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Classificação das Normas Jurídicas

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Universidade CEUMA – Imperatriz
Curso de Bacharelado em Direito
Disciplina: Teoria do Direito
Prof. Sidney Costa
Acadêmico: Adriano Ferreira da Silva
ATIVIDADE – TEORIA DO DIREITO
O intuito da utilização de uma classificação das normas jurídicas implica em fornecer ao jurista um conjunto de terminologias e conceitos que lhes sejam úteis no discurso jurídico, conforme (NADER, 2014). Ainda de acordo com o doutrinador as classificações são: 
a) Quanto ao Sistema a que Pertencem:
São regras jurídicas nacionais, estrangeiras e de Direito uniforme, sendo as nacionais as que fazem parte do ordenamento jurídico obrigatórias no âmbito de um Estado. Em face do Direito Internacional Privado, é possível que uma norma jurídica tenha aplicação além do território do Estado que a criou. Quando houver em uma relação jurídica a aplicação de uma norma pertencente a outro Estado temos uma norma jurídica estrangeira. E, quando há dois ou mais Estados adotando internamente uma legislação padrão, tais normas recebem a denominação de Direito uniforme.
Exemplos: Código Civil da França, pertencente ao Sistema Jurídico Francês; Constituição Federal do Brasil.
b) Quanto à fonte:
Percebe-se que as normas podem ser legislativas, consuetudinárias e jurisprudenciais. As normas jurídicas escritas, corporificadas nas leis, medidas provisórias, decretos, são chamadas legislativas. Enquanto as leis emanam do Poder Legislativo, as duas outras espécies são ditadas pelo Poder Executivo.
Consuetudinárias são normas não escritas, mas, elaboradas de forma espontânea pela sociedade. Para que uma prática social se caracterize costumeira, necessita ser reiterada, constante e uniforme, além de achar-se enraizada na consciência popular como regra obrigatória. Reunindo tais elementos, a prática é costume com valor jurídico. 
Jurisprudenciais são normas criadas pelos tribunais. Na tradição romano-germânica, ao qual se filia o Direito brasileiro, a jurisprudência naõ deve ser considerada fonte formal do Direito. No sistema do Common Law, adotado pela Inglaterra e Estados Unidos, os precedentes judiciais têm força normativa.
Exemplos: Decisões do STF – Fonte Formal Jurisprudencial; Tratados internacionais ratificados pelo país – Fonte Formal Internacional.
c) Quanto aos Diversos Âmbitos de Validez:
Âmbito de validez: gerais e locais. Gerais são as que se aplicam em todo o território nacional. Locais, as que se destinam apenas à parte do território do Estado. Na primeira hipótese, as normas serão sempre federais, enquanto na segunda poderão ser federais, estaduais ou municipais. Esta divisão corresponde ao Direito geral ou particular. Âmbito temporal de validez: vigência por prazo indeterminado e de vigência por prazo determinado. Ocorre, com menos frequência, o surgimento de regras que vêm com o seu tempo de duração previamente fixado. Âmbito material de validez: normas de Direito Público e de Privado. Nas primeiras a relação é de subordinação, com o Estado impondo o seu imperium, enquanto nas segundas é de coordenação. Âmbito pessoal de validez: genéricas e individualizadas. A generalidade é uma característica das normas jurídicas e significa que os preceitos se dirigem a todos que se acham na mesma situação jurídica. As individualizadas “designam ou facultam a um ou vários membros da mesma classe, individualmente determinados.” Segundo Eduardo García Máynez.
Exemplo: Normas de Direito Internacional Público são normas que têm validade dentro do território e um Estado soberano; Normas de Direito Interno são as que regulam as relações entre Estados soberanos e organizações internacionais.
d) Quanto à hierarquia:
Dividem-se em constitucionais, complementares, ordinárias, regulamentares e individualizadas. As normas guardam entre si uma hierarquia, uma ordem de subordinação entre as diversas categorias. As constitucionais – originais da Carta Magna ou decorrentes de emendas – que condicionam a validade de todas as outras normas e têm o poder de revogá-las. Qualquer norma de categoria diversa, anterior ou posterior que contrarie as disposições da Carta Magna, não terá validade. Na ordem jurídica brasileira há normas que localizam em leis complementares à Constituição e se situam, hierarquicamente, entre as constitucionais e as ordinárias. As ordinárias, que se localizam nas leis, medidas provisórias, leis delegadas. Seguem-se as normas regulamentares, contidas nos decretos, e as individualizadas, denominação e espécie sugeridas por Merkel para a grande variedade dos negócios jurídicos: testamentos, sentenças judiciais, contratos etc.
Como exemplo, podemos citar a própria pirâmide de Kelsen quando aponta a Constituição Federal como a norma jurídica de maior hierarquia, seguida pelas Leis Federais que estão “um degrau” abaixo hierarquicamente.
e) Quanto à sanção:
Dividem-se em leges perfectae, leges plus quam perfectae, leges minus quam perfecae, leges imperfecate. Norma perfeita do ponto de vista da sanção, quando prevê nulidade do ato, quando há violação. É mais do que perfeita se, além da nulidade, estipular pena para os casos de violação. Menos do que perfeita quando determina apenas penalidade, quando descumprida. E norma imperfeita quando não considera nulo ou anulável o ato que a contraria, nem comina castigo aos infratores. Exemplo de norma imperfeita Lei Complementar n. 95, de 26.02.1998, relativamente às técnicas de elaboração, redação e alteração das leis, como prevê o seu art. 18.
Exemplos: Normas de Direito Penal; Normas de Direito Tributário.
f) Quanto à qualidade:
Podem ser positivas (ou permissivas) e negativas (ou proibitivas). As positivas são normas que permitem a ação ou omissão. Negativas, as que proíbem a ação ou omissão.
Exemplos: Normas que permitem a realização de uma atividade, mas exigem que sejam observados critérios de segurança ou de proteção ambiental. Normas de caráter bancário; normas ambientais.
g) Quanto às Relações de Complementação:
Classificam-se quanto às relações de complementação, em primárias e secundárias. Denominam-se primárias as normas jurídicas cujo sentido é complementado por outras, que recebem o nome de secundárias. Estas são das seguintes espécies: a) de iniciação, duração e extinção da vigência; b) declarativas ou explicativas; c) permissivas; d) interpretativas; e) sancionadoras.
Exemplos: Normas regulamentadoras.
h) Quanto à vontade das partes:
Dividem-se em taxativas e dispositivas. As taxativas ou cogentes resguardam os interesses fundamentais da sociedade, obrigam independentemente da vontade das partes. As dispositivas, dizem respeito apenas aos interesses dos particulares, admitem a não adoção de seus preceitos, desde que por vontade expressa das partes interessadas.
Exemplo: normas de proteção à Segurança Pública; Normas Constitucionais.
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