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ASSISTENTE SOCIAL E SAÚDE MENTAL CAPS _ Passei Direto

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Remanso 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CILEIDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 
SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: 
AS DEMANDAS DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS 
 
 
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Remanso 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: 
AS DEMANDAS DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. 
 
Orientador: Prof. Maria Ângela Santini 
 
 
CILEIDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE? 
[...] a loucura e o sofrimento não têm de ser removidos a qualquer custo, eles são 
reintegrados como partes da existência, como elementos componentes do 
patrimônio inalienável do sujeito. 
COSTA-ROSA, A. O. 2000. 
 
“Dizem que sou louco por pensar assim...“ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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XXX, Cileide de Tal. SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE MENTAL: AS DEMANDAS DO 
ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS. 2018. 56 páginas. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Graduação em Serviço Social) Centro de Ciências Empresariais e Sociais –
Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Remanso / BA, 2018. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente arti go tem por objetivo debater a política nacional de saúde como um 
campo de intervenção do Assistente Social, problematizando, neste contexto, as 
competências e atribuições profissionais, assim como seus desafios e possibilidades 
de inserção nas equipes multiprofissionais da saúde numa ação interdisciplinar, 
sendo esse último item muito relevante, uma vez que no cenário atual exige-se cada 
vez mais do profissional a capacidade de trabalhar em grupo, tendo como sua base 
à interdependência entre os profissionais envolvidos, reconhecendo a área particular 
de cada um, somando esforços para a realização dos serviços. A criação do Centro 
de Atenção Psicossocial promoveu mudanças significativas no modo de cuidar dos
pacientes portadores de transtorno mental, onde busca garantir atendimento médico 
e psicossocial, apresenta uma estrutura terapêutica que visa atender o bem estar 
biopsicossocial. Analisamos os espaços de atuação do Assistente Social na saúde, 
suas competências e atribuições, bem como os desafios da profissão, a articulação 
e sintonia desse profissional com os usuários que buscam os serviços de saúde. 
 
 
Palavras -chave: Assistente Social. CAPS. Saúde Mental . Serviço Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 
XX 
 
1 A SAÚDE MENTAL NO BRASIL .......................................................................... 
XX 
1.1 DOS PRIMÓRDIOS À CONTEMPORANEIDADE .............................................. 
XX 
1.2 A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUS E –
... .... ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .... XX 
1.3 A REFORMA SANITÁRIA .................................................................................. 
XX 
1.4 A REFORMA PSIQUIÁTRICA ............................................................................ 
XX 
1.5 A SAÚDE COMO UM DIREITO SOCIAL ........................................................... 
XX 
1.5.1 A Política Nacional De Saúde Mental .............................................................. 
XX 
 
2 A QUESTÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE ............................................... 
XX 
2.1 O SERVIÇO SOCIAL COMO PROFISSÃO ........................................................ 
XX 
2.2 A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE ............................................ 
XX 
2.3 O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL ................................... 
XX 
2.4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE ................ 
XX 
2.5 ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE: AÇÃO INTERDISCIPLINAR .... 
XX 
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2.6 AS DEMANDAS ATUAIS DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE .......................... 
XX 
 
3 O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL CAPS – . .. ... .... .. ... .......................... 
XX 
3.1 CAPS: INTERSETORIALIDADE E PROTAGONISMO ...................................... 
XX 
3.2 O ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS .................................................................. 
XX 
3.3 AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ASSISTENTE SOCIAL 
NA SAÚDE ............................................................................................................... 
XX 
3.4 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PERSPECTIVA DO CUIDADO . 
XX 
3.5 A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUS ... XX– 
3.6 DESAFIOS DA SAÚDE MENTAL PARA O FUTURO ........................................ 
XX 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 
XX 
 
REFERÊNCIAS .............. ......................................................................................... XX
INTRODUÇÃO 
 
Discorrer sobre políticas de saúde mental no Brasil é uma 
possibilidade hodierna, conquistada a partir do processo de reforma psiquiátrica. A 
assistência psiquiátrica brasileira surgiu da função saneadora dos primeiros 
hospíciose assumindo um papel excludente. Tal assistência baseou-se no foco 
patológico, esquecendo assim, a compreensão do sujeito como totalidade. 
Nesse contexto, surge em vários países do mundo a Reforma 
Psiquiátrica, sedimentada nos pressupostos da desinstitucionalização dos pacientes 
psiquiátricos e da consolidação de bases territoriais do cuidado em saúde mental. 
Parte-se da premissa de que um amplo número de problemas na saúde mental pode 
ser resolvido nesse nível de assistência, sem ter necessidade de serem referidos a 
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níveis especializados do sistema de saúde. Enfatiza-se ainda a relevância do 
desenvolvimento de ações de tipo preventivo e promocional da saúde mental que 
teriam, na atenção básica, o lócus preferencial de desenvolvimento (NUNES; JUCÁ; 
VALENTIM, 2007) 
Assim, os serviços substitutivos ao modelo hospitalocêntrico, o mais 
antigo modelo de cuidado ao portador de sofrimento psíquico, surgem na intenção 
de que este sujeito doente seja visto a partir de outro paradigma, o da reabilitação 
psicossocial, compreendida como uma ação expandida, que considera a vida em 
seus diferentes âmbitos: pessoal, social ou familiar, objetivando, assim, a reinserção 
deste sujeito na sociedade. 
A lei n.º 10.216/01 deu origem a portaria 336/MG de 19 de Fevereiro 
de 2002 que institui a criação do Centro de Atenção Psicossocial com o objetivo de 
oferecer atenção diária a usuários portadores de transtorno mental garantindo 
atendimento médico e psicossocial em estrutura física específica independente de 
estrutura hospitalar, apresenta uma estrutura terapêutica que visa atender o bem 
estar biopsicossocial do portador de transtorno mental grave com acompanhamento 
médico ambulatorial e desenvolvendo atividades socioeducativas e culturais. 
O CAPS tem como missão ser um serviço substitutivo a 
hospitalização de longa permanência de portadores de transtorno mental grave, 
severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, 
semi-intensivo e não intensivo. Outro objetivo do CAPS é dar suporte psicológico e 
emocional aos familiares dos usuários com sofrimento psíquico, desenvolver 
atividade de acolhimento, atividade cultural e de lazer, bem como, prepará-los para 
lidar com a doença e o processo de adoecimento dos usuários. 
A reabilitação social dos sujeitos portadores de transtornos mentais 
emergiu com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que segundo Rabelo 
(2006) são considerados locais de atendimento em níveis de alta complexidade em 
saúde mental e objetivam reduzir a gravidade do transtorno mental, visando 
estabelecer um programa de reabilitação psicossocial, com a possibilidade de 
acolhimento, cuidado, construção de vínculos, bem como proporcionar maior grau de 
socialização ao sujeito em sofrimento psíquico. As equipes são constituídas por uma 
gama de profissionais, desenvolvendo um grupo multiprofissional que avalia o 
quadro do usuário (RABELO et. al, 2006). 
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A área da saúde, para os profissionais de Serviço Social é vista 
como um desafio profissional por conta das vulnerabilidades sociais e econômicas 
apresentadas como demandas diárias. É necessário que esse profissional conheça 
as políticas que norteiam a área e as referências específicas como as principais 
patologias, para compreender o contexto o qual está inserido. 
Segundo Martinelli (2007, p.23) o assistente social trabalha com 
pessoas vulnerabilizadas que pedem um gesto humano: um olhar, um sorriso, uma 
palavra, uma escuta atenta, um acolhimento, para que possam se fortalecer na sua 
própria humanidade. 
Abordar sobre o profissional de Serviço Social na saúde é 
necessário, levando em conta todo o processo de trabalho que envolve sua atuação. 
O trabalho em saúde, por fazer parte do setor de serviços e ser 
compreendido como um trabalho que se efetiva no momento do encontro entre 
trabalhador e usuário, apresenta peculiaridades e o assistente social, inserido nesse 
processo, se apresenta como profissional que tem uma intervenção de natureza 
essencialmente política. 
Mioto & Nogueira (2006, p. 282) evidenciamos que por estar situado 
no processo de trabalho coletivo em saúde, o assistente social, pautado na lógica 
dos direitos e da cidadania, a organização do seu trabalho “abarca os fatores de 
ordem política, econômica e social que condicionam o direito a ter acesso aos bens 
e serviços necessários para se garantir a saúde, bem como exige uma consciência 
sanitária que se traduz em ações operativas na concretização dos direitos.”. 
 
1 A SAÚDE MENTAL NO BRASIL 
 
1.1 DOS PRIMÓRDIOS À CONTEMPORANEIDADE 
 
Historicamente foi no século XIX que se evidenciou o momento de 
transformações políticas e econômicas no Brasil onde houve a transição do governo 
monárquico para o regime republicano. Foi nessa época também que o início da 
psiquiatria científica foi marcado no Brasil. 
Foi nessa conjuntura de transformações, que os discursos e os 
debates psiquiátricos se construíram. O Hospício Dom Pedro II, inaugurado em 
1852, foi o primeiro manicômio brasileiro. Este hospício foi uma tentativa do Brasil de 
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estar harmoniosamente de acordo com modernidade europeia, sendo que sua 
administração estava tutelada à Santa Casa de Misericórdia, um instituição religiosa 
(PAVÃO, 2006). 
Neste cenário, o Estado assumiu a assistência aos “loucos” a partir 
da proclamação da República legitimado pelo discurso cientifico que começara a 
surgir no país, havendo assim uma materialização da gestão médica do hospício 
(PAVÃO, 2006). A partir daí, a loucura passou a ter novas dimensões onde se 
associava o “louco” como aquele indivíduo perigoso e ameaçador, sem uma fala 
coerente, marcado como o ser extravagante e diferente que precisava ser contido. 
Para Fonte (2012) esse período estava marcado pela medicalização 
da loucura onde o seu tratamento estava unicamente voltado para os hospícios e as 
colônias agrícolas fundamentando o isolamento do louco da sua vida social. Nessa 
época, as colônias agrícolas eram ofertadas pela maioria dos Estados brasileiros 
como um serviço que complementava a atuação dos hospitais psiquiátricos 
tradicionais ou como única opção de tratamento. 
Por mais que as intenções dos criadores das colônias agrícolas 
fo ssem a recuperação total do indivíduo “louco”, essas colônias permaneceram, na 
prática, com a mesma função característica da assistência aos doentes mentais do 
Brasil desde a sua criação: a exclusão do convívio social e a de “escondê lo” dos -
olhos da sociedade (FONTE, 2012).O modelo de assistência em saúde mental supracitado só veio a ter 
uma nova dimensão na década de 1920 com a criação da Liga Brasileira de Higiene 
Mental (LBHM). Apesar ser uma nova dimensão, a LBHM nasceu com o proposito 
maior de cristalizar o movimento de higiene mental com um arcabouço de 
intervenções no meio social caracterizadas por ações e discursos eugenistas, 
xenófobicas, antiliberais e racistas. 
Os principais tópicos que a Liga defendiam eram “controlar, tratar e 
curar”, onde os fenômenos psicológicos eram tidos como fatores interligados a raça 
e o meio social. A visão central da Liga era o princípio de moralização e saneador 
dos comportamentos, eliminando a impureza das raças através de uma 
“esterilização” dos “loucos”. Porém, a exclusão social dos “loucos” era maquiada por 
uma proposta de melhorias sanitárias e na modificação dos hábitos e costumes 
comportamentais da sociedade como meio de prevenção da doença mental 
(PASSOS, 2009). 
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Segundo Fonte (2012) o tratamento asilar foi se modificando até a 
década de 1960, onde a autora pontua o surgimento da “indústria da loucura”, isso 
porque nesse período o governo militar consolidou a articulação entre a internação 
asilar e a privatização da assistência, através de um movimento crescente de leitos 
hospi talares para os “loucos” tanto na assistência pública, quanto na assistência 
privada. Assim, as instituições privadas eram remuneradas pelo poder público para 
“acolher o doente mental”, onde sua principal fonte de receita era a internação 
remunerada na forma de diária paga por cada dia em que o indivíduo permanecesse 
interno. 
Entretanto, o modelo de assistência à saúde mental começara a 
mudar a partir da década de 1970 como descreve Devera e Costa-Rosa (2007, p. 
63): 
 
 
Nos anos 70, iniciou-se no Brasil a Reforma da Assistência Psiquiátrica. 
Instalou-se um processo histórico de formulação crítica e prática com o 
objetivo de questionar e elaborar propostas de trans formação do modelo 
asilar, julgando inadmissíveis a exclusão, a cronificação e a violência do 
modelo hospitalocêntrico. O setor previdenciário apresentava-se em crise 
financeira devida aos gastos com contratação de hospitais privados, auxílio -
doença e aposentadorias decorrentes de distúrbios psiquiátricos. Esse 
processo de transformações é, entretanto, fruto de lutas no campo da 
Atenção em Saúde Mental que se iniciam ainda na década anterior. 
 
 
Como observado, as transformações no modelo assistencial da 
saúde mental passava a transpor de um período obscuro, com práticas excludentes, 
desumanas e segregacionistas, para uma nova dimensão, com um olhar 
diferenciado para a saúde mental. A partir das críticas às praticas em saúde mental 
e as discussões sobre o manejo dela, constituiu-se um novo período, onde se pôde 
pensar em um momento de reforma. Reformar a assistência a saúde mental 
visando: melhorias estruturais e epistemológicas; dignificação do ser humano; novos 
saberes; novas práticas que proporcionassem o desenvolvimento psíquico dos 
indivíduos, e; uma nova ressignificação da saúde mental brasileira. Po -se assim de
dizer que dar-se então o movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. 
 
 
1.2 A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 
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