Operacionais do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco 
(Manual de Primeiros Socorros do Major BM Edson Marconni), bem como nas Literaturas 
Desenvolvidas pelo Programa de Ensino e Pesquisa em Emergências, Acidentes e Violên-
cias da Universidade de Pernambuco.
E então, amigo especialista, animado para desbravar este conteúdo tão importante 
para nossas vidas?
Vamos adiante!
Competência
01
Contextualizar
a Importância do Atendimento 
Pré-Hospitalar (APH)
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Contextualizar
a Importância do Atendimento 
Pré-Hospitalar (APH)
Olá, especialista, vamos iniciar nossa construção de conhecimento. Imagine que atu-
almente inúmeras pessoas são vítimas de violência e de acidentes, mas não só isso, tam-
bém são vítimas de um socorro mal feito e que contribui para hospitalizações prolongadas, 
lesões permanentes ou até a morte. Talvez você já tenha presenciado algumas situações 
de emergências que tenham requerido assistência pré-hospitalar. 
E ainda hoje, a cada instante, continua assim: o Senhor Vítima envolvido em acidentes 
automobilísticos, violências urbanas, catástrofes naturais, acidentes de trabalho, até mes-
mo acidentes domésticos durante o lazer. 
O Senhor Vítima sempre existiu e vai existir, e com toda certeza ele vai precisar de um 
socorrista especializado, como eu ou você, para ajudá-lo a minimizar seus traumas e até 
mesmo eliminar o risco de morte durante as emergências.
Neste primeiro momento você vai se ambientar com o modelo de estudos aqui espe-
cificado, bem como vai se familiarizar aprendendo alguns enunciados e termos que vão 
ajudá-lo a contextualizar a importância do Atendimento Pré-Hospitalar (APH).
Histórico e Fundamentação Legal para o 
Atendimento Pré-Hospitalar
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil começa a surgir com mais propriedade e nor-
matizações a partir da década de oitenta, sendo comumente ligado à instituição militar. 
Porém, tem-se conhecimento de que o primeiro registro pode ser observado em 1899, 
quando o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMRJ), capital do país na época, ativou 
a primeira ambulância de tração animal, que começou a desenvolver o serviço de emer-
gência fora de uma unidade hospitalar.
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Primeira Ambulância de Tração Animal do Brasil
Fonte: <http://static.wixstatic.com/media/07d744_4b8abca053bb4306
e17738265a99fcd6.jpg_1024>. Acesso em: 30 maio 2016
Por volta de 1900 surgiram os modelos motorizados precursores, então as ambulâncias 
foram sendo adaptadas ao serviço específico para emergências, e as equipes especiali-
zadas, como a Cruz Vermelha Internacional, iniciaram este serviço, sendo posteriormente 
copiadas pelos Corpos de Bombeiros do Brasil.
Cruz Vermelha: o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Cres-
cente Vermelho é um movimento internacional humanitário com aproxi-
madamente 97 milhões de voluntários em todo o mundo. Seu objetivo é 
proteger a vida e a saúde humana, prevenindo e aliviando sofrimento hu-
mano, sem discriminação baseada em nacionalidade, raça, sexo, religião, 
classe social ou opiniões políticas. Esse movimento emprega cerca de 97 
milhões de pessoas, sendo a grande maioria voluntária e cerca de 12 mil 
trabalhadores em tempo integral. A missão oficial do Comitê Internacio-
nal da Cruz Vermelha é atuar como uma organização imparcial, neutra e 
independente para proteger a vida e a dignidade das vítimas de conflitos 
armados internos e externos. 
Curiosidade
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<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d6/Emblem_of_the_ICRC_pt.svg/461px-Emblem_of_the_ICRC_pt.svg.png>. Acesso em: 30 maio 2016.
Saiba mais em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_In-
ternacional_da_Cruz_Vermelha_e_do_Crescente_Vermelho>.
Histórico de APH:
Em 1960 uma segunda tentativa de implantar o serviço de atendimento pré-hospitalar 
ocorreu no Brasil, a partir de uma política nacional intitulada Serviço de Atendimento Mé-
dico Domiciliar de Urgência (SAMDU). O SAMDU tinha por finalidade prestar o atendimento 
nas residências com a presença de um médico ou acadêmico de medicina na ambulância 
coordenando a equipe. No âmbito federal, destaca-se a proposta da Política Nacional de 
Atenção às Urgências e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Sistema 
Único de Saúde.
Por volta da década de noventa a Organização Mundial da Saúde (OMS) e vários progra-
mas em âmbito federal estavam alertas para buscar a redução da morbimortalidade dos 
acidentes de trânsito. Desse modo, surgiram em vários estados brasileiros muitos serviços 
de Atendimento Pré-Hospitalar devidamente regulamentados e protocolados pela Associa-
ção Americana do Coração (AHA), com a finalidade de prestar primeiros socorros às vítimas 
de traumas diversos em vias públicas.
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Aprofunde-se um pouco mais visitando o site que fala da Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) e da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), 
acesse: <http://www.paho.org/bra/>.
Internet
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desenvolveu um seminário para discutir 
a questão, que ocorreu no prédio da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordes-
te (SUDENE), sediado no Estado de Pernambuco. O referido seminário aconteceu em 1990, 
no primeiro trimestre, quando foi criada, no Ministério da Saúde, a Coordenação Nacional 
de Emergência e Trauma, que orientou às Secretarias Estaduais de Saúde para que crias-
sem uma estrutura semelhante.
Todas essas manobras foram extremamente importantes para o surgimento e a forma-
ção de Socorristas dos serviços de Resgate e Atendimento Pré-Hospitalar civis e militares, 
os quais se especializam constantemente para que possam permanecer sempre atualiza-
dos e atuando até os dias atuais no intuito único de salvar vidas.
A ideia do primeiro museu de Bombeiros do Brasil surgiu na Alemanha, 
em 1976, quando o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros do Rio de 
Janeiro (CBMERJ), o Coronel Evaristo Antônio Brandão Siqueira, partici-
pou do Congresso Internacional do Fogo. Ele mobilizou os quartéis do 
Estado e em 02 de Julho de 1977 nascia o Museu do CBMERJ, que hoje 
possui um acervo virtual: <http://www.museu.cbmerj.rj.gov.br>.
Curiosidade
Atributos do Socorrista
Quem se propõe a prestar primeiros socorros deve aprender a controlar suas emoções e 
a lidar com pessoas descompensadas emocionalmente que possam estar no local do sinis-
tro ou acidente. Por fim, ter capacidade de liderança para, em situações adversas, propiciar 
segurança para todos os envolvidos, principalmente para a vítima ou paciente.
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Um bom socorrista deve possuir os seguintes atributos:
1. Autocontrole;
2. Raciocínio rápido mediante emoções fortes;
3. Liderança;
4. Responsabilidade.
Independentemente das circunstâncias, o socorrista deve ter em mente que, a partir 
do momento em que presta socorro a alguém, ele é responsável pelo acidentado até que 
transfira a responsabilidade ao médico ou à equipe pré-hospitalar profissional.
O socorrista deve ser dotado de:
1. Conhecimentos técnicos específicos - Ter domínio dos procedimentos operacionais 
em emergência, conhecer funções e sistemas do corpo humano, bem como enten-
der os procedimentos legais e administrativos que envolvem um acidente.
2. Conhecimentos práticos - Executar com propriedade todas as condutas de suporte 
básico à vida com táticas e técnicas, estar dotado de materiais e equipamentos.
3. Condições psicológicas equilibradas - Ter controle emocional e saber agir mediante 
crises e pressões externas diversas, bem como abandonar todos os preconceitos 
para priorizar o atendimento à vítima, valorizando a vida acima de tudo.
4. Experiência com APH em situações de crise - Buscar vivências práticas nos exercí-
cios simulados, assistindo ocorrências ou mesmo atuando na atividade operacional 
de atendimentos pré-hospitalar, os quais vão garantir a tranquilidade necessária no 
local do acidente.
Legislação Pertinente
Para que você realmente possa desenvolver suas atividades em âmbito profissional 
nas diversas áreas que o mercado apresenta, tanto em instituições civis como milita-
res, é importante conhecer algumas legislações específicas (normas, leis, portarias e 
artigos), as quais podem propiciar-lhe segurança em meio à aplicabilidade de garantias, 
direitos e deveres.
Vamos conhecer as principais referências legais pertinentes ao APH:
• A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece em seu Capítulo II, dos 
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Direitos Sociais:
Art.7. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança. [...] 
(BRASIL, 1988)
• A Norma Regulamentadora / NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupa-
cional (PCMSO) (Portaria n.º3214/78):
7.5.1 Todo estabelecimento deverá estar equipado com material neces-
sário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as caracte-
rísticas da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em 
local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim. 
(BRASIL, 1978)
• Da Portaria Ministerial n.º 2048/2002:
 Datada de 05 de novembro de 2002, aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas 
Estaduais de Urgência e Emergência, que apresenta os seguintes pontos principais:
• Propõe currículos mínimos.
• Estimula a criação de núcleos de ensino de urgências.
• Atua na identificação de situações de risco e comando das ações de proteção am-
biental, da vítima e dos profissionais envolvidos no seu atendimento. Orienta como 
proceder com o resgate de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o aces-
so da equipe de saúde.
• Instrui a realização suporte básico de vida, com ações não invasivas e sob supervi-
são médica direta ou à distância, obedecendo aos padrões de capacitação e atua-
ção previstos na Portaria.
• Trata da Omissão de Socorro (Art. 135 do Código Penal):
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar de 
prestar assistência”, e possui como pena a detenção de um a seis meses ou multa. A pena 
é aumentada em metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, ou tri-
plicada, se resulta em morte. 
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Dentre as causas que justificam a alteração do local estão:
1. Necessidade de socorro imediato às vítimas;
2. Risco de morte para vítimas;
3. Risco de morte para socorristas;
4. Risco de morte para outros envolvidos;
5. Risco de novos eventos de acidentes;
6. Impossibilidade física de acesso às vítimas;
7. Impossibilidade de outras formas de socorro e salvamento.
Importante: o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não 
possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza 
a ocorrência de omissão de socorro.
Preservação do local do acidente
Todo local de acidente é potencialmente um local de crime e alvo de investigação, razão 
pela qual deve ser preservado para análise e perícia por autoridades competentes e de 
responsabilidade legal.
Quando necessário, o socorrista pode adentrar e até mesmo descaracterizar todo o lo-
cal do acidente para socorrer, remover e transportar qualquer pessoa vitimada. Além disso, 
o socorrista também poderá modificar o cenário da ocorrência quando precisar de acesso 
ao local onde estiver a vítima, quando necessitarpromover formas alternativas de socorro 
e também para manter a segurança dos socorristas e de todos os envolvidos na ocorrência, 
inclusive curiosos. Isso se dá pelo valor prioritário à vida.
Direitos da pessoa que estiver sendo atendida
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusar o 
atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e 
com clareza de pensamento. Isso pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças re-
ligiosas ou falta de confiança no prestador de socorro. Nesses casos, a vítima não pode ser 
forçada a receber os primeiros socorros, e o socorrista deve certificar-se de que o socorro 
especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua 
confiança através do diálogo.
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Verifique as atribuições do socorrista e descreva como você pode adquiri-las 
ou aprimorá-las para exercer melhor um bom atendimento pré-hospitalar.
Mesmo realizando o socorro de vítimas, o socorrista pode ser processado 
pela família da vítima ou acidentado? Descreva o que você acha.
Atividade 01
Tipos de Consentimento:
• Implícito, é concedido quando a vítima não pode tomar decisões sozinha, devi-
do ao fato de estar em estado grave e inconsciente, ou por ser menor de idade;
• Explícito, é o consentimento dado por um membro da família ou responsável 
legal, em situações onde a vítima não corra risco de morte, mas que esteja de-
bilitada e sem capacidade de tomar decisões.
Equipamentos e Materiais de Suporte para APH 
É muito importante que o socorrista conheça e use adequadamente os equipamentos 
e materiais aplicados no APH, os quais chamaremos de suporte. Para melhor observação 
e entendimento, saiba que todos eles poderão ser utilizados numa mesma ocorrência e ao 
mesmo tempo por uma determinada equipe, a depender da necessidade.
Suporte para proteção individual
Amigo especialista, este é um momento muito precioso, pois nós vamos abordar um 
assunto que deve nos acompanhar em todos os momentos de nossa vida: os cuidados com 
nossa proteção individual.
Os materiais e equipamentos de Suporte para proteção individual são compostos de: 
barreiras de proteção e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), os quais visam garantir 
principalmente a biossegurança do socorrista para que ele não se contamine com secre-
ções e fluidos corpóreos da vítima. Além disso, o uso de materiais como luvas de procedi-
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mento, que são utilizadas exclusivamente para uma única vítima durante uma ocorrência, 
impedem que haja infecção cruzada.
Compõem o Suporte para proteção individual: luvas de procedimento cirúrgicas, máscara 
de proteção facial, óculos de proteção facial, capote, avental ou uniforme de mangas longas.
Figura 1 – Luvas
<http://www.revistahospitaisbrasil.com.
br/rhb/wp-content/uploads/img_home.
png>. Acesso em: 30 maio 2016.
Figura 2 – Óculos de proteção
<http://www.spawer.com.br/equipa-
mentos/adm/produtos/OC023.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Figura 3 – Uniforme socorrista
<https://encrypted-tbn1.gstatic.com/
images?q=tbn:ANd9GcRnbogndhxRcW-
-ixv1FOBlNSuQzuFXBqliIZN-
tWfN7kHGyetsB_9w>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Suporte para avaliação geral do acidentado
Os materiais e equipamentos de suporte para avaliação geral do acidentado visam au-
xiliar principalmente na checagem dos sinais vitais, tais como a pressão arterial sistêmica 
e a temperatura. Além disso, com eles também podemos identificar alterações pupilares, 
como conferir se as pupilas estão fotorreagentes.
Compõem o suporte para proteção e avaliação geral do acidentado: 
• Estetoscópio - serve para auscultar batimentos cardíacos em algumas artérias, bem 
como incursões respiratórias em ambos hemitórax. Auscultar : refere-
-se ao exame dos 
sons internos do 
corpo com o uso do 
estetoscópio. 
Fonte: <http://www.casaevideo.com.br/wcsstore/ExtendedSites
CatalogAssetStore/JPG1000/saude/2086212.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
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• Esfigmomanômetro - serve para executar aferição da pressão arterial juntamente 
com o Estetoscópio.
• Termômetro - serve para realizar a aferição da temperatura corporal.
Fonte: <http://www.lojaterrazul.com.br/lojas/00007850/prod/esfigglico400.gif>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://www.saudemelhor.com/wp-content/uploads/2014/04/termometros.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
• Lanterna pupilar - serve para checar o diâmetro, a simetria e a fotorreação das pupilas.
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Fonte: <http://jubileu-porto.com/images/Lanterna%20Pupilar%20Aluminio2.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Você sabia que as pupilas são fotorreagentes e regulam a intensidade da 
luz que chega a retina de seus olhos? Quando suas pupilas estão sob a 
luz do sol ao meio dia, elas se contraem e ficam com 1,5 milímetros de di-
âmetro. Já na escuridão da noite, as pupilas ficam até sete vezes maiores 
na tentativa de enxergar mais. Em latim, pupila significa “bonequinha” e 
também é chamada de menina dos olhos porque ela reflete uma imagem 
reduzida da pessoa para quem se olha.
Curiosidade
Suporte para Reanimação 
Cardiopulmonar (RCP)
Os materiais e equipamentos de Suporte para RCP visam assessorar a equipe de so-
corristas durante a reanimação de vítimas em parada cardiorrespiratória, para manter a 
vítima viva até o atendimento avançado.
Compõem o Suporte para Reanimação Cardiopulmonar: 
• Máscara para demanda de ar com válvula unidirecional;
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Fonte: <http://www.hospitalardistribuidora.com.br/ecommerce_
site/arquivos4241/arquivos/1364501505_2.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://img.medicalexpo.es/images_me/photo-g/juego-canulas-guedel-67771-148705.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://dianacionaldareanimacao.late-ma.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Untitled-18-2-1024x477.png>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
• Jogo de cânulas de Guedel ou orofaríngeas;
• Desfibrilador externo automático;
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Fonte: <http://www.ambu.com/Files/Billeder/Product%20Images/MarkIVLarge.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://www.multstock.com.br/multstockwp/wp-content/uploads/multstock/2012/03/MG_02001.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
• Respirador ou ressuscitador manual (ambu);
• Respirador ou ressuscitador manual (ambu);
Suporte para imobilização, remoção e 
transportes de vítimas
Os materiais e equipamentos de suporte para imobilização, remoção e transporte de 
vítimas visam propiciar condições para que a vítima seja transportada devidamente imobi-
lizada e estabilizada.
Compõem o suporte para imobilização, remoção e transporte de vítimas: 
• Colar cervical; 
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Fonte: <http://www.ambu.com/Files/Billeder/Product%20Images/Media/EMC/
ECperfitMedia1.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://www.extinseg.com.br/tb_produtos/283/tn_imobilizlatcabea.png>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://www.resgatecnica.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Prancha-de-imobiliza%C3%A7%C3%A3o-Baxstrap.
jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
• Coxim;
• Prancha longa;
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Fonte: <http://www.sossul.com.br/sossul/public/ecommerce/produtos/2320008.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Fonte: <http://www.aphsul.com/media/catalog/product/cache/
1/image/640x468/ce62fc9c76933b6d83634d347c6af792/t/a/tala_eva_com_estojo_2_1.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
• Colete de imobilização dorsal (KED);
• Talas para imobilizações de fraturas.
Suporte para curativos
Os materiais e equipamentos de suporte para curativos visam ajudar na confecção de 
curativos para diversas situações, como queimaduras e hemorragias.
O kit de suporte para curativos deverá conter os seguintes itens: ataduras de crepom, 
algodão, solução antisséptica,compressas de gaze, tesoura ponta romba e micropore ou 
esparadrapo.
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Fonte: <http://cdn1.vaicomtudo.com/wp-content/uploads/2013/05/Kit-de-primeiros-socorros-1.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Suporte para demais serviços operacionais
Os materiais e equipamentos de Suporte para demais serviços operacionais visam pro-
teger e garantir a segurança do socorrista durante o atendimento operacional.
Compõem o suporte para demais serviços operacionais: luvas de raspa e/ou algodão, 
capacete com visor e proteção facial, coturno e/ou bota específica para cada serviço ope-
racional, uniforme operacional e/ou antichamas, equipamento de proteção respiratória au-
tônomo com demanda de ar e cobertor aluminizado.
Estando tecnicamente preparado para socorrer vítimas sangrando e sem 
nenhum tipo de barreira de proteção ou EPI, um socorrista pode prestar 
atendimento de APH sem risco de se contaminar? Justifique sua resposta.
Atividade 02
Resumo
Nesse capítulo você teve a oportunidade de ver um pouco da história e origem do Aten-
dimento Pré-Hospitalar, além de também vários itens necessários ao nosso conhecimento 
no que diz respeito à legislação vigente, pois um socorrista deve atuar com propriedade 
e ciência de que não está agindo de forma imprudente ou negligente. Tal atuação só é 
possível quando sabemos os atributos pertinentes ao serviço de APH, o que realmente se 
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enquadra como omissão de socorro e os fatores sobre violação do local do acidente e direi-
tos individuais de uma vítima. Também conheceu os equipamentos e materiais específicos 
para proteção que devem ser usados durante o atendimento pré-hospitalar nas emergên-
cias. Tais informações são muito preciosas para que possamos desempenhar as funções 
de socorrista com propriedade, tendo em vista que muitas empresas investem em vários 
recursos que propiciam um melhor suporte de utensílios para o atendimento às vítimas.
Autoavaliação
01. Uma criança diz que não quer ser socorrida, e seus pais e/ou responsáveis não estão 
presentes. Tomando por base de que você é um socorrista competente e capacitado a 
prestar primeiros socorros, você:
a) Tentaria acalmar a vítima e chamaria alguém que pudesse encontrar seus pais.
b) Prestaria os primeiros socorros com base no consentimento implícito.
c) Não daria nenhum tipo de atendimento com base no consentimento explícito.
d) Chamaria a pessoa mais próxima pra servir de testemunha e logo em seguida acionava 
o Conselho Tutelar.
02. Quais as situações em que o socorrista pode alterar o local do acidente?
a) Quando o local estiver desarrumado e com muita sujeira.
b) Quando a vítima estiver mostrando partes íntimas de seu corpo.
c) Quando houver risco de morte para vítima, socorristas e todos os envolvidos 
d) Quando houver um consentimento implícito de que é necessário realizar a alteração no 
local para melhor atender a vítima e assim deixar o ambiente mais arejado.
03. Identifique se as proposições são verdadeiras (V) ou falsas (F), assinalando a alternati-
va que corresponde à sequência correta:
( ) O socorrista deve ter liderança, autocontrole, raciocínio rápido e responsabilidade.
( ) Não é necessário que o socorrista tenha atributos e sim boa vontade.
( ) Para efeito de socorro a vítimas, os tipos de consentimento são: implícito e explícito.
( ) O local do acidente deve ser sempre preservado e nunca alterado, mesmo que seja pra 
socorrer vítimas.
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a) V – V – F – F.
b) V – F – V – F.
c) F – F – V – V.
d) F – V – V – F.
04. Quais os materiais/barreiras de proteção e EPIs que você poderia usar como socorrista 
para atender uma vítima de atropelamento em via pública, visando a sua própria bios-
segurança?
a) Cânula orofaríngea, ambu e laterna pupilar.
b) Estetoscópio, tala fixa de imobilização e soro fisiológico.
c) Esfigmomanômetro, seringa e colírio.
d) Luvas de procedimento, óculos e máscara de proteção facial.
Aplicar
a Biossegurança no APH 
Competência
02
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Aplicar 
a Biossegurança no APH 
Agora imagine você, nobre amigo especialista, que não é dotado de visão microscópi-
ca e nem tem sensor nas extremidades dos dedos para identificar se o local onde você 
vai colocar suas mãos tem ou não agentes biológicos ou microrganismos patogênicos 
que podem contaminá-lo. Então, como se proteger desse mal invisível a olhos nus? Va-
mos descobrir?
Biossegurança deve ser entendida como o conjunto de condutas que visam proteger 
todo aquele que auxilie ou preste socorro ao vitimado do contato direto com agentes bioló-
gicos, microrganismos patogênicos.
Outro conceito mais abrangente diz que:
Microrganismos 
patogênicos: 
micróbios ou 
germes capazes de 
provocar doenças.
Entende-se por biossegurança o conjunto de medidas voltadas para a prevenção, 
minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, desenvol-
vimento tecnológico e prestação de serviços que possam comprometer a saúde do 
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
Fonte: <http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material10.htm>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Objetivos da Biossegurança no APH
No atendimento de emergência, o profissional de saúde pode entrar em contato com 
sangue e com outras substâncias corporais sem a devida proteção. A necessidade de uma 
atuação imediata faz com que as normas de biossegurança sejam esquecidas ou mesmo 
conscientemente desrespeitadas.
Nós vivenciamos um eterno combate. Segundo o filósofo espanhol George Santayana 
(1863-1952), “a doença que destrói um homem não é menos natural do que os instintos 
que o preservam”.
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A biossegurança em APH objetiva proteger todo aquele que auxilie ou preste socorro ao 
vitimado do contato direto com agentes biológicos, com vistas a:
• Resguardar a saúde dos profissionais que atuam no atendimento, bem como das 
pessoas que porventura auxiliem a equipe de alguma forma.
• Resguardar a saúde do vitimado à medida que são utilizadas barreiras, evitando o 
contato direto. 
• Adotar medidas que excluam a possibilidade de infecção cruzada. 
Objetivos específicos da Biossegurança no APH
O campo de atuação da Biossegurança é extremamente vasto, e está presente em di-
versos âmbitos científicos e biológicos, com vistas a garantir a integridade física e a saúde 
das pessoas. Para tanto elencamos alguns objetivos específicos:
• Conscientizar o profissional da necessidade das medidas de biossegurança à sua 
saúde.
• Elencar ações de biossegurança visando despertar a necessidade de sua implemen-
tação.
• Orientar ações e condutas que resguardem a saúde dos envolvidos no atendimento 
pré-hospitalar.
O francês Louis Pasteur (1822-1895) provou que os micróbios causadores 
de doenças estão presentes no ambiente, acrescentando também que não 
são resultado de geração espontânea.
Você conhece?
Portas de entrada dos microrganismos
Todo o pessoal que trabalha em serviços de saúde e primeiros socorros está exposto 
a uma grande variedade de microrganismos provenientes do sangue, de secreções ou 
dos tecidos de vítimas. Esses microrganismos podem causar doenças infecciosas como 
gripe, pneumonia, tuberculose, herpes, hepatite ou mesmo AIDS. Todos os pacientes 
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A penicilina é um antibiótico que tem poder bactericida, e é uma substância 
extraída de um fungo que foi descoberto acidentalmente por um biólogo 
escocês chamado Alexander Fleming (1881-1955).
Você conhece?
devem ser considerados como potencialmente infectadas, pois no ato do atendimento 
pré-hospitalar não há possiblidade de conhecer o seu histórico de saúde e os respectivos 
exames de laboratório.
Portas de entrada dos microrganismos:
• Orifícios naturais (olhos,ouvidos, nariz, boca, uretra, ânus).
• Ferimentos e outras portas de entrada para corrente sanguínea.
Medidas de prevenção e controle de infecção
São medidas que devem ser adotadas como forma de promoção do controle de infecção.
Princípios do controle de infecção:
Princípio I – Tome precauções para manter-se saudável. Todo o pessoal que está em risco 
de se expor a sangue, saliva ou outras secreções humanas deve estar e manter-se devida-
mente imunizado (vacinação e lavagem de mãos).
Princípio II – Evite contato com sangue ou secreções. Um princípio fundamental para a 
prevenção de infecção é fazer uso de barreiras protetoras sempre que houver risco de 
contato com sangue, saliva ou qualquer fluido corpóreo ou secreção humana. A proteção 
eficaz e eficiente só pode ser obtida quando esses princípios forem seguidos no tratamento 
de todas as vítimas (EPI).
Princípio III – Limite a dispersão de sangue e de secreções. Devem-se seguir as técnicas 
adequadas para evitar contaminações: deixe tudo preparado antes de iniciar o atendimen-
to; minimize respingos de fluidos corpóreos e/ou secreções humanas com o manuseio 
de EPIs e de barreiras de proteção, bem como, com uma correta e adequada posição da 
vítima, cubra superfícies que não podem ser facilmente descontaminadas, como equipa-
mentos e materiais permanentes de maior porte.
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Princípio IV – Torne os objetos seguros para uso. Objetos críticos: penetram no tecido 
entrando em contato com sangue. Ex.: agulhas, bisturis, etc.. Todo o instrumental crítico 
deve ser esterilizado pelo calor. Objetos semicríticos: tocam na membrana mucosa, mas 
não penetram no tecido. Ex.: cânulas de guedel ou orofaríngeas. O instrumental semicrítico 
que não puder ser esterilizado deve sofrer uma desinfecção de alto nível. Objetos não críti-
cos: não entram em contato com sangue, secreções ou fluidos corpóreos, mas podem ser 
contaminados por eles. Ex.: fardas ou uniformes, calçados, etc.. Tais objetos podem sofrer 
desinfecção de nível intermediário ou baixo.
Algumas medidas devem ser observadas e seguidas no cotidiano do profissional em 
Atendimento Pré-Hospitalar:
• Utilizar todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC) necessá-
rios para realizar as intervenções pré-hospitalares;
• Todos os socorristas que manusearem a vítima deverão usar, no mínimo, luvas;
• O profissional que estabilizar a cabeça da vítima e a coluna cervical (pescoço) deverá 
utilizar máscara, óculos de proteção e luvas de látex, além de outros EPI julgados 
necessários;
• Trocar sempre as luvas antes de avaliar outro acidentado;
• Utilizar demais EPI necessários;
• Cuidar da higiene pessoal (as unhas devem estar cortadas e limpas, as fardas ou 
uniformes limpos e em bom estado de conservação etc.);
• Obrigatoriamente, lavar as mãos e antebraços até os cotovelos após cada atendi-
mento, mesmo que não tenha tido contato com fluidos corpóreos ou secreções; 
• Trocar o uniforme ou farda sempre que necessário; 
• Sempre assumir o serviço dispondo de pelo menos um uniforme ou farda sobressa-
lente; 
• Destinar atenção especial quando se fizerem presentes fluidos corpóreos ou secre-
ções (sangue, urina, fezes, vômito, esperma, secreções vaginais, saliva); 
• Considerar toda vítima como provável fonte de transmissão de doença infectocon-
tagiosa: utilizar luvas de látex, óculos e máscara e não realizar a respiração boca a 
boca, em vez disso, utilizar ventilador manual, a bolsa valva-máscara (ambu);
• Acondicionar materiais e equipamentos contaminados em sacos apropriados para 
posterior limpeza e desinfecção antes da sua reutilização; 
• Depositar perfurocortantes em recipientes apropriados para posterior descarte; 
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Exsudação: refere-
-se à sudorese 
pouco abundante, 
também chamada 
transpiração.
• Encaminhar materiais e equipamentos utilizados para limpeza e descontaminação, 
garantindo substituição imediata;
• Descontaminar o compartimento de transporte ou ambulância após cada atendi-
mento e antes de atender a próxima vítima; 
• Recolher o lixo pré-hospitalar, empacotá-lo em sacos apropriados e depositá-los no 
lixo infectante do hospital ou da ambulância.
Limpeza, descontaminação, desinfecção e 
esterilização
O socorrista deve considerar que qualquer situação que envolva exposição a fluídos 
representa potencial risco de transmissão tanto para o socorrista quanto para a vítima.
Uma das principais dúvidas está nas diferenças entre limpeza, descontaminação, de-
sinfecção e esterilização. Vamos especificar cada um detalhadamente:
Limpeza
Assegura a remoção do material biológico, e é indicada na presença de respingo ou de-
posição de matéria orgânica, secreção, descarga de excreta ou exsudação nas superfícies 
de materiais.
A limpeza manual deve ser feita, de maneira enérgica, com água corrente e sabão lí-
quido ou detergente, eliminando material biológico. Os instrumentos devem ser limpos o 
quanto antes depois do uso, para que o material orgânico não seque e fique aderido aos 
instrumentos, criando um meio propício para a proliferação de microrganismos.
Depois da limpeza, orienta-se enxaguar bem os instrumentos com água fervida para 
retirar os resíduos detergentes.
Descontaminação
Refere-se às medidas adotadas para assegurar que a manipulação de um instrumento 
seja inócua ao reduzir a contaminação por microrganismos. Esse passo permite a inativa-
ção dos vírus Hepatite B e HIV.
Microrganismos: 
são organismos 
que só podem ser 
vistos ao micros-
cópio.
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Hepatite B: A probabilidade de infecção por esse vírus após exposição percu-
tânea é significativamente maior do que a probabilidade de infecção pelo HIV. 
No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para todos 
os profissionais da saúde. Após exposição ocupacional a material biológico, 
mesmo para profissionais não imunizados, o uso da vacina é uma medida 
que comprovadamente reduz o risco de infecção. 
HIV: O risco médio de se adquirir o HIV é de aproximadamente 0,3% após ex-
posição percutânea e de 0,09 % após exposição mucocutânea. Esse risco foi 
avaliado em situações de exposição a sangue: o risco de infecção associado 
a outros materiais biológicos é inferior, ainda que não seja definido. O risco 
de transmissão após exposição da pele íntegra a sangue infectado pelo HIV é 
estimado como menor do que o risco após exposição mucocutânea. 
Fonte:<http://143.107.206.201/restauradora/etica/manuexp.html>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Curiosidade
AIDS: Os acidentes de trabalho com socorristas envolvendo sangue e outros 
fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de 
emergência médica, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção 
pelo HIV necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente para a 
sua maior eficácia. Os procedimentos recomendados em caso de exposição a 
Curiosidade
Em geral, esses procedimentos são realizados pelo pessoal técnico, de limpeza, ou 
mesmo da enfermagem, e a descontaminação propicia proteção da infecção inadvertida. 
Tais procedimentos inativam a maioria dos microrganismos, como os vírus anteriormente 
mencionados nesse tópico.
A descontaminação é feita basicamente com tempo predeterminado utilizando solução 
à base de cloro e água fervida, conforme protocolo estabelecido, visando evitar descolora-
ção e/ou corrosão dos instrumentos metálicos.
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material biológico incluem cuidados locais na área exposta, recomendações 
específicas para imunização contra tétano, aplicação de meios tendentes 
a evitar as doenças ou a sua propagação (quimioprofilaxia) e acompanha-
mento sorológico para Hepatite e HIV. Quando indicada, a quimioprofilaxia 
deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente dentro de 1 a 2 horas 
após o acidente.Desinfecção
Uma desinfecção de alto nível destrói todas as formas microbianas, exceto esporos bac-
terianos. Ela é realizada quando não se dispõe do equipamento de esterilização ou não se 
pode esterilizar tal instrumento.
A desinfecção implica na redução da carga microbiana de um instrumento, mas não 
na sua eliminação completa. O grau dessa redução depende do processo de desinfecção 
usado e da resistência das formas microbianas presentes.
O processo para se realizar a desinfecção também utiliza, como na descontaminação, 
solução a base de cloro e água fervida, contudo com protocolo diferenciado e específico de 
tempo e secagem.
NÍVEL BAIXO DE DESINFECÇÃO: É o processo de desinfecção menos efi-
caz, não eliminando esporos ou o “Mycobacterium Tuberculosis”.
NÍVEL INTERMEDIÁRIO DE DESINFECÇÃO: Processo de desinfecção que 
elimina o Mycobacterium Tuberculosis (que é quase tão resistente quanto 
esporos). Dessa maneira destrói outros microrganismos mais fáceis de se-
rem eliminados, como o causador da Hepatite B e AIDS.
NÍVEL ALTO DE DESINFECÇÃO: Processo de desinfecção que destrói espo-
ros, mas não necessariamente todos. Elimina Mycobacterium Tuberculosis, 
assim como outras bactérias, fungos e vírus.
Importante
Mycobacterium 
Tuberculosis: 
também conhecido 
como Bacilo de 
Koch, é uma bac-
téria que provoca a 
tuberculose.
Esterilização
É a destruição de todos os microrganismos, inclusive esporos bacterianos, em um 
determinado instrumento. Para garantir a reutilização segura dos instrumentos, devemos 
compreender que é necessário limpar, descontaminar, desinfetar e esterilizar, armazenar e 
manipular, de maneira adequada e protocolada. A inobservância desses processos expõe 
os usuários de tais instrumentos à contaminação por agentes infecciosos.
Na prática, considera-se que a esterilidade foi obtida se a probabilidade de um 
microrganismo sobreviver for menor do que um em um milhão. A esterilização é efe-
tuada por meio de autoclaves e estufas, bem como por substâncias químicas, e são 
seguidos protocolos de pressões calibradas e concentrações químicas com tempo 
pré-estabelecido.
Higiene e antissepsia das mãos
Querido especialista, comumente ouvimos falar na assepsia, mas o foco aqui é outro: 
vamos falar de antissepsia. Vejamos então a diferença entre eles:
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Esporos bacteria-
nos: são a forma 
de microrganismo 
mais difícil de se 
inativar. O esporo é 
uma camada que 
protege a bactéria 
e é responsável 
pela resistência ao 
ataque dos agentes 
físicos e químicos 
da esterilização e 
desinfecção.
Autoclave: é um 
equipamento 
indicado para 
esterilização de 
materiais e utensí-
lios diversos.
Assepsia é o processo pelo qual se conseguem afastar os germes patogênicos de 
determinado local ou objeto. Refere-se à limpeza de matérias, equipamentos, uten-
sílios etc.. Antissepsia é a destruição de microrganismos existentes nas camadas 
superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida, ge-
ralmente de baixa causticidade, hipoalergênico e passível de ser aplicado em tecido 
vivo. Refere-se à limpeza de organismos vivos.
Lavar as mãos frequentemente é o procedimento mais simples, mais eficiente e mais 
importante para proteger a saúde e prevenir infecções. Deve-se ter sempre em mente 
quando e como lavar as mãos:
• A lavagem de mãos tem recebido atenção nas publicações clássicas mais importan-
tes sobre controle de infecção.
• Parece inacreditável que ainda não tenhamos nos conscientizado da importância 
desse ato que vem sendo comprovado como fundamental.
• Com o incentivo à utilização das precauções universais houve um incremento 
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na utilização de luvas que oferece uma falsa sensação de segurança a quem 
as usa. Quem usa luvas não sente o desconforto da mão úmida ou suja, o que 
psicologicamente causa certa urgência de lavar as mãos. Se o indivíduo não es-
tiver conscientizado dessa necessidade acaba contaminando objetos, pessoas, 
ambientes e a si próprio. Tenha em mente que as mãos se constituem na maior 
fonte de infecção cruzada.
O uso de sabonetes ou sabões em pedaços é uma forma de infecção cru-
zada para lavagem das mãos. Se um pedaço de sabão, após ter sido usado 
pelo socorrista no local de trabalho, for pressionado sobre uma placa de 
agar e incubado, crescerão colônias de bacilos gram-positivo e gram-ne-
gativo. Da mesma maneira, tem sido demonstrado nos testes que, após o 
quarto uso, as toalhas de pano apresentam cultura positiva para um grande 
número de bactérias presentes na boca.
Importante
Desse modo, uma normatização clara para a lavagem das mãos deve ser observada 
para qualquer procedimento.
Técnica de lavagem das mãos para procedimentos de rotina:
• Retire anéis, relógios e pulseiras. 
• Ensaboe as mãos com sabão líquido hipoalergênico por aproximadamente 15 se-
gundos em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremi-
dade dos dedos;
• Enxágue as mãos dos punhos para a extremidade dos dedos retirando totalmente a 
espuma e os resíduos do sabão;
• Seque-as com papel toalha descartável;
• Feche a torneira com um acionador de pedal ou com toalhas de papel, tomando 
cuidado para não tocar na torneira depois de lavar as mãos.
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Figura 4 – Lavagem correta das mãos
Fonte: <http://www.fgm.ind.br/blog/wp-content/uploads/2013/06/higiene_maos.jpg>. Acesso em: 30 maio 2016.
Nobre especialista, baseado no conhecimento que você já adquiriu até 
aqui, diga-me: Quais seriam os riscos e as complicações que poderiam 
ocorrer com um socorrista que usasse as mesmas luvas de procedimen-
tos para avaliar três vítimas acidentadas em um acidente automobilístico 
em que todas elas apresentavam hemorragias?
Atividade 01
Resumo
Estamos indo muito bem até aqui, não é verdade, especialista? É interessante notarmos 
que evoluímos e já estamos descobrindo maneiras de nos mantermos saudáveis por meio 
dos cuidados pessoais e das orientações estipuladas pelas normas de biossegurança. A 
partir dessas informações, já sabemos quais as portas de entrada para as contaminações 
e infecções em nosso organismo, além de como adotar medidas para minimizar e/ou elimi-
nar os riscos por meio de métodos e técnicas de limpeza, descontaminação, desinfecção e 
esterilização, as quais podem garantir nossa integridade física.
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Autoavaliação
01. Qual dos itens abaixo não corresponde aos cuidados com proteção individual do socorrista?
a) Máscara facial.
b) Óculos de proteção facial.
c) Chuveiro lava-olhos.
d) Lavagem e higienização das mãos.
02. Qual dos cuidados abaixo não faz referência à biossegurança do socorrista?
a) Técnica de lavagem das mãos.
b) Proteção das mucosas para evitar contato com secreções e fluidos corpóreos da vítima.
c) Usar a mesma luva para avaliar mais de uma vítima acidentada.
d) Não realizar respiração boca-a-boca em vítimas que o socorrista não conhece.
03. Assinale as alternativas a seguir como: (F) para falso e (V) para verdadeiro. ( ) Entende-
-se por biossegurança a segurança da biologia;
( ) Entre alguns objetivos, a biossegurança visa adotar medidas que excluam a possibili-
dade de infecção cruzada;
( ) As vias por onde o indivíduo pode se contaminar são: vias aéreas, sensoriais e cutâneas;
( ) Um dos princípios de Controle de Infecção é tomar precauções para manter-se saudável;
( ) Para eliminar esporos bacterianos utilizamos a desinfecção junto com a limpeza.
a) F, V, F, V, F.
b) F, F, V, V, F.
c) V, V, F, V, F.
d) F, F, F, F, F.
04. O que se pode dizer sobre a Lavagem de Mãos em APH:
a) Só deve-se fazê-lo antes e depois de comer e das necessidades fisiológicas.
b) É o procedimento mais simples, mais eficiente e mais importante para proteger a saúde 
e prevenir infecções.
c) Não se consegue prevenir contaminaçõese infecções com tal técnica.
d) A única lavagem de mãos eficiente é feita com álcool a 70%.
Realizar a avaliação
geral do acidentado
Competência
03
Realizar a avaliação 
geral do acidentado
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Caro especialista, agora vamos construir bases de alicerces que serão fundamentais 
para a execução de vários procedimentos futuros na condição de socorrista.
Para que possamos realizar uma boa avaliação geral do acidentado, é fundamental 
conhecermos alguns princípios básicos da anatomia humana. Vamos prosseguir?
As orientações e procedimentos a serem adotados devem seguir uma avaliação da ca-
beça aos pés (ou cefalocaudal): esse exame, ou anamnese, serve para avaliar lesões e 
alterações na pele, nos músculos, nos ossos, nos pontos de pressão arterial e em todos os 
órgãos adjacentes.
Quando se faz a avaliação secundária, inicia-se pela cabeça, seguindo para o pescoço, tó-
rax, abdome, pelve, membros inferiores, membros superiores e, por fim, a região dorsal da ví-
tima. Para isso, deve-se utilizar a polpa digital (extremidade dos dedos) e fazer a palpação em 
busca de traumas, ferimentos, sinais e sintomas que definam o quadro da pessoa vitimada.
Os olhos da vítima devem ter atenção especial, pois é através das pupilas que o socor-
rista consegue verificar alterações importantes que associadas a outras evidências podem 
determinar o nível de emergência.
As pupilas são fotorreagentes, pois reagem à luz. Vejamos algumas características que 
elas podem ter:
Anamnese: Inves-
tigação do médico 
ao paciente procu-
rando detalhes que 
possam auxiliar no 
diagnóstico.
Fonte: <http://image.slidesharecdn.com/treinamentocirculantesite-130410210323-phpapp01/95/treinamento-circulan-
te-21-638.jpg?cb=1365627865 >. Acesso em: 30 maio 2016.
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Quando contraídas e em diâmetro menor, diz-se que as pupilas estão em miose. Quan-
do dilatadas e com diâmetro aumentado além do normal, diz-se que estão em midríase. 
Pupilas em simetria são chamadas isocórias, enquanto pupilas assimétricas e desiguais 
são denominadas anisocóricas.
Em situações anormais e adversas, as pupilas podem apresentar distorções: quando 
o indivíduo está sob efeito de drogas, quando foi acometido por traumas cranianos e/ou 
quando o cérebro sofre diminuição ou ausência de oxigenação cerebral proveniente de 
algumas patologias neurológicas, como o Acidente Vascular Encefálico (AVE ou derrame).
Conceitos de Anatomia Humana
Vamos agora entender e nos familiarizar com alguns termos:
• Anatomia: do grego antigo άνατομή (anatome = seccionar), é o ramo da biologia no 
qual se estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto 
internamente.
• Sinais: são informações que o examinador poderá obter fazendo uso dos sentidos – 
visão, tato, audição e olfato.
• Sintomas: são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever.
Posição Anatômica
É a posição padronizada de descrição do organismo, em que se empregam os termos 
posição e direção.
Na posição anatômica o corpo humano deverá estar em posição ortostática (em pé e ere-
to), com a face voltada à frente, os membros superiores (braços) estendidos ao longo do tron-
co, as palmas das mãos voltadas para frente e com os membros inferiores (pernas) unidos.
Fonte: <http://image.slidesharecdn.com/treinamentocirculantesite-130410210323-phpapp01/95/treinamento-circulan-
te-21-638.jpg?cb=1365627865 >. Acesso em: 30 maio 2016.
Divisões do Corpo Humano
O Corpo Humano está dividido em quatro partes principais: 
• Cabeça; 
• Pescoço; 
• Tronco; 
• Membros. 
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55Fonte: <http://files.cienciasmorfologicas.webnode.pt/200000070-a9693aa631/Divis%C3%A3o%20do%20corpo1.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
Cabeça:
Constituída pelo crânio e pela face. 
O crânio é uma caixa sólida que protege o encéfalo. 
Pescoço (Coluna Cervical):
Constituída por sete vértebras cervicais.
Pela coluna cervical passa a medula espinhal (continuidade do Sistema Nervoso Central).
Tronco:
Eixo corporal onde se articulam a cabeça e os membros. 
É formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelo esterno. 
O tronco com a coluna vertebral e a cabeça formam o esqueleto axial.
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Membros:
Os membros superiores e inferiores formam o esqueleto apendicular.
Ossos do membro superior 
Constituídos por braço, antebraço, pulso e mão. 
Ossos do membro inferior 
Constituídos por coxa, perna, tornozelo e pé. 
Termos de Relação ou Comparação
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-UTsP-b6q-FY/Utl8wowGpzI/AAAAAAAAAFc/uGznMDBA_30/s1600/decubito.png>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
• Posição de decúbito dorsal – o indivíduo está deitado de costas (com a barriga 
para cima);
• Posição de decúbito ventral – o indivíduo está deitado com a barriga para baixo 
(de bruços);
• Posição de decúbito lateral – o indivíduo está deitado de lado (direito ou esquerdo);
Vamos conhecer mais algumas posições de referências do corpo humano.
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Fonte: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/7b/94/d3/7b94d3397e6565b97a66695421ea7320.jpg>. 
Acesso em: 30 maio 2016.
• Superior – em direção à cabeça;
• Inferior (Caudal) – em direção aos pés;
• Anterior – em direção à frente;
• Posterior – em direção ao dorso;
• Medial – em direção à linha mediana ou centro do corpo;
• Lateral – para a esquerda ou direita da linha mediana;
• Proximal – próximo ao ponto usado como referência;
• Distal – longe do ponto usado como referência;
• Superficial – próximo à superfície;
• Profundo – distante da superfície;
• Interno – do lado de dentro;
• Externo – do lado de fora.
Toda essa nomenclatura deve ser bem conhecida pelos socorristas e especialistas que 
atuam com operações de APH, pois é usual e de emprego rotineiro pelos profissionais da 
área de saúde. Uma vez que os serviços estão intimamente interligados, é essencial o do-
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mínio dessa linguagem técnica para estreitar o relacionamento dos profissionais de saúde 
e de Atendimento Pré-Hospitalar.
Realizar avaliação geral do acidentado
Estamos chegando a um ponto crucial, em que teremos de aprender informações pecu-
liares da atividade prática. Você está pronto? Então vamos lá.
Inúmeros são os casos que requerem nossa atenção: acidentes de trânsito, situações 
de acidentes de trabalho, violência urbana, desastres decorrentes de ações da natureza, 
acidentes domésticos, doenças, distúrbios clínicos etc..
Em meio a tais emergências, é necessário manter o controle emocional e ter um conhe-
cimento prévio de primeiros socorros para saber como direcionar as ações e os procedi-
mentos de um atendimento correto.
Também é bom lembrar que não somos seres insulares, devemos sempre buscar ajuda 
e trabalhar em equipe para ajudar o acidentado ou vítima. Para tanto, devemos sempre 
acionar os serviços especializados: Corpo de Bombeiros, SAMU, Resgatistas, etc..
Princípios da Avaliação Primária
O princípio fundamental do Atendimento Pré-Hospitalar é reduzir a mortalidade e os 
agravos decorrentes de acidentes diversos. Para tanto, é importante conhecermos tam-
bém alguns conceitos e princípios.
A aplicação de protocolos corretos em primeiros socorros nos momentos iniciais após 
a ocorrência da lesão é um fator determinante na recuperação da vítima, e poderá até 
mesmo significar a diferença entre sua vida ou morte, além de eliminar a possibilidade da 
ocorrência de sequelas pós-traumáticas.
A Hora de Ouro preconiza que nos primeiros sessenta minutos de ocorrido o acidente a 
vítima deverá receber os três níveis de atenção:
1. Tempo para Avaliação Primária: Do minuto zero (momento em que aconteceu o evento) 
até quarenta e cinco segundos, no máximo, deve ser feita a avaliação primária: verificar 
se a vítima respira, se tem pulso e se tem grandes hemorragiasexternas;
2. Tempo de Platina ou Minutos de Platina: do minuto zero até os dez minutos, a vítima 
deverá estar recebendo os primeiros socorros que garantam oxigenação cerebral;
3. Hora de Ouro: de dez a sessenta minutos, a vítima deverá estar recebendo atendimento 
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pré-hospitalar e ser levada a uma unidade hospitalar para que seja atendida adequada-
mente por médicos.
O atendimento dessas regras e princípios implica em diminuição de 60% na morbimor-
talidade das inúmeras vítimas dos acidentes diversos
Avaliação Primária
A avaliação primária é o exame rápido que permite averiguar rapidamente as funções 
vitais e o risco de morte. Na avaliação primária, devemos nos focar em:
• Identificar a presença de respiração, de pulsação e de grandes hemorragias exter-
nas nas vítimas;
• Identificar situações que comprometam ou que venham a comprometer a vida do 
acidentado nos instantes imediatamente após o acidente, dentro do menor tempo 
possível;
• Adotar condutas que evitem o comprometimento dos sistemas respiratório e circula-
tório.
Marconni, cita em sua obra alguns objetivos específicos:
• Identificar lesões que comprometam ou venham a comprometer a vida do vitimado 
nos instantes imediatamente após o acidente.
• Adotar condutas de suporte básico de vida que garantam permeabilidade da via 
respiratória, ventilação e circulação adequada, promovendo condições de perfusão 
cerebral e manutenção da vida.
• Quando necessário, utilizar técnicas de desobstrução das vias aéreas, ventilação 
artificial, controle de grandes sangramentos externos e reanimação cardiopulmonar 
cerebral.
• Estabilizar a coluna cervical com vistas a não agravar lesões existentes, preservando 
a integridade da medula cérebro-espinhal nas vítimas politraumatizadas que não 
apresentem situações de ameaça à vida.
Os passos da avaliação primária estão descritos em tópicos que são regidos pelos prin-
cípios do suporte básico de vida. O grande desafio é reconhecer as gravidades e estabele-
cer prioridades de tratamento das vítimas com múltiplas lesões. 
Compreende-se que tal avaliação deve ser completada em no máximo quarenta e cinco 
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segundos, procurando identificar rapidamente condições de risco de morte.
Vamos estabelecer aqui, conforme protocolo internacional padrão, o passo a passo que 
você deve seguir para todas as ocorrências. É óbvio que nunca teremos eventos de aci-
dentes iguais, mas podemos ter alguns semelhantes. Com o exercício e experiência da sua 
vivência em APH, você poderá discernir o que fazer com seus conhecimentos já adquiridos 
ou mesmo suprimir algum item do protocolo para adequar a situação real da ocorrência 
em que você está envolvido.
Responda, justificando sua resposta: Quando você tiver de efetuar sozinho atendi-
mento pré-hospitalar em duas vítimas, quem você deverá socorrer primeiro? A víti-
ma com hemorragia externa de uma artéria calibrosa, como a femoral, ou a vítima 
de parada respiratória por afogamento?
Sabemos que algumas dúvidas surgem com a publicação de novos protocolos, as quais 
são facilmente dirimidas quando conhecemos e respeitamos os fundamentos de cada fon-
te e o nível de assistência.
Protocolo Operacional
1. Segurança: O primeiro passo é começar a avaliação primária, promovendo condições 
seguras para o desenvolvimento das atividades pré-hospitalares, bem como para todos 
os envolvidos no teatro de operações: vítimas, equipes de socorro, curiosos, etc..
O socorrista também deve isolar e sinalizar todo o perímetro da ocorrência, estando atento 
à biomecânica do acidente para tentar verificar como aconteceu tal fato, a exemplo dos 
procedimentos a seguir:
• observar os danos nos veículos ou objetos envolvidos;
• observar a distância da frenagem ou marcas características;
• observar a posição e lesões aparentes das vítimas;
• procurar por pessoas projetadas no raio de ação que circunda o cenário do acidente;
• observar se as vítimas usavam cinto de segurança, capacete ou EPI;
• acionar serviços e recursos adicionais.
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2. Biossegurança: Reconhecimento, avaliação e controle de riscos.
O risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente analisado, visando sua 
eliminação ou controle. Desde que um conjunto de ações possa ser viabilizado, a com-
preensão de sua natureza pode ser levada a efeito. Esse conjunto de ações recebe o 
nome de Investigação e Análise Ambiental. A tomada de decisão deve ser fundamenta-
da tecnicamente em três conceitos básicos, que são:
a) Reconhecer riscos: identificar, caracterizar, saber apontar qual dos agentes de risco 
de dano à saúde estão presentes no local da ocorrência;
b) Avaliar riscos: saber quantificar e verificar, de acordo com determinadas técnicas, a 
magnitude do risco. Se o risco é maior ou menor, se é grande ou pequeno, compara-
do a determinados padrões;
c) Controlar riscos: é adotar medidas técnicas, administrativas, preventivas ou correti-
vas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no 
local da ocorrência.
3. Aproximação e Posicionamento: Na aproximação o socorrista deve, preferencialmen-
te, percorrer o sentido podal-cefálico, visando evitar que a vítima de trauma (estando 
consciente) movimente o pescoço indevidamente para observar quem se aproxima, pois 
isso pode acarretar em fraturas vertebrais, ou TRM (Traumatismo Raquimedular). Já a 
posição mais adequada do socorrista deve ser aquela que proporcione estabilidade, 
eliminando o risco de seu corpo ser acidentalmente projetado sobre a vítima e agravar 
traumas na vítima durante a queda. Comumente utiliza-se a regra de posicionar-se ao 
lado da vítima com dois joelhos no solo, uma vez que em grande parte dos acidentes a 
vítima está no chão.
4. Avaliação da Responsividade: A análise que verifica se a vítima está responsiva. Visa 
colher informações que sinalizem o nível de oxigenação encefálica. Esse diagnóstico 
apontará qual conduta emergente deve ser adotada. A classificação segue o critério da 
técnica AVDI, descrita a seguir:
• A (ALERTA) – vítima acordada com resposta adequada ao ambiente. Permite-
-nos estabelecer se a vítima está consciente, se as vias aéreas estão pérvias e 
se ela respira;
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Não é necessário constatar a presença da respiração através da técnica 
ver, ouvir e sentir (até porque essa manobra não se utiliza mais conforme 
protocolo atualizado) ou realizar manobra de abertura de vias aéreas, mas 
é necessário estabelecer controle da coluna cervical.
Importante
• V (VERBAL) – vítima letárgica. Os olhos se abrem mediante estímulo verbal;
• D (DOLOROSO) – vítima com olhos fechados que só abrem sob estímulo doloroso, 
aplicado sob forma de compressão intensa no músculo trapézio;
• I (INCONSCIENTE) – vítima não reage a nenhum estímulo.
Avaliação Primária (vítima responsiva):
Quando a vítima responde aos estímulos verbais, a sequência que deve ser respei-
tada é a ABC: 
A = Airway - abertura das vias aéreas e controle da coluna cervical; 
B = Breathing - respiração ou ventilação; 
C = Circulation - circulação e controle de grandes hemorragias externas.
Avaliação Primária (vítima irresponsiva):
Vítima que não responde aos estímulos verbais e nem de dor. Deve-se observar se 
a vítima respira repousando, sentindo com uma das mãos a linha do diafragma.
1. Se a vítima respira, deve-se seguir a sequência ABC;
2. Se a vítima não respira ou apresenta respiração deficiente (agônica/ gas-
ping), deve-se seguir a sequência CAB (diretrizes AHA 2010 – RCP: Reanima-
ção Cárdio Pulmonar):
C = Circulation: circulação e controle de grandes hemorragias externas;
A = Airway: abertura das vias aéreas e controle da coluna cervical; 
B = Breathing: respiração ou ventilação.
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Fonte:

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