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Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina 
ARTRITES IDIOPÁTICAS 
Doenças sistêmicas, de origem desconhecida, 
cuja principal manifestação clínica envolve o 
dano articular. 
ARTRITE REUMATOIDE 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
Prevalência em torno de 1% no Brasil, com 
predomínio de mulheres (3:1), em torno dos 25-
55 anos. 
Fatores de risco envolvem história familiar (HLA-
DR4) e tabagismo. 
➢ PATOGÊNESE: 
É uma doença idiopática, contudo, o 
acometimento articular parte de uma sinovite 
(inflamação de membrana sinovial) que evolui 
para destruição articular (história natural da 
doença). 
OBS – Articulações sinoviais 
São aquelas em que a superfície óssea é 
recoberta por uma cartilagem articular 
(geralmente articulações entre ossos longos) e 
que são unidas por ligamentos e revestidas por 
uma membrana chamada membrana sinovial. 
 
➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
Caracteriza-se por uma poliartrite simétrica que 
envolve principalmente pequenas articulações 
periféricas, como as das mãos, punhos e pés. 
Os sinais e sintomas envolvem: 
• Rigidez matinal > 30min - 1h 
• Poupa articulações interfalangianas 
distais 
• Deformidades articulares como: desvio 
ulnar dos dedos, dedo em pescoço de 
cisne, dedo em abotuadura 
 
 
• Punho em dorso de camelo 
• Síndrome do túnel do carpo: a 
deformidade articular pode levar à 
compressão do nervo mediano 
OBS – Acometimento axial 
Normalmente a artrite reumatoide poupa o eixo 
axial, mas pode acometer coluna cervical. 
Quando existe artrite muito importante entre C1 
e C2, pode provocar subluxação atlantoaxial e 
levar à compressão medular, a qual ainda pode 
evoluir para óbito. 
• Manifestações dermatológicas: nódulos 
subcutâneos, vasculites (quadros graves 
evoluem para necrose de extremidades) 
Beatriz Cunta – Turma 2024 @biaemedicina 
• Manifestações oftalmológicas: síndrome 
de Sjögren pode acompanhar a AR; 
episclerite; escleromalácia perfurante. 
• Manifestações pulmonares: derrame 
pleural (exsudato; glicose < 25mg/dL); 
nódulos reumatoides; síndrome de 
Caplan (pneumoconioses + nódulos + AR) 
• Manifestações cardíacas: pericardite, 
aterosclerose acelerada. 
• Outras: mononeurite múltipla, 
amiloidose, cisto de Baker, Síndrome de 
Felty (neutropenia + esplenomegalia) 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
Os critérios diagnósticos são: 
Duração 
< 6 semanas 0 
≥ 6 semanas 1 
Envolvimento 
articular 
1 grande articulações 0 
2-10 grandes articulações 1 
1-3 articulações pequenas 2 
4-10 articulações pequenas 3 
> 10 articulações 5 
Sorologia 
FR e anti-CCP (-) 0 
FR ou anti-CCP (+) 2 ou 3 
Marcadores 
Inflamatórios 
VHS e PCR normais 0 
VHS ou PCR elevada 1 
Para estabelecer diagnóstico, são necessários 6 
ou mais pontos. 
➔ Anticorpos na Artrite Reumatoide: 
Estão presentes em 70-80% dos casos de Artrite 
Reumatoide. 
• Fator reumatoide: menos específico 
• Anti-CCP: mais específico 
 
➢ TRATAMENTO: 
O objetivo é a remissão da doença, é realizado 
com drogas sintomáticas (AINEs e/ou 
corticoides) e DARMDs (drogas antirreumáticas 
modificadoras de doenças). 
➔ DARMDs convencionais: 
• Metotrexate: droga de escolha, com dose 
de 7,5mg, 1x/semana. 
• Leflunomida: pode provocar muita 
diarreia 
• Hidroxicloroquina: provoca toxicidade 
retiniana, e o paciente deve fazer 
acompanhamento com oftalmologista 
• Sulfassalazina: pode causar 
agranulocitose, leucopenia, pode causar 
crises hemolíticas em pacientes com 
deficiência de G6PD. 
OBS – Mecanismo de ação do Metotrexate: ele 
inibe a enzima di-hidrofolato redutase, então sua 
administração deve ser concomitante à 
reposição de ácido fólico. 
➔ DARMDs biológicas: 
• Infliximabe: inibidor de TNF 
• Adalimumabe: inibidor de TNF 
• Etarnecept: inibidor de TNF 
• Rituximabe: anti-CD20 
OBS – Reativação de tuberculose e hepatite B em 
pacientes com uso de biológicos. Por isso é 
importante realizar o rastreio dessas doenças 
antes de iniciar a terapia.