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Faculdade de Anicuns Curso de Direito Jhenyffer Araujo Peixoto FICHAMENTO “O mito da caverna” Platão Anicuns 2023 MITO DA CAVERNA Platão Resumo: O Mito da Caverna é um texto escrito pelo antigo filósofo grego Platão. Essa é uma metáfora de caráter filosófico-pedagógico que exibe um diálogo entre o pensador e mestre de Platão, Sócrates, e a personagem Glauco, um jovem aprendiz. A partir de um conto cheio de simbologias, Platão nos apresenta conceitos e situações que versam sobre a busca pelo conhecimento, em contraste com a ignorância e a manipulação. Palavras-chave: Platão, Sócrates, Busca pelo conhecimento, Mito. Introdução Nesse mito, Sócrates pede que Glauco imagine uma situação hipotética em que várias pessoas são mantidas acorrentadas no fundo de uma escura caverna subterrânea. À frente dos prisioneiros havia apenas uma parede, onde eram projetadas sombras de figuras representando seres, animais e outros elementos. Essas projeções eram feitas por outras pessoas (que podem ser denominadas como “amos da caverna”) com o auxílio da luz de uma fogueira, que se encontrava atrás da população acorrentada. Os amos da caverna elaboraram esse esquema, acorrentando as pessoas desde o nascimento, levando-as a acreditar que são livres. Assim, eles os estimulam a trocarem ideias entre si e, inclusive, a escolherem um líder. Como a única realidade que os prisioneiros conheciam era aquela, eles acreditavam que as sombras exibiam o mundo real, que tudo o que havia para ser explorado no universo eram as projeções. Então contentavam-se com aquele espetáculo e não tinham outras aspirações. Entretanto, contrariando as expectativas, um dos prisioneiros começa a refletir sobre sua condição e percebe que existe algo de muito errado. Assim, um dia ele consegue se libertar e caminhar pela caverna, percebendo a fogueira, os amos e as silhuetas. Ao olhar a luz da fogueira seus olhos ficam ofuscados, pois ele nunca tinha visto a luminosidade. Ele caminha mais e com dificuldade chega à saída da caverna, deparando- se com uma luz ainda mais intensa: a luz do sol. O homem liberto, a princípio, sente um enorme desconforto, não consegue enxergar nada, pois a vida inteira esteve preso e seus olhos não estão acostumados com a luminosidade. Entretanto, aos poucos desenvolve um olhar capaz de lidar com o mundo exterior. Interpretação e análise do mito O conto nos apresenta alguns ensinamentos através da simbologia. Dessa forma, a caverna pode representar nosso mundo interior, nossas limitações e “zona de conforto”. Já os prisioneiros são todos os indivíduos, que na realidade vivem em um tipo de “escravidão inconsciente”. As projeções, ou sombras, são alegorias que simbolizam as ilusões a que os seres humanos estão presos. Essas ilusões são, para Platão, o mundo material, pois na antiguidade valorizava-se muito mais o que é eterno. Podemos também interpretá-las como as ideias ignorantes e preconceituosas que nutrimos ao logo da vida. A fogueira, que fornece a luminosidade capaz de fazer com que as silhuetas sejam exibidas na parede, é vista como uma espécie de “fogo dos desejos”.Assim, esse elemento entra no mito para caracterizar a vontade do ser humano de consumir coisas materiais e experiências superficiais. Os amos da caverna são as pessoas que manipulam os prisioneiros, ou seja, são as pessoas que, pensando que obterão benefícios, controlam e alienam o povo. Diferente dos prisioneiros, eles não estão acorrentados e conseguem enxergar a saída da caverna, mas assim como eles, estão enclausurados, pois temem que no mundo externo não tenham os mesmos privilégios que adquirem por meio da “cegueira” da população que dominam. O último símbolo que aparece no mito é a luz do sol, que significa a “ideia do Bem”, conceito trazido por Platão que nos diz sobre a luz da sabedoria, do conhecimento e da verdade. Nesse sentido, a luminosidade natural é a consciência que nos direciona a um posicionamento benéfico no mundo, nos colocando de forma a servir ao bem e não tirar proveito próprio das pessoas e situações. Como relacionar a Alegoria da Caverna com o mundo atual? Esse diálogo proposto por Platão é realmente muito antigo, escrito cerca de 400 anos antes do nascimento de Cristo. Ainda assim, nos traz conceitos valiosos para entender o comportamento e anseios dos seres humanos até hoje. Podemos traçar um paralelo com essa alegoria e a realidade atual no que diz respeito, por exemplo, à ânsia de adquirir bens de consumo, acreditando que assim será possível o preenchimento de um vazio existencial. Os amos da caverna podem hoje simbolizar os políticos e grandes empresários, donos de verdadeiras fortunas que conquistam com a manipulação das pessoas e a venda de produtos e mais produtos. Seguindo esse raciocínio, é possível relacionar a publicidade e os modismos às sombras projetadas na caverna. A busca pelo conhecimento, continua sendo, portanto, essencial para que um dia os seres humanos consigam alcançar a verdade e a libertação. Conclusão O Mito da Caverna, conhecido também como “Alegoria da Caverna ”, aparece no sétimo livro de: A República. É uma metáfora criada por Platão para demonstrar de que maneira o ser humano pode captar, compreender por meio do conhecimento, o universo sensível e o universo inteligível. Ele fala sobre um grupo de pessoas que vivem em cavernas, dos quais nunca saíram e conheciam apenas sombras nas paredes, que eram o reflexo de pessoas, animais e objetos. Para eles, se por ventura alguém saísse da caverna, deparando-se com outro mundo, descobrindo outra realidade, quando retornasse para a caverna junto destas mentes escravizadas, ao sugerir outras respostas, apontar novos caminhos que não são os habituais, pode fazer com que estes sujeitos mergulhem em uma reflexão para dentro de si, abrindo seus olhares para o que os cercam. Sendo capaz de gerar assim, um profundo impacto de realidade, de comparações, descobrindo um infinito leque de possibilidades, de mudanças, que trabalhadas podem ser muito positivas no avanço do bem coletivo, ou seja, sempre uma melhoria para a sociedade, para todos. Com tais explicações, o autor nos mostra que aquele que foi em busca do saber, se embriagou de conhecimento, possui um entendimento mais elevado e complexo do que muitos que por motivos vários (não saindo da caverna) não abriram sua mente para progredir, tornando assim o diálogo, as relações entre ambos conflituosas e desiguais. Referência Texto extraído de “A República” de Platão. 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291 Interpretação e análise do mito Como relacionar a Alegoria da Caverna com o mundo atual?