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MÓDULO XII – NEUROANATOMIA NERVOS ENCEFÁLICOS - São originados em tronco encefálico, com exceção do I e II par encefálico. - Há 12 pares (24 nervos) encefálicos. - Usar números romanos na identificação. - Os nervos periféricos sempre são mistos, ao contrário dos encefálicos. - São eles, de acordo com função. 1. I: Olfatório: sensitivo. 2. II: Óptico: sensitivo. 3. III: Oculomotor: motor. 4. IV: Troclear: motor. 5. V: Trigêmeo: misto, com predominância sensitiva (o motor é somente pelo ramo mandibular). 6. VI: Abducente: motor. 7. VII: Facial: misto, com predominância motora (o sensitivo é pelo nervo intermédio). 8. VIII: Vestíbulo-coclear: sensitivo. 9. IX: Glossofaríngeo: misto. 10. X: Vago: misto (muito relacionado a SNA parassimpático). 11. XI: Acessório: motor. 12. XII: Hipoglosso: motor. - Os nervos são classificados de acordo com suas origens: 1. Origem real: seu núcleo dentro do tronco cerebral, onde estão os corpos de neurônios (não vale para nervos I e II). 2. Origem aparente: duas subclassificações: Origem em tronco cerebral: local de onde emerge no tronco cerebral (não vale para nervos I e II). Todos de região anterior, exceto o IV. Origem craniana: local de onde emerge nos ossos de crânio. - Os núcleos em tronco encefálico são localizados de acordo coma função deles, sendo que todos eles estão loalizados em região mais posterior do tronco encefálico: 1. Os núcleos motores são mediais, em visão anterior ou posterior. 2. Os núcleos sensitivos são mais laterais, em visão anterior ou posterior. - Os nervos cranianos podem ser classificados em várias modalidades: 1. Sensitivos ou motores (já classificados). 2. Somáticos ou viscerais: a. Somáticos: fazem contato com meio externo. b. Viscerais: fazem propriocepção visceral. 3. Geral ou especiais: a. Geral: morfologia simples. b. Especial: quando ligado aos sentidos. - Logo, podem ser classificados de 6 formas: 1. Somatossensorial geral: inervação somatossensorial. 2. Viscerosensorial geral: inervação viscerosensorial. 3. Motora somática geral: inervação motora somática de músculos. 4. Motora visceral geral: inervação de músculos lisos ou glândulas. 5. Somatosensorial especial: visão e audição. 6. Somatovisceral especial: paladar e olfato. 7. Motora visceral especial: inervação de músculos braquiméricos (faringe). - As funções motoras voluntárias de nervos encefálicos cruzam de lado, fazendo inervação contralateral. - As funções motoras involutárias de nervos encefálicos não cruzam de lado, fazendo inervação ipsilateral. - Como não chega a nível de medula, a via é chamada de trato corticonuclear (sai do córtex motor e vai até os núcleos dos devidos nervos encefálicos). I – Olfatório - O receptor está dentro de fossa nasal (em sua porção superior) na mucosa, coberto por muco (ajuda a manter o odor por mais tempo) (diz ele que “cheiradores de maconha” perdem esse muco) - As células receptoras são ditas “cílios olfatórios”, que é um neurônio bipolar. - Esses neurônios passam pela lâmina (ou placa) crivosa (ou cribiforme) do etmóide, fazendo contato com o bulbo olfatório, se continuando pelo trato olfatório que se dirige posteriormente indo à duas divisões: estrias olfatórias lateral e medial. - A via só possui 2 neurônios: o primeiro é o cílio olfatório, que faz sinapse dentro do bulbo olfatório com o segundo, que termina na estrias olfatórias medial e lateral. - A partir disso, já faz parte de locais de interpretação de estímulo, se dirigindo a vários locais do cérebro (sistema límbico, relacionado à emoções, interesse sexual; e úncus, para interpretação dos odores). - Há 3 tipos de células no bulbo olfatório: 1. Células granulosas. 2. Células mitrais. 3. Células em tufo. - A partir da estria lateral, as fibras vão para parte anterior de giro parahipocampal (úncus). - A partir da estria medial vai para giro do cíngulo e regiões de tronco cerebral (movimentos oculares), tálamo etc. II – Óptico - Há 4 neurônios na cadeia óptica. - Os neurônios de I, II e III ordem estão nas camadas da retina (7 camadas): 1. I ordem: cones e bastonetes (fotorreceptor). 2. II ordem: células bipolares (interneurônio). 3. III ordem: célula ganglionares, que convergem seus axônios e formam o nervo óptico, na parte posterior do globo ocular, até região de quiasma óptico. - A origem aparente óssea é o canal óptico. - No quiasma óptico os axônios de origem de retina temporal seguem caminho ipsilateral e as de origem de retina nasal contralateralizam, no quiasma óptico. - Após o quiasma óptico, forma-se o trato óptico, que circunda o tronco cerebral, indo em direção ao neurônio de IV ordem (talâmico). - O local do tálamo onde está o neurônio de IV ordem é o corpo geniculado lateral, indo até área de interpretação de estímulo (lateralidades do sulco calcarino – Brodmann 17). - O colículo superior está relacionado à visão. Sua função é receber partes de fibras do nervo óptico. Dentro do colículo superior está o núcleo de Edinger-Westphal, que faz a associação com o núcleo oculomotor, e responde à quantidade sentida de luz (nervo óptico) e causa miose ou midríase reflexa (nervo oculomotor, com função parassimpática). III, IV, VI – Oculomotor, Troclear e Abducente - Seus núcleos estão em tronco cerebral (sendo o III e IV mesencefálicos e VI mesencéfalo-pontino). - O III possui funções voluntárias (movimentos extrínsecos) e autonômicas (parassimpática – movimentos intrínsecos). Os IV e VI fazem apenas movimentos extrínsecos, sendo somente voluntários. - A parte autonômica possui 2 neurônios na via (como todo sistema autônomo, dividido em pré-sináptico e pós-sináptico). - O neurônio pré-sináptico está dentro do núcleo de Edinger- Westphal, no colículo superior e o neurônio pós-sináptico está dentro da órbita, no gânglio ciliar (a função parassimpática é causar miose). - Origens aparentes em tronco encefálico: o III emerge de fossa interpeduncular, o IV emerge posteriormente à ponte, se anteriorizando lateralmente à ponte e o VI emerge de sulco bulbo-pontino. - Origens aparentes em ossos cranianos: todos os três emergem da lateralidade da sela túrcica, através da fissura orbital superior. - Há 6 músculos extrínsecos, sendo 4 retos e 2 oblíquos: 1. Reto lateral: VI. Traciona o olho para fora. 2. Reto medial: III. Traciona o olho para dentro. 3. Reto superior: III. Traciona o olho para cima. 4. Reto inferior: III. Traciona o olho para baixo. 5. Oblíquo superior: IV. Traciona olho para dentro e para baixo (convergência inferior). 6. Obliquo inferior: III. Traciona olho para dentro e para cima (convergência superior). - Há ainda o músculo levantador da pálpebra, inervado pelo III. - Existem núcleos (fascículo longitudinal medial, que colocam em contato os 3 núcleos, bilateralmente) que fazem associação em os 2 globos oculares, conjugando os três nervos. Por exemplo: para olhar para o lado direito, o globo ocular direito precisa contrair o reto lateral e relaxar o reto medial, enquanto o olhos esquerdo precisa contrair o reto medial e relaxar o reto lateral. Note que o nervo abducente está causando contração no globo ocular direito, mas relaxamento no esquerdo, enquanto o nervo oculomotor está realizando contração no globo ocular esquerdo, mas relaxamento no direito. Caso contrário os movimentos dos olhos não seriam conjugados. V – Trigêmeo - Recebe esse nome porque se divide em três ramos. - Predominantemente sensitivo, fazendo a sensibilidade geral da face. - A função motora relaciona-se com o ramo mandibular, para músculos da mastigação (músculos masseter e temporal), além do músculo tensor do tímpano, músculo milo-hioideo e ventre anterior do digástrico. - Seus núcleos estão em toda extensão de tronco cerebral. - A origem aparente em SNC é na lateralidade de ponte, apresentando, antes da saída do crânio, o gânglio trigeminal. -A origem óssea é diferente para os três ramos: 1. V1 Oftálmico: fissura orbital superior. 2. V2 Maxilar: forame redondo. 3. V3 Mandibular: forame oval. - Os locais de sensibilidade de cada ramo está na imagem. - O núcleo espinal do nervo trigêmeo está mais caudal no tronco encefálico (sensibilidade exteroceptiva de dor e temperatura). Acima está o núcleo sensitivo principal (exterocepção do tato discriminativo). Tato sob pressão e tato epicrítico vai para os dois núcleos anteriores. O núcleo motor está acima do sensitivo principal. O terceiro núcleo, mais cranial, é o núcleo mesencefálico (sensibilidade proprioceptiva, grau de tensão de fibras musculares). - Há 3 neurônios na cadeia: 1. I ordem: está no gânglio trigeminal, sendo pseudo- unipolar, com prologamentos periférico e central, como na medula espinal (há exceção ao gânglio propioceptivo, que está lá no tronco encefálico, no núcleo mesencefálico – nesse caso, há apenas 2 neurônios na via). 2. II ordem: situado em tronco encefálico (que descussa no lemnisco para lado contralateral). 3. III ordem: situado em tálamo. - O nervo trigêmeo também faz sensibilidade geral de 2/3 anteriores da língua. - A via motora também descussa, o controle é contralateral. VII – Intermédio-facial - Seu núcleo está localizado em ponte. Antes de se exteriorizar faz um arco dentro do tronco encefálico, que laça o núcleo do nervo abducente. - Sua origem aparente em tronco encefálico se dá em lateralidade de sulco bulbopontino. - Possui uma porção sensitiva (nervo intermédio) e outra motora (nervo facial). - A origem aparente óssea é em meato acústico interno. Dentro deste caminha junto com o VIII nervo encefálico, passa pelo gânglio geniculado e emerge em forame estilo-mastóideo (localizado entre processo mastóide e processo estilóide). Passa pela lateralidade do pescoço, sobe pelo ângulo da mandíbula e entra dentro da glândula parótida. Dentro desta, se divide em troncos (sendo 3 principais). O nervo facial não inerva parótida, apenas se divide dentro dela, mas inerva as glândulas sublingual e submandibular, além de glândulas salivares. - Também desempenha a função motora de mímica facial (exceto o elevador da pálpebra, temporal e masseter) na mesma extensão de pele no nervo trigêmeo. - O nervo III era o responsável pelo elevador da pálpebra, o VII é o responsável pelo abaxador da pálpebra. - A via eferente é corticonuclear, que chega ao núcleo motor do nervo facial. Aqui as fibras são um pouco diferentes. - As fibras que inervam fronte são bilaterais, já na parte 2/3 inferior da face, apenas unilateral. - Logo, clinicamente, a paralisia facial periférica (após passagem pelo núcleo do nervo) afeta toda uma metade da face, enquanto a paralisia facial central (antes do nucleo do nervo) faz paralisia de 2/3 inferiores da face. - Então: 1. Paralisia facial central: ocorre a lesão em SNC, que afeta fibras unilaterais, que se mostrarão clinicamente na paralisia contralateral da face, se ocorrer o padrão de cruzamento que ocorre nos demais casos. Porém, as fibras que inervam região da testa (fronte) são de origem dos dois hemisférios cerebras, logo, não são afetados. 2. Paralisia facial periférica: ocorre lesão fora no SNC, sendo que as fibras que irão para cada lado da face, já foram definidas. Logo, uma lesão unilateral, nesse caso, causa paralisia facial ipsilateral ao lado da lesão (já houve cruzamento de fibras dentro do SNC). Fibras estas que vieram de lado contralateral para 2/3 inferiores da face e que vieram de ambos os hemisférios para 1/3 superior da face. - A causa mais frequente de paralisia facial é por variação de temperatura. - A função sensitiva do nervo facial (através do intermédio) é de gustação de 2/3 anterior da língua. - A função de gustação (tanto no facial quanto no glossofaríngeo) está ligado ao núcleo do trato solitário, em tronco cerebral (possui 3 neurônios na cadeia até tálamo, após indo à córtex gustativo). - O núcleo do trato solitário está ligado ao núcleo salivatório, logo, a parte sensitiva deste nervo tem relação com a motora (glândulas subligual e submandibular) de acordo com as sensações gustativas. VIII – Vestíbulo-coclear - Nervo sensitivo, exclusivamente, com uma raíz coclear (audição) e outra vestibular (equilíbrio). As duas raízes se unem indo em direção a tronco cerebral. - A via de audição possui 4 neurônios na cadeia. - Dentro de tronco cerebral, as fibras se dividem novamente, indo aos núcleos vestibulares (mais mediais) e núcleos cocleares (mais laterais). - Os núcleos vestibulares possuem ligação superior para ligação com dados relacionados ao equilíbrio (sensibilidade e motricidade periférica). - O colículo inferior faz a função de interpretação mais direta de audição, jutamente com o lobo temporal superior. IX – Glossofaríngeo - Possui origem aparente em SNC em lateralidade de bulbo e a origem aparente óssea é em canal jugular. - Faz sensibilidade geral e de gustação de 1/3 posterior da língua. - Faz inervação de glândula parótida (logo tem ligação com o núcleo do trato solitário e núcleos salivatórios) – função autonômica. - Faz também sensibilidade de faringe posterior (palato mole, véu do palato, parede posterior de faringe). - Importante no reflexo do vômito. - A parte motora deste nervo relaciona-se a inervação de músculo elevatores do palato. X – Vago - Origem aparente em SNC em lateralidade de bulbo e origem aparente óssea em forame jugular. - Faz sensibilidade de língua no local de sua implantação, inervando vários órgãos da cavidade torácica e abdominal. - Muito relacionado ao sistema nervoso autônomo parassimpático (neurônio pré-ganglionar) em sua parte cranial, com funções sensitivas, mas predominantemente motoras, até terço ascendente de intestino grosso. - Ele disse que o nervo laríngeo recorrente é ramo do vago, mas de acordo com o Angelo Machado, esse nervo é ramo do acessório, já que o acessório corre por dentro do nervo vago. Logo as fibras do laríngeo recorrente são fibras provenientes do nervo acessório, não do vago. Esse nervo faz controle de músculos de laringe (vocalização). XI – Acessório - Origem aparente em SNC em lateralidade de bulbo e provenientes de nervos espinais superiores e origem aparente óssea em forame jugular. - Faz inervação motora de esternoclideomastóideo e parte do trapézio. XII – Hipoglosso - Origem aparente em SNC em bulbo e origem aparente óssea em canal do hipoglosso (ao lado do forame magno). - É apenas motor, com inervação de músculos intrínsecos da língua. - Suas paralisias unilaterais fazem com que a língua fique lateralizada. SISTEMA NERVOSO VISCERAL - O qual não serve relação somática, servindo vísceras: músculos lisos, musculatura cardíaca e tecido glandular. - Ele é dividido em: 1. Aferente (Pouca atividade). 2. Eferente (Sistema Nervoso Autônomo). a. Simpático. b. Parassimpático. - No geral (maior parte) os sistemas simpático e parassimpático realizam ações antagônicas. - Este sistema possui ação inconsciente. - O sistema nervoso somático possui apenas 1 neurônio na cadeia, já o sistema nervoso visceral possui 2 neurônios na cadeia. - No sistema nervoso somático, o neurônio em córtex não é considerado neurônio de cadeia. Esse se estende até corno anterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio motor (único neurônio de cadeia motora somática), ou ainda a algum núcleo de nervo encefálico motor. - Já no sistema nervoso visceral, o primeiro neurônio está situado em SNC, sendo o segundo neurônio da cadeia neuronal dentro de um gânglio periférico (neurônios pré e pós- ganglionares). Há ainda as fibras pré-ganglionares (contato do neurônio pré com o pós-ganglionar) e as fibras pós- ganglionares (contato do neurônio pós-ganglionar com o tecido a ser atingido). - O neurônio pré-ganglionar do simpático está localizado no corno lateral da medula (presente entreT1-L2), que lança seu axônio em direção ao corno anterior, indo até a cadeia paravertebral, onde estão a maioria dos gânglios simpáticos, ocorrendo a sinapse do neurônio pré-ganglionar (corpo celular em corno lateral) com o pós-ganglionar (corpo celular do neurônio pós-ganglionar. - A cadeia simpática paravertebral está localizado por toda a extensão da coluna vertebral, não apenas entre T1-L2, com gânglios paravertebrais, inclusive até cervical alta, inervando estruturas em cabeça. - Logo, o sistema nervoso simpático é toraco-lombar. - As exceções são os gânglios de região de abdome, que não fazem sinapse na cadeia simpática paravertebral, passando direto e indo à gânglios periféricos mais próximos aos órgãos inervados, à frente da coluna vertebral. São os gânglios celíaco, mesentérico superior, mesentérico inferior, aórtico- renal. - Outra exceção é o neurônio simpático que inerva glândula adrenal, sendo o neurônio pré-ganglionar indo diretamente à medula dessa glândula e o neurônio pós-ganglionar é a própria célula produtora de catecolaminas para a circulação sistêmica (células cromafins). - Já o sistema nervoso parassimpático é cranio-sacral, com o neurônio pré-ganglionar em SNC, seja em região de núcleos de nervos encefálicos e em região de medula sacral, em S2-S4. O neurônio pós-ganglionar está localizado próximo (ou até dentro) da víscera inervada, fazendo sinapse com o neurônio pós-ganglionar. - As fibras pré-ganglionares (simpático ou parassimpatico) estão em SNC, indo por um nervo periférico para a periferia, fazendo sinapse com ACh, sendo todos colinérgicos nicotínicos. - Já no neurônio pós-ganglionar: 1. Simpático: adrenérgico (epinefrina e norepinefrina). 2. Parassimpático: colinérgico (ACh) muscarínico. - Há exceções de fibras simpáticas pós-ganglionares que não são adrenérgicas, são colinérgicos muscarínicos. Essas fibras inervam glândulas sudoríparas, músculo pilo-eretor e alguns vasos periféricos. - As vias acontencem assim: 1. Simpático: neurônio pré-ganglionar em corno lateral, passa por corno anterior, entra no nervo periférico, passa pelo ramo comunicante branco, até o gânglio paravertebral. Faz sinapse para o neurônio pós- ganglionar, sai do gânglio paravertebral e passa pelo nervo comunicante cinzento, seguindo seu caminho juntamente com o nervo periférico. 2. Parassimpático: o neurônio pré-ganglionar faz o mesmo caminho até o gânglio paravertebral, porém, não há sinapse e este sai com caminho até a víscera, onde fará sinapse. VIAS AFERENTES - Lembrar: receptor > via sensitiva > interpretação > resposta motora. - O transporte tem parte periférica e central, consciente e inconsiente. - As vias sensitivas conscientes possuem 3 neurônios na cadeia neuronal (com algumas exceções). 1. 1ª Ordem: dendritos no receptores periféricos e o corpo nos gânglios sensitivos (próximo à sua entrada na medula espinal), com o axônio indo até o corno posterior da medula espinal. São neurônios pseudo-unipolares, parecendo ter 2 axônios saindo de seu corpo, mas que, na verdade, uma das projeções são provenientes de dendritos (prologamento periférico), enquanto a outra é o axônio propriamente dito (prologamento central). 2. 2ª Ordem: o corpo está na substância cinzenta da medula espinal e seu axônio ascende pelos tratos da medula espinal. Quando ascende por um trato ele pode fazê-lo permanecendo ipsilateral (funículo posterior) ou pode fazer a contralateralidade (funículo anterolateral), percorrendo os tratos, que formam os funículos. 3. 3ª Ordem: o corpo do neurônio encontra-se em tálamo, que projeta seu axônio para regiões superiores. - Podem existir apenas 2 neurônios, como em algumas vias inconscientes, assim como pode haver 4 neurônios, quando trata-se de cadeia neuronal auditiva. - Macete: em regra geral, quando trato vai à cerebelo trata-se de sensibilidade inconsciente, se for ao cérebro, consciente. - Quanto às funções de cada funículo: 1. Funículo anterior: a. Tato protopático (grosseiro). b. Pressão. 2. Funículo lateral: a. Dor e temperatura. b. Sensibilidade inconsciente. c. Propriocepção inconsciente. 3. Funículo posterior: a. Tato discriminativo ou epicrítico (fino). b. Sensibilidade vibratória (palestesia). c. Propriocepção consciente. d. Estereo/Asteriognosia (relacionado aos sentidos). - Receptores: 1. Terminações nervosas livres: dor. 2. Corpúsculo de Rufini: temperatura quente. 3. Corpúsculo de Krause: temperatura fria. 4. Receptores de Meissner e Merckel: tato epicrítico e protopático. 5. Receptor anuloespinal (fuso muscular): propriocepção consciente. 6. Órgão neurotendinoso de Golgi (tendão): propriocepção consciente. 7. Receptor intracapsular: propriocepção consciente. - O potencial gerado no receptor não é considerado sinapse. Logo, a primeira sinapse que ocorre é no corno posterior da medula espinal, entre I e II neurônio. - Lembrar que: 1. Funículo anterior ou lateral: logo que faz sinapse no corno posterior faz a contralaterização no mesmo nível de medula, através da comissura branca (decussação de lemniscos), ascendendo até o tálamo, onde faz sinapse com o neurônio de III ordem. 2. Funículo posterior: não faz sinapse em corno posterior e não cruza em nível de medula. O prolongamento do neurônio de I ordem ascende por funículo posterior ipsilateramente, fazendo sinapse com o neurônio de II ordem em nível de bulbo (tubérculos grácil e cuneriforme são os agrupamentos de corpos celulares). O neurônio de II ordem, no bulbo, contralateraliza através do lemnisco medial e ascende até neurônio de III ordem, em tálamo. Essa via é chamada coluna dorsal-lemnisco medial. a. Abdome baixo e membros inferiores: fascículo grácil. b. Abdome médio-baixo e membros superiores: fascículo cuneiforme. - Para todas as 3 possibilidades, o neurônio de III ordem passa por cápsula interna, através da estrutura chamada coroa radiada, se distribuindo pelo encefálo (giro pós-central). - Várias repetições sobre dor rápida e lenta. - Lembrar do trigêmeo (dor e temperatura no núcleo espinal, no núcleo principal chega tato, no mesencefálico, propriocepção consciente).