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Políticas Públicas e Legislação da Educação Brasileira (1)

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POLÍTICAS PÚBLICAS 
E LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA
Profª. Drª. SELMA FERREIRA DE OLIVEIRA RIBEIRO
004 Aula 01:
011 Aula 02:
020 Aula 03:
028 Aula 04:
034 Aula 05:
041 Aula 06:
047 Aula 07:
054 Aula 08:
061 Aula 09:
069 Aula 10:
075 Aula 11:
082 Aula 12:
088 Aula 13:
094 Aula 14:
100 Aula 15:
107 Aula 16:
Conceitos e Organização Política no Brasil 
Características de um Texto Legal 
A Educação na Constituição da República Federativa 
do Brasil
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
N.º 9.394/96: Contexto Histórico de sua Proposição
A Organização do Ensino no Brasil de acordo com a lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N.º 9.394/96
A Educação Infantil na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional N.º 9.394/96
O Ensino Fundamental na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional N.º 9.394/96
O Ensino Médio na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional N.º 9.394/96
A Formação dos Profissionais da Educação prevista na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N.º 9.394/96
Determinações do Estatuto da Criança e do 
Adolescente - Lei N.º 8.069/ 1990
Proposições da Base Nacional Comum Curricular para 
a Educação Infantil
Proposições da Base Nacional Comum Curricular para 
o Ensino Fundamental
Proposições da Base Nacional Comum Curricular 
para o Ensino Médio
Plano Nacional de Educação 2014-2024 – Metas para a 
Educação Básica (Parte I)
Plano Nacional de Educação 2014-2024 – Metas para a 
Educação Básica (Parte II)
A Formação continuada dos Profissionais da Educação 
Prevista no Plano Nacional de Educação 2014-2024
2
Introdução
Olá caro(a) aluno(a),
É muito importante conhecer a legislação para agir como cidadão consciente dos seus
direitos e deveres nos diferentes contextos de atuação.
Neste livro didático você terá acesso às principais legislações que regulamentam e
orientam a educação no Brasil.
O estudo da disciplina tem por objetivo apresentar conceitos de política e os modos
como as proposições políticas se originam, favorecer o acesso à legislação educacional
como condição indispensável para atuação docente consciente, coerente e
emancipadora. O estudo objetiva, ainda, propiciar ao aluno a compreensão da legislação
educacional como orientações a serem respeitadas considerando os contextos de sua
aplicação. Busca-se que o discente da Educação Básica seja identi�cado como cidadão de
direitos e deveres e, nesse aspecto, tem o professor e a escola como interlocutores entre
alguns dos seus direitos e as suas efetivações.
O conteúdo da disciplina foi distribuído em dezesseis aulas que abordarão as seguintes
temáticas: Conceitos e organização política no Brasil, Características de um texto legal,
Textos legais (Constituição da República Federativa do Brasil/88, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional n.º 9.394/96, Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei n.º  8.069/
1990, Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil (2018) e Plano Nacional
de Educação 2014-2024 – Metas para a Educação Básica.
Bom estudo!
3
01
Conceitos e 
Organização Política 
no Brasil
Conceito
É comum você se deparar com pessoas que manifestam a insatisfação com a política
e ao mesmo tempo abrem mão de uma atuação política. Parte dessas pessoas
compreendem a política relacionando-as apenas aos representantes eleitos pelo povo
e que nem sempre têm um bom desempenho.
A política é mais que a política partidária, que compreende a disputa pelo poder. De
acordo com Bobbio (1998, p. 554), o conceito clássico de política deriva “do adjetivo
originado de pólis (politikós), que signi�ca tudo o que se refere à cidade e,
consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social”.
Diante desse conceito pode-se referir à política como os acordos realizados para o
bem comum de um determinado grupo, que pode ser constituído por uma família,
um bairro, um município, um estado ou um país.
Belloni (2003. p. 44) de�ne política pública como:
... a ação intencional do Estado junto à sociedade. Assim, por estar voltada
para a sociedade e envolver recursos sociais, toda política pública deve ser
sistematicamente avaliada do ponto de vista de sua relevância e adequação
às necessidades sociais, além de abordar os aspectos de e�ciência, e�cácia e
efetividade das ações empreendidas (Belloni, 2003, p. 44).
Para que as pessoas convivam em sociedade faz-se necessário o estabelecimento de
algumas normas de convivência para que todos tenham os direitos e deveres
assegurados. A ausência de regras pode gerar a indisciplina, a violência e a
impossibilidade de uma convivência pací�ca.
Organizar o modo como as pessoas podem ou devem interagir socialmente é um
papel político que pode ser exercido por todos no modelo de organização política
brasileira.
5
Fonte: produzido pela autora.
Modelo de organização política do Brasil
O Brasil adota um modelo de representatividade política por meio de lideranças
municipais, estaduais e federais, sendo que as áreas de atuação dos representantes
dependem do assunto.
No contexto de atuação do Município, Estado e Federação há a atuação dos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário.
6
Fonte: produzido pela autora.
Há ainda os Conselhos, compostos por representantes do poder executivo,
responsável por propor atuações especí�cas relacionadas ao tema como:
Conselho Municipal da Educação;
Conselho Municipal da Saúde;
Conselho Municipal do Idoso;
Conselho Municipal da Mulher;
Conselho Municipal da Juventude;
Conselho Municipal da Assistência Social, entre outros.
Os Conselhos são articulações realizadas para que as pessoas possam discutir e
propor políticas relacionadas a áreas especí�cas.
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A atuação política transcende a criticar atuações boas ou ruins. Você
pode participar dos Conselhos Municipais que existem no local em que
você mora. 
Já que optou por uma formação educacional, poderá acompanhar o
trabalho do Conselho Municipal da Educação, ou outro que você julga
que possa colaborar.
Outra maneira de participação política é fazer parte da associação de
moradores dos bairros, associação de pais, conselhos de escola.
Quando se abre mão de atuar politicamente contribuindo para as
tomadas de decisões em prol da coletividade corre-se o risco de não se
sentir representado e, desse modo, as determinações legais podem
não contemplar as reais necessidades.
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De acordo com o artigo 61 da Constituição Federal (Brasil, 1988),
Art. 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente
da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos,
na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
Não importa quem propôs a lei, se for aprovada trará mudanças à vida
de todas as pessoas, independentemente de sua participação ou não
na proposição da lei, desse modo, é importante participar e
acompanhar o que está sendo proposto para que não haja danos à
coletividade.
É fundamental conhecer o modo como a sociedade está organizada politicamente
para poder atuar cobrando, acompanhando ou participando das decisões tomadas.
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Acesse o link: Senadores Deputados Federais Presidência
Você tem acesso direto aos representantes políticos eleitos para atuar
no poder legislativo e executivo.
Seguem os contatos nos links para que você possa acompanhar o
trabalho das autoridades políticas, fazer sugestões e cobrar atuações
mais efetivas.
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https://www25.senado.leg.br/web/senadores/em-exercicio
https://www2.camara.leg.br/deputados/pesquisa
https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php?IND_IDIOMA=
02
Características 
de um Texto Legal
Caro(a) aluno(a), nesta aula serão apresentadas as características de uma lei para que
você possa familiarizar-se com este tipo de texto.
A convivência em sociedade pressupõe a necessidade do estabelecimento de leis para
orientar o comportamento das pessoas e buscar assegurar que todostenham os
mesmos direitos.
É um desa�o legislar em um país tão amplo e diverso como o Brasil. Para estabelecer
os direitos iguais em condições sociais, econômicas, ambientais tão desiguais é
necessário ajustar, adequar e ponderar em certas circunstâncias. As leis brasileiras
são elaboradas pelo Legislativo podendo ser federais, estaduais e municipais sendo
representados, respectivamente, pelos senadores e deputados federais, deputados
estaduais e vereadores. As proposições de leis podem e devem emanar das
necessidades e de sugestões da população.
Para que as pessoas sejam coerentes em suas atuações nos diferentes contextos
sociais é preciso que conheçam as leis a �m de cumpri-las ou exigir o seu
cumprimento. Nesse aspecto constata-se que a leitura de um texto jurídico não é uma
habilidade de todos os cidadãos brasileiros. O modo como o texto é organizado
contém uma estrutura própria distribuídos em: artigos, incisos, alíneas, parágrafo,
parágrafo único.
Outro desa�o de acessibilidade às Leis está relacionado ao fato de que a principal
forma de disseminação dos textos legais no país ocorre na forma escrita e por outro
lado há 11,3 milhões de brasileiros analfabetos. Diante disso, as leis não são
acessíveis a todos, o que se torna um forte impeditivo para assegurar o direito de
todos.
Os cidadãos que, mesmo alfabetizados, apresentam di�culdades na interpretação de
uma lei poderão superá-las por meio do conhecimento da disposição dos textos legais
e sua organização.
Um texto legal, primeiramente, precisa corresponder à necessidade para o seu
estabelecimento, ou seja, por meio de uma linguagem clara e sem margens para
interpretações dúbias. Ele pode emanar de uma sugestão da população ou de
Projetos elaborados pelos legisladores (vereadores, deputados, senadores). Para
exempli�car as características de uma Lei será feito o uso da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional n.º 9.394/96 como modelo.
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Título
Em sua apresentação inicial há a sua identi�cação composta pelo órgão ou setor
responsável por sua proposição, pela descrição da sua modalidade a constar no título
(Lei, Resolução, Medida Provisória), seu número e data de publicação.
Ementa
Na ementa do texto consta o assunto que será tratado no texto.
Observe a seguir:
Trata-se de uma Lei Nacional estabelecida em 1996 pela Presidência da República.
Em seu preâmbulo contém a informação de que estão sendo estabelecidas as
diretrizes e bases para a educação no país, ou seja, o conteúdo que tratará de toda a
lei.
Artigo
No artigo está estabelecido o cerne do assunto, ou seja, o assunto que merece
destaque. O artigo é facilmente identi�cado pela abreviação Art. e o número ordinal
até o 9º, a partir do dez a numeração é normal (Art.10, Art.11, Art.12...)
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O artigo pode conter incisos. Os incisos são representados por números romanos e
são desdobramentos do que está proposto no artigo.
Nos incisos pode haver alíneas, que são representadas por letras minúsculas do
alfabeto (a, b, c...) e são desdobramentos dos assuntos abordados nos incisos.
Observe o modelo:
Parágrafos
O artigo pode conter parágrafos que são simbolizados pelo sinal grá�co §.
Quando há mais de um parágrafo eles são organizados de modo crescente seguidos
de números ordinais. (§ 1º). Como no modelo:
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Pode haver parágrafo único como desdobramento de artigos ou de incisos.
Observe no modelo a seguir, que há um parágrafo único desenvolvendo o conteúdo
do inciso e posteriormente ao parágrafo único há incisos estabelecendo os critérios
do que foi tratado no parágrafo único.
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Resumidamente, (GLASSMAN, 2017) destaca a estrutura de um texto legal explicando
cada uma das partes.
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Um texto legal possui características especí�cas e modelo próprio de
organização dos conteúdos abordados. Em suma, uma lei apresenta
divisões. O artigo é a principal parte de uma lei, pois a partir dele
surgem novas subdivisões, que têm a função de esclarecer, acrescentar
e distinguir o conteúdo abordado.
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O artigo 3º do Código Civil (BRASIL,2002) defende que:
"Ninguém pode alegar o desconhecimento da lei".
Em um contexto real, as leis existem para serem cumpridas e
determinar organização nas relações sociais. O descumprimento das
leis acarreta punições, incluindo a privação da liberdade, o pagamento
de multas.
As leis educacionais precisam ser do conhecimento do pro�ssional da
educação em seu processo de formação inicial e continuada para que
ele possa atuar com mais desenvoltura no contexto educacional e não
ser punido por atitudes incoerentes com a lei.
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Acesse o link: Legislação Federal Politize
Antigamente as leis eram impressas, o que di�cultava o acesso de
todas as pessoas à legislação. Hoje todas as leis são disponibilizadas
digitalmente em sites do governo. Para Legislação Federal no link a
seguir poderá ser utilizado, pois nele é possível consultar as leis do país
que remete a uma base de dados com os textos digitais.
As Leis estaduais e municipais podem ser consultadas no site do
governo estadual de cada estado e as leis municipais no site do
município. Para entender mais sobre as leis de uma maneira mais
simples, você pode acessar abaixo. A proposta do Politize-se é fazer
com que as pessoas se aproximem das leis a �m de compreendê-las e
ter consciência do modo como as regras são determinadas no convívio
social.
Até a próxima aula!
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https://www25.senado.leg.br/web/atividade/legislacao
https://www.politize.com.br/
03
A Educação na 
Constituição da 
República Federativa 
do Brasil
Caro(a) aluno(a), nesta aula analisaremos os artigos da Constituição Federal que
tratam da educação.
A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 1988, em um
contexto de promoção da democracia no país, que saía do domínio de um governo
militar. O Brasil já teve sete Constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988.
Todas elas estavam voltadas à forma de governo e as concepções de direito e dever
da época.
Estabelecer uma Constituição a um país é extremamente importante, pois trata-se de
um conjunto de acordos sociais que devem ser respeitados nas relações em
sociedade. Determinar que a educação é um direito de todos e é dever do Estado é
imprescindível, considerando que mesmo com uma determinação legal muitos
políticos que administram municípios, estados e até a federação procuram
alternativas para não cumprir as determinações ou fazê-las minimamente.
A Constituição (BRASIL, 1988) trata de muitos assuntos, como:
Título I - Dos Princípios Fundamentais
Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Título III - Da Organização do Estado
Título IV - Da Organização dos Poderes
Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Título VI - Da Tributação e do Orçamento
Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira
Título VIII - Da Ordem Social
Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais
Embora todos os títulos sejam importantes para todos os cidadãos brasileiros, no
contexto deste estudo serão tratados os artigos que se referem à educação.
No Capítulo II, dos Direitos Sociais, da Constituição Federal de 1988, art. 6º, está
estabelecido que:
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (EC no 26/2000, EC no 64/2010 e EC no 90/2015) (BRASIL, 1988).
A educação é um dos direitos sociais do indivíduo.
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No Capítulo III, a Educação, da Cultura e do Desporto, SEÇÃO I, Da Educação, dos
artigos 205 a 214 trazem determinações sobre a educação, que é concebida como um
direito de todos.
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
quali�cação para o trabalho.
Educação
DIREITO de
todos.
DEVER do Estado e da família
promovida
e incentivadapela sociedade.
OBJETIVO:
- desenvolvimento da pessoa;
- preparo para o exercício da
cidadania;
- quali�cação para o trabalho.
No art. 206 da Constituição (BRASIL, 1988) são estabelecidos os princípios para o
ensino no Brasil:
1. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
2. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
3. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
4. gratuidade do ensino público em estabelecimentos o�ciais;
5. valorização dos pro�ssionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
53, de 2006);
6. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
7. garantia de padrão de qualidade;
8. piso salarial pro�ssional nacional para os pro�ssionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006);
22
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados
pro�ssionais da educação básica e sobre a �xação de prazo para a elaboração ou
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
Observe, no inciso I, que não basta ofertar a educação, é necessário prover condições
para o acesso e a permanência na escola, tendo em vista os problemas sociais,
econômicos, de mobilidade, entre outros.
Os incisos II, III, V e VIII estão relacionados aos professores, assegurando liberdade
para ensinar e aprender, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas,
valorização dos pro�ssionais da educação e piso salarial pro�ssional nacional. No
parágrafo único do artigo 206 é estabelecida a necessidade do plano de carreira aos
professores como incentivo para a permanência desse pro�ssional na carreira
docente.
Nos incisos IV e VII está determinada a oferta gratuita nos estabelecimentos o�ciais e
a necessidade de ter qualidade mínima nessa oferta.
O artigo 207 trata da autonomia das universidades que não é o cerne deste estudo.
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
1. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
2. progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
3. atendimento educacional especializado aos portadores de de�ciência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
4. educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
5. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
6. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
7. atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação
e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
23
     § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
        § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa       responsabilidade da autoridade competente.
      § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e             zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à
escola.
No art. 209 consta que tanto o setor público como o setor privado podem atuar na
oferta educacional no Brasil desde que respeitem as normas nacionais e seja
autorizada e avaliada pelo Poder Público.
O art. 210 estabelece a �xação dos conteúdos mínimos e faz considerações quanto à
língua materna e o ensino religioso como facultativo.
O art. 211 trata do regime de colaboração que deve existir entre o Governo Federal,
Estadual e Municipal na oferta educacional no país sendo que “Os Municípios atuarão
prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil(...) Os Estados e o
Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio”.
Quanto ao respaldo �nanceiro para a oferta da educação �ca estabelecido que
Art. 212 - A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
O Brasil possui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Pro�ssionais da Educação – FUNDEB que agrupa recursos de
impostos a serem aplicados na educação brasileira.
Fica estabelecido que os recursos públicos poderão ser destinados a instituições sem
�ns lucrativos.
Art. 213 - Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou �lantrópicas.
O artigo 213 estabelece a necessidade de prover o Plano Nacional de Educação a cada
dez anos de modo a traçar metas como:
24
1. erradicação do analfabetismo;
2. universalização do atendimento escolar;
3. melhoria da qualidade do ensino;
4. formação para o trabalho;
5. promoção humanística, cientí�ca e tecnológica do País;
6. estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59,
de 2009)
Fonte: Produzido pela autora.
Em relação à modalidade de ensino: Educação Especial, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional n.º 9.394/96 estabelece o atendimento educacional
especializado/serviço de apoio especializado a todos os alunos da Educação Básica
que têm necessidades especiais de aprendizagem.
Em 2015, com a Lei n.º 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência), foi estabelecida a obrigatoriedade do
Poder Público.
Art. 28 (...) assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e
avaliar:
1. sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o
aprendizado ao longo de toda a vida;
2. aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de
serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam
a inclusão plena;
3. projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para
atender às características dos estudantes com de�ciência e garantir o seu pleno
acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o
exercício de sua autonomia;
4. oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes
bilíngues e em escolas inclusivas.
Tal proposição política permite a ampliação do acesso à educação prezando pela
diversidade na oferta educacional. Tal legislação demonstra um amadurecimento e
ampliação da política em relação a legislações anteriores como o Decreto n.º 5.296 de
25
2 de dezembro de 2004, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de de�ciência ou com
mobilidade reduzida.
Quando houver alguma infração relacionada ao cumprimento de
direitos e não for solucionada junto ao órgão ou setor responsável,
qualquer cidadão poderá procurar a Defensoria Pública do Município a
�m de reivindicar judicialmente o cumprimento da Lei. A Defensoria é
uma assistência jurídica integral e gratuita prevista no artigo5º, inciso
LXXIV, da Constituição Federal.
Fonte: Produzido pela autora.
Educação Básica no Brasil: características
Gratuita Obrigatória
Dos 4 aos 17
anos
Direito público
subjetivo
Atendimento educacional
especializado
aos portadores de de�ciência
26
Acesse o link: Disponível aqui
Você tem acesso ao texto da Constituição Federal em sua íntegra no
link abaixo.
Saiba mais sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Pro�ssionais da Educação –
FUNDEB.
Até a próxima aula!
27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
04
A Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional 
N.º 9.394/96: Contexto 
Histórico de sua Proposição
Caro(a) aluno(a), nesta aula estudaremos o contexto de elaboração e aprovação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 regulamenta a educação
no Brasil desde a Educação Infantil até a Educação Superior, ou seja, traz
determinações sobre a educação escolar sistematizada.
O Brasil já teve três textos orientando o funcionamento da Educação no Brasil: o
primeiro em 1961, com a Lei n.º 4.024/61, depois a Lei n.º 5.692/1971 e, por último, a
Lei n.º 9.394/1996, que está vigente até os dias atuais.
Breve histórico da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96
A proposição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 não foi
tranquila, pelo contrário ocorreu cercada de con�itos. Havia uma série de discussões
sendo tecidas sobre a temática e a sua composição, frentes dúbias de trabalho e a sua
versão �nal não contemplou todas as discussões que estavam sendo realizadas.
Cunha e Xavier (2010) traçam um resgate histórico sobre a elaboração e proposição
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96.
Com a promulgação da nova Constituição, em  5 de outubro de 1988, teve
início o processo de tramitação, no Congresso ordinário, de um novo projeto
de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O primeiro substitutivo ao
projeto, apresentado pelo deputado Jorge Hage, do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB) da Bahia, com o apoio do Fórum, foi aprovado
pela Comissão de Educação no segundo semestre de 1990, mas só entrou na
ordem do dia em maio de 1991. Frente à quantidade excessiva de emendas
apresentadas durante esse período — no total, 1.263 — e diante da ameaça
de desvirtuamento do projeto, o Fórum promoveu várias manifestações em
prol de sua votação, destacando-se um ato público que reuniu cerca de dez
mil pessoas na rampa do Congresso Nacional, em junho de 1991. Em agosto,
o Fórum denunciou a alteração do conteúdo e do mérito das bases essenciais
do projeto proposta pelo relator Edvaldo Alves, do Partido Democrático Social
(PDS) de São Paulo. Os pontos mais polêmicos referiam-se à organização
geral do sistema nacional de educação, à posição das entidades
mantenedoras privadas e à composição do Conselho Nacional de Educação
(CUNHA, XAVIER, 2010, p. 7).
29
Houve uma expressiva participação na elaboração do Projeto de Lei para as Diretrizes
Curriculares da Educação, representada por pessoas e partidos políticos com
diferentes concepções de educação, que não eram harmônicas entre si.
Em abril de 1992, o Fórum organizou o seminário “LDB em tramitação:
impasses e perspectivas”, reunindo educadores, representantes de entidades
de todo o país e parlamentares de vários partidos, além de José Goldemberg,
ministro da Educação do governo do presidente Fernando Collor de Melo
(1990-1992). Contudo, a tramitação do projeto �cou praticamente paralisada.
(IDEM)
O processo de elaboração de uma Lei exige respeito aos diferentes olhares sobre um
mesmo tema e demanda tempo até que haja um consenso mais amplo sobre as
proposições acatadas.
Em 1º de dezembro, o plenário da Câmara aprovou, por acordo, o
substitutivo do projeto de Lei n.º 1.258/1988 (texto de Jorge Hage) e os três
pareceres das comissões técnicas, passando a ser apreciado o parecer da
Comissão de Educação. No entanto, foram apresentadas 1.275 emendas, em
torno das quais se processou nova rodada de negociações. (IBIDEM).
Observe que nesse Projeto Substitutivo, apresentado pelo Senador Darcy Ribeiro,
houve mais apresentações de emendas que no primeiro Projeto, o que indica que
estavam longe de um consenso.
Entre avanços, retrocessos, acordos e desacordos, o Projeto de Lei foi apresentado à
Câmara dos Deputados em 17 de dezembro de 1996, contendo 92 artigos e fora
votado e aprovado na Câmara.
Com a aprovação, uma série de críticas foram feitas em relação à circunstância da
aprovação do Projeto, em uma semana próxima ao Natal em que quase não há
frequência nos expedientes de Brasília. Entre as críticas fora apresentado o
argumento de que houve desprezo ao “projeto anterior, discutido durante anos com
entidades representativas da sociedade e objeto de consenso entre todos os partidos
políticos” (Ibidem), contudo, estava feito.
30
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional passou a ser composta pelos
seguintes conteúdos:
Título I – Da Educação
Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Título III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Título IV – Da Organização da Educação Nacional
Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capítulo I – Da Composição dos Níveis Escolares
Capítulo II – Da Educação Básica
Seção I – Das Disposições Gerais
Seção II – Da Educação Infantil
Seção III – Do Ensino Fundamental
Seção IV – Do Ensino Médio
Seção IV-A – Da Educação Pro�ssional Técnica de Nível Médio
Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos
Capítulo III – Da Educação Pro�ssional e Tecnológica
Capítulo IV – Da Educação Superior
Capítulo V – Da Educação Especial
Título VI – Dos Pro�ssionais da Educação
Título VII – Dos Recursos Financeiros
Título VIII – Das Disposições Gerais
31
Fonte: Produzido pela autora.
Título IX – Das Disposições Transitórias
Inicialmente, partes do texto foi incompreendido devido a termos com ampla
interpretação e alguns ideais desconhecidos que foram apresentados pelo propositor
do projeto aprovado, Senador Darcy Ribeiro, e dois meses após a aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 o senador faleceu, o que
inviabilizou a realização de consultas sobre as dúvidas contidas na Lei.
Diante da sua incompletude houve uma série de novas Leis para complementar ou
elucidar o que fora proposto.
Após mais de duas décadas da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n.º 9.396/94 muitas determinações nela contidas ainda não foram
cumpridas, em sua integralidade, entre elas:
32
O grande desa�o do Brasil é ofertar educação de qualidade a todos os
cidadãos brasileiros. Existem leis que regulamentam a oferta, mas a
existência das leis não basta, elas precisam ser efetivadas e, isso só
ocorrerá se houver o empenho de todos propondo melhorias nas leis,
acompanhando e cobrando o seu cumprimento.
Acesse o link: Disponível aqui Fonte: Senado Federal.
Você pode ter acesso à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
na íntegra no link a seguir.
Até a próxima aula!
33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
05
A Organização do Ensino 
no Brasil de acordo com a 
lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional N.º 
9.394/96
34
Fonte: Produzido pela autora.
Caro(a) aluno(a), nesta aula será apresentado o modo como o ensino está organizado
no Brasil.
A educação no Brasil está organizada em duas grandes áreas de formação:
35
Fonte: Ação Educativa Disponível aqui
Observe a �gura a seguir representando a educação no Brasil.
Observem que na organização da Educação no Brasil há distinção entre níveis de
etapas de Ensino e modalidades de Ensino:
36
http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/?p=1142_1
Fonte: Produzido pela autora.
Fonte: Produzido pela autora.
Níveis Etapas Modalidade
Educação Básica
Educação Infantil
Educação Pro�ssional
Educação de Jovens e Adultos
Educação do Campo
EducaçãoEspecial
Educação a Distância
Ensino Fundamental
Ensino Médio
Ensino/Educação Superior
Graduação
Pós-graduação
Educação Básica
A Educação Básica está dividida em 3 etapas de formação que também possui
subdivisões:
37
A Educação Básica tem o desa�o de ofertar a Educação Especial em todas as etapas
aos alunos com diferentes necessidades especiais de aprendizagem.
Outro desa�o à Educação Básica é a oferta da educação na Modalidade Jovens e
Adultos, visto que a escola tem gerado público para essa modalidade devido à
di�culdade de assegurar qualidade ao processo de ensino e aprendizagem.
Garantir e assegurar as especi�cidades na oferta educacional, no caso da educação
rural, indígena e quilombola, é permitir que haja a valorização da cultura e o apreço à
diversidade.
 Educação Superior
A Educação Superior é composta por duas etapas de formação:
Graduação
Cursos regulares (Bacharelado e Licenciatura)
Cursos Tecnológicos
Pós-graduação
Especialização (Lato sensu)
Mestrado e Doutorado (Stricto Sensu)
38
Título: Zeca Tonho - Entenda o Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e o
Custo Aluno-Qualidade (CAQ).
O Brasil possui dois indicadores de custo por aluno estabelecidos na
Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
 Custo Aluno Qualidade – CAQ
 Custo Aluno Qualidade Inicial –
CAQi
Para que o ensino tenha qualidade é importante que seja estabelecido
um valor adequado por aluno a ser investido pelo Poder Público
(Município, Estado e União).
Alguns critérios para a avaliação do custo são:
Alunos por turma;
Piso salarial do professor;
Infraestrutura;
Biblioteca;
39
Fonte: FNDE – 2019 Disponível aqui
Observe na tabela a seguir, que o custo por aluno anual tem um valor variável de
acordo com a realidade de cada estado, etapa de ensino e modalidade de ensino.
Acesse o link: Disponível aqui
O INEP disponibiliza todos os dados estatísticos sobre a Educação
Básica no Brasil (2018) traçando um panorama da oferta educacional
por região, estado, município, considerando as categorias: matrícula,
sexo, cor/raça, faixa etária em cada um dos níveis de ensino.
Fonte: INEP (2018).
Até a próxima aula!
40
https://www.fnde.gov.br/index.php/financiamento/fundeb/area-para-gestores/dados-estatisticos
http://inep.gov.br/sinopses-estatisticas-da-educacao-basica
06
A Educação Infantil na 
Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional 
N.º 9.394/96
Caro(a) aluno(a), nesta aula serão apresentadas as determinações da Educação
Infantil segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96,
independentemente se você irá ou não atuar na Educação Infantil é indispensável que
você conheça as proposições para essa etapa de ensino pensando na formação
integral do aluno. 
A Educação Infantil é a primeira etapa de formação escolar da Educação Básica. Sua
fundamentação legal tem origem na Constituição da República Federativa do Brasil
(BRASIL, 1988), documento em que foi estabelecido, pela primeira vez, a
obrigatoriedade do Estado na oferta da Educação Infantil, ou seja, foi determinado a
Educação Infantil como direito de todas as crianças.
Art. 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de: (EC n.º 14/96, EC n.º  53/2006 e EC n.º  59/2009):
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria;
[...]
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade;
Ao longo da História do Brasil, a Educação Infantil demorou para construir a sua
identidade, pois o seu surgimento nasce da necessidade de ofertar um lugar para as
mães deixarem as crianças, visto que com o processo de industrialização as mulheres
adentravam ao mercado de trabalho. O olhar para a Educação Infantil deveu-se ao
fato das reivindicações populares. A oferta estava relacionada à �lantropia, ora
representada pelo voluntariado da Igreja Católica, que buscava catequizar, através do
atendimento às crianças carentes, ora era ofertada pela organização de mulheres que
também tinham a preocupação de acolher as crianças, �lhos de operários. As
instalações dos espaços disponíveis para receber essas crianças eram precárias, sem
condições de higiene e alimentação limitada. O atendimento estava relacionado
estritamente ao cuidar nos moldes do que se concebia como cuidado naquela época.
O vínculo do Estado com a Educação Infantil assumindo o compromisso por sua
oferta e pela �scalização dessa modalidade de ensino foi tardio.
42
Atualmente é possível compreender que a Educação Infantil é a base da formação
escolar, nessa etapa de ensino as crianças têm variadas oportunidades de
aprendizagem que repercutirão nas demais etapas de formação do aluno.
A superação da concepção de que a Educação Infantil se destinava ao cuidado infantil
é substituída pela concepção de que o cuidar e o educar estão integrados e têm a
função de potencializar o desenvolvimento infantil envolvendo os aspectos da
integridade física, emocional, cognitiva, desenvolvimento de habilidades, entre outros.
É na Educação Infantil que são desenvolvidas as relações da criança com o seu meio,
conhecendo-o para uma atuação mais saudável, harmoniosa, criativa, sustentável,
além disso na Educação Infantil são construídas as concepções de lateralidade, de
percepções de grandezas, classi�cações, ou seja, o acesso da criança à Educação
Infantil amplia as oportunidades de desenvolvimento nas demais etapas de
escolarização.
A obrigatoriedade da oferta e frequência da Educação Infantil, aos 4 e 5 anos, por
meio da Emenda Constitucional n.º 59/2009, que altera o art. 208 da Constituição
Federal é recente:
I  - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria.
Mesmo diante desse avanço, as crianças de 0 a 3 anos �caram desassistidas e o
desa�o da oferta de vagas é uma realidade a ser superada, visto que a procura é
maior que as vagas ofertadas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 estabeleceu as
�nalidades da Educação Infantil:
Art. 29 - A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
�nalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação
da família e da comunidade.
43
Observe que a �nalidade da Educação Infantil consiste no:
Desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos,
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
A organização da Educação Infantil deve ser ofertada seguindo as seguintes
determinações:
Art. 30 - A educação infantil será oferecida em:
I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 (três) anos de
idade;
II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.
O termo pré-escola era entendido como uma etapa preparatória de uma formação
escolar que seria ofertada posteriormente e, mesmo com a mudança na concepção
da formação pré-escolar o texto da Lei manteve o termo pré-escola, porém em
alguns locais o termo utilizado para essa etapa pode variar como: Jardim de infância,
Infantil, entre outras.
O art. 31 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 traz
determinações do modo como a Educação Infantil deverá ser organizada de acordo
com as seguintes regras:
44
Fonte: Produzido pela autora.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009) estabelece
no art. 4º que nessa etapa de formação a criança deve ser concebida como:
... centro do planejamento curricular, (...) sujeito histórico e de direitos que,
nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e
a sociedade, produzindocultura.
45
Fonte: Disponível aqui
A Educação Infantil tem dois eixos norteadores para proposição de
oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento: a interação e a
brincadeira. O Ministério da Educação (MEC) disponibiliza uma
publicação: Brinquedos e Brincadeiras de Creche, con�ra no link
abaixo.
Este material contém muitas sugestões de brincadeiras com as
crianças, orientações sobre espaços e materiais adequados articulados
com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(BRASIL, 2009).
Acesse o link: Disponível aqui
Conheça mais sobre os direitos das crianças e dos adolescentes
estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Até a próxima aula!
46
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincadeiras_completa.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
07
O Ensino Fundamental na 
Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional 
N.º 9.394/96
Caro(a) aluno(a), nesta aula serão apresentadas determinações legais ao Ensino
Fundamental que o caracterizam.
O Ensino Fundamental por muito tempo foi considerado a etapa mais importante da
formação escolar, pois nele são ofertados o ensino da leitura e escrita, que amplia
uma série de oportunidades de desenvolvimento da criança e viabiliza o acesso ao
ensino sistematizado dos demais conhecimentos cientí�cos.
O grande desa�o dos anos iniciais do Ensino Fundamental consiste em alfabetizar
todos os alunos que por ele passam, uma vez que ler e escrever são habilidades
exigidas para a atuação no mercado de trabalho e proporciona a autonomia
necessária para os alunos atuarem em sociedade.
Historicamente, a etapa hoje conhecida como Ensino Fundamental já recebeu outras
nomenclaturas como Ensino Elementar, Ensino Primário e Ginasial, Ensino de
Primeiro Grau.
Segundo Oliveira (2007, p. 666), no �nal do século XX, o acesso ao ensino fundamental
obrigatório foi praticamente universalizado. Sobre essa conquista o autor destaca
que:
Ainda que com um atraso de quase um século em relação aos países
desenvolvidos, esta expansão, de evidente característica democratizadora,
confronta-se com uma perspectiva política de redução do investimento
público em educação, decorrente das opções macroeconômicas do ajuste
�scal e da geração de superávits primários (OLIVEIRA, 2007, p. 666).
O Ensino Fundamental era constituído de 8 anos, mas com a Lei n.º 11.114 de 2005,
sua duração foi ampliada para 9 anos, antecipando a entrada das crianças nessa
etapa de formação de 7 para 6 anos de idade. Com isso houve alteração na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96 que passou a conter a seguinte
determinação:
Art. 32 - O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade (...)
48
Foi estabelecido por objetivo no Ensino Fundamental a formação básica do cidadão,
mediante:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV –   o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (BRASIL,
1996).
A organização do Ensino Fundamental em desdobramentos da etapa de
aprendizagem é optativa. Algumas regiões dividem em anos iniciais e anos �nais do
Ensino Fundamental; ciclo I e ciclo II, entre outros.
Os sistemas de ensino poderão adotar a progressão nos anos de estudo por seriação,
ou seja, pode ser dado sequência ou interrompido anualmente o processo de
aprendizagem, ou pode ser adotado o regime de progressão continuada em que são
agrupados vários anos de aprendizagem para constatar a necessidade da
permanência ou avanço naquela etapa de ensino.
No artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96, foi
estabelecido que:
§ 3º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas
e processos próprios de aprendizagem.
Na mesma Lei (BRASIL, 1996) está determinado que:
§ 4º - O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações
emergenciais.
49
Observe algumas características do currículo do Ensino Fundamental
segundo o art. 32:
§ 5º - O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes,
tendo como diretriz a Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui
o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e
distribuição de material didático adequado.
§ 6º - O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema
transversal nos currículos do ensino fundamental.
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental,
assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§ 1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a
de�nição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas
para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
diferentes denominações religiosas, para a de�nição dos conteúdos do
ensino religioso.
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo
menos 4 (quatro) horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º - São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
alternativas de organização autorizadas nesta lei.
§ 2º - O ensino fundamental será ministrado progressivamente em
tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.
50
Fonte: Produzido pela autora.
Principais características do Ensino Fundamental
Obrigatório;
Presencial;
Duração de 9 anos;
Dividido em anos iniciais e anos �nais;
Pode ser seriado ou adotar a progressão continuada;
Deve ser ministrado em Língua Portuguesa ou língua materna no
caso das comunidades indígenas;
Ensino Religioso de matrícula facultativa.
51
Para trabalhar os conteúdos referentes à cultura indígena ou afro-
brasileira no Ensino Fundamental é importante o envolvimento com
essas culturas. Uma sugestão de abordagem prática na escola é
convidar associações, pessoas que defendem a causa para que
apontem quais são os avanços e desa�os que ainda faltam ser
superados.
A aproximação traz a oportunidade de conhecer para colocar-se no
lugar do outro, conhecer a sua história e a sua luta por a�rmação em
uma sociedade que insiste em desvalorizar o que ela julga ser fora do
padrão estético aceito socialmente.
Seguem algumas sugestões de abordagem.
1. Visita à aldeia;
2. Visita a museus (presenciais ou virtuais);
3. Roda de conversas com familiares dos alunos de etnia indígena ou
afro- descentes;
4 . Produção de uma exposição retratando a história das etnias que
compõem o Brasil, suas tensões e consequências, atualmente.
52
Acesse o link: Museu Afrobrasil Acervo Afrobrasil
Museu Afrobrasil
O Museu Afrobrasil tem uma plataforma digital que torna possível
consultar documentos, registros de imagem, obras de arte que
expressam vivências e representações.
Até a próxima aula!
53
http://www.museuafrobrasil.org.br/home
http://www.museuafrobrasil.org.br/acervo-digital
08
O Ensino Médio na Lei 
de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional N.º 
9.394/96
Caro(a) aluno(a), nesta aula serão apresentadas as determinações legais ao Ensino
Médio, alguns dados e a variação na formação no Ensino Médio.
O Ensino Médio nunca foi estabelecido como uma prioridade no Brasil, nem nos
quesitosde acessibilidade, tampouco no aspecto da qualidade da oferta dessa etapa
de ensino. A ausência de políticas voltadas ao Ensino Médio esteve relacionada a
desa�os primários como a alfabetização; havia um número signi�cativo de
analfabetos no Brasil, o que fazia com que as políticas educacionais fossem
concentradas no Ensino Fundamental.
O Ensino Médio por muito tempo foi considerado um privilégio a algumas classes
sociais, em razão das camadas populares ingressarem mais cedo no mercado de
trabalho contribuindo para a composição da renda familiar. O Ensino Médio já
recebeu as nomenclaturas de Ensino de segundo grau, Colegial e historicamente
possuía um caráter propedêutico, ou seja, consistia em uma formação mais genérica
buscando preparar os alunos para uma etapa posterior, rumo à Educação Superior,
que era a realidade de uma minoria.
Diante desse cenário, a oferta do Ensino Médio apresentava um contraste em relação
ao que se propunha a formar e ao que era necessário à maior parte dos alunos, que
ao concluírem os estudos iam para o mercado de trabalho desprovidos de uma
formação que lhes habilitasse para o exercício de uma pro�ssão especí�ca. A
expectativa do despreparo para a pro�ssão, a impossibilidade de adentrar na
Educação Superior, algumas intercorrências da vida dos alunos trabalhadores
levavam a repetências ou evasões.
Atualmente uma série de situações compromete a oferta do Ensino Médio, como a
situação do aluno trabalhador, o despreparo dos professores, a dinâmica das aulas, a
ausência de vagas próximo à residência do aluno, entre outras. Para que o ensino e a
aprendizagem com qualidade seja realidade, ainda há muitos con�itos a ser
superados.
Observe as principais leis que regulamentam o Ensino Médio:
55
Fonte: Produzido pela autora.
Principais Leis que regem o Ensino Médio no Brasil
1988 Constituição Federal.
1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
2009 Emenda Constitucional n.º 59 alterou o artigo 208 da Constituição Federal/88.
2017
Lei n.º 13.415 (institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de
Ensino Médio em Tempo Integral, entre outros).
2018
Resolução n.º 3, de 21 de novembro de 2018 (Atualiza as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio).
A Lei n.º 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e
estabeleceu uma mudança na estrutura do Ensino Médio, ampliando o tempo mínimo
do estudante na escola, de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022).
Embora existam muitas fragilidades nessa etapa de formação podemos compreender
que ela é um direito do adolescente/jovem e sua obrigatoriedade foi determinada
recentemente por meio da Emenda Constitucional n.º 59 ( BRASIL, 2009), que alterou
o artigo 208 da Constituição Federal (BRASIL, 2008) estendendo a obrigatoriedade do
ensino dos 4 aos 17 anos, contemplando a ampliação para parte da Educação  Infantil
e ao Ensino Médio, visto que o Ensino Fundamental já era obrigatório desde 1988.
Antes disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394/96 (BRASIL,
1996) regulamentava o Ensino Médio estabelecendo as suas características.
56
Art. 35 - O ensino médio, etapa �nal da educação básica, com
duração mínima de 3 (três) anos, terá como �nalidades:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz
de se adaptar com �exibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos cientí�co-tecnológicos
dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
prática, no ensino de cada disciplina.
Perceba que o Ensino Médio tem muitas �nalidades como consolidar e
aprofundar o que já foi estudado, preparar para o trabalho,
cidadania, aprimorar o aluno enquanto ser humano relacionado à
ética, autonomia e criticidade e, por �m, relacionar teoria e prática
no contexto das disciplinas.
Observe a seguir determinações contidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n.º 9.394/96 quanto ao currículo estabelecido ao Ensino Médio:
Art. 36 - O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste
capítulo e as seguintes diretrizes:
I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
signi�cado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de
57
transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da
cidadania (grifo do autor).
Percebe-se uma preocupação em articular o currículo ao contexto em que a
sociedade está vivendo por meio da exploração da tecnologia e da comunicação.
Ainda, no art. 36, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96
(BRASIL, 1996), foram estabelecidas as orientações quanto ao modo como o ensino
deve ser ministrado.
II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa
dos estudantes.
Trata-se de uma metodologia que permita ao aluno atuar como protagonista, que
possa manifestar-se e participar do processo de ensino-aprendizagem de maneira
ativa.
Quanto à língua estrangeira, a mais comumente ofertada nas escolas é a língua
inglesa, sendo que a legislação não a estabelece como padrão, podendo ser ofertada
uma outra língua.
Art. 36
(...)
III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
optativo, dentro das disponibilidades da instituição (BRASIL, 1996).
É difícil deparar-se com a oferta de uma segunda língua estrangeira, especialmente no
setor público, o caráter não obrigatório de sua oferta contribui para isso.
§ 1º - Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão
organizados de tal forma que ao �nal do ensino médio o educando
demonstre:
I – domínio dos princípios cientí�cos e tecnológicos que presidem a produção
moderna;
II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
58
Fonte: INEP (BRASIL, 2018).
III – (Revogado);
§ 2º - (Revogado);
§ 3º - Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos;
§ 4º - (Revogado).
Entre os maiores desa�os do Ensino Médio estão a evasão escolar, apesar da
obrigatoriedade, falta de professores com formação especí�ca na disciplina que
ministram, melhoria da qualidade do ensino.
A evasão escolar pode estar relacionada a muitos fatores como jornada dupla do
aluno (trabalho e estudo), estratégia de ensino.
De acordo como o INEP (2018), havia 7.709.929 alunos matriculados no Ensino Médio
sendo que desses, 1.903.230 alunos estavam matriculados na Educação
Pro�ssionalizante, ou seja, desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional n.º 9.394/96, houve o crescimento gradual da variedade no modo
como o Ensino Médio é ofertado. Acompanhe a seguir, as variações da oferta e o
número de alunos matriculados:
59
A conclusão do Ensino Médio é também o encerramento da formação na Educação
Básica, o aluno completará no mínimo 14 anos de formação. O Brasil avalia o Ensino
Médio por meio do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.
Segundo o INEP (2018), o ENEM proporciona:
Acesso à Educação Superior: Sisu, Prouni, instituições internacionais.
Acesso a �nanciamento e apoio estudantil: Fies e Prouni.
Autoavaliação.
Desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.
Converse com os seus familiares ou pessoas próximas sobre as opções
de formação no Nível médio de ensino, ou Colegial, ou ensino de
Segundo Grau.
Você perceberá que não havia tantas opções de formação nessa etapa
de ensino. Existia a formação regular e o curso de Magistério ou
Normal. Muitos cursos técnicos que hoje foram incorporados ao Ensino
Médio eram caracterizados como cursos livres.
Acesse o link: Disponível aqui
Conheçaem números a realidade da formação no nível médio do
Brasil.
60
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/no-brasil-mais-da-metade-da-populacao-adulta-nao-tem-ensino-medio/
09
A Formação dos Profissionais 
da Educação prevista na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional N.º 9.394/96
Caro(a) aluno(a), nesta aula abordaremos a temática da formação dos pro�ssionais da
educação prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º   9.394/96.
Nesta Lei, são caracterizados os pro�ssionais da educação.
Art. 61 - Consideram-se pro�ssionais da educação escolar básica os que, nela estando
em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com
habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e
orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado
nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou
superior em área pedagógica ou a�m;
IV – pro�ssionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas
de ensino, para ministrar conteúdos de áreas a�ns à sua formação ou
experiência pro�ssional, atestados por titulação especí�ca ou prática de
ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das
corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender
ao inciso V do caput do art. 36; e
V – pro�ssionais graduados que tenham feito complementação pedagógica,
conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2019).
62
Fonte: Produzido pela autora.
Uma das garantias para uma atuação de qualidade na educação é a formação
docente. É importante destacar que se a infraestrutura escolar fosse a ideal, o salário
satisfatório, as condições de trabalho adequadas, a comunidade escolar participativa
e os pro�ssionais da educação fossem malformados e despreparados para o exercício
do ofício, o quesito qualidade estaria comprometido. Por um lado, compreende-se
que não se faz educação com qualidade apenas com pro�ssionais bem formados,
mas tampouco sem o pro�ssional despreparado para lidar com a ausência de
recursos, infraestrutura inadequada, entre outras situações desa�adoras que a
educação apresenta.
Ainda, no art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96, �cam
estabelecidos os fundamentos para a formação dos pro�ssionais da educação.
Parágrafo único. A formação dos pro�ssionais da educação, de modo a
atender às especi�cidades do exercício de suas atividades, bem como aos
objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como
fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos
fundamentos cientí�cos e sociais de suas competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e
capacitação em serviço;
63
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições
de ensino e em outras atividades.
Desse modo, �cam estabelecidos como fundamentos à formação docente:
A formação de professores pode ocorrer tanto no Ensino Médio por meio do curso
Normal ou no Nível superior por meio dos cursos de licenciatura. Desse modo, a
formação docente con�gura-se do seguinte modo:
64
Fonte: Produzido pela autora.
Formação
de Professores
Ensino Médio Educação Superior
Curso Normal Cursos de Licenciatura
 
 
Pedagogia
Letras
Matemática
História
Geogra�a
Ciências
Educação Física
Arte...
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96, �ca
estabelecido:
Art. 62 - A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco
primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade normal (BRASIL, 2019).
Em relação à responsabilidade administrativa e �nanceira pela formação inicial e
continuada dos professores, �ca estabelecido no art. 62 da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional que:
§ 1º - A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de
colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a
capacitação dos pro�ssionais de magistério.
65
Fonte: Produzido pela autora.
Ficou estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que deve ser
criado um programa institucional de bolsa de iniciação à docência.
Poderá, ainda, ser estabelecida nota mínima em exame nacional aplicado aos
concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de
graduação para formação de docentes. Sendo assim, no caso dessa medida, há um
fator preocupante, pois quando se estabelece o �ltro de uma nota mínima para poder
ser professor é importante destacar que há um dé�cit de professores para atuar na
educação. Por outro lado, é importante que os pro�ssionais que atuarão na docência
tenham qualidade na formação.
A maneira mais adequada de proporcionar o aumento da qualidade do aluno para ser
professor é estabelecer políticas para a ampliação da qualidade na Educação Básica
como um todo e, diante disso, qualquer aluno que tivesse a intenção de ser professor
poderia sê-lo por meio de uma política de inclusão e não de exclusão como o �ltro
com nota de corte.
Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base
Nacional Comum Curricular. (BRASIL, 2019)
Fonte: Produzido pela autora.
66
A Formação continuada de professores é indispensável para lidar com as
transformações que ocorrem no mundo do conhecimento. Essa formação pode
ocorrer no próprio local de trabalho ou em outras instituições educacionais.
No art. 63 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu-se a criação
de institutos superiores de educação com a �nalidade de manter cursos formadores
de pro�ssionais para a educação básica, programas de formação pedagógica
para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à
educação básica e programas de educação continuada para os pro�ssionais de
educação dos diversos níveis. A novidade então estaria não só na criação dos
institutos, que nem teve muita adesão, mas na possibilidade de complementar a
formação de bacharéis possibilitando que se tornem habilitados para a docência.
Fica estabelecido que:
Art. 64 - A formação de pro�ssionais de educação para administração,
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
formação, a base comum nacional (BRASIL, 2019).
Para assumir cargo de diretor de escola, supervisor de ensino, entre outras atuações
administrativas e pedagógicas para além da docência, o curso que habilita é
Pedagogia ou cursos em educação em nível de pós-graduação.
A formação docente para atuar na Educação Básica deverá incluir carga
horária de prática de ensino por meio dos estágios.
A exigência de formação mínima para ministrar aulas na educação superior é o curso
de especialização em nível de pós-graduação.
Art. 66 - A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em
nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e
doutorado. Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade
com curso de doutorado em área a�m, poderá suprir a exigência de título
acadêmico.
67
No art. 67 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, �ca estabelecido que os
estatutos e dos planos de carreira do magistério público devem determinar o ingresso
de professores exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
  aperfeiçoamento pro�ssional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para esse �m;   piso salarial pro�ssional; progressão funcional baseada
na titulação ou habilitação, e naavaliação do desempenho; período reservado a
estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; condições
adequadas de trabalho.
Acesse o link: Disponível aqui
Vídeo: Formação de Professores |Educação: Novos Rumos #9
O vídeo traz um debate interessante sobre a formação de professores.
Participam do debate: Cesar Callegari, sociólogo e ex-membro do
Conselho Nacional de Educação; Guiomar Namo de Mello, pedagoga e
educadora; Lisete Arelaro, professora da Faculdade de Educação USP; e
Luís Carlos de Menezes, professor do Instituto de Física USP.
68
https://www.youtube.com/watch?v=l7L5rve1IEA
10
Determinações do 
Estatuto da Criança e 
do Adolescente - Lei 
N.º 8.069/ 1990
Caro(a) aluno(a), nesta aula serão discutidas as determinações contidas no Estatuto
da Criança e do Adolescente.
1. Condutas antes do Estatuto da Criança e do Adolescente
Em um país onde a situação econômica e social é tão diversa, o trabalho infantil era
incentivado para �ns de aumentar a renda familiar e, se por um lado amenizava a
questão da renda por outro comprometia o desenvolvimento físico e intelectual da
criança que passava a ter menos tempo para ser criança e para desenvolver-se.
Outros comportamentos de violência física e emocional contra a criança eram
tolerados socialmente, especialmente quando esses atos partiam da família da
criança que eram justi�cados como ato disciplinar para educar e corrigir a criança.
Em outros períodos históricos os professores tinham uma atuação mais incisiva no
ensino e no trato com os alunos sendo toleradas até mesmo agressões físicas durante
o processo de ensino e aprendizagem. Pessoas mais velhas relatam o uso da
palmatória, castigos de joelho sobre o milho, atrás das portas, �car em pé do lado de
fora da sala de aula etc.
2. Condutas adequadas após o Estatuto da Criança e do Adolescente
Estudar o estatuto da criança e do adolescente é relevante, pois a Lei trata dos modos
como as pessoas devem relacionar-se com as crianças e os adolescentes. O Estatuto
da Criança e do Adolescente está contido na Lei n.º 8.069/ 1990.
O Estatuto da criança e do adolescente vem rea�rmar o que a Constituição estabelece
como direito no artigo 227:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à pro�ssionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010) (BRASIL, 1988).
70
Fonte: Brasil (1988).
DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
à vida,
à saúde,
à alimentação,
à educação,
ao lazer,
à pro�ssionalização,
à cultura,
à dignidade,
ao respeito,
à liberdade e
à convivência familiar e comunitária,
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
Com o estatuto da criança e do adolescente conduta de agressão física ou emocional
não são mais toleradas, inclusive con�gura-se como crime contra a criança ou
adolescente.
O professor deve desenvolver equilíbrio emocional para lidar com as di�culdades
advindas do relacionamento com os alunos estabelecendo uma convivência de
respeito mútuo entre as partes envolvidas no processo de ensino-aprendizagem.
O processo de ensino e aprendizagem demanda uma relação muito próxima do
professor com os alunos e dos alunos com os próprios alunos e demais
colaboradores da escola. Todas as orientações para aprendizagem, para convivência,
71
desenvolvimento de competências e habilidades devem respeitar a criança e 
adolescente como cidadãos de direito tendo resguardados os direitos com respeito à
dignidade sem que haja constrangimentos ou exposições.
O artigo 53 do estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que:
Art. 53 -  A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
quali�cação para o trabalho, assegurando-se lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo--
se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma
etapa ou ciclo de ensino da educação básica.  (Redação dada pela Lei nº
13.845, de 2019);
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da de�nição das propostas educacionais.
Observe no Inciso II, que a criança e o adolescente têm o “direito de ser respeitado
por seus educadores” e esse direito não está condicionado ao comportamento da
criança e do adolescente ou qualquer outra situação,
Art. 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais.
Ultimamente alguns alunos têm extrapolado o limite do comportamento adequado
na escola, mas não é uma justi�cativa para cometer atos de violência com a criança e
adolescente, nesse caso, a maturidade do professor, a inteligência emocional devem
ser utilizadas a �m de solucionar o problema de maneira pací�ca e pro�ssional.
72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13845.htm#art2
Infelizmente, há muitas práticas que desrespeitam os direitos da
criança e do adolescente. A responsabilidade por fazer com que os
direitos sejam cumpridos é de todos, pois em alguns casos a própria
família assume uma postura de desrespeito e por esse motivo existem
os órgãos públicos responsáveis por acompanhar qualquer
irregularidade que desrespeite os direitos das crianças e dos
adolescentes como:
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;
Conselho Tutelar;
Vara da Infância e da Juventude;
Disque 100.
73
Acesse o link: Disponível aqui
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente -
CONANDA -�scaliza o cumprimento da legislação que assegura os
direitos humanos de meninos e meninas.
Conheça mais sobre as atribuições do Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente.
74
https://www.direitosdacrianca.gov.br/conanda
11
Proposições da Base 
Nacional Comum 
Curricular para a 
Educação Infantil
Sobre a Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular para a Educação Básica 
é um documento de caráter normativo que de�ne o conjunto orgânico e
progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de
modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento (...) (BRASIL, 2018, p. 7).
O documento traz uma série de orientações à Educação Básica como um todo,
incluindo a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A proposição da
Base Nacional Comum Curricular tem a intenção de superar a fragmentação das
políticas educacionais vigentes no Brasil.
A Base Nacional Comum Curricular estabelece as aprendizagens essenciais tendo em
vista o desenvolvimento de dez competências.
COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática
e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a re�exão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) combase nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversi�cadas da produção artístico-
cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e cientí�ca, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
76
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, signi�cativa, re�exiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica
e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações con�áveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de con�itos e a cooperação, fazendo--
se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, �exibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Fonte: BRASIL (2018, p.10).
São competências que são construídas a partir da Educação Infantil e vão sendo
ampliadas no decorrer dos anos de escolarização. Essas competências não estão
estritamente relacionadas a saberes cientí�cos, ou restrito a conhecimentos
escolares, mas incluem conhecimentos e habilidades necessários para atuação em
todos os espaços sociais, considerando o indivíduo de maneira integral e a sua
convivência em sociedade.
77
A Educação Infantil na Base Nacional Comum
Curricular
Na Base Nacional Comum Curricular foram determinados seis direitos de
aprendizagem e desenvolvimento à criança que possam construir signi�cados sobre
si, os outros e o mundo social e natural. São eles: direitos de conviver, brincar,
participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. Observe a seguir:
DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,
utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversi�cando seu
acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da
gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização
das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo
uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.
Fonte: Brasil (2018, p. 38).
78
Os direitos de aprendizagem asseguram que deve ser ofertada à criança todos os
tipos de experiências, entrando em contato com diferentes materiais e espaços a �m
de construir conceitos sobre o que compõe o seu meio.
A Base Nacional Curricular estabelece que deva haver intencionalidade nas práticas
pedagógicas exercidas na Educação Infantil. Tal intencionalidade deve contemplar os
campos de experiências na construção do conhecimento.
Fonte: Produzido pela autora.
Campos de experiências
79
Observe mais detalhadamente o que deve ser abordado em cada
campo de experiência.
Campos de experiências
O eu, o outro e
o nós
É na interação com os pares e com adultos que as
crianças vão constituindo um modo próprio de agir,
sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros
modos de vida, pessoas diferentes, com outros
pontos de vista.
Corpo, gestos e
movimentos
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos,
movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados
ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o
mundo, o espaço 41 EDUCAÇÃO INFANTIL e os
objetos do seu entorno, estabelecem relações,
expressam-se, brincam e produzem conhecimentos
sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e
cultural, tornando-se progressivamente conscientes
dessa corporeidade.
Traços, sons,
cores e formas
Conviver com diferentes manifestações artísticas,
culturais e cientí�cas, locais e universais, no cotidiano
da instituição escolar, possibilita às crianças, por
meio de experiências diversi�cadas, vivenciar
diversas formas de expressão e linguagens, como as
artes visuais (pintura, modelagem, colagem,
fotogra�a, etc.), a música, o teatro, a dança e o
audiovisual, entre outras.
Escuta, fala,
pensamento e
imaginação
Promover experiências nas quais as crianças possam
falar e ouvir, potencializando sua participação na
cultura oral, pois é na escuta de histórias, na
participação em conversas, nas descrições, nas
narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e
nas implicações com as múltiplas linguagens que a
criança se constitui ativamente como sujeito singular
e pertencente a um grupo social.
Espaços,
tempos,
quantidades,
relações e
transformações
Promover experiências nas quais as crianças possam
fazer observações, manipular objetos, investigar e
explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar
fontes de informação para buscar respostas às suas
curiosidades e indagações.
80
Acesse: Disponível aqui
O Ministério da Educação propõe um caderno de práticas com relatos
de educadores expondo sobre Projetos realizados, ideias e métodos
utilizados.
Acesse o link: Disponível aqui
Conecte-se à etapa da Educação Infantil na Base Nacional Comum
Curricular e faça a leitura do documento na íntegra. Nele, você poderá
ter os detalhes da proposta para cada uma das etapas da Educação
Básica.
81
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil
12
Proposições da Base 
Nacional Comum Curricular 
para o Ensino Fundamental
Proposições da Base Nacional Comum
Curricular

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