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METODO (TCC) 
 
INTERVENÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO 
COMPORTAMENTAL DURANTE A DEPRESSÃO NA 
ADOLESCÊNCIA PSICOLOGIA 
 
Depressão na adolescência e estratégias de intervenção da 
Teoria Cognitivo Comportamental (TCC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
RESUMO ................................................................................... 4 
INTRODUÇÃO ............................................................................ 5 
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO ........................................... 6 
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DA ADOLESCÊNCIA ................... 8 
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA ............ 11 
A TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL (TCC) ...................... 14 
TÉCNICAS DA TCC QUE CORROBOREM O TRATAMENTO DA 
DEPRESSÃO NA ADOLECÊNCIA ................................................ 17 
TÉCNICAS COGNITIVAS ......................................................... 17 
TAREFAS DE CASA ............................................................... 17 
REGISTRO DIÁRIO DOS PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS (RDPD)
 ........................................................................................... 18 
O MÉTODO SOCRÁTICO ......................................................... 18 
TESTES COMPORTAMENTAIS ................................................ 19 
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DIÁRIAS ............................. 20 
PRESCRIÇÃO DE TAREFAS GRADUADAS ................................. 20 
A PREVENÇÃO DE RECAÍDAS ................................................. 20 
3 
TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS (THS) ................... 21 
O ENSAIO COMPORTAMENTAL .............................................. 22 
ROLE-PLAYING ..................................................................... 22 
FEEDBACK E REFORÇAMENTO .............................................. 23 
O PROCEDIMENTO DE DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA (DS)
 ........................................................................................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
RESUMO 
 
Para a elaboração deste projeto foi realizada uma revisão 
bibliográfica narrativa de produções anteriores que 
analisaram a depressão na adolescência e as principais 
estratégias de intervenção da Teoria Cognitivo 
Comportamental (TCC). Pretende-se elucidar neste artigo os 
acometimentos psicológicos vivenciados por adolescentes 
que sofrem com a depressão. A depressão até pouco tempo 
atrás era vista somente como doença de adulto, mas cada 
vez mais adolescentes são diagnosticados com a doença. 
Uma doença grave que se não tratada e acompanhada por 
profissionais especializados e apoio dos responsáveis pode 
gerar consequências fatais como o suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
INTRODUÇÃO 
 
Assim, o problema de pesquisa se apresenta como o 
seguinte: quais são as principais estratégias de intervenção 
da TCC em adolescentes com depressão? O objetivo geral 
do artigo será: discutir a contribuição da TCC no 
acompanhamento da depressão durante a adolescência e 
como objetivos específicos, iremos: 
 
• Caracterizar a depressão; 
• Caracterizar o período da adolescência; 
• Descrever as características da depressão na 
adolescência; 
• Descrever a Teoria Cognitivo Comportamental (TCC); 
• Apresentar técnicas da TCC que corroborem o 
tratamento da depressão na adolescência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO 
 
Profissionais relatam depressão como um transtorno de 
humor e afeto, que tem sido de uma característica 
epistemológica existente de uma perda, essa perda pode ser 
de apetite, falta de energia, inutilidade, sentimento de culpa, 
e pensamento de morte. Ainda segundo os autores, é uma 
patologia grave, que pode levar o sujeito a um baixo 
rendimento, podem tentar se sentir melhor com o uso de 
drogas, e leva também ao rebaixamento da autoestima. 
 
A depressão, “envolve período de sintomas nos quais um 
indivíduo vivencia um humor triste excepcionalmente 
intenso”. O humor triste, excepcionalmente elevado é 
conhecido como disforia. Segundo os autores, a depressão 
maior, é quando o indivíduo vivencia casos de sintomas 
depressivos agudos, mas com tempo reduzido. 
 
O indivíduo deprimido tem uma visão negativa de si mesmo, 
do mundo e do futuro; 2- Existem esquemas ou padrões 
cognitivos mais ou menos estáveis segundo os quais o 
indivíduo organiza suas experiências; 3- Erros cognitivos: 
inferências arbitrárias, hipergeneralização e raciocínio 
dicotômico (péssimo/ ótimo; tudo/nada). 
 
 
 
 
7 
Atualmente, cada vez mais tem crescido o número de 
pessoas acometidas pela depressão, sendo este um 
transtorno que desde os tempos passados tem sido visível 
mesmo que de forma branda entre os indivíduos, porém 
somente neste século têm ganhado tanta evidência. 
 
A depressão pode ser observada nos atendimentos básicos 
de saúde, com isso existe um grande aliado nesse 
procedimento que são as campanhas de conscientização, 
onde é muito importante a participação da população no 
modo geral, não apenas dos profissionais realizando e 
conscientizando à busca pela ajuda, pois o transtorno da 
depressão causa aos indivíduos não apenas perdas 
financeiras, mas envolve todo âmbito da vida, podendo 
chegar ao suicídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DA 
ADOLESCÊNCIA 
 
Entende-se que a identidade se desenvolve por todo o ciclo 
da vida, mas é na fase da adolescência que ocorrem as 
transformações mais importantes. A preocupação com a 
identidade torna-se mais consciente e intensa por vários 
fatores, entre os quais o autor destaca a “maturação 
biológica, o desenvolvimento cognitivo alcançado e as 
demandas sociais para comportamentos mais responsáveis” 
é a “primeira etapa da vida em que se tem todos os 
ingredientes para a construção de uma identidade singular” 
 
Adolescência é a última, e a mais complexas das fases do 
desenvolvimento, uma fase que vem depois da infância, e 
que segundo as normas e políticas de saúde do Ministério de 
Saúde do Brasil, pode ter seu início por volta dos dez anos 
podendo estender-se aos vinte e quatro anos. 
 
 
Os anos da adolescência frequentemente são anos de 
conflitos. Parte dela é simplesmente uma tentativa mal 
orientada de estabelecer individualidade. 
 
 
 
 
9 
Em alguns momentos sente prazer em mostrar seus gostos e 
opiniões de forma exagerada, imoderado com 
questionamento e uma fragilidade que é caracterizada em 
uma busca pela sua identidade, sendo assim são 
estabelecidos questionamentos críticos quanto as escolhas 
dele próprio e de seus familiares, em busca de sua 
autonomia e autoconfiança. 
 
A adolescência representa um período de contínuas e 
profundas transformações, tanto no nível psíquico quanto no 
físico e social. O sujeito, ao entrar na adolescência, passa a 
residir em um novo corpo, que clama por uma nova 
identidade e que marca a sua passagem da esfera familiar à 
esfera social. 
 
Essas mudanças geram um intenso sofrimento, pois 
acarretam perdas referentes à imagem infantil, aos pais 
idealizados da infância e à identidade infantil. Essas perdas, 
por sua vez, representam um rompimento com o passado a 
fim de que seja possível ao adolescente investir no futuro, 
desligando-se dos pais e tornando-se apto a realizar suas 
escolhas. 
 
Essas transformações decorrentes da adolescência fazem o 
sujeito perder as suas referências, não tendo mais uma 
representação de si mesmo, uma vez que sua nova imagem 
ainda se encontra em construção. 
 
 
 
10 
O período da adolescência vem carregado de projetos e 
ambições de uma personalidade em que o indivíduo toma 
consciência dos objetivos que deseja atingir e parte em buscados mesmos por meios próprios, “seus traços psíquicos 
particulares e seu estilo de vida, continua solidamente ligado 
às fases que o enquadram” 
 
Esse é o período de crescimento mais sensível, pois é na 
adolescência que as transformações corporais e psíquicas 
que impressionam os adolescentes, na medida em que ele se 
interessa por si, porque as diferentes condutas podem ser 
observadas de um dia para o outro, surpreendendo-o. 
 
Essa evolução manifesta-se em todas as áreas da vida 
mental, como na personalidade social, e não apenas no 
domínio corporal e afetivo, todo o conjunto do modo de agir 
se transforma. 
 
O aspecto mais característico da evolução do adolescente é a 
puberdade, com a instalação da função reprodutora, pois 
seu desenvolvimento físico e mental pode ser alterado se 
faltar, ou se acontecer cedo demais ou tarde demais. É um 
mecanismo muito complexo essa maturação sexual, a 
evolução biológica pode ocorrer de forma natural e pode 
apresentar perturbações, como a má regulação hormonal e 
as doenças glandulares, que são da competência de um 
médico, cabendo ao psicólogo o acompanhamento dos 
aspectos mentais dessa fase. 
 
 
 
11 
CARACTERÍSTICAS DA DEPRESSÃO NA 
ADOLESCÊNCIA 
 
A oposição de ideias entre a necessidade vincular e a 
autonomia do sujeito é ponto central para que se possa 
compreender a problemática da depressão na adolescência. 
Para os Profissionais esta psicopatologia revela o caráter 
ameaçador do vínculo para o sujeito. Isto se deve a uma 
falha na adaptação do objeto externo às necessidades da 
criança, que acaba por torná-la insegura diante da sua 
realidade interna e fazê-la recorrer a um superinvestimento 
defensivo nos objetos externos. 
 
A conquista da autonomia pelo adolescente depende dos 
vínculos que estabeleceu ao longo da sua vida, pois a 
construção de uma nova identidade implica a procura de 
processos de troca e de interiorização; e quando o 
adolescente percebe a autonomia como antagônica às 
relações vinculares, os mecanismos de identificação são 
bloqueados, ocorrendo um prejuízo na formação da sua 
personalidade e no seu desenvolvimento mental. 
 
 
 
 
 
 
12 
Em adolescentes existem importantes características 
fenomenológicas que são típicas do transtorno depressivo 
maior nesta fase da vida. Adolescentes com depressão 
apresentam-se principalmente irritáveis e instáveis, ao invés 
de demonstrarem ou queixarem-se de tristeza, podendo 
ocorrer crises frequentes de explosão e raiva. 
 
Acredita-se que mais de 80% dos jovens deprimidos 
apresentam humor irritado (e ainda perda de energia, apatia 
e desinteresse importante, retardo psicomotor, sentimentos 
de desesperança e culpa, perturbações do sono, 
principalmente hipersonia, alterações de apetite e peso, 
isolamento e dificuldade de concentração. 
 
A capacidade de um adolescente observar essas mudanças é 
pouca, pois confunde-se com os estigmas que a fase da 
adolescência carrega. Quando não identificada e tratada, a 
depressão pode permanecer na fase adulta. 
 
Deve-se suspeitar de depressão em adolescentes que 
apresentam problemas escolares (afastamento da escola ou 
queda importante no rendimento escolar), familiares e 
legais, alterações significativas de peso corporal, abuso de 
substâncias (álcool e drogas), comportamento sexual de risco 
e problemas de conduta (explosões de raiva, brigas 
frequentes, vandalismo e roubos). 
 
 
 
 
13 
E ainda, estados de humor irritável ou depressivo duradouro 
e/ou excessivos, períodos prolongados de isolamento ou 
hostilidade com família e amigos, afastamento de atividades 
grupais, fugas de casa e presença de queixa física imprecisa, 
persistente e sem esclarecimento etiológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
A TEORIA COGNITIVO 
COMPORTAMENTAL (TCC) 
 
A Terapia Cognitiva Comportamental utiliza o conceito da 
estrutura “biopsicossocial” na determinação e compreensão 
dos fenômenos relativos à psicologia, no entanto constitui-se 
como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os 
fatores cognitivos da psicopatologia. Assim, a Terapia 
Cognitiva tem como objeto de estudo principal a natureza e 
a função dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento 
de informação que é o ato de atribuir significado a algo. 
 
A TCC corrobora o aspecto do modelo biopsicossocial ser um 
conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de 
doenças utilizando-se de fatores biológicos, fatores 
psicológicos e fatores sociais. E a OMS - Organização 
Mundial de Saúde, prevê a definição de saúde como um 
estado completo de bem estar físico, mental e social do ser 
humano, ao contrário do senso comum, que infere ao termo 
a ideia de ausência de doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
À esta abordagem, que cuida das instâncias biológicas, 
mentais e sociais, chamamos de modelo biopsicossocial, que 
atende diretamente ao conceito de saúde estabelecido pela 
OMS, em 1948, pois “os conceitos de saúde e de doença são 
analisados em sua evolução histórica e em seu 
relacionamento com o contexto cultural, social, político e 
econômico, evidenciando a evolução das ideias nessa área 
da experiência humana” 
 
Uma das vantagens da terapia cognitiva é o caráter de 
participação ativa do cliente no tratamento, de modo que o 
cliente é auxiliado a Identificar suas percepções distorcidas; 
Reconhecer os pensamentos negativos e buscar pensamentos 
alternativos que reflitam a realidade mais de perto; 
encontrar as evidências que sustentam os pensamentos 
negativos e os alternativos; gerar pensamentos mais 
consistentes e dignos de crédito ligados a determinadas 
situações em um processo chamado reestruturação cognitiva. 
 
A abordagem teórica da Terapia Cognitiva apresenta 
resultados positivos, as pessoas deprimidas que expressam 
pensamentos automáticos negativos e distorcidos, sobre si 
mesmo, sobre o mundo, seu futuro, na maioria das vezes 
esses pensamentos não condizem com a realidade vivida, 
por isso, “distorcidos” criando um chamado processo 
“vicioso” onde o pensamento negativo afeta seus 
sentimentos e emoções, consequentemente aumenta a 
intensidade desses pensamentos negativos. 
 
 
16 
As cognições negativas surgiriam da ativação de crenças 
disfuncionais subjacentes, aprendidas, construídas e 
mantidas, de forma inconsciente, desde a infância. A 
característica essencial desta terapia é o uso de uma 
abordagem colaborativa, de “testagem” das hipóteses 
distorcidas do paciente. 
 
Seja em atendimento individual ou grupal, o objetivo da 
Terapia Cognitiva é sempre o mesmo “facilitar a 
aprendizagem de novos comportamentos e cognições”. A 
Terapia Cognitiva mantém um critério rigoroso de técnicas, 
que exige muito de o profissional psicólogo ter as 
habilidades necessárias e da pessoa depressiva colaborar 
para essa prática. 
 
O item fundamental para o psicólogo atuar com êxito é 
sempre instalar a esperança, pois, em pessoas depressivas a 
esperança é um sentimento muitas vezes distante, pois, em 
sua maioria as pessoas se encontram sem perspectivas para 
o futuro. 
 
O modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional 
(que influencia o humor e o pensamento do paciente) é 
comum a todos os transtornos psicológicos. Quando as 
pessoas aprendem e avaliam seus pensamentos de forma 
mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu 
estado emocional e no comportamento. 
 
 
 
 
17 
TÉCNICAS DA TCC QUE CORROBOREM O 
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA 
ADOLECÊNCIA 
 
TÉCNICAS COGNITIVAS 
As técnicas cognitivas, amplamente utilizadas pelo terapeuta 
nas sessões, consistem em identificar, testar na realidade, e 
corrigir crenças e pensamentos automáticos negativos. O 
paciente aprende a identificar os momentos em que sua 
disforia tende a aparecer mais frequentemente (“períodos 
críticos”), e aprende a detectarpensamentos automáticos. 
Num segundo momento, o paciente aprende a analisar os 
pensamentos automáticos, buscando enxergar distorções nos 
mesmos, onde passa então a questioná-los para obter 
interpretações mais realistas dos fatos a sua volta. 
 
TAREFAS DE CASA 
Um aspecto central da terapia cognitivo-comportamental é o 
terapeuta fornecer tarefas de casa para o paciente, visando 
que o mesmo utilize o tempo fora das sessões para novas 
experiências e exercícios corretivos de suas crenças 
disfuncionais. 
18 
Algumas tarefas podem estar relacionadas ao Registro diário 
de pensamentos disfuncionais, Plano Semanal de Atividades 
Diárias, etc. 
 
REGISTRO DIÁRIO DOS 
PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS 
(RDPD) 
Como tarefa de casa, o terapeuta utiliza amplamente esse 
exercício, que como busca que os pacientes anotem todos os 
seus pensamentos disfuncionais associados com seus estados 
de disforia para posterior análise ou para que o próprio 
paciente tente reestruturá-los. 
 
O MÉTODO SOCRÁTICO 
São perguntas que o terapeuta faz para o paciente buscando 
questionar os fundamentos de seus pensamentos 
automáticos e que, reconhecendo a ausência deles, possa 
modificá-los. Buscam-se as evidências que sustentam ou não 
as crenças e pensamentos automáticos, bem como sobre 
outras possíveis alternativas de interpretar as situações. 
O método socrático é amplamente utilizado pelo terapeuta 
nas sessões. 
 
Ao falar do questionamento socrático, coloca que este deve 
focalizar os pensamentos, onde depois de reconhecê-los, o 
paciente deve-se perguntar (ou o terapeuta deve perguntar 
ao paciente): 
19 
“Que evidências tenho de que aquilo que passou pela minha 
cabeça naquele momento é verdadeiro?”; “Que evidências 
são contrárias ao que pensei?”; “Existem explicações 
alternativas?”; “Que provas tenho de que de fato o que 
imaginei na ocasião vai acontecer?”; “O que outras pessoas 
pensariam na mesma ocasião?”, etc. 
 
TESTES COMPORTAMENTAIS 
Conforme Uma forma de modificar crenças é desafiá-las em 
situações práticas. Nesse exercício, a crença é considerada 
uma hipótese, onde o paciente rejeita ou confirma, conforme 
testado na prática, em situações reais. Através de testes 
comportamentais, pode-se pedir, por exemplo, que um 
paciente que possua crenças do tipo: “Nada do que falar em 
grupo será interessante”, teste na prática essa sua crença, 
observando a resposta de outras pessoas às suas falas. 
Caso observe que algumas pessoas respondem às suas falas, 
a crença será questionada, na medida em que a fala foi 
interessante para a outra pessoa. 
 
 
 
 
 
 
20 
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES 
DIÁRIAS 
O planejamento de atividades diárias é feito geralmente 
semanalmente, e consiste em desenvolver junto com o 
paciente um programa diário de atividades que aumente o 
seu nível de ação, a probabilidade de reforçamento e a 
possibilidade de refutação de suas crenças negativas, o que 
torna a técnica muito eficaz no combate contra a depressão. 
 
PRESCRIÇÃO DE TAREFAS 
GRADUADAS 
Ajuda o paciente a recuperar seu nível normal de atividade, 
levando em conta suas dificuldades. Para alcançar sucesso, 
as tarefas devem ser começadas por baixo, ou seja, por 
aquelas em que o paciente sente menos desconforto ou 
ansiedade, e sente mais prazer. 
 
A PREVENÇÃO DE RECAÍDAS 
A Prevenção de Recaídas representa uma extensão e 
variação importantes dos procedimentos de autocontrole, 
visto que a recaída seria uma crise ou um retrocesso das 
tentativas do paciente em mudar ou manter as mudanças do 
seu comportamento. 
 
 
21 
Os procedimentos de prevenção de recaídas, embora mais 
amplamente utilizados nos programas de tratamento da 
drogadição, podem ser utilizados nos programas de 
mudança de comportamento geral. 
 
Através da autovigilância, os pacientes devem prestar 
atenção ao seu comportamento e, inibir o comportamento 
habitual, identificando situações de alto risco onde a recaída 
é provável. 
 
Habilidades de afrontamento também são importantes, na 
medida em que os pacientes as podem utilizar nas situações 
de alto risco para eles, onde sentem que podem perder o 
controle. Procedimentos de manipulação do stress e de 
treinamento em relaxamento também são utilizados na 
Prevenção de recaídas. A reestruturação cognitiva também 
deve ser usada, para evitar reações de pacientes que 
recaem, tais como: sentimento de perda, culpa e fracasso. 
 
TREINAMENTO EM HABILIDADES 
SOCIAIS (THS) 
“Uma tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e 
habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de 
melhorar sua competência interpessoal e individual nos tipos 
específicos de situações sociais" De modo geral, concentra-se 
na aprendizagem de um novo repertório de respostas. 
 
 
22 
Através de um Treinamento em Habilidades, empregam-se 
procedimentos tais como as instruções, a modelação, o 
ensaio comportamental, a retroalimentação e o 
reforçamento. Busca-se também realizar a redução da 
ansiedade em situações sociais problemáticas, realizar uma 
reestruturação cognitiva e fazer um treinamento em solução 
de problemas. 
 
O ENSAIO COMPORTAMENTAL 
Nesse procedimento representam-se maneiras apropriadas e 
efetivas de enfrentar as situações da vida real que são 
problemáticas para o paciente. Consiste no aprendizado de 
novas respostas que substituirão respostas não adaptativas. 
Diferentemente do psicodrama, o ensaio comportamental 
concentra-se na mudança de comportamento, e não na 
identificação e expressão de supostos conflitos. O ensaio 
comportamental, focaliza a modelagem de estratégias que o 
indivíduo pode empregar numa situação em particular. 
 
ROLE-PLAYING 
Terapeuta e cliente se comportam imitando o 
comportamento de alguma pessoa relevante no ambiente 
natural do sujeito ou fazendo uma representação do 
comportamento do próprio sujeito em alguma situação 
social. Serve para treinar o paciente a interagir 
adequadamente em situações sociais. 
 
23 
FEEDBACK E REFORÇAMENTO 
O reforçamento, presente em todas as sessões do THS, serve 
para que o paciente adquira novos comportamentos e 
aumente aqueles considerados adaptativos, onde o 
terapeuta recompensará as aproximações sucessivas do 
paciente. O feedback por sua vez, proporciona informação 
específica ao sujeito, buscando que o mesmo desenvolva e 
melhore uma habilidade. 
 
O PROCEDIMENTO DE 
DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA 
(DS) 
A dessensibilização sistemática (DS) é uma intervenção 
terapêutica desenvolvida para, dentre outras coisas, eliminar 
as síndromes de evitação. O terapeuta utiliza esse 
procedimento em casos, para que o paciente, com ansiedade 
social, vá se aproximando de forma gradual das situações 
sociais (estímulo provocador de medo) consideradas 
ansiogênicas. A exposição aos estímulos sociais, pôde ser 
concretizada através da imaginação, ensaios 
comportamentais e nas situações reais. 
 
A DS consta de quatro passos principais: 
a) Treinamento no emprego da escala “SUDS”; 
 
b) Uma completa análise comportamental e o 
desenvolvimento de uma hierarquia de medos; 
 
24 
c) Treinamento do relaxamento muscular profundo ou algum 
outro procedimento de relaxamento; 
 
d) A combinação da exposição, na imaginação, à hierarquia 
de medos junto com o estabelecimento de uma resposta de 
relaxamento profundo no paciente – “a dessensibilização 
propriamente dita”. 
 
Através da Escala de Unidades Subjetivas de Ansiedade 
(SUDS) busca-se que o paciente faça discriminações precisas 
de seus medos, colocando, por exemplo, numa escala de 0 a 
100 situações consideradas mais aterradoras até aquelas 
que lhe proporciona tranquilidade. 
 
À medida que o paciente passa a não mais reagir com 
ansiedade à apresentação de um determinado nível de 
estímulos, atinge-se o critério para apresentar o estímulo 
seguinte da lista hierarquizada. Os estímulosdessensibilizados em consultório tendem a se generalizar 
para as situações reais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este estudo verificou que a depressão tem se mostrado um 
fenômeno crescente, sem distinção de sexo, idade, classe 
econômica ou crenças. Portanto, não seria exagero referir-se 
a ela como o mal do século XXI, e que não tendo uma 
estratégia eficaz para combatê-la, é estimado que este 
número seja ainda maior para os próximos anos. 
 
Foi verificado ainda que, a depressão antes considerada 
como uma consequência secundaria ou terciária de outras 
doenças, tem se tornado protagonista e autônoma diante 
das demais comorbidades, tornando se nociva, silenciosa e 
prejudicial ao sujeito acometido por ela. Diante disso, 
buscou-se fazer um breve relato sobre as características, 
ocorrência e o impacto da depressão na fase da 
adolescência, que tem se alastrado nos últimos tempos, 
como uma doença que afeta todo o contexto de vida do 
mesmo, assim como, o seu meio familiar, social e 
econômico. 
 
 
Podemos acompanhar diante a revisão da literatura que em 
muitos casos os sintomas depressivos especificamente em 
adolescentes, são desconsiderados ou despercebidos nos 
ambientes em que estão inseridos, como o meio familiar e a 
escola. 
 
 
26 
Por isso, é importante ficarmos alerta, observar e entender as 
mudanças físicas, cognitivas, emocionais, e os significados 
dos eventos para os adolescentes, respeitando sua 
subjetividade e singularidade de interpretar o mundo em sua 
volta de acordo com suas crenças e experiências de vida. 
 
Contudo, é preciso que familiares, educadores e até a 
comunidade em que este adolescente está inserido, 
mantenham um olhar atento, afim de perceber possíveis 
mudanças emocionais e comportamentais que podem estar 
diretamente ligadas ao quadro da depressão e que o quanto 
antes esses sintomas forem identificados e esse adolescente 
for encaminhado para o tratamento adequado, maiores são 
as chances de cura para o quadro de depressão. 
 
Vale reforçar que o diagnóstico precoce é de extrema 
importância para maior eficácia do tratamento. Uma vez que 
segundo pesquisado nas literaturas, há um risco gradual, 
somático e evolutivo que podem agravar o quadro 
patológico do adolescente. 
 
Também podemos observar que uma boa parte da 
população inclusive os adolescentes tendem a ver a 
depressão como algo passageiro, “algo temporário” ou como 
sintoma esporádico apenas, mas não tem conhecimento do 
porquê tais sintomas se manifestam, e o que pode ter 
desencadeado tal sintoma. 
 
 
 
27 
Essa falta de informação da gravidade desta patologia por 
muitas vezes leva o desinteresse por buscar ajuda 
especializada e tratamento adequado, podendo assim 
agravar o quadro clínico do indivíduo, ao ponto de levá-lo a 
óbito inclusive tirando sua própria vida. 
 
Com isso, verificamos que o adolescente com características 
depressivas persistentes não está mais diante de uma 
sintomatologia considerada e esperada para essa fase, mas 
que este estará diante um quadro depressivo que interfere 
em todos os âmbitos de sua vida, dificultando a sua 
passagem por uma das fases mais importantes do 
desenvolvimento humano, e que, como consequência, 
acarretará danos às demais fases. 
 
No entanto, falar sobre a depressão na adolescência é falar 
sobre assuntos que na maioria das vezes será incomodo para 
o mesmo, mas de extrema importância para entendermos o 
porquê da manifestação de tal patologia. Geralmente a 
depressão na adolescência é provocada por eventos 
específicos e que esse jovem não teve discernimento de 
elaborar em sua mente. Por isso requer uma compreensão e 
um modelo de intervenção específico para cada caso. 
Intervenções psicológicas eficazes, nessas situações, são 
importantes, a fim de minimizar ao máximo os impactos 
causados por essa patologia. 
 
 
 
 
28 
Diante disso pode ser observado frente à literatura, que a 
TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) tem se mostrado 
eficaz no tratamento e na prevenção da depressão em 
adolescentes. A sua aplicabilidade junto ao adolescente com 
a inclusão dos familiares no processo terapêutico torna-se 
relevante para implementação e generalização de mudanças 
comportamentais. 
 
Contudo pôde-se concluir de acordo com o pesquisado, que 
a TCC está dentro das psicoterapias que mais tem se 
mostrado eficaz para o tratamento deste transtorno, inclusive 
com adolescentes por ter uma estrutura participativa e 
pontual, e consequentemente apresenta uma maior 
agilidade na intervenção do quadro clinico. 
 
Porém, é importante lembrar que de acordo com os autores 
pesquisados, em muitos casos mais graves a psicoterapia 
apenas não é suficiente, assim como a medicalização sem 
atendimento terapêutico não é satisfatório e eficaz. 
 
Ressalta-se a necessidade e importância em perceber os 
sintomas precocemente e buscar por orientação de 
profissionais qualificados, como médico e psicólogos, para 
que se comece um tratamento e acompanhamento seguro e 
efetivo, pois existem diferentes níveis de depressão e que se 
não tratados de maneira adequada podem trazer sérias 
consequências ao acometido. 
 
 
 
29 
A intervenção rápida dos familiares e escola deste jovem 
para uma efetivação estável do tratamento, pode de maneira 
gradual diminuir esta crescente incidência de depressão na 
adolescência. Embora muitas das vezes esse adolescente se 
feche para o mundo vale a pena tentar uma aproximação 
para tentar obter maiores informações de tal acometimento.