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Aula 09 - Contrato de Transação (Arts. 840 à 850 do CC/2002) (1) Aula 09 - Contrato de Compromisso (Arts. 851 à 853 do CC/2002) 1) Conceito É o negócio jurídico pelo qual as partes em vez de recorrer ao Poder Judiciário, concordam em submeter o seu conflito a arbitragem. O árbitro é uma pessoa de confiança das partes. Obs.: Arbitragem é meio extrajudicial de resolução de conflito, onde as partes elegem por mútuo consentimento uma ou mais pessoas de confiança delas para resolver o litígio. Obs.: O árbitro não precisa entender de direito. O poder de decidir foi dado pelas partes. Obs.: Em regra (Vício grave de suspeição/impedimento é possível recorrer) a sentença arbitral é irrecorrível. Art. 18 da Lei 9.307/1996 Obs.: Chamada Cláusula Compromissória. As partes convencionam que qualquer litígio envolvendo aquele contrato, antes de qualquer decisão judicial, será decidido no âmbito de uma arbitragem. Lei 9.307/1996 Obs.: O CC/2002 disciplina os dois juntos por entender que ambos os contratos têm por objetivo eliminar litígios. 2) Partes:Interessados Atençâo: Não confunda compromisso arbitral com cláusula compromissória. A Lei 9.307/1996 contemplou o compromisso arbitral que constitui conjuntamente com a cláusula compromissória, espécies de convenção de arbitragem. - No contrato de compromisso as partes submetem o litígio JÁ EXISTENTE a arbitragem. O contrato de Compromisso institui a arbitragem. Objeto e limites do compromisso arbitral (Arts. 851 e 852 do CC/2002) Sempre para interesse privado e patrimonial negociável. Não pode para interesse público, bens públicos, questões de família, estado (direito da personalidade, pessoa) Obs.: Existe legislação que permite transação, arbitragem com poder público. Direito Administrativo. Lei 13.129/2015 Obs.: Só pode firmar compromisso quem pode contratar. - Na cláusula compromissória as partes obrigam-se resolver no âmbito da arbitragem eventuais litígios futuros. Também institui a arbitragem. Não há litígio e pode ser colocada em qualquer contrato. Art. 3º Lei 9.307/1996, Art. 853 do CC/2002. A decisão do juízo arbitral não pode haver recurso, mas é possível anular nas hipóteses do art. 32 da Lei 9.307/1996, no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de esclarecimentos. Resumindo: Na transação as próprias partes por mútuo consentimento convencionam e resolvem o problema e no compromisso as partes levam o litígio para o âmbito de uma arbitragem. 1) Características.: Transação é contrato para dirimir litígios. Pode tanto colocar fim ou prevenir litígios futuros. Os contratantes por concessões mútuas resolvem colocar fim a um litígio atual ou futuro. É possível a transação antes e depois de haver processo judicial. Art. 842 do CC/2002 Extrajudicial: Por escrito (pública ou particular) a depender do objeto. Judicial: Feita por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. Fora do juízo, mas com processo em andamento. Neste caso por escritura pública. 2) Conceito: Transação - é o contrato que põe fim a um litígio mediante um acordo (concessões mútuas). Art. 840 do CC/2002 Objeto: - direitos patrimoniais de caráter privado (Art. 841 CC/2002); Cuidado: Nem todo direito privado é disponível Obs.: O caráter privado não é suficiente para assegurar que a transação seja merecedora de tutela. O simples fato do direito ser privado não torna o direito disponível. Ex.: Direitos privados indisponíveis, como acontece nas relações de consumo ou alimentos. Obs.: O art. 841 faz referência a natureza privada dos direitos, sendo que o mais adequado seria fazer referência a natureza privada dos EFEITOS do direito objeto da transação. Porque os efeitos patrimoniais decorrentes de situações existenciais, podem em determinados casos serem submetidos a transação. As vezes você tem um direito de natureza existencial, mas que produz um EFEITO patrimonial e pode ser objeto de transação. Ex.: Artista que concorda encerrar um litígio versando sobre a veiculação indevida de sua imagem em campanha política, mediante certas concessões da parte contrária. Está falando do direito de imagem (que é direito de natureza extrapatrimonial - personalidade), mas que tem um condão, um efeito patrimonial. - Resumindo: o objeto da transação são direitos patrimoniais privados, mas cuidado porque não é todo direito de natureza privada que é disponível, que pode ser objeto de transação. Muitas vezes vamos ter direitos de natureza existenciais com efeitos patrimoniais, que pode ser objeto de transação. 3) Classificação - Bilateral ou sinalagmático porque gera obrigações recíprocas. - Consensual Aperfeiçoa com o acordo de vontades. - Oneroso gera vantagens/sacrifícios para ambas as partes. - Comutativo prestações certas e determinadas - Típico - Está disciplinado no CC/2002. - Solene - Precisa ser por escrito (Art. 842 do CC/2002). 5) Sujeitos: Ambos chamados de TRANSATOR. 4) Pessoas atingidas pela transação Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível. Atenção: A transação só atinge aqueles que participaram da transação (concessões mútuas), não atingindo nenhum terceiro, mesmo a coisa sendo indivisível. Não pode trazer malefícios para terceiros, mas pode trazer benefícios para terceiro. (Estipulação em favor de terceiro) Art. 436 CC/2002 - Ex.: Seguro de vida. § 1 o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. Se em uma obrigação tem fiador e o credor realiza contrato de transação com o devedor, o fiador está desobrigado. Isto se deve porque a obrigação principal estará extinta pela transação. Exceção: Se o fiador participou desta transação e se obrigou como fiador. § 2 o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros credores. Ex.: Se um devedor faz uma transação com um credor solidário, a obrigação estará extinta com relação a todos os outros credores, ou seja, irá valer para todos os credores. A rigor, tem-se corolário da regra da solidariedade ativa, no sentido de que a qualquer dos credores solidários é dado exigir a totalidade da dívida do devedor (art. 267). Assim, uma vez pago esse credor, a dívida se extingue (art. 269), cabendo aos cocredores direito regressivo contra o que recebeu. Nada diverso do que sucede se um dos credores houver transigido. § 3 o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores. Ex.: Se algum devedor solidário fizer uma transação irá valer para todos os devedores. De novo mera consequência, agora, da regra da solidariedade passiva. Afinal, nesses casos o credor pode exigir a dívida de qualquer dos devedores (art. 275). Havido o pagamento, a dívida se extingue, cabendo a quem pagou cobrar em regresso os codevedores beneficiados (art. 283). Obs.: A transação que ocorrem no âmbito de uma obrigação solidária é extinta para todos os envolvidos. 6) Direitos reconhecidos pela transação: (Art. 843 do CC/2002) Obs.: No CC/1916 a transação era disciplinada como forma de extinção das obrigações. No entanto, não pode ser considerada como uma mera forma de extinguir as obrigações. O CC/2002 elevou a transação ao status de contrato em espécie. Embora o CC/2002 não tenha reconhecido expressamente a possibilidade das partes instituírem um conteúdo inovador a partir da transação, é possível que da transação ocorram direitos e obrigações inteiramente novos. Art. 843 do CC/2002. O CC tentou engessar as partes, porque na transação você apenas vai DECLARAR ou RECONHECER um direito que já existe, ou seja, não pode criar novos direitos. A transação não transfere direito. Ex.: Partes litigando por um imóvel e resolvem fazer contrato de transação estipulando que o imóvel ficará para Fulano, este contrato não terá o condão de transferir o imóvel. Terão que formalizar a transmissão através de uma escritura pública, registrar.Obs.: Isto é criticado pela doutrina, sob o argumento que com base na autonomia privada é possível que nós tenhamos a criação de novos direitos no âmbito de uma transação. 7) Evicção na Transação Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto (que perde a coisa) cabe o direito de reclamar perdas e danos. Ex.: Fulano e ciclano estão discutindo acerca de um valor e na transação fulano fala que fica com esse valor, e ciclano fica com o meu carro para cessar o conflito. Se após a transação um terceiro aparece reivindicando ser o proprietário do carro, propõe uma ação e ganha. o Evicto perde o direito sobre o veículo em razão de uma decisão que disse pertencer este direito a um terceiro. A perda pela evicção faz com que aquele negócio extinto pela transação (entre fulano e ciclano) NÃO VOLTE A EXISTIR, mas nada impede que o evicto venha pleitear perdas e danos do outro, mas a transação extinguiu aquele contrato. A transação continua valendo. Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo. 8)Transação e cláusula penal Cláusula penal: é a prefixação das perdas e danos. Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional. As partes podem prefixar perdas e danos no âmbito da transação. Ex.: fixar multa em caso de inadimplemento. 9)Nulidade da transação Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta. Indivisibilidade: A nulidade de uma cláusula atinge todo o contrato de transação. Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. A transação pode ser anulada pelos vícios de consentimento. Art. 171 CC/2002 Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. Exceção: Erro de direito (questão jurídica) (Art. 139, III CC/2002), não se aplica a transação. Erro de direito (Ex.: interpretação equivocada da lei) a transação vai ficar valendo. Obs.: Criticado pela doutrina. A ideia é a de que, na transação, as partes já muito deliberaram sobre o que, afinal, é o ponto de sua controvérsia, não cabendo deduzir que supuseram ou interpretaram mal preceito normativo que a respeito fosse aplicável. Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio DECIDIDO POR SENTENÇA PASSADO EM JULGADO, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação. Ex.: Fulano está fazendo transação com Ciclano com relação a um determinado valor que já tem sentença transitado em julgado dizendo que aquele valor é de fulano, mas o fulano não tem conhecimento daquela sentença e está discutindo os valores com Ciclano. Esta transação será NULA. Obs.: Se os transatores já sabem da coisa julgada é possível transacionar. Obs.: A transação não extingue a ação penal pública. Art. 846 Ex.: Fulano pratica roubo perante ciclano e fazem um contrato de transação para colocar fim ao litígio. O MP ainda poderá propor ação penal pública. Aula 09 - Contrato de Transação (Arts. 840 à 850 do CC/2002) (1) 1. 1) Características.: 1.1. Transação é contrato para dirimir litígios. 1.1.1. Pode tanto colocar fim ou prevenir litígios futuros. 1.1.2. Os contratantes por concessões mútuas resolvem colocar fim a um litígio atual ou futuro. 1.2. É possível a transação antes e depois de haver processo judicial. Art. 842 do CC/2002 1.2.1. Extrajudicial: 1.2.1.1. Por escrito (pública ou particular) a depender do objeto. 1.2.2. Judicial: 1.2.2.1. Feita por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. 1.2.3. Fora do juízo, mas com processo em andamento. 1.2.3.1. Neste caso por escritura pública. 2. 2) Conceito: 2.1. Transação - é o contrato que põe fim a um litígio mediante um acordo (concessões mútuas). Art. 840 do CC/2002 2.1.1. Objeto: 2.1.1.1. - direitos patrimoniais de caráter privado (Art. 841 CC/2002); 2.1.1.2. Cuidado: Nem todo direito privado é disponível 2.1.1.2.1. Obs.: O caráter privado não é suficiente para assegurar que a transação seja merecedora de tutela. 2.1.1.2.1.1. O simples fato do direito ser privado não torna o direito disponível. 2.1.1.2.1.1.1. Ex.: Direitos privados indisponíveis, como acontece nas relações de consumo ou alimentos. 2.1.1.3. Obs.: O art. 841 faz referência a natureza privada dos direitos, sendo que o mais adequado seria fazer referência a natureza privada dos EFEITOS do direito objeto da transação. 2.1.1.3.1. Porque os efeitos patrimoniais decorrentes de situações existenciais, podem em determinados casos serem submetidos a transação. 2.1.1.3.1.1. As vezes você tem um direito de natureza existencial, mas que produz um EFEITO patrimonial e pode ser objeto de transação. 2.1.1.3.1.1.1. Ex.: Artista que concorda encerrar um litígio versando sobre a veiculação indevida de sua imagem em campanha política, mediante certas concessões da parte contrária. Está falando do direito de imagem (que é direito de natureza extrapatrimonial - personalidade), mas que tem um condão, um efeito patrimonial. 2.1.1.3.1.1.2. - Resumindo: o objeto da transação são direitos patrimoniais privados, mas cuidado porque não é todo direito de natureza privada que é disponível, que pode ser objeto de transação. 2.1.1.3.1.1.2.1. Muitas vezes vamos ter direitos de natureza existenciais com efeitos patrimoniais, que pode ser objeto de transação. 3. 3) Classificação 3.1. - Bilateral ou sinalagmático 3.1.1. porque gera obrigações recíprocas. 3.2. - Consensual 3.2.1. Aperfeiçoa com o acordo de vontades. 3.3. - Oneroso 3.3.1. gera vantagens/sacrifícios para ambas as partes. 3.4. - Comutativo 3.4.1. prestações certas e determinadas 3.5. - Típico - Está disciplinado no CC/2002. 3.6. - Solene 3.6.1. - Precisa ser por escrito (Art. 842 do CC/2002). 4. 5) Sujeitos: 4.1. Ambos chamados de TRANSATOR. 5. 4) Pessoas atingidas pela transação 5.1. Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível. 5.1.1. Atenção: A transação só atinge aqueles que participaram da transação (concessões mútuas), não atingindo nenhum terceiro, mesmo a coisa sendo indivisível. 5.1.1.1. Não pode trazer malefícios para terceiros, mas pode trazer benefícios para terceiro. (Estipulação em favor de terceiro) Art. 436 CC/2002 - Ex.: Seguro de vida. 5.2. § 1 o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. 5.2.1. Se em uma obrigação tem fiador e o credor realiza contrato de transação com o devedor, o fiador está desobrigado. Isto se deve porque a obrigação principal estará extinta pela transação. 5.2.1.1. Exceção: Se o fiador participou desta transação e se obrigou como fiador. 5.3. § 2 o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros credores. 5.3.1. Ex.: Se um devedor faz uma transação com um credor solidário, a obrigação estará extinta com relação a todos os outros credores, ou seja, irá valer para todos os credores. 5.3.1.1. A rigor, tem-se corolário da regra da solidariedade ativa, no sentido de que a qualquer dos credores solidários é dado exigir a totalidade da dívida do devedor (art. 267). Assim, uma vez pago esse credor, a dívida se extingue (art. 269), cabendo aos cocredores direito regressivo contra o que recebeu. Nada diverso do que sucede se um dos credores houver transigido. 5.4. § 3 o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co- devedores. 5.4.1. Ex.: Se algum devedor solidário fizer uma transação irá valer para todos os devedores. 5.4.1.1. De novo mera consequência, agora, da regra da solidariedade passiva. Afinal, nesses casos o credor pode exigir a dívida de qualquer dos devedores (art.275). Havido o pagamento, a dívida se extingue, cabendo a quem pagou cobrar em regresso os codevedores beneficiados (art. 283). 5.5. Obs.: A transação que ocorrem no âmbito de uma obrigação solidária é extinta para todos os envolvidos. 6. 6) Direitos reconhecidos pela transação: (Art. 843 do CC/2002) 6.1. Obs.: No CC/1916 a transação era disciplinada como forma de extinção das obrigações. 6.1.1. No entanto, não pode ser considerada como uma mera forma de extinguir as obrigações. 6.1.1.1. O CC/2002 elevou a transação ao status de contrato em espécie. Embora o CC/2002 não tenha reconhecido expressamente a possibilidade das partes instituírem um conteúdo inovador a partir da transação, é possível que da transação ocorram direitos e obrigações inteiramente novos. Art. 843 do CC/2002. 6.1.1.1.1. O CC tentou engessar as partes, porque na transação você apenas vai DECLARAR ou RECONHECER um direito que já existe, ou seja, não pode criar novos direitos. 6.1.1.1.1.1. A transação não transfere direito. 6.1.1.1.1.1.1. Ex.: Partes litigando por um imóvel e resolvem fazer contrato de transação estipulando que o imóvel ficará para Fulano, este contrato não terá o condão de transferir o imóvel. Terão que formalizar a transmissão através de uma escritura pública, registrar. 6.1.1.1.2. Obs.: Isto é criticado pela doutrina, sob o argumento que com base na autonomia privada é possível que nós tenhamos a criação de novos direitos no âmbito de uma transação. 7. 7) Evicção na Transação 7.1. Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto (que perde a coisa) cabe o direito de reclamar perdas e danos. 7.1.1. Ex.: Fulano e ciclano estão discutindo acerca de um valor e na transação fulano fala que fica com esse valor, e ciclano fica com o meu carro para cessar o conflito. 7.1.1.1. Se após a transação um terceiro aparece reivindicando ser o proprietário do carro, propõe uma ação e ganha. o Evicto perde o direito sobre o veículo em razão de uma decisão que disse pertencer este direito a um terceiro. 7.1.1.1.1. A perda pela evicção faz com que aquele negócio extinto pela transação (entre fulano e ciclano) NÃO VOLTE A EXISTIR, mas nada impede que o evicto venha pleitear perdas e danos do outro, mas a transação extinguiu aquele contrato. 7.1.1.1.1.1. A transação continua valendo. 7.2. Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo. 8. 8)Transação e cláusula penal 8.1. Cláusula penal: é a prefixação das perdas e danos. 8.1.1. Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional. 8.1.1.1. As partes podem prefixar perdas e danos no âmbito da transação. Ex.: fixar multa em caso de inadimplemento. 9. 9)Nulidade da transação 9.1. Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta. 9.1.1. Indivisibilidade: A nulidade de uma cláusula atinge todo o contrato de transação. 9.2. Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. 9.2.1. A transação pode ser anulada pelos vícios de consentimento. Art. 171 CC/2002 9.2.1.1. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 9.3. Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes. 9.3.1. Exceção: Erro de direito (questão jurídica) (Art. 139, III CC/2002), não se aplica a transação. 9.3.1.1. Erro de direito (Ex.: interpretação equivocada da lei) a transação vai ficar valendo. 9.3.1.1.1. Obs.: Criticado pela doutrina. 9.3.1.1.2. A ideia é a de que, na transação, as partes já muito deliberaram sobre o que, afinal, é o ponto de sua controvérsia, não cabendo deduzir que supuseram ou interpretaram mal preceito normativo que a respeito fosse aplicável. 9.4. Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio DECIDIDO POR SENTENÇA PASSADO EM JULGADO, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação. 9.4.1. Ex.: Fulano está fazendo transação com Ciclano com relação a um determinado valor que já tem sentença transitado em julgado dizendo que aquele valor é de fulano, mas o fulano não tem conhecimento daquela sentença e está discutindo os valores com Ciclano. Esta transação será NULA. 9.4.2. Obs.: Se os transatores já sabem da coisa julgada é possível transacionar. 9.5. Obs.: A transação não extingue a ação penal pública. Art. 846 9.5.1. Ex.: Fulano pratica roubo perante ciclano e fazem um contrato de transação para colocar fim ao litígio. O MP ainda poderá propor ação penal pública. 10. Aula 09 - Contrato de Compromisso (Arts. 851 à 853 do CC/2002) 10.1. 1) Conceito 10.1.1. É o negócio jurídico pelo qual as partes em vez de recorrer ao Poder Judiciário, concordam em submeter o seu conflito a arbitragem. 10.1.1.1. O árbitro é uma pessoa de confiança das partes. 10.1.1.1.1. Obs.: Arbitragem é meio extrajudicial de resolução de conflito, onde as partes elegem por mútuo consentimento uma ou mais pessoas de confiança delas para resolver o litígio. 10.1.1.1.2. Obs.: O árbitro não precisa entender de direito. O poder de decidir foi dado pelas partes. 10.1.1.1.3. Obs.: Em regra (Vício grave de suspeição/impedimento é possível recorrer) a sentença arbitral é irrecorrível. Art. 18 da Lei 9.307/1996 10.1.2. Obs.: Chamada Cláusula Compromissória. 10.1.2.1. As partes convencionam que qualquer litígio envolvendo aquele contrato, antes de qualquer decisão judicial, será decidido no âmbito de uma arbitragem. 10.1.2.1.1. Lei 9.307/1996 10.1.3. Obs.: O CC/2002 disciplina os dois juntos por entender que ambos os contratos têm por objetivo eliminar litígios. 10.2. 2) Partes: 10.2.1. Interessados 10.3. Atençâo: 10.3.1. Não confunda compromisso arbitral com cláusula compromissória. 10.3.1.1. A Lei 9.307/1996 contemplou o compromisso arbitral que constitui conjuntamente com a cláusula compromissória, espécies de convenção de arbitragem. 10.3.1.1.1. - No contrato de compromisso as partes submetem o litígio JÁ EXISTENTE a arbitragem. O contrato de Compromisso institui a arbitragem. 10.3.1.1.1.1. Objeto e limites do compromisso arbitral (Arts. 851 e 852 do CC/2002) 10.3.1.1.1.1.1. Sempre para interesse privado e patrimonial negociável. 10.3.1.1.1.1.2. Não pode para interesse público, bens públicos, questões de família, estado (direito da personalidade, pessoa) 10.3.1.1.1.1.3. Obs.: Existe legislação que permite transação, arbitragem com poder público. Direito Administrativo. 10.3.1.1.1.1.3.1. Lei 13.129/2015 Link: https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao- publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos Link: https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao- publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao-publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos https://www.migalhas.com.br/depeso/338891/arbitragem-e-administracao-publica--a-possibilidade-da-clausula-arbitral-em-contratos-administrativos 10.3.1.1.1.1.4. Obs.: Só pode firmar compromisso quem pode contratar. 10.3.1.1.2. - Na cláusula compromissória as partes obrigam-se resolver no âmbito da arbitragem eventuais litígios futuros. Também institui a arbitragem. 10.3.1.1.2.1. Não há litígio e pode ser colocada em qualquer contrato. Art. 3º Lei 9.307/1996, Art. 853 do CC/2002. 10.3.1.1.3. A decisão do juízo arbitral não pode haver recurso, mas é possível anular nas hipóteses do art. 32 da Lei 9.307/1996, no prazo de até90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de esclarecimentos. 10.4. Resumindo: 10.4.1. Na transação as próprias partes por mútuo consentimento convencionam e resolvem o problema e no compromisso as partes levam o litígio para o âmbito de uma arbitragem.