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Direito Tributario Laurenice Alves Rodrigues

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Estudo de caso 
No caso apresentado, um meio jurídico para contestar a decisão de desmatamento e proteger a mata nativa seria uma Ação Civil Pública (ACP). A ACP é uma ferramenta legal que permite que entidades civis organizadas, bem como o Ministério Público, atuem em defesa do meio ambiente, do patrimônio histórico e cultural, entre outros interesses difusos e coletivos.
Contra quem seria proposta a ACP dependeria da legislação específica do país em questão, mas normalmente poderia ser proposta contra a prefeitura do município, o Secretário Municipal do Meio Ambiente ou até mesmo a empresa Primos, que seria a beneficiária do desmatamento.
Os requisitos processuais para uma ACP podem variar de acordo com a legislação local, mas geralmente incluem a demonstração do interesse coletivo ou difuso a ser protegido, a presença de indícios de lesão ou ameaça ao direito, e a adequação da medida judicial para a proteção do interesse em questão.
Os fundamentos jurídicos para essa ACP podem incluir violações de legislação ambiental local e nacional, como a Lei de Proteção da Mata Atlântica (no caso de estar localizado nessa região), normas que regem a necessidade de realização de audiências públicas eficazes e transparentes antes de decisões que afetem o meio ambiente, além de princípios constitucionais relacionados à proteção do meio ambiente como direito fundamental e o dever do Estado de protegê-lo para as presentes e futuras gerações.
Qualquer cidadão com direitos eleitorais plenos, desde que cumpridos os requisitos processuais e de representatividade exigidos pela legislação, poderia mover essa ação em defesa do meio ambiente e do interesse coletivo. 
A Ação Popular é outra opção viável para contestar a decisão de desmatamento e proteger a mata nativa no caso apresentado. Conforme o artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal brasileira, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular visando anular ato lesivo a diversos bens e valores, incluindo o meio ambiente e o patrimônio cultural.
A Ação Popular encontra-se regulamentada pela Lei 4.717/1965, que foi recepcionada pela Constituição de 1988. O artigo 1º dessa lei estabelece a legitimidade ativa para a causa, permitindo que qualquer cidadão possa propor ação popular para anular atos lesivos ao patrimônio público e social, ao meio ambiente e ao patrimônio cultural.
Portanto, qualquer cidadão com direitos eleitorais plenos poderia utilizar a Ação Popular como meio jurídico para contestar a decisão de desmatamento, visando proteger a mata nativa como bem ambiental e impedir o ato administrativo lesivo. Os requisitos processuais e fundamentos jurídicos seriam os mesmos mencionados anteriormente, com base na legislação ambiental e constitucional vigente.
Bibliografia 
SILVA, José Afonso da. Ação popular constitucional: doutrina e processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1968, p. 163-164
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular. 6ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 190-191

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