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Legislao_empresarial_at_sociedades_empresrias_2022_aulas_50_a_68 (3)

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DIREITO EMPRESARIAL
1ª FASE: Corporações de ofício vigia o Código de Hamurabi na Grécia Antiga.
2ª FASE: Atos de Comércio
3ª FASE: modelo moderno de empresa
Definição: É um conjunto de regras que disciplina as atividades privadas, economicamente organizadas implementadas com o escopo da produção ou circulação de bens e serviços, destinados ao mercado, exercida pelo empresário, em caráter profissional (1) por meio de um complexo de bens(2).
Ideia de união: empresa/empresário/estabelecimento. 
Ramo privado autômono: Após a revogação da 1ª parte do Código Comercial, o CC assumiu a parte de Direito de Empresa. Além da legislação extravagante. Ex: Lei das ME e Lei das S/A). 
1 - EMPRESÁRIO: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Perguntas: 
O Advogado pode ser empresário? 
O Médico pode ser empresário?
O servidor público pode ser empresário?
Eles podem ser administradores de empresa, mas nunca empresários em razão do requisito (...profissionalmente...).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL E EIRELLI
A atividade empresarial será exercida individualmente através de firma individual, ou seja, os negócios serão praticados por meio do nome pessoal do empresário individual que em consequência assumirá de forma ilimitada a responsabilidade dos negócios praticados;
Embora o exercício da atividade empresarial individual gere responsabilidade ilimitada, possibilitando o comprometimento do patrimônio pessoal, a modalidade vem crescendo a cada ano em razão da simplificação de sua inscrição e registro. 
O exercício da atividade de forma individual será permitido a quem preencha os requisitos legais:
- capacidade civil
- livre administração dos bens
- inexistência de impedimento legal
É necessário se inscrever no Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, mediante requerimento que contenha: sua qualificação civil, a firma com a respectiva assinatura, o capital a ser empregado no negócio, o objeto a ser exercido e a sede dos negócios (art. 968 CC).
EIRELI é uma sigla que significa Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. É uma modalidade de empresa que é formada por um único sócio, ou seja, pelo próprio empresário que deseja abrir um negócio e ser o único dono.
A EIRELI existe desde o ano de 2011, seu funcionamento é regulamentado pela Lei nº 12.441/11.
A denominação de uma EIRELI é diferente de outros tipos empresariais. Na escolha do nome de uma empresa deste tipo a denominação EIRELI deve obrigatoriamente ser incluída no nome empresarial escolhido, para que fique claro que se trata de uma empresa desta modalidade.
Veja quais podem ser as principais vantagens de abrir uma empresa na categoria EIRELI:
a EIRELI não precisa da presença de outros sócios para que a empresa seja aberta,
não possui limite no valor da faturação anual,
o patrimônio pessoal do empresário e da empresa é contabilizado separadamente, assim não há risco de comprometer o patrimônio pessoal para pagar dívidas da empresa (exceto em caso de fraude ou de alguma atividade ilícita em relação à contabilidade da empresa),
pode ser aberta em muitos ramos de atividade, tanto de prestação de serviços, como para o comércio ou atividades da indústria,
pode ser usada por profissionais autônomos, como, por exemplo, jornalistas, médicos e psicólogos,
é permitido que na EIRELI seja usado o modelo Simples Nacional para a carga tributária, assim o recolhimento de impostos é mais facilitado.
Podem ser apontadas como desvantagens da EIRELI:
o empresário não pode ter mais de uma EIRELI registrada em seu nome, assim, se desejar abrir outra empresa será preciso escolher outro tipo empresarial,
é exigido que o capital mínimo da empresa seja o valor correspondente a pelo menos 100 vezes o valor do salário mínimo vigente no momento em que a empresa for registrada. Podem ser utilizados quaisquer tipos de bens que possam ser monetariamente avaliados.
O procedimento para abrir uma EIRELI inclui as mesmas etapas da abertura de outros tipos de empresa. Veja:
pesquisa e escolha de um nome empresarial disponível no mercado escolhido,
fazer o documento de constituição da empresa (Ato Constitutivo), que deve ser assinado por um advogado e registrado na Junta Comercial do Estado onde a empresa vai funcionar,
depois que a empresa for registrada o empresário receberá o Número de Identificação do Registro da Empresa (NIRE),
fazer um cadastro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) na Receita Federal,
fazer a inscrição da empresa na Secretaria Municipal da Fazenda,
pedir o Alvará de Funcionamento na Prefeitura,
cadastrar a empresa na Previdência Social,
fazer um cadastro na Secretaria da Fazenda Estadual (para atividades de comércio ou indústria) ou na Secretaria da Fazenda Municipal (para atividades de prestação de serviços).
C
2 – Complexo de bens: ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
CONCEITO
Também conhecido como Fundo de comércio ou Azienda, é todo complexo de bens organizados, p/ o exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Art. 1142 CC.
O estabelecimento não se confunde com a empresa, que é a atividade empresarial desenvolvida seja no estabelecimento, seja fora dele.
O estabelecimento é a “base física da empresa”.
Compõe-se o estabelecimento de bens corpóreos (materiais) e incorpóreos (imateriais), cada um c/ sua função e finalidade, ou seja, organizados.
OBS: A reunião organizada e funcional dos bens necessários p/ o exercício da atividade empresarial é um elemento indispensável na caracterização e valoração do estabelecimento empresarial.
O empresário, ao organizar o estabelecimento empresarial, agrega um sobrevalor aos bens reunidos, ou seja, enquanto esses bens permanecerem articulados em função da empresa, o conjunto alcançará, no mercado, um valor superior à simples soma de cada um deles em separado (Fábio Ulhôa Coelho). 
2 - COMPLEXO DE BENS:
Bens corpóreos:
Móveis;
Utensílios;
Maquinários;
Mercadorias;
Imóveis;
Bens incorpóreos:
Ponto comercial ou empresarial;
Nome empresarial;
Marca;
Patente;
Sinais de propaganda;
Know-how;
Segredo de fábrica;
Contratos;
Clientela;
NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO
Para a maioria da doutrina, o estabelecimento é uma Universalidade de fato, ou seja, consagra um conjunto de bens corpóreos e incorpóreos, que pode ser objeto de negócios jurídicos.
O art. 1143 CC, diz que o estabelecimento pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos (Ex.: compra e venda do estabelecimento) ou constitutivos (possibilidade de se instituir um penhor sobre o estabelecimento)
PONTO EMPRESARIAL
É o local onde se encontra o estabelecimento empresarial e para onde se dirige sua clientela. É o local de exposição da mercadoria, de modo a facilitar o contato do empresário com sua clientela.
Assim, se o empresário está estabelecido em imóvel de sua propriedade, a proteção jurídica do ponto empresarial se dará pelas normas do direito civil que tutelam a propriedade. Por outro lado, se o empresário se encontra estabelecido em imóvel locado, a sua proteção se dará pelas regras da locação não-residencial.
OBS: a locação não-residencial confere ao empresário-locatário a prerrogativa de pleitear a renovação compulsória do contrato de aluguel, uma vez atendidos os requisitos legais estabelecidos na lei. Entretanto, a própria Lei de Locação apresenta algumas hipóteses em que o direito à renovação compulsória do aluguel será inoperante, em razão do direito de propriedade assegurado ao locador.
Pergunta: qual a diferença entre estabelecimento e ponto empresarial?
Propriedade Intelectual
Proteção industrial: protege a marca, invenção, patente, modelo de utilidadeou desenho industrial.
Invenção: algo novo que possui utilização industrial ou comercial.
Modelo de utilidade: Aperfeiçoamento de um aparelho que já existe. Se já possuir patente, o aperfeiçoador deverá pagar ao inventor (caso vivo) a co-exploração do invento. Proteção pelo período de 7 a 15 anos para recuperação do investimento.
Desenho industrial: Linha estética de um produto que resulta em algo novo e original, que liga o produto à marca. A proteção é pelo período de 10 anos, renováveis por mais três períodos de 5 anos. 
Marca e patente: veremos a seguir:
Marca e patente 
Patente é um título provisório de propriedade concedido pelo Estado ao(s) inventor (es) (10 a 20 anos para recuperação do investimento), ou àqueles que tenham direito derivado do mesmo, como o fito de exclusão de terceiros de atos relativos à proteção, tais como venda, comercialização, fabricação etc. 
Novidade para a propriedade industrial deve ser considerada objetivamente, ou seja, só é considerado novo aquilo que não está compreendido no estado da técnica. Assim, inovador é aquele produto que não se tornou acessível ao público antes da data do depósito do pedido de patente.
Destarte, a difusão de informação a respeito da invenção ou modelo de utilidade, em qualquer parte do mundo, torna inválido pedido de patente. Por exemplo, comercializar uma invenção antes de promover seu registro é divulgá-la correndo o risco de se perder a possibilidade de exploração econômica. Observa-se que o requisito da atividade inventiva foi inserido para dar cumprimento aos princípios estabelecidos pela Convenção de Paris, que é o tratado mais antigo que está em vigor, datando do ano de 1883.
MARCA: Entende-se como sinal especial de forma variável e legalmente registrado, que o fabricante e o comerciante adotam para distinguir e caracterizar os produtos de sua indústria ou os artigos do seu comercio e também como estratégia para diferenciar suas ofertas.
O título III da Lei de Propriedade Industrial, trata das marcas, e da sua registrabilidade, ou seja, dos sinais que podem ser registráveis como marca, tanto é que, o artigo 122 enuncia que: "são suscetíveis de registro como marcas, os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais’’.
A marca é mais que um simples nome (podendo ser utilizado o mesmo nome empresarial). O significado de uma marca resulta dos esforços de pesquisa, inovação, comunicação e outros que, ao longo do tempo, vão sendo agregados ao processo de sua construção. Marca e termo, signo, símbolo ou design, distinto ou combinado com a de identificar a promessa de benefícios, associada a bens ou serviços, Tenta o valor de um produto além de seu propósito funcional, tendo vantagem diferencial sustentável. 
A marca possui proteção de 10 anos prorrogáveis por iguais períodos. Marcas famosas possuem proteção especial mesmo sem registro.
Pergunta para dialogarmos: 
Quem possui o maior valor de mercado: O Estabelecimento da empresa Coca-cola S/A, ou a marca “Coca-Cola”?
Na copa de 2018 na Rússia: Marcas envolvidas. A primeira é a VISA. A segunda é o McDonald´s. Em terceiro lugar está a Coca-Cola, cujo valor de marca é US$ 79, 9 bilhões (14ª marca mais valiosa do mundo).
Nome empresarial 
É o elemento de identificação do empresário pelo qual ele se apresenta, para o exercício de sua atividade economicamente organizada. Ele é o gênero destas espécies:
Razão social do empresário individual: responsabilidade ilimitada confunde-se com a pessoa física, mas há o CNPJ.
Nas sociedades empresárias:
Firma ou razão social: É o nome pelo qual o empresário exerce suas atividades terminando, por exemplo em “& Cia”. Também é o nome que consta no Registro do CNPJ da sociedade empresária.
Denominação Social: Chamado nome fantasia. Utilizado para geralmente para identificar a atividade. EX: Pães e Cia. Outros: ... Vejamos exemplos aqui em sala.
Pergunta: A firma e a denominação social podem ser as mesmas?
Sim, contudo, a diferença se encontra no tipo societário que é utilizado. Voltaremos a falar sobre a questão semana que vem quando virmos os tipos de sociedades empresárias
COMPRA E VENDA DO ESTABELECIMENTO
Trespasse: é a alienação de estabelecimento de um empresário individual ou de uma sociedade empresaria a outro, ou seja, é o contrato de compra e venda do estabelecimento.
O trespasse provoca a transferência da titularidade do estabelecimento comercial. É diferente da cessão de quotas (quando terceiro adquire as quotas), nesta não ocorre a transferência da titularidade do estabelecimento, mas tão somente a modificação do quadro social.
Ex.: empresa Alfa pertence a João e Pedro. Ana e Maria adquirem as quotas, mas a empresa continua chamando Alfa, modificando-se apenas o quadro social.
No trespasse ocorre a venda total do estabelecimento.
Ação renovatória - Requisitos:
Contrato escrito por e por prazo determinado.
Contrato ininterrupto ou com prazos somados 5 anos.
Exploração de mesmo ramos empresarial por no mínimo 3 anos provando alteração do objeto da empresa. 
Responsabilidades do adquirente e do alienante:
O trespasse só produzirá efeitos se for averbado na Junta Comercial e publicado na imprensa local (Art. 1144 CC).
O adquirente:
Responderá pelas dívidas anteriores da empresa, desde que estejam regularmente contabilizadas. Portanto, o adquirente do estabelecimento poderá responder apenas pelas dívidas conhecidas e devidamente registradas, caso contrário, seria inviabilizada a aquisição, se ele tivesse de responder por toda e qualquer dívida que surgisse.
Terá direito de regresso contra o alienante por dívidas por ele pagas e não incluídas no contrato de trespasse;
Haverá sucessão nos débitos de ordem trabalhista e tributária;
Pode ter direito à cessão de créditos a que tinha direito o alienante, enquanto no comando do estabelecimento vendido (essa cessão produzirá efeito perante os respectivos devedores a partir da publicação da transferência).
OBS: Se, de boa-fé, o devedor pagou ao cedente (alienante) e não ao cessionário (adquirente), ficará exonerado do débito. (Art. 1149 CC). 
O alienante:
Responderá de forma solidária pelas dívidas da empresa, pelo prazo de um ano, a contar da publicação da transferência do estabelecimento, quanto aos créditos vencidos, e da data de seu vencimento, quanto aos vincendos (Art. 1146 CC).
Não havendo autorização expressa no contrato, o alienante do estabelecimento NÃO poderá fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos (Art. 1147 CC).
OBS: É uma cláusula implícita, em qualquer contrato de trespasse, conhecida como cláusula de não restabelecimento, pois, ainda que não conste expressamente no instrumento do contrato, é imposta por lei. 
Por quê? Porque o alienante do estabelecimento já domina a técnica do negócio e detém toda a clientela da região. Seria extremamente injusto se ele pudesse de novo restabelecer-se, p. ex., na mesma área, desenvolvendo a mesma atividade.
MODALIDADES DE EXTINÇÃO EMPRESARIAL: 
1- ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES:
Resolve-se o contrato social e se efetiva baixa no órgão de registro competente após a quitação de todo o passivo de bens corpóreos e incorpóreos: 
Pergunta: Pode-se dar baixa sem o pagamento de tributos?
2- FALÊNCIA EMPRESARIAL:
O Passivo da empresa se encontra maior que seu ativo. Temos, portanto, duas possibilidades dentro da nova Lei de Falências: 
2.1 – Recuperação Judicial: 
Nesse tipo de recuperação, o Poder Judiciário auxilia as instituições por meio da lei 11.101 de 2005, conhecida como Lei da Falência e Recuperação de Empresas. A norma busca viabilizar a superação da crise econômica do devedor ao permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, bem como o estímulo à atividade econômica.
Os principais requisitos para ser contemplado com essa modalidade são:
ter atividades regulares há mais de dois anos;
não ter falido;
em caso de falência, desde que esteja declarada como extinta, por sentençatransitada em julgado;
não ter concessão de recuperação judicial há, pelo menos, cinco anos;
não ter concessão de recuperação judicial com base no plano especial há, pelo menos, oito anos;
não ter sofrido nenhum tipo de condenação ou não ter, como administrador ou sócio, pessoa(s) condenada(s) por crimes previstos/relacionados pela lei de falência.
Processo
O plano de recuperação da empresa deverá ser apresentado pela organização no prazo de 60 dias, a partir da publicação da decisão judicial. 
A instituição ficará em recuperação até cumprir as obrigações previstas no plano, que tem validade de dois anos a partir da concessão. Caso haja descumprimento de qualquer obrigação planejada no decorrer desse período, a recuperação é cancelada E A FALÊNCIA É DECRETADA POR SENTENÇA.
A lei também atende microempresas e empresas de pequeno porte. As organizações precisam apresentar um plano especial de recuperação judicial afirmando suas intenções em petição inicial. No entanto, o pedido não suspende o curso da prescrição das ações e execuções por créditos não abrangidos.
 
2. Recuperação Extrajudicial
Essa recuperação trata-se de uma renegociação das dívidas empresariais, fora das vias judiciais. Com esse benefício, o empresário pode negociar diretamente com seus credores e elaborar um acordo que poderá ou não ser homologado pelo juiz.
O compromisso não pode incluir titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente do trabalho. Também não contempla pagamento antecipado de dívidas e tratamento desfavorável aos credores. Feito o acordo, o cumprimento se torna obrigatório para todas as partes.
Esse plano de recuperação não abrange os créditos trabalhistas decorrentes de dívidas com garantia fiduciária, arrendamento mercantil e compra e venda de bem como contrato de câmbio.
Vantagens
Os principais incentivos da recuperação extrajudicial são a celeridade e o custo mais acessível do que os da recuperação judicial. Com menos burocracia, as pequenas, médias e grandes empresas e os credores privados (como instituições financeiras e fornecedores) passam a ter uma maior comodidade na superação da crise.
Em ambos os casos é interessante contar com a assessoria contínua de um escritório de advocacia especializado na área, para que sejam resolvidas as dúvidas jurídicas que surgirem ao longo da etapa e preservados os direitos e deveres da empresa.
ORDEM CREDITÍCIA NA NOVA LEI DE FALÊNCIAS:
Inciso I - os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
Inciso II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem:
Inciso III - créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
Inciso IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;
Inciso V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
Inciso VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
Inciso VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;
Inciso VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado. 
§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 04/06/2019
Podemos defini-las como: a reunião de pessoas que tem como objetivo principal exercer uma atividade econômica de maneira profissional e que seja organizada para a produção e comercialização de bens ou serviços. Uma das características mais importantes de uma sociedade empresarial é que essa atividade econômica, que falamos acima, deverá visar o lucro.
Sociedade empresária – é o contrato celebrado entre pessoas físicas ou jurídicas, ou somente entre pessoas físicas (art. 1.039 do Código Civil), por meio do qual estas se obrigam reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Elas podem ser:
Sociedades personificadas – essas sociedades preenchem todos os requisitos necessários para a sua constituição e são regularmente registradas no Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis.
Sociedades despersonificadas – são sociedades que, apesar de se constituírem da união de pessoas que habitualmente realizam uma atividade empresarial, não podem ser consideradas como uma pessoa jurídica desvencilhada da figura de seus sócios, no caso, seria a sociedade irregular ou de fato e sociedade em conta de participação.
EXPLICÁ-LAS:
TIPOS DE SOCIEDADES EMRPESÁRIAS NO BRASIL:
1. Sociedade Simples
O primeiro tipo de sociedade empresarial que apresentamos é o mais básico de todos: A Sociedade Simples.
Esse formato antes era chamado de Sociedade Civil e está ligada somente a atividades que sejam relacionadas a prestação de serviços.
As regras desse formato são ditadas pelo Novo Código Civil, quando fala especificamente do funcionamento das empresas que adotam o modelo de Sociedades Simples.
2. Sociedade em Nome Coletivo
Já na Sociedade em Nome Coletivo é estabelecido que todos os sócios da empresa respondam por suas obrigações financeiras e fiscais.
Esse tipo de sociedade também permite que os sócios limitem entre si as suas responsabilidades no momento de elaboração do Contrato Social.
Geralmente, o nome desse tipo de organização é composto pelo nome dos sócios junto com alguma expressão que caracterize esse formato, tal como: & Cia, & Companhia e assim por diante.
3. Sociedade em Comandita Simples
Nesse tipo de sociedade empresarial, os sócios são divididos de duas formas:
Os comanditados, que são pessoas físicas e possuem a responsabilidade pelas obrigações fiscais do negócio;
Os comanditários, que são obrigados somente pelo valor da sua quota.
É importante ressaltar que na elaboração desse tipo de contrato, será preciso discriminar essas duas categorias, além de aplicar as normas que são necessárias no modelo de Sociedade em Nome Coletivo, que apresentamos anteriormente.
4. Sociedade Limitada
A Sociedade Limitada, ou LTDA, é um dos modelos mais conhecidos e também um dos mais comuns no Brasil.
Saiba que para que ela possa existir, exige-se a existência de mais de um sócio, sejam eles pessoas jurídicas ou físicas. Além disso, cada sócio tem a sua participação definida com base em sua cota, ou seja, sua participação no capital social da empresa.
Junto a isso, esse modelo conta com a figura do administrador que deverá ser o representante legal da sociedade. A sua escolha será feita pela maioria dossócios, em votação.
A administração também pode ser exercida por um grupo de sócios, ou seja, mais de um deles, desde que isso esteja discriminado no Contrato Social.
5. Sociedade Anônima
Outro tipo de sociedade empresarial muito conhecido no Brasil é a Sociedade Anônima ou S/A. Essa categoria de empresa representa um modelo um pouco mais complexo e se encaixa bem para negócios que estão em um nível de maturidade maior do que o comum.
O motivo disso é que na Sociedade Anônima, o capital não se encontra associado a nomes e sim em ações. Junto a isso, é exigido que haja no mínimo 7 acionistas e as suas responsabilidades são divididas conforme as suas ações.
Podemos dizer ainda que esse modelo possui alguns regulamentos, normas e obrigações acessórias mais complexas que os outros tipos de sociedade empresarial. Sendo assim, ele geralmente é utilizado principalmente por grandes corporações.
Para as empresas que necessitam de maior agilidade em suas tomadas de decisões, é indicado adotar o modelo de Sociedade Limitada, que é bem mais simples e possui um custo-benefício melhor para as suas respectivas realidades.
Por fim, o capital social da empresa pode ser dividido em:
Capital aberto, que é quando o seu valor pode ser negociado na bolsa de valores;
Capital fechado, que seguindo a lógica inversa, não permite negociações na bolsa.
6. Sociedade Comandita por Ações
Já a Sociedade comandita por ações possui o seu capital dividido em ações, assim como na Sociedade Anônima, porém ela não opera em conjunto com seus acionistas e sim por firma ou denominação.
Sendo assim, as responsabilidades sociais ficam a cargo de um diretor que é nomeado para isso. Porém, é possível que seja nomeado mais de um diretor, desde que eles recebam esse título no ato da constituição da sociedade.
Obviamente que situações mais delicadas podem ocorrer, tal como a necessidade de destituir um diretor. Nesse caso, o ato deverá ser feito por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social total do negócio.
7. Sociedade Cooperativa
A Sociedade Cooperativa já é um modelo bem peculiar por vários motivos, sendo um deles a obrigatoriedade de no mínimo a participação de 20 pessoas para formar essa sociedade.
Outro fato que faz esse tipo de sociedade empresarial ser diferente é  por ser organizado de forma bem democrática na questão da economia. Além disso, a cooperativa permite a participação livre de todos, sempre pregando pelo respeito dos direitos e deveres de cada sócio.
Podemos dizer também que na sociedade cooperativa, as responsabilidades dos sócios podem ser limitadas ou ilimitadas. 
É limitada na questão de que um sócio responde somente pelo valor de suas quotas e eventuais prejuízos que podem ocorrer. Agora, quando falamos que ela é ilimitada, nos referimos quando o sócio responde solidariamente pelas obrigações sociais do negócio.
8. Sociedade em Conta de Participação
Esse tipo de sociedade empresarial também é bem diferente dos outros que apresentamos anteriormente, pois ele é formado por 2 ou mais sócios, sem firma social, exclusivamente para operações de comércio.
Nessa modalidade, um dos sócios geralmente é um comerciante e ela não exige qualquer formalização, sendo assim o contrato afeta apenas os sócios.
9. Sociedade de advogados:
TIPOS DE ALTERAÇÃO SOCIETÁRIA:
Transformação – Ocorre quando uma sociedade passa de uma forma para outra, alterando sua estrutura. Ex: Uma Ltda. passa para uma S/A.
Fusão – Quando diversas sociedades se unem formando outra inédita. Ex: A + B + C = D.
 Cisão – É o processo contrário da Fusão, ocorre quando uma empresa gera outras.
 Incorporação – Ocorre quando uma sociedade incorpora outra, sucedendo-a nos direitos e nas obrigações. Ex: A incorpora B, dali em diante fica apenas A.
REFERÊNCIAS
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17ª Edição. Editora Saraiva, 2006. 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios Gonçalves. Sinopses Jurídicas - Títulos de Crédito e Contratos Mercantis. 2ª Edição. Editora Saraiva, 2005. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas - Direito das Obrigações - Parte Especial (contratos). 8ª Edição. Editora Saraiva, 2007.

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