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Contrato de Transação (Arts 840 à 850 do CC_2002)

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Aula 09 - Contrato de
Transação
(Arts. 840 à 850 do
CC/2002) (1)
Aula 09 - Contrato de
Compromisso (Arts. 851 à 853 do
CC/2002)
1) Conceito
É o negócio jurídico pelo qual as
partes em vez de recorrer ao Poder
Judiciário, concordam em
submeter o seu conflito a
arbitragem.
O árbitro é uma pessoa de
confiança das partes.
Obs.: Arbitragem é meio
extrajudicial de resolução de
conflito, onde as partes elegem
por mútuo consentimento uma ou
mais pessoas de confiança delas
para resolver o litígio.
Obs.: O árbitro não precisa
entender de direito. O poder de
decidir foi dado pelas partes.
Obs.: Em regra (Vício grave de
suspeição/impedimento é possível
recorrer) a sentença arbitral é
irrecorrível. Art. 18 da Lei
9.307/1996
Obs.: Chamada Cláusula
Compromissória.
As partes convencionam que
qualquer litígio envolvendo aquele
contrato, antes de qualquer
decisão judicial, será decidido no
âmbito de uma arbitragem.
Lei 9.307/1996
Obs.: O CC/2002 disciplina os dois
juntos por entender que ambos os
contratos têm por objetivo eliminar
litígios.
2) Partes:Interessados
Atençâo:
Não confunda compromisso
arbitral com cláusula
compromissória.
A Lei 9.307/1996 contemplou o
compromisso arbitral que constitui
conjuntamente com a cláusula
compromissória, espécies de
convenção de arbitragem.
- No contrato de compromisso as
partes submetem o litígio JÁ
EXISTENTE a arbitragem. O
contrato de Compromisso institui a
arbitragem.
Objeto e limites do compromisso
arbitral (Arts. 851 e 852 do
CC/2002)
Sempre para interesse privado e
patrimonial negociável.
Não pode para interesse público,
bens públicos, questões de família,
estado (direito da personalidade,
pessoa)
Obs.: Existe legislação que
permite transação, arbitragem com
poder público. Direito
Administrativo.
Lei 13.129/2015
Obs.: Só pode firmar compromisso
quem pode contratar.
- Na cláusula compromissória as
partes obrigam-se resolver no
âmbito da arbitragem eventuais
litígios futuros. Também institui a
arbitragem.
Não há litígio e pode ser colocada
em qualquer contrato. Art. 3º Lei
9.307/1996, Art. 853 do CC/2002.
A decisão do juízo arbitral não pode haver
recurso, mas é possível anular nas hipóteses do
art. 32 da Lei 9.307/1996, no prazo de até 90
(noventa) dias após o recebimento da
notificação da respectiva sentença, parcial ou
final, ou da decisão do pedido de
esclarecimentos.
Resumindo:
Na transação as próprias partes
por mútuo consentimento
convencionam e resolvem o
problema e no compromisso as
partes levam o litígio para o
âmbito de uma arbitragem.
1) Características.:
Transação é contrato para dirimir
litígios.
Pode tanto colocar fim ou prevenir
litígios futuros.
Os contratantes por concessões
mútuas resolvem colocar fim a um
litígio atual ou futuro.
É possível a transação antes e
depois de haver processo judicial.
Art. 842 do CC/2002
Extrajudicial:
Por escrito (pública ou particular) a
depender do objeto.
Judicial:
Feita por termo nos autos,
assinado pelos transigentes e
homologado pelo juiz.
Fora do juízo, mas com processo
em andamento. Neste caso por escritura pública.
2) Conceito:
Transação - é o contrato que põe
fim a um litígio mediante um
acordo (concessões mútuas). Art.
840 do CC/2002
Objeto:
- direitos patrimoniais de caráter
privado (Art. 841 CC/2002);
Cuidado: Nem todo direito
privado é disponível
Obs.: O caráter privado não é
suficiente para assegurar que a
transação seja merecedora de
tutela.
O simples fato do direito ser
privado não torna o direito
disponível.
Ex.: Direitos privados indisponíveis,
como acontece nas relações de
consumo ou alimentos.
Obs.: O art. 841 faz referência a
natureza privada dos direitos,
sendo que o mais adequado seria
fazer referência a natureza privada
dos EFEITOS do direito objeto da
transação.
Porque os efeitos patrimoniais
decorrentes de situações
existenciais, podem em
determinados casos serem
submetidos a transação.
As vezes você tem um direito de
natureza existencial, mas que
produz um EFEITO patrimonial e
pode ser objeto de transação.
Ex.: Artista que concorda encerrar
um litígio versando sobre a
veiculação indevida de sua
imagem em campanha política,
mediante certas concessões da
parte contrária. Está falando do
direito de imagem (que é direito
de natureza extrapatrimonial -
personalidade), mas que tem um
condão, um efeito patrimonial.
- Resumindo: o objeto da
transação são direitos patrimoniais
privados, mas cuidado porque não
é todo direito de natureza privada
que é disponível, que pode ser
objeto de transação.
Muitas vezes vamos ter direitos de
natureza existenciais com efeitos
patrimoniais, que pode ser objeto
de transação.
3) Classificação
- Bilateral ou sinalagmático porque gera obrigações recíprocas.
- Consensual Aperfeiçoa com o acordo de vontades.
- Oneroso gera vantagens/sacrifícios para ambas as partes.
- Comutativo prestações certas e determinadas
- Típico - Está disciplinado no CC/2002.
- Solene - Precisa ser por escrito (Art. 842 do CC/2002).
5) Sujeitos: Ambos chamados de TRANSATOR.
4) Pessoas atingidas pela transação
Art. 844. A transação não
aproveita, nem prejudica senão
aos que nela intervierem, ainda
que diga respeito a coisa
indivisível.
Atenção: A transação só atinge
aqueles que participaram da
transação (concessões mútuas),
não atingindo nenhum terceiro,
mesmo a coisa sendo indivisível.
Não pode trazer malefícios para
terceiros, mas pode trazer
benefícios para terceiro.
(Estipulação em favor de terceiro)
Art. 436 CC/2002 - Ex.: Seguro de
vida.
§ 1 o Se for concluída entre o
credor e o devedor, desobrigará o
fiador.
Se em uma obrigação tem fiador e
o credor realiza contrato de
transação com o devedor, o fiador
está desobrigado. Isto se deve
porque a obrigação principal
estará extinta pela transação.
Exceção: Se o fiador participou
desta transação e se obrigou como
fiador.
§ 2 o Se entre um dos credores
solidários e o devedor, extingue a
obrigação deste para com os
outros credores.
Ex.: Se um devedor faz uma
transação com um credor solidário,
a obrigação estará extinta com
relação a todos os outros credores,
ou seja, irá valer para todos os
credores.
A rigor, tem-se corolário da regra
da solidariedade ativa, no sentido
de que a qualquer dos credores
solidários é dado exigir a
totalidade da dívida do devedor
(art. 267). Assim, uma vez pago
esse credor, a dívida se extingue
(art. 269), cabendo aos cocredores
direito regressivo contra o que
recebeu. Nada diverso do que
sucede se um dos credores houver
transigido.
§ 3 o Se entre um dos devedores
solidários e seu credor, extingue a
dívida em relação aos co-devedores.
Ex.: Se algum devedor solidário
fizer uma transação irá valer para
todos os devedores.
De novo mera consequência,
agora, da regra da solidariedade
passiva. Afinal, nesses casos o
credor pode exigir a dívida de
qualquer dos devedores (art. 275).
Havido o pagamento, a dívida se
extingue, cabendo a quem pagou
cobrar em regresso os
codevedores beneficiados (art.
283).
Obs.: A transação que ocorrem no
âmbito de uma obrigação solidária
é extinta para todos os envolvidos.
6) Direitos reconhecidos pela
transação: (Art. 843 do CC/2002)
Obs.: No CC/1916 a transação era
disciplinada como forma de
extinção das obrigações.
No entanto, não pode ser
considerada como uma mera
forma de extinguir as obrigações.
O CC/2002 elevou a transação ao
status de contrato em espécie.
Embora o CC/2002 não tenha
reconhecido expressamente a
possibilidade das partes instituírem
um conteúdo inovador a partir da
transação, é possível que da
transação ocorram direitos e
obrigações inteiramente novos.
Art. 843 do CC/2002.
O CC tentou engessar as partes,
porque na transação você apenas
vai DECLARAR ou RECONHECER
um direito que já existe, ou seja,
não pode criar novos direitos.
A transação não transfere direito.
Ex.: Partes litigando por um imóvel
e resolvem fazer contrato de
transação estipulando que o
imóvel ficará para Fulano, este
contrato não terá o condão de
transferir o imóvel. Terão que
formalizar a transmissão através de
uma escritura pública, registrar.Obs.: Isto é criticado pela doutrina,
sob o argumento que com base na
autonomia privada é possível que
nós tenhamos a criação de novos
direitos no âmbito de uma
transação.
7) Evicção na Transação
Art. 845. Dada a evicção da coisa
renunciada por um dos
transigentes, ou por ele transferida
à outra parte, não revive a
obrigação extinta pela transação;
mas ao evicto (que perde a coisa)
cabe o direito de reclamar perdas
e danos.
Ex.: Fulano e ciclano estão
discutindo acerca de um valor e na
transação fulano fala que fica com
esse valor, e ciclano fica com o
meu carro para cessar o conflito.
Se após a transação um terceiro
aparece reivindicando ser o
proprietário do carro, propõe uma
ação e ganha. o Evicto perde o
direito sobre o veículo em razão de
uma decisão que disse pertencer
este direito a um terceiro.
A perda pela evicção faz com que
aquele negócio extinto pela
transação (entre fulano e ciclano)
NÃO VOLTE A EXISTIR, mas nada
impede que o evicto venha
pleitear perdas e danos do outro,
mas a transação extinguiu aquele
contrato.
A transação continua valendo.
Parágrafo único. Se um dos
transigentes adquirir, depois da
transação, novo direito sobre a
coisa renunciada ou transferida, a
transação feita não o inibirá de
exercê-lo.
8)Transação e cláusula
penal
Cláusula penal: é a prefixação das
perdas e danos.
Art. 847. É admissível, na
transação, a pena convencional.
As partes podem prefixar perdas e
danos no âmbito da transação. Ex.:
fixar multa em caso de
inadimplemento.
9)Nulidade da transação
Art. 848. Sendo nula qualquer das
cláusulas da transação, nula será esta.
Indivisibilidade: A nulidade de uma
cláusula atinge todo o contrato de
transação.
Art. 849. A transação só se anula
por dolo, coação, ou erro essencial
quanto à pessoa ou coisa
controversa.
A transação pode ser anulada
pelos vícios de consentimento. Art.
171 CC/2002
Parágrafo único. A transação não
se anula por erro de direito a
respeito das questões que foram
objeto de controvérsia entre as
partes.
Exceção: Erro de direito (questão
jurídica) (Art. 139, III CC/2002), não
se aplica a transação.
Erro de direito (Ex.: interpretação
equivocada da lei) a transação vai
ficar valendo.
Obs.: Criticado pela doutrina.
A ideia é a de que, na transação,
as partes já muito deliberaram
sobre o que, afinal, é o ponto
de sua controvérsia, não cabendo
deduzir que supuseram ou
interpretaram mal preceito
normativo que a respeito fosse
aplicável.
Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio DECIDIDO POR
SENTENÇA PASSADO EM JULGADO, se dela não tinha ciência algum dos
transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar
que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação.
Ex.: Fulano está fazendo transação
com Ciclano com relação a um
determinado valor que já tem
sentença transitado em julgado
dizendo que aquele valor é de
fulano, mas o fulano não tem
conhecimento daquela sentença e
está discutindo os valores com
Ciclano. Esta transação será NULA.
Obs.: Se os transatores já sabem
da coisa julgada é possível
transacionar.
Obs.: A transação não extingue a
ação penal pública. Art. 846
Ex.: Fulano pratica roubo perante
ciclano e fazem um contrato de
transação para colocar fim ao
litígio. O MP ainda poderá propor
ação penal pública.
Aula 09 - Contrato de Transação (Arts. 840 à 850 do CC/2002) (1)
1. 1) Características.:
1.1. Transação é contrato para dirimir litígios.
1.1.1. Pode tanto colocar fim ou prevenir litígios futuros.
1.1.2. Os contratantes por concessões mútuas resolvem colocar fim a um litígio atual ou futuro.
1.2. É possível a transação antes e depois de haver processo judicial. Art. 842 do CC/2002
1.2.1. Extrajudicial:
1.2.1.1. Por escrito (pública ou particular) a depender do objeto.
1.2.2. Judicial:
1.2.2.1. Feita por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.
1.2.3. Fora do juízo, mas com processo em andamento.
1.2.3.1. Neste caso por escritura pública.
2. 2) Conceito:
2.1. Transação - é o contrato que põe fim a um litígio mediante um acordo (concessões mútuas). Art.
840 do CC/2002
2.1.1. Objeto:
2.1.1.1. - direitos patrimoniais de caráter privado (Art. 841 CC/2002);
2.1.1.2. Cuidado: Nem todo direito privado é disponível
2.1.1.2.1. Obs.: O caráter privado não é suficiente para assegurar que a transação seja
merecedora de tutela.
2.1.1.2.1.1. O simples fato do direito ser privado não torna o direito disponível.
2.1.1.2.1.1.1. Ex.: Direitos privados indisponíveis, como acontece nas relações de
consumo ou alimentos.
2.1.1.3. Obs.: O art. 841 faz referência a natureza privada dos direitos, sendo que o mais
adequado seria fazer referência a natureza privada dos EFEITOS do direito objeto da transação.
2.1.1.3.1. Porque os efeitos patrimoniais decorrentes de situações existenciais, podem em
determinados casos serem submetidos a transação.
2.1.1.3.1.1. As vezes você tem um direito de natureza existencial, mas que produz um
EFEITO patrimonial e pode ser objeto de transação.
2.1.1.3.1.1.1. Ex.: Artista que concorda encerrar um litígio versando sobre a veiculação
indevida de sua imagem em campanha política, mediante certas concessões da parte
contrária. Está falando do direito de imagem (que é direito de natureza extrapatrimonial -
personalidade), mas que tem um condão, um efeito patrimonial.
2.1.1.3.1.1.2. - Resumindo: o objeto da transação são direitos patrimoniais privados, mas
cuidado porque não é todo direito de natureza privada que é disponível, que pode ser
objeto de transação.
2.1.1.3.1.1.2.1. Muitas vezes vamos ter direitos de natureza existenciais com efeitos
patrimoniais, que pode ser objeto de transação.
3. 3) Classificação
3.1. - Bilateral ou sinalagmático
3.1.1. porque gera obrigações recíprocas.
3.2. - Consensual
3.2.1. Aperfeiçoa com o acordo de vontades.
3.3. - Oneroso
3.3.1. gera vantagens/sacrifícios para ambas as partes.
3.4. - Comutativo
3.4.1. prestações certas e determinadas
3.5. - Típico - Está disciplinado no CC/2002.
3.6. - Solene
3.6.1. - Precisa ser por escrito (Art. 842 do CC/2002).
4. 5) Sujeitos:
4.1. Ambos chamados de TRANSATOR.
5. 4) Pessoas atingidas pela transação
5.1. Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga
respeito a coisa indivisível.
5.1.1. Atenção: A transação só atinge aqueles que participaram da transação (concessões mútuas),
não atingindo nenhum terceiro, mesmo a coisa sendo indivisível.
5.1.1.1. Não pode trazer malefícios para terceiros, mas pode trazer benefícios para terceiro.
(Estipulação em favor de terceiro) Art. 436 CC/2002 - Ex.: Seguro de vida.
5.2. § 1 o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
5.2.1. Se em uma obrigação tem fiador e o credor realiza contrato de transação com o devedor, o
fiador está desobrigado. Isto se deve porque a obrigação principal estará extinta pela transação.
5.2.1.1. Exceção: Se o fiador participou desta transação e se obrigou como fiador.
5.3. § 2 o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os
outros credores.
5.3.1. Ex.: Se um devedor faz uma transação com um credor solidário, a obrigação estará extinta
com relação a todos os outros credores, ou seja, irá valer para todos os credores.
5.3.1.1. A rigor, tem-se corolário da regra da solidariedade ativa, no sentido de que a qualquer dos
credores solidários é dado exigir a totalidade da dívida do devedor (art. 267). Assim, uma vez
pago esse credor, a dívida se extingue (art. 269), cabendo aos cocredores direito regressivo
contra o que recebeu. Nada diverso do que sucede se um dos credores houver transigido.
5.4. § 3 o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-
devedores.
5.4.1. Ex.: Se algum devedor solidário fizer uma transação irá valer para todos os devedores.
5.4.1.1. De novo mera consequência, agora, da regra da solidariedade passiva. Afinal, nesses
casos o credor pode exigir a dívida de qualquer dos devedores (art.275). Havido o pagamento, a
dívida se extingue, cabendo a quem pagou cobrar em regresso os codevedores beneficiados (art.
283).
5.5. Obs.: A transação que ocorrem no âmbito de uma obrigação solidária é extinta para todos os
envolvidos.
6. 6) Direitos reconhecidos pela transação: (Art. 843 do CC/2002)
6.1. Obs.: No CC/1916 a transação era disciplinada como forma de extinção das obrigações.
6.1.1. No entanto, não pode ser considerada como uma mera forma de extinguir as obrigações.
6.1.1.1. O CC/2002 elevou a transação ao status de contrato em espécie. Embora o CC/2002 não
tenha reconhecido expressamente a possibilidade das partes instituírem um conteúdo inovador a
partir da transação, é possível que da transação ocorram direitos e obrigações inteiramente
novos. Art. 843 do CC/2002.
6.1.1.1.1. O CC tentou engessar as partes, porque na transação você apenas vai DECLARAR
ou RECONHECER um direito que já existe, ou seja, não pode criar novos direitos.
6.1.1.1.1.1. A transação não transfere direito.
6.1.1.1.1.1.1. Ex.: Partes litigando por um imóvel e resolvem fazer contrato de transação
estipulando que o imóvel ficará para Fulano, este contrato não terá o condão de transferir
o imóvel. Terão que formalizar a transmissão através de uma escritura pública, registrar.
6.1.1.1.2. Obs.: Isto é criticado pela doutrina, sob o argumento que com base na autonomia
privada é possível que nós tenhamos a criação de novos direitos no âmbito de uma transação.
7. 7) Evicção na Transação
7.1. Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra
parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto (que perde a coisa) cabe o direito de
reclamar perdas e danos.
7.1.1. Ex.: Fulano e ciclano estão discutindo acerca de um valor e na transação fulano fala que fica
com esse valor, e ciclano fica com o meu carro para cessar o conflito.
7.1.1.1. Se após a transação um terceiro aparece reivindicando ser o proprietário do carro, propõe
uma ação e ganha. o Evicto perde o direito sobre o veículo em razão de uma decisão que disse
pertencer este direito a um terceiro.
7.1.1.1.1. A perda pela evicção faz com que aquele negócio extinto pela transação (entre fulano
e ciclano) NÃO VOLTE A EXISTIR, mas nada impede que o evicto venha pleitear perdas e
danos do outro, mas a transação extinguiu aquele contrato.
7.1.1.1.1.1. A transação continua valendo.
7.2. Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa
renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo.
8. 8)Transação e cláusula penal
8.1. Cláusula penal: é a prefixação das perdas e danos.
8.1.1. Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.
8.1.1.1. As partes podem prefixar perdas e danos no âmbito da transação. Ex.: fixar multa em
caso de inadimplemento.
9. 9)Nulidade da transação
9.1. Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
9.1.1. Indivisibilidade: A nulidade de uma cláusula atinge todo o contrato de transação.
9.2. Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa
controversa.
9.2.1. A transação pode ser anulada pelos vícios de consentimento. Art. 171 CC/2002
9.2.1.1. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.
9.3. Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram
objeto de controvérsia entre as partes.
9.3.1. Exceção: Erro de direito (questão jurídica) (Art. 139, III CC/2002), não se aplica a transação.
9.3.1.1. Erro de direito (Ex.: interpretação equivocada da lei) a transação vai ficar valendo.
9.3.1.1.1. Obs.: Criticado pela doutrina.
9.3.1.1.2. A ideia é a de que, na transação, as partes já muito deliberaram sobre o que, afinal, é
o ponto de sua controvérsia, não cabendo deduzir que supuseram ou interpretaram mal
preceito normativo que a respeito fosse aplicável.
9.4. Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio DECIDIDO POR SENTENÇA PASSADO EM
JULGADO, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente
descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação.
9.4.1. Ex.: Fulano está fazendo transação com Ciclano com relação a um determinado valor que já
tem sentença transitado em julgado dizendo que aquele valor é de fulano, mas o fulano não tem
conhecimento daquela sentença e está discutindo os valores com Ciclano. Esta transação será
NULA.
9.4.2. Obs.: Se os transatores já sabem da coisa julgada é possível transacionar.
9.5. Obs.: A transação não extingue a ação penal pública. Art. 846
9.5.1. Ex.: Fulano pratica roubo perante ciclano e fazem um contrato de transação para colocar fim
ao litígio. O MP ainda poderá propor ação penal pública.
10. Aula 09 - Contrato de Compromisso (Arts. 851 à 853 do CC/2002)
10.1. 1) Conceito
10.1.1. É o negócio jurídico pelo qual as partes em vez de recorrer ao Poder Judiciário, concordam
em submeter o seu conflito a arbitragem.
10.1.1.1. O árbitro é uma pessoa de confiança das partes.
10.1.1.1.1. Obs.: Arbitragem é meio extrajudicial de resolução de conflito, onde as partes
elegem por mútuo consentimento uma ou mais pessoas de confiança delas para resolver o
litígio.
10.1.1.1.2. Obs.: O árbitro não precisa entender de direito. O poder de decidir foi dado pelas
partes.
10.1.1.1.3. Obs.: Em regra (Vício grave de suspeição/impedimento é possível recorrer) a
sentença arbitral é irrecorrível. Art. 18 da Lei 9.307/1996
10.1.2. Obs.: Chamada Cláusula Compromissória.
10.1.2.1. As partes convencionam que qualquer litígio envolvendo aquele contrato, antes de
qualquer decisão judicial, será decidido no âmbito de uma arbitragem.
10.1.2.1.1. Lei 9.307/1996
10.1.3. Obs.: O CC/2002 disciplina os dois juntos por entender que ambos os contratos têm por
objetivo eliminar litígios.
10.2. 2) Partes:
10.2.1. Interessados
10.3. Atençâo:
10.3.1. Não confunda compromisso arbitral com cláusula compromissória.
10.3.1.1. A Lei 9.307/1996 contemplou o compromisso arbitral que constitui conjuntamente com a
cláusula compromissória, espécies de convenção de arbitragem.
10.3.1.1.1. - No contrato de compromisso as partes submetem o litígio JÁ EXISTENTE a
arbitragem. O contrato de Compromisso institui a arbitragem.
10.3.1.1.1.1. Objeto e limites do compromisso arbitral (Arts. 851 e 852 do CC/2002)
10.3.1.1.1.1.1. Sempre para interesse privado e patrimonial negociável.
10.3.1.1.1.1.2. Não pode para interesse público, bens públicos, questões de família,
estado (direito da personalidade, pessoa)
10.3.1.1.1.1.3. Obs.: Existe legislação que permite transação, arbitragem com poder
público. Direito Administrativo.
10.3.1.1.1.1.3.1. Lei 13.129/2015
Link: https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao-
publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos
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publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos
https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao-publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos
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10.3.1.1.1.1.4. Obs.: Só pode firmar compromisso quem pode contratar.
10.3.1.1.2. - Na cláusula compromissória as partes obrigam-se resolver no âmbito da
arbitragem eventuais litígios futuros. Também institui a arbitragem.
10.3.1.1.2.1. Não há litígio e pode ser colocada em qualquer contrato. Art. 3º Lei 9.307/1996,
Art. 853 do CC/2002.
10.3.1.1.3. A decisão do juízo arbitral não pode haver recurso, mas é possível anular nas
hipóteses do art. 32 da Lei 9.307/1996, no prazo de até90 (noventa) dias após o recebimento
da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de
esclarecimentos.
10.4. Resumindo:
10.4.1. Na transação as próprias partes por mútuo consentimento convencionam e resolvem o
problema e no compromisso as partes levam o litígio para o âmbito de uma arbitragem.

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