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Pr. Romilton Lourenço Os Dez Mandamentos para os dias atuais Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense An o 1 6 - n ° 6 5 - A br il / M ai o / Ju nh o - 2 02 0 LIÇÕESSUMÁRIO LIÇÕ ES 02 FESTA DO AMOR 2020 03 PALAVRA DO DIRETORPR. AMILTON VARGAS 05e06 30 DIAS DE ORAÇÃO 10 VIRA CRIANÇA AJUDANDO A CRIANÇA A CRESCER COM CRISTO 11 APRESENTAÇÃOPR. ROMILTON LOURENÇO 09 CONGRESSO DE EBD 07 PALAVRA DO REDATORPR. MARCOS ZUMPICHIATTE MIRANDA LIÇÃO 1 - UMA SOCIEDADE QUE DESCONSIDERA OS MANDAMENTOS DIVINOS 12 LIÇÃO 2 – RELACIONAMENTO PERIGO SO16 LIÇÃO 3 – A IMAGEM DO DEUS INVISÍ VEL20 LIÇÃO 4 – O NOME QUE ESTÁ SOBRE TODO NOME24 LIÇÃO 5 – JESUS É O SENHOR DO SÁB ADO28 LIÇÃO 6 – CÓDIGO DE HONRA32 LIÇÃO 7 – ESTANCANDO O SANGUE36 LIÇÃO 8 – ADÚLTEROS E ADULTÉRIO N A BALANÇA DE DEUS40 LIÇÃO 9 – SEJA HONESTO44 LIÇÃO 10 – EM CONFRONTO COM A VERD ADE48 LIÇÃO 11 – OLHOS COBIÇOSOS52 LIÇÃO 12 – O PRIMEIRO GRANDE MANDAMENTO56 LIÇÃO 13 – O SEGUNDO GRANDE MANDAMENTO60 3 PALAVRA DO DIRETOR Do mesmo modo que o Apóstolo Paulo escreveu aos irmãos e líderes da Igreja em Filipos, agradeço o apoio de todos na Cam- panha de Missões Estaduais do ano passado. Suas orações e contribuições nos fizeram perceber o amor do Senhor, permitindo assim que a obra de evangelização no campo flumi- nense expandisse e vidas puderam ser salvas. Temos como tema de Missões Estaduais este ano: SIM, EU CREIO! Esta afirmação nos remete ao projeto de crescimento do Reino de Deus e nos lança ao principal de- safio deste ano: Capacitar 1600 líderes como evangelistas PARA ATUAR EM CAMPANHAS DE EVANGELIZAÇÃO EM TODO O Estado do Rio de Janeiro. Em nossa parceria com Evangelismo Explosivo Internacional no Brasil, já capaci- tamos quase 500 evangelistas até fevereiro deste ano, que está sendo um ano de novos projetos na Plantação e Fortalecimento de Igrejas, Capelanias, Projetos Missionários Especiais e grande foco na Campanha Esta- dual de Evangelização. Com sua ajuda, organizamos novas igre- jas, batizamos pessoas fruto das capelanias prisional, hospitalar, universitária e esporti- va. Também foram realizados batismos de pessoas fruto de nossos projetos especiais e, através de parcerias com várias igrejas, são mantidos 23 “Projetos PEDE” em co- munidades, além do “Projeto Escolhas” em escolas, frentes de trabalho com depen- dentes químicos e outros com crianças em vulnerabilidade social, além de atendimento espiritual a idosos no Lar Batista. São de 58 Projetos Missionários em todo o campo fluminense agregando, além dos nossos missionários do quadro, mais de 800 volun- tários até dezembro de 2019. Com sua ajuda, batizamos, estimulamos muitos novos projetos especiais, demos atendimento espiritual a aproximadamente 110.000 pessoas, apenas nos hospitais em 2019, apoiamos diversos projetos, igrejas e congregações com poucos membros e que estão sendo fortalecidas. Embora tenhamos muita gratidão pelas ofertas do ano passado, os recursos são in- suficientes para custeio da obra missionária, estamos precisando de sua ajuda para não reduzir, mas ampliar essa obra tão impor- tante, daí enfatizar: Ame essa obra, ore e se envolva com nossos líderes e missionários, mas não deixe de contribuir. Faça uma oferta EXPRESSANDO NOSSA GRATIDÃO... “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.” (Filipenses 1:3-5) 4 especial, pois sem seu suporte não conse- guiremos avançar. Faça uma doação voluntária de amor e fé, por depósito, TED, ou DOC na conta do Departamento de Evangelismo e Missões: NOME: CONVENÇÃO BATISTA FLUMINENSE BANCO: BRADESCO AGÊNCIA: 2376-0 CONTA: 12.521-0 CNPJ 07026815/0001-99 (ESSA É A CONTA USADA EXCLUSIVAMENTE PARA MISSÕES E EVANGELISMO) No site (www.batistasfluminense.org.br) você encontrará todas as orientações para cooperar com essa grande obra, imprimindo seu boleto. Caso tenha alguma dificuldade, pode solicitar ajuda pelo telefone (21) 2620- 1515 ramal 218. Queremos agradecer a Deus por sua oferta e, também orar por você. Se você pu- der, por gentileza envie pelo WhatsApp ou por e-mail (evangelismo@batistafluminen- se.org.br), o comprovante de sua preciosa oferta, nome e da sua Igreja, bem como a Associação a qual pertence. Dentre outras, temos relevantes reali- zações através de nossas organizações, de- partamentos e áreas, como UFMBF, UMHBF, JUBERJ, ADIBERJ e AMBF, JUNEDAS, DEM e DER, por exemplo: Através do Seminário Teológico Batis- ta Fluminense (FABERJ), em nossa sede e nos mais de 30 polos de parcerias somando mais de 1300 alunos através do curso bási- co de teologia, na parceria com seminários e na modalidade EAD em Teologia, Educação Cristã, Música e Adoração e Formação em Ministro de Família. Nosso objetivo prin- cipal acompanhar o vocacionado desde o processo de despertamento até a formação e aprimoramento pós-formação. Contamos sempre com o apoio das igrejas e pastores para que cumpramos a nossa missão na formação e multiplicação de uma liderança comprometida com a palavra de Deus, com a Igreja de Cristo e com a obra missionária. Nosso Lar Batista tem cumprido com o seu papel no acolhimento de idosos, cuidando, evangelizando e restaurando a dignidade de cada um que ali é acolhido. Foram mais de 50 conversões a Jesus nos últimos 4 anos. O serviço do Lar Batista tem proporcionado a alegria de recuperar a ca- pacidade motora e de locomoção de idosos que ali chegaram incapacitados. Há caso de idosos que não enxergavam e que tiveram a capacidade de visão total ou parcialmente recuperada. Como resultado do seu trabalho o Lar Batista foi eleito para ocupar uma das cadeiras titulares no CMAS (Conselho Mu- nicipal de Assistência Social) do Município de Niterói, órgão que reúne representantes do governo e da sociedade civil para discutir, estabelecer normas e fiscalizar a prestação de serviços sociais públicos e privados no Município, além de projetos de evangeliza- ção para crianças e adolescentes. O Senhor tem nos sustentado e conti- nuará sustentando em glória, você, sua fa- mília e sua igreja. No amor de Cristo, Pr. Amilton Vargas Diretor Executivo da Convenção Batista Fluminense e Pastor Interino da PIB Universitária do Brasil PS. Caso você queira participar como evangelista no projeto “SIM EU CREIO”, ou precise de capacitação, faça contato com seu pastor, sua Associação para que solicite aos nossos Departamentos: Evangelismo e Missões e de Educação Religiosa, a assis- tência às igrejas de sua região. Verifique também em nosso calendário os eventos de capacitação já programados, para que você possa participar. 7 PALAVRA DO REDATOR PLANO DE CRESCIMENTO PARA A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL A Bíblia usa a palavra crescimen- to para identificar o processo educa- tivo. Este processo faz parte do cres- cimento que visa desenvolver nossas potencialidades e vencer nossas fra- quezas, nos identificando com Cristo. A Palavra de Deus é enfática nes- te assunto: “Cresçamos em tudo” – Efésios 4.15 “Crescendo no conhecimento” – Colossenses 1.10 “Crescei na graça e no conheci- mento de nosso Senhor...” 2Pedro 3.18 Mas o crescimento do crente não se dá somente de forma individual. Paulo diz que esse crescimento acontece com a contribuição da Igre- ja, onde há participação de todos: uns plantando e outros regando, com a certeza de que é Deus quem dá o crescimento. Neste olhar, a Escola Bíblica Do- minical se torna uma organização fundamental para o crescimento do cristão e do não cristão. Entretanto, percebemos que em muitos lugares a EBD parou no tempo, estagnou, e por isso, educadores, diretores da EBD e pastores têm se preocu- pado em como e o quê fazer para o crescimento da Escola Bíblica Domi- nical, cumprindo assim seu objetivo de fazer e ensinar discípulos: “Fazei discípulos detodas as nações, bati- zando-os em nome do Pai, e do Fi- lho e do Espírito Santo; ensinando- -os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, “antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém” (2Pe 3.18) 8 até a consumação dos séculos”. (Mt 28.19-20). Dentro desse plano de crescimen- to, destacamos algumas ideias para que a Escola Bíblica Dominical cres- ça1: 1. Localizar o povo – Os líde- res da EBD precisam saber onde se encontra o seu público alvo. É necessário saber quem são e onde estão os alunos em potencial a serem matriculados na Escola Bíblica Do- minical. Onde está a fonte de novos alunos? a) Lista de novos convertidos – Muitos se convertem e não voltam mais à Igreja. Precisamos buscá- -los! Os novos convertidos são como crianças recém-nascidas em Cristo; precisam ser recepcionados e iden- tificados imediatamente após a con- versão. b) Relação de visitantes na EBD e nos cultos da igreja; c) O rol de membros da Igreja – O rol de membros é uma fonte qua- se inesgotável. Faça uma campanha com o lema “Cada crente um aluno”. O número de matriculados na EBD deverá ser maior que o número de crentes no rol de membros da Igreja; d) A comunidade ao redor da igreja – Faça um recenseamento. Faça uma visita às famílias e convide- -as para visitar a Escola Bíblica Domi- nical. (Organize uma classe para não crentes.); 1 - https://pregadorjeandersonnunes.webnode.com.br/products 2. Promova uma campanha contínua de matrículas – Existe uma ligação direta entre a matrícula e a presença na EBD. À medida que cresce a matrícula, cresce também a presença; 3. Elabore um programa de vi- sitação – A visitação visa encorajar os alunos ausentes, e reintegrá-los à vida cristã. Todo domingo, cada clas- se deve preparar uma lista de alunos ausentes e determinar quem da clas- se os visitará durante a semana; 4. Providenciar espaço adequa- do – Não adianta pensar em matri- cular novos alunos, em formar novas classes, se não existe espaço para a nova classe funcionar. Este é um dos principais problemas que explicam o pouco crescimento na maioria das Escolas Dominicais. Aqui vão algumas sugestões para ajudar no crescimento de sua EBD. Creio que outras poderão surgir ou até mesmo você, como diretor de EBD ou professor, tem utilizado outras ferramentas. Envie-nos sugestões e exemplos que foram utilizados na sua Igreja que ajudou na revitalização da sua EBD para o e-mail: educacaoreli- giosa@batistafluminense.org.br, que publicaremos nas próximas edições. Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda Redator da Revista Palavra e Vida Coordenador do Departamento de Educação Religiosa 11 Romilton Louren- ço, pastor da Igreja Batista Central em Praça da Bandeira, São João de Meri- ti – RJ, Bacharel em Teologia pelo Seminá- rio Teológico Batista da Pavuna, graduado em Pedagogia pela Universidade de Uberaba, pós graduado em Teologia Contemporânea pelo STBP, casado com Mariélia Souza Queiroz, pai de Yuri Queiroz Lourenço e Laura Queiroz Lourenço e avô de Alice Vieira Queiroz Lourenço. QUEM ESCREVEU APRESENTAÇÃO Você seria capaz de descrever o mundo atual em uma só palavra? Nos faltam adjeti- vos para caracterizar o estado social do nos- so planeta. Dias desses, estava parado embaixo do semáforo e respeitando o sinal vermelho, quando vi uma cena, não rara, mas que me chamou a atenção. À minha frente, uma faixa para pedestres. Do meu lado direito, foi pos- sível observar que no semáforo de pedestres, o verde se apagou e a luz vermelha começou a oscilar. Muitos pedestres apressaram os passos na faixa de travessia. Do meu lado esquerdo, o automóvel estava sendo guiado por um rapaz, sem o cinto de segurança. Ele olhava para o semáforo sobre nós e, ao mes- mo tempo, acelerava fundo, dando mais tor- ques no motor e buzinando com veemência. Foi exatamente neste momento que um senhor, apoiado em seu andador, pôs os pés no início da faixa e começou a sua travessia. Logo que vi a cena, retirei o pé da embreagem e, com os olhos preocupados, acompanhei a longa travessia deste senhor. Foi possível ouvir o som, quase que ensurdecedor, das buzinas que se misturavam às palavras de baixo calão, soando atrás de mim. O moço do meu lado esquerdo estava em desespero. Ao final da travessia deste senhor, o semá- foro indicou sinal vermelho para todos nós, nos impossibilitando de continuar o trajeto. São as leis do trânsito. As leis foram feitas para quem? No caso acima, você entende que a lei foi feita para mim, ou para o rapaz ansioso do meu lado? As leis foram feitas para todos. A lei tipifica o fato: no caso concreto trata de quem a delinque; no caso de regulação a todos que, igualmente, podem vir a desobedecê-la. Leis são mandamentos. As leis são princípios e normas que foram criadas para estabelecer como devemos nos comportar. Na Bíblia, em especial no Livro de Êxo- do, encontramos um povo recém liberto da escravidão que ainda não era uma nação. Os hebreus, embora caminhassem livres rumo à Terra Prometida, eram ágrafos e anômicos, ou seja, não tinham uma escrita definida, tampouco tinham leis sobre si. Yahweh não foi apenas o libertador de Israel, da sua servi- dão aos egípcios, mas era também o seu le- gislador. Mesmo livres, o povo de Israel, para ser uma nação, teria que admitir um código legal e divinamente inspirado, a saber, os dez mandamentos (Êx 20.3-17; Dt 5.7-21). Permita-me algumas sugestões: releia os dez mandamentos; estude também o ser- mão da montanha registrado nos capítulos 5, 6 e 7 do evangelho de Mateus; e agregue à sua memória os dois grandes mandamentos de Jesus em que devemos amar a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40). Isso possibilitará a você descobrir nestas lições, se a sociedade atual desconhece ou descumpre a todos os princípios da Lei divina. 12 UMA SOCIEDADE QUE DESCONSIDERA OS MANDAMENTOS DIVINOS LIÇÃO 1 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Oséias 4.6 Os historiadores cristãos divi- dem a trajetória humana, desde a Criação até os dias atuais, em lon- gos períodos de tempo: Pré-História humana, que compreende entre o Jardim do Éden até o início da escri- ta; Antiguidade, período entre 4000 a.C. a 476 d.C.; Idade Média, entre 476 d.C. e 1453 d.C., que marcou a queda de Constantinopla; Idade Moderna, que compreende o perío- do de 1453 d.C. até 1789 d.C, ano do início da Revolução Francesa; e Pós-modernidade, que teve seu início em 1989, com a queda do Muro de Berlim e durou até 2001, marcada pela queda das Torres Gêmeas nos EUA. De 2001 até os dias atuais, não há uma definição do período em que estamos da nossa História. O sociólogo Zygmunt Bau- man defende que o período atual é de uma sociedade líquida, que insis- te nas decisões individualistas, pois tudo é relativo. A sociedade atual defende que o pluralismo de ideias deve ser res- peitado e que a tolerância necessita estar sempre acima da lei de Deus e dos homens. Os homens tornaram-se amantes de si mesmos (2Tm 3.1-5). Deus e os princípios morais divinos, 13 deixaram de ser o centro, o início e o fim de tudo. Na sociedade atual, não há espaço para os princípios imutá- veis constantes nas Escrituras Sa- gradas. O homem de hoje, com seu ego inflado, ocupa todos os espaços. Nos dias atuais, não há mais espaço para Deus na consciência humana, há sim, o desprezo pelo sagrado, o desrespeito pelas leis e a redução do Ser de Deus a um mero mordomo, ávido para servir e atender aos mais absurdos desejos humanos. O Senhor Jesus nos exorta a bus- car a Deus e a sua justiça antes de tudo (Mt 6.33). Jesus nos diz que de- vemos fazer do governo soberano de Deus e do nosso responsável relacio- namento com o Criador, a mais alta prioridade da nossa vida. Na escala de valores desta vida, classificamos que o corpo vale mais do que o ves- tuário, a vidavale mais do que o que comemos. Entretanto, acima de to- das essas coisas terrenas, devemos buscar a comunhão com Deus. Quem opta por entregar a Deus o primeiro lugar da sua vida, desfrutará do cui- dado divino (Rm 8.32). 1 - O DESCONHECIMENTO DOS PRINCÍPIOS MORAIS DE DEUS O profeta Oséias nos assegura que o povo de Deus não é destruído pelo inimigo, pois contra ele podemos lutar, resistir e até fugir na tentativa de sobreviver; não somos destruídos pelas pragas e doenças deste mun- do, pois o cuidado com a saúde e o 1 - Teologia Sistemática STRONG – São Paulo, Hagnos, 2003 p 144 avanço da ciência tende a nos fazer mais saudáveis. O povo de Deus é destruído pela ignorância, pela falta de conhecimento. O que nos des- trói, definitivamente, é a ausência do conhecimento de Deus e dos seus caminhos. O povo de Israel estava sendo aniquilado por falta de conhe- cimento que vem através da Sua Lei (Os 4.1,2). Os próprios sacerdotes, intérpretes da Lei, estavam recusan- do o aprendizado e o ensino da Lei. Observe o que Deus diz: “o meu povo...”. A nação de Israel estava per- dendo o relacionamento com Deus por conta da falta de observação da Lei moral de Deus. Ao rejeitar o co- nhecimento de Deus e os seus cami- nhos, estavam cavando as suas pró- prias sepulturas. Fé, conhecimento e obediência a Deus são indissociáveis. Alguns dizem que pecar é errar o alvo. “Uma das palavras comumente traduzidas como ‘pecado’, ou empre- gadas como seus sinônimos hata ou hamartía = erro ao alvo, falha, insu- ficiência”1. Entretanto, podemos errar o alvo tentando acertar. Pecar é de- sobedecer às leis de Deus (1Jo 3.4). São complexas e muito extensas as leis de Deus, por isso foi dada a Moi- sés a bênção de resumi-las em dez grandes Mandamentos. São Man- damentos e não recomendações ou sugestões. Pelo contrário, Deus quer que cumpramos todos os seus Man- damentos (Êx 24.7). O Novo Testamento é claro em nos dizer que a salvação não vem da Lei, mas da fé em Jesus. A Lei do 14 passado serviu como placas indicati- vas, até que a humanidade chegas- se ao Cristo Salvador (Gl 3.23-25). A função disciplinar da Lei, no passado, cessou com a vinda do Senhor Jesus (Rm 10.4). Entretanto, a Lei ainda opera, principalmente nos corações dos pecadores, com a finalidade de despertá-los para Cristo. 2 - CONSEQUÊNCIAS DA DESOBEDIÊNCIA À LEI DIVINA Desde que a humanidade optou por ignorar as Leis morais de Deus, o caos foi instaurado. Adolf Hitler é o filho gerado pela sociedade moder- na. A humanidade, que desconhece as Leis divinas, experimentou duas grandes Guerras Mundiais. Se sair- mos da visão caótica que apenas amplia momentos de trevas na histó- ria e entrarmos nos dramas internos dessa sociedade, veremos o número crescente da violência contra a mu- lher. Enquanto poucos conseguem, pelo menos, três refeições diárias, existem muitos adultos, jovens e crianças remexendo latas de lixo em busca de algo para comer. Hoje à noite alguns terão um colchão e um cobertor para descansar, mas exis- tem pessoas cujo teto sobre si é uma marquise e o único bem que possui, além de poucas roupas, é um pedaço de papelão para repousar o seu cor- po. Muitos que dormem sob as mar- quises, não é pela consequência do uso de drogas ou do álcool, mas por causa do desemprego e da miséria. A crescente e incurável epidemia da Aids é uma triste realidade. As ar- mas de grosso calibre, que deveriam ser utilizadas apenas pelas forças armadas em defesa da sociedade, estão espalhadas nas mãos de ho- mens maus que ameaçam, saqueiam e matam uma população indefesa e acuada. As notícias de que homens- -bomba assassinaram inocentes por causa de suas insanidades, parece não mais alarmar, tamanha rotina no Oriente Médio. Quantas crianças, jo- vens, adultos e idosos arriscam suas vidas sobre perigosas embarcações na travessia de mares e rios, na ten- tativa de se refugiarem em outros países em busca de paz? Cresce- mos mundialmente. Somos 7 bilhões de habitantes que cresce a cada dia. Temos fama de que vivemos, mas estamos mortos (Ap 3.1). A humani- dade tem colhido os frutos amargos por causa de sua desobediência (Dt 28.15). 3 - O AMOR E A LEI Durante a Segunda Guerra Mun- dial e na agonia do holocausto dos judeus, dentro do campo de concen- tração existia um acordo, algo tácito: as judias que engravidassem dos soldados nazistas teriam direito à li- berdade, levando consigo, não ape- nas o filho no ventre, mas também os filhos judeus. Em nome do amor aos filhos, a fim de amenizar seus sofrimentos, muitas judias se prosti- tuíam. Será que esse amor pela fa- mília ultrapassa qualquer objeção à lei moral? Será que a fornicação e o 15 sexo ilícito são perdoados por causa do amor? Toda atitude sem amor, ten- de a ser ofensiva. Contudo, o aborto para salvar apenas a mãe e a euta- násia, que toma o lugar de Deus para decidir quem vive ou quem morre, jamais podem ser considerados atos de amor sem antes esbarrar no limite da Lei de Deus que diz: “não mata- rás” (Êx 20.13). Alguns homens estão distorcendo o entendimento do que é o amor, alegando que “não estamos sob a lei, mas sob a graça” (Rm 6.14). Tomam como exemplo a decisão do Senhor Jesus em perdoar uma mu- lher pega em adultério (Jo 8.1-11). Erroneamente, estão se apossando do amor para legalizar seus pecados, afinal, há quem diga que Moisés nos trouxe uma Lei que já está ultrapas- sada, mas Cristo é a única Lei. Com isso, muitos estão justifi- cando seus erros e pecados, sobre- pujando a lei em nome do amor. Até cristãos estão trocando de esposas por causa desse pseudo amor. Jesus não veio para revogar a Lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17). Ao confrontar os acusadores da mulher pega adulte- rando, precisamos observar a frase final dita por Jesus: “... vá e não pe- ques mais.” (Jo 8.11). Ainda que te- nha perdoado, Jesus faz questão de afirmar que houve pecado. PARA PENSAR E AGIR: Quando você pensa no antigo código moral de Deus, conhecido como os Dez Mandamentos, não vem à sua mente a figura de Moisés segurando duas tábuas de pedras, uma em cada mão? Porventura, não lhe dá a sensação de que tal figura é antiquada, na verdade um símbolo ultrapassado? É justamente o que a sociedade, ao longo do tempo, foi in- ternalizando: as leis morais de Deus são retrógradas. Não parece estra- nho, saber que Jesus defendeu as Leis, além de cumpri-las? Nas paredes dos tribunais huma- nos, juízes têm sobre si uma figura estereotipada do Cristo numa escul- tura fixada, mas grande parte dos magistrados dos dias atuais, consul- tam suas leis e ignoram as de Deus em suas decisões. O Decálogo não deve ser com- parado às peças de um museu. Na verdade, os Dez Mandamentos sempre nos oferecerão soluções prá- ticas para nossos dilemas existen- ciais e sociais. Você pode imaginar um mundo sem leis? Buzinaríamos em frente aos hospitais; não reduzi- ríamos a velocidade no perímetro es- colar; não teríamos um guarda corpo na estrada e todos nós estaríamos em perigo por causa do desfiladei- ro em uma curva da montanha, por exemplo. Le itu ra Di ár ia Segunda: Mateus 19.17 Terça: Romanos 13.8-10 Quarta: Mateus 5.17-18 Quinta: Romanos 2.12-15 Sexta: Gálatas 3.23-25 Sábado: Salmos 37.30-31 Domingo: Mateus 22.37-40 16 LIÇÃO 2 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.1-3 A parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32) é mais do que uma história, trata-se de um alerta do Senhor Jesus aos seus discípulos. A narrativa é em torno de um filho que rompe a sua intimidade frater- nal e vai em busca de outros rela- cionamentos. Podemos conjecturar que o pai exortou ao seu filho, mas este, colocando as mãos sobre suas orelhas, tenha dito: “não quero ouvir, apenas deixe-me ir!” O desejo do Fi- lho Pródigo era sair em busca de no- vos relacionamentos, novas aventu- ras. Abandonar o seu pai e cair no mundo, era mais do que um objetivo do Filho Pródigo, era uma obsessão. Algum tempo depois,ele colheu as consequências de sua decisão in- sensata. Ao voltar para casa, o Filho Pródigo trazia no corpo e na alma as humilhações dos relacionamen- tos ocasionados pelo mundo. Foi por isso que Deus nos es- creveu o Primeiro Mandamento. Na verdade, esse Mandamento é uma advertência que nos transmite uma profunda preocupação do Senhor com a nossa integridade física, moral, psíquica e espiritual. Sua in- tenção é nos advertir do perigo que existe em nos relacionarmos com quem quer que seja diferente dEle, quão grande é o risco de entregar nossa fidelidade e dedicação a deu- ses que na verdade nunca existiram. RELACIONAMENTO PERIGOSO O Primeiro Mandamento – Êx 20.3: “Não terás outros deuses diante de mim.” 17 O Primeiro Mandamento é a ma- nifestação do amor de Deus ao seu povo. O Primeiro Mandamento é um alerta: se optarmos por Deus, te- remos guarda, carinho e salvação, mas se O substituirmos por algo ou alguém, estes nos trarão falsas e momentâneas alegrias, pois fora de Deus teremos humilhação, desespe- rança e condenação. 1 - RELACIONAMENTO COM DEUS E “DEUSES” NA BÍBLIA. A intenção da Bíblia é clara em provar que só existe um Único Deus (Is 43.10; 1Co 8.6). Não existem deu- ses. Entretanto, no período do antigo povo de Israel, muitas nações adora- vam seus ídolos. Os filisteus suplica- vam a Dagon por prosperidade em suas colheitas. Moloque era adora- do pelos amorreus e exigia crianças como sacrifício. Uma abertura na estátua de Moloque foi transforma- da em fornalha e ali os bebês eram lançados sobre a chama ardente e sacrificados. Em troca, os amorreus acreditavam que Moloque lhes con- cederia vitória sobre seus inimigos nas guerras. Uma deusa comumente adorada, em especial pelos fenícios, era Astarote, que consentia, segundo suas devoções, a fertilidade. Quando Deus chama Abrão para sua jornada de fé, lhe assegura que será o seu Deus e irá protegê-lo (Gn 12.1-3). Após livrar o povo da servidão no Egito, Deus os lembra que foi Ele quem os tirou da escravi- dão e reafirma: “Eu sou o Senhor teu Deus...” (Êx 20.2). Deus exige de nós exclusividade: “não tenham outros deuses!”. Alguns interpretam este Primeiro Manda- mento como uma arrogância divina. Uma rápida análise diria que Deus quer tudo para sua glória. Imagine alguém nos dizer: “não tomem mais remédio, vou curar todos vocês. Não trabalhem mais, eu vou sustentar vocês”. Será que alguém ou algo é capaz de ordenar isso e cumprir? Ja- mais! Mas Deus, é capaz? Sim, claro! Então, Deus não é arrogante, mas poderoso, pois promete e cumpre. Entretanto, Deus não poderia ser mais humilde, possibilitando-nos ou- tros relacionamentos? Deus certa- mente é humilde, pois se relaciona conosco. O que Deus não tem é a falsa humildade. Imaginem Cristiano Ronaldo, jogador português, eleito melhor jogador do mundo por várias vezes, em uma entrevista dizer: “Ah, bondade de vocês, pois não jogo tanta bola assim, não. Aliás sou quase um perna-de-pau”. Trata-se de uma falsa modéstia, uma enganosa humildade. Em Deus você não encontrará falsi- dade. Os relacionamentos com ídolos podem nos trazer danos futuros terrí- veis. Por isso é seguro crer em Deus e seguir o primeiro mandamento. Não coloque nada na frente de Deus (Mt 6.33). Ele quer prioridade! 2 - RELACIONAMENTO COM “DEUSES” NO PASSADO E NOS DIAS ATUAIS No passado, muito mais pes- soas se inclinavam diante dos ído- los, apesar de encontrarmos muitos 18 povos, nações e tribos que ainda adoram deuses de madeira, pedra e metal. O avanço do cristianismo fez com que essa prática relacional e religiosa diminuísse. Entretanto, os dias atuais têm seus novos deu- ses. Por exemplo, o dinheiro – que o Novo Testamento chama de “Mamón” (Mt 6.24). O apóstolo Paulo dá desta- que para a avareza, considerando-a uma idolatria (Cl 3.5). Além do dinhei- ro, o sexo, a comida, a bebida e o po- der ocupam o lugar principal na vida de muitos seres humanos, pois seus relacionamentos com tais “deuses” são interesseiros, interessa apenas alimentar a carne (Fl 3.19). Por que será que nos dias dos grandes clás- sicos de futebol regional, em especial nos jogos de decisão de campeonato, sentimos falta de alguns irmãos no cul- to? Os “deuses” ainda ocupam espaço nos corações e mentes humanas. A sociedade atual colhe frutos amargos dos relacionamentos com seus deuses. A adoração desenfrea- da ao sexo, disseminou ao mundo o vírus da AIDS. O site da Revista Veja registra que “em 2010 existiam no Brasil cerca de 43 mil novos casos de AIDS. Já em 2015, esse número subiu para 44 mil. Entre 2010 e 2015, essa população saltou de 700 000 para 830 000 pessoas. O aumento foi de 18%. Hoje, a doença é a causa de 15 000 mortes por ano no país”1. A ciência não descobriu a cura da AIDS, mas Deus afirma que a cura para essa pandemia é abandonar os “deuses”, se arrepender e voltar imediatamen- te para um exclusivo relacionamen- 1 - https://veja.abril.com.br/saude/casos-de-aids-diminuem-no-mundo-mas-avancam-no-brasil/ to com o Único Deus. A erradicação da AIDS só será possível quando a sociedade obedecer a Deus, vene- rando-O com o matrimônio honrado (Hb 13.4), adorando ao Senhor e res- peitando os valores familiares. Os amantes do dinheiro (1Tm 6.10) não apenas financiam incentivos para a prática da fornicação, fabricando em laboratórios mé- todos contraceptivos, mas também esperanças paliativas para que mantenham vivos e ativos os portadores de doenças sexualmente transmissíveis, até que a vacina da cura venha a existir. O dinheiro financia também o poder político e bélico. Os homens-bomba não re- presentam apenas a vingança contra o capitalismo, mas é a justiça des- cabida dos fracos. Para proteger do fanatismo que mata inocentes, o di- nheiro concede poder aos políticos que criam armas capazes de aniqui- lar seus alvos terroristas a milhares de distância. É o mundo em guerra. A sociedade atual precisa, urgen- temente, abandonar a adoração aos seus ídolos que não são apenas de pedra, madeira e bronze, mas de es- cravidão ao dinheiro, sexo e poder e conceder soberania a Deus em sua vida e atitudes. 3 - OFERTAS DOS FALSOS DEUSES NOS DIAS ATUAIS No Livro do Profeta Daniel, quatro jovens recusaram as ofertas disponí- veis no palácio do Rei Nabucodono- sor. Muito provavelmente nos dias de 19 hoje, os adoradores de deuses diriam que neste ato estariam recebendo suas recompensas, afinal, estavam saboreando finas iguarias. Os babilô- nicos podiam mudar as vestes, os no- mes, a habitação, os ensinamentos e até o cardápio de Daniel, Hananias, Misael e Azarias, mas não consegui- riam mudar o coração deles. Eles só tinham um Deus, o Senhor, Deus dos seus pais (Dn 2.23). Até ao Senhor Jesus foi lhe ofe- recido falsas recompensas. Satanás ofereceu a Cristo uma recompensa, na verdade, um atalho sem sacrifício, sem cruz, sem dor e sem a humilha- ção. A única exigência de Satanás, seria que Jesus abandonasse o Pri- meiro Mandamento e se prostrasse diante dele. Entretanto, Jesus não apenas o enfrenta negando insana possibilidade, mas também nos en- sina que não basta recusar as ofer- tas dos falsos deuses, também é necessário adorar a Deus (Dt 6.13 e Mt 4.10). Muitos nos dias de hoje estão re- jeitando os falsos deuses. Cumprem parcialmente o Primeiro Mandamen- to: “Não terás outros deuses diante de mim”, mas estão substituindo ído- los pelo vazio existencial. Pessoas abandonam o vício, pagam suas contas em dia, não adulteram, não se prostituem, mas esquecem de adorar a Deus. É necessário entender bem o Primeiro Mandamento: não basta recusar as ofertas dos falsos deuses, é imprescindível oferecer a Deus, por meio de Jesus, nosso sacrifício de louvor (Hb 13.15). PARA PENSAR E AGIR: Nas lições a seguir, vamos parti- lhar sobre os outros Mandamentos. Observe que se este Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”, não estivesse em primeiro lugar na lista do Decálogo, os outrosman- damentos seriam apenas bons con- selhos ou regras de conduta moral. Se você tem certeza de que obe- dece aos outros nove Mandamen- tos, mas ainda declina no primeiro, afirmo que você apenas conhece os Mandamentos, mas não os obedece. Se você entende que basta cumprir e obedecer do segundo ao décimo Mandamento e pensar que está agra- dando a Deus, lhe asseguro que você está cometendo um grande engano. Só é possível cumprir todos os prin- cípios do Decálogo se você cumprir o Primeiro Mandamento. Responda para si mesmo: Deus ocupa o primeiro lugar na minha vida e adoração? É exatamente sobre isso que trata o Primeiro Mandamento. Nossa vida só tem sentido se Deus estiver em primeiro lugar. Deus é o nosso porto seguro (Is 41.10)! Le itu ra Di ár ia Segunda: Jeremias 33.3 Terça: Salmos 25.14 Quarta: Jeremias 29.11 Quinta: 1Crônicas 16.11 Sexta: Sofonias 2.3 Sábado: Lucas 12.31 Domingo: João 14.8-12 20 A IMAGEM DO DEUS INVISÍVEL O Segundo Mandamento – Êx 20.4: “Não farás para ti imagem de escultura” LIÇÃO 3 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.4-6 Quando meu filho era criança, ao me ver arrumar as malas, cor- reu até o seu quarto, me trouxe seu aviãozinho de brinquedo e per- guntou: “papai, você vai viajar em um desse?” – “Sim”, respondi com certa ironia. “- E você cabe aqui, papai?”. No dia do meu embarque, ele foi comigo ao aeroporto. No ca- minho, ele viu vários aviões no céu e os comparou ao seu aviãozinho. Não passava na cabeça dele como seu pai caberia em uma aeronave. Quando chegamos ao aeroporto, logo depois do meu check-in, levei- -o até uma grande janela de vidro de frente para a pista de pouso e decolagem. Seus olhos se arrega- laram. Sua mente ainda ingênua, tentava comparar a gigantesca ae- ronave à sua frente com seu avião- zinho. Da janela, ele observava o plano inverso: o avião era imenso e as pessoas eram pequeninas. Foi então que ele me fez uma pergun- ta que nunca esqueci: “Pai, você vai encolher para entrar dentro do avião?” Não cabe na mente das crianças a dimensão das grande- zas, por isso elas tendem a reduzir o tamanho de quase tudo. O Segundo Mandamento é um alerta às mentes dos adultos que insistem em raciocinar como as das 21 crianças. Este Mandamento impede o homem de esculpir ídolos ou fazer imagens para representar Deus. A proibição é óbvia: qualquer tentativa de esculpir Deus em madeira, gesso, latão, ainda que bem adornado com o mais raro metal deste mundo, o artesão apenas estaria reduzindo o tamanho de Deus e comparando-O à dimensão humana. Meu filho, ao se aproximar da ae- ronave, descobriu a sua grandeza e seguramente pode perceber que a imagem de seu aviãozinho em nada representava o que seus olhos es- tavam testemunhando. O Segundo Mandamento é uma advertência do Criador: se você idolatra imagens, mesmo que a intenção seja de que esta se assemelhe a Deus, você in- correrá em um grande pecado, pois a imagem é morta e o Deus a qual servimos é vivo. Quanto mais distante de Deus, mais reduzimos o seu esplendor. Quanto mais perto de Deus, mais ob- servamos e tememos a sua grandeza. 1 - POR QUE O HOMEM TENDE A FAZER ESCULTURAS E CONTRARIAR O SEGUNDO MANDAMENTO? A adoração à imagens é mais antiga que a adoração ao próprio Deus. O apóstolo Paulo já adver- tia sobre tal pecado em Romanos 1.21-23, onde os homens insanos estariam trocando a glória do Deus imortal por imagens mortas. O pro- feta Isaías esclarece que o Segundo Mandamento adverte que Deus é ir- representável, pois nenhum símbolo ou imagem o representa (Is 42.8). Quem se relaciona com imagens e esculturas tem relacionamentos su- perficiais. Deus quer de nós um rela- cionamento profundo. Israel fez para si um bezerro de ouro. Esqueceram o que Deus lhes fizera libertando-os das garras do Egito, além de lhes abrir o Mar Vermelho. No século VIII, surgiu o movimen- to iconoclasta (movimento dedicado à destruição de imagens). As imagens, ícones e pinturas foram apagadas nas Igrejas, em especial no Oriente. Entretanto, o Segundo Concílio de Nicéia, em 787 d.C., onde fora rea- lizado o Sétimo Concílio Ecumênico, tornou legítima a veneração de ima- gens de santos católicos romanos e declarou herético todo o movimento iconoclasta. A partir dessa data, não somente aumentou a idolatria às imagens, mas cresceu a veneração às relíquias chamadas de sagradas. A Igreja de Constantinopla, atual Is- tambul, dizia possuir a cabeça de João Batista e o corpo de Estêvão, primeiro mártir, o que lhes garantia a proteção da cidade. A Reforma Protestante, em 1517, teve como um de seus propósitos, o cumprimento do Segundo Manda- mento, ainda que na paróquia de Lu- tero, bem como em algumas igrejas luteranas atualmente, existissem pin- turas que registram cenas bíblicas, embora quase nenhuma imagem. 22 Calvino afirmava, citando Gregório, que as imagens são para incultos e que imagens e esculturas que tentam representar Deus são mentiras e vai- dades humanas. Os símbolos da fé cristã, por sé- culos, não são necessariamente imagens que contrariam o Segundo Mandamento. A cruz, a Bíblia e os elementos da Ceia do Senhor são ícones que despertam a fé. Os batis- tas, em especial, entendem que tais símbolos não conferem graça. O homem, durante séculos, acredi- tou que as imagens eram mediadoras para que pudesse ter acesso ao Deus invisível. O Segundo Mandamento é uma advertência: não há imagens en- tre nós e Deus que possa validar al- gum tipo de mediação ou intercessão. Só existe um Mediador entre Deus e o homem, a saber, Jesus Cristo (1Tm 2.5-6), pois o próprio Cristo é a imagem do Deus vivo (Cl 1.15). 2 - CONSEQUÊNCIAS DA DESOBEDIÊNCIA AO SEGUNDO MANDAMENTO. Para os que insistem na idola- tria, o Segundo Mandamento tem uma dura sentença: a aflição até a quarta geração (Êx 20.5). Nos as- susta quando Deus afirma ser “ze- loso”. O sentido mais próximo para o entendimento da palavra “zelo- so” é ter ciúme da noiva amada. E o castigo, pelo descumprimento do Segundo Mandamento, é o sofri- mento até a terceira e a quarta gera- ção por causa dos pecados dos pais no passado. Uma leitura superficial desse texto pode parecer que Deus é vingativo e sua sentença aos que o trai é o sofri- mento aos pais e que este alcançará os seus filhos, netos, bisnetos e ta- taranetos. Entretanto, o que está es- crito no Segundo Mandamento é que as gerações irão sofrer a “iniquidade dos pais”, ou seja, a adoração à ima- gens promove um canal que deságua na depravação humana. Quando o homem troca a glória de Deus por imagens de aves e répteis ou coisa semelhante, na verdade está come- tendo iniquidade, onde tal erro abre as portas da violência, da desigualda- de, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano, malig- nidade (Rm 1.23-29). A sociedade atual vive atolada na lama da iniquidade. Colhe os fru- tos amargos da herança dos seus pecados de idolatria. Os pais hoje olham para o futuro e se perguntam que mundo deixarão para os seus filhos, quando na verdade deveriam se preocupar de outra forma: quais os filhos deixarão para este mundo? Que possamos afirmar como Josué que advertiu ao seu povo e fez valer o Segundo Mandamento, cancelando a adoração aos ídolos e preocupado com sua geração afirmou que servi- riam apenas ao Senhor (Js 24.15). 3 - BENEFÍCIOS AOS QUE ADORAM APENAS A DEUS O Segundo Mandamento pode ser resumido como uma ordem con- tra toda e qualquer profanação e ten- tativa de representar a imagem de 23 Deus, seja por escultura ou pintura, por estas criar um acesso ao Criador. Nosso relacionamento com Deus sempre parte do princípio de causa e efeito. Por isso, o salário do pecado (causa) é a morte (efeito). Entretanto, servimos ao Deus que é perfeito em amor. Sabemos que Ele é justo, mas também é amor. Jesus nos apresen- tou o desdobramento desse amor: mi- sericórdia e graça. A misericórdia de Deus, retira de nós os efeitos dacau- sa (Ef 2.3-5). A graça nos presenteia com favores de Deus, ainda que não sejamos merecedores. A misericórdia retira o castigo que merecemos. Ao cumprir o Segundo Manda- mento, Deus nos concede misericór- dia até mil gerações (Dt.7:9). Veja que Deus tem mais prazer em nos conce- der misericórdia, pois a estende até mil das nossas gerações, do que impor a sua justiça, pois esta última sentença alcança até a quarta gera- ção dos desobedientes. Jesus, com a obra da cruz, nos trouxe misericórdia, cancelando qual- quer dívida do passado, oriunda dos nossos antepassados (Cl 2.13-15). PARA PENSAR E AGIR: Você consegue perceber que na atual sociedade existe adoração à imagens? Será que o horóscopo é um exemplo que fere diretamente o Segundo Mandamento? Será que na Igreja Evangélica dos nossos dias, existem imagens e idolatria que mate- rializam a fé e estão sendo utilizadas como mediadora ao Deus invisível? Se o Segundo Mandamento nos adverte a não adorar a Deus através de imagens e tampouco por elas pro- duzir um acesso a Deus, qual seria a forma correta de adorar ao Senhor? A Bíblia diz que somos imagem e semelhança de Deus, nem por isso podemos cometer a autoidolatria. Deus nos dotou de capacidade cria- tiva e de liderança, pois somos capa- zes de raciocinar, analisar, planejar e visualizar o futuro. Nós criamos lite- ratura, arte, música e poesia. Somos, de certa forma, muito limitadamente, semelhantes a Deus. Nosso caráter tende à fraqueza. Não amamos como Deus ama. Entendemos muito pouco do plano espiritual. Contudo, nenhum outro ser neste mundo se assemelha a Deus como nós (Sl 8.4-8). Qual então, seria nosso exemplo perfeito da imagem de Deus? A res- posta é Jesus: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). E a Bíblia diz que devemos buscar essa mesma seme- lhança (Rm 8.29). Se Cristo é a ima- gem do Deus vivo, nós, iguais a Cristo, refletiremos a imagem do Deus vivo. Como isso se dará? A resposta está em 1Coríntios 15.50-53 e 1João 3.2. Le itu ra Di ár ia Segunda: Deuteronômio 4.15-19 Terça: Tiago 1.25 Quarta: Salmos 115.1-8 Quinta: 1Timóteo 2.4-6 Sexta: João 4.23-24 Sábado: Salmos 97.7-9 Domingo: Romanos 8.1 24 O NOME QUE ESTÁ SOBRE TODO NOME! O Terceiro Mandamento – Êx 20.7: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”. LIÇÃO 4 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.7 Dias desses, em uma visita pas- toral, uma irmã reclamava de um enorme buraco em frente à sua re- sidência. O que mais me chamou a atenção foi a expressão que ela usou para lamentar sobre a perigo- sa cratera: “Só Jesus na causa, pas- tor!”. Nesse dia, à noite, quando eu estava meditando sobre o Terceiro Mandamento, a seleção brasileira estava em campo vencendo por 1 x 0 em um importante campeona- to. Lá pelos 45 minutos do segundo tempo, o jogo já entrando em seus acréscimos, a seleção adversá- ria teve um escanteio a seu favor. Observei alguns dedinhos cruzados na sala e o que mais me chamou a atenção foram os clamores: “Ai, meu Deus do Céu! E agora? Tira essa bola daí, Jesus!”. O grande problema da humani- dade, que desconhece a importân- cia e os desdobramentos do Tercei- ro Mandamento, é a intenção do uso mágico do nome. Parece que, pelo simples ato de mencionar o nome de Deus, a situação tende a ser re- vertida ou controlada. O Senhor Jesus nos ensinou a reverenciar o nome de Deus, por 25 exemplo na oração modelo, quando disse: “...santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9). E advertiu os fariseus que usavam o nome de Deus em vão nos seus juramentos (Mt 5.33-36), mes- mo que não pronunciassem o nome de Deus, mas o substituísse pelos termos Reino dos Céus, terra e até pela cidade de Jerusalém. O que Jesus nos advertiu é que o Terceiro Mandamento não trata de pronunciar ou não o nome de Deus e até expres- sões como “sangue de Jesus tem po- der; Jesus toma conta”, mas empre- gar Seu Nome em situações banais, de forma leviana e imprópria. O Novo Testamento, em espe- cial nos imperativos de Jesus, nos autoriza a utilizar o nome de Deus (Mt 28.18,19). Enquanto os judeus te- miam e não pronunciavam o nome de Deus para não correrem o risco de pe- car, Jesus nos permite fazer menção deste Nome. Contudo, é necessário observar que o nome de Deus é santo e quando nós o pronunciamos, deve- mos fazer com reverência e temor. A geração passada, tinha uma espécie de juramento quase que in- falível. Quando alguém jurava “pela mãe mortinha”, servia como garantia de que aquilo que se estava falando era verdadeiro, pois quem colocaria a vida da sua própria mãe em risco? Os tribunais requeriam das testemunhas seus juramentos com a mão sobre a Bíblia Sagrada e com a frase: “juro em nome de Deus dizer nada mais além da verdade”. Será que nos dias atuais alguém acreditaria nos juramentos endossados por tais argumentos? 1 - A IMPORTÂNCIA DO NOME Quando os filhos nascem, pais se apressam ao cartório, não apenas para registrar a criança, mas o mais importante neste processo é que a criança tenha também o seu nome. Quão frustrante é para os que em suas certidões de nascimento não consta o nome do pai! Intensa é a luta dos filhos e filhas na busca pelos pais ausentes. Em muitos casos a procu- ra se dá, não pelo resgate da afetivi- dade perdida, mas pela inclusão do nome do pai em sua identidade, mes- mo que tardia. Muitos de nós também, mes- mo que tardiamente, tivemos nosso nome registrado no Cartório Celestial (Ap 3.5). A obra de Cristo possibilitou nossa adoção (Ef 1.5). Outrora tí- nhamos um pai que nos abandonou, a saber, Adão que nos deixou uma herança de pecados. Nossa certi- dão espiritual não continha o nome do pai, mas Jesus nos concedeu um novo nome (Ap 2.17), escreveu nosso nome no Livro da Vida e nos deu um Pai (Rm 8.15). Por todo esse sacrifício e pela maravilhosa graça da conquista de ter Deus como Pai em nossas vidas, é que existe o Terceiro Mandamento. Essa obra custou o sangue precio- so de Jesus. A graça não é barata! Não a compramos com dinheiro, mas pagamos um alto preço para demons- trar que a Graça de Deus nos alcan- çou. Tal demonstração se dá pelo fato de não utilizar o nome de Deus em vão (Ml 1.6). 26 2 - CONSEQUÊNCIAS EM USAR O NOME DE DEUS EM VÃO O nome de uma pessoa repre- senta o seu caráter e reputação. Ve- nho de uma geração que bastava o pai assinar um bilhete ou empenhar sua palavra, para que o crédito fos- se aprovado na mercearia do bairro. Mais do que isso, os compromissos assumidos eram saldados. Confiá- vamos na palavra e o sobrenome da família era devidamente preservado. Nos dias de hoje, o SPC e o Sera- sa são instituições que registram os inadimplentes. De certa forma, essas instituições registram os nomes de pessoas que não são confiáveis, cla- ro, com raríssimas exceções de quem é arrolado por um erro ou má fé. Se é honroso preservar nosso nome, por que não preservar o nome de Deus, se Ele é a maior autoridade em todo o Universo? No Antigo Testamento Interpre- tado versículo por versículo - Vol. 1, Nova versão Revisada, 2018, pág. 463, R. N. Champlin diz que: “Ne- nhuma punição é imposta aqui aos faltosos, mais fica entendido que o homem que usasse indevidamente o nome de yahweh não escaparia do devido castigo.” É claro que, diante do arrependimento de qualquer pecado, o Senhor nos perdoa, como lemos nos seguintes versículos: “Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados não me lembrarei mais.” (Hb 8.2); “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.” (Is 43.25) e “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1Jo 1.9). Portanto, quando erramos diante do Senhor, devemos nos arrepender para receber o pleno perdão. Talvez o maior castigo seja a ver- gonha. Tomemos como exemplo uma passagem bíblica, onde homens ju- deus estavam tentando exorcizar umespírito maligno em Atos 19.13-16 e para isso utilizaram o nome de Jesus em vão, pelo simples fato de terem visto o apóstolo Paulo agir assim. Esses judeus não se relacionavam com Jesus. A repreensão não veio de Deus, tampouco dos apóstolos, mas do próprio espírito maligno: “Co- nheço a Jesus, e sei quem é Pau- lo, mas vós quem sois?” (At 19.15). O nome de Deus não é mágico, antes, deve-se ter temor e reverência ao utilizá-lo, pois a ignomínia pode ser o maior castigo aos que utilizam em vão o nome do Senhor. 3 - COMO USAR O NOME DO SENHOR DE FORMA DIGNA? É muito comum encontrar um cristão utilizando-se de certas ex- pressões: “Se Deus quiser! Graças a Deus! Deus te abençoe!”. Tais fra- ses do nosso cotidiano são forças de expressão. Melhor seria definir essas citações como expressões da for- ça de Deus. São expressões de fé; expressões da autoridade de Deus. Ao dizer essas frases, não estamos 27 utilizando o nome de Deus em vão, pois não é algo dito da boca para fora. Quando utilizamos o nome do Se- nhor, de forma responsável, acaba- mos por expressar a fé e a alegria em abençoar o nosso próximo (Ml 4.2). O batismo é uma forma de utili- zar o nome do Senhor dignamente (Mt 28.19). O batismo é um símbolo do sepultamento e da ressurreição de uma nova criatura, um novo filho ou filha que traz consigo um novo nome (Cl 2.12). Outra maneira honrada de utilizar o nome de Deus é através da pregação da Sua Palavra. Jesus diz que pelos frutos conheceremos os verdadeiros profetas (Mt 7.15,16), pois o que é dito precisa, necessaria- mente, concordar com o que Deus diz de fato (Mc 7.6). Quando não vivemos de forma digna ou quando não vivemos de ma- neira honrosa, cumprindo os nossos compromissos cristãos na adoração e na busca da santidade, nós repre- sentamos mal a Deus. Da mesma forma que nos esforçamos para não arrastar o nosso sobrenome para a lama do escárnio e da vergonha, de- vemos também obedecer ao Terceiro Mandamento e honrar o nome do Se- nhor. Existem falsos cristãos nos dias atuais que não zelam pelo nome do Deus a quem servem (Rm 2.24): po- líticos prometem em nome de Deus; falsos sacerdotes utilizam o nome de Deus para enriquecerem; diante de doenças, muitos fazem promessas e não cumprem (Ec 5.4,5). PARA PENSAR E AGIR: Os apóstolos pregaram que o nome de Jesus Cristo é que garan- te a redenção eterna aos que creem (1Jo 3.23,24). É preciso crer e obser- var o nome do Messias Salvador com respeito e reverência. É necessário entender que não há outro nome maior que o de Jesus (Fl 2.9). Nesse caso, não seria melhor repreender as expressões chulas acerca do nome do Senhor e crer que através da invo- cação ao nome de Jesus, podemos alcançar a salvação (At 2.21)? Se o Primeiro Mandamento nos encoraja a amar a Deus e colocá-lO no centro da nossa vida e o Segun- do Mandamento nos exorta que ne- nhuma imagem ou escultura pode substituí-lO, então o Terceiro Man- damento nos diz que devemos hon- rar o nome do Senhor e que temos em nossas atitudes um nome a zelar, que é o próprio nome do nosso Deus. O nome do Senhor é santo. Portanto, neste nome há salvação, o que não encontraremos em nenhum outro nome (At 4.12). Le itu ra Di ár ia Segunda: Malaquias 1.6 Terça: Marcos 7.6 Quarta: João 12.28 Quinta: Lucas 11.2 Sexta: Isaías 42.8 Sábado: Salmos 105.1 Domingo: Salmos 83.18 28 JESUS É O SENHOR DO SÁBADO O Quarto Mandamento – Êx 20.8: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” LIÇÃO 5 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.8-11 O dia do descanso é exigido em muitos segmentos religiosos e con- cedidos no mercado de trabalho. O mulçumano, por exemplo, des- cansa na sexta feira; o judeu, no sábado; o cristão, no domingo; o pastor trabalha no sábado, no do- mingo e com raríssimas exceções, descansa na segunda-feira com sua família; os trabalhadores que têm escala de 12h x 36h, folgam dia sim, dia não; plantonistas de 24h tem um descanso de 5 dias. Então, cada religião ou trabalhador tem seu dia de descanso. A questão do descanso começa em Gênesis 2.2, onde está o registro do sétimo dia, mas não necessaria- mente o sábado. A tradução diz que Deus descansou. Será que o Criador relaxou vislumbrando sua criação e disse: “vou tirar um cochilo!”? Jesus disse que o Pai trabalha sem parar (Jo 5.17). O salmista afirma que Deus não cochila (Sl 121.4). Há al- guma divergência entre o texto de Gênesis e os do Novo Testamento? Na verdade, não há. A menção de Jesus ao Deus Criador é que Ele não dorme, tampouco descansa. O Quarto Mandamento foi escrito para nós, e não para Deus. A palavra sábado ou Shabat é o mesmo que cessar, repouso ou pausa. Em Gênesis 2.2 o termo descansar é cessar. O termo he- braico aqui é ֙תֹּבְׁשִּיַו (shavat) ou seja, Deus cessou, terminou sua criação; mesmo termo hebraico usado em Jeremias 7.34. O descanso do Cria- dor nada tem a ver com fadiga. Tra- ta-se da calmaria que ocorre logo após que a ordem assume o lugar de onde só existia o caos (Gn 1.1,2). 29 Quando a luz, a água, o ar e a terra, passaram a existir, Deus viu que tudo isso era bom e suficiente para sua sa- tisfação (Gn 1.10). O Quarto Mandamento é a possi- bilidade de perguntarmos ao Criador se existe algo a fazer depois que Ele criou tudo, mas eis que Deus nos res- ponderá sempre: “Não, não há nada que você precise fazer, apenas des- canse e desfrute da Minha Criação”. 1 - OS ASPECTOS DA LEI NO ANTIGO TESTAMENTO Existem duas questões muito im- portantes implícitas na Lei do Antigo Testamento. A forma pela qual de- vemos observar a Lei é a partir de dois pontos de vista interpretativos, a saber, o aspecto cerimonial e o as- pecto moral. No que diz respeito às leis cerimoniais, elas já tiveram seus momentos importantes na história do povo de Israel, mas ficou para trás e não são mais necessárias. O sacri- fício de animais para expiação dos pecados humanos foi abolido pelo sacrifício de Jesus por nós, na cruz do Calvário (Jo 1.29; 1Tm 2.6). Por que nas cerimônias, Deus exigia o sacrifício de animais ino- centes? O que eles teriam feito de errado para pagar um preço tão alto pelos pecados dos humanos? A resposta é que no âmago da ceri- mônia, existia também um aspecto moral: os animais eram inocentes e morriam por aqueles que eram culpados. Jesus foi conduzido ao madeiro por ser inocente, sem pe- cados, sem culpa e voluntariamente se entregou em sacrifício por nós (2Co 5.21). Os aspectos cerimoniais da Lei já passaram, ou seja, não sa- crificamos mais animais (Hb 10.1-17), mas os aspectos morais devem ser cumpridos. As cerimônias passam, mas as leis morais não. 2- CONSCIÊNCIA MORAL HUMANA O decálogo está intrínseco na consciência humana (Rm 2.14,15), pois sabemos muito bem o que é er- rado diante de Deus e diante dos ho- mens: matar e roubar, por exemplo. Todos nós sabemos que se trabalhar- mos ininterruptamente, sem descan- so, morreremos vencidos pelo can- saço. Por isso, a própria consciência humana reconhece que precisamos de pelo menos um dia, para repor as energias do corpo. O Quarto Mandamento é um elo natural entre o que é moral e o que é religioso. Aspecto Moral: trabalhe seis dias e descanse no sétimo; Aspecto cerimonial: escolha o sá- bado para isso. Nisso entendemos que o concei- to moral do Quarto Mandamento nos diz que se trabalharmos direto, mor- reremos. Já o conceito ritualista des- te mandamento é: tenha um dia para consagrar sua vida ao Senhor. Nos dias atuais, parece que há um consenso de que 24 horas por dia já não são mais suficientes para a realização de todas as tarefas. O mundo empresarial, competitivo e movido pela ganância tem criado al- guns Workaholic (alguém viciado em trabalho; um trabalhador compulsivo). 30 Existem pessoas que não conseguem se desligar do trabalho. Além de tra- balharem na empresa, levam trabalho para casa. A mente desses viciados em trabalho não descansa nunca. Por outrolado, existem os que não que- rem absolutamente nada com o traba- lho. Todavia, não podemos esquecer dos desempregados que querem trabalhar, mas não encontram espaço no mercado. O que há de comum nos dias atuais é o descumprimento reli- gioso do Quarto Mandamento, pois trabalhadores e desempregados não separam um dia para consagrar suas vidas a Deus. 3 - VENDO MAL ONDE NÃO EXISTE Por que os cristãos não guardam mais o sábado? Quando essa ceri- mônia foi extinta? O Novo Testamento nos esclarece que todas as cerimô- nias eram como um símbolo que iria se concretizar no futuro (Lv 23.1-8; Hb 10.1). Compreendemos que um dia as cerimônias não seriam mais necessárias, bem como o sábado, a Páscoa (não celebramos a Páscoa dos judeus, mas a ressurreição de Jesus, por ocasião da Páscoa), primeiros frutos, festa dos tabernácu- los ou Yon Kipur. Todas essas fizeram parte da Antiga Aliança, não teriam mais sentido de existir. Findaram-se os aspectos cerimoniais destas, mas não os aspectos morais. Vejamos: • Oseias 2.11 – Deus já comunicava ao seu povo que cessaria as ceri- mônias. • Colossenses 2.16,17 – Cumpre-se este comunicado com a vinda de Jesus. • Hebreus 8.6,7 e 13 – Estamos na Nova Aliança (1Co 11.24,25). A grande pergunta ainda na atua- lidade é: se as cerimônias foram extintas, por que apenas o sábado ainda gera dúvida e é respeitado por alguns segmentos religiosos? Fica claro que, se estamos em uma Nova Aliança, então as cerimônias também são outras. Qual o ensino de Jesus para os dias atuais? Jesus foi muito per- seguido pelos judeus exatamente por causa da cerimônia do sábado. O Filho de Deus nos esclarece que o sábado do Quarto Mandamento foi feito por causa do homem e não o ho- mem por causa do sábado (Mc 2.27). Seria o mesmo que dizer o seguin- te: o carro foi feito para servir a fa- mília, e não a família servir ao carro. Apesar de guardar o veículo na garagem e abastecê-lo de suas necessidades, a prioridade não é o carro, mas a família. 4 - A IGREJA E O DIA DO DESCANSO ( SHABAT ) No início da caminha da Igreja Primitiva, alguns irmãos ainda sacri- ficavam animais e iam ao Templo de Jerusalém. As cerimônias deixaram de existir por causa de dois fatos im- portantíssimos: a ressurreição de Je- sus e o derramar do Espírito Santo no Pentecostes. No dia da ressurreição de Jesus, os discípulos estavam reunidos em uma casa; todos estavam temerosos com os desdobramentos da crucifi- cação de Jesus. Afinal, eram segui- dores de Cristo. Quais seriam suas 31 sentenças? Será que o Império Ro- mano iria crucificá-los? Como Deus os julgaria por terem abandonado o seu Filho? Em meio a este turbilhão de dúvidas, eis que surge Jesus res- surreto e se põe entre eles dizendo: “paz seja convosco” (Jo 20.19). O evangelista João detalha o dia em que isso aconteceu: “no primeiro dia da semana”, ou seja, exatamente no domingo. Quanto ao Pentecostes, dia da festa da Colheita judaica, era calculado da seguinte forma: seriam 7 sábados x 7 semanas após a Pás- coa. O que resultaria em 49 dias, fal- taria 1 dia para o total de 50. O termo penta é um designativo de cinco ou cinquenta. Então qual o dia após o sábado? Claro, o domingo! Portanto o dia que compreendemos que acon- teceu a descida do Espírito Santo foi exatamente no domingo (At 2.1). No decorrer da história da Igreja Primitiva, vamos identificando que o domingo passou a ser o dia do Se- nhor. Observe que quando o apóstolo Paulo esteve em Trôade, foi exata- mente em um domingo que ele prega àquele povo e ainda ministra a Ceia do Senhor (At 20.7). Foi se tornando um hábito, algo muito comum, os pri- meiros crentes se reunirem para pres- tarem culto ao Senhor Jesus sempre aos domingos (1Co 16.1,2). Por isso entendemos que o dia do Senhor é o domingo e não mais o sábado. Nos dias atuais é muito comum os crentes desejarem o repouso em casa ao invés buscarem des- canso no dia do Senhor. O artigo X da nossa Declaração Doutrinária destaca que o domingo é o dia do Senhor como princípio doutrinário. O domingo deve ser, para os cristãos, um dia de repouso, em que “pela fre- quência aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado à oração, à leitura bíblica e outras atividades re- ligiosas, eles estarão se preparando para aquele descanso que resta para o povo de Deus”. O Quarto Mandamento, longe de ser um motivo para várias e intermi- náveis discussões interpretativas, é uma bênção para os filhos de Deus. O Senhor abençoa o trabalho, mas exige para o nosso próprio bem um período de descanso. E o descanso sempre será nos braços do Salvador (Mt 11.28). PARA PENSAR E AGIR: Trabalhamos 6 dias da semana para conquistar o nosso sustento material e dedicamos apenas 1 dia em consagração para conquistar o sustento espiritual das mãos de Deus. Será que se invertermos esta disposição e Deus dispor seus cui- dados a nós em apenas 1 dia, sobre- viveríamos? Na sua opinião, qual o dia do Se- nhor? Apenas o domingo? Somente o sábado? Ou todos os dias devem ser dedicados ao Senhor? Le itu ra Di ár ia Segunda: Marcos 2.27-28 Terça: Mateus 12.11-12 Quarta: Lucas 13.14-16 Quinta: João 5.16-17 Sexta: Isaías 1.10-15 Sábado: Romanos 14.5-6 Domingo: Hebreus 4.9-10 32 CÓDIGO DE HONRA O Quinto Mandamento – Êx 20.12: “Honra teu pai e tua mãe” LIÇÃO 6 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.12 Os Dez Mandamentos divi- dem-se em dois grupos. Os quatro primeiros apontam para uma boa relação com Deus, onde os três pri- meiros Mandamentos são exigên- cias do Senhor para o nosso próprio bem e, consequentemente, nossa felicidade. No Quarto Mandamento há uma cerimônia e uma condição moral: se alguém trabalhar direto, certamente haverá fadiga, ou seja, trabalhe, mas também folgue. A ce- rimônia é o shabat (cesse de traba- lhar) e nesse dia do seu descanso, consagre sua vida a Deus. A partir do Quinto Mandamento, temos o ou- tro grupo de mandamentos extrema- mente morais. O primeiro grupo de quatro man- damentos nos instrui como adorar e nos relacionar com o Criador. Já o segundo grupo, formado por ou- tros seis mandamentos, nos ensina como interagir, respeitar e se rela- cionar com o nosso próximo. O obje- tivo dos seis últimos Mandamentos é o bem-estar de todos. Na transi- ção dos grupos de Mandamentos está o Quinto Mandamento que fala do respeito aos pais e principalmen- te da honra que é devida a eles. Os termos do Quinto Manda- mento são bem claros: “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenha vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá” (Êx 20.12). Nas famílias bem estruturadas e de pais tementes ao Senhor, não existe nenhuma dificuldade em acatar a instrução do Quinto Mandamento. 33 Honrar pai e mãe em famílias tra- dicionais e bem ajustadas, não há nenhum problema. No lar em que tudo é perfeito, em um lar cristão, por exemplo, é fácil honrar pai e mãe. Entretanto, para as famílias cujo pais são desajustados, o Quinto Manda- mento tem gosto amargo. Entretanto, a desobediência ao Quinto mandamento acarreta perda da promessa de uma vida prolonga- da. Inegavelmente, há uma verdade no Quinto Mandamento: indepen- dentemente das circunstâncias, pai e mãe merecem nossa honra. Existem três princípios que devem ser cuidadosamente analisados. 1 - PRIMEIRO PRINCÍPIO DO CÓDIGO DE HONRA: A PROMESSA O que significa uma vida longa prometida no cumprimento do Quinto Mandamento? Existem, pelo menos, três possibilidades: A primeira possibilidade é um sen- tido literal e histórico. Na época do Antigo Testamento, a desobediência aos pais tinha como sentença a pena de morte: Êx 21.17; Lv 20.9; Dt 21.18-21 – o desobedien- te morreria. Em um sentido mais am- plo, quem obedecesse estaria livre da morte, mas quem cometesse desonra aos pais, pagaria com a própria vida. A segunda possibilidade dessa promessa é espiritual. Isso implica dizer que aqueles que obedecem ao Quinto Mandamento, viverá mais tempona terra. Deus ob- serva a obediência e prolonga a vida do filho obediente. E quanto àqueles filhos que eram obedientes ao Quinto Mandamento, mas morreram prema- turamente? Não há resposta humana que satisfaça essa pergunta, somen- te Deus sabe as razões. Não cabe a nós, em momento algum, desviar o princípio do código de honra aos pais. A vida pode até ter sido prema- turamente ceifada, mas a promessa se cumpre em uma vida espiritual prolongada e cuidada pelo Senhor, pois Deus, ao obediente, promete ser companheiro e cuidar da alma (Dt 8.11-20). A terceira possibilidade é física, ou de uma vida longa de qualidade. Deus sabe quem obedece, mes- mo com pais iníquos, prolonga a vida dos filhos, com saúde. O maior exemplo da Bíblia em obediência está em Cristo. Veja se a promessa da obediência aos pais não se cumpriu em sua essência na obra de Cristo. Afinal, Jesus, ao obe- decer ao Pai, não só foi ressuscitado, mas vive eternamente. 2 - SEGUNDO PRINCÍPIO DO CÓDIGO DE HONRA: TER UMA GERAÇÃO VITORIOSA É necessário ressaltar que nossos pais não são perfeitos (Rm 3.23). To- dos nós, incluindo nossos pais, estão destituídos da glória de Deus. Deus não espera que nossos pais estejam 34 sempre certos. O Quinto Mandamen- to não é uma ordem que pressupõe que nossos pais sempre estarão certos em seus preceitos e que por isso devemos sempre honrá-los. Nossos pais não são merecedores da honra, da qual só devemos dar a Deus. Só o Senhor é digno de honra! O código de honra aos pais envolve o amor. O imperativo do Quinto Man- damento consiste em amar aos nos- sos pais, pois mesmo que estes não mereçam, o amor deve ultrapassar os méritos. A honra é devida porque os pais são indispensáveis. Os filhos são o prolongamento da vida dos pais. Os pais cuidam dos filhos e, com o pas- sar dos anos, são os filhos que devem cuidar dos pais. Filhos necessitam de bons relacionamentos com os pais para que haja desenvolvimento, co- nhecimento e aplicação de uma vida ética, preservando os conceitos mo- rais e os princípios divinos. Pais pre- param os filhos para a vida (Sl 127). Nossa sociedade entende que a mãe também faz parte da capitação de recursos financeiros para o sus- tento da família. Cada vez mais a mulher adquire o direito de ajudar a compor financeiramente, junto com seu marido, o salário que a família necessita para seu sustento. A preo- cupação dos pais deve sempre estar no cuidado e na atenção ao desenvol- vimento dos filhos. Mas em que isso acarreta? Atualmente os pais traba- lham de 8 a 10 horas por dia. Perdem quase 4 horas nas conduções que os levam para o serviço e os trazem de volta ao lar. Eles chegam exaustos. Deram quase tudo de si no trabalho e na volta para casa. Mas o que dão aos filhos quando chegam em casa? O resto de quem trabalhou o dia in- teiro, intensamente pela família? Os pais estão apenas entregando aos filhos o que sobra deles? Queremos que os nossos filhos sejam príncipes e princesas no futuro, mas estamos tratando-os como mendigos existen- ciais, pois o que lhes oferecemos quando chegamos em casa é apenas o que resta em nós (1Tm 5.8). Nossa geração só será vitoriosa se entendermos que o Quinto Man- damento é um código de honra que começa primeiro na obrigação dos pais e depois no recebimento da hon- ra. Mas também de uma geração de filhos que, a despeito do tratamento, amor, dedicação e cuidado que rece- beram dos seus pais, deseja o melhor para os seus próprios filhos. 3 -TERCEIRO PRINCÍPIO DO CÓDIGO DE HONRA: SER UM BOM FRUTO A DESPEITO DA ÁRVORE QUE O GEROU Os pais devem sempre se empe- nhar para merecer a honra dos seus filhos (Ef 6.4). Nossos pais nos corri- gem por pouco tempo, até que che- guemos aos anos da nossa maturida- de. Devemos aos nossos pais a nossa vida física. Entretanto, a Deus deve- mos nossa parte imortal (Hb 12.9,10). Não existem pais perfeitos (Sl 106.6), por isso os pais precisam se esforçar para fazer jus à devida honra. O esfor- ço dos pais consiste em amar, cuidar, 35 educar, motivar e principalmente in- centivar os filhos nos retos caminhos do Senhor (Pv 22.6). Obedecer ao pai e a mãe, agrada ao Senhor (Cl 3.20). Entretanto, como obedecer aos pais que não são per- feitos? Honrar pai e mãe implica em ser bom fruto a despeito da criação. Uma árvore seca, que não tem formo- sura, cuja casca está grossa e enru- gada, pode gerar bons frutos. Visitei um jovem que estava preso por seus delitos. Indaguei o porquê, pois tão jovem perdeu a sua liberdade. Ele me disse que se tornou violento por cau- sa do seu pai. Seu pai era um bêba- do, um viciado, iracundo. Seus maus tratos à mãe, que não o denunciava, e o desprezo pela família o levaram a cometer pequenos roubos para seu próprio sustento, até ser preso. Per- guntei sobre sua família. Ele me disse que tinha um irmão gêmeo. Fui até o endereço do irmão dele. Para minha surpresa, o local onde encontrei seu irmão era em um escritório de advo- cacia. Seu irmão era advogado e iria lhe defender. Perguntei ao irmão o que o incentivou a ser um advogado? Ele me respondeu: “Meu pai foi meu maior incentivo. Estou honrando meu pai produzindo um fruto que ele não gerou em mim, mas vou gerar em meus filhos”. Quem não honra pai e mãe é como uma lâmpada que se apaga nas trevas. PARA PENSAR E AGIR: Se quisermos a bênção de Deus sobre nossas vidas, se faz necessá- rio honrar os nossos pais. Precisamos atentar que este é o primeiro Manda- mento com promessa (Ef 6.2). Aque- les que um dia terão filhos, só pode- rão exigir o cumprimento do Quinto Mandamento em suas vidas, se hoje obedecem a este código de honra. Honrar pai e mãe descrentes im- plica em uma árdua obediência ao Quinto Mandamento, por parte dos filhos. Honrar a pais desobedientes aos princípios bíblicos não é ser so- lidário a estes. Uma das formas de honrar pai e mãe que são infiéis ao Senhor, é se converter a Jesus Cristo. A última palavra registrada no An- tigo Testamento é maldição. Entretan- to o último versículo da Antiga Aliança retrata a família. Quando é que Deus levanta maldição na terra? Quando o coração dos pais não está converti- do aos filhos, quando o coração dos filhos não está convertido aos pais e quando ambos não se convertem a Deus (Ml 4.6). Os princípios firmados no Quinto Mandamento geram paz, harmonia, graça, bênçãos e amor para a nação. Contudo, ao ferir o código de honra, as famílias tornam-se parte do mal desta sociedade. Le itu ra Di ár ia Segunda: Provérbios 19.26 Terça: Mateus 19.19 Quarta: Marcos 10.19 Quinta: Deuteronômio 5.16 Sexta: Mateus 15.4-6 Sábado: Marcos 7.10-13 Domingo: Lucas 18.20 36 ESTANCANDO O SANGUE O Sexto Mandamento – Êx 20.13: “Não Matarás” LIÇÃO 7 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.13 Sessenta pessoas são assas- sinadas a cada hora, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, o Sexto Mandamento nos deixa bem cla- ro: matar contraria os princípios do Criador. Assassinar é pecado. Desde a descoberta do Brasil, nossa nação vive em um banho de sangue. Uma pesquisa do Datafolha em 2017, registrou que um a cada três brasileiros já teve um amigo ou um parente que foi assassinado. En- quanto isso, o Sexto Mandamento nos adverte: Matar é pecado! 2 mi- lhões de pessoas morrem de forma violenta a cada ano no mundo. Esti- ma-se que uma pessoa cometa sui- cídio a cada 40 segundos; uma pes- soa morre de forma violenta a cada minuto; e 35 pessoas são mortas por hora, decorrente das guerras. 37 Cada vez mais os exércitos, poli- ciais e bandidos estão se armando até os dentes. A pergunta que não cala é: “Por que será que a humanidade insiste em ferir o Sexto Mandamento? Talvez não passe pela sua cabeça fa- zer mal a alguém, tampouco matar. Entretanto, por que será que Jesus, não apenas alertou sobre este Man- damento, mas o potencializou: “Ou- vistes que foi dito aos antigos: “Não matarás; [...] Eu, porém, vos digoque todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a jul- gamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.21,22). Proferir um insulto, odiar ou cuspir é tão letal quanto o efeito de matar. No coração de Deus, no inte- rior do Senhor, não cabe o ódio. O que Jesus quer nos dizer? Por qual razão o Senhor nos ensina o real motivo do Sexto Mandamento? Jesus sabe que dentro de nós habi- ta a velha criatura. Temos dentro de nós uma fera indomável. Se não a ali- mentarmos, ela tende a enfraquecer de inanição. Contudo, uma arma na cintura pode levar um ser desequili- brado ao ápice da violência. Certa vez, um rapaz me contou que estava muito angustiado. Seus punhos es- tavam cerrados. Seu rosto, vermelho de raiva. Ao indagá-lo do porquê, ele me disse que alguém bateu em seu automóvel e não parou para negociar o conserto. Ele perseguiu o veículo por vários quarteirões, mas o outro motorista é habilidoso e fugiu. Ele me disse que se estivesse armado, algo de pior poderia ter acontecido. Eu lhe disse que o pior estava acontecendo, pois o motorista que causou o aciden- te tinha ido embora da cena do crime, mas ainda estava dentro do peito da vítima, fazendo-o sofrer e elaborar os mais sórdidos planos de vingança. Jesus espera mais dos seus discípu- los do que da lei. Por que a sociedade atual violen- ta este mandamento? Por que ainda se mata tanto? As respostas a seguir são as interpretações mais prováveis e, uma vez compreendida, podem servir de estanque para essa hemor- rágica violência. 1 - O PECADO COMO CAUSA PRINCIPAL A morte não é um castigo de Deus, mas uma consequência do pecado humano (Rm 6.23). Graças à bondade do Senhor, tal salário não é pago antecipadamente. As primeiras mortes acontece- ram no Éden. Adão e Eva, devido ao seu pecado, sofreram também outras consequências por essa desobediên- cia, a principal delas foi a morte, que Deus avisou que aconteceria caso comessem o fruto proibido: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2:17). A morte põe fim ao peca- do. A morte encerra a possibilidade de pecar. Se Adão e Eva permane- cessem no Éden, comeriam do fruto da Árvore da Vida e seriam pecado- 38 res eternos. Do lado de fora do Éden e longe do fruto da árvore que lhes daria vida, teriam a oportunidade de se salvar, arrependendo-se. Perma- necendo no Éden, Adão e Eva man- chariam a Glória de Deus. Portanto, todo pecador terá que morrer, seja naturalmente ou por doenças, assassinado ou até por sui- cídio. O pecado condenou a huma- nidade à morte. Todavia, nunca po- demos esquecer que o dom da vida e a sentença de morte pertencem a Deus. Quando Caim assassina seu irmão (Gn 4.8-16) e se arrepende, percebendo a gravidade do seu ato, Deus o livra da morte (Gn 4.15). Nin- guém tem o direito de matar! 2 - É NECESSÁRIO DIFERENCIAR MATAR DE ASSASSINAR “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem” (Gn 9.6). Jesus alertou a Pedro: “... Embainha a tua espada; porque to- dos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26.52). Davi matou Golias, a ameaça viva do seu povo. (1Sm 17.50,51) A palavra hebraica usada no Sex- to Mandamento (Êx 20.13 e Dt 5.17) é “ratsach”, que traduzida quer dizer “assassinar”. Ratsach, quer dizer, li- teralmente, um assassinato premedi- tado violento de um inimigo pessoal. Assassinar é matar premeditadamen- te. Então, se pudéssemos traduzir literalmente o Sexto Mandamento di- ríamos que está escrito assim, para melhor entendimento: “Não assassi- narás premeditadamente”. Há profissionais que dialogam com a morte em suas rotinas de tra- balho. Por exemplo, um bombeiro civil que se lança em um prédio em cha- mas na tentativa de salvar alguém, mas acaba morrendo no salvamen- to. O bombeiro não tirou sua própria vida, premeditadamente. Da mesma forma, um policial militar arrisca a sua vida perseguindo meliantes, quase sempre. Se desventura falecer em combate, o policial militar não preme- ditou sua morte. Todavia, se um PM desferir tiros contra um bandido com ódio ou por vingança, na verdade, ele está cometendo pecado e ferindo o Sexto Mandamento. Vários servos de Cristo e mis- sionários do Reino de Deus, deram suas próprias vidas na luta para anunciar as Boas Novas. Mesmo sabendo dos riscos de morte, ain- da assim dedicaram suas vidas (Rm 8.36), não cabe aqui a auto ani- quilação. Aliás, o suicídio é um crime diante dos homens e uma afronta diante de Deus, por ser premeditado. 3 - NÃO HÁ EXCEÇÕES NO SEXTO MANDAMENTO Não existe nenhuma exceção. O Sexto Mandamento inaugura uma proibição absoluta: “Não Ma- tarás”. Contudo, será que há exce- ções, por exemplo, para o aborto ou a eutanásia? 39 O aborto é a descontinuação da gravidez, com ou sem a expulsão do embrião que resulta na morte do feto. A Bíblia esclarece que o nas- cituro se torna um ser vivo no ven- tre materno (Jr 1.5; Sl 139.13-16; Is 49.1). Alguns movimentos insistem em afirmar que no Sexto Mandamen- to há exceções para o aborto, pois: A mulher tem direito sobre seu próprio corpo – Sim, mas o nascituro não é uma extensão do seu corpo, é um ser vivo que nele habita. Com a não autorização do aborto, muitas mulheres recorrem a clínicas clandestinas, acarretando problemas graves de saúde – Um erro não justi- fica o outro. Clínicas clandestinas são casos de polícia. As mães pobres são forçadas a dar à luz aos seus filhos – Existem métodos contraceptivos e campanha do Ministério da Saúde que doam anticoncepcionais e alertam contra a má utilização desses métodos. Portanto, realizar um aborto, ou ajudar alguém a realizá-lo é homicí- dio, da mesma forma que a eutaná- sia (conduta de retirar a vida de al- guém em estado terminal, beirando à morte, ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos). A Bíblia diz: “... e não matarás o ino- cente e o justo; porque não justificarei o ímpio” (Êx 23.7). A vida pertence a Deus. Ele é o doador da vida. Tirar a vida de al- guém, através de assassinato é usurpar a autoridade do Criador. Nossa função, como imagem e se- melhança de Deus, não é assassinar, mas ajudar as pessoas a viverem. PARA PENSAR E AGIR: Você seria capaz de matar al- guém para defender a sua família? Se você tivesse a oportunidade de desarmar um assassino que aponta a arma para um ente querido, qual se- ria a sua reação? Muitos nesta sociedade defendem que “bandido bom é bandido mor- to!”. Você também pensa assim? Por exemplo, naquele sequestro, em que um jovem sequestrou um ônibus com passageiros, até culminar em sua morte por um atirador de elite agindo dentro da lei. Qual foi a sua reação quando este jovem caiu morto, de- pois de receber três, dos cinco tiros disparados, levando-o a morte? Como estancar esse banho de sangue oriundo do caos social? Criando mais leis ou anunciando a paz que excede todo entendimento humano (Fl 4.7)? Le itu ra Di ár ia Segunda: Tiago 2.11 Terça: Romanos 13.9 Quarta: Lucas 18.20 Quinta: Romanos 13.4 Sexta: Atos 3.15 Sábado: 1Samuel 2.6 Domingo: João 11.17-27 40 ADÚLTEROS E ADULTÉRIO NA BALANÇA DE DEUS O Sétimo Mandamento – Êx 20.14: “Não Adulterarás” LIÇÃO 8 DATA DO ESTUDO Texto Básico: Êxodo 20.14 Em todo ser humano, indepen- dente de sua nação, tribo, comuni- dade, crença ou cultura, existe um senso moral que reconhece o que é certo ou errado, ético ou imoral e que o mal tem como consequência o julgamento e a punição Imaginemos a humanidade sem leis e normas. Como ficaria, por exemplo, alguém que chegou primeiro e se apropriou de um ter- ritório, logo em seguida demarcou as suas terras, mas pouco tempo depois, alguém se dizendo dono, reivindica tal propriedade? Sem leis, normas