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Maria, Mãe e Advogada

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2. Maria é a esperança de todos*
S. Germano, reconhecendo em Maria a fonte de todo o nosso bem e a
libertação de todos os males, assim a invoca: Ó Senhora minha, sois a minha
única consolação dada por Deus, vós o guia da minha peregrinação, vós a
fortaleza das minhas débeis forças; a riqueza das minhas misérias, a liberdade
das minhas cadeias, e a esperança da minha salvação. Ouvi as minhas orações,
tende compaixão dos meus suspiros, ó minha Rainha, que sois meu refúgio,
minha vida, meu auxílio, minha esperança, minha fortaleza!
Tem, portanto, razão S. Antonino ao aplicar a Maria estas palavras da
Sabedoria (7,11): Juntamente com ela me vieram todos os bens. Já que Maria é a
Mãe e a dispensadora de todos os bens, diz ele, bem se pode afirmar que todos os
homens, especialmente os que vivem no mundo como devotos desta Soberana,
juntamente com a devoção de Maria adquiriram todos os bens. Por isso, sem
mais restrições, dizia o Abade de Celes: Quem ama Maria acha todo o bem, acha
todas as graças e todas as virtudes, porque ela por sua intercessão lhe alcança
tudo quanto lhe é necessário para enriquecê-lo com a divina graça. – Ela própria
nos faz cientes de ter consigo todas as opulências de Deus, isto é, as divinas
misericórdias, para dispensá-las aos que a amam. “Comigo estão as riquezas... a
magnífica opulência... para enriquecer os que me amam” (Pr 8, 18, 21). Exorta-
nos por isso Conrado de Saxônia a que não retiremos os olhos das mãos de Maria,
a fim de, por seu intermédio, recebermos os bens que almejamos.
Oh! quantos soberbos, com a devoção de Maria, acharam a
humildade; quantos coléricos, a mansidão; quantos cegos, a luz; quantos
desesperados, a confiança; quantos transviados, a salvação! E isto mesmo o
profetizou ela, quando proferiu em casa de Isabel aquele seu sublime cântico: Eis
que já desde agora todas as gerações me chamarão de bem-aventurada (Lc
1,48). Sim, ó Maria, todas as gerações chamar-vos-ão de bem-aventurada –
comenta S. Bernardo – porque a todas tendes dado a vida e a glória; pois em vós
acham perdão os pecadores e perseverança os justos. O piedoso Landspérgio
imagina o Senhor falando assim ao mundo: “Homens, pobres filhos de Adão, que
viveis no meio de tantos inimigos e de tantas misérias, procurai honrar com
especial afeto a minha e vossa Mãe; pois eu dei Maria ao mundo para vosso
exemplo, para que dela aprendais a viver como é devido. Dei-a como vosso
refúgio para que a ela recorrais em vossas aflições. Esta minha filha eu a fiz tal,
que ninguém a pudesse temer, nem ter repugnância de recorrer a ela.
Exatamente por isso a formei tão benigna e compassiva, que nem sabe desprezar
os que a invocam, nem sonegar seus favores a quem a suplica. A todos abre o
manto de sua misericórdia e não despede alma nenhuma desconsolada”.
Louvada seja, pois, e bendita a imensa bondade de nosso Deus, que nos
concedeu esta excelsa Mãe e advogada tão terna e amorosa!

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