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Aula nº 2 016/11/2021
Sumário:
Objectivo Geral da Didática da Geografia; 
Perfil da disciplina (Objecrivos específicos da Didáctica de Geografia
3. UNIDADE I: Introdução
 1.1 Os fundamentos da Geografia
 1.2 O lugar da Geografia no quadro das ciências; 
 1.3 O ensino da Geografia ao longo dos tempos 
 1.3.1 A formação do pensamento geográfico
 1.3.2 A sistematização da Geografia como ciência
Introdução a Cadeira de Didáctica da Geografia
Com a conclusão das cadeiras de Pedagogia Geral e Didáctica geral, no 1º ano, os estudantes têm um subsídio fundamental necessário à compreensão da Didáctica de Geografia. Como disciplina esta deve afirmar cada vez mais a sua especificidade face à pedagogia (ciência da educação) e a metodologia (o estudo dos métodos, técnicas e procedimentos de ensino).
Portanto, formar-se em Didáctica da Geografia, implica desde logo, interrogar-se paralelamente sobre a geografia (conceitos, demarches, especificamente) e sobre a maneira de organizar o seu ensino e aprendizagem. 
2. Objectivos Gerais
Os objectivos gerais da disciplina de Didáctica da Geografia, no currículo de Geografia do ISCED, enquadra-se no âmbito da necessidade de dotar os futuros professores de Geografia, nos níveis Secundário e Médio, de conhecimentos didáctico-pedagógicos capazes, com vista a realizarem com mestria o processo de ensino-aprendizagem da disciplina.
Como ensinar a Geografia e que Geografia ensinar, são duas questões fundamentais em didáctica da Geografia que deverão ser desenvolvidas no programa de Didáctica de Geografia. 
3. Perfil da disciplina
A cadeira de Didáctica da Geografia, contribuirá para:
1. Estimular e desenvolver a capacidade de organizar o ensino e aprendizagem à luz dos princípio da Didáctica Geral e tendo em conta a especificidade do conhecimento geográfico;
2. Reflectir sobre a vias e procedimentos que visam a optimização da aprendizagem, numa lógica da triangulação pedagogia-didáctica-teorias de aprendizagem;
3. Identificar as teorias, métodos, estilos e práticas de ensino que permitam a formação e desenvolvimento do raciocínio especial e estimulem a Educação Geográfica;
 4. Desenvolver conhecimentos e competências relativamente as etapas e funções a ter em conta na planificação de um curso e de uma aula.
UNIDADE I: INTRODUÇÃO
1.1 Objectivos da Unidade I
Compreender a evolução da geografia desde a antiguidade até ao mundo actual;
Compreender o lugar da Geografia no quadro das ciências;
Conhecer os objectivos da educação geográfica e ambiental;
Determinar os principais valores e objectivos educativos da Geografia; 
1.2 Fundamentos da Geografia 
A Geografia foi por muito tempo conhecida por seu carácter descritivo por causa de sua herança de levantamento de dados e de se basear na observação. O horizonte geográfico, ampliando-se com as grandes navegações, foi responsável pela incorporação de elementos importantes para a Geografia. Desde as navegações dos gregos e romanos, ainda confinados ao Mediterrâneo e algumas incursões por terra para a Ásia e o norte da África, depois das investidas dos portugueses e espanhóis para o Atlântico, muitos geógrafos, como Alexandre von Humboldt, puderam realizar viagens de observação e registos de factos, descobrimentos e registos de espécies para consolidar o conhecimento dos lugares Nelson Werneck Sodré (1987). 
Olhando para os primórdios do conhecimento espacial, Anaxímenes de Mileto (610-547 a.C.), filósofo e meteorologista, contribuiu na distinção dos planetas e estrelas e nos princípios do Geocentrismo. Para Hipócrates (460-350 a.C.) era necessário localizar e conhecer cada lugar para fazer uma correcta avaliação dos hábitos, costumes e aspectos físicos de cada lugar, além de vários outros estudos. Heródoto (485-425 a.C.) contribuiu bastante para o conhecimento geográfico, foi o primeiro a fazer um elo entre História e Geografia, estudou as populações e suas características e é considerado o pai da História (RODRIGUES, 2008).
Sobre a Geografia na Antiguidade, podem-se citar as contribuições de expedições e da biblioteca de Alexandria. Nesse período, destacam-se as obras de pensadores como:
• Hecateu (550 a.C. - 475 a.C.), responsável pelo primeiro mapa-múndi;
• Hipócrates (460 a.C. - 377 a.C.), criador de Tratado dos ares, das águas e dos lugares, em que se discute a influência do meio ambiente sobre o ser humano;
• Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), o qual provou que nosso planeta é esférico baseando-se na observação da sombra da Terra projectada na Lua durante um eclipse;
• Eratóstenes (275 a.C. - 194 a.C.), calculou a primeira medida da circunferência da Terra, muito próxima aos dados actuais;
• Estrabão (63 a.C. - 25 d.C.), responsável pela obra Geografia, que deu origem ao nome conhecido até hoje para essa área do conhecimento;
 • Cláudio Ptolomeu (90 d.C. - 168 d.C.), que defendeu a ideia de que a Terra era o centro do Universo.
O conhecimento geográfico apresentado pelos povos gregos encontrava-se caracterizado de forma descritiva e informativa, pautada apenas na descrição e despreocupado com a colecta de informações. Apenas era para desenhar roteiros a serem percorridos e para informar os recursos a serem explorados em um determinado lugar. 
O ser humano apropria-se dos recursos da natureza imprimindo-lhes forma útil à vida humana. O espaço geográfico passa a ser percebido como uma segunda natureza. Os mapas elaborados tinham a função de delimitar fronteiras, localizar água, terras férteis, rotas de comércios, entre outros.
As técnicas de cartografia aliadas com a expansão das trocas de mercadorias permitiram um salto à ciência geográfica. O homem conseguiu obter respostas acerca do espaço. O desenvolvimento da Geografia tem como base os postulados e o esforço empreendido pelos grandes pensadores da antiguidade.
 1.3. O Ensino da Geografia ao longo dos tempos.
O Renascimento foi um movimento cultural, económico e político que surgiu na Itália do século XIV, se consolidou nos séculos XV e XVI e se estendeu até o século XVII por toda a Europa. Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e gerado pelas modificações estruturais da sociedade, resultou na reformulação total da vida medieval, dando início à Idade Moderna. Representou uma revolução científica pautada no racionalismo, que mudou a forma de ver o mundo, ou seja, a mentalidade das pessoas, os conhecimentos produzidos. Para a Geografia, seria o momento histórico que possibilitou os primeiros avanços em torno da Institucionalização da Geografia enquanto Ciência, ou seja, sistematização e organização do conhecimento geográfico científico (Sevcenko, 1994).
Segundo Morais (1994), o Renascimento estabeleceu as bases de mudanças nas concepções e vertentes dos geógrafos no mundo, possibilitando o avanço e institucionalização da Ciência Geográfica.
É desde o século XVIII que a geografia teve seu reconhecimento discreto como disciplina, contando com a importância de génios como Kant, Montesquieu, Goethe, que foram os desenvolvedores daquilo que se chama "geografia social". Meio século depois, ter-se-á a Escola Alemã, conceituando o determinismo, que fazia a ligação do clima ao fato de que o homem desenvolvesse seu intelecto. Nos anos 1930 do século XX, seriam predominantes as ideias que a Escola Francesa tinha e a conceituação de possibilismo, dando início ao estabelecimento de que as escolhas que o ser humano fazia teriam levado à perspectividade da premissa de desenvolver sua cultura. 
Surgimento da Geografia moderna
Humboldt apresentou as bases da Geografia moderna. As bases da Geografia moderna tinham destaque na análise directa e nas medições precisas como base para leis generalistas. O especialista em filosofia Immanuel Kant foi autor da obra Kritik der reinen Vernunft (1781: Crítica da razão pura). Na obra, Kantdefiniu de modo satisfatório o lugar da Geografia em relação às diferentes áreas do conhecimento. A definição de Kant afirma que a Geografia lida com os fenómenos espaciais. É a mesma coisa que dizer que a história lida com os factos já ocorridos no passado. Tanto Kant quanto Humboldt ensinaram Geografia física e eram da mesma época que Carl Ritter. Carl Ritter era professor da primeira cadeira de Geografia estabelecida numa instituição de ensino superior dos tempos modernos.
Três inovações institucionais do século XIX também exerciam importante função no surgimento da Geografia moderna. Primeiro, o novo retracto das instituições de ensino superior. 
Três inovações institucionais do século XIX também exerciam importante função no surgimento da Geografia moderna.
 Primeiro, o novo retracto das instituições de ensino superior. 
Segundo, a fundação de sociedades geográficas e as perguntas sobre aspectos e recursos naturais que os governos de várias nações patrocinavam. 
Terceiro, a implantação de estações que se dirigem à análise geográfica sistemática ajudou na elaboração de mapas com dados sobre vários fenómenos da natureza.
A Geografia é uma disciplina universitária, isto é, um campo de pesquisas e estudos avançados em instituições de ensino superior. A disciplina geográfica foi estabelecida assim na Prússia nos anos 70 do século XIX. Depois estabeleceu-se na França e nos demais países europeus. Entre os mais importantes conhecedores dessa época de processo expansivo e explicação definitiva do objecto geográfico estavam o especialista em geografia e geologia alemão Ferdinand von Richthofen. Ferdinand von Richthofen escreveu uma grandiosa enciclopédia de cinco volumes. 
 As correntes do pensamento Geográfico:
Determinismo Geográfico
Teoria formulada no século XIX pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel que fala das influências que as condições naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o homem. Nesse sentido, os homens procurariam organizar o espaço para garantir a manutenção da vida.
O maior sinal de perca de uma sociedade seria a perda do território.
As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico que vivia, durante a unificação da alemã. O expansionismo do Império Alemão, arquitectado pelo primeiro-ministro da Prússia Otto von Bismarck (1815-1898), foi legitimado pelas duas principais correntes de pensamento ratzeliano, o determinismo geográfico e o espaço vital (espaço necessário à sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira explicaria a superioridade de algumas raças - nesse caso, a alemã -, que naturalmente se desenvolveriam mais do que outras, e a segunda justificaria a conquista de novos territórios para suprir a maior demanda de recursos para seu desenvolvimento, ou seja, ou expansionismo.
Possibilismo Geográfica
Teve origem na França, com Paul Vidal de la Blache.
Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se uma grande soberania, ele realizou estudos regionais procurando provar que a natureza exercia influências sobre o homem, mas que homem tinha possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao possibilismo.
A natureza passou a ser considerada fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.
Geografia Regional ou Método Regional
Representou a reafirmação de que os aspectos próprios da Geografia eram o espaço e os lugares.
O método era comparar regiões, segundo critérios de similaridade e diferenciação.
Os geógrafos regionais dedicaram-se à colecta de informações descritivas sobre lugares, dividir a Terra em regiões.
As bases filosóficas foram desenvolvidas por Vidal de La Blache e Richard Hartshorne. Hartshorne não utilizava o termo região: para ele os espaços eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogéneos determinariam cada classe, e assim as descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. Este pensamento geográfico ficou conhecido como método regional.
Geografia Pragmática (Nova Geografia, Geografia Teorética ou Quantitativa)
Corrente de pensamento da década de 1950 que surgiu da necessidade de exatidão, através de conceitos mais teóricos e apoiados em uma explicação matemático-estatística.
As principais características dessa corrente geográfica são:
Todo o conhecimento apoia-se na experiência (empirismo);
Deve existir uma linguagem comum entre todas as ciências;
Recusa de um dualismo científico entre as ciências naturais e as ciências sociais;
Maior rigor na aplicação da metodologia científica;
O uso de técnicas estatísticas e matemáticas;
A investigação científica e os seus resultados devem ser expressos de uma forma clara, o que exige o uso da linguagem matemática e da lógica.
• Geografia Crítica ou Geografia Marxista
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste.
Essa corrente de pensamento geográfico surgiu na França, em 1970, e depois na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países.
Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento de renovação da geografia na década de 80.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, económica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-actividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades socioeconómicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.
• Geografia Crítica ou Geografia Marxista
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste.
Essa corrente de pensamento geográfico surgiu na França, em 1970, e depois na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países.
Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento de renovação da geografia na década de 80.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, económica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-actividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades socioeconómicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.
• Geografia Crítica ou Geografia Marxista
A expressão Geografia Crítica foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste.
Essa corrente de pensamento geográfico surgiu na França, em 1970, e depois na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países.
Ganhou mais força na Alemanha, Espanha, França e Brasil, com um grande movimento de renovação da geografia na década de 80.
No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.
A Geografia crítica estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, económica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-actividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades socioeconómicas e diferençasregionais. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.
Geografia Humanística ou Cultural
Tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph e Mercer e Powell.
A Geografia Humanística ou Cultural os termos se equivalem, procura valorizar a experiência do indivíduo ou grupo, visando um meio para compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares, ou seja, a cultura dos grupos sociais.
Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão diferente do mundo, ou seja, cada grupo tem seu ponto de vista, criticando ou elogiando as condições ambientais que por sua vez se expressa através das suas atitudes e valores para com o ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona.
Os geógrafos culturais argumentam que sua abordagem merece o rótulo de "humanística", pois estudam os aspectos do homem que são mais distintamente humanos: significações, valores, metas e propósitos (Entrikin, 1976).
O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está integrado, tem significância afectiva para uma pessoa ou grupo de pessoas.
1.4. Lugar da Geografia no quadro das ciências.
A Geografia é uma ciência que tem por objectivo o estudo da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenómenos significativos na paisagem. Também estuda a relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (Geografia Humana). Para alguns a Geografia também pode ser uma prática humana de conhecer onde se vive para compreender e planear o espaço onde se vive. Um dos temas centrais da geografia é a relação homem-natureza. A natureza é entendida aqui como as forças que geraram ou contribuem para moldar o espaço geográfico, isto é, a dinâmica e interacções que existem entre a atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera. O homem é entendido como um organismo capaz de modificar consideravelmente as forças da natureza através da tecnologia. Sua sistematização como disciplina académica foi atribuída dos pesquisadores do século XIX Alexander von Humboldt e Carl Ritter.
Relativamente ao ensino de Geografia a sua relação com outras ciências enquadra-se no modelo de Roberto (1971)
1.5. Os objectivos da educação geográfica e ambiental; 
O objectivo central do estudo da Geografia é a superfície da Terra. A superfície da Terra sofreu rápidas alterações na segunda metade do século XX. Os geógrafos começaram se preocupar com vários outros problemas. Esses problemas não são apenas preocupações dos geógrafos, mas também dos cientistas e académicos de diversas outras áreas.
 Os problemas de maior preocupação dos geógrafos são os seguintes: a desertificação é causada tanto pelas frequentes secas quanto pela actividade humana; o desmatamento de florestas equatoriais afecta de maneira negativa o frágil equilíbrio ambiental; o perigo de desastres naturais de todos os tipos são também acidentes que os seres humanos causam, em particular os nucleares; a poluição ambiental, como a acidez da chuva e o ar poluído nas cidades; as altas taxas de crescimento populacional fazem com que as pessoas sejam incapazes de sobreviver em certos países de poucos recursos; o problema da desigualdade entre as regiões na divisão dos recursos e das riquezas; a ameaça da fome e da miséria é agravada por problemas económicos e políticos.
Entre os campos possíveis de desenvolvimento da Geografia encontram-se três perspectivas a seguir. 
Os recursos minerais e de demais tipos nos oceanos são explorados. 
 A engenharia genética é usada para o crescimento da produtividade agrícola e a solução de problemas que as pragas criaram; estes problemas atrapalham a expansão dos cultivos em diversas regiões do mundo. 
A supercondutividade é aperfeiçoada para a melhoria do problema da distribuição de energia eléctrica.
Todos esses problemas e perspectivas envolvem questões geográficas. Estão ligados a factores naturais e humanos e a sua distribuição espacial. Sãos estes factores que contribuíram param o surgimento da Geografia ambiental.
 A Geografia Ambiental descreve os aspectos espaciais da interacção entre humanos e o mundo natural. Requer o entendimento dos aspectos tradicionais da geografia física e humana, assim como os modos que as sociedades conceitualizam o ambiente.
Exemplos de áreas de pesquisa em geografia ambiental incluem administração de emergência, gestão ambiental, sustentabilidade e ecologia política.
Os sistemas ambientais físicos, também denominados geossistemas, representam a organização espacial resultante da interacção dos elementos componentes físicos da natureza (clima, topografia, rochas, águas, vegetação, animais, solos). É o campo de actuação da geografia física. Os sistemas ambientais físicos possuem uma expressão espacial na superfície terrestre, representando uma organização (sistema) composta por elementos, funcionando por meio de fluxos de energia e matéria, dominante em uma interacção numa determinada área. [...] os ecossistemas são integrados na concepção mais abrangente de geossistema, como elementos componentes na organização espacial. As noções de ecossistema e geossistema não são sinônimas, [...]. Ambas podem ser usadas, pois se completam no alinhamento hierárquico da estruturação sistémica de análise (Christofoletti, 1995).
 
 De um modo geral, percebe-se que os estudos geográficos desenvolvidos no actual período da geografia ambientalista tendem a incorporar variáveis tanto físicas quanto sociais no tratamento da problemática ambiental. Muito há por ser desenvolvido, uma vez que ainda que incorporem variáveis sociais, nem sempre os estudos fazem considerações de cunho político. Por outro lado, alguns estudos em Geografia Humana, ainda que relacionados à problemática ambiental, não incorporam variáveis físicas numa perspectiva ecológica. Mesmo que nem sempre seja possível integrar tais aspectos, de naturezas tão distintas, os geógrafos ainda podem recorrer às equipes multidisciplinares ou, podem buscar o desenvolvimento de conceitos transdisciplinares (Leff, 2007).
Referências bibliográficas
Chistofoletti, A. et al. (195O) Geografia e meio ambiente no Brasil. Hucitec, São Paulo.
Leff, E. (2007), Epistemologia ambiental. Cortez, São Paulo.
Sodré, Nelson Werneck (1987). Introdução à geografia: geografia e ideologia. Petrópolis: Vozes.
Actividades: (discussão das questões na próxima aula)
Qual é a sua opinião em relação ao triângulo do Dunod?
Qual é a tua opinião em relação a questão: Como ensinar a Geografia e que Geografia ensinar?
Qual é a sua opinião em relação ao lugar da Didáctica da Geografia com outras ciências? 
Relacione a Geografia como Ciência e como disciplina com a questão: Como ensinar a Geografia e que Geografia ensinar?
Interessa sabermos as entidades da antiguidade que debateram com o saber geográfico?
Quem foi o promotor da representação espacial?
Quem foi o primeiro a enunciar o conceito de Geografia?
Em que século a Geografia foi considerada Ciência?
Enuncie os percursores do pensamento geográfico, as correntes, e suas respectivas escolar?
Os contrastes ambientais têm muito a ver com a forma como o homem lida com a natureza. Argumente esta afirmação com base as três perspectivas.
Existira uma relação entre a regionalização espacial com o geossitema? Argumenta.

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