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s e r i e '
Q U ESTÕ ES
COM ENTADAS
Vítor Cruz
C o o r d e n a ç ã o 
Vicente Paulo 
Marcelo Alexandrino
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METODO
S Ã O PAULO
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Marcelo
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Capa: Rafael Molotievschi 
Coordenador Editorial: Leandro Cadenas Prado
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C965d
Cruz, Vítor, 1948-
Direito constitucional, FGV : questões comentadas e organizadas por assunto / Vítor 
Cruz ; coordenação {da série] Vicente Paulo, Marcel o Alexandrino. - Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo : MÉTODO, 2010.
(Questões comentadas)
Inciui bibliografia 
ISBN 978-85-309-3375-3
1. Direito constitucional. 2. Direito constituciona l - Problemas, questões, exercícios. 3. 
Serviço público - Brasil - Concursos. I. Fundação G etulio Vargas. II. Tituio. iíi. Série.
10-5583. CDU: 342(81)
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s im p le s m e n te r e so lv e r q u e s tõ e s é tê - la s c o m e n ta d a s , j á q u e a s s im o le i to r c o n s e ­
g u irá id en t if ica r c o m e x a t id ã o o s er ros e a c e r to s , a lé m d e adq u ir ir c o n h e c im e n to s 
a d ic io n a is so b re o te m a q u e p o d e m ser a lv o d e o u t ros q u es t io n a m e n to s fu tu ram en te . 
T u d o is s o é a in d a m a is im p o r ta n te q u a n d o tra tam os dà b a n ca o rg a n iza d o r a F u n d a çã o 
G e tu l io V argas - F G V - j á q u e e s ta p o s s u i u m a r ec o nh e c id a “ s in g u la r id a d e ” na 
a b o r d a g e m d e c e r to s a ssu n to s .
E sta ob ra , e n tã o , n a sc e c o m o o b je t iv o d e p repara r o ca n d id a to p a ra p en sa r 
c o n fo r m e a b an ca , en ra iza r o c o n h e c im e n to a d q u ir id o e , p o r q u e n ã o , adqu ir ir 
n o v o s c o n h e c im e n to s q u e se r ã o e x p o s to s n o s c o m e n tá rio s .
S U M Á R IO
1 - T e o r ia d a C o n s t i tu iç ã o e n o rm a s c o n s t i t u c io n a is...... .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. 9
2 - P r in c íp io s f u n d a m e n ta is ....... . .. . .. . . .. . . ..... . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . ... . .. . . .. . .. . . 21
3 - D ir e i to s e d e v e r e s in d iv id u a is e c o le t i v o s ...... .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . . 2 7
4 - D ir e i to s so c ia is , n a c io n a l id a d e , d ir e i to s p o l í tic o s e p a r t id os p o l í t i c o s...... 51
5 - O r ga n iz a ç ã o d o E s t a d o ...... . . . .. . . . . . . . . .. . . . . .. . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . .. . . . . .. . . . 59
5 .1 O r g a n iz a çã o p o lí t ic o - a d m in is t r a t iv a ...... . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . 5 9
5 .2 In te rv e n ç ã o , E s ta d o d e D e fe s a e E s ta d o d e S í t i o...... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 6 8
6 - A d m in is t r a ç ã o p ú b l ic a ...... . . . .. . . . . . . . . .. . . . . .. . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . .. . . . . .. . . . . . 75
7 - O r g a n iz a çã o d o s P o d e r e s ...... . . . .. . . . . . . . . .. . . .. . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . .. . . . . . . .. 81
7 .1 P o d e r E x e c u t iv o ...... . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. .. . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 81
7 .2 P o d e r L e g is la t i v o...... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . ... . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 8 2
7 .3 P r o c e ss o L e g is la t i v o ...... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . ... . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. 89
7 .4 F is c a l iz a ç ã o c o n tá b i l , f in a n c e ira e o r ç a m e n tá r ia ....... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 95
7 .5 P od er J u d ic iá r io .,.... . . . . . . .. . . . . . . .... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. 9 8
7 .6 F u n ç õ e s e s s e n c ia is à J u s t iç a ...... . .. . .. . .. . . ... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . ... 108
8 — C o n tr o le d e c o n s t i tu c io n a l id a d e ...... . .. . .. . .. ... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 111
9 - S is te m a T r ibu tá r io N a c io n a l ..... . . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . ... . .. . .. 121
1 0 - F i n a n ç a s p ú b l ic a s....... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .?..... . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . .. .. 127
11 - O rd em e c o n ô m ic a e f in a n c e ir a e o r d e m s o c ia l..... . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . . 131
B ib l io g r a f ia ...... .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . ... .. . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. ... . . .. . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 139
T E O R IA D A C O N S T IT U IÇ Ã O 
E N O R M A S C O N S T IT U C IO N A IS
ü (FGV/Fisc a! - SEFAZ-MS/2006) A respeito da “mutação constitu cional”, é 
correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente 
por meio da interpretação judicial.
d) não tem iugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser escrita 
e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.
| Tema atual e de grande relevância, a mutação constitucional é uma das formas de se 
lí mudar o texto da Constituição. Antes de adentrarmos especificamente nesta espécie de 
g alteração, iremos expor uma visão geral do assunto.
| A Constituição tem a sua origem na vontade do povo, que é o titular do chamado “Poder 
| Constituinte Originário” (PCO), que nada mais é do que o poder de fazer surgir uma 
| Constituição. Este PCO, de acordo com o positivismo aceito no Brasil, é um poder inicial, 
| ilimitado e incondicionado.
% A Constituição que se origina do exercício do PCO não pode ser estática,ela deve se 
I adequar a realidade social e, assim, ser alterada à medida que as mudanças decorrentes 
| do dinamismo da sociedade exigirem. Desta forma, surgem outros poderes que derivam 
| do PCO, os poderes constituintes derivados. Entre as espécies do poder constituinte 
| derivado, três delas tem o poder de alterar o texto constitucional:
l 1 - Poder Constituinte Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas cons-
| titucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de
J seu texto. Diz-se “formal”, pois altera-se efetivamente a forma, aquilo que está
| escrito. Ta! poder tem respaldo no art. 60 da Constituição.
| 2 - Poder Constituinte Derivado Revisor - É*o poder que havia sido instituído para
| se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir.
| Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada peia nova
Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder, então, manifestou-se 
| em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso aca-
£ bou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. O procedimento
if de revisão constitucional era um procedimento bem mais simples que a reforma
(vide CF, art. 3.°, ADCT).
DIREITO. CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV.
3 ~ Poder Constituinte Derivado Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder 
de se promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do 
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Eia se 
faz por meio das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. 
Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição, já que 
não altera a forma do texto, mas somente o modo de iníerpretá-io.
Baseado no exposto, analisemos cada assertiva:
Letra A - Errada. Essa seria a reforma constitucional e não a mutação constitucional. 
Letra B - Errada. A revisão constitucional é uma alteração formal do texto, porém de 
procedimento mais simples prevista na Constituição em seu art. 3 °, ADCT.
Letra C - Correta. Este é o conceito.
Letra D - Errada. A forma escrita e a rigidez constitucional não impedem a existência 
das mutações.
Letra E ~ Errada. O PCO é o poder de iniciar a nova ordem jurídica e não o de promover 
a sua mutação.
Gabarito: Letra C.
B (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constituci onal é:
a) o mesmo que reforma da constituição.
b) o mesmo que emenda da constituição.
c) o processo não formal de mudança de constituição flexível.
d) o processo não forma) de mudança de constituição rígida.
e) o processo formal de alteração do texto constitucional.
f Depois da explanação feita na questão anterior, temos essa questão apenas para fixar;
| Como vimos, a mutação constitucional é uma maneira de se alterar a substância da 
| Constituição sem que seja necessária a elaboração de uma emenda constitucional. Trata- 
| -se de um processo informal.
Só é plausível falarmos em “mudança formal” e “mudança informal" quando estamos diante 
de uma Constituição rígida, já que somente esta é que necessita de um procedimento 
especia! de alteração.
Gabarito: Letra D.
0 (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada1) O Poder Constituinte Esta­
dual é denominado de “derivado decorrente”, pois co nsiste na possibilidade 
que os Estados-membros têm de se auto-organizarem p or meio de suas 
respectivas constituições estaduais, sempre respeit ando as regras limitativas 
estabelecidas pela Constituição Federal.
| Vimos que o Poder Constituinte é dividido primeiramente em originário {criador da ordem
1 iurídica) e derivado (instituído pelo originário). O Poder Constituinte Derivado (PCD) possui 
basicamente 4 espécies: Reformador, Revisor, Difuso e Decorrente.
As 3 primeiras espécies já analisamos, faltou comentarmos a decorrente. O PCD decor- 
rente é o poder que os Estados-membros de nossa federação possuem para elaborar as
» Constituições Estaduais” e, assim, exercerem a sua prerrogativa de auto-organização.
' A d ap ta ção se f e z n ece ssá r ia para f in s d e sep a ração correta d o s tem as.
Çap. 1 - TEORiA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAÔ CONSTITUCIO NAIS
| Este poder é conferido por meio de duas normas constitucionais:
£
| 1 - Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e ieis que
p adotarem, observados os princípios desta Constituição.
li 2 - ADCT, art. 11 - Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará
| a Constituição do Estado, no prazo de 1 ano da promulgação da Constituição
| Federal, obedecidos os princípios desta.
| Gabarito: Correto.
□ (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à Constituição 
e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.
d) constitucional.
e) válida aíé revogação expressa por outra lei de igual estatura.
Na questão anterior, faiamos um pouco sobre o Poder Constituinte. Vimos que o po­
der constituinte originário dá início a uma nova ordem jurídica. O exercício do poder 
constituinte originário traz consigo duas conseqüências básicas: a revogação de todo 
!í: o ordenamento constitucional anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional 
| compatível materialmente.
| Analisemos cada uma dessas conseqüências:
'ê-
1 - Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior:
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição revoga com­
pletamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, não é aceita no Brasil 
a chamada "teoria da desconstitucionalização”. A teoria da desconstitucionatização defende 
| que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas 
| pela nova Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como
II se fossem ieis ordinárias.
| 2 - Recepção do ordenamento infraconstitucional c ompatível materialmente.
| Agora, não estamos falando mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com 
| status inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem 
1 compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e con- 
| tinuarão a viger, independentemente de sua forma.
| Ratificamos que, para que ocorra a recepção, basta analisar seu conteúdo material, pouco 
1 importando a forma. Por exemplo, o CTN (Lei n.° 5 .172/1966), criado como lei ordinária 
| em 1966, sob a vigência da CF de 1946, vigora até os dias de hoje, mas com status 
| de lei complementar, que -é a forma exigida para o tratamento da matéria tributária pela 
| CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma recepção parcial, 
f já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na CF/1988 e assim está revogado, 
| vigorando apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção 
| parcial é perfeitamente válida.
|I Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato que só 
| podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do advento da nova 
| constituição. Assim, normas anteriores já revogadas, anuiadas, ou ainda em vacatio iegis 
| (período normalmente de 45 dias entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada em 
| vigor) não poderão ser recepcionadas.
' DiREITO CONSTITUCIONAL - Questões c o m e n ta d a s FGV
| As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Nâo há o que 
| se falar em inconstitucionaíidade delas, pois, para que uma norma seja considerada in- 
| constitucional, ela já deve nascer com algum problema, aígum vício. Assim, não existe 
| no Brasil a tese da “inconstitucionaíidade superveniente", ou seja, se a lei não nasceu 
| com o vicio (inconstitucionaíidade congênita), nunca irá durante sua existência se tomar 
| inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.
Nova CF que 
proíbe a matéria "A”
Revogação - não se pode 
falar em inconstitucionaíidade 
superveniente.Para ser 
inconstitucional, tem que fazer a 
averiguação da compatibilidade 
em face da CF do momento 
em que foi criada.
i Assim, não há dúvidas de que a assertiva a ser marcada seria a letra B.
| Gabarito: Letra B.
@ (FGV/Fiscal-SEFAZ-MS/2006) Não constitui cláusula pétrea:
a) a forma federativa do Estado.
b) a separação de poderes.
c) os direitos e garantias individuais.
d) o voto secreto.
e) o sistema político.
| As cláusulas pétreas correspondem ao núcleo básico da Constituição, ou seja, aqueles 
| dispositivos que o legislador constituinte resolver proteger de forma especial para que não 
| pudessem ser expurgados do ordenamento jurídico.
j§ O nome cláusula pétrea (cláusula em pedra) é uma alusão ao povo antigo que talhava as 
| suas leis em pedra e, uma vez talhadas em pedra, não poderiam ser modificadas.
| Em nosso sistema jurídico, as cláusulas pétreas não podem, no entanto, ser consideradas 
| imutáveis, pois o STF tem admitido a sua alteração, desde que esta modificação tenha 
| o intuito de fortalecê-las. Assim, o que não se pode é abolir ou se quer reduzir aquilo 
| que está gravado como pétreo.
| As cláusulas pétreas são consideradas uma limitação material ao Poder Constituinte 
| Derivado.
| Existem duas espécies de cláusulas pétreas em nossa constituição: as expressas e as 
| implícitas.
As cláusulas expressas encontram-se no art. 60, § 4.°, da Constituição. Vejamos:
? CF, art. 60 § 4.° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
I a abolir:
CF que permite 
matéria “A”
Lei que trata da 
matéria ‘A ”
'' ■ Cap. 1 TEORIA DA; CONSTITUIÇÃO £ NORMAS: CONSTITUCI ONAIS 13
| / - a forma federativa de Estado;
| II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
| III ~ a separação dos Poderes;
f; IV — os direitos e garantias individuais.
|
| Entre as cláusulas pétreas implícitas, reconhecidas pela jurisprudência e doutrina, en- 
I contramos:
| - O povo como titular do poder constituinte;
;; * As cláusulas sobre a reforma constitucional dispostas no art. 60.
| Essa vedação à alteração do art. 60 é o que chamamos de proibição à “dupla revisão”, ou 
% seja, é vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as ma- 
| térias gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as cláusulas.
í Anaiisando a questão, vemos que, dentre as assertivas, somente o sistema político não 
| foi protegido. Todas as demais constituem cláusulas pétreas expressas no art. 60, § 4.°, 
| da Constituição. Cabe ainda ressaltar que, sobre o voto, não se pode modificar suas 
| qualidades de “direto, secreto, universal e periódico”, mas nada impede a modificação 
ij da sua qualidade de “obrigatório”, pois esta não foi protegida.
£ Gabarito: Letra E.
0 (FGV/Juiz Substituto - TJ MG/2008) Assinale a afi rmativa incorreta.
a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata.
b) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e limitada.
c) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que, desde a entrada em 
vigor da Constituição, produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais, 
relativos aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constitu­
cional, direta e normativamente, quis regular.
d) As normas constitucionais de eficácia contida são aqueias que apresentam aplicação 
indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre os interes­
ses, após uma normatividade ulterior que ihes desenvolva a aplicabilidade.
e) As normas constitucionais programáticas são de aplicação diferida e não de apli­
cação ou execução imediata.
1 A questão trata do assunto “eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais”. Existem 
| diversas doutrinas que classificam as normas constitucionais em diferentes grupos. As de 
| maior relevância para concursos e exames são a de José Afonso da Silva e a de Maria 
| Helena Diniz.
| José Afonso divide as normas em 3 grupos:
Eficácia Plena - Não necessitam de nenhuma ação do iegislador para que possam 
alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e imediata, pois independem 
de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena também 
não admitem que uma iei posterior venha a restringir o seu alcance. Ex.: Ninguém 
poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5.°, XX).
Eficácia Contida - É aquela norma que, embora não precise de qualquer regu­
lamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem aplicabiiidade
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
l; direta e imediata, não precisando de lei para mediar os seus efeitos poderá ver
| o seu alcance limitado peia superveniêncía de uma iei infraconstitucional. Enquanto
$ não editada essa lei, a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de
| forma plena, porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitu-
cional. Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
K às qualificações profissionais que a íei estabelecer (CF, art. 5.°, X ill).
| 3 - Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por meio de
t lei, não é capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada. Assim, dizemos que
| tem aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei
| para “mediar” a sua aplicação. É errado dizer que não possui força jurídica, ou que
é incapaz de gerar efeitos concretos, pois manifesta a intenção dos legisladores e é 
capaz de tornar normas posteriores inconstitucionais. Desta forma, sua aplicação é 
íí mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vincuiante) é imediata. Ex.:
| O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5.°, XXXIi).
I
| O prof. José Afonso da Silva ainda divide as normas de eficácia limitada em dois grupos:
S;
*
:í a) Normas de princípio programático - Sao aquefas que direcionam a atuação do
g Estado instituindo programas de governo.
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas um direcio- 
| namento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições
| ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as
| expressões “na forma da lei”, “nos termos da lei” , “a lei estabelecerá" etc. como
| meios de identificação destas normas.
I Maria Helena Diniz aborda o tema separando as normas em 4 q ix idq s :
ê
§ 1 - Eficácia absoluta ou supereficazes ~ Seriam as ciásulas pétreas (CF art. 60,
§ 4°), ou seja, as normas que não podem ser abolida s por emendas constitucio­
nais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de 
emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita
o uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar 
as cláusulas pétreas).
|| 2 - Eficácia plena - Eficácia plena de J.A. Silva.
% 3 - Eficácia relativa restringível - Eficácia contida de JA. Süva.
4 - Eficácia relativa complementável - Eficácia limitada de J.A. Silva.
Vamos, então, analisar separadamente cada assertiva:
Letra A ~ Correta. A assertiva é correta, pois traz a literaiidade de um dispositivo constitu­
cional que é encontrado no art. 5.°, § 1.°, da Cons tituição Federai. Importante é salientar 
que de forma alguma podemos dizer que, devido a este dispositivo, todas as normas 
que versem sobre direitos e garantias fundamentais possuem eficácia plena e contida. 
Não podemos dizer isso, pois existem diversas normas nesta relação que são de eficácia 
limitada, tendo, assim, a sua aplicabilidade mediata ou indireta. Desta forma, tal disposi- 
| ção constitucional consiste apenas em um apelo feito para que o Poder Público busque 
efetivamente concretizar tais normas.
% Letra B - Correta. A assertiva tratou da forma de classificação usada por José Afonso 
’• da Silva, que é a majoritária.
Letra C - Correta. Essa éa definição de norma de eficácia plena, conforme vimos an- 
8 teriormente.
. . Cap. 1 -TEO R IA DÁ CONSTITUIÇÃO E NORMAS'CONST|TUCÍÒ NAlS ; .
| Letra D - Errada. Essa seria a definição de norma de eficácia limitada. A norma de eficá- 
| cia contida possui a sua aplicabilidade imediata, direta, tais quais as normas de eficácia 
| piena, com a única diferença de serem passíveis de posterior restrição.
| Letra E - Correta. Tais normas são uma das subclassificações das normas de eficácia 
g limitada, possuindo, assim, aplicabilidade indireta. Diz-se que a sua aplicação é diferida, 
| pois não se dará imediatamente, mas no futuro, após a adoção de providências legislativas 
| e administrativas com o intuito de concretizá-las.
H Gabarito: Letra D.
B (FGV/Advogado-BESC/2004) A disposição do artigo 2 .° da Constituição Fe­
derai, segundo a qual “são poderes da União, indepe ndentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário ”, caracteriza norma de 
eficácia;
a) plena.
b) relativa.
c) absoiuta.
d) limitada.
e) contida.
| Na questão anterior, discorremos sobre as doutrinas acerca da “eficácia e aplicabilidade 
| das normas constitucionais”. Vimos que, embora a doutrina de José Afonso da Silva seja 
| a majoritária, também tem espaço em certames a doutrina de Maria Helena Diniz.
| Em um rápido passar de olhos sobre as assertivas, encontramos ali o termo “absoluta”. 
| O fato de este termo ali constar nos direciona à doutrina da professora Maria Helena 
| Diniz, a qual deverá prevalecer. Dizemos isso, pois o examinador deu indícios sobre qual 
| caminho seguir.
| Como, segundo o art. 60, § 4 °t da Constituição Federal, a norma que diz “são poderes 
| da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” 
| constitui uma “cláusula pétrea” (norma que não pode ser abolida da Constituição), estamos 
| diante de uma norma de eficácia absoluta ou supereficaz.
| Ainda que a banca não tenha expressado no enunciado qua! a doutrina a ser seguida, o 
| candidato deveria, pela especificidade, assinalar como correta a letra C.
| Gabarito: Letra C.
0 (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988 deve ser classificada c o m o :
a) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo
de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto á estabilidade.
b) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de 
elaboração; promulgada, quanto à origem; semifiexível, quanto à estabilidade.
c) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo
de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.
d) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo
de elaboração; outorgada, quanto à origem; semifiexível, quanto à estabilidade,
haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.
e) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo
de elaboração; promulgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.
Ü S DIREiTO CONSTITUCIONAL - Qu&síões comentadas - FGV
í: A questão versa sobre o assunto “Classificação das Constituições" e exige que o candidato 
% saiba quais as possíveis classificações doutrinárias das Constituições e em qual deias a 
| nossa Constituição de 1988 se enquadra.
| De uma forma geral (e resumida), podemos fazer a seguinte esquematização:
Critério Classificação No Brasil (Constituição de 1988)
Origem
Outorgada
Promulgada
Promulgada
Forma
Escrita
Escrita e Codificada
Não Escrita
Extensão
Sintética
Analítica
Analítica
Conteúdo
Formal
Formal
Material
Elaboração
Dogmática
Dogmática
Histórica
Alterabiiidade 
ou estabilidade
Flexível
Rígida (ou super-rígida)
Rígida
Semirrígida
Imutável
Finalidade
Dirigente
DirigenteGarantia
Balanço
Ideologia
Ortodoxa
Eclética
Eclética
I'
fc Vamos então analisar cada assertiva:
| Letra A - Errada. Nossa Constituição não é material (aqueia que se preocupa com a 
| matéria tratada) e sim formal (independe da matéria tratada); eia também não é histórica 
| (solidificada ao longo do tempo), mas dogmática (estrutura as ideias presentes em um 
| determinado momento da sociedade). Aiém disso, a nossa Constituição é rígida, só po- 
| dendo ser alterada por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e 
| não flexível, que é a Constituição alteráveí por simpies leis ordinárias.
| Letra B - Errada. O único erro é dizer que ela seria semifiexível, quanto à estabilidade, 
| quando na verdade seria rígida.
| Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituição não é histórica e nem outorgada (im- 
| posta), já que é dogmática e promulgada.
í; Letra D - Errada. Ela não é material, nem outorgada e nem semifiexível.
Letra E - Correta.
| Gabarito: Letra E.
Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCI ONAIS
§3 (FGV/Agente Tributário - SEFAZ-MS/2G06) Quanto à origem, as Constituições 
são:
a) rígidas e flexíveis.
b) escritas e analíticas.
c) escritas e democráticas.
d) democráticas e outorgadas.
e) democráticas e promulgadas.
| Depois de termos feito comentários mais analíticos na questão anterior, esta se mostra 
I mais fácil. Vejamos:
| Letra A - Errada. Rígidas e flexíveis são classificações quanto à estabilidade ou altera- 
| biiidade das Constituições.
| Letra B - Errada. Ser escrita é uma classificação quanto à forma, que pode ser escrita ou 
| não escrita. Ser analítica é uma classificação quanto à extensão. Uma constituição analítica 
| é uma constituição extensa que trata de diversas matérias, até mesmo de algumas que nem 
| precisavam estar na Constituição, como a nossa constituição de 1988. Uma Constituição 
| sintética seria o oposto de analítica, seria aqueta que trata somente de assuntos essenciais 
j§ a uma Constituição {basicamente, organização do Estado e direitos fundamentais - essa 
| delimitação do que é ou não essencial não possui consenso doutrinário).
| Letra D - Correto. A Constituição pode se originar da vontade do povo representado por 
| uma Assembleia Constituinte {sendo, assim, promulgada ou democrática), ou pode ser 
| imposta unilateralmente pelo governante, quando, então, será chamada de outorgada.
1 Letra E - Errado. Democráticas é sinônimo de promulgadas.
I Gabarito: Letra D.
m (FGV/Advogado - BADESC/2010) Considerando os crité rios de classificação 
das constituições quanto à sua o r ig e m , estabilidade e extensão, é correto 
afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:
a) promulgada, rígida e sintética.
b) outorgada, semirrígida e analítica.
c) promulgada, rígida e analítica.
d) outorgada, semirrígida e sintética.
e) promulgada, flexível e analítica.
| Quanto à origem, a constituição pode ser outorgada (imposta) ou promulgada (legitimada 
| pelo povo); a Constituição Brasileira de 1988 (CF/88) é promulgada. Quanto à estabilidade, 
| pode ser rígida, semirrígida ou flexível; a CF/88 é rígida (precisa de um procedimento 
| especial para ser alterada). Quanto à extensão, poderá ser analítica (extensa, detalhada) 
f ou sintética (possuindo somente assuntos essenciais); a CF/88 é analítica.
| Dessa forma, segundo os critérios pedidos pelo enunciado, a CF/88 é promulgada, rígida 
| e analítica.
| Gabarito: Letra C. *
EU (FGWProcurador - TCM-RJ/2008) É conseqüência da rigidez constitucional:
a) o princípio do Estado Democrático de Direito.
b) o principio da Supremacia da Constituição.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
c) a inalterabilidade do texto constitucional
d) o controle concentrado da constituição.
e) a presença, em seu texto, de normas fundamentais.
I A Constituição pode ser enxergada sob dois aspectos: o aspecto material e o aspecto 
| formai.
| Aspecto material ~ o importante é o conteúdo das normas (matéria). Basta uma norma
f tratar de um assunto constitucional(organização do Estado e limitação do poder Estatal),
| que será considerada constitucional.
| Aspecto formal - o que importa é unicamente a norma ser ou não ser declarada como 
;• Constituição, pouco importando seu conteúdo.
| O aspecto formal se apoia no conceito de rigidez constitucional, pois somente uma 
| constituição rígida é capaz de assegurar como “Constituição” normas que, em princípio, 
| estariam fora do contexto constitucional.
| Somente em constituições formais e rígidas é que podemos verificar o fenômeno 
f- da “supremacia da constituição”, já que, em constituições materiais e flexíveis, qual- 
| quer norma que tratasse de assunto essencialmente constitucional seria considerada 
| Constituição.
I Gabarito: Letra B.
SK (FGV/FÍscal-SEFAZ-RJ/2008) São elementos orgânic os da Constituição:
a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.
b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.
c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.
d) as forças armadas e a nacionalidade.
e) a segurança pública e a intervenção.
| A questão trata da classificação dos elementos da Constituição. O examinador quer extrair 
| do candidato o conhecimento sobre a doutrina do Prof. José Afonso da Siiva, que separa 
| as normas da constituições nos seguintes grupos de elementos:
| 1 - Orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Organizam a
| estruturação do Estado. Ex.: Título III - Da Organização do Estado; Título IV — Da
| organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças Armadas; Segurança
| pública; Tributação, Orçamento;
£ 2 - Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado, como os direitos e gatantias
| fundamentais (exceto os direitos sociais = eles são socíoideológícos);
| 3 - Socioideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, que protege
l a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas fazem parte de
S uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex.: Direitos Sociais, Título VII
| - Da Ordem Econômica e Financeira; Títuio VIII - Da Ordem Socia!;
| 4 - De Estabilização Constitucional: São os elementos que tratam da solução de
| conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições democrátitcas
|í como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de reforma, o estado
de sítio, estado de defesa e a intervenção federal;
p 5 - Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição, como o ADCT e
normas como o art. 5.°, § 1.°, - “As normas definidoras dos Direitos e Garantias 
f Fundamentais têm aplicação imediata1’.
Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NO RMAS CONSTITUCIONAIS
I Analisemos cada assertiva:
I a) a estruturação do Estado e os direitos fundame ntais.
| Errada. Embora a estruturação do Estado seja orgânica, os direitos fundamentais são
| iimitativos.
| b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.
| Correta. Ambos são orgânicos, pois organizam o Poder e o Estado.
| c) a tributação e o orçamento e os direitos socia is.
| Errada. Embora tributação e o orçamento sejam orgânicos, os direitos sociais são socio- 
| ideológicos.
| d) as forças armadas e a nacionalidade.
| Errada. Embora forças armadas sejam orgânicas, os direitos da nacionalidade são ümt- 
E tativos.
I
| e) a segurança pública e a intervenção.
p Errada, intervenção é elemento de estabilização constitucional, embora a segurança pú- 
| blica seja orgânica.
í Gabarito: Letra B.
GABARITO
1. C 5. E 9. D
2. D 6. D 10. C
3. Correto 7. C 11. B
4. B 8. E 12. 8
pr inc ípios f undament ais
ü (FGV/Polícla Legislativa - Senado Federal/2009) N ão é(são) fundamento(s) 
da República Federativa do Brasil:
a) pluralismo político. *
b) dignidade da pessoa humana.
c) valores sociais da livre iniciativa.
d) divisão dos Poderes do Estado.
e) valores sociais do trabalho.
| Os princípios fundamentais são a base da organização do Estado e do seu Poder Po- 
| lítico. São as normas básicas, são matrizes de onde derivam diversas outras ao longo 
| da Constituição.
| Em certames, é comum os examinadores cobrarem a iiteraiidade desses princípios que 
| se encontram dispostos nos artigos 1.° ao 4.° da Constituição. Desta forma, tão impor- 
I tante quanto saber a Iiteraiidade destes artigos é saber qual o nome dado pelo legislador 
| constituinte a cada uma das relações expostas. Vejamos:
d
1 Fundamentos da República Federativa do Brasil (CF. art. 1.°V
| / - a soberania;
| II ~ a cidadania;
| III ~ a dignidade da pessoa humana;
1 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
| V - o pluralismo político.
I Obietivos fundamentais da Reoublica Federativa do Brasil (CF. art. 3.°'):
| / construir uma sociedade livre, justa e solidária;
| II - garantir o desenvolvimento nacional;
| III - erradicar a pobreza e a margínalização e reduzir as desigualdades sociais e
| regionais;
| IV t- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
| quaisquer outras formas de discriminação.
I Princípios que reaem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais 
$ I - independência nacional;'
22 DIREITO CONSTITUCIONAL - Q u es tõ e s c o m en ta d a s - FGV
; II - prevalência dos direitos humanos;
| III - autodeterminação dos povos;
| IV - não intervenção;
fí V - igualdade entre os Estados;
| VI - defesa da paz;
£ VII - solução pacífica dos conflitos;
| VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
ií IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
li X - concessão de asilo político.
|
Qbietivo da República Federativa do Brasil no plano internacional (CF. a rt 4.°. parágrafo 
| único)
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
% cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino~ 
l -americana de nações.
1
£ Baseado no exposto, percebemos que, embora a assertiva "d traga a "divisão dos Po­
li deres do Estado”, que é um princípio fundamental exposto no art. 2.° da Constituição,
i tal princípio fundamental não consiste em um “fundamento da República Federativa do 
% Brasil” como elencado pelas demais assertivas.
I Gabarito: Letra D.
@ (FGV/Documentador- MEC/2009) Analise as afirmativas a seguir:
I. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, tal como previstos
no art. 3 ° da Constituição, uma sociedade livre, ju sta e solidária; garantir o desenvol­
vimento nacional; erradicar a pobreza e a marginaiização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre sí, o Legislativo, o Executivo,
o Judiciário e o Ministério Público.
lii. A Constituição prevê expressamente que a República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando 
à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Assinale:
a) se nenhuma alternativa estiver correta.
b) se todas as alternativas estiverem corretas.
c) se apenas as alternativas í e II estiverem corretas.
d) se apenas as alternativas II e líí estiverem corretas.
e) se apenas as alternativas i e iil estiverem corretas.
| Esta questão é de simples anáiise, vejamos:
s | - Correto. Estes são os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasii efen-
| cados pelo art. 3.° da Constituição:
I 11 - Errado. A Constituição de 1988 seguiu a doutrina da tripartição funcional do Poder
I Político e, assim, eiencou apenas 3 poderes: o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário.
. Cap. 2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
| Embora o Ministério Público seja uma instituição suí generís dotada de ampla autonomia, 
| considerada por muitos, na prática, como um quarto Poder, assim não o fez a Constituição 
| em seu art. 2.°.
| iii - Correto. Trata-se do que a doutrinaconsidera como um objetivo da República Fe- 
| derativa do Brasil no piano internacionai, encontrado expressamente na Constituição, em 
1 seu art. 4.°, parágrafo único).
£
8 Gabarito: Letra E.
0 (FGV/ACI-SAD-PE/2009) A respeito dos princípios q ue regem o Brasil nas 
suas relações internacionais, tal como disposto no art. 4.° da Constituição, 
assinale a afirmativa incorreta.
a) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.
b) Não concessão de asilo político.
c) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
d) Independência nacional.
e) Não intervenção.
| Questão literal, baseada no art. 4.° da Constitui ção, que elenca os seguintes princípios 
| para reger o Brasil nas relações internacionais:
| / - independência nacional;
| II - prevalência dos direitos humanos;
| /// - autodeterminação dos povos;
í4
% IV - não intervenção;
| V - igualdade entre os Estados;
| VI - defesa da paz;
| VII ~ solução pacífica dos conflitos;
% Vlíl - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
| IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
1 X - concessão de asilo político.
| Assim, errada a letra B, ao expor “não concessão de asilo político” , quando na verdade 
| o correto seria a concessão de asilo político.
S Gabarito: Letra B.
0 (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) O Brasil é uma repúbli ca, a indicar o governo
como:
a) sistema.
b) forma.
c) regime.
d) paradigma.
e) modelo.
| É comum as bancas examinadoras cobrarem a nomenclatura dos institutos escolhidos 
| para a organização do Estado ou o conceito de cada um destes institutos.
24 DIREITO CONSTITUCIONAL - Q u es tõ e s co m en ta d a s ~ FGV
í O caput do art. 1.° da Constituição é capaz de nos mostrar qual foi a decisão política 
I dos Constituintes ao definir nosso Estado como sendo um a “República Federativa”. Assim,
% foi escolhida a nossa forma de Governo (República), a forma de Estado (Federação) 
| e, ainda, o nosso Regime Político (Democracia) quando completa dizendo que nossa 
; República constitui um Estado Democrático de Direito. Um quarto instituto que merece 
í destaque - o sistema de govemo (presidencialismo) - não foi abordado no caput do art.
1.°, mas verificamos a adoção deste sistema nas dis posições sobre o Poder Executivo, 
í notadamente o art. 84.
I É importante também que definamos cada um dos 4 institutos e suas características:
a) F orm a d e G o vern o - É maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e 
t como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder
e como este se exerce'. São basicamente duas as formas:
; 1 - Monarquia - Governo nas mãos de uma única pessoa com as características
% de:
a) Vitaiiciedade; e
b) Hereditariedade.
í 2 - República - Govemo de todos, exercido por representantes do povo. Caracterís- 
ticas:
a) Temporariedade dos mandatos (para que o Poder seja exercido em rotativi-
$ dade);
b) Eletividade;
l c) Transparência na gestão pública e prestação de contas, com conseqüente res­
ponsabilidade dos governantes.
b) Forma de Estado - O modo de exercício do poder político em função do território2.
- O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de distribuição 
geográfica do poder político se dá com a formação de entidades autônomas.
Y
■ ' c) Regime Político - A forma pela qual se dá a “ regência” das decisões políticas do 
: Estado. A democracia foi eleita como o regime político brasileiro. Assim, o povo, de­
li; tentor do poder, que direciona as ações do governo diretamente, por meio do plebis- 
cito, referendo e da iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos representantes 
eleitos pelo próprio povo. Desta forma, o Brasil possui como regime a democracia 
mista ou semidireta.
;; d) S is tem a d e G overn o — modo por meio do qual se relacionam os órgãos dos Poderes 
do Estado (especialmente Executivo e Legislativo). Existem basicamente dois sistemas 
de govemo: o presidencialismo e o parlamentarismo.
1 - Presidencialismo - Unicidade da chefia. O Presidente tem em suas mãos tanto a
chefia de Estado quanto a chefia de governo.
2 ~ Parlamentarismo - Dualidade de chefia. Existe a figura do chefe de Estado sepa-
rada da do chefe de governo.
1 S IL V A , J o sé A fo n so da. Curso de direito constitucional positivo. S ã o P a u lo : M a lh e ir o s , 2 0 1 0 . 
p. 102.
2 SIL V A , J osé A fo n s o da. Curso de direito constitucional positivo. S ã o P au lo : M a lh e iro s , 2 0 1 0 . 
p. 98.
Cap. 2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 25
íV-
I Organizando:
p Forma de Estado ~ Federação;
| Forma de Governo - República;
| Sistema de Governo - Presidencialismo;
| Regime Político - Democracia mista ou semidireta.
| Gabarito: Letra B.
gj (FGV/Juiz Substituto-TJ-IVlG/2008 - Adaptada3) O princípio da indissolubilidade 
do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro tem como finalidades bá­
sicas a unidade nacional e a necessidade descentral izadora (Certo/Errado).
?■ O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de distribuição geo- 
grafica do poder político se dá com a formação de entidades autônomas que possuem 
autogoverno (capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de 
outros entes), auto-organízação (capacidade de instituírem suas próprias constituições 
ou !eis orgânicas, e seus ordenamentos legais) e autoadministração (capacidade de se 
| aaministrarem de forma independente, tomando suas próprias decisões executivas e 
| legislativas).
| Em uma federação temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas confede- 
| rações as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. A federação 
| é uma união indissolúvel. Os entes não têm o direito de secessão. Eles não podem se 
fj separar da federação, pois estão despidos de soberania. Nas confederações, os Estados 
| se agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não abdicam de sua 
| soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessário.
| Diante do exposto, pode-se dizer que o Brasil escolheu a forma federativa de Estado no 
| intuito de descentralizar o Poder Político, facilitando as políticas públicas, e também como 
| forma de manter a unidade nacional, já que despiu de soberania os entes integrantes, 
| que não podem se separar do Estado.
ã Gabarito: Correto.
0 (FGV/Juiz Substituto-TJ-MG/2008 - Adaptada4) São características do princípio 
republicano: eleições periódicas para Chefe de Esta do e Chefe de Governo, 
cidadania, soberania, diversas esferas de distribui ção de poder, observância 
dos direitos fundamentais implícitos e explícitos, observância dos princípios 
sensitivos (Certo/Errado).
| Eleições periódicas são uma decorrência direta do princípio republicano, pois, se o poder
1 está nas mãos de todos, deve haver uma rotatividade dos governantes. Porém, as demais 
| características eiencadas não são decorrentes deste princípio. A cidadania decorre do
I regime democrático. A soberania é característica dos Estados independentes, não impor- 
| tando se é ou não uma república. A existência de diversas esferas de poder está ligada 
| ao fato da forma de Estado brasileiro ser a federativa. Do mesmo modo, também decorre 
| da forma de Estado (federação) a observância dos princípios sensitivos ou sensíveis, que 
| são aqueles dispostos no art. 34, Vil, da Constituição, que, se não forem observados, 
| darão ensejo a uma intervenção federal.
S Gabarito: Errado.
3 A d ap ta ção se fe z n ece ssá r ia para f in s d e sep a ração correta d o s tem as.
4 Idem.
26 DIREÍTÓ CONSTITUCIONAL ■ - Questões comentadas - FGV
0 (FGV/Juiz Substituto-TJ- MG/2008 - Adaptada5) Como corolário do princípio 
federativo, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municí­
pios, no Brasil, são autônomos e possuidores da trí plice capacidade de 
auto-organização e normatização própria, autogovern o e autoadministração 
(Certo/Errado).
| A federaçãoocorre com a formação de entidades autônomas. Esta autonomia se manifesta 
! por meio de facetas, chamadas pela doutrina de “trípiíce capacidade”, são elas:
| 1 - Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições ou leis
| orgânicas, e seus ordenamentos iegais;
| 2 - Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem ínterfe-
rência de outros entes; e
% 3 - Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma independente, to-
| mando suas próprias decisões executivas e iegislativas.
Íí Esta autonomia é uma decorrência do princípio federativo e foi expressamente assinalada 
| peio art. 18 da Constituição Federal que dispõe que “a organização politico-adminlstrativa 
| da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e 
| os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição”.
h Gabarito: Correto.
GABARITO
1. D 3. B 5. Correto 7. Correto
2. E 4. B 6. Errado
5 Idem .
D IR E IT O S E D E V E R E S 
IN D IV ID U A IS E C O L E T IV O S
El (FGV/Juiz Substituto - TJ-PA/2008) A respeito do s direitos, assinale a afir­
mativa incorreta.
a) Os direitos fundamentais de primeira geração são os direitos e garantias individuais 
e políticos clássicos (liberdades públicas). Os direitos fundamentais de segunda 
geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos fundamentais 
de terceira geração são os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade, 
que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao progresso, 
entre outros.
b) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova­
dos, em cada Casa do Congresso Nacionai, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
c) A doutrina assinala como espécies de direitos fundamentais (de acordo com a 
predominância de sua função): 1.°: direitos de defe sa - que se caracterizam por 
impor ao Estado um dever de abstenção, um dever de não interferência no espaço 
de autodeterminação do indivíduo; 2.°: direitos de prestação - que exigem que
o Estado aja para atenuar as desigualdades; 3.°: di reitos de participação - que 
são os orientados a garantir a participação dos cidadãos na formação da vontade 
do Estado.
d) Pela relevância dos direitos fundamentais de primeira geração, como o direito à 
vida, é correto afirmar que eles são absolutos, pois são o escudo protetivo do 
cidadão contra as possíveis arbitrariedades do Estado.
e) Todas as constituições brasileiras, sem exceção, enunciaram declarações de direi­
tos. As duas primeiras - a Imperial e a de 1891 - traziam apenas as liberdades 
públicas.
| É necessário que analisemos assertiva por assertiva:
| Letra A - Correto. É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimen- 
| sôes, principalmente em 1.a, 2.a e 3.a dimensões.*Embora a banca tenha usado o termo 
| “gerações”, atualmente este uso é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que 
| uma geração acabaria por substituir a outra, o que não é verdade. Podemos dividir as 
| dimensões da seguinte forma:
m DIREITO CONSTITUCIONAL Questões comentadas - FGV
Dimensão Direitos !\Aárco;':hoJBrá^K0v-P&
1.a
Liberdade:
Direitos civis e políticos
incipiente na CF/1824 e 
fortalecido na CF/1891
2.3
Igualdade:
Direitos Sociais, Econômicos 
e Culturais.
CF/1934
3.3
Solidariedade (fraternidade):
Direitos coletivos e difusos.
CF/1988
Letra B - Correto. A assertiva trouxe íiteraímente um dispositivo constitucional que consiste 
em uma inovação trazida pela EC 45/2004. Tal emenda inseriu o seguinte mandamento:
CF, art. 5.° § 3 .°- Os tratados e convenções intern acionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tumos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Assim, a regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias, mas 
estariam equiparados às Emendas Constitucionais, caso cumpram estes requisitos do art. 
5.° § 3.°, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele 
seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as próprias Emendas â Constituição. Ainda 
que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF 
entende que possuem “supralegaiidade” , podendo revogar ieis anteriores e devendo ser 
observados pelas (eis futuras.
Desta forma, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos:
1 - Regra: Status de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre di­
reitos humanos.
2 - Exceção 1 : Status Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não
votado pelo rito de emendas constitucionais, mas peio rito ordinário;
3 - Exceção 2: Status constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos
votado pelo rito de emendas constitucionais.
Letra C - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados quanto à função que 
exercem. Os chamados direitos de defesa são basicamente as garantias individuais, aquelas 
liberdades negativas que servem de respafdo para o exercício dos demais direitos, limitando
o poder estatal em face dos particulares. Os diretos de prestação exigem uma postura 
do Estado no sentido de concretizar as metas constitucionais, reduzindo desigualdades 
e fornecendo as condições mínimas para uma vida humana digna. Eienca-se também os 
direitos à participação, já que o Estado é formado peia vontade do povo, devendo este 
agir na regência das decisões poííticas.
Letra D - Errado. É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias 
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que são relativos, pois 
estão sujeitos a restrições, que ora serão impostas pelo legilslador (nos casos em que a 
Constituição autorize, expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos, 
que poderão com eles colidir, no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados, 
para descobrir qual prevalecerá. O direito à vida, citado pela assertiva, é um direito ex­
pressamente relativizável pela Constituição, já que ela admite a pena de morte no caso 
de guerra externa declarada (CF, art. 5.°, XLVII, a ).
Letra E - Correto. Embora incipiente na Constituição de 1824, todas as Constituições na­
cionais versaram sobre os direitos fundamentais, sendo fortalecidos ao longo das próximas 
constituições (vide quadro esquemático no comentário da assertiva “A").
Gabarito: Letra D.
Cap. 3 DiREITOS E DEVERES .iNDIVIDUAIS E ÒOLETÍVÓS m
0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009 ) A respeito dos direitos
e garantias fundamentais, assinale a afirmativa inc orreta.
a) É livre o exercício de quaiquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi­
cações profissionais que a lei estabelecer.
b) São a todos assegurados, condicionado ao pagamento de taxas, o direito de 
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
c) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de 
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou gerai, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível 
à segurança da sociedade e do Estado.
e) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada peia 
famíiia, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de 
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desen­
volvimento.
| Letra A - Correta. Trata-se da perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XIII, da Constituição. Tal 
| dispositivo é muito cobrado em provas por ser um bomexemplo de norma de eficácia 
| contida, já que garante a liberdade de profissão de forma plena, mas, caso a lei estabe- 
| ieça certos requisitos, eles deverão ser observados.
§ Letra B - Errada. O direito de petição é o direito que qualquer pessoa (física ou jurídica) 
| possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e “pedir'’ (petição) que se tome alguma 
| atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder.
| Assim, assegura a Constituição em seu art. 5.°:
| XXXÍV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
| a) o direito de petição aos Poderes Públicos:
| * Em defesa de direitos; ou
| ■ Contra ilegalidade; ou
| * Contra abuso de poder.
| b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para:
| « Defesa de direitos; e
| * Esclarecimento de situações de interesse pessoaí.
1 Demais pontos importantes sobre estes direitos:
| 1. Não precisa de lei regulamentadora;
2. independe do pagamento de quaisquer taxas e não possui caráter restritivo, ou seja.
| TODOS são isentos, e não apenas os pobres ou com insuficiência de recursos.
| Até as pessoas jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade.
| 3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos em nome próprio
| ou da coletividade.
5 4. Estes direitos, se negados, poderão dar moHvo à impetração de Mandado de Se-
| gurança.
I
| Assim, a alternativa está errada, pois não está condicionado ao pagamento de quaisquer taxas.
| Letra C - Correta. Perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XVIII, da Constituição. Importante ob- 
| servar os demais pontos atinentes ao direito de associação:
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV ;
k 1. É livre a associação somente para fins lícitos, sendo vedada a paramilitar;
:>í 2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se
| de autorização para criá-las;
3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado;
| 4. Para que tenham suas atividades compuisoriamente suspensas - Só por decisão
| judicial (“simples’)',
5. Para serem compuisoriamente dissolvidas - Só por decisão judicial transitada em
julgado',
è 6. Podem, desde que expressamente autorizadas, representar seus associados: jud i­
cialmente ou extrajudicialmente.
í; Letra D - Correta. Agora a banca usou a disposição litera! encontrada no art. 5.°, XXXiil, 
| que trata do chamado “direito de informação”. Este direito permite que todas as pessoas, 
s que assim necessitarem, possam se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que 
;■ sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade, importante notar que a 
? autoridade pública deve prestar estas informações no prazo legai, sob pena de ser res-
■ ponsabiiizada. A autoridade não está obrigada a prestar aquelas informações cujo sigilo 
; seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
■ Letra E - Correta. Caso a pequena propriedade rural seja trabalhada pela família, de
ii acordo com o art. 5.°, XXVI, da Constituição, el a não será objeto de penhora para paga­
mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e caberá á íei dispor sobre os 
me os de financiar o seu desenvolvimento.
Gabarito: Letra B.
H (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE /2009) Em relação aos
direitos e garantias fundamentais, analise as afirm ativas a seguir:
i. A Constituição assegura os mesmos direitos e garantias individuais aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País, nos termos do art. 5.° da Constituição Federa!.
II. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie­
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
III. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei estrangeira
pessoal do “de cujus" sempre que esta for mais favorável ao cônjuge ou aos filhos
brasileiros do que a lei brasileira.
Assinale:
a) se nenhuma alternativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas l e llt estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas ü e Hl estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
i - Correto. O caput do art. 5.° da Constituição diz expressamente: “ .. .garantindo-se aos 
r' brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
;; liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”. O Supremo Tribunal Federal,
ao analisar a questão, promoveu mutação da norma, ampliando tal garantia a todas as 
; pessoas que estejam no país, sob as leis brasileiras. Ou seja, o estrangeiro não precisa 
mais ser residente para ter os mesmos direitos dos brasileiros, como usar habeas corpus, 
;• mandado de segurança etc., basta que esteja sob as ieis brasileiras. As ressalvas se 
„ fazem somente no que tange aos direitos cujos exercícios são exclusivos de nacionais, 
como o uso da ação popular que caberá somente ao cidadão brasileiro.
Cap. 3 -■ DIREITOS E DEVERES INDIViDUAlS. E COLETiVÚS !
| II — Correto. Esse é o instituto da “requisição administrativa”, que não deve ser confun­
di dido com desapropriação. A requisição, prevista na Constituição, art. 5.°, XXV, é apenas 
| um uso temporário da propriedade; só haverá indenização em momento posterior e se 
| houver dano.
I III - Correto. O termo “de cujus" é usado como sinônimo de “falecido”. Assim, de acordo 
| com a Constituição (CF, art. 5.°, XXXI), a sucess ão de bens (transmissão da herança) 
| pertencentes a estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada peia 
| lei brasile ira, de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros. 
| Esta regra não é aplicável se a iei do país do faiecido (de cujus) for mais benéfica do 
| que a iei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.
£
S Gabarito: Letra E.
0 (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE /2009) A respeito da 
liberdade de expressão, assinale a afirmativa incor reta.
a) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, mora! ou à imagem.
b) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais 
de culto e as suas liturgias.
c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva.
d) É livre a manifestação do pensamento, permitido o anonimato.
e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
| Letra A - Correta. Trata-se de uma contraposição à manifestação do pensamento, prevista 
|| na CF, art. 5.°, IV. O direito de resposta, prev isto no inciso V do art. 5.° da Constituição, 
assegura o direito de resposta que a pessoa responda a ofensas feitas, desde que de 
| forma proporciona! ao agravo. O uso do direito de resposta não excluí a indenização por
1 dano material, mora! ou à imagem. Desta forma, a manifestação do pensamento não é 
| absoluta, deve-se também respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade 
§ e etc.
í?
| Letra B - Correta. O Brasil é um país laico, nao possui uma religião oficial, embora
| proteja a liberdade de crença como uma das faces da não discriminação. Assim, o art.
| 5.°, VI, da Constituição diz ser inviolável a lib erdade de consciência e de crença, sendo 
1 assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção 
| aos locais de culto e a suas liturgias.
| Letra C - Correta. Agora foi usada a Iiteraiidade do art. 5.°, VII, que assegura, nos termos
I da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
I coletiva.
I
| Letra D - Errada. Trata-se deuma “pegadinha clássica" em provas. A manifestação do 
| pensamento é.livre, mas a Constituição não permite o uso do anonimato (CF, art. 5.°, IV). 
| E, como vimos, também não há respaldo para que, na manifestação deste pensamento, 
I a pessoa viole princípios como intimidade, privacidade etc.
*
g Letra E - Correta. Este direito é conhecido como “Imperativo de Consciência". A Consti- 
I tuição em seu art. 5.°, VIU, garante que ninguém será privado de direitos por motivo de 
jf crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se 
| de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada 
| em lei. O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz, 
I no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cumprir a
S2 DIREITO CONSTiTUCiONAl - Q u es tõ e s c o m en ta d a s - FGV
K prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § 1.°. Segunda a Constituição
8 Federal, em seu art. 15, iV, no caso de recusa de se cumprir obrigação legai a todos 
| imposta ou prestação aitemativa, ensejará na perda ou suspensão dos direitos políticos 
í; do cidadão.
$a Gabarito: Letra D.
B (FGV/Procurador - TCWl-RJ/2008) O direito ao sigi lo de comunicação é:
a) restrito às comunicações telefônicas.
b) fundamental, podendo, entretanto, ser quebrado no caso das comunicações tele­
fônicas, quando houver ordem judicial.
c) abrangente de todo o tipo de comunicação.
d) relativo, podendo ser quebrado no caso de instrução processual.
e) relativo, podendo ser quebrado no caso do preso.
| O sigilo das comunicações é uma garantia individual prevista no art. 5.°, XII, da Consti- 
| tuição Federal, que assim prevê:
g XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, 
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
|| instrução processual penal;
| Ao usar a expressão “salvo no último caso", a Constituição permitiu que houvesse quebra 
| das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judicial emanada com finalidade 
| de investigação criminal ou instrução processual penaí.
| A ietra A está errada, já que o sigilo abrange a comunicação por correspondência, telegráfica 
|| ou telefônica. A possibilidade expressa de quebra é que se restringe à telefônica.
| A íetra B é a resposta correta, já que todo direito previsto nos arts. 5.° a 17 é direito 
S fundamental e, realmente, em se tratando de comunicações telefônicas, pode haver 
| quebra nos casos já citados.
| A letra C é incorreta, já que o sigilo abrange somente comunicações “pessoais” , ou seja, 
| aquelas com destinatário certo. Por exemplo, um carro de som fazendo propaganda pelas 
| ruas está comunicando, mas não há o que se falar em comunicação sigilosa.
| A letra D é incompleta, porque devia falar em comunicação telefônica e dizer instrução 
| processual penal.
| A Letra E também é genérica e imprecisa. Está incorreta por generalizar, mas nos 
| remete a um assunto muito importante: o STF já decidiu que as outras inviolabilidades 
| além das telefônicas (sigilo dos dados e das comunicações telegráficas) também po- 
| derão ser afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não pode ser 
| invocado para acobertar ilícitos. Segundo o Supremo, então, é lícito que uma carta 
| enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a 
| disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da 
| comunicação do preso.
| Lembramos que qualquer quebra de sigilo é medida excepcional. A letra E pecou por 
£ isso: estabelecer simplesmente que no caso do preso poderá ser feita a quebra, mas 
| não basta ter a condição de preso, deve-se no caso concreto confrontar e ponderar os 
| direitos e decidir se realmente é necessária a quebra.
I Gabarito: Letra B.
Cap. 3 - DiREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
03 (FGV/Advogado - BADESC/2010) Considerando o dire ito fundamentai de
privacidade assegurado no art. 5.° da Constituição Federal de 1988, assinale
a alternativa correta.
a) A quebra de sigiio de movimentações financeiras do indivíduo pode ser decretada 
por ordem judiciai, por deliberação das comissões parlamentares de inquérito e 
pelo Ministério Público, nas investigações de sua competência.
b) A interceptação das comunicações telefônicas pode ser decretada por ordem judicial 
em processo de natureza penai, civí! ou administrativa, na forma da lei.
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen­
timento do morador. É vedado o ingresso durante a noite, salvo no cumprimento 
de mandado judicial de busca e apreensão, na forma da lei.
d) A Constituição só permite a interceptação das comunicações telefônicas nos casos
de investigação de crimes de terrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro
e crimes contra a administração pública, por ordem judicial, na forma de lei com­
plementar.
e) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con­
sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judiciai.
| A letra A traz uma generalização que não se mostra correta. O sigilo bancário poderá 
| realmente ser quebrado por ordem judicial e pela CPI, mas, no caso do Ministério Público, 
f a regra é que não poderá acontecer. O Ministério Púbiico, segundo o STF, não tem com- 
| petência para determinar a quebra de sigilo bancário, a não ser na excepcional hipótese 
| de um processo envoivendo aplicação indevida de verbas públicas, quando então deverá 
| prevalecer o princípio da publicidade sobre o princípio da privacidade.
5 A letra B tem conteúdo incorreto, pois. conforme visto, o art. 5.°, XII, da Constituição só 
| permite quebra das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judiciai emanada 
| para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
| A letra C é errada, já que somente se poderá ingressar no domicilio de alguém nos
| seguintes casos:
| * Se tiver o consentimento do morador;
| * Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo for:
| • Flagrante delito;
I « Desastre;
| *> Prestar Socorro;
| - Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.
| A letra D é errada, pois a possibilidade de quebra ocorre sempre que o Juiz assim decidir, 
| desde que tenha a finalidade de uma investigação criminal ou uma instrução processual 
| penal.
| A ietra E é a resposta correta da questão, e está perfeitamente de acordo com a expli- 
| cação que vimos na letra C.
í; Gabarito: Letra E.
0 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do catálogo de direitos fundamentais 
da Constituição Federal de 1988, analise as afirmat ivas a seguir:
I. A todos é assegurado o direito de reunião, para fins pacíficos, em locais abertos 
ao público, independentemente de autorização e de aviso prévio à autoridade com­
petente.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
II. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação de autoridade judicial ou de Presidente de Comissão 
Parlamentar de Inquérito.
III. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, 
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da iei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado.
IV. A apreciação pelo Poder Judiciário de tesão ou ameaça a direito será assegurada na 
forma e observados os limites previstos em lei complementar.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II! estiverem corretas.
b) se apenas asafirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas a afirmativa I estiver correta.
d) se apenas a afirmativa Ml estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
| í - Errado. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 5.°, XVI, para que a coletividade 
y de pessoas possa se reunir, devem-se observar os seguintes requisitos constitucionais:
- seja pacificamente; 
i| - sem armas;
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
p - avise a autoridade competente.
Desta forma, erra o item por dizer que dispensa o prévio aviso. Este aviso é necessário, 
I o que não é necessário é que a autoridade autorize a reunião.
; II - Errado. Segundo a Constituição, em seu art. 5.°, XI, a casa do indivíduo (sentido 
ampio: moradia, escritório, consultório e etc.) é asilo invioiávei e ninguém pode entrar na 
s mesma, a não ser que:
| " lenha o consentimento do morador; ou
| “ Em caso de flagrante deítto, desastre ou para prestar socorro; ou
| ■ Se o Juiz determinar, mas neste caso só poderá entrar durante o dia.
| Erra o item ao dizer que poderá autorizar a violação do domicílio o Presidente de Comis- 
| são Parlamentar de Inquérito, a Constituição não permite esta hipótese.
I lli - Correto. Novamente a banca explorou ò teor do dispositivo encontrado no art. 5.°, 
| XXXIII, que trata do chamado “direito de informação", que permite que as pessoas possam 
| se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que sejam de seu interesse particular ou 
| de interesse da coletividade.
| IV - Errado. A questão subverteu o princípio da inafastabilidade do Judiciário, garantia 
| constitucional que se manifesta em norma de eficácia píena. O principio da inafastabilidade 
| do Judiciário é um principio importantíssimo para o Estado democrático de direito, pois, 
x ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a apreciação do Poder Ju~ 
p diciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia.
Este princípio está no art. 5.°, XXXV: “a iei não e xcluirá da apreciação do Poder Judiciário 
j- lesão ou ameaça a direito”.
Gap. 3 - DIREITOS E OEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
| Por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar 
as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada" 
| em definitivo. Mas existem exceções constitucionais que reiativizam a inafastabilidade 
f jurisdicional:
s - CF, art. 217 § 1.° - O Poder Judiciário só admi tirá ações relativas â disciplina e
t às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, 
regulada em lei.
| - Em se tratando de habeas data, só será admitida a propositura deste remédio depois
de negado o pedido pela autoridade administrativa (entendimento do STF - HD 22/ 
i DF, entre outros - e STJ - Súmuia n.° 2).
5; Gabarito: Letra D.
0 (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE /2009) Em reiação ao
direito de segurança, assinale a alternativa, corre ta.
a) Em situações excepcionais justificadas pela relevância e urgência, a iei poderá limitar 
a apreciação do Poder Judiciário no que tange a íesão ou ameaça ao direito.
b) O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado sempre que tiver sido comprovada 
a prática de crime grave após a naturalização.
c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, estando, porém, os seus su­
cessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo-lhes aplicada a decretação 
do perdsmento de bens até o limite do patrimônio do criminoso que tiver sido 
transferido àqueles.
d) A iei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prá­
tica da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituição de tribunais 
excepcionais para o julgamento desses crimes.
e) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, privação ou res­
trição da liberdade, a perda de bens, a prestação sociai aiternativa, a suspensão 
ou interdição de direitos e o banimento.
| Para analisar esta questão, vamos separar cada assertiva e analisá-la individualmente:
£ a) Em situações excepcionais justificadas pela re levância e urgência, a iei poderá
iimitar a apreciação do Poder Judiciário no que tan ge a lesão ou ameaça ao 
% direito.
• Errada. Como vimos, a garantia constitucional da inafastabilidade do Judiciário se maní- 
\ festa em norma de eficácia plena, não sendo permitido pela Constituição o seu condi­
cionamento legal.
' b) O brasileiro naturalizado poderá ser extradita do sempre que tiver sido comprovada
a prática de crime g rave após a naturalização.
Errada. A Constituição estabelece que o brasileiro nato nunca poderá ser extraditado. 
Diferentemente ocorre para o naturalizado, para o qual a extradição poderá acontecer. A 
V Constituição estabelece, então, em art. 5.°, LI, qu ê, embora a regra seja a não extradição 
de brasileiros, o naturalizado poderá ser extraditado em caso de:
« Crime comum, praticado antes da naturalização; ou
■ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei.
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
y c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, e stando, porém, os seus su­
cessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo -lhes aplicada a decretação 
do perdimento de bens até o limite do patrimônio do criminoso que tiver sido 
g transferido àqueles.
Correta. A assertiva busca o seu fundamento na Constituição, art. 5.°, XLV. Neste artigo, 
percebemos a personalização da pena, que não deve ser transferida para nenhuma outra 
;» pessoa, senão aquela que cometeu o ilícito. Porém, no caso do patrimônio transferido 
l por sucessão, este patrimônio poderá ser usado para reparar o dano, mas deve-se no- 
tar que a execução (perdimento dos bens) ocorrerá somente até o limite do patrimônio 
£ transferido, nunca aiém deste.
I d) A lei considerará crimes inafiançáveis e insus cetíveis de graça ou anistia a prá­
tica da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituição de tribunais 
excepcionais para o julgamento desses crimes.
£ Errada. Esta questão possui duas partes, vamos separá-ias:
1 - A le i cons ide ra rá c rim es in a fian çáve is e in su sc e tíve is d e g raça o u an is tia a
■ p rá tica da to rtura, o tráfico ilíc ito d e en to rp ec en tes e d ro g as a fins , o te rro rism o 
e os d e fin id o s co m o c rim es h ed iond os .
'é Esta parte está correta, nos termos do art. 5.°, X LIII, da Constituição, importante é notar 
f; que a Constituição prevê expressamente 3 grupos de crimes e todos eles são inafian- 
£ çáveis. São eles:
j XLIt - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito â pena
f- de reclusão, nos termos da lei;
| XLIII - a iei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
fi prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
% definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, o$ executores
p e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
$ XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
tl ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
?; Como já foi dito, perceba que todos eles são inafiançáveis. Existe, porém, uma diferença 
| nos outros tratamentos:
£ * ação de grupos armados contra o Estado - imprescritível;
f) • racismo - imprescritível e sujeito a reclusão (R - racismo x R - reciusão);
I * 3TH (terrorismo, tráfico, tortura e hediondo) - insuscetível de graça ou anistia (tente
f relacionar a fonética do “H” - “A-GA° - para lembra r de “Graça”).
I Desta forma, ratificamos que não há erros na assertiva até aqui.
| 2 - sen do p e rm itid a a ins titu ição d e tr ib u n

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